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Contratos em Espécie CC3

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21/02/2022 18:52 Contratos em Espécie
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/02365/index.html#imprimir 1/32
Contratos em Espécie
Prof. Filipe José Medon Affonso
Descrição
As principais características e disciplina dos seguintes contratos: compra e venda; doação; comodato; mútuo; alienação
fiduciária em garantia; fiança.
Propósito
A compreensão dos principais tipos contratuais é essencial para os profissionais do Direito, tanto para uma atuação a nível
judicial quanto para uma atuação a nível empresarial, por meio da revisão e da confecção de minutas de contratos.
Preparação
Antes de iniciar o conteúdo, tenha em mãos o Código Civil (Lei nº 10.406/2002), a Lei nº 9.514/1997 e o Decreto-lei nº 911/1969.
Objetivos
Módulo 1
Contratos de compra e venda e de doação
Reconhecer os contratos de compra e de venda e doação.
Módulo 2
Mútuo e comodato
Identificar a normativa básica aplicável aos contratos de comodato e mútuo.
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Módulo 3
Alienação �duciária e �ança
Analisar principais características e elementos dos contratos de alienação fiduciária em garantia e fiança.
Neste conteúdo, veremos um dos assuntos mais relevantes na prática do Direito Civil: os contratos em espécie. Se
pararmos para refletir, basicamente todas as nossas relações do dia a dia envolvem alguma espécie contratual.
Por exemplo, a locação que garante a moradia, a compra e venda que abastece a casa com mantimentos e produtos de
limpeza, a doação ocorrida na troca de presentes nas datas comemorativas, o contrato de transporte firmado entre o
passageiro e o aplicativo de mobilidade urbana, dentre muitos outros.
Apesar de muitas espécies contratuais serem tão antigas quanto o próprio Direito, é preciso cada vez mais fazer uma
releitura da disciplina. Isso porque, como aponta a doutrina, sobretudo dos partidários do Direito Civil Constitucional, é
preciso superar as análises meramente estruturais e estáticas para dar lugar a uma abordagem dinâmica e funcional.
A grande razão que justifica esse novo olhar é o fenômeno da constitucionalização do Direito, notadamente do Direito Civil,
que impõe ao intérprete a necessidade de realizar uma releitura dos institutos e das situações jurídicas a partir de seu perfil
funcional, atentando para a promoção da axiologia da Carta.
Essa abordagem traz grandes reflexos para a chamada qualificação contratual, isto é: ao olharmos para uma relação
jurídica, precisamos compreender a qual espécie contratual ela se amolda, e isso deve ser feito sempre em concreto, a partir
de uma perspectiva funcional que leve em consideração o interesse das partes e não meramente a aparência que
remontaria a uma estrutura estática.
Feita essa ressalva de cunho mais metodológico, vamos, em primeiro lugar, esmiuçar os contratos de compra e venda e
doação, para, em seguida, analisar os contratos de mútuo e doação. Por fim, vamos debruçar sobre a alienação fiduciária e
a fiança.
Fica aqui desde já uma questão importante que deve ser objeto de reflexão por todos nós: qual a importância dessa análise
funcionalizante em vez de uma perspectiva meramente estrutural dos contratos?
Introdução
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1 - Contratos de compra e venda e de doação
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer os contratos de compra e de venda e doação.
Compra e venda
Compra e venda
Neste vídeo, o professor Filipe Medon discorre sobre as características do contrato de compra e venda e suas principais regras.
Iniciamos o estudo buscando, desde já, de�nir o primeiro objeto da nossa análise: o contrato de compra e
venda.
Segundo Gustavo Tepedino e Paula Greco Bandeira (2021), o contrato de compra e venda é um negócio jurídico em que o
vendedor assume a obrigatoriedade de transferir o domínio de um bem ao comprador, o qual, por sua vez, assume a
obrigatoriedade de pagar pelo preço desse bem.
Na clássica página de San Tiago Dantas (1978), o contrato de compra e venda é aquele em que uma parte se obriga a transmitir
o direito a outra a pagar o preço. Essas definições espelham o artigo 481 do Código Civil, que dispõe que:

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Pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e
o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro.
(ART. 481 DO CÓDIGO CIVIL)
Trata-se, inquestionavelmente, do contrato mais conhecido e mais comum. Sua disciplina serve, até mesmo, como uma base
para a análise das demais espécies contratuais, já que muitas derivam da compra e venda em alguma medida.
Fato importante em relação a esta espécie reside no seu caráter obrigacional. Dito em outras palavras, o Código Civil Brasileiro,
em vez de conferir eficácia real à compra e venda, optou por dotar apenas de eficácia obrigacional. Como explicam Cristiano
Chaves de Farias, Nelson Rosenvald e Felipe Braga Netto (2021):
a compra e venda origina uma obrigação de dar, não operando a transferência da propriedade – que
somente advirá com a tradição ou registro em cartório, seja móvel ou imóvel o seu objeto,
respectivamente.
(FARIAS; ROSENVALD; BRAGA NETTO, 2021, p. 845)
Isso significa dizer que a propriedade de uma bicicleta não é transferida no momento da celebração do contrato, mas tão
somente no instante em que ocorre a sua tradição, isto é, a entrega da coisa para o comprador.
Por certo, há exceções e formas de tradição �cta, mas, em princípio, é preciso que haja a entrega, a que
designamos tecnicamente de tradição.
Outra consequência relevante desse caráter obrigacional se relaciona com as hipóteses de perda ou deterioração da coisa. Ou
seja: se a bicicleta do exemplo acima for roubada do vendedor ou perecer por alguma razão antes da tradição (sem culpa do
vendedor), os riscos correrão por conta do vendedor, que ainda é tido como o proprietário (FARIAS; ROSENVALD; BRAGA NETTO,
2021, p. 845).
Em relação à classificação de compra e venda, a doutrina entende tratar-se de um contrato:

Típico e nominado

Bilateral

Consensual

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
Oneroso

Comutativo

Instantâneo
Comutativo
Salvo exceções de compras e vendas aleatórias.
Instantâneo
Ou, eventualmente, de trato sucessivo.
Como exemplos dessa última classificação, pensemos, respectivamente, em uma compra e venda realizada à vista e em uma
compra e venda realizada a prazo. Além disso, são elementos essenciais da compra e venda:
o preço;
a coisa; e
o consenso entre as partes, chamado por alguns autores de “consentimento”.
Saiba mais
A respeito de tais elementos, é interessante sublinhar que a retirada do preço afasta a compra e venda, já que “[a] transferência
inter vivos graciosa da propriedade consiste no contrato de doação” (NEVES, 2021, p. 5). E, segundo o artigo 482 do Código Civil,
“[a] compra e venda, quando pura, considerar-se-á obrigatória e perfeita, desde que as partes acordarem no objeto e no preço”.
Em relação ao objeto, adverte a doutrina que, “[a] rigor, qualquer coisa, corpórea ou não, pode ser objeto da compra e venda,
desde que lícita e moralmente alienável” (NEVES, 2021, p. 9). Isso não significa, contudo, que o objeto deva ser sempre
determinado: é possível que este seja determinável pelo gênero, pela qualidade e pela quantidade.
O Código admite, assim, a chamada venda condicional, isto é, a compra e venda aleatória, que se opera por meio de duas
modalidades: venditio rei speratae ou emptio rei speratae, isto é, a compra da coisa esperada (artigo 459 do Código Civil) e a
compra e venda da modalidade emptio spei, quando se compra a esperança de uma coisa futura.
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Exemplo
Como principal exemplo desta última, tem-se o caso da compra realizada pelo pescador do lanço da rede, já que este pode ou
não receber algum peixe.
Admite-se, também, a compra e venda de coisas futuras, isto é, aquelas que ainda não existem quando as
partes celebram a avença.
Nessa direção, aponta o artigo 483 do Código Civil:
A compra e venda pode ter por objeto coisa atual ou futura. Neste caso, �cará sem efeito o contrato se
esta não vier a existir, salvo se a intenção das partes era de concluir contrato aleatório.
(ART. 483 DO CÓDIGO CIVILl)
Como destacam Cristiano Chaves de Farias, Nelson Rosenvald e Felipe Braga Netto (2021), a coisa futura é aquela sem posse de
título no momento da conclusão do negócio jurídico. Mas, segundo os autores, essa posse é adquirida depois pelo alienante,
tornando-se imediatamente eficaz ao negócio, como se quem adquire de boa-fé se transformasse em proprietário desde a data
da tradição. Como exemplo, os autores apontam a alienação de imóveis em construção – venda a non domino.
Em relação ao preço, o Código Civil traz algumas regras específicas, a saber, seu artigo 485, que prevê que a fixação do preço
pode ser deixada ao arbítrio de terceiro, que os contratantes logo designarem ou prometerem designar. Se o terceiro não aceitar
a incumbência, ficará sem efeito o contrato, salvo quando acordarem os contratantes designar outra pessoa.
Saiba mais
Ou seja: é possível que terceiro, seja ele pessoa natural ou jurídica, fixe o preço. É o que se costuma chamar de “preço por
avaliação” (FARIAS; ROSENVALD; BRAGA NETTO, 2021, p. 851). Na mesma direção, o artigo 486 estabelece que também se
poderá deixar a fixação do preço à taxa de mercado ou de bolsa, em certo e determinado dia e lugar.
Além disso, dispõe o artigo 487 que é lícito às partes �xar o preço em função de índices ou parâmetros,
desde que suscetíveis de objetiva determinação.
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Finalmente, o artigo 488 traz que, convencionada a venda sem fixação de preço ou de critérios para a sua determinação, se não
houver tabelamento oficial, entende-se que as partes se sujeitaram ao preço corrente nas vendas habituais do vendedor.
Parágrafo único. Na falta de acordo, por ter havido diversidade de preço, prevalecerá o termo médio.
Esta última hipótese se trata, em verdade, de exceção à regra geral de que o preço é elemento essencial de todo contrato. O
artigo 489 ainda dispõe ser nulo o contrato de compra e venda quando se deixa ao arbítrio exclusivo de uma das partes a fixação
do preço.
Importa mencionarmos, ainda, a existência de algumas cláusulas especiais, também denominadas adjetas, na compra e venda.
Vamos conhecê-las a seguir:
Um primeiro exemplo é a chamada retrovenda, pacto anexo ao contrato de compra e venda. Nele, o vendedor reserva-se o
direito potestativo, que depende apenas de sua própria vontade, de reaver a propriedade em até três anos mediante
compra.
Esse direito de recompra está condicionado ao pagamento do preço somando-se as despesas efetuadas pelo comprador.
Em outras palavras, pela retrovenda, o alienante pode recomprar a coisa no prazo de até três anos (FARIAS; ROSENVALD;
BRAGA NETTO, 2021).
Um exemplo parece ser bem elucidativo. Imaginemos, assim, que um sujeito A decide vender uma bicicleta ao sujeito B,
mas reserva-se ao direito de, em até três anos, recomprar a coisa, manifestando, portanto, o implemento de verdadeira
condição resolutiva potestativa.
Assim dispõe o artigo 505 do Código Civil: “O vendedor de coisa imóvel pode reservar-se o direito de recobrá-la no prazo
máximo de decadência de três anos, restituindo o preço recebido e reembolsando as despesas do comprador, inclusive
as que, durante o período de resgate, se efetuaram com a sua autorização escrita, ou para a realização de benfeitorias
necessárias”.
Outra cláusula especial é a chamada venda a contento, que “subordina a eficácia da compra e venda a uma condição
suspensiva, qual seja, a satisfação do comprador ao apreciar as qualidades da coisa que lhe foi entregue” (FARIAS;
ROSENVALD; BRAGA NETTO, 2021, p. 858).
O adquirente pode, então, desfazer o contrato caso a coisa não tenha as qualidades previstas, o que explica a
nomenclatura conferida pela doutrina de cláusula ad gustam. Como dispõe o artigo 509 do Código Civil, a venda feita a
contento do comprador entende-se realizada sob condição suspensiva, ainda que a coisa lhe tenha sido entregue; e não
se reputará perfeita, enquanto o adquirente não manifestar seu agrado.
No artigo 510, o Código traz a chamada venda sujeita à prova: “Também a venda sujeita a prova presume-se feita sob a
condição suspensiva de que a coisa tenha as qualidades asseguradas pelo vendedor e seja idônea para o fim a que se
Cláusula retrovenda 
Cláusula venda a contento 
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destina” Nesse caso, “a venda se perfaz se a coisa for igual à amostra” (NEVES, 2021, p. 53).
Finalmente, aludimos à chamada preferência ou preempção, regulada pelos artigos 513 e 515 do Código Civil. Dispõe o
artigo 513 que “a preempção, ou preferência, impõe ao comprador a obrigação de oferecer ao vendedor a coisa que
aquele vai vender, ou dar em pagamento, para que este use de seu direito de prelação na compra, tanto por tanto.
Parágrafo único. O prazo para exercer o direito de preferência não poderá exceder a cento e oitenta dias, se a coisa for
móvel, ou a dois anos, se imóvel”.
Nesta cláusula especial, o comprador assume uma promessa unilateral que consiste em oferecer a coisa ao vendedor
primitivo pelo preço equivalente ao da oferta feita por um terceiro interessado em sua aquisição.
Desse modo, caso o comprador pretenda alienar a coisa adquirida e tenha recebido oferta de terceiro, deverá notificar o
vendedor, por qualquer meio idôneo, para que este exerça o seu direito de preferência, adquirindo a coisa pelo preço
equivalente ao que seria pago pelo terceiro (TEPEDINO; KONDER; BANDEIRA, 2021, p. 315).
Essas são, em linhas gerais, as principais informações relacionadas à compra e venda. Passamos agora ao estudo de outro
contrato típico: a doação.
Doação
O estudo da doação apresenta uma grande vantagem, já que o Código Civil a definiu em seu artigo 538: “Considera-se doação o
contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra.”. Ela consiste,
portanto, em “negócio jurídico por meio do qual o doador, por liberalidade, se obriga a transferir bens ou vantagens de seu
patrimônio ao do donatário, que os aceita” (TEPEDINO; KONDER; BANDEIRA, 2021, p. 344).
Em relação à sua classificação, ressalta José Roberto de Castro Neves (2021) que a doação é um modelo de contrato unilateral,
uma vez que existe atividade de apenas uma parte, sendo gratuito ou benéfico, não havendo comutatividade. Além disso,
concebe a doutrina que a doação se revela como um contrato típico e nominado, assim como solene.
São elementos caracterizadores da doação:
Cláusula preferência ou preempção 
A sua natureza negocial.
O animus donandi, isto é, a intenção do doador de praticar uma liberalidade, sem esperar qualquer
contraprestação.
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Comentário
Tanto este último elemento é verdadeiro que o Código Civil traz em seu artigo 539 a seguinte regra: “O doador pode fixar prazo
ao donatário, para declarar se aceita ou não a liberalidade. Desde que o donatário, ciente do prazo, não faça, dentro dele, a
declaração, entender-se-á que aceitou, se a doação não for sujeita a encargo”.
São elementos componentes do contrato de doação:

Os sujeitos

O objeto

O mútuo consentimento

A forma
Comentário
Em relação a este último componente, dispõe o Código Civil em seu artigo 541que: “A doação far-se-á por escritura pública ou
instrumento particular. Parágrafo único. A doação verbal será válida, se, versando sobre bens móveis e de pequeno valor, se lhe
seguir incontinenti a tradição”.
No que diz respeito ao objeto, admite o Código a chamada “doação em subvenções periódicas”, regulada pelo artigo 545, que
assim dispõe: “A doação em forma de subvenção periódica ao beneficiado extingue-se morrendo o doador, salvo se esta outra
coisa dispuser, mas não poderá ultrapassar a vida do donatário”.
Além disso, admite-se a chamada “doação com cláusula de reversão”, presente no artigo 547, que dispõe que o doador pode
estipular que os bens doados voltem ao seu patrimônio, se sobreviver ao donatário.
A transferência de bens ou vantagens em favor do donatário, sendo que tal transferência pode se operar tanto pela
tradição (bens móveis) como por registro em cartório, por escritura pública, no caso de bens imóveis.
A aceitação de quem recebe, que, no entanto, não precisa ser expressa.
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Finalmente, entende a doutrina ser possível que a doação venha acompanhada de cláusulas restritivas e limitadoras, de que são
exemplos a inalienabilidade, a impenhorabilidade e a incomunicabilidade. Quanto aos sujeitos, admite o artigo 551 a chamada
“doação conjuntiva”. Eis a dicção do texto legal:
Salvo declaração em contrário, a doação em comum a mais de uma pessoa entende-se distribuída entre
elas por igual. Parágrafo único. Se os donatários, em tal caso, forem marido e mulher, subsistirá na
totalidade a doação para o cônjuge sobrevivo.
(ART. 551 DO CÓDIGO CIVIL)
De outro lado, o doador deve ser, em princípio, uma pessoa com plena capacidade jurídica. Nada obstante, em razão do advento
do Estatuto da Pessoa com Deficiência, que alterou profundamente o regime das incapacidades:
a depender da extensão da curatela, é possível a prática de atos jurídicos pelo relativamente incapaz,
inclusive, se for o caso, a celebração de negócios jurídicos.
(FARIAS; ROSENVALD; BRAGA NETTO, 2021, p. 875)
Por outro lado, não há dúvidas de que o incapaz possa receber a doação, como traz, por exemplo, o artigo 543 do Código Civil, ao
prever que, se o donatário for absolutamente incapaz, dispensa-se a aceitação, desde que se trate de doação pura. O Código
também admite doações realizadas em favor de nascituros, que, conforme o artigo 542, “(...) valerá, sendo aceita pelo seu
representante legal”.
Dúvidas não há, também, em relação à possibilidade de que as pessoas jurídicas realizem ou aceitem doações. Nada obstante,
caso se trate de pessoa jurídica de direito público, devem ser atendidas às exigências legais.
Para finalizarmos este módulo, é necessário analisarmos algumas situações especiais de doação, além da chamada promessa
de doação. As doações podem ser:
Doação pura e simples 
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Doação pura e simples é aquela tradicional, que não se submete a nenhuma circunstância ou evento. Pensemos, por
exemplo, no pai que doa uma bicicleta ao seu filho.
Por seu turno, a doação com condição (condicional) é aquela que submete a eficácia da transferência a um evento futuro
e incerto, como o casamento futuro do donatário com pessoa certa e determinada.
Antes do casamento, o donatário só pode requerer ao magistrado “medidas acautelatórias para a preservação do objeto
da doação, assegurando o seu direito futuro” (FARIAS; ROSENVALD; BRAGA NETTO, 2021, p. 879).
Doação submetida a termo inicial é aquela que submete o exercício sobre o bem a um evento futuro e certo. Durante o
lapso havido entre a celebração e a ocorrência de tal evento, o donatário é titular, mas não tem ainda o pleno exercício da
coisa. Pensemos, por exemplo, na doação que se submete a uma data certa no futuro.
Finalmente, a doação com encargo, também chamada de doação modal, caracteriza-se “pela imposição de ônus ao
donatário, o qual deverá executar prestação em benefício do doador, de terceiro ou da coletividade, mas no interesse
próprio na medida em que permite a concretização da doação” (TEPEDINO; KONDER; BANDEIRA, 2021, p. 351).
Como exemplo, podemos pensar na pessoa que doa um imóvel rural a outra, com o encargo de que ela auxilie nas obras
de instituição protetora dos animais presente nas redondezas. Assim dispõe o artigo 553: “O donatário é obrigado a
cumprir os encargos da doação, caso forem a benefício do doador, de terceiro, ou do interesse geral. Parágrafo único. Se
desta última espécie for o encargo, o Ministério Público poderá exigir sua execução, depois da morte do doador, se este
não tiver feito”.
Diante da imposição desse encargo, esta modalidade de doação é, por vezes, caracterizada pela doutrina como uma
exceção à classificação dos contratos unilaterais. Apesar de não configurar contraprestação, tornando o contrato bilateral
ou sinalagmático, o ônus assumido pelo doador é uma obrigação que, ao termo de seu vencimento, pode ser exigida
juridicamente.
Esse ônus qualifica a doação como onerosa. Além disso, tal onerosidade estabelece que o doador responda pelos vícios
redibitórios e pela evicção (TEPEDINO; KONDER; BANDEIRA, 2021).
Situação peculiar referente às doações é a possibilidade de revogação. Como prevê o artigo 555: “A doação pode ser revogada
por ingratidão do donatário, ou por inexecução do encargo”.
O artigo 557 especifica em seus incisos que “[p]odem ser revogadas por ingratidão as doações:
I se o donatário atentou contra a vida do doador ou cometeu crime de homicídio doloso contra ele;
Doação com condição 
Doação a termo inicial 
Doação com encargo 
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I - se o donatário atentou contra a vida do doador ou cometeu crime de homicídio doloso contra ele;
II - se cometeu contra ele ofensa física;
III - se o injuriou gravemente ou o caluniou;
IV - se, podendo ministrá-los, recusou ao doador os alimentos de que este necessitava.
Podemos pensar, por exemplo, no caso do donatário que tentou matar o doador. Os artigos seguintes do Código detalham essa
situação, prevendo regras específicas, como aquela constante do artigo 564:
Não se revogam por ingratidão:
I - as doações puramente remuneratórias;
II - as oneradas com encargo já cumprido;
III - as que se fizerem em cumprimento de obrigação natural;
IV - as feitas para determinado casamento.
(ART. 564 DO CÓDIGO CIVIL)
Para terminarmos este módulo, falta mencionarmos a chamada promessa de doação, também chamada de pactum de donando
ou pactum donationis.
Alguns importantes doutrinadores acabam por negar validade e eficácia a esse pré-contrato, sob o fundamento principal da
“necessidade de presença do animus donandi no momento específico da celebração do negócio.
Assim, permitem o arrependimento pelo promitente-doador, não autorizando a execução no caso de inadimplemento (FARIAS;
ROSENVALD; BRAGA NETTO, 2021, p. 875).
Nada obstante, outra corrente advoga pelo cabimento dessa promessa, argumentando, em primeiro lugar, pela inexistência de
qualquer dispositivo legal que proíba o ato. Logo, se nada o proíbe, a autonomia privada o faculta.
Além disso, defendem “que a liberalidade (ou seja, a vontade de doar) está presente no momento da presença, vinculando,
posteriormente, o promitente-doador. Até mesmo porque o animus donandi não pode ser visto como um relance ou um
relâmpago desregrado do doador” (FARIAS; ROSENVALD; BRAGA NETTO, 2021, p. 875).
Sinalizam Gustavo Tepedino e Paula Greco Bandeira, no entanto, que a maior parte da doutrina e da jurisprudência não
reconheceria “efeitos à promessa de doação, ao argumento de que esta jamais poderia ser executada, sob pena de se
transformar a liberalidade em obrigação. Em uma palavra, não se pode impor a liberalidade e, assim,constituir ‘obrigação de
doar’” (TEPEDINO; KONDER; BANDEIRA, 2021, p. 348).

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Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Doação: elementos caracterizadores da doação
3:00 min.
Doação: doação com encargo
2:44 min.
MÓDULO 1
Vem que eu te explico!
Doação: elementos caracterizadores da doação
3:00 min.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Estudamos neste módulo noções introdutórias sobre compra e venda. A esse respeito, é correto afirmar que ela se trata de um
contrato:
A Atípico, inominado, unilateral, consensual e oneroso.
B Típico, nominado, bilateral, consensual e oneroso.
C Típico, inominado, bilateral, consensual e gratuito.



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D Atípico, nominado, unilateral, aleatório e oneroso.
E Típico, nominal, unilateral, consensual e gratuito.
Parabéns! A alternativa B está correta.
Trata-se da correta classificação do contrato de compra e venda, que é típico, nominado, bilateral,
consensual e oneroso.
Questão 2
Em relação ao contrato de doação, é correto afirmar que:
A Ele não pode ser revogado.
B Ele pode ser revogado apenas nos casos de ingratidão.
C Ele pode ser revogado apenas nos casos de inexecução do encargo..
D Ele pode ser revogado apenas quando o doador assim o previr.
E Ele pode ser revogado nos casos de ingratidão e inexecução do encargo.
Parabéns! A alternativa E está correta.
Conforme dispõe o art. 555 do Código Civil, a doação pode ser revogada por ingratidão do
donatário ou por inexecução do encargo.

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2 - Mútuo e comodato
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car a normativa básica aplicável aos contratos de comodato e
mútuo.
As espécies contratuais mútuo e comodato são tratadas pelo Código como espécies do gênero
empréstimo.
Se pararmos para pensar, utilizamos a palavra empréstimo cotidianamente tanto quando queremos nos referir ao mútuo quanto
ao comodato, já que, em essência, ambos são muito parecidos.
Como ensina Anderson Schreiber (2020), eles:
[t]êm em comum o propósito de propiciar a utilização de coisa alheia. Diferem, contudo, quanto
a diversos aspectos, que incluem o objeto, o modo de sua celebração e seus efeitos.
Correspondem, na verdade, a funções distintas.
(SCHREIBER, 2020, p. 777)
Como esclarecem Farias, Rosenvald e Netto (2021), os contratos de comodato e mútuo se aproximam e se repelem. Aproximam-
se por serem espécies do gênero empréstimo, pois ocorre a cessão temporária de uma coisa, com futura devolução.
Doutro lado, repelem-se, porque, no mútuo, a propriedade da coisa se transfere àquele que a tomou emprestada (bens fungíveis)
e o mutuário deve restituir em mesma espécie, gênero e qualidade, enquanto no comodato ocorre a transferência de posse (bens
infungíveis), com o implacável dever de devolução da coisa objeto da avença.
Além disso, enquanto no comodato existe sempre a gratuidade, no mútuo, há gratuidade ou onerosidade. Dessa forma, para os
autores, o empréstimo de uma casa configura comodato, enquanto o empréstimo de dinheiro é um mútuo. Comecemos, então,
pelo comodato.
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Comodato
Estabelece o artigo 579 do Código Civil que o comodato é o empréstimo gratuito de coisas não fungíveis, perfazendo-se com a
tradição do objeto. O exemplo mais clássico é o do amigo (comodante) que empresta a casa de praia (coisa não fungível) para o
outro (comodatário), desde que não cobre nenhuma remuneração em troca (gratuidade).
Temos, portanto, uma transferência da:
posse direta sobre bem infungível ao comodatário, formando-se o contrato com a entrega da coisa.
Opera-se, assim, o desdobramento da posse, de modo que a posse direta da coisa é transferida ao
comodatário e o comodante permanece com a posse indireta, podendo ambos, em consequência, se
valer dos interditos possessórios.
(TEPEDINO; KONDER; BANDEIRA, 2021, p. 453-454)
São elementos caracterizadores do comodato, portanto:
Em relação ao prazo, alguns argumentam ser a temporariedade um elemento estrutural do comodato. Assim, segundo o artigo
581, “o prazo para restituição da coisa pode ser determinado ou determinável – este último apelidado de comodato precário”
(FARIAS; ROSENVALD; BRAGA NETTO, 2021, p. 889).
Eis a dicção do dispositivo: “Se o comodato não tiver prazo convencional, presumir-se-lhe-á o necessário para o uso concedido;
não podendo o comodante, salvo necessidade imprevista e urgente, reconhecida pelo juiz, suspender o uso e gozo da coisa
A gratuidade.
A infungibilidade do objeto.
A efetiva entrega da coisa (tradição).
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emprestada, antes de findo o prazo convencional, ou o que se determine pelo uso outorgado”. Em relação à sua classificação,
podemos dizer que o comodato é um contrato:
Real, já que só se torna perfeito com a efetiva entrega da coisa (tradição).
Unilateral, apesar de parte da doutrina considerá-lo um contrato bilateral imperfeito, já que o comodatário eventualmente pode
assumir deveres acidentais, como o pagamento de despesas urgentes e necessárias.
Gratuito, benéfico e desinteressado.
Não solene, apesar do artigo 580 do Código Civil.
De natureza personalíssima (intuitu personae), salvo estipulação em sentido contrário.
O artigo 582 traz obrigações para o comodatário, dispondo que este é obrigado a conservar, como se sua própria fora, a coisa
emprestada, não podendo usá-la senão de acordo com o contrato ou a natureza dela, sob pena de responder por perdas e danos.
O comodatário constituído em mora, além de por ela responder, pagará, até restituí-la, o aluguel da coisa
que for arbitrado pelo comodante.
Em relação aos riscos, o artigo 583 traz que, se correndo risco o objeto do comodato juntamente com outros do comodatário
antepuser este a salvação dos seus, abandonando o do comodante, responderá pelo dano ocorrido, ainda que se possa atribuir a
caso fortuito, ou força maior.
Quanto às despesas, o artigo 584 prevê que o comodatário não poderá jamais recobrar do comodante as despesas feitas com o
uso e gozo da coisa emprestada. Finalmente, o artigo 585 dispõe que, se duas ou mais pessoas forem simultaneamente
comodatárias de uma coisa, ficarão solidariamente responsáveis para com o comodante.
Por derradeiro, em relação à extinção do contrato de comodato, a doutrina aponta que ela pode se dar:
(i)
Pelo perecimento ou deterioração do bem (pode haver, também, a desapropriação pelo poder público).
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(ii)
Pelo regular cumprimento da obrigação de restituição.
(iii)
por resilição bilateral (distrato), se houver comunhão de vontades; e, ainda,
(iv)
resilição unilateral (denúncia), devendo, nessa hipótese, a parte interessada “providenciar a notificação da outra, dando ciência
da cessação negocial e estipulando um prazo razoável para a conclusão.” (FARIAS; ROSENVALD; BRAGA NETTO, 2021, p. 892).
Comodato
Neste vídeo, o professor Filipe Medon discorre sobre as características do contrato de mútuo e suas principais regras.
Mútuo
Por sua vez, o mútuo é definido pelo artigo 586 do Código Civil como o empréstimo de coisas fungíveis.
O mutuário é obrigado a restituir ao mutuante o que dele recebeu em coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade.
Exemplo
O exemplo mais notório é o do chamado mútuo feneratício, conhecido na noção vulgar como o “empréstimo dedinheiro”. Assim,
podemos imaginar que um sujeito A empresta certa quantia para um sujeito B, que deve lhe restituir a quantia em dado

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momento.
Como esclarecem Gustavo Tepedino e Paula Greco Bandeira, o mútuo tem por objetivo a transferência da propriedade de bem
fungível, com a finalidade de consumo por parte do mutuário.
É por essa razão que aquele que empresta (mutuante) deve ser proprietário do bem objeto do contrato de mútuo, “cuja tradição
ao mutuário implica a transferência dos riscos da coisa a esse último (res perit domino)”. Vale dizer, o mutuário responderá pelos
riscos da coisa a partir da tradição (CC, art. 587).
A transferência da propriedade constitui meio para atingir a �nalidade do contrato de mútuo,
precisamente o consumo do bem fungível pelo mutuário.
(TEPEDINO; KONDER; BANDEIRA, 2021, p. 462)
Assim dispõe o artigo 587, no sentido de que este empréstimo transfere o domínio da coisa emprestada ao mutuário, por cuja
conta correm todos os riscos dela desde a tradição.
São elementos caracterizadores do mútuo:
Em relação à sua classificação, o mútuo pode ser considerado um contrato:
Real, já que só se aperfeiçoa com a entrega da coisa.
Unilateral.
Não solene.
Tanto gratuito como oneroso, a depender da finalidade das partes. 
A efetiva transferência da propriedade da coisa mutuada.
A fungibilidade e a consuntibilidade do bem.
A garantia de restituição da coisa emprestada. Vejamos, em relação a este último elemento, o artigo 590,
dispondo que o mutuante pode exigir garantia da restituição se, antes do vencimento, o mutuário sofrer notória
mudança em sua situação econômica.
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Imaginemos a este respeito, por exemplo, que o mutuante seja remunerado por juros. Nesse caso, muito comum em
empréstimos bancários, o mútuo assume uma feição onerosa, sendo, por isso, denominado de mútuo feneratício, mútuo
oneroso ou, ainda, mútuo frutífero. 
Sobre isso, dispõe o artigo 591: “Destinando-se o mútuo a fins econômicos, presumem-se devidos juros, os quais, sob pena de
redução, não poderão exceder a taxa a que se refere o art. 406, permitida a capitalização anual”.
O mútuo deve ser, ainda, um contrato temporário, o que explica a previsão do artigo 592, que disciplina os prazos caso as partes
não os tenham fixado:
Não se tendo convencionado expressamente, o prazo do mútuo será:
I – até a próxima colheita, se o mútuo for de produtos agrícolas, assim para o consumo, como para
semeadura;
II – de trinta dias, pelo menos, se for de dinheiro;
III – do espaço de tempo que declarar o mutuante, se for de qualquer outra coisa fungível.
(ARTIGO 592 DO CÓDIGO CIVIL)
Quanto à extinção, esta pode ocorrer por:
resilição bilateral;
resilição unilateral, em favor do mutuário;
restituição da coisa equivalente quando do advento do termo;
resolução culposa.
Esta última se trata de forma anômala e deve ser “judicialmente reconhecida, quando o mutuário descumpre as suas obrigações,
em especial quando descumpre o dever de restituir o bem emprestado (e os juros convencionados, quando se tratar de mútuo
feneratício)” (FARIAS; ROSENVALD; BRAGA NETTO, 2021, p. 895).
Analisadas as disciplinas do comodato e do mútuo, passamos no módulo seguinte ao estudo da alienação fiduciária em garantia
e da fiança.

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Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Comodato: elementos caracterizadores do comodato
2:59 min.
Comodato: extinção do contrato de comodato
2:54 min.
MÓDULO 2
Vem que eu te explico!
Comodato: elementos caracterizadores do comodato
2:59 min.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1
Estudamos neste módulo a disciplina do comodato. A esse respeito, é correto afirmar que se trata de um contrato:
A Real, gratuito e oneroso.
B Solene, unilateral e oneroso.
C Benéfico, não solene e consensual.



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D Real, gratuito e benéfico.
E Consensual, oneroso e desinteressado.
Parabéns! A alternativa D está correta.
Trata-se da classificação mais aceita em relação ao comodato, que é um contrato real, gratuito e
benéfico.
Questão 2
A respeito do contrato de mútuo, é correto afirmar que o mútuo frutífero é aquele em que há empréstimo de:
A Bens móveis
B Bens imóveis
C Frutos naturais
D Frutos civis
E Dinheiro
Parabéns! A alternativa E está correta.
Mútuo frutífero, também chamado de oneroso ou feneratício, é aquele que envolve o empréstimo
de dinheiro.

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3 - Alienação �duciária e �ança
Ao �nal deste módulo você será capaz de analisar principais características e elementos dos contratos de
alienação �duciária em garantia e �ança.
No primeiro módulo, tratamos dos contratos de compra e venda e doação. Passamos, em seguida, ao estudo do comodato e do
mútuo. Agora, finalmente, vamos analisar dois tipos contratuais de grande utilidade prática: a alienação fiduciária e a fiança, que
têm em comum o traço da “fidúcia”, isto é, a existência de confiança, elemento essencial da relação.
Começamos, então, pela alienação fiduciária em garantia.
Alienação �duciária em garantia
Neste vídeo, o professor Filipe Medon discorre sobre as características do contrato de alienação fiduciária em garantia e suas
principais regras.
De�nição de alienação �duciária em garantia
Anderson Schreiber (2020) define alienação fiduciária em garantia como negócio jurídico por meio do qual o devedor (fiduciante)
cede ao credor (fiduciário) a propriedade de certa coisa para fins de garantia de determinado débito.
Apesar de o Código Civil, art. 1.361, estabelecer que deve ser coisa móvel infungível, a legislação especial em sua evolução tem
assegurado expansão à alienação fiduciária em garantia, admitindo bens fungíveis e bens imóveis. Tal lei, que dispõe sobre o
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Sistema de Financiamento Imobiliário, institui a alienação fiduciária de coisa imóvel e dá outras providências, trazendo uma
definição deste tipo contratual, especialmente quando este envolve bens imóveis.
De acordo com o seu artigo 22, a alienação fiduciária regulada por tal lei é o negócio jurídico pelo
qual o devedor, ou fiduciante, com o escopo de garantia, contrata a transferência ao credor, ou
fiduciário, da propriedade resolúvel de coisa imóvel.
Como esclarece José Roberto de Castro Neves, a alienação fiduciária em garantia é quase uma “parente” da venda com reserva
de domínio. No entanto, não se trataria propriamente de uma venda, mas de uma forma de garantia das obrigações já que,
“[e]mbora exista a transferência da propriedade, a vontade das partes não é a de comprar ou vender” (NEVES, 2021, p. 68).
Assim nos explica Anderson Schreiber:
A função da alienação fiduciária em garantia é, como a própria expressão já revela, de garantia: a propriedade alienada
serve para assegurar o pagamento do débito. Não se trata exatamente de um direito real de garantia, mas sim de
transferência de propriedade resolúvel com fins de garantia.
Daí por que não encontra previsão na listagem do art. 1.225, tendo sido disciplinada pela codificação civil na parte
referente à propriedade, noção à qual se subsume, como espécie de propriedade fiduciária. Sua especial função
recomenda, todavia, que, respeitadas as suas peculiaridades, lhe sejam aplicadas as normas relativas aos direitosreais
em garantia.
O Código Civil dispõe nesse sentido ao mandar aplicar diversas das disposições gerais previstas para esta última
categoria (art. 1.367). A principal peculiaridade da alienação fiduciária está em já transferir, ab initio, ao credor a
propriedade plena da coisa.
Embora se trate de propriedade afetada ao propósito específico de garantia, o credor fiduciário estará mais bem
assegurado que o credor pignoratício, por exemplo, que tem mera posse do bem. A alienação fiduciária em garantia
implica, a propósito, desdobramento da posse, tornando-se o devedor possuidor direto da coisa, enquanto o credor
fiduciário recebe a propriedade e a posse indireta.
O desdobramento dura até a restituição da propriedade ao devedor. Com efeito, como destaca Melhim Chalhub, a
transmissão da propriedade fiduciária se realiza em dois momentos: (a) primeiro, ao fiduciário, em caráter transitório, e,
depois, (b) de volta ao fiduciante, quando solvida a dívida.”
(SCHREIBER, 2020, p. 1186)
O que isso signi�ca?
Eu transfiro a propriedade para um credor para que esta propriedade sirva de garantia ao negócio subjacente, que costuma ser
um mútuo feneratício, isto é, o empréstimo de dinheiro, como vimos no módulo anterior.
O credor fiduciário passa a ter, de início, a propriedade do bem e isso implica o desdobramento da posse: o credor fiduciário
conserva a posse indireta, ao passo que o devedor, também chamado de fiduciante, fica com a posse direta do bem, isto é,
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exerce diretamente o seu poder físico sobre a coisa.
O artigo 23 da Lei nº 9.514/97 estabelece que se constitui a propriedade fiduciária de coisa imóvel mediante registro, no
competente Registro de Imóveis, do contrato que lhe serve de título. Com a constituição da propriedade fiduciária, dá-se o
desdobramento da posse, tornando-se o fiduciante possuidor direto e o fiduciário possuidor indireto da coisa imóvel.
Essa propriedade do credor é, no entanto, uma propriedade fiduciária. Dito de outra forma: o credor fiduciário se torna
proprietário resolúvel do bem: a condição resolutiva de sua propriedade (que vai extingui-la) é o adimplemento por parte do
devedor fiduciante.
Lembremos: �dúcia vem de �des, con�ança.
Se o devedor não adimplir essa obrigação, qual será a consequência?
O credor, salvo exceções, não poderá ficar com o bem, porque existe, em nosso ordenamento, uma vedação ao pacto comissório,
isto é, aquela cláusula segundo a qual o inadimplemento faz com que o credor se torne proprietário pleno do bem.
Ele deverá, portanto, levar aquele bem a leilão. Como estabelece o artigo 66, §6º, do Decreto-lei nº 911/1969, é nula a cláusula
que autoriza o proprietário fiduciário a ficar com a coisa alienada em garantia, se a dívida não for paga no seu vencimento.
Nada obstante, como ressalta Anderson Schreiber:
[o] dever de promover a venda do bem gera, além de elevação de custo operacional que acaba por
onerar o devedor, di�culdades práticas como a eventual ausência de interesse de terceiros. A legislação
especial tem �exibilizado a vedação, permitindo, em certas hipóteses, que o credor �que com a coisa
(Lei nº 9.514/1997, art. 27).
(SCHREIBER, 2020, p. 1187)
Conforme prevê o caput do artigo 27, uma vez consolidada a propriedade em seu nome, o fiduciário,
no prazo de trinta dias, contados da data do registro de que trata o § 7º do artigo 26, promoverá
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p , g q § g , p
público leilão para a alienação do imóvel.
Finalmente, como regra geral, esclarece José Roberto de Castro Neves (2021) que, não havendo pagamento, o credor
(proprietário fiduciário) poderá intimar o devedor para constituí-lo em mora. Para isso, a Súmula 72 do STJ aponta a
obrigatoriedade da prova da constituição em mora para obter a busca e a apreensão na alienação fiduciária.
Em seguida, o credor poderá reclamar a busca e apreensão da coisa alienada fiduciariamente. Neves salienta que, para alguns
autores, somente as financeiras podem oferecer crédito nas alienações fiduciárias.
Fiança
Como última espécie contratual analisada aqui, temos o contrato de fiança, que, tal como a alienação fiduciária em garantia,
também coloca em elevado patamar o elemento da confiança. A sua disciplina, no Código Civil, encontra-se no intervalo dos
artigos 818 a 839.
O primeiro destes conceitua a fiança como o contrato por meio de que uma pessoa garante satisfazer ao credor uma obrigação
assumida pelo devedor, caso este não a cumpra.
Comecemos, então, por uma definição:
Fiança é o contrato por meio do qual o fiador se obriga a cumprir a obrigação contraída pelo
afiançado, caso este último não a cumpra. A fiança é a principal modalidade de garantia
pessoal ou fidejussória, ao lado do aval, instituto atinente à disciplina dos títulos de crédito.
(SCHREIBER, 2020, p. 863)
Tal contrato é firmado entre o fiador e o credor do afiançado, dispensando à lei qualquer
consentimento, participação ou até mesmo ciência por parte do devedor.
Tanto é assim que o Código chega a afirmar que este contrato pode ser celebrado contra a vontade do devedor - esta a dicção do
ti 820 d d ti l fi i d ti t d d d t t d
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artigo 820, prevendo que se pode estipular a fiança, ainda que sem consentimento do devedor ou contra a sua vontade.
Nada obstante, “[o] devedor participa, obviamente, do contrato principal, fonte da obrigação afiançada. A fiança é, nesse sentido,
contrato acessório, encontrando justificativa no contrato principal e seguindo o seu destino” (SCHREIBER, 2020, p. 863). Nessa
linha, o artigo 824 estabelece que as obrigações nulas não são suscetíveis de fiança, exceto se a nulidade resultar apenas de
incapacidade pessoal do devedor. A exceção estabelecida em tal artigo não abrange o caso de mútuo feito a menor.
É importante notarmos que, na fiança, o fiador assume a obrigação de outra pessoa, que tem uma dívida, caso este devedor não
a adimpla. Em outros termos, por força de um contrato, um terceiro, o qual configura inicialmente estranho na relação de
obrigação entre credor e devedor, assume a obrigação do devedor.
Nesse caso, o fiador tem a obligatio, porém não o debitum, devendo ele pagar a dívida originalmente de outra pessoa. Na fiança,
caso o devedor venha a falhar com o pagamento, o fiador responderá subsidiariamente e, por isso, é possível afirmar que o dever
do fiador permanece em potência (NEVES, 2021). São características primordiais da fiança:

Acessoriedade

Subsidiariedade e benefício de ordem
Em relação à acessoriedade, o fato de a fiança ser dependente funcional e estruturalmente da obrigação do devedor traz
algumas consequências, como o fato de a fiança não poder exceder a dívida principal, “nem se contraída em condições mais
onerosas; contudo poderá ficar aquém dela, num e noutro desses aspectos.” (FARIAS; ROSENVALD; BRAGA NETTO, 2021, pp.
954-955).
Saiba mais
Além disso, a nulidade da obrigação principal pode implicar a invalidade da fiança, exceto, como aponta o artigo 824, se a
nulidade resultar apenas de incapacidade pessoal do devedor. Eis a literalidade do dispositivo: “As obrigações nulas não são
suscetíveis de fiança, exceto se a nulidade resultar apenas de incapacidade pessoal do devedor. Parágrafo único. A exceção
estabelecida neste artigo não abrange o caso de mútuo feito a menor”.
Finalmente, como consequência do princípio geral de que o acessório segue a sorte do principal, a extinção da obrigação
principal se traduz na extinção da fiança (FARIAS; ROSENVALD; BRAGA NETTO, 2021, p. 955).
A segunda característica primordial é a de subsidiariedade e benefício de ordem. Cristiano Chaves de Farias, Nelson Rosenvald e
Felipe Braga Netto esclarecem a esse respeito:
Ocumprimento pelo �ador só será exigível quando o devedor não cumpra nem possa cumprir a
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O cumprimento pelo �ador só será exigível quando o devedor não cumpra nem possa cumprir a
obrigação que se encontra adstrito. Esta segunda característica da �ança, não se deve entender-se
isolada da anterior. Pois, se uma obrigação é apenas subsidiária e não também acessória de outra, não
haverá �ança.
Destarte, a subsidiariedade da �ança se concretiza com o chamado benefício da excussão, ou de ordem,
consistente na vantagem outorgada ao �ador de exigir, caso acionado pelo débito principal, que
primeiramente sejam excutidos os bens do devedor a�ançado.
(FARIAS; ROSENVALD; BRAGA NETTO, 2021, p. 956)
Nessa direção, preceitua o artigo 827 do Código Civil que o fiador demandado pelo pagamento da dívida tem direito a exigir, até a
contestação da lide, que sejam primeiro executados os bens do devedor.
O fiador que alegar o benefício de ordem a que se refere este artigo deve nomear bens do devedor,
sitos no mesmo município, livres e desembargados, quantos bastem para solver o débito.
Saiba mais
Nada obstante, o artigo 828 aponta que tal benefício não aproveita ao fiador se ele o renunciou expressamente; se obrigou como
principal pagador, ou devedor solidário; ou se o devedor for insolvente, ou falido.
Finalmente, em relação à extinção da fiança, podemos apontar que ela se opera tanto por causas diretas, quanto indiretas,
“variando conforme o término da relação contratual seja o reflexo da ruína do negócio jurídico principal (extinção indireta), ou, se
o decesso da fiança for fruto de circunstâncias internas, intrínsecas à autônoma relação de garantia, mesmo que sobreviva o
contrato base que lhe deu origem (extinção direta)” (FARIAS; ROSENVALD; BRAGA NETTO, 2021, p. 960).
O Código Civil disciplina a extinção da fiança, sobretudo nos artigos 837 a 839. Preceitua o artigo 837 que o fiador pode opor ao
credor as exceções que lhe forem pessoais, e as extintivas da obrigação que competem ao devedor principal, se não provierem
simplesmente de incapacidade pessoal, salvo o caso do mútuo feito a pessoa menor.
Já o artigo 838 aponta que o fiador, ainda que solidário, ficará desobrigado: se, sem consentimento seu, o credor conceder
moratória ao devedor; se, por fato do credor, for impossível a sub-rogação nos seus direitos e preferências; ou se o credor, em
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pagamento da dívida, aceitar amigavelmente do devedor objeto diverso do que este era obrigado a lhe dar, ainda que depois
venha a perdê-lo por evicção.
Finalmente, o artigo 839 traz que, se for invocado o benefício da excussão e o devedor, retardando-se a execução, cair em
insolvência, ficará exonerado o fiador que o invocou, se provar que os bens por ele indicados eram, ao tempo da penhora,
suficientes para a solução da dívida afiançada.
O Código traz, ainda, no artigo 836, regra no sentido de que a obrigação do fiador passa aos herdeiros, mas a responsabilidade
da fiança se limita ao tempo decorrido até a morte do fiador, não podendo ultrapassar as forças da herança.
Comentário
Isso quer isso dizer que, tendo em vista “sua índole de garantia personalíssima, a fiança se extingue com o fato jurídico da morte
do fiador” (FARIAS; ROSENVALD; BRAGA NETTO, 2021, p. 960).
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Fiança: características primordiais da �ança
2:44 min.
Fiança: extinção da �ança
2:29 min.
MÓDULO 3
Vem que eu te explico!
Fiança: características primordiais da �ança
2:44 min.
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


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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Define-se a alienação fiduciária em garantia como:
A
O negócio jurídico por meio do qual o fiduciante transfere ao fiduciário apenas a posse de certa coisa com o
escopo de garantir o pagamento de certo débito.
B
O negócio jurídico por meio do qual o fiduciário transfere ao fiduciante a posse de certa coisa com o escopo de
garantir o pagamento de certo débito.
C
O negócio jurídico por meio do qual o fiduciário transfere ao fiduciante a propriedade de certa coisa com o
escopo de garantir o pagamento de certo débito.
D
O negócio jurídico por meio do qual o fiduciante transfere ao fiduciário a propriedade de certa coisa com o
escopo de garantir o pagamento de certo débito.
E
O ato jurídico em sentido estrito por meio do qual o fiduciante transfere ao fiduciário a propriedade de certa
coisa com o escopo de garantir o pagamento de certo débito.
Parabéns! A alternativa D está correta.
Trata-se precisamente da definição do instituto.
Questão 2
É correto afirmar que a obrigação do fiador:
A Extingue-se com a morte do fiador.
B
Passa aos herdeiros, mas a responsabilidade da fiança se limita ao prazo de dois anos após a morte do fiador,
e não pode ultrapassar as forças da herança.
Não passa aos herdeiros de modo que a responsabilidade da fiança se limita ao prazo de dois anos após a
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Considerações �nais
Como vimos, a compreensão dos tipos contratuais dependerá sempre da análise em concreto, observada a função que as partes
pretenderam dar a certa estrutura. Os tipos contratuais estudados (compra e venda, doação, comodato, mútuo, alienação
fiduciária em garantia e fiança) são de extrema importância prática porque estão muito presentes no cotidiano das pessoas.
É preciso, portanto, conhecer seus elementos essenciais, suas principais características e, finalmente, a disciplina a eles
aplicável, desde o nascimento até a extinção.
Como observamos, cada contrato tem suas peculiaridades, por isso exigem grande atenção no seu estudo, já que uma
identificação equivocada pode conduzir à aplicação do regime jurídico relativo a outra espécie contratual.
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Agora, o especialista fará uma revisão dos principais aspectos abordados.
C
Não passa aos herdeiros, de modo que a responsabilidade da fiança se limita ao prazo de dois anos após a
morte do fiador, e não pode ultrapassar as forças da herança.
D Pode ser negada por seus herdeiros se a dívida foi constituída há mais de cinco anos antes de sua morte.
E
Passa aos herdeiros, mas a responsabilidade da fiança se limita ao tempo decorrido até a morte do fiador, e
não pode ultrapassar as forças da herança.
Parabéns! A alternativa E está correta.
De acordo com o art. 836 do Código Civil: a obrigação do fiador passa aos herdeiros; mas a
responsabilidade da fiança se limita ao tempo decorrido até a morte do fiador, e não pode
ultrapassar as forças da herança.
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Referências
DANTAS, S. T. Programa de Direito Civil II: os contratos. Rio de Janeiro, RJ: Rio, 1978.
FARIAS, C. C.; ROSENVALD, N.; BRAGA NETTO, F. Manual de Direito Civil: volume único. 6. ed. Salvador, BA: Juspodivm, 2021.
NEVES, J. R. C. Contratos. 3. ed. Rio de Janeiro, RJ: GZ, 2021.
SCHREIBER, A. Manual de Direito Civil Contemporâneo. 6. ed. São Paulo, SP: Saraiva Educação, 2020.
TEPEDINO, G.; KONDER, C. N.; BANDEIRA, P. G. Fundamentos do Direito Civil: vol. 3. Rio de Janeiro, RJ: Forense, 2021.
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Para saber mais sobre os assuntos explorados neste conteúdo:
Assista ao vídeo Autonomia privada e o papel da vontade na atividade contratual, e veja como Gustavo Tepedino aborda o
assunto.
Pesquise a obra O contrato e sua função social, de Humberto Theodoro.
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