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A IMUNIDADE TRIBUTARIA DOS TEMPLOS RELIGIOSOS (2)

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APS DE DIRETO TRIBUTÁRIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho apresentado junto ao curso de 
direito, á universidade Anhembi Morumbi, 
como parte das exigências para a obtenção 
de título de bacharel em Direito. 
 
Professor: Francisco Secaf 
 
A IMUNIDADE TRIBUTARIA DOS TEMPLOS RELIGIOSOS 
 
A imunidade tributária pode ser basicamente conceituada como uma forma de limitar 
o poder de tributar. Sendo assim, as imunidades previstas no artigo 150 da Constituição 
Federal de 1988 veda a cobrança de impostos incidentes sobre o patrimônio como o IPTU, 
IPVA, ITR, ITBI, os de renda (IR) e serviços (ICMS, ISS) dos quais este artigo estabelece. 
Após o ordenamento jurídico português. No início da era Brasil Império, surgiu a 
Constituição de 1824 no qual previa uma espécie de imunidade para as igrejas católicas, que 
na época foi reconhecida pela carta magna como oficial do império em seu artigo 5º. 
Com o passar dos anos tal imunidade foi mantida nas constituições, porém é de se 
observar que até o ano de 1937, não havia nenhuma restrição expressa aos entes políticos de 
cobrar tributos sobre qualquer templo, conforme explica Ricardo Lima de Oliveira: 
A leitura e a compreensão dos artigos citados acima são 
fundamentais para se verificar que as Constituições Brasileiras de 
1824, 1891, 1934 e 1937 não traziam nenhuma disposição expressa 
sobre a imunidade das Igrejas. O que se tinha nos textos 
constitucionais era a proibição de que o Estado interviesse nos 
cultos religiosos, seja para manter, subvencionar ou embaraçar seu 
funcionamento. Isto é, não poderia patrocinar financeiramente nem 
atrapalhar seu exercício. 
Porém, vale ressaltar que mesmo não prevendo tal imunidade tributária, os governos 
dessas épocas não cobravam tais impostos dos templos, sendo assim, era considerada uma 
imunidade tácita até a criação da Constituição Federal de 1946, onde passou a prever 
explicitamente a imunidade tributária dos templos religiosos. A partir desde marco inicial, 
esta foi mantida pela constituição de 1967 e a de 1988. 
 A Constituição Federal de 1988 que atualmente se encontra em vigor, tratou de criar 
mecanismos, a fim de delimitar a sua abrangência bem como quesitos a serem cumpridos para 
que os templos garantam seus direitos, através do artigo 150, VI, “b”, a imunidade dos 
templos de qualquer culto é fundamentada nas garantias fundamentais previstas nos incisos 
VI, VII, e VIII, do artigo 5º, os quais estabelecem a liberdade de consciência e de crença a 
todos os cidadãos brasileiros. Sendo assim, a atual constituição teve o cuidado de assegurar a 
manutenção dos templos de qualquer culto, isentando-lhes de qualquer imposto para que haja 
o cumprimento das garantias citadas a todos cidadãos. 
O Superior Tribunal Federal tem por entendimento que tal imunidade não deve ser interferida 
pelo poder do Estado, pois se trata de liberdade de crenças, portanto esta imunidade não pode 
ser aplicada apenas nos locais de cultos, mas sim há tudo que estiver interligado a ele. Deste 
modo ao tratar sobre a imunidade religiosa de acordo com STF ele precisará de um serviço 
essencial a sociedade, pois de acordo com artigo 150 e seus incisos da constituição federal é 
uma garantia de direito. 
Quando se discorre as doutrinas a imunidade tributaria tem muitas formas para ser explicada, 
pois acredita-se que o principio da imunidade tem seu principal objetivo proteger, para que 
assim o estado tenha sempre a democracia. Assim pode-se falar da ampliativa teoria clássico 
liberal de templo onde se tem a viabilidade do exercício da associação religiosa, pois quando 
se trata de liberdade ela deve ser completa, pois todos nascem com o direito de serem livres, 
por isso é importante ressaltar que todo tipo de liberdade deve ser respeitado desde 
pensamentos até a liberdade de crenças, assim como para Roque Antônio Carrazza: 
 
 
“Trata-se de imunidade objetiva, que visa assegurar a 
todos os indivíduos não só a liberdade de pensamento e 
expressão, como o direito à educação, à cultura, e a 
própria liberdade de crenças (2011, p.825)”. 
 
 
Existe ainda uma discussão sobre tal garantia ser ou não autoaplicável já que se trata de uma 
lei pétrea, pois como o ente não tem poder para instituir tributos, deste modo podendo sim 
usar e obter o poder de deter uma norma imunizante. Mas vale ressaltar que nem todos os 
doutrinadores concordam que tal norma é imunizante ou considerada lei pétrea, porém trata-se 
de um pensamento minoritário da doutrina. 
 
Por fim, após conceituarmos e discorrermos sobre a imunidade tributaria, que se aplica a 
todos os templos religiosos, sem distinção de denominação. 
A imunidade tributaria, restringe as igrejas apenas à tributação de impostos, por exemplo, o 
IPTU, as igrejas continuam obrigadas a fazer o pagamento de taxas e contribuições ao estado, 
à imunidade não é a isenção, ou seja, a imunidade é a impossibilidade de criar ou de tributar 
os templos religiosos, que engloba os conventos, reuniões religiosas e etc. 
Podemos dizer que a imunidade religiosa é genérica prevista no artigo 150 da Constituição 
federal, alínea B, a constituição teve a intenção de garantir e abranger as rendas, patrimônios e 
serviços prestados a entidades religiosas, independente de onde sejam arrecadados, os templos 
serão imunes, desde que a entidade reverta a finalidades essenciais da entidade. 
Os cultos satânicos, não possuem imunidade tributaria, pois é do entendimento majoritário 
que o culto satânico vai em desencontro a teologia do texto constitucional, existem 
controversas, nos tribunais superiores que entendem que a imunidade deveria abranger aos 
cultos satânicos tendo em vista que é realizado em imóveis, mas por outro lado tem o 
entendimento que a imunidade deverá ser aplicada apenas a templos destinado a pratica de 
boas condutas e valores. 
No Brasil tem mais de 188.498 templos religiosos, dados segundo o IBGE, que gozam do 
privilegio e direito da exoneração tributaria previsto expressamente na constituição federal. 
No presente trabalho discorremos sobre a imunidade tributária, que proíbe o legislador 
infraconstitucional de aplicar normas tributarias a templos religiosos, em determinadas 
hipóteses e tributos, como objetivo de assegurar os diretos e garantias que estão expressos na 
Constituição Federativa Brasileira. 
 
 
Componentes do Grupo. 
 
Lyvia Rodrigues de Araújo Ramos Ra: 21102524 
Mayara Tomaz Fernandes Abalo Ra: 20481493 
Stefanny Caroline Stramaro de Souza Ra: 21149990

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