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1 Aguda = desenvolvimento da manifestação clinica rapidamente Crônico = processo mais lento Esporotricose -Fungo • Complexo Sporothrix Schenckii ↪ Fungo dimórfico (ou seja, apresenta duas formas, no ambiente é na forma de micélio e no hospedeiro é na forma de levedura) ↪ Distribuição mundial (ocorre no mundo todo, mas é problema maior em países em desenvolvimento, é mais uma doença de caso negligenciada) ↪ Seis espécies filogenéticas: ↳ Sporothrix albicans; ↳ Sporothrix brasiliensis; (presente na maioria dos casos no Brasil) ↳ Sporothrix globosa; ↳ Sporothrix luriei; ↳ Sporothrix mexicana; ↳ S. schenckii. (primeira espécie a ser identificada) ↪ Doença aguda ou crônica ↳ Diversidade de hospedeiros (zoonose) − Felinos domésticos (mais suscetíveis em ambientes urbanos, principalmente por questões imunológicas por ter uma menor capacidade de conseguir controlar a infecção e acabam apresentando lesões mais importantes, manifestações clinicas mais severas) − Seres humanos − Antro ou saprozoonose (transmissão ocorre do felino infectado para o ser humano, o contrário dificilmente ocorre, porque por questões imunológicas o humano apresenta menor quantidade de fungo em suas lesões, já o felino possui uma carga infectante muito alta., tanto nas lesões quanto nas mucosas e isso faz com que o felino seja uma fonte de infecção importante. Ou a transmissão pode ocorrer partir da forma ambiental do fungo (micélio) ou no indivíduo infectado (levedura), isso faz com que o fungo esteja amplamente disseminado no meio ambiente especialmente se tiver a presença de matéria orgânica e isso faz com que o ser humano possa se infectar de maneira ambiental também, embora que a maioria dos casos esteja relacionada mais com o contato direto com felinos infectados, esse é mais o perfil epidemiológico hoje em dia.) ↪ Distribuição ampla no ambiente: solo, água, vegetais, animais e seres humanos (principalmente em locais de acumulo de matéria orgânica) ↪ Dimorfismo ↳ 25°C: forma micelial (variante M) − Forma infectante presente no ambiente ↳ 37°C: leveduriforme (variante Y) − Forma parasitária presente no animal No ser humano o diagnostico direto da lesão é mais difícil, mas no felino por citologia é mais fácil identificar grandes quantidades de levedura após a coleta • Características Epidemiológicas ↪ Micose subcutânea (profunda) mais prevalente no mundo ↳ Países tropicais e subtropicais ↳ Centros urbanos ↳ Importância do ambiente (pacote da doença: falta de saneamento básico, falta de acesso a serviços de saúde, condições climáticas favoráveis para o fungo, em cenário urbano de vulnerabilidade social com felinos de acesso a ruas fazendo com que a transmissão seja facilitada) 2 ↪ Ocorrência em surtos epidêmicos (população grande de felinos infectados e animais com acesso as ruas, a identificação são primeiro em animais e depois em humanos, por isso a doença é considerada zoonótica) ↪ Problema de saúde pública ↳ Notificação compulsória aos órgãos competentes (isso significa que quando o médico veterinário tem uma suspeita ou quando confirma um diagnóstico de esporotricose, ele tem o dever de notificar os órgãos competentes) ↳ Região Metropolitana do rio de janeiro (endemia) ↳ Pernambuco ↳ Município de Guarulhos ↳ Camaçari (Bahia) ↳ Conselheiro Lafaiete (Minas Gerais) ↳ Município de São Paulo (CCZ, DVZ ou SUVIS – unidades locais de vigilância zoonótica) • Esporotricose em Felinos ↪ Transmissão a partir do contato (por animais infectados e com acesso as ruas, fonte de infecção aos proprietários) ↳ Solo ↳ Troncos de árvores ↳ Arranhadura ou mordedura (brigas por territórios) ↳ Autoinoculação (já que o felino tem grande quantidade de fungo nas mucosas no momento da mordedura ele acaba inoculando o fungo e como é uma micose profunda acomete as camadas mais profundas da derme e normalmente isso se inicia com a inoculação mesmo) Pode ser infectado e levar a transmissão para os proprietários ↪ Lesões em região de face, membros e base da cauda. (por contas das brigas, transmissão direta, mas pode se disseminar por todo o corpo. As primeiras lesões se iniciam localmente no local da inoculação e vai fazer com que o fungo seja levado a cadeia linfática, já que essa tem como função facilitar a destruição dos microrganismos, e com isso pode ter uma disseminação linfática por conta do fungo permanecer na cadeia e não ser removido facilmente, portanto na esporotricose observa-se muito as lesões em rosário porque elas vão acompanhando a cadeia linfática e acometem também o tecido cutâneo, então elas começam na cadeia linfática e se exteriorizam, gerando lesões linfo-cutâneas na esporotricose [quadros sistêmicos]) ↪ Sinais respiratórios: espirros e secreções nasais (mais frequentes em felinos por conta de as mucosas terem mais quantidades de fungos, principalmente na mucosa nasal e oral e esse acometimento leva a uma inflamação específica e o felino acaba tendo dificuldade respiratória, espirros, secreções nasais e, até acometimento pulmonar) ↪ Gatos saudáveis infectados (assintomáticos) ↳ importância epidemiológica (fonte de infecção sem apresentar sinais clínicos, portanto o controle é mais difícil) 3 • Esporotricose em seres humanos ↪ Inoculação direta ou traumática ↳ Espinhos, gravetos, detritos orgânicos ↪ Transmissão zoonótica ↳ Arranhadura ou mordedura ↪ Infecção mesmo sem solução de continuidade ↳ Importância: médicos veterinários, tratadores, proprietários. (a prevenção é evitar o contato já que não existe uma vacina) Lesões em rosário acompanhando a cadeia linfática e se exteriorizando, ficando ulceradas. Lesão a partir da arranhadura de um felino se disseminado Forma cutânea localizada. Médica veterinária apresentando lesão ulcerada com secreção purulenta, devido à arranhadura de gato. Infectada durante atendimento clínico • Esporotricose ↪ Febre, apatia, anorexia e caquexia (caquexia é um animal com a alimentação reduzida, come menos do que deveria ficando com uma redução no escore corporal) ↪ Sintomas respiratórios ↪ Nódulos e/ou úlceras independentemente da forma ↳ Crostas/ alopecia ↳ Região Cefálica ↪ Infecções bacterianas secundárias ↪ Doenças sistêmicas: sem clínica evidente Forma cutaneolinfática. Lesões ulceradas em cão, localizada em membro posterior, acompanhada de nódulos subcutâneos ao longo do canal linfático (linfangite nodular ascendente) Lesões acompanhando a cadeia linfática (rosário). Mas, normalmente, os cães são mais resistentes a esse fungo Parte da lesão ulcerativa 4 • Diagnóstico Laboratorial ↪ Cultura micológica (pode ser realizado em locais de vigilância zoonótica) ↳ Padrão ouro (define se é esporotricose ou não) ↳ Elevadas sensibilidade e especificidade OPA! A citologia auxilia bastante no diagnostico e na prática clinica e permite identificar as leveduras de forma rápida, mas não é um exame confirmatório, o exame confirmatório é o cultivo da técnica ouro ↪ PCR (exame de biologia molecular – mais caro) ↳ Pesquisa científica (mais usado nesses casos) ↳ Determinação da espécie ↪ Amostras: ↳ Swabs (coletar da borda onde está em maior atividade fúngica), aspirados de abscessos, esfregaços da cavidade nasal, biópsias de bordas das lesões e coleta de sangue (em casos de disseminação sistêmica) para avaliação de disseminação hematogênica em gatos Cuidados na obtenção da amostra! ↪ Provas sorológicas – pouca utilidade ↪ Histopatológico (pouco utilizado também) ↳ Baixa sensibilidade ↳ Interferência da fase evolutiva da doença ↪ Citopatológico (rápido para a rotina) ↳Maior sensibilidade em felinos – quantidade de células leveduriformes alta ↳ Não é confirmatório (apenas o cultivo é) • Cultura micológica ↪ Cultura a 21°C ↳ Forma micelial (forma de crescimento no ambiente) ↳ Colônias típicas de Sporothrix schenckii em meio Agar Sabouraud com cloranfenicol observadas 8 dias após inoculação de amostra de exsudato coletado das lesões de um felino com suspeita de esporotricose. ↳ Os micélios têm hifas delgadas, septadas, delicadamente ramificadas, com aglomerados de canídeos, em forma de margarida ou crisântemo. ↪ Cultura a 37°C ↳ Ágar-infusão cérebro-coração/BHI (permite o crescimento da levedura) ↳ Observam-se numerosas estruturas pleomórficas dentro e fora dos macrófagos. Fungo na forma leveduriforme Micelial Levedura Sementeria por inundação de amostra descongelada. 6° dia de incubação em gelose Sabouraud. À esquerda a 25 graus, à direita a 30 graus celsius 5 • Prevenção e Controle ↪ Tratamento dos animais doentes (geralmente com a droga itraconazol que é um antifúngico oral e é um tratamento que pode variar de 3 meses a 1 anos, depende muito do sistema imune de cada indivíduo. O CCZ de São Paulo oferece o medicamento já que é uma droga cara e, além disso, tratar o animal doente é uma forma de prevenir a disseminação da doença para outros animais e para o ambiente – ação do SUS, previne o animal e avita casos humanos) ↪ Medidas higiênico-sanitárias (a doença ocorre em ambientes de maior vulnerabilidade social com muito acumulo de resíduo que favorece a presença de matéria orgânica e consequentemente um favorecimento para a manutenção do fungo em sua forma ambiental) ↪ Medidas de biossegurança (práticas Cat Friendly) ↪ Esterilização (comportamento) ↳ campanhas de esterilização em massa (castração) ↪ Destinação adequada de carcaças de animais infectados (enterrado pode contaminar o solo) ↪ Educação em saúde – posse responsável ↳ Abandono OPA! Há suspeitas de que animais filantrópicos, como roedores, façam parte da cadeia de transmissão da esporotricose e amplie a disseminação do fungo no ambiente. Por isso que a epidemiologia da Sporothrix é tão complexa e sua incidência vem aumentando cada vez mais OPA! O animal pode receber o tratamento e se curar, mas se for exposto ao mesmo ambiente contaminante pode se infectar de novo, ou seja, permanece suscetível a essa micose mesmo após a cura já que não é uma doença que receber um fator de imunidade adquirida. É sempre bom deixar claro isso para o tutor https://youtu.be/8aHlZ5X-hJ8 https://vimeo.com/516333727/65e8cbb022?fbclid= IwAR3GCqdsqok8nDTBlzsOF7CcLz3EucbDo8_Oy0j qcw3hcaiRkfmEboBaS1w https://youtu.be/8aHlZ5X-hJ8 https://vimeo.com/516333727/65e8cbb022?fbclid=IwAR3GCqdsqok8nDTBlzsOF7CcLz3EucbDo8_Oy0jqcw3hcaiRkfmEboBaS1w https://vimeo.com/516333727/65e8cbb022?fbclid=IwAR3GCqdsqok8nDTBlzsOF7CcLz3EucbDo8_Oy0jqcw3hcaiRkfmEboBaS1w https://vimeo.com/516333727/65e8cbb022?fbclid=IwAR3GCqdsqok8nDTBlzsOF7CcLz3EucbDo8_Oy0jqcw3hcaiRkfmEboBaS1w 6 formam micélios Dermatófitos e Malassezia pachidermatis • Micologia Médica ↪ Infecções causadas por fungos (são chamadas de MICOSE qualquer doença ou infecção causada por um fungo) ↪ Fungos: microrganismos celulares eucarióticos ↳ Classificados no reino Fungi. − Leveduras (unicelulares) − Bolores ou Mofos (pluricelulares) − Cogumelos (espécies macroscópicas) ↪ Podem ser patogênicos ou oportunistas (patogênicos podem levar a um quadro infeccioso levando a um quadro de doença, já os oportunistas fazem parte da microbiota natural daquele indivíduo, mas em determinadas situações de desequilíbrio podem causar infecções e doenças, como, por exemplo, a Cândida, Malassezia. Essa é a principal diferença entre patogenicidade e oportunismo) ↪ Animais imunossuprimidos: sujeitos a infecções profundas ou sistêmicas causadas por fungos patogênicos ou oportunistas. (tendem a ter + infecções graves e profundas por fungos em pessoas imunossuprimidas, sendo um tratamento + prolongado) OPA! A maioria dos fungos não são patogênicos (saprófito ambiental) e sobrevivem bem no ambiente, principalmente na presença de matéria orgânica. Para o fungo crescer, principalmente na sua forma ambiental, ele vai precisar de 3 condições: umidade, ambiente escuro (ausência de luminosidade direta), pH levemente ácido e calor (temperatura ambiente). Isso favorece o crescimento de bolores, que são aqueles pontinhos preto-esverdeados, principalmente se houver resíduos de matéria orgânica. A infecção fúngica vai estar sempre associada a resposta imune desse hospedeiro, portanto indivíduos imunossuprimidos tendem a ter mais manifestações clinicas mais graves e quanto maior for essa imunossupressão, maior é o favorecimento para as infecções profundas (aquela que não é só superficial na epiderme, mas também a infecção acontece nas camadas mais profundas da derme) ou sistêmicas. • Importância dos Fungos ↪ Ambiental (auxilia na reciclagem de nutrientes, auxiliam na decomposição de agentes poluidores) ↪ Agricultura (fertilidade do solo [usados como fertilizantes], e podem levar a doenças de plantas, precisando de tratamento especifico nos cultivos) ↪ Indústria (álcool, cerveja, vinho, antibióticos (penicilina), enzimas, fármacos) ↪ Alimentação (cogumelos comestíveis) ↪ Saúde (micoses no homem e animais, micetismo e micotoxicoses) (micetismo é uma doença decorrente a ingestão de fungos tóxicos [alucinógenos], micotoxicoses acontece pelo consumo de um alimento onde houve a produção de alguma toxina devido a uma contaminação fúngica [como no amendoim, com a aflatoxina que pode levar a doença], nesse causo o que causa a doença é a toxina produzida pelo fungo e não ele em si.) (Aflatoxina é importante na área de aves e suínos) • Características Gerais dos Fungos ↪ Eucariotos com pouca diferenciação celular (apresentam estrutura celular com o núcleo organizado) ↪ Aeróbios (crescem na presença de oxigênio) ↪ Não-fotossintéticos ↪ Quimioheterotróficos: obtêm nutrientes do meio por absorção (absorvem os nutrientes do meio) ↪ Presença de esporos: nem todos apresentam esporos ↪ Podem ser móveis - zoósporo ↪ Parede celular com quitina e polissacarídeos (traz maior resistência a sua estrutura) 7 Di = dois / morfo = forma ↪ Crescem em um ambiente de pH variando de 5,5 a 6. ↪ Fatores ambientais determinantes: temperatura, umidade, luz e pH. (calor, umidade, escuro, levemente ácido) ↪ Esporulação: processo de crescimento das hifas a partir dos esporos ↪ Micélio: massa filamentosa (estrutura apenas dos filamentares) ↳ micélio vegetativo: região da hifa que obtém o nutriente para o seu crescimento ↳ micélio reprodutivo: região da hifa que está envolvida com a reprodução (reprodução de esporos) ↪ Fungos dimórficos: apresentam duas formas de crescimento ↳ Forma Micelial (filamentar ou bolor: forma no ambiente) ↳ Forma de Levedura (forma no hospedeiro) OPA! Sporothrix schenckii é um fungo dimórfico, ou seja, em temperaturas elevadas, principalmente em seus hospedeiros principais (felinos), ele vai crescer na sua forma de levedura, já no ambiente ele cresce em uma temperatura mais baixa na sua forma filamentar, formando hifas. Isso é importante para a veterinária porque interfere diretamente na epidemiologia (propagação) da doença, portanto tanto o animal quanto o ser humano, se tratando de esporotricose, vão poder se infectar a partir de outro animal infectado (principalmente o felino) na forma de levedura, ou a transmissão pode acontecer de forma ambiental com o fungo presente na forma de hifa, a partir do momento que é causado um ferimento por algo infectado no ambiente. Dessa forma, isso impacta diretamentena cadeia de transmissão dessa doença já que o fungo pode estar presente em ambientes diferentes e nos animais infectados ↪ Fungos polimórficos: produzem formas adicionais a essas duas (micelial e levedura) OPA! Fungos são oportunistas, eucariotos (possui carioteca – núcleo organizado), existe duas formas de fungos: microscópicos (filamentares [podem formar hifas e se tornarem macroscópicos – bolor] ou leveduras [unicelulares que não formam estruturas]) e macroscópicos. Micélio é a unidade formadora dos fungos filamentares e é comporto por uma porção reprodutiva (superior – responsável pela formação/reprodução de esporos) e porção vegetativa (inferior – absorve os nutrientes do meio) • Morfologia dos Fungos ↪ Filamentosos: forma de hifas ramificadas (fungos pluricelulares) ↪ Leveduras: forma oval ou esférica (fungos unicelulares). 8 ↪ Estrutura da célula fúngica: ↳ Parede celular: quitina e proteínas que conferem rigidez ↳ Membrana plasmática: duas camadas de fosfolipídios, recobertas por proteínas ↳ Citoplasma: estruturas que participam da síntese e do metabolismo energético ↳ Núcleo: moléculas de DNA, RNA ribossomal, juntamente com outras proteínas. ↳ Cápsula: mucopolissacarídeos com a função de inibir a fagocitose • Classificação das micoses segundo região afetada ↪ Micoses superficiais e cutâneas ↳ Causam lesões superficiais em epiderme e anexos com queratina (existe fungos que consomem queratina e isso favorece o processo infeccioso, como o fungo dermatófito que causa micose de pé) ↳ Ex.: Dermatofitose, candidíase, pitirosporose- doença ocasionada por Malassezia. (micoses superficiais) ↪ Subcutâneas e/ou profundas (camadas profundas da derme) ↳ Acomete tecidos interiores à epiderme ↳ Lesões ulcerativas ↳ micetoma, feoifomicose, pitiose, esporotricose (lesões profundas, ulcerativas que podem disseminar sistemicamente. Inclusive fazendo uma disseminação na cadeia linfática levando a esses nódulos na imagem 2 acima, cujo as lesões são linfo-cutâneas, se disseminando na cadeia linfática que acabam levando a uma ulceração de pele) ↪ Sistêmicas ↳ Acometimento de órgãos internos ↳ Pode levar a óbito ↳ Ex.: Histoplasmose, coccidioidomicose, aspergilose, criptococose (doenças decorrentes a essa disseminação fúngica sistêmica, sendo que o órgão mais afetado são os pulmões, como é o caso da pneumonia fúngica sendo caso recorrente tanto na histoplasmose quanto na criptococose) (micoses sistêmicas, geralmente a pneumonia é mais comum, geralmente é muito dependente da situação imune do hospedeiro. Normalmente indivíduos imunossuprimidos tendem a ter essas micoses com manifestações clínicas graves.) 9 Macroconídios septados e alongados Macroconídios septados e ovalados Macroconídios septados na forma de “cachos” • Fungos Dermatófitos (são patológicos) ↪ Dermatofitoses: micoses superficiais causadas por fungos filamentosos (fungos que crescem na forma de micélios acometendo epiderme) ↪ Queratinofílicos (utilizam da queratina) que infectam pele, pelo, lã, pena, chifre, casco, garra e unha (dependendo muito da espécie) ↪ Três gêneros mais frequentes como agentes de dermatofitose ↳ Microsporum (mais importante para a veterinária) ↳ Trichophyton ↳ Epidermophyton ↪ Apresentam hifas septadas (por serem filamentosos) ↪ Crescimento lento ↪ Aeróbios estritos (precisam da presença de O2 para crescer) ↪ Formam colônias pigmentadas OPA! Fungos Dermatófitos causam micose muito comuns em animais como a dermatofitose e até em seres humanos como aquela micose de unha, que é causada também por fungos dermatófitos, pluricelulares. • Características morfológicas dos macroconídios Tricophyton ↳ Macroconídios com paredes finas e até 12 septos. Forma alongada (charuto), fusiforme. Microconídios mais abundantes, agrupados e globosos. Microsporum ↳ Macroconídios ovalados ou fusiformes, paredes rugosas, com até 15 septos internos. Epidermophyton ↳ Macroconídios abundantes, clavados, isolados ou em cachos contendo até 9 septos internos • Fungos Dermatófitos ↪ Microsporum canis – zoofílico (felinos) – 25% portadores assintomáticos! (zoofílico significa que é uma espécie que vai infectar principalmente animais, sendo seu hospedeiro principal, mas pode infectar seres humanos também já que é um agente zoonótico. No felino é mais assintomático, não tendo sinal e a transmissão é mais facilitada contaminando o ambiente ou animais de forma direta ou indireta. No aspecto clínico é bom já que não possui nenhum sintoma apesar de estar infectado, já no aspecto epidemiológico é ruim porque é difícil fazer o controle de indivíduos assintomáticos e isso facilita e mantêm a transmissão tanto no ambiente quanto nos animais) ↪ Microsporum gypseum – geofílico (presente no ambiente) ↪ Trichophyton mentagrophytes – zoofílico (zoofílico, ou seja, circula principalmente em animais, em especial os roedores) ↪ Epidermophyton – antropofílico (circula essencialmente em seres humanos, pode ocorrer em animais se houver uma transmissão do ser humano para o animal) Gênero Espécie Hospedeiro Microsporum M. canis var. canis M. canis var. distortum M. equinum M. gallinae M. gypseum M. nanum M. persicolor Gatos e cães; Cães; Equinos; Frangos e perus; Equino, cão, roedor. Suínos; Rato silvestre. Trichophyton T. equinum T simii T. verrucosum T. equinum var. autotrophicum T. mentagrophytes var. erinacei T. mentagrophytes var. mentagrophytes Equinos; Macaco, aves e cães; Bovinos; Equinos; Porco-espinho e cães Roedor, cães, equinos e outras espécies; 10 T. mentagrophytes var. quickeanum T. simii T. verrucosum Camundongo; Macaco, aves domésticas e cães; Bovinos. • Sinais Clínicos da Dermatofitose ↪ Alopecia (ausência de pelos) ↪ Eritema (lesões avermelhadas) ↪ Ausência de prurido (secreção que pode ou não ter) ↪ Lesões circulares (superficiais que vão aumentando), com bordos elevados (na região periférica da lesão é onde tem mais fungos, região da lesão ativa com resposta inflamatória mais intensa, e no centro tem mais células mortas, dando o aspecto mais descamativo porque já teve ali a resolução do processo.) ↪ Descamação discreta ↪ Localização na cabeça e porção superior do corpo (mais a localização pode ser diversa, vai estar relacionada com a transmissão) • Dermatófitos (dermatofitose) ↪ Queratolíticos (utilizam a queratina como alimento) ↳ Camada córnea da pele (lesões circulares e múltiplas, onde tem lesão é no local com alopecia – difícil a visualização em animais com bastante pelo) ↪ Queratolíticos ↳ Camada córnea (Às vezes as lesões se sobrepõem. O tratamento pode ser utópico (casos leves) ou vira oral (casos mais graves)) (agentes zoonóticos, infectam humanos e animais. Mais comum infectar crianças e idosos [sistema imune não muito bem estabelecidos e imunossuprimido]. Normalmente a lesão é por contato direto do animal com o ser humano ou a partir de fômites, já que é um fungo filamentoso na sua reprodução há formação de esporos e esses esporos podem contaminar o ambiente, como cama, sofá, ambientes compartilhados podem levar a transmissão) • Diagnóstico: exames microscópicos e macroscópicos dos fungos ↪ Exame microscópico: ↳ exame micológico direto 11 − exame microscópico com hidróxido de potássio − exame microscópico com tinta nanquim − exame microscópico pelo método de Gram − exame microscópico com coloração panótica: ∘ Giemsa, Wright ou Leishman OPA! O mais comum é o exame de citologia, porque é o mais prático já que faz a coleta e uma simples coloração como o panóptico e já consegue visualizar a presença do fungoe iniciar o tratamento mais precocemente. Mas se tratando de infecção fúngica, a confirmação só se dá por meio do cultivo ↪ Exame macroscópico: ↳ Cultivo em meio de cultura (definitivo): − Identificação de um agente fúngico − Agar Sabouraud com cloranfenicol (antibiótico) e cicloheximida (o antibiótico em meio fúngico é para evitar crescimento bacteriano já que na placa a bactéria crescer mais rápido do que o fungo, principalmente as contaminantes ambientais. Portanto se deixa a placa sem antibiótico a bactéria consome todo o substrato antes do fungo crescer já que esse cresce lentamente, 7-10 dias) ↳ Lâmpada de Wood (cuidado com resultado negativo): − indicação de um agente fúngico (cuidado com resultado negativo, as vezes você não fez o isolamento correto e o fungo pode estar presente mesmo com o resultado dando um falso negativo) • Exames Macroscópicos dos Fungos ↪ Lâmpada de Wood: ↳ técnica empregada para indicar a presença de agentes fúngicos na superfície da pele e em pelos. (diagnostico sugestivo) ↳ Microsporum canis: cor verde azulada. (esse fungo é mais comum em pequenos animais) ↳ Outros dermatófitos: florescem em coloração diferente ↳ Cuidado: produtos tópicos e outros agentes como Pseudomonas aeroginosa – falsos positivos OPA! Diagnostico mais fácil e barato que permite o tratamento imediato, já que o cultivo é mais demorado. Mas a confirmação do fungo definitivo é só por meio de cultivo, porque se a carga de fungo estiver baixa durante o exame da lâmpada, pode ser que de um falso-negativo. OPA! Um bom fluxograma: lesão característica e positivo na lâmpada de wood, você pode iniciar o tratamento. Deu negativo, o ideal é fazer o cultivo para poder isolar. • Saúde Pública ↪ Antropozoonose (pode haver transmissão do animal para o ser humano) ↪ Infecções por fungos zoofílicos no homem ↳ Lesão eritematosa, descamativa, conformação circular ↳ Antebraço, região cervical ↳ Prurido intenso ↳ Crianças: tinea capitis (couro cabeludo de criança) ↪ Infecção a partir gatos doentes/portadores ↳ 50% pessoas expostas (contato direto e indireto) ↳ 70% das famílias (≥1 pessoa infectada) 12 • Prevenção ↪ Tratamento dos animais doentes (ou assintomáticos, isso reduz o risco de transmissão para outros animais, reduz contaminação ambiental e reduz o risco de transmissão para seres humanos) ↪ Desinfecção do ambiente com hipoclorito de sódio (cândida) ↪ Amônia quaternária em superfícies que sofrem corrosão por hipoclorito de sódio (superfícies metálicas) ↪ Descartar fômites (são objetos que auxiliam na transmissão por um longo tempo, por isso é melhor descartar, como: camas, tapetes, carpetes) OPA! Quando há tratamento das micoses e o animal não está mais com sintomas, ele não fica com a imunidade adquirida que protege contra futuras infecções. Então um animal que passou por um tratamento e se curou clinicamente pode se infectar de novo e sofrer um outro quadro infeccioso • Malassezia pachidermatis (são oportunistas) ↪ Presentes naturalmente na microbiota (mamíferos e aves) e só vão levar a manifestações clinicas quando esse animal está imunossuprimido ou com algum problema de pele (dermatológico). ↪ Principais espécies ↳ M. furfur é antropofílica, faz parte da microbiota da pele do ser humano ↳ M. pachydermatis pode ser encontrada na pele de mamíferos e na das aves, particularmente junto a áreas ricas em glândulas sebáceas. (comum também em áreas de transição entre mucosa e pele) − Diversidade genética: 7 cepas (1a até 1g) − 1a: alta prevalência; variedade de hospedeiros (mais frequente) − 1d: apenas em cães (quadros de pele e otite) Região anal, o canal auditivo externo (otite externa, orelhas pendulares), os lábios e a pele interdigital de cães são frequentemente colonizados por essa levedura. SRD = Sem Raça Definida OPA! Acomete mais em orelha pendular porque cria um ambiente favorável para o fungo Malassezia se propagar, já que é uma região com ausência de luz, presença de calor e umidade, e como faz parte da microbiota, sua eliminação completa é impossível, tornando esses cães mais suscetíveis a desenvolverem casos dermatológicos. E, geralmente, as infecções são mistas, então nas otites externas tem-se o quadro bacteriano associado ao quadro fúngico, portanto é necessário o combinamento de antibiótico com antifúngico no tratamento. OPA! Os sinais clínicos são exsudato escuro, porque a infecção fúngica leva a um excesso da produção de cera juntamente com a presença do fungo mais com o exsudato inflamatório você tem um exsudato escuro- amarronzada com o odor forte e adocicado/amendoado e que coça bastante. O prurido é muito comum a essa otite externa por malassezia, inclusive uma das consequências é o Otohematoma que por conta desse prurido muito intenso o animal acaba rompendo vasos do ouvido externo e o sangue acumula levando ao otohematoma. ↪ Otite externa canina ↳ A levedura produz enzima proteolítica que resulta em lesão na mucosa do canal auditivo. 13 ↳ Produção excessiva e a retenção de cera, consequências da hipersecreção de glândulas ceruminosas, combinadas com atividade da levedura e de outros microrganismos (exsudato escuro e inflamatório + produção excessiva de cera + processo microbiano de bactéria e fungo = prurido muito intenso) ↪ Dermatite seborreica canina ↳ Malassezia como agente de dermatite seborreia canina, com lesões muito presentes em áreas de transições de pele para mucosas, mas pode ser disseminado em diferentes partes do corpo ↳ Os fatores que predispõem incluem alterações de hipersensibilidade, alterações na queratinização, imunossupressão e raças que tem dobras de pele persistentemente umedecidas (ex.: sharpei e pug, as dobras tem um ambiente perfeito para os fungos, sendo raças mais dispostas a quadros de malasseziose). Uso prolongado de antibióticos, ou corticóides (o uso de antibiótico por muito tempo gera um desequilíbrio na microbiota já que ele não elimina somente as bactérias patológicas e com isso reduz as bactérias que mantem esse equilíbrio gerando uma condição favorável para o crescimento do fungo Malassezia) − Outras doenças de base, como, por exemplo, um animal que apresentou um quadro de DAP [dermatite alérgica a picada de pulga], essa dermatite pode estar associada a Malassezia da mesma forma como vimos para staphylococcus. O animal que apresentou um quadro de pele decorrente de uma doença endócrina, ele também pode ter Malassezia junto por ser um agente oportunista que vai crescer nessas condições de fragilidade do tecido) ↳ Prurido e eritema são acompanhados por um exsudato gorduroso de odor fétido, com aglutinação dos pêlos. (o que contribui para o aumento da secreção das glândulas sebáceas) ↪ Diagnostico da Malassezia Pachydermatis ↳ Exsudato do canal auditivo afetado deve ser submetido à exames laboratoriais. ↳ Na dermatite grave, biópsia de pele deve ser considerada. ↳ Leveduras características são demonstráveis em exsudatos. ↳ A levedura deve ser cultivada a 37ºC por 3 ou 4 dias em ágar Sabouraud contendo cloranfenicol. (o isolamento em cultivo tem que ser o método de escolha para confirmação diagnóstica. O ágar sabouraud é um meio que contêm substratos específicos para isolar fungos, sendo o principal meio utilizado para crescimento fúngico) Na otite externa canina, placas com ágar sangue e ágar MacConkey devem ser inoculadas com exsudato para isolar patógenos bacterianos associados (já que na maioria das vezes os quadros são de infecções mistas, bactérias e fungos associados) Malassezia após a coloração (formato de sapatinho, pegadas, abacates). ps.: também cora no gram. 14OPA! Fungos unicelulares também podem ser patológicos, como é no caso da Malassezia pachydermatis que é uma levedura presente em várias espécies de mamíferos e aves que acaba sendo um problema frequente na prática clínica por conta de ser um microrganismo oportunista. Atividade ↪ O que é micologia? R: Área dedicada ao estudo dos fungos patológicos ou oportunistas que levam a quadros de infecções e doenças. ↪ De acordo com as características morfológicas, como podem ser classificados os fungos? R: Os fungos podem ser classificados como filamentosos (pluricelular), leveduras (unicelular), cogumelos (espécies macroscópicas) ou dimórficos (apresentam duas formas, micélio no ambiente e levedura no hospedeiro). ↪ Cite 3 características gerais dos fungos R: Eucarióticos, aeróbios, quimioheterotróficos, possuem parede celular de quitina e podem ser uni ou pluricelulares ↪ O que são fungos dimórficos? R: São aqueles que podem apresentar duas formas, no ambiente como micélio e no hospedeiro como levedura. ↪ Quais são os principais agentes das dermatofitoses? R: Os principais agentes de dermatofitose são os fungos da espécie microsporum, trichophyton e epidermophyton ↪ Qual a interpretação diagnóstica de um animal negativo à Lâmpada de Wood? R: A melhor interpretação é não descarta a possibilidade de ser infecção fúngica, pode apenas descartar que seja uma infecção por alguma espécie de fungo ou não já que em pequenas proliferações também pode dar um falso-negativo,mas a cultura deve ser realizada para a identificação ou não do fungo, dando início ao tratamento especifico para aquele agente. ↪ Quais as principais características da otite externa canina por Malassezia pachydermatis? R: exsudato escuro, com prurido intenso, odor fétido e coceira. LEITURA COMPLEMENTAR: DERMATOFITOSE
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