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1 2 SUMÁRIO COMO CUIDAR DOS DENTES DE UM BEBE? .................................................................................3 O que são Cáries de mamadeira e como evitá-las? ..................................................................................3 O que é o flúor? Como saber se o bebê está recebendo a quantidade certa de flúor? . ...........................3 SAÚDE BUCAL DAS CRIANÇAS .......................................................................................................4 Técnicas de Escovação ............................................................................................................................4 Quando a criança deve começar a usar o fio dental .................................................................................4 O que é Selante dental e como saber se a criança precisa usá-lo............................................................. 4 Quantidade de flúor/Alimentação/O que fazer se a criança quebrar um dente ........................................5 ERUPÇÃO DE DENTES DECÍDUOS E PERMANENTES .................................................................6 QUAIS SÃO OS SINTOMAS LIGADOS AO NASCIMENTO DOS PRIMEIROS DENTES ............7 O que fazer para amenizar o desconforto dos dentes ...............................................................................8 Chupetas e sucção do dedo ......................................................................................................................9 RESPIRAÇÃO BUCAL ........................................................................................................................10 Deglutição atípica ..................................................................................................................................15 Posturas incorretas .................................................................................................................................17 TRAUMA DENTÁRIO .........................................................................................................................18 COMO OS ADOLESCENTES PODEM MANTER DENTES SAUDÁVEIS E BRILHANTES?..... 22 HALITOSE ............................................................................................................................................24 TRATAMENTO DA HALITOSE.........................................................................................................26 DENTES DO SISO................................................................................................................................ 29 COMO UM ADULTO DEVE CUIDAR DOS DENTES .....................................................................36 A SAÚDE GERAL E BUCAL DA MULHER......................................................................................38 GRAVIDEZ, CUIDADO PRÉ NATAL E SAÚDE BUCAL ...............................................................39 SAÚDE BUCAL DOS IDOSOS ...........................................................................................................41 SAÚDE BUCAL PARA EXCEPCIONAIS ..........................................................................................43 SAÚDE BUCAL DOS HIPERTENSOS ...............................................................................................46 SAÚDE BUCAL DE PORTADORES DE HANSENÍASE ..................................................................48 SAÚDE BUCAL DE PORTADOR DE HIV .......................................................................................49 FATORES DE RISCO NA PRÁTICA ODONTOLÓGICA .................................................................51 AS DOENÇAS DO TRABALHO NO MEIO ODONTOLÓGICO ......................................................52 PONTAS DE ALTA E BAIXA ROTAÇÃO E PONTAS DE PERIFÉRICOS ....................................58 MÉTODOS FÍSICOS DE CONTROLE DE MICRO-ORGANISMOS ...............................................62 ANAMNESE EXAME CLÍNICO ODONTOLÓGICO ........................................................................65 ESCOVAÇÃO CORRETA ...................................................................................................................68 UTILIZANDO O FIO DENTAL ...........................................................................................................69 PROJETO BRASIL SORRIDENTE .....................................................................................................70 PRIMEIROS SOCORROS EM ODONTOLOGIA ...............................................................................71 A IMPORTÂNCIA DA RADIOLOGIA NA ORTODONTIA .............................................................72 RADIOGRAFIA PANORÂMICA ........................................................................................................73 RADIOGRAFIA PERIAPICAL ............................................................................................................74 ESPECIALIDADES ..............................................................................................................................75 PROCEDIMENTO DO TRATAMENTO DE CANAL ........................................................................77 Periodontia .............................................................................................................................................78 PRÓTESES DENTÁRIAS REMOVÍVEIS ...........................................................................................81 IMPLANTODONTIA ...........................................................................................................................84 CASOS CLÍNICOS DOS TIPOS DE IMPLANTODONTIA ...............................................................85 ESTOMATOLOGIA (DIAGNÓSTICO DAS DOENÇAS BUCAIS) ..................................................96 ALGUNS EXEMPLOS DE DOENÇAS DA BOCA ............................................................................97 3 COMO CUIDAR DOS DENTES DE UM BEBÊ? Os bons cuidados bucais começam cedo na vida. Mesmo antes dos dentes do bebê nascerem, existem alguns fatores que podem afetar sua futura aparência e saúde. Por exemplo, a tetraciclina, um antibiótico comum, pode causar a descoloração ou manchas nos dentes. Por esta razão, não deve ser usada por mães que estão amamentando ou mulheres na segunda metade da gravidez. Como os dentes do bebê geralmente nascem por volta dos seis meses de idade, não há razão para usar os procedimentos padrão da higiene bucal, ou seja, a escovação e o uso do fio dental. Mas, os bebês têm necessidade de cuidados bucais especiais que todos os pais devem conhecer. Entre esses cuidados estão à prevenção das cáries causadas pelo uso da mamadeira e a certeza de que seu filho está recebendo uma quantidade adequada de flúor. O que são as cáries de mamadeira e como evitá-las? São cáries causadas pela exposição freqüente a líquidos que contém açúcar, como o leite, as fórmulas comerciais preparadas para bebês e os sucos de fruta. Os líquidos que contém açúcar se acumulam ao redor dos dentes por longos períodos de tempo, enquanto seu bebê está dormindo, provocando as cáries, que primeiro se desenvolvem nos dentes anteriores, tanto da arcada inferior quanto da superior. Por esta razão, nunca deixe sua criança adormecer com a mamadeira de leite ou suco na boca. Ao invés disso, na hora de dormir, dê a ele uma mamadeira com água ou uma chupeta que tenha sido recomendada pelo seu dentista. Ao amamentar, não deixe o bebê se alimentar continuamente. E após cada mamada, limpe os dentes e as gengivas do seu bebê com um pano ou uma gaze umedecida. O que é o flúor? Como saber se o bebê está recebendo a quantidade certa de flúor? O flúor faz bem mesmo antes de os dentes do seu filho começar a aparecer. Ele fortalece o esmalte dos dentes enquanto estes estão se formando. Muitas empresas de distribuição de águaadicionam a quantidade de flúor adequada ao desenvolvimento dos dentes. Para saber se a água que você recebe em casa contém flúor e qual a quantidade de flúor que é colocada nela, ligue para a empresa de distribuição de água no seu município. Se a água que você recebe não tem flúor (ou não contém a quantidade adequada), fale com seu pediatra ou dentista sobre as gotas de flúor que podem ser administradas ao seu bebê diariamente. Se você usa água engarrafada para beber e para cozinhar, avise seu dentista ou médico. É possível que eles receitem suplementos de flúor para seu bebê. 4 SAÚDE BUCAL DAS CRIANÇAS Dentes de Leite: Escovar pelo menos três vezes ao dia com um creme dental que contém flúor para remover a placa bacteriana (aquela película pegajosa que se forma sobre os dentes e que é a principal causa das cáries). Usar fio dental diariamente para remover a placa que se aloja entre os dentes e abaixo da gengiva, evitando que ela endureça e se transforme em cálculo dental. Depois que o cálculo se forma só o dentista pode removê-lo. Adotar uma alimentação equilibrada, com pouco açúcar e amido. Estes alimentos produzem os ácidos da placa que causam cáries. Usar produtos que contêm flúor (inclusive o creme dental). Certifique-se de que a água que suas crianças bebem contém flúor. Se a água não contiver flúor, seu dentista ou pediatra poderá prescrever suplementos diários de flúor. Ir ao dentista para exames regulares. Técnicas de Escovação Use uma pequena quantidade de creme dental com flúor. Não deixe a criança engolir o creme dental. Use uma escova de cerdas macias e escove primeiro a superfície interna de cada dente, onde o acúmulo de placa é geralmente maior. Escove suavemente. Escove a superfície externa de cada dente. Posicione a escova em um ângulo de 45 graus ao longo da gengiva. Escove com movimentos para frente e para trás. Escove a superfície de cada dente usada para mastigar. Escove suavemente. Use a ponta da escova para limpar atrás de cada dente frontal, na arcada superior e inferior. Quando a criança deve começar a usar o fio dental? O fio dental remove as partículas de alimentos e placa bacteriana que se instala entre os dentes e que a escova sozinha não consegue retirar. Por isso, comece a usá-lo quando a criança tiver quatro anos. Ao completar oito anos, as crianças já podem usar o fio dental sem auxílio dos pais. O que é selantes dental e como saber se a criança precisa usá-lo? O selantes dental cria uma barreira altamente eficaz contra as cáries. O selantes é uma película fina de plástico (resina) aplicada à superfície dos dentes permanentes posteriores, onde a maioria das cáries se forma. A aplicação do selantes não dói e pode ser feita durante 5 uma consulta ao dentista. O dentista poderá informar se é recomendável fazer esta aplicação nos dentes de seu filho. Quantidade de Flúor O flúor é uma das melhores maneiras de evitar as cáries. Trata-se de um mineral natural que se combina com o esmalte dos dentes, fortalecendo-os. Muitas empresas de distribuição de água adicionam a quantia de flúor adequada ao desenvolvimento dos dentes. Para saber se a água que você tem em casa contém flúor e qual a quantidade de flúor que apresenta, ligue para a empresa de distribuição de água no seu município. Se a água que você recebe não tem flúor (ou não contém a quantidade adequada), seu pediatra ou dentista poderá recomendar gotas de flúor ou um enxagüantes bucal, além de um creme dental com flúor. Alimentação Sua alimentação deve conter uma ampla variedade de vitaminas e sais minerais, cálcio, fósforo e níveis adequados de flúor. Assim como o flúor é o maior protetor dos dentes das crianças, as guloseimas são sua maior inimigo. Os açúcares e amidos que fazem parte de vários tipos de alimentos e de bolachas, biscoitos, doces, frutas secas, refrigerantes e batata frita combinam-se com a placa bacteriana produzindo substâncias ácidas. Estas substâncias atacam o esmalte e podem formar cáries. Cada "ataque" pode durar até 20 minutos, após o término da ingestão do alimento. Até as "beliscadas" podem criar ataques ácidos da placa. Portanto, é recomendável não comer entre as refeições. O que fazer se a criança quebrar um dente? Em qualquer caso de ferimento na boca, você deve comunicar-se imediatamente com o dentista. Ele fará um exame na área afetada e determinará o tratamento adequado. Você pode dar um analgésico para evitar que a criança sofra até chegar ao consultório. Se possível, guarde a parte quebrada do dente e mostre-a ao dentista. No caso de cair o dente em razão de um acidente, leve-o ao dentista o mais rápido possível. Evite tocar muito no dente e procure não limpá-lo. Coloque-o em água ou leite até chegar ao consultório do dentista*. Em alguns casos é possível reimplantá-lo. * Pode ser que seja possível recolocá-lo na boca de seu filho através do procedimento de reimplante. 6 ERUPÇÃO DE DENTES DECÍDUOS E PERMANENTES O ser humano possui duas dentições: a primeira e a segunda. A primeira também é conhecida por dentição de leite. Os dentes de leite começam a aparecer por volta dos 6 meses de idade e completam-se aos 2 anos. É composta por 20 dentes: 10 na maxila e 10 na mandíbula. A primeira dentição não possui pré-molares nem terceiros molares. Observe a tabela abaixo: Erupção Dentes Superiores Dentes Inferiores Incisivo Central 8 meses 6 meses Incisivo Lateral 10 meses 9 meses Canino 20 meses 18 meses Primeiro Molar 16 meses 16 meses Segundo Molar 24 meses 22 meses Queda Dentes Superiores Dentes Inferiores Incisivo Central 7 - 8 anos 6 - 7 anos Incisivo Lateral 8 - 9 anos 7 - 8 anos Canino 11 anos 10 anos Primeiro Molar 10 anos 11 anos Segundo Molar 12 anos 12 anos Os dentes permanentes começam a aparecer por volta dos 6 anos de idade com a chegada dos primeiros molares. Esses dentes erupcionam atrás do último dente decíduo, portanto não ―cai‖ nenhum para que ele erupcione. Por isso muitas vezes é confundido com dente de leite pela mãe. A segunda dentição é composta por 32 dentes sendo 16 na mandíbula e 16 na maxila. Por volta dos 13 - 14 anos a dentição permanente está quase completa, faltando somente os terceiros molares, também conhecidos como dentes do siso ou do juízo, os quais erupcionam por volta dos 18 anos. 7 Nascimento dos Permanentes Dentes Superiores Dentes Inferiores Incisivo Central 8 anos 7 anos Incisivo Lateral 8 - 9 anos 7 - 8 anos Canino 11 anos 9 - 11 anos Primeiro Pré-Molar 11 anos 10 anos Segundo Pré-Molar 11 anos 11 anos Primeiro Molar 6 anos 6 anos Segundo Molar 12 anos 12 anos Terceiro Molar 17 - 20 anos 17 - 20 anos QUAIS SÃO OS SINTOMAS LIGADOS AO NASCIMENTO DOS PRIMEIROS DENTES? Na realidade, os especialistas não chegaram a uma conclusão sobre se o nascimento dos dentes por si só provoque sintomas, como diarreia, febre ou mau humor. Muitos profissionais acreditam que essas manifestações não tenham relação com a dentição e que simplesmente coincidam com ela. Ainda assim, muitos pais contam que seus bebês ficam muito irritados e até doentes quando os dentinhos estão despontando. Nem todas as crianças, no entanto, sofrem da mesma forma nesta fase. Os sintomas mais comuns relacionados à erupção dos dentes são: Baba (que pode depois provocar uma irritação na pele ao redor da boca) Inchaço e sensibilidade na gengiva Irritabilidade e mau humor Tentativa de morder tudo o que está pela frente Falta de apetite Problemas para dormir Apesar de alterações no cocô, nariz escorrendo e febre serem também sintomas apontados por diversas famílias quando um novo dente está surgindo, a maioria dos especialistas não acha que a dentição é a culpada por eles e que outros sinais de alguma doença é que devemser procurados. O pediatra T.Berry Brazelton diz, no entanto, que o estresse associado à erupção dos dentes pode baixar a imunidade e deixar os bebês mais vulneráveis a infecções. Na dúvida, se você achar que seu filho não está bem, tire a temperatura dele para verificar se está com febre e procure o médico para examiná-lo. Muitas vezes, infecções de ouvido podem 8 incomodar demais uma criança sem os pais perceberem de onde vem o problema. É preciso tomar cuidado para não atribuir um mal-estar ao nascimento dos dentes e deixar de tratar uma infecção que precise de outras medidas. Existem ainda situações raras em que os dentes apresentam dificuldade de romper, causando grande inchaço e vermelhidão na gengiva. Com aparência de "bolas vermelhas", os chamados cistos de erupção provocam desconforto para a criança, como irritabilidade, dor na gengiva e relutância para se alimentar. O que fazer para amenizar o desconforto dos dentes? Um mordedor daqueles que podem ser armazenados por alguns minutos na geladeira geralmente alivia o incômodo na gengiva. Se o bebê já estiver se alimentando com comidas normais, alimentos mais frios como um purê de maçã, um pudim de leite ou um iogurte de frutas podem ajudar também. Um método simples que não envolve alimentos é passar um dedo bem limpinho pela gengiva inchada do seu filho. Faça uma massagem firme até ouvir um barulhinho da fricção, que será, além de tudo, uma ótima distração. O alívio é temporário, mas o bebê ficará agradecido e, acima de tudo, confortado pelo seu toque. Se nada disso ajudar, alguns médicos costumam receitar analgésicos à base de paracetamol. Mas consulte sempre o seu pediatra antes de dar qualquer medicação ao bebê, porque a prescrição depende do peso e da idade do seu filho. Nunca dê nenhum remédio com aspirina na fórmula, já que seu uso está associado a uma doença que pode ser fatal, a Síndrome de Reye, além de poder desencadear processos alérgicos e hemorrágicos. Posso passar aquelas pomadas para aliviar a dor? Pomadas tópicas para as gengivas devem ser receitadas pelo médico, porque elas podem causar reações alérgicas. Produtos que contêm benzocaína requerem ainda mais cuidado. É raro, mas podem provocar uma grave condição em que a quantidade de oxigênio no sangue cai para níveis perigosamente baixos. Nos Estados Unidos, por exemplo, é proibido vender produtos à base de benzocaína sem receita médica para crianças de menos de 2 anos. Outra complicação das pomadas é que não ficam exatamente no lugar em que são aplicadas. Mesmo se espalhadas diretamente na gengiva do bebê, ele pode acabar engolindo parte do creme ou gel junto da saliva, provocando um amortecimento na garganta, que pode causar sensação ruim, engasgo, dificuldade de engolir, aspiração de alimentos para as vias respiratórias e até problemas para respirar. 9 Chupetas e sucção do dedo É preferível a chupeta ou a sucção de dedo? Chupeta arredondada ou ―ortodôntica‖? Tanto a sucção de dedo quanto a chupeta (inclusive a chamada ―chupeta ortodôntica‖) estão associadas com alterações na arcada como mordida aberta e mordida cruzada, alterações na posição da língua e lábios, deglutição e respiração. A deformidade será maior ou menor dependendo da freqüência (quantas vezes e quanto tempo a criança suga por dia), intensidade (força usada para sugar) e duração do hábito (quantos meses ou anos de sucção). Comparando com a chupeta convencional, a chupeta anatômica (ou ―ortodôntica‖) apresenta a vantagem de manter os lábios em melhor posição e interferir menos na alteração do palato. A interrupção do hábito de sucção ocorre em idade mais precoce para a chupeta do que para a sucção de dedo, sendo este último um hábito com maior dificuldade para ser regulado pelos pais. Até que idade a chupeta deve ser removida? Até 2 anos de idade existe maior chance de ocorrer a correção espontânea da mordida aberta após retirada da chupeta ou sucção de dedo. Após 3 anos, as alterações geradas pelo hábito na posição de lábios e língua podem manter ou agravar as deformidades da arcada. Entretanto, bebês e crianças podem apresentar necessidades de sucção variadas e cada caso deve ser analisado no contexto do seu desenvolvimento global. Os pais devem impor disciplina e limite, desviando a atenção nos momentos em que a chupeta está na boca sem os movimentos de sugar, até que a criança esteja preparada para a retirada total. O uso de chupeta é mais freqüente em bebês alimentados com mamadeira? O aleitamento com mamadeira é mais rápido do que a amamentação no peito e o bebê pode não satisfazer de forma plena a necessidade de sucção, recorrendo ao dedo ou chupeta. A alta freqüência destes hábitos pode ser conseqüência do curto período de amamentação no peito. O uso da chupeta poderia ser a causa do desmame do peito? Alguns estudos científicos demonstraram que a chupeta seria determinante como a causa do bebê ter interrompido a amamentação no peito, o que gerou a proibição do uso de chupeta em algumas maternidades. Pesquisas posteriores demonstraram que a chupeta interferiu na amamentação quando a mãe apresentava dificuldades para amamentar, desconforto e pouca motivação, não afetando a duração da amamentação entre mães autoconfiantes. A introdução precoce da chupeta (até 5 dias de vida) comparada com o uso tardio (mais de 4 semanas) reduziu a duração do aleitamento materno. A recomendação de bom-senso é evitar o uso da chupeta nos primeiros dias de vida, contrapondo a cultura popular de levar a chupeta para a maternidade, para que a amamentação no peito possa ser bem estabelecida. A chupeta é um mal necessário? Acalma o bebê? As pesquisas têm demonstrado grande aumento na porcentagem de crianças com hábitos de sucção em países industrializados a partir de 1970, indicando que existe oferta excessiva de chupetas até mesmo para bebês que não iriam recorrer à sucção adicional de dedo. Isto leva à reflexão sobre o uso de chupeta como agente mascarador de outras necessidades dos bebês como desconforto, susto, fome, cansaço, insegurança ou desejo de afeto, que também se expressam por meio do choro. Existe algum benefício com o uso da chupeta? Quando ela pode ser útil? Em mães com boa saúde e nutrição, é mais fácil para o bebê obter o leite suficiente para satisfazer a fome; se ele continuar mamando para suprir a necessidade de sucção poderá ocorrer a regurgitação do excesso de leite. Nestes casos, a chupeta pode atuar como complemento de sucção, por alguns minutos, para trabalhar os músculos faciais, e deve ser retirada assim que terminar os movimentos ou quando o bebê 10 dormir. A intenção não é criar o hábito pela insistência em fazer a criança ―pegar‖ a chupeta, mas satisfazer a sucção que faltava. Desta forma, a chupeta se torna útil também para prevenir a instalação do hábito de sucção de dedo. Existe alternativa para o uso da chupeta? Nas primeiras semanas, o aleitamento em demanda livre, um ambiente calmo e relaxante e os cuidados maternos podem ser suficientes para evitar a necessidade por sucção extra. A partir de 2 a 3 meses, mordedores planos e brinquedos variados, limpos e seguros, que possam ser levados à boca, ajudam a distrair o bebê para evitar a procura pela sucção de dedo ou chupeta. RESPIRAÇÃO BUCAL O homem foi programado para ter a respiração nasal. Quando isso não ocorre, substitui o padrão correto de respiração por um padrão de suplência bucal ou misto. A respiração bucal é muito rara; o comum é o paciente não conseguir respirar livremente pelo nariz. O nariz é uma estrutura complexa e com várias funções. Aprendemos desde cedo as funções de olfação filtração e condicionamento do ar, seja aquecendo e umedecendo ou mantendo interelação com outras estruturas, tais como seios para-nasais, canal lacrimal, ouvidomédio e amígdalas faríngeas. Caso o obstáculo à respiração seja temporário, a criança poderá recuperar-se sem que alterações se efetivem. Caso a alteração se prolongue, alterações osteomusculares podem desenvolver-se. Nos casos de rinite alérgica, há o edema da mucosa dos cornetos nasais, que provoca vedamento nos orifícios dos seios da face, interferindo na aeração e permitindo deformidades na face. Com a permanência da alteração respiratória, agrave-se toda a mecânica da respiração, chegando à alterações do equilíbrio das forças musculares torácicas e posturais. Como os ombros comprimem o tórax, dificultam o processo respiratório, levando a afundamentos que diminuem o espaço interno da caixa torácica. Dessa forma, temos algumas características do respirador bucal: assimetria torácica; depressão submamária; ombros antero-pulsionados; escapulas salientes; hipersifose; hiperlordose; escoliose e rotação do tronco. Toda má formação óssea maxilar ou manipular leva a problemas respiratórios, que, por sua vez, sendo uma alteração estrutural, causarão uma alteração funcional. A disfunção muscular tem sido responsabilizada pelas alterações morfofuncionais que se apresentam em decorrência da adaptabilidade entre forma e função. A postura labial é definida por um padrão de hipofuncionalidade tanto no lábio superior quanto no inferior, sendo que o lábio superior apresenta-se encurtado e o inferior invertido. 11 São compostos de tecidos moles e estão envolvidos no fechamento, arredondamento, protusao e compressão, entre outros. São as mudanças de posição feitas pelos lábios que determinam a produção dos movimentos articulatórios, por isso, indispensáveis a fala. Portanto, uma criança respiradora bucal pode apresentar alteração de fala, em decorrência de sua hipotonia de lábios e língua. Em função das reduzidas proporções das aberturas nasais e de obstruções das vias aéreas superiores, pela presença de adenóides hipertróficas, rinites, hipertrofia de cornetos, desvio de septo, pólipos, o organismo desencadeará um padrão de respiração bucal. Também pode haver processos alérgicos, que estão muitas vezes associados à hipertrofia de amígdalas e das mucosas nasais, gerando uma alteração na deglutição e na postura de língua, em repouso ou em ação. O respirador bucal pode apresentar as seguintes características: - Alteração dos órgãos fonoarticulatorios (hipotrofia, hipotonia e hipofunção dos músculos elevadores da mandíbula, alteração de tônus com hipofunção dos lábios e bochechas, lábio superior retraído ou curto, e inferior evertido ou interposto entre os dentes, lábios secos e rachados com alteração de cor, gengivas hipertrofiadas com alteração de cor e freqüentes sangramentos); - Língua com postura anormal posicionada na arcada inferior ou entre os dentes, deixando de exercer sua função modeladora do palato e também com tonicidade prejudicada; - Alterações corporais (deformidades toráxicas, musculatura abdominal, olheiras com assimetria de posicionamento dos olhos, olhar cansado, cabeça mal posicionada em relação ao pescoço, trazendo alterações para a coluna no intuito de compensar o mau posicionamento, ombros caídos para frente comprimindo o tórax, assimetria facial, indivíduo muito magro e às vezes obeso, e sem cor); - Alterações das funções orais ( mastigação ineficiente levando a problemas digestivos e engasgos pela incoordenação da respiração com a mastigação, deglutição atípica com ruído, projeção anterior de língua, contração exagerada de orbicular, movimentos compensatórios de cabeça, fala imprecisa, trancada, com excesso de saliva, sem sonorização pelas otites freqüentes, com alto índice de ceceio anterior ou lateral e voz rouca ou anasalada); - Hipertrofias de adenóides (tem seu desenvolvimento desde o período intra uterino); Linder – Aronson (1961), percebeu que as crianças com adenóides desenvolvidas costumavam manter a língua em posição inferior na boca. Encontrou a relação entre adenóides hipertrofiadas e arco dental superior estreito, mordida cruzada e tendência a essa forma de mordida, e retro – inclinação dos incisivos superiores e inferiores. Linder – Aronson atribuiu a retro – inclinação dos incisivos superiores, à influência dos músculos do lábio superior quando a boca estava aberta. - Estrutura facial alterada. (Dolicofacial ou dolicocefálico ou face longa e estreita: flacidez de toda a musculatura da face); - Estreitamento da arcada superior gerando uma má oclusão dentária e espaço insuficiente 12 para a língua (sendo a alteração mais comum em relação a dentição a classe II, divisão I e II de Angle, "over jet", mordida cruzada ou aberta e classe III), e alterações do palato e da narina, desvio de septo. Um outro estudo realizado por Nanda e seus colegas (1972) investigou um grupo de 2.500 crianças de dois a seis anos de idade na cidade de Lucknow, na Índia. Foi encontrada respiração bucal em 27,3 % dessas crianças. Não foi relatada nenhuma associação entre a presença de deglutição atípica e a respiração bucal, embora as crianças que apresentaram ambos os hábitos demostrassem problemas de má oclusão de Classe I em menor número e maior incidência da Classe III. - Olfato prejudicado, também acompanhado pela diminuição gustativa, halitose e redução do apetite; - Mau funcionamento da tuba auditiva (caracteriza-se por apresentar a membrana timpanica opacificada e retraída, em conseqüência da ventilação nasal deficiente); - Diminuição da acuidade auditiva, repetitivas otites médias serosas, membrana timpânica alterada, surdez; - Coração super excitado, batimentos arrítimicos, cardiopatias várias (principalmente em crianças com excesso de peso, pois não tem ânimo ou resistência para fazer esportes, a não ser natação, quando reforça seu padrão respiratório), lentidão do aparelho digestivo, desordens intestinais, tosse amigdalite repetitiva, anemia, rinofaringites crônicas, cefaléias, problemas pulmonares, traquio-bronquites, bronquiectasias, crises asmatiformes, sinusite; - Má oxigenação cerebral ocasionando dificuldade de atenção e concentração e com isso problemas de aprendizagem. Com relação ao tipo facial do respirador bucal, podemos citar algumas características: altura facial aumentada com provável mordida aberta esquelética, nariz verticalmente mais longo e com maior protusao, ponte nasal e raiz do nariz com tendência a ser muito mais altos, arco maxilar e palato duro mais longos, estreitos e profundos, ângulo mandibular (goníaco) aberto, base posterior do crânio mais curta e arco dentário longo e estreito, musculatura em geral estriada e hipotônica, lábio superior em hipofuncao e com hipertonia do mesmo, hipertonia de mentalis, língua mais anteriorizada, mastigação ineficiente, deglutição com interposição de língua e participação ativa da musculatura perioral, enfraquecimento dos fonemas plosivos e de /k/ e /g/ pela distância entre o dorso da língua e o palato. Ao nível de crescimento horizontal, citaremos a classe II (divisai I e II de Angle) e classe III. Na classe II, os primeiros molares inferiores estão distalizados em relação aos primeiros molares superiores. Em geral, o arco mandibular é menor em relação ao maxilar. Pode haver mandíbula diminuída ou maxila aumentada, ou ambos com alteração de tamanho e discrepância entre eles. A maxila, em geral, é longa e estreita. Na classe II - divisão I, encontramos o lábio superior hipofuncionante e às vezes hipotônico, lábio inferior retrovertido, mentalis hipertônico, deglutição com interposição do lábio inferior 13 atrás dos dentes superiores, tendência a anteriorizacao de mandíbula para aumentar o espaço intra - oral nas funções de fala e deglutição, e se houver sucção do lábio inferior, esse pode ficar hipertônico. Em relação à classe II - divisão II, encontramos uma musculatura labial normal ou hipertonicidadede lábio superior, posicionamento inadequado em fonemas bilabiais, onde a oclusão labial é substituída pela oclusão de lábio inferior com incisivos superiores, sibilantes com deslize mandibular anterior ou lateral e projeção da língua sobre os rebordos da arcada. Na classe III os primeiros molares inferiores relacionam-se mesialmente em relação aos superiores, o arco mandibular maior em relação ao maxilar, pois a mandíbula cresceu muito ou a maxila cresceu pouco ou ambos, língua hipotônica, larga e no assoalho da boca. Na mastigação, utiliza o dorso da língua esmagando o alimento contra o palato, realizando-se mais verticalmente e sem lateralização de mandíbula, a deglutição realiza-se com pressão atípica do dorso da língua e com participação da musculatura perioral, há anteriorização de língua, e movimentos associados de cabeça. Holik (1958) constatou que 85% de um grupo de crianças que respiravam pela boca apresentavam subdesenvolvimento da musculatura oral. Wotson e associados (1968) divulgaram uma pesquisa segundo a qual as crianças com face longa e estreita, ou com palato ogival tinham uma resistência maior à respiração nasal do que aquelas de face curta e larga, ou palato largo e baixo. Hanson e Cohen (1973) identificaram uma relação entre a presença de respiração bucal e a permanência ou desenvolvimento de deglutição atípica no grupo por eles pesquisado. Temos como classificação dos respiradores bucais: Respirador bucal orgânico: apresenta obstáculos mecânicos que podem ser nasais, retronasais e bucais. São diagnosticados através da clínica e de radiografia. Temos como exemplos: estenose nasal a atresia maxilar, retrognatismo, alteração de tônus, postura e tamanho de língua, entre outros. Respirador bucal funcional: esse tipo de respirador bucal geralmente já foi submetido à tonsilectomia e também amigdalectomia, mas permanecem respirando pela boca, mesmo tendo o trato respiratório superior permeável. Apresentam quadros de catarros repetitivos, características das rinites alérgicas. Respirador bucal impotente funcional: respiradores bucais que desencadeiam quadro alterado de respiração por disfunção neurológica. Muitos desses quadros estão acompanhados de alterações psiquiátricas. Citaremos abaixo as conseqüências da respiração bucal: 14 - Rendimento físico e escolar diminuídos por dormirem mal; incoordenação global; - Impaciência, irritabilidade, inquietude, ansiedade, medo; - Relacionamento social, familiar e afetivo reduzidos; - Cansaço, depressão, impulsividade, desânimo; - Crescimento físico diminuído decorrente da má alimentação; - Alteração da fala, provenientes das deformidades dos dentes e da face; - Otites acompanhada de um quadro de hipertrofia das adenóides, podendo levar a diminuição da audição; - Sono agitado e pesadelos; - Não dorme na posição que quer, mas sim na que pode (decúbito ventral ou de lado); - Sono durante o dia; - Enurese noturna e cai da cama; - Suga o polegar, chupetas ou rói unha; - Ronco noturno e excesso de baba no travesseiro; - Expressão facial vaga; - Redução do apetite, alterações gástricas, sede constante, engasgos, palidez; http://2.bp.blogspot.com/-mHhkCtYNjq8/T-Egg1Dc1GI/AAAAAAAAFPc/i1uRF0G4J4c/s1600/degluti%C3%A7%C3%A3o.jpg 15 Deglutição atípica: A Deglutição atípica ocorre devido a desequilíbrio entre a língua, lábio e músculos da bochecha, caracterizando-se por uma participação ativa da musculatura perioral. Causas da Deglutição Atípica: - Desequilíbrio do controle nervoso - problema neurológico. - Respirador bucal. - Pode ser adquirido em conseqüência de problemas crônicos como amigdalite ou faringite, que forçam o posicionamento da língua para frente, principalmente durante a deglutição para aliviar a dor. - Macroglossia. - Anquiloglossia. - Mordida Aberta Anterior. - Perdas precoces de dentes decíduos na região anterior. Características da Deglutição Normal: 1 - Deglutição Infantil Normal: - observada apenas antes da erupção dos dentes decíduos. - durante a deglutição, a língua permanece entre os rebordos gengivais. A mandíbula é estabilizada por fortes contrações dos músculos faciais. - o músculo bucinador é particularmente potente na deglutição infantil. 2 - Deglutição Madura Normal: - é caracterizada pela ausência de atividade dos lábios e da bochecha, contração dos músculos elevadores da mandíbula, que leva à oclusão dos dentes e à acomodação da língua na cavidade bucal. Características da Deglutição Atípica: 1 - Com interposição labial: - lábios entreabertos quando em repouso. - musculatura labial inferior hipertônica, interpondo-se entre os incisivos superiores e inferiores. - musculatura labial superior hipotônica. - incisivos inferiores com inclinação lingual e os superiores vestibularizados. - sobressaliência e sobremordida acentuada. - Maloclusão Classe II. 2 - Com interposição lingual: 1 - simples: É caracterizada pela contração dos lábios, músculos mentoniano e elevadores da mandíbula. Dentes em oclusão enquanto, a língua se protrai para a mordida aberta. Geralmente, crianças respiradoras nasais com hábitos de sucção de dedos. 16 Apresentam bom ajuste oclusal e boa intercuspidação, mesmo na presença de uma maloclusão. 2 - complexa: Contrações dos lábios e dos músculos facial e mentoniano. Nenhuma contração dos músculos elevadores da mandíbula. Interposição da língua entre os dentes e deglutição com os dentes separados. Mordida aberta difusa e difícil definir. Algumas vezes não apresenta mordida aberta. Instabilidade de intercuspidação. Geralmente, respiradores bucais e quase sempre com histórico de doença nasorrespiratório crônico ou alérgico. 3 - Deglutição Infantil Persistente: Persistência predominante do reflexo de deglutição infantil após a erupção dos dentes permanentes. Fortes contrações dos lábios e da musculatura facial. Interposição da língua entre os dentes, tanto na parte anterior como na lateral. Musculaturas facial e bucal poderosas, fortes contrações do músculo bucinador. Os pacientes apresentam sérias dificuldades na mastigação, pois os dentes quase sempre ocluem apenas sobre um molar de cada quadrante. Tratamento: - Para corrigir a deglutição atípica com interposições lingual e labial, é necessário o trabalho conjunto do otorrino, fono, odontopediatra e do ortodontista. - Placas reeducadoras e impedidoras - grade lingual - podem auxiliar no tratamento. - Crianças, com interposição do lábio inferior, em caso de Classe II, devem ser avaliadas pelo Ortodontista para determinar o momento oportuno do início da correção da maloclusão. As principais características são: Labioversão dos incisivos superiores. Linguoversão dos incisivos inferiores. Protrusão da maxila. Retrusão da mandíbula. Mordida aberta anterior. Sobremordida. Hiperatividade da musculatura mentoniana. Posturas incorretas O hábito de dormir com a mão, braço ou almofadas sob o rosto provoca uma compressão desigual que pode ocasionar um crescimento assimétrico da face. A arcada dentária pode desviar-se ou atrofiar-se no lado da pressão exercida, resultando em 17 mordidas cruzadas unilaterais ou bilaterais, e afecções da ATM. O hábito de dormir em decúbito ventral também promove uma compressão do rosto sobre o travesseiro, provocando um desvio lateral da mandíbula ou linguoversão dos dentes. O hábito da criança de sustentar a cabeça com o auxílio de uma ou ambas as mãos, com os cotovelos sobre a mesa ou sobre o sofá para ver televisão, pode provocar alterações de desenvolvimento da mandíbula e em sua relação com o complexo nasomaxilar. Onicofagias Apesar de a onicofagia ser relacionada ao hábito de roer unha, do ponto de vista ortodôntico deve considerar também os hábitos demorder lápis ou palitos, pois esses hábitos todos causam as mesmas anomalias. A sua etiologia inclui, principalmente, estresse e imitação de membro da família e, entre as consequências bucais, pode citar maloclusão e desvio de dentes. Importante! Pelo lado emocional relacionado com o estabelecimento de hábitos, sugere-se o uso de medidas não traumáticas para sua remoção. É muito importante a abordagem familiar nesses casos, e o entendimento do momento pelo qual a criança ou a família está passando, para se avaliar a melhor forma de se descontinuar o hábito. A abordagem familiar também é importante para serem trabalhados hábitos que podem ser comuns a vários de seus membros. Em muitos casos, um trabalho conjunto com um psicólogo pode ser necessário, para se evitar que a descontinuidade do hábito cause um problema psicológico. 18 19 20 21 - Observar se a criança apresenta protrusão dos dentes incisivos superiores, pois isso à torna mais vulnerável aos traumas bucais. - Sempre ter um adulto com as crianças quando estão brincado na piscina, ela é um dos locais com grande índice de trauma dentário. - Use escada na entrada e saída das piscinas. - Os passeios bicicleta devem ser acompanhados sempre pelos adultos. - Evite situações de risco, como uso de andadores para bebes. 22 - Evite dar golpes na boca e brincadeiras com objetos perigosos. Pouco se tem feito para promover informação educativa básica à comunidade quanto ao trauma dentário, causas, conseqüências, medidas básicas de atendimento emergencial e prevenção. Ao levar o conhecimento à população, ela participara. Prestando os primeiros socorros, o que limitara o dano na região afetada. O traumatismo dentário não só compromete a integridade da dentição, como também poderá afetar a autoestima, a qualidade de vida e, dependendo do caso, acompanhar o individuo pelo resto da vida. Por isto, é importante conhecer e realizar os primeiros socorros adequados no momento da emergência. COMO OS ADOLESCENTES PODEM MANTER DENTES SAUDÁVEIS E BRILHANTES? A melhor maneira de se ter dentes saudáveis e um sorriso bonito é continuar com os bons hábitos de higiene bucal adquiridos na infância. Independentemente do uso de aparelhos ortodônticos, o importante é: Escovar os dentes no mínimo três vezes ao dia usando um creme dental com flúor, para remover a placa bacteriana, que é a principal causa da gengivite e das cáries. Usar fio dental diariamente para remover a placa bacteriana instalada entre os dentes e sob a linha da gengiva. Se a placa não for retirada diariamente, pode endurecer e formar o tártaro, uma substância amarelada e de aparência desagradável. Limitar a ingestão de açúcar e alimentos que contém amido, principalmente os pegajosos (que grudam na superfície dos dentes). Consultar o dentista periodicamente para um exame profissional detalhado e uma limpeza ou profilaxia. Uma boca asseada e bem cuidada não somente prolonga a vida dos dentes como também faz o indivíduo se sentir bem, com hálito fresco e um sorriso mais bonito. Sobre que assuntos especiais, relacionados com os dentes, os jovens deveriam estar informados? Problemas dentários podem acontecer na adolescência e, infelizmente, eles realmente acontecem. Com mais informações sobre temas que afetam a saúde bucal, as escolhas se tornam mais fáceis. Ortodontia — Muitos adolescentes e pré-adolescentes precisam usar aparelhos para corrigir os dentes mal posicionados ou muito juntos, e o mau alinhamento das arcadas. É mais difícil cuidar de dentes que não se ajustam bem. Esses dentes correm o risco de precisarem ser extraídos e causam um esforço extra nos músculos da mastigação. A avaliação de um Ortodontista poderá determinar se você precisa usar aparelho e 23 qual o tratamento correto. O uso de aparelho exige uma escovação ainda mais rigorosa. Protetores bucais — Se você pratica esportes, estes protetores são indispensáveis para proteger seu sorriso. Os protetores bucais geralmente cobrem os dentes superiores e são feitos para evitar que eles sejam traumatizados, que os lábios sofram cortes ou que outros possíveis danos ocorram na sua boca. Se você usar aparelho ortodôntico ou prótese na arcada inferior, seu dentista poderá sugerir que você também use um protetor para os dentes inferiores. Nutrição — A alimentação tem um papel fundamental na sua saúde bucal. Os açúcares e amidos em muitos alimentos e bebidas contribuem para a formação da placa bacteriana, que destrói o esmalte do dente. Reduza a ingestão de lanches e refrigerantes. Cada vez que você consome alimentos e bebidas que contém açúcar ou amidos, os ácidos atacam seus dentes durante 20 minutos ou mais. A adoção de uma dieta equilibrada, baseada nos cinco grupos de alimentos, pode fazer uma grande diferença para a saúde de sua boca. Como lanche, escolha alimentos nutritivos, como, por exemplo, queijo, verduras cruas, iogurte natural ou frutas. Fumo — Se você não fuma ou nem mastiga tabaco, resista e não comece com esses hábitos. Eles podem manchar seus dentes e gengivas, tornar mais forte a mancha do tártaro que se acumula nos dentes e produzir mau hálito, além de outros problemas de saúde. Com o passar do tempo, o fumo e o hábito de mastigar tabaco aumentam o risco de gengivite e câncer na boca. Se você faz uso do tabaco, informe seu dentista e seu médico e avise-o se houver qualquer problema bucal. "Piercing" na boca — apesar da sua popularidade, este tipo de "piercing" pode causar complicações tais como infecções, sangramento incontrolável ou danos a um nervo. Você também corre o risco de engasgar com os pinos e argolas. As jóias de metal podem danificar seus dentes e sua gengiva. Se estiver pensando em fazer "piercing" oral, fale com seu dentista. Ele poderá ajudá-lo a fazer uma escolha mais segura. Distúrbios alimentares — a bulimia (comer demais e vomitar) e a anorexia (medo excessivo de ganhar peso que, muitas vezes, resulta em vômitos) são problemas graves de saúde que afetam diretamente a aparência dos dentes, corroendo o esmalte. O dentista pode corrigir o esmalte deteriorado, mas não pode tratar o distúrbio alimentar, que pode levar ate à morte e deve ser tratado com um psicólogo. Se você tem - ou acha que tem - um distúrbio deste gênero, fale com seu médico. O que fazer para deixar meus dentes mais brancos? Uma boa limpeza ou profilaxia, feita por seu dentista, remove a maior parte das manchas externas causadas pelos alimentos e pelo tabaco. O uso de um creme dental branqueador especial também pode ajudar a remover estas manchas até o momento da sua próxima consulta. Se seus dentes estiverem manchados há muito tempo, é possível que você tenha que fazer um tratamento profissional para branqueá-los. As manchas internas podem ser branqueadas ou recobertas (coroa). Todos estes métodos são 24 seguros e trazem bons resultados. Seu dentista poderá recomendar o tratamento apropriado que depende do estado dos seus dentes e dos resultados desejados. HALITOSE Halitose é o termo científico para o mau hálito e é uma palavra originária do latim halitu (ar expirado) e osi (alteração). É muito importante dizer que o mau hálito é um sintoma e não uma doença. Ele revela que algo no organismo está em desequilíbrio, que deve ser identificado e tratado. A halitose pode isolar o seu portador do convívio social ou então fazer com que ele se retraia. Quem sofre do problema já procurou especialistas de diversas áreas, nem sempre com um resultado satisfatório. Estatísticas realizadas em 1500 pacientes tratados , demonstraram: 65 % dos pacientes já consultaram pelo menos 1 gastroenterologista. 37 % dos pacientes já consultaram pelo menos 1 dentista.35 % dos pacientes já consultaram pelo menos 1 otorrinolaringologista. 15 % - Outras especialidades consultadas: homeopatas, endocrinologistas, acupunturistas, ginecologistas e clínicos gerais. 2 % - dos pacientes já consultaram anteriormente outra clínica especializada em tratamento de halitose. Estes pacientes, entretanto, vieram até uma clínica com a queixa de acreditarem que ainda estavam com halitose. Nos próximos parágrafos demonstraremos porque o mau hálito não é tão simples de ser detectado e tratado por profissionais que não sejam especializados nessa área, pois seu tratamento envolve, além de conhecimento específico em halitose, um conhecimento multidisciplinar. CAUSAS: Existem mais de 60 causas para a Halitose. Aproximadamente 90% dos casos têm origem bucal, especialmente as alterações na gengiva e no periodonto e a presença de saburra lingual, sendo que se for detectado algum problema de ordem médica (ligado ou não ao mau hálito e suas causas), encaminharemos o Paciente ao especialista correspondente, para tratamento conjunto. 25 Uma das causas mais comuns, que é uma causa indireta, é a diminuição da produção de saliva, ocasionada principalmente por remédios que a pessoa possa estar tomando e que diminuam a salivação como efeito colateral, stress excessivo, certas doenças, etc.. Essa diminuição da quantidade de saliva favorece a formação de uma placa bacteriana (camada esbranquiçada) na parte posterior da língua, chamada de saburra lingual e no interior das amígdalas, em forma de uma pequena bolinha amarelada, chamadas cáseos amigdalianos. Elas são formadas por restos protéicos alimentares e salivares, células que se descamam da mucosa bucal e bactérias. Estas bactérias se alimentam das proteínas presentes nestas células e restos proteicos e nesse processo ocorre a liberação de enxofre, em forma de compostos sulfurados voláteis (CSVs), que são os gases que causam um hálito alterado e desagradável. Hoje, através de aparelhos de alta tecnologia, podemos medir a concentração destes compostos derivados do enxofre presentes na boca. Através destes aparelhos pode-se avaliar a intensidade do problema, permitindo também acompanhar a evolução do tratamento, o que é importante para o Paciente, pois ele poderá ver em números, como está o seu hálito (normal ou alterado). Aparelho de Diagnostico o Halimeter (foto). Ele é um importante método auxiliar para confirmar o que foi analisado e diagnosticado em consulta. Entretanto, o uso de sofisticados aparelhos não pode substituir a checagem do hálito pelo olfato humano (chamado de teste organoléptico). De acordo com a quinta Conferência Internacional de Odores da Respiração realizada em 2001 no Japão, o teste organoléptico é considerado o "padrão ouro" (gold standard) para testar e aferir a halitose nos pacientes e nas pesquisas feitas nesta área, ou seja, o teste organoléptico é considerado o método mais confiável e seguro para verificar se há alteração no odor do hálito. Sempre que o profissional tiver dúvidas sobre como está o odor do hálito do Paciente, lançara mão do teste organoléptico para verificar se há alguma alteração. É muito importante evidenciar que as patologias das vias aéreas superiores (sinusites, amigdalites, rinites, adenóides) podem gerar mau hálito principalmente por tornar o Paciente um respirador bucal, o que irá gerar um ressecamento na mucosa bucal e conseqüentemente aumentar a descamação de células (pedacinhos microscópicos de pele), o que irá propiciar a 26 formação de saburra lingual e do cáseos amigdalianos. Os cáseos amigdalianos mencionados acima, pequenas bolinhas mal cheirosas que se formam no interior das amígdalas, semelhantes a uma bolinha de queijo, são a causa mais comum de halitose proveniente das vias aéreas superiores. Entretanto, a manifestação da halitose vinda dos cáseos é através do ar expirado pela boca, pois as amígdalas se localizam na orofaringe, entre a faringe e a boca. Existem muitas causas de halitose vindas de dentro do organismo, mas que correspondem a uma pequena parcela dos casos de halitose. Um causa comum de halitose vinda de dentro do organismo são os longos intervalos em jejum que provocam a hipoglicemia (quem já fez regime para emagrecer sabe disso). É normal ter halitose ao acordar. Isso se dá pelo jejum da noite associado à redução do fluxo salivar que acontece normalmente durante o sono. Após ingerir o café da manhã e escovar os dentes, esse hálito alterado deve desaparecer. Se não desaparecer, existe algum problema que deve ser investigado e tratado. Bebidas alcoólicas e diversos alimentos (principalmente os com excesso de gordura e proteína animal, além do alho, cebola, frituras, alimentos que contenham enxofre, etc.) podem causar uma alteração no aroma bucal, especialmente em pessoas que já tiveram ou têm algum problema no fígado, pela dificuldade deste em metabolizar certas substâncias presentes nesses alimentos. É importante mencionar que o estômago não provoca o mau hálito crônico, podendo entretanto, provocar uma alteração breve e passageira no odor do hálito. Um exemplo disso é quando a pessoa é portadora de um refluxo gastro-esofágico ou ainda quando tem arrotos freqüentes, mas em ambos os casos, o odor característico é ácido ou do odor do alimento que estiver no estômago, bem diferente do cheiro característico da halitose crônica, que tem odor de enxofre. O intestino preso ou a diarréia podem, muito raramente, causar o mau hálito. Diabetes, disfunção renal grave, carência de vitamina C e outras doenças ou disfunções mais raras também podem causar alteração no odor bucal, mas a ocorrência destas dooenças ou disfunções correspondem a uma porcentagem mínima dos casos, se compararmos com os casos de origem bucal. TRATAMENTO DA HALITOSE: Recomendamos a consulta de avaliação apenas para quem tem dúvida sem tem halitose. Se o Paciente tiver certeza que tem mau hálito, recomendamos que ele marque uma consulta para fazer a consulta de Avaliação e iniciar o Tratamento no mesmo dia, pois assim os resultados ocorrerão mais rapidamente, podendo ter ótimos resultados em poucos dias. Para tratar a halitose é preciso olhar para o Paciente como um todo pois é comum existirem causas associadas. O aspecto 27 emocional tem muita influência, pois muitas vezes pode causar uma hiposalivação (diminuição da quantidade de saliva) ou então a hipoglicemia (nível baixo de açúcar no sangue), ambas com potencial de causar o mau hálito. Paciente preencherá questionários para avaliar seu nível de stress e também diversas funções do organismo tais como: função renal, hepática, digestiva, pulmonar, endocrinológica e avaliação de quaisquer problemas nas vias aéreas superiores. São feitos também alguns testes e avaliações como, por exemplo, a mensuração da concentração dos gases derivados do enxofre produzidos na boca (através do halímetro), verificação do fluxo salivar (sialometria), da pressão arterial e batimentos cardíacos, diagnóstico da presença de ronco e apnéia e da xerostomia (sensação de boca seca) ou hiposalivação (baixa produção de saliva), entre outros. Além disso, será avaliado criteriosamente os aspectos psicológicos relacionados com o mau hálito, especialmente as alterações comportamentais decorrentes da halitose (ou da crença em ter o problema) que o Paciente adquiriu. A seguir é feito um exame bucal completo. Nesse exame será avaliado as condições dos dentes, gengiva, periodonto, tecidos moles (lábios, bochechas, etc.), língua, amidalas e como está a higiene bucal do Paciente. Com esses dados reunidos chega-se a um diagnóstico da(s) causa(s) do mau hálito, e é instituído um plano de tratamento. Através deste, o Paciente saberá de onde vem seu problema, o que terá de ser feito para resolve-lo, Osresultados são obtidos em média de 01 semana a 45 dias após o início do tratamento. Se existir suspeita de dentes e estruturas adjacentes que possam estar causando halitose como por exemplo, a má adaptação de próteses e restaurações ou problemas periodontais, serão pedidas radiografias, com custo cobrado a parte, para auxiliar o diagnóstico. As escovas de dentes, comum e especial, a sessão de profilaxia (limpeza detalhada dos dentes) bem como todos os produtos necessários, para durar 06 meses de Tratamento, Se pelas radiografias for constatado que existe um comprometimento nos tecidos que envolvem os dentes (periodontite), com presença de tártaro subgengival, perdas ósseas ou bolsas periodontais, o Paciente será encaminhado para realizar o tratamento periodontal, 28 DENTES DO SISO (TERCEIROS MOLARES) QUANDO DEVEMOS FAZER A EXTRAÇÃO? Radiografia dos sisos. O siso, dente do siso. Quando fazer a extração? Dor, antes da remoção, do siso - cárie, ATM ou pericoronarite? Dor, depois da cirurgia, do dente do siso - Dor normal da cirurgia ou Alveolite? Como saber? Problemas, que podem ocorrer antes ou após a extração ou devido a remoção tardia, dos sisos: dor, limitação de abertura da boca, problemas gengivais (como bolsas gengivais, podendo levar a perda de dentes), desalinhamento dos dentes, mais dificuldade, na sua remoção e na reparação, da área alveolar e sintomas de disfunção, da ATM. Siso, significa juízo - Por isso que falam, quando se vai extrair o dente do siso, as pessoas costumam brincar, que ela vai perder o ―juízo‖. Siso, vem do verbo sisar - que quer dizer cortar, separar e não tem relação, com o siso. Mas, popularmente, esse termo é utilizado, para indicar o dente do siso. Os terceiros molares, (conhecidos como dentes do siso ou do juízo), que são em número de quatro, encontra-se atrás dos últimos dentes, era, segundo os estudiosos, muito importante na época em que o homem tinha uma vida selvagem e comia alimentos mais duros. Nem todas as pessoas apresentam os terceiros molares (dentes do siso), ou podem ainda não apresentarem todos os quatro. Porém quando apresentam, geralmente eles encontram-se fora de posição, devido a falta de espaço para o seu nascimento. Por isso, os dentes do siso, 29 acabam por empurrar os dentes vizinhos, fazendo com que os mesmos, entortem todos os outros. Alguns pacientes, podem apresentar, quarto molares (em tamanho normal ou microdentes - dentes pequenos). As causas de dor, nos dentes do siso: É possível que em alguns casos os dentes do siso (ou do juízo) nem cheguem a nascer, ficando assim inclusos ou apareça só uma parte, chamado de semi inclusos e, também podendo ficarem impactados (travados), nos dentes vizinhos. O dente do siso, por ser um dente de difícil higienização, facilmente poderá ser acometido por cáries e gerar problemas gengivais, devido a facilidade de reter os alimentos, podendo comprometer também, os dentes vizinhos. Quando fica semi erupcionado, o dente do siso, pode inflamar o tecido (capuz pericoronário), que pode cobrir parcialmente os dentes, quando eles estão nascendo, inflamação essa, chamada de pericoronarite. Isso provoca dores, bastante fortes, exigindo atendimento profissional para remoção dessa dor. Também, esses dentes, estão em um lugar de difícil higienização, favorecendo ao acumulo de alimentos e ao aparecimento de cárie. Quando devemos manter ou remover, os dentes do siso? Em muitos casos, por não ter espaço para nascerem, os dentes do siso podem empurrar e desalinhar ou outros dentes, provocando problemas de má oclusão dentária e sintomas de ATM ou DTM. Assim sendo, nos casos dos dentes do siso incluso, semi incluso ou impactados, eles devem ser removidos. Obs.: chamamos de dentes do siso incluso ou impactado, quando alguma coisa, como um cisto, osso muito compacto, dentes vizinhos ou principalmente falta de espaço, impediram o nascimento normal desses dentes. Esse problema pode acontecer, com qualquer dente. Os dentes do siso, que não possuem apoio, nos dentes da arcada oposta a ele, podem estruir (crescer) e distalizar (afastar dos dentes vizinhos), podendo levar a cáries e problemas periodontais, por facilitar a retenção de alimentos. Esses dentes também devem ser removidos, para evitar um problema maior. Só mantemos, se o dente do siso estiver nascido e em posição e com seu antagonista (o dente superior ou inferior). Também devemos manter, no caso do siso estiver ocluindo com outro dente (segundo molar, por exemplo) ou na ausência de dente vizinhos a ele ou para ser usado como suporte, de uma prótese fixa. Há casos, que mesmo o siso esteja ocluindo e em posição, pode ser indicado a sua remoção, quando há indicação, para o uso de aparelhos ortodônticos. É possível saber antes mesmo deles eclodirem (nascerem), se a pessoa vai ou não tê-los e quantos serão, se causarão algum problema, se podem permanecer ou se precisar removê-los. 30 Para isso o paciente deverá realizar, exames radiológicos (Rxs panorâmico ou tomografia), afim que se possa diagnosticar, a presença dos mesmos e a sua relação, com os órgãos vizinhos, como dentes, nervo alveolar inferior e cavidade sinuzal. É importante que o diagnóstico seja precoce e o estudo da necessidade ou não, da remoção dos dentes do siso, seja feito, quanto mais jovens for o paciente. O nascimento dos dentes dos sisos é por volta de 17 a 20 anos de idade mas, é possível ter antecipação ou retardamento do nascimento desses dentes, devido a variações genéticas. A idade ideal, para avaliarmos e acompanharmos a evolução (através de radiografias panorâmicas) dos dentes do sisos, é por volta de 16 anos, pois o aumento natural da dureza do osso, que ocorre com o decorrer da idade e características anatômicas da formação e posição em que se encontram os dentes do siso, poderão dificultar a sua remoção, entre outros problemas, que podem causar, se essa cirurgia for feita, tardiamente. Obs.: O ideal para remoção do dente do siso é quando, 1/3 das raízes, estão formadas (a formação desse dente, pode acompanhada, periodicamente, através da radiografia panorâmica). Nos casos de pacientes muitos jovens, em que os sisos ainda não formaram 1/3 de suas raízes, quando for necessário, pode-se remover quando a coroa já estiver formada: a sua remoção é mais fácil, devido a essa coroa ficar dentro de um tecido, chamado capuz ou saco pericoronário e, ao forçar para remover essa coroa, ela acaba rodando, pois não ter ainda o apoio proporcionado pela raiz, no osso. Os siso, que não apareceram, por estarem inclusos ou impactados, podem nascer com mais idade e trazer mais complicações. Nesse caso essa erupção se da, não pela formação da raiz mas, sim pela mastigação dos alimentos, causando a reabsorção do osso gengiva, acima desse dente. Para perfeita visualização do posicionamento dos dentes do siso e órgãos anexos, como dentes vizinhos, posição do nervo alveolar inferior, por exemplo, a radiografia mais indicada é a radiografia panorâmica. Também através desse tipo de radiografia, podemos também, visualizar anomalias, como um cisto odontogênico (cisto esse, originado da formação do dente). Obs.: o cisto é uma lesão benigna, composta de uma membrana em forma de um balão, com líquido no seu interior. Seu crescimento é lento e pode levar vários anos, para ser notado. Podemos encontrá-los, através de uma radiografia; ou se ele tiver atingido um volume muito grande - através da palpação (choque de retorno) ou até quando ele provocar uma fratura óssea, pois, normalmente o cisto é indolor. 31 Nos dentes vizinhos, dependendo do volume do cisto, torna-se necessário tratar ocanal, cujo ápoce das raízes estejam em contato, com esse cisto, pois na cirurgia de remoção desse cisto, fatalmente, irá lesionar, o nervo desses dentes. Cirurgia de Remoção de Cisto odontogênico, com abcesso e fístula apical. O cisto, se não removido, pode ir aumentando, reabsorvendo ou empurrando as estruturas externas, dentes, ossos, ou outras estruturas, podendo causar fraturas, chamadas de fraturas patológicas. Do granuloma periapical, pode levar ao cisto periodontal apical, a partir da proliferação, dos restos epiteliais de Malassez, pela ultrapassagem da lima de canal, pelo ápice do dente, quando é feito o tratamento de canal, por exemplo. Esse cisto, pode sofrer contaminação, por exemplo, devido a problemas, no tratamento de canal. Além das radiografias panorâmicas, em alguns casos podem ser utilizados outros tipos ou técnicas radiográficas, quando temos dúvidas, quando ao posicionamento correto de um dente do siso ou de um supranumerário, por exemplo, na sua relação com os dentes vizinhos ou órgãos anexos. São as tomografias (que são cortes radiográficos transversais). Na arcada superior por exemplo, também é utilizado a técnica de Clark, que consiste em duas tomadas radiográficas com variação de angulação horizontal, facilitando a visualização do supranumerário, por vestibular ou palatino. Para a mandíbula, é usado dois procedimentos distintos: um especificamente para a região dos terceiros molares (para inclusos e impactados ou semi impactados) chamado de Margareth Donovan e o outro para as demais regiões, denominado de Miller - Winter. Tais procedimentos são obtidos através de duas tomadas em ângulo reto, ou seja, uma periapical convencional e outra usando o filme periapical, só que com incidência oclusal (a de Donovan, a oclusal é feita com o paciente de boca aberta, ao passo que na de Miller-Winter, o filme é mantido na boca através da oclusão). Os procedimentos para mandíbula, nos permitem uma visualização direta da localização do incluso ou supranumerário. Algumas pessoas (em raros casos), além dos terceiros molares, podem ter também, quartos molares, podendo chegar a 8 dentes do sisos. Também, existe casos em que, mesmo o dente do siso ter nascido em posição, assim como seu antagonista, temos de remove-los, para evitar perda do dente vizinho por problemas periodontais. Pode-se observar falta de ponto de contato dos dentes do sisos, com os seus vizinhos (segundo molares) causando, com isso retenção de alimentos (impacção alimentar), reabsorção óssea e, podendo, com isso levar a perda do segundo molar, por problemas periodontais. OBS: A falta de contato do dente antagonista (o dente que articula), quer por ter sido 32 removido ou por ausência ou por estar fora de posição, pode causar extrusão e/ou distalização do dente, podendo também, gerar diastemas (espaço entre os dentes) e problemas periodontais. Isso pode acontecer, não só com os dentes do sisos, mas também, com outros dentes. Como é feita a cirurgia para extração, dos dentes do siso? Nas cirurgias de extração dos dentes do siso, normalmente são utilizados instrumentos cirúrgicos, como o cinzel e martelo, que traumatizam e estressam o paciente, devido ao barulho e a impressão que causa (de que a cabeça esta ―implodindo‖), quando esses instrumentos são utilizados. Há outras técnicas utilizadas para remoção dos sisos, evitam praticamente o uso desses instrumentos. Utilizando mínimo esforço para remoção desses dentes, junto de outras medidas de proteção, reduz-se o estresse do paciente e problemas nas articulações temporomandibulares (ATM). A cirurgia para remoção dos dentes do siso, depende inicialmente de uma série de medidas preparatórias, que são efetuadas, antes e após, o procedimento cirúrgico. As medidas que antecedem a cirurgia são: a anamnese (questionário, sobre a saúde do paciente), exame clínico oral e radiológico do paciente e medicações pré operatórias (antibióticos, analgésicos e anti-inflamatórios e calmantes, se necessário). Na cirurgia para remoção dos dentes do sisos, assim como para os diversos outros tipos de cirurgia oral, compreende: 1) O preparo da sala cirúrgica, da paramentação, do campo operatório, da anestesia tópica (anestesia tópica - pomada anestésica), da anestesia infiltrativa (normalmente, feita na arcada superior, devido o osso ser, mais poroso) ou troncular (arcada inferior, pois o osso da mandíbula, é mais compacto). 2) Da incisão, do descolamento do tecido gengival e do tecido que reveste o osso (periósteo), osteotomia (remoção do osso que recobre o dente), odonto secção (corte do dente, em partes, para facilitar, a sua remoção), remoção do dente, osteoplastia (arredondamento, das bordas do osso do alvéolo – cavidade) curetagem - para remover os restos de osso e pedaços de dentes, que porventura possam estar dentro da cavidade. 3) Sutura (pontos), que normalmente são removidos, após 7 dias. As orientações pós operatórias, visam prevenir e reduzir os problemas, que possam ocorrer, durante a fase de recuperação tecidual, da região que foi operada. Problemas esses como: hemorragias, edemas (é normal ocorrer inchaço - chamados de edemas, após a cirurgia). Manchas rochas, também são normais. Dor depois da cirurgia, do dente do siso. O que é Alveolite? Esses problemas podem ocorrer, em cerca de 20% das cirurgias, para extração dos dentes dos sisos inferiores (nos dentes superiores é mais raro) e é chamado de alveolite. A causa pode ser, pela saída do coágulo e entrada, de alimentos na cavidade ou o organismo, está 33 tentando eliminar, um pequeno pedaço de osso. Para esse problema, o paciente tem que voltar para o dentista, afim de que ele possa lavar a cavidade, para remover todos os restos alimentares e o pedaço de osso (se for o caso, fazer uma osteoplastia - arredondamentos das bordas do alvéolo) e colocação de um medicamento, na cavidade alveolar, para reduzir a dor e ajudar, na cicatrização. Com o tempo, nessa cavidade, vai se formado um tecido, de dentro para fora (é chamada de cicatrização por segunda intenção) e os alimentos, não ficam mais retidos. A dor vem dos restos alimentares, que entram na cavidade e acabam fermentando e irritando as terminações nervosas, do osso. 3) O dente do siso não nasceu totalmente, só uma parte apareceu e, ele esta doendo bastante. Não consigo encostar os dentes de cima, com os debaixo, que sinto dor. Inflamação na gengiva e inchaço, no local do dente do siso, parcialmente exposto (periocoronarite). Sua causa: Quando o dente do siso ou outros dentes molares nascem parcialmente, pode ficar um pedaço de tecido, cobrindo parcialmente esse dente, o que pode ocorrer uma inflamação desse tecido (chamada de periocoronarite), pela entrada de alimentos, por baixo dele. Também esse problema, pode ser causado, pelo dente do siso antagonista que, por extrusão, acaba ―mordendo‖ esse tecido, que está cobrindo parciamente, o dente do siso. Isso faz que esse tecido, fique mais inchado e mais traumatizado, pela oclusão do dente oposto ao morder, por consequência, aumentando a dor. Nesse caso é feito, entre outros procedimentos, a limpeza por irrigação por debaixo desse tecido e colocação de uma tira de borracha (pode ser de uma pequena tira, de lençol de borracha, utilizado para tratamento de canal), para manter a drenagem, do local, desgaste do dente antagonista, se for o caso. O tratamento indicado é a remoção desse tecido (ulectomia), quando vamos aproveitar, esse dente ou a remoção desse dente e de seu antagonista. Parestesia, adormecimento ou sensação que a anestesia, não desapareceu, após a cirurgia: O nervo, só de tocar nele, causa parestesia (adormecimento).A recuperação depende do grau da lesão. Quando o adormecimento é na língua, o ramo, do nervo trigêmeo, afetado é o lingual. Quando é o lábio inferior é o nervo, alveolar inferior. A recuperação, pode ser lenta e levar, até um ano ou mais. Normalmente é tratado com fisioterapia com laser infra vermelho e medicamentos, com 34 orientação do profissional. É importante que o tratamento da parestesia, seja feito o mais breve possível, para um melhor resultado. Alguns pacientes, na primeira aplicação, do laser infra vermelho, já nota uma redução do adormecimento. Nota-se, com a continuidade do tratamento, o paciente começa a sentir, uma sensação aveludada, no local que ele sente, o adormecimento. Dentes do Siso: sua influência nos Sintomas da ATM (Articulação Temporomandibular), na sua Disfunção (DTM) e no seu Tratamento: Muitos pacientes nos perguntam, se os dentes do siso, podem causar sintomas e disfunção na ATM ou DTM. Dependendo do caso, se eles estão se formando ou extruiram, por falta do dente antagonista (ou mesmo devido a cirurgia de remoção do siso), eles podem levar o paciente a ter sintomas, com essa origem mas, normalmente, mesmo nesses casos, não é só com a cirurgia, que podemos ter melhoras desses sintomas, pois os dentes do siso, podem já terem alterado, a posição de conforto dos dentes. Nesses casos, tem que fazer o tratamento das disfunções e sintomas relativos as ATMs (ou DTMs), para podermos recuperar o equilíbrio perdido (posição de conforto) dos dentes, músculos, ligamentos, articulações temporomandibulares e, com isso, conseguir a remissão dos sintomas, com essa origem. Sempre antes, de pensarmos em melhorarmos a estética dos dentes, através de movimentações dos dentes (ortodontia) em pacientes jovens ou adultos, recomenda-se antes, avaliar os dentes do sisos, quanto a sua presença e posição, procurando removê-los antes, se esse for o caso, ou acompanhar radiograficamente a sua evolução, para evitar problemas futuros (como desalinhamentos dos dentes - após o tratamento ortodôntico, aumento da dificuldade de remoção destes dentes, problemas de disfunções das ATMs ou DTMs, entre outros), que podem ocorrer mais tarde, para esses pacientes. 35 COMO UM ADULTO DEVE CUIDAR DOS SEUS DENTES? A boa higiene bucal é a condição essencial para manter um sorriso bonito e saudável durante toda a vida adulta. Os adultos também têm cáries e doenças gengivais que podem tornar-se problemas sérios. Durante toda sua vida de adulto é essencial que você continue a: Escovar os dentes no mínimo três vezes ao dia usando um creme dental com flúor para remover a placa bacteriana, aquela película pegajosa que se forma sobre os dentes e que é a principal causa da gengivite e das cáries. Usar fio dental diariamente para remover a placa bacteriana que se instala entre os dentes e sob a gengiva. Se a placa não for retirada, pode endurecer e formar o tártaro, que só poderá ser retirado pelo dentista. Limitar a ingestão de açúcares e alimentos que contêm amido, principalmente alimentos pegajosos. Quanto mais você come entre as refeições, maior a oportunidade dos ácidos da placa bacteriana conseguirem atacar o esmalte dos dentes. Consulte seu dentista periodicamente para um exame profissional detalhado ou uma limpeza. Como adulto o que é importante saber sobre os dentes? Mesmo escovando os dentes e usando fio dental regularmente, podem surgir problemas de saúde bucal na idade adulta. Felizmente, seu dentista pode ajudá-lo a resolver a maior parte desses problemas. A gengivite, no seu estágio inicial, é reversível. Seus sintomas são gengivas avermelhadas, inchadas e sensíveis, com tendência ao sangramento durante a escovação. Se perceber qualquer destes sintomas, converse com seu dentista para evitar problemas mais graves. No estágio avançado, a doença periodontal pode causar a perda dos dentes. A saúde da gengiva também pode afetar a sua saúde geral. Estudos recentes mostram uma possível conexão entre a periodontite (uma doença da gengiva) e outras doenças, como, por exemplo, a diabetes, problemas cardíacos e uma possível ligação com nascimentos prematuros. Para evitar o aparecimento de qualquer doença gengival, escove os dentes pelo menos três vezes ao dia, use fio dental diariamente e faça uma limpeza geral com o dentista. À medida que ficamos mais velhos, as cáries em volta das restaurações (chamadas cáries recorrentes) e na raiz dos dentes se tornam mais comuns. Daí a importância de escovar com um creme dental com flúor, usar fio dental e ir ao dentista periodicamente. Também a sensibilidade pode se tornar mais séria com o avançar da idade. Com o tempo, a gengiva se retrai naturalmente expondo áreas do dente que não são protegidas pelo esmalte. Essas áreas tendem a doer em função da temperatura dos alimentos ingeridos. Nos casos mais 36 graves, pode ocorrer sensibilidade até ao ar frio. Se tiver dentes sensíveis, tente usar um creme dental apropriado. Se o problema persistir, vá ao dentista. A sensibilidade pode indicar a existência de cárie ou fratura no dente. As coroas são usadas para fortalecer os dentes danificados. As coroas recobrem e protegem o dente afetado, fortalecendo-o e melhorando sua aparência, forma e alinhamento. Os implantes e as pontes são usados para preencher o espaço deixado pelos dentes extraídos. Os implantes substituem um ou mais de um dente ou servem de ponto de apoio para a fixação de dentaduras. Consulte o dentista para se informar sobre a possibilidade de implantes no seu caso específico. As próteses fixas são usadas para substituir dentes extraídos. São fixadas aos dentes naturais ou aos implantes situados ao lado dos espaços deixados pelos dentes extraídos. Como posso deixar meus dentes mais brancos? A limpeza geral feita por um dentista remove as manchas causadas por alimentos e pelo tabaco. O uso de um creme dental branqueador também pode ajudar a remover estas manchas até sua próxima consulta. Se seus dentes estiverem manchados há muito tempo, é possível que você tenha que fazer um tratamento profissional para branqueá-los. As manchas internas podem ser branqueadas ou recobertas (coroas). Todos estes métodos são seguros e trazem bons resultados. Seu dentista poderá recomendar o tratamento apropriado, dependendo do estado dos seus dentes e dos resultados desejados. Que efeitos podem a alimentação ter na minha saúde bucal? Além de influenciar a saúde geral, a alimentação adequada é requisito básico para a manutenção de dentes e gengivas saudáveis. Uma alimentação balanceada dá aos tecidos da gengiva e dos dentes os nutrientes e minerais de que necessitam para permanecerem fortes e resistirem a infecções que podem levar à gengivite. Além disso, os alimentos fibrosos (como as verduras e frutas) ajudam a limpar os dentes e tecidos gengivais. Os alimentos moles e pegajosos tendem a ficar presos entre os dentes, produzindo mais placa bacteriana. Quando você consome alimentos e bebidas que contêm açúcar e amido, as bactérias da placa produzem ácidos que atacam seus dentes durante 20 minutos ou mais. Para reduzir o dano ao esmalte dos dentes, limite o consumo de alimentos e bebidas entre as principais refeições. E quando você comer entre as refeições, escolha alimentos nutritivos como queijo, verduras cruas, iogurte natural ou frutas. 37 A SAÚDE GERAL E BUCAL DA MULHER Há uma relação entre minha saúde bucal e minha saúde geral? No caso das mulheres, um número cada vez maior de estudos relaciona as enfermidades gengivais com uma variedade de problemas que afetam a saúde da mulher. Como a gengivite é uma infecção causada por bactérias, estas podem entrar na corrente sangüínea e tornar-se causa de outras complicações: Problemas Cardíacos: Indivíduos
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