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Direito Penal Aplicado I Aula 6 - Relação de Causalidade - Resultado INTRODUÇÃO Nesta aula, estudaremos a Relação de Causalidade, também denominada Nexo Causal, elemento integrante do fato típico, conforme o conceito analítico de crime e que pode ser compreendido como o vínculo entre a conduta praticada pelo agente e o resultado naturalístico produzido, aqui visto como fato. OBJETIVOS Reconhecer as teorias acerca da Relação de Causalidade adotadas pelo Código Penal; Diferenciar, diante das situações apresentadas, as espécies de causas e, consectários para �ns de responsabilização penal; Reconhecer a excepcionalidade da adoção da Teoria da Causalidade Adequada aos casos de superveniência de causa relativamente independente. IDENTIFICANDO CONCEITOS UTILIZADOS PELO CÓDIGO PENAL Inicialmente é necessário identi�car alguns conceitos utilizados pelo Código Penal, tais como conceitos de causa e Teorias da Causalidade para que possamos analisar as consequências, para efeitos penais, da existência, ou não, do referido lliiaammee ((gglloossssáárriioo)). É comum ouvirmos, quando da instauração de um inquérito policial o questionamento sobre quais indivíduos serão indiciados pelo delito quando, na verdade, o que estamos questionando é: QQuuaall aa rreelleevvâânncciiaa ddoo NNeexxoo CCaauussaall?? QQuuaaiiss ccoonndduuttaass ccoonnccoorrrreerraamm ddee aallgguummaa ffoorrmmaa ppaarraa aa pprroodduuççããoo ddee uumm rreessuullttaaddoo lleessiivvoo?? FFoonnttee ddaa IImmaaggeemm:: Dessa forma, através da aplicação das teorias sobre Nexo Causal é possível, diante do caso concreto, identi�car-se à qual conduta se imputa determinado resultado lesivo. Em outras palavras, se estivermos diante de um resultado lesivo, devem ser analisadas quais as possíveis condutas responsáveis pela sua produção, bem como de que forma serão imputadas as respectivas responsabilidades, no caso, sanções penais. CONCEITOS DE CAUSA Nosso Código Penal, no art. 13, caput, adotou a TTeeoorriiaa ddaa EEqquuiivvaallêênncciiaa ddaass CCoonnddiiççõõeess, segundo a qual toda conduta que tenha concorrido para a produção do resultado é considerada causa, sendo irrelevante se a causa teve origem na conduta do agente (causa) ou se teve origem distinta da conduta do agente (concausa). SSuuppoonnhhaammooss ppaarraa ��nnss ddee eexxeemmppllii��ccaaççããoo aass sseegguuiinntteess ssiittuuaaççõõeess hhiippoottééttiiccaass:: SSiittuuaaççããoo HHiippoottééttiiccaa 11 Indivíduo com dolo de matar outro durante uma discussão desfere uma facada na barriga da vítima que vem a falecer em decorrência de hemorragia interna provocada pela lesão sofrida. O resultado naturalístico morte está na normal linha de desdobramento da conduta do autor das facadas. Podemos a�rmar que a causa mortis, hemorragia interna, decorre da conduta do agente e encontra-se da normal linha de desdobramento da conduta do agente. SSiittuuaaççããoo HHiippoottééttiiccaa 22 Indivíduo com dolo de lesionar outro durante uma discussão desfere uma facada na perna. Não há dolo de matar, todavia, se a vítima da lesão dolosa for diabética e vier a falecer em decorrência de complicações na lesão corporal provocadas pela diabetes, ainda que esta seja uma concausa, pois tem origem distinta da conduta do agente, é correto a�rmar que concorreu de alguma forma para a produção do resultado lesivo. AAggoorraa qquuee iiddeennttii��ccaammooss aa rreelleevvâânncciiaa ddoo eessttuuddoo ddee NNeexxoo CCaauussaall,, iiddeennttii��ccaarreemmooss ooss pprriinncciippaaiiss ccoonncceeiittooss ssoobbrree oo tteemmaa.. TEORIAS SOBRE A RELAÇÃO DE CAUSALIDADE TTeeoorriiaa ddaa EEqquuiivvaallêênncciiaa ddaass CCoonnddiiççõõeess –– aarrtt..1133,, ccaappuutt,, CCPP FFoonnttee ddaa IImmaaggeemm:: Copyright: Africa Studio RReellaaççããoo ddee ccaauussaalliiddaaddee Art. 13, CP - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. TEORIAS SOBRE A RELAÇÃO DE CAUSALIDADE Como dito anteriormente, para o nosso Código Penal, considera-se causa toda conduta sem a qual o resultado não teria ocorrido, ou seja, toda conduta comissiva ou omissiva que, de qualquer forma, concorra para a produção do resultado. Nesse caso, adota-se a TTeeoorriiaa ddaa EEqquuiivvaallêênncciiaa ddaass CCoonnddiiççõõeess ou ccoonnddiittiioo ssiinnee qquuaa nnoonn ((gglloossssáárriioo)), desenvolvida por Stuart Mill, segundo a qual causa é a totalidade das condições sem as quais o resultado não teria ocorrido. CAPEZ, Fernando. CCuurrssoo ddee DDiirreeiittoo PPeennaall. Parte Geral. v.1. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2010, cap.15. p.179. Para que possamos compreender as teorias sobre a Relação de Causalidade é imprescindível que identi�quemos inicialmente o denominado pprroocceeddiimmeennttoo hhiippoottééttiiccoo ddee eelliimmiinnaaççããoo ddee TTyyrréénn, segundo o qual ttooddaa ccoonndduuttaa qquuee,, uummaa vveezz rreettiirraaddaa ddaa ccaaddeeiiaa ccaauussaall,, ffoorr ccaappaazz ddee eexxcclluuiirr oo rreessuullttaaddoo sseerráá ccoonnssiiddeerraaddaa ccaauussaa.. , O procedimento hipotético de eliminação terá como limite de regressão a existência de dolo ou culpa na prática da conduta em relação à produção do resultado lesivo, sob pena de exclusão da responsabilidade penal da conduta. Continuemos com o exemplo anteriormente citado, no qual indivíduo com dolo de matar outro durante uma discussão desfere uma facada na barriga da vítima. Para que o agente pudesse esfaquear a vítima, ele adquiriu a faca em uma loja de utilidades domésticas. FFoonnttee ddaa IImmaaggeemm:: Copyright: Creativa Images Nesse caso, surgem as seguintes indagações: • Sem a venda da faca, poderia ocorrer a lesão? • O vendedor da faca agiu com dolo ou culpa em relação à produção do resultado lesivo? Isso signi�ca dizer que, a partir do processo de regressão decorrente do procedimento hipotético de eliminação, podemos questionar até mesmo a responsabilização do fabricante e do vendedor da faca pela produção do resultado �nal lesivo. TEORIA DA CAUSALIDADE ADEQUADA. ART.13,§ 1º, CP FFoonnttee ddaa IImmaaggeemm:: Copyright: Africa Studio SSuuppeerrvveenniiêênncciiaa ddee ccaauussaa iinnddeeppeennddeennttee Art. 13, §1º, CP - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou. CCoonnffoorrmmee eessssaa tteeoorriiaa,, uumm ddeetteerrmmiinnaaddoo rreessuullttaaddoo lleessiivvoo ssoommeennttee sseerráá pprroodduuttoo ddaa aaççããoo hhuummaannaa qquuaannddoo eessttaa ttiivveerr ssiiddoo aappttaa ee iiddôônneeaa aa ggeerraarr oo rreessuullttaaddoo.. VOCÊ SABIA? Essa teoria é aplicada, em caráter excepcional, às causas relativamente independentes supervenientes para �ns de rompimento do Nexo Causal e consequente exclusão da responsabilidade penal do agente pela produção do resultado. Nesse caso, o agente será responsabilizado pelos atos anteriormente praticados, tais como os delitos-meio, delitos subsidiários ou, ainda, incidirá sobre sua conduta a causa de diminuição de pena prevista no art. 14, II, CP ― tentativa. Também é denominada por alguns autores, como, por exemplo, Guilherme de Souza Nucci, de TTeeoorriiaa ddaass CCoonnddiiççõõeess QQuuaallii��ccaaddaass, caracterizando-se pelo fato de que Determinado evento somente será produto da ação humana quando esta tiver sido apta e idônea a gerar o resultado. NUCCI, Guilherme de Souza. MMaannuuaall ddee DDiirreeiittoo PPeennaall. 10. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2014. Cap.11, p – 158. , É uma exceção à teoria adotada pelo Código Penal, segundo a qual somente é considerada causa a conduta que efetivamente seja capaz de produzir o resultado lesivo. Suponhamos para �ns de exempli�cação a seguinte situação: Indivíduo é abordadopor assaltante em ponto de ônibus e, aterrorizado pelo roubo, sai correndo, invade a avenida com sinal vermelho para pedestre e vem a ser atropelado por um ônibus, cujo condutor não teve tempo hábil para frear. Pergunta-se: o resultado morte poderá ser imputado ao autor do roubo? Resposta Correta A RELEVÂNCIA CAUSAL DA OMISSÃO Na aula sobre as condutas omissivas, identi�camos que, em regra, a responsabilidade penal pela omissão advém do princípio da solidariedade, denominada de oommiissssããoo pprróópprriiaa e, portanto, não gera obrigações ao agente, salvo em casos expressamente previstos em lei, como, por exemplo, a omissão de socorro, prevista no art.135, CP. FFoonnttee ddaa IImmaaggeemm:: Copyright: Africa Studio OOmmiissssããoo ddee ssooccoorrrroo Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. , O que nos interessa para a Relação de Causalidade é a denominada omissão imprópria, na qual a lei penal estabelece a obrigatoriedade do agente em impedir a produção de um resultado lesivo e, dessa forma, a sua omissão torna-se penalmente relevante., , Nesse caso, se o agente garantidor se omitir, podendo agir para evitar a produção do resultado lesivo, será responsabilizado pelo próprio resultado, de acordo com a culpabilidade de sua conduta e não somente pela omissão., , Essa responsabilização jurídico-penal à conduta omissiva imprópria advém da denominada causalidade normativa ou jurídica, prevista no art.13, §2º, do Código Penal. FFoonnttee ddaa IImmaaggeemm:: Copyright: Africa Studio RReelleevvâânncciiaa ddaa oommiissssããoo § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. Dessa forma, da identi�cação da existência do NNeexxoo CCaauussaall NNoorrmmaattiivvoo, surgem as seguintes indagações: AAss ccoonndduuttaass oommiissssiivvaass sseerrããoo ccaappaazzeess ddee pprroodduuzziirr rreessuullttaaddooss?? CCaassoo ooss rreessuullttaaddooss lleessiivvooss ooccoorrrraamm,, ppooddeerrããoo sseerr iimmppuuttaaddooss aaoo aaggeennttee qquuee ssee oommiittiiuu,, sseennddoo eellee aaggeennttee ggaarraannttiiddoorr?? FFoonnttee ddaa IImmaaggeemm:: Copyright: Billion Photos Citemos, por exemplo, a mãe que se omite diante do estupro de vulnerável de sua �lha de 10 anos pelo padrasto, pois tem medo de perder o companheiro. Se ela nada �zer para impedir o resultado, no caso a prática do estupro de vulnerável, sua omissão será penalmente relevante e, segundo o disposto no art.13, §2º, CP, restará caracterizado o denominado NNeexxoo CCaauussaall NNoorrmmaattiivvoo para �ns de imputação de responsabilização penal de sua conduta. ESPÉCIES DE CAUSAS E CONCORRÊNCIA DE CAUSAS Vimos no início de nossa aula que a TTeeoorriiaa ddaa EEqquuiivvaallêênncciiaa ddaass CCoonnddiiççõõeess adotada pelo Código Penal não diferenciou causa e concausa. Todavia, é de suma importância que identi�quemos situações nas quais é possível que mais de uma causa tenha concorrido para a produção de um determinado resultado lesivo. Nesses casos, surge a necessidade de se classi�car as espécies de causa para que, então, se possa analisar a imputação ou exclusão de responsabilidade jurídico-penal à determinada conduta. Nossa questão disparadora portanto, é: OO qquuee aaccoonntteeccee ccoomm oo NNeexxoo CCaauussaall qquuaannddoo ddaa ccoonnccoorrrrêênncciiaa ddee ccaauussaass ppaarraa aa pprroodduuççããoo ddee uumm mmeessmmoo rreessuullttaaddoo lleessiivvoo?? Para que possamos responder à indagação, é necessária a análise de cada umas das espécies de causas, sejam causas ou concausas. ATIVIDADES LEIA A NOTÍCIA TRANSCRITA ABAIXO E RESPONDA ÀS QUESTÕES FORMULADAS: AAcciiddeenntteess ssuucceessssiivvooss aattiinnggeemm ccaarrrroo ddaa PPSSPP eemm BBrraaggaa Acidentes de viação sucessivos envolveram, esta tarde de sexta-feira, em Braga, quatro viaturas, entre as quais a carrinha da Esquadra de Trânsito da PSP, que regularizava o primeiro embate. A circulação na variante à Estrada Nacional 14 (Braga - Porto) e que dá acesso à A3 e à A11 esteve interrompida durante cerca de uma hora, por questões de segurança. Tudo sucedeu a meio da tarde, quando Armindo Castro, de 59 anos, residente em Guimarães, embateu com o seu Mercedes 250 D no separador central em betão daquela variante, ao seguir no sentido Norte - Sul. O condutor fugiu do local para a berma, deixando de ser visto nas imediações, pelo que a primeira viatura da PSP de Braga a chegar ao local não só colocou um triângulo sinalizador, como colocou carrinha policial mais à frente, para reforçar a visibilidade do Mercedes despistado a ocupar a faixa esquerda logo a seguir à curva que dá acesso à A11. Entretanto, a condutora de outro carro, da marca e modelo VW Golf, arrastou o triângulo da PSP e embateu nas traseiras da carrinha policial. Dois agentes da PSP só tiveram tempo de saltar para a outra faixa para não serem atropelados pelo VW Golf que, entretanto, bateu no lado esquerdo de um caminhão da transportadora Isaac Pedroso, de Amares, que seguia pela faixa direita. Dada a sucessão de acidentes e os despojos que se encontravam espalhados pela estrada, a PSP teve que interromper a circulação enquanto os veículos eram sucessivamente retirados e os Bombeiros Sapadores de Braga limpavam a via. A circulação foi reposta cerca de uma hora depois do primeiro embate, regularizando uma �la de trânsito parado com centena de metros. Fonte: ////wwwwww..jjnn..pptt//llooccaall//nnoottiicciiaass//bbrraaggaa//bbrraaggaa//iinntteerriioorr//aacciiddeenntteess--ssuucceessssiivvooss--aattiinnggeemm--ccaarrrroo--ddaa--ppsspp--eemm--bbrraaggaa--55005500002200..hhttmmll##iixxzzzz44GGoo22bb88OOAAtt ((gglloossssáárriioo)) Suponha que a condutora do carro VW Golf tenha perdido o controle sobre a direção quando avistou o triângulo sinalizador e, em decorrência, tenha arrastado o triângulo da PSP e colidido nas traseiras da carrinha policial vindo a atropelar e lesionar os agentes da PSP. NNeessssaa ssiittuuaaççããoo hhiippoottééttiiccaa,, ppooddeerriiaa AArrmmiinnddoo CCaassttrroo,, ccoonndduuttoorr ddoo vveeííccuulloo MMeerrcceeddeess 225500 DD,, sseerr rreessppoonnssaabbiilliizzaaddoo ppeellaass rreeffeerriiddaass lleessõõeess?? Resposta Correta (FCC: TCE-CE. Conselheiro Substituto.Auditor.2015) O Código Penal adota no seu art. 13 a Teoria Conditio Sine Qua Non (condição sem a qual não). Por ela: Imputa-se o resultado a quem também não deu causa. A causa dispensa a adequação para o resultado. A ação e a omissão são desconsideradas para o resultado. Tudo que contribui para o resultado é causa, não se distinguindo entre causa e condição ou concausa. A omissão é penalmente irrelevante. Justi�cativa https://www.jn.pt/local/noticias/braga/braga/interior/acidentes-sucessivos-atingem-carro-da-psp-em-braga-5050020.html#ixzz4Go2b8OAt https://www.jn.pt/local/noticias/braga/braga/interior/acidentes-sucessivos-atingem-carro-da-psp-em-braga-5050020.html#ixzz4Go2b8OAt https://www.jn.pt/local/noticias/braga/braga/interior/acidentes-sucessivos-atingem-carro-da-psp-em-braga-5050020.html#ixzz4Go2b8OAt https://www.jn.pt/local/noticias/braga/braga/interior/acidentes-sucessivos-atingem-carro-da-psp-em-braga-5050020.html#ixzz4Go2b8OAt (FMP: DPE-PA. Defensor Público Substituto. 2015) A é esfaqueada por B, sofrendo lesões corporais leves. Socorrida e medicada, A é orientada quanto aos cuidados a tomar, mas não obedece à prescrição médica e, em virtude dessa falta de cuidado,o ferimento infecciona, gangrena e ela morre. Assinale a alternativa CORRETA: B responde pelo resultado morte, visto se tratar de causa superveniente absolutamente independente. B responde pelo ato de lesão praticado, visto se tratar de causa concomitante relativamente independente. B responde pelo resultado morte, visto se tratar de causa concomitante absolutamente independente. B responde pelo resultado morte, visto se tratar de causa preexistente relativamente independente. B responde pelo ato de lesão anteriormente praticado, visto se tratar de causa superveniente relativamente independente, que por si só produziu o resultado. Justi�cativa (OAB Exame Uni�cado X. Adaptado.) João, com intenção de matar, efetua vários disparos de arma de fogo contra Antônio, seu desafeto. Ferido, Antônio é internado em um hospital, no qual vem a falecer, não em razão dos ferimentos, mas queimado em um incêndio que destrói a enfermaria em que se encontrava. Assinale a alternativa que indica o crime pelo qual João será responsabilizado. Homicídio consumado Homicídio tentado Lesão corporal Lesão corporal seguida de morte Exposição a perigo à vida ou à saúde de outrem Justi�cativa NNoo qquuee ssee rreeffeerree àà TTeeoorriiaa CCoonnddiittiioo SSiinnee QQuuaa NNoonn,, jjuullgguuee ooss iitteennss ssuubbsseeqquueenntteess ee aassssiinnaallee aa ooppççããoo qquuee aapprreesseennttaa aass aasssseerrttiivvaass ccoorrrreettaass:: Causa é toda circunstância anterior sem a qual o resultado ilícito não teria ocorrido; Amauri quis matar Beto e o esfaqueou; porém, Carlos já havia ministrado veneno a Beto, que morreu em virtude da ação de Carlos. Nessa situação, o envenenamento é causa preexistente absolutamente independente em relação à conduta de Amauri, que exclui o nexo de causalidade; Ana atirou com um revólver contra Bia, atingindo-lhe o braço. A vítima, por ser hemofílica, sangrou até a morte. Nessa situação, a hemo�lia é causa concomitante absolutamente independente em relação à conduta de Ana; Um indivíduo mortalmente ferido por outro foi colocado em uma ambulância, que, no trajeto para o hospital, colidiu com um poste, oportunidade em que a vítima morreu em razão dos novos ferimentos. Nessa situação, por se tratar de hipótese de causa relativamente independente, o autor responde por tentativa de homicídio. I, II e IV II e IV I e II I e III II e III Justi�cativa Glossário LIAME Aquilo que une ou prende uma pessoa ou coisa à outra; ligação; vínculo. CONDITIO SINE QUA NON ccoonnddiittiioo ssiinnee qquuaa nnoonn: Expressão do latim que signi�ca “condição sem a qual não”.
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