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RESUMO DE DIREITO CIVIL - CONTRATOS

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RESUMO DE DIREITO CIVIL – CONTRATOS
CONTRATOS – CONCEITO
· O CC não conceitua contrato.
· PODE SE DEFINIR O CONTRATO COMO um negócio jurídico bilateral ou plurilateral, por meio do qual as partes visam atingir determinado interesse patrimonial, criando assim, um dever jurídico principal e, consequentemente deveres jurídicos anexos, decorrentes da boa-fé objetiva e do princípio da função social.
ELEMENTOS OU REQUISITOS DOS CONTRATOS
· PONTES DE MIRANDA dividiu os negócios jurídicos em 3 planos:
· No plano da existência estão os elementos mínimos de um negócio jurídico, seus pressupostos fáticos. Nesse plano há apenas substantivos sem adjetivos. Esses substantivos são: partes, vontade, objeto e forma.
· Não havendo algum desses elementos, o negócio jurídico é inexistente.
· No segundo plano, o da validade, as palavras indicadas ganham qualificações, são: partes capazes; vontade livre, sem vícios; objeto lícito, possível, determinado ou determinável e forma prescrita e não defesa em lei. 
· Os relativamente incapazes podem celebrar pessoalmente todos os contratos, desde que assistidos pelo representante legal. Sem a assistência o contrato não é nulo, é apenas anulável.
· FORMA PRESCRITA OU NÃO DEFESA EM LEI :
· No tocante a forma vigora, no silêncio, o princípio da liberdade das formas, isto é, o contrato pode ser feito por qualquer forma. Essa é a regra. 
· A forma escrita, quando exigida por lei, é requisito de validade do contrato. 
· EX: uma escritura pública como alienação de imóvel de valor superior a trinta salários mínimos R$ 28.620. Ou seja, imóveis que custam menos de trinta salários mínimos não necessitam de escritura publica. ART. 108 CC.
· Por fim, no plano da eficácia estão os elementos relacionados com as consequências do negócio jurídico, em relação a parte e a terceiros. Caso da condição, do termo (prazo de validade do contrato), do encargo (condição para que o contrato tenha eficácia), das regras relacionadas com o inadimplemento, dos juros, da multa ou cláusula penal, das perdas e danos, da resolução, da resilição, do registro imobiliário e da tradição (em regra). 
· A Escada Ponteana indica que o plano seguinte não pode existir sem o anterior. 
AS CLÁUSULAS CONTRATUAIS, EM GERAL, SEGUEM A ESCADA PONTEANA	
Podem ser essenciais, naturais e acidentais:
· DIÁLOGO DAS FONTES: A aplicação do diálogo das fontes justifica-se no Brasil diante de uma aproximação principiológica entre os dois sistemas legislativos (CDC e CC/2002), principalmente no que tange aos contratos. Sobre essa aproximação, foi aprovado o Enunciado n. 167 na III Jornada de Direito Civil - (diálogo de complementaridade).
DIRIGISMO DO ESTADO
· Observando a mitigação do princípio da autonomia da vontade, o Estado intervém, buscando o equilíbrio na relação contratual, assegurando que a boa-fé objetiva e a função social do contrato sejam respeitados, assim como a equivalência material entre as partes.
· Justifica-se essa ideologia com o fato inegável que essa interferência do Estado moderno serve para tentar buscar reequilíbrio de forças entre as pessoas, dando proteção jurídica a parte mais frágil. 
PRINCÍPIOS:
1. Autonomia Privada
· Autonomia privada é o direito que a pessoa tem de se auto regulamentar, ou seja, significa que as partes são livres para contratar, se quiser, com quem quiser, e, como quiser.
· Não é um princípio absoluto, porque ele sofre exceções através dos princípios da supremacia da ordem pública (intervenção do Estado), função social do contrato e boa-fé objetiva.
2. Função Social do Contrato
· É a prevalência dos interesses coletivos sobre os interesses individuais dos contratantes.
· A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato. (artigo sem conteúdo, sem sentido – CRÍTICA)
A REDAÇÃO DEVERIA SER:
· A liberdade contratual será exercida nos limites da função social do contrato. 
· Pois, cada um contrata com quem quiser e a função social não é a razão do contrato. 
· A razão do contrato é a autonomia privada.
· A função social é o limite do contrato, possui efeito intra- partes (ex. onerosidade excessiva) e extra partes (ex. tutela externa do crédito).
3. Boa Fé (objetiva). 
· O rol de deveres contratuais é exemplificativo, porque além daqueles deveres explicitados no contrato, há ainda, os deveres implícitos ou anexos, é o que se chama princípio da boa-fé objetiva, é a obrigação que as partes têm de cumprir deveres que não estão escritos, mas que estão implícitos. 
· São deveres anexos baseados na lealdade, na confiança. 
· No CC a Boa Fé Objetiva tem três funções:
· Função interpretação; Função de controle (Controla-se os limites do contrato pela boa-fé) e Função de integração (vigora em todas as fases do contrato).
· Comprovada a má fé (omissão, má-fé), o juiz pode resolver o contrato.
· A cláusula geral contida no art. 422 do novo Código Civil impõe ao juiz interpretar e, quando necessário, suprir e corrigir o contrato segundo a boa-fé objetiva.
DESDOBRAMENTOS DO PRINCÍPIO DA BOA-FÉ OBJETIVA – CONCEITOS ORIUNDOS DO DIREITO COMPARADO
1. Vedação da “tu quoque”
· Situação de uma parte que, descumprindo o contrato, posteriormente pretende se valer do preceito descumprido em benefício próprio. Tal situação, evidentemente é vedada pelo princípio da boa-fé. 
· Evita-se que uma pessoa que viole uma norma jurídica possa exercer direito dessa mesma norma inferido.
2. Vedação do “venire contra factum proprium non potest”
· A pessoa não pode exercer um direito próprio contrariando um comportamento anterior, devendo ser mantida a confiança e o dever de lealdade decorrentes da boa-fé objetiva, depositada quando da formação do contrato. 
3. Supressio ( supressão, renúncia tácita de um direito)
· Significa a supressão, por renúncia tácita, de um direito ou de uma posição jurídica, pelo seu não exercício com o passar dos tempos, ou na tolerância da conduta diversa da pactuada. O não exercício do direito importa a sua supressio. 
· Ex. “o pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do credor relativamente ao previsto no contrato”.ART. 330 cc;
4. Surrectio
· A surrectio é o surgimento de um direito diante uma obrigação que originalmente não integrava a relação contratual.
· Criando tacitamente para outra um direito, e essa obrigação se consolida na relação.
· Ex no slide.
4. Força obrigatória do Contrato – “Pacta Sunt Servanda”
· O princípio em questão está relativizado e mitigado pelo principio da função social do contrato e pelo principio da boa fé. Não é exagerado afirmar que o princípio da força obrigatória do contrato tende a desaparecer.
· Decorrente do princípio da autonomia privada, a força obrigatória dos contratos prevê que tem força de lei o estipulado pelas partes.
· Ex: É abusiva a cláusula contratual de plano de saúde que limita no tempo a internação hospitalar do segurado. 
PRINCÍPIO DA RELATIVIDADE DOS EFEITOS – exceções.
· O negócio celebrado, em regra, somente atinge as partes contratantes (inter partes), não prejudicando ou beneficiando terceiros estranhos a ele. Contrapõe-se tal princípio, inerente ao direito obrigacional, à eficácia erga omnes dos direitos reais, regidos pelo princípio da publicidade. 
· Sendo assim, pode-se afirmar que o contrato também gera efeitos perante terceiros.
· Na promessa de fato de terceiro, os efeitos são de fora para dentro do contrato, ou endógenos, porque a conduta de um estranho ao contrato repercute para dentro deste (responderá aquele que fez a promessa perante o outro contratante). 
· Na estipulação em favor de terceiro, os efeitos são de dentro para fora do contrato, ou seja, exógenos, tornando-se uma clara exceção à relativização contratual (EX: seguro em favor de terceiros).
FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
· É possível identificar quatro fases na formação do contrato civil:
a) Fase de negociações preliminares ou de puntuação.
 b) Fase de proposta, policitação ou oblação. 
c) Fase de contrato preliminar. 
d) Fase de contrato definitivo ou de conclusão do contrato
NEGOCIAÇÕES PRELIMINARES– OU PUNTUAÇÃO
· Essa é a fase em que ocorrem debates prévios, entendimentos, tratativas ou conversações sobre o contrato preliminar ou definitivo. Ex.: carta de intenções.
· Essa fase não está prevista no Código Civil de 2002, sendo anterior à formalização da proposta. 
· Justamente por não estar regulamentado no Código Civil, não se pode dizer que o debate prévio vincula as partes. 
· Desse modo, não haveria responsabilidade civil contratual nessa fase do negócio, conforme ensina Maria Helena Diniz, existe apenas a responsabilidade civil extracontratual aquiliana (prejuízos morais ou matérias causados por culpa). 
· Diferentemente do posicionamento de Pablo Stolze, Rodolfo Pamplona, que atribuem a responsabilidade pré-contratual em casos de violação dos deveres anexos (quando gerou-se uma expectativa no outro pela má-fé).
PROPOSTA, POLICITAÇÃO OU OBLAÇÃO 
· Constitui a manifestação da vontade de contratar, por uma das partes, que solicita a concordância da outra. 
· Trata-se de uma declaração unilateral de vontade, que só produz efeitos ao ser recebida pela outra parte.
· São partes da proposta: 
a) O policitante, proponente ou solicitante, que é aquele que formula a proposta; 
b) O policitado, oblato ou solicitado, que é aquele que recebe a proposta.
· O art. 428 consagra casos em que a proposta deixa de ser obrigatória: 
	
DECLARAÇÃO CONSECUTIVA – INTER PRESENTES 
I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante – Pessoa presente é aquela que tem condições de dar uma resposta imediata para a proposta. 
DECLARAÇÃO INTERVALADA – INTER ABSENTES
II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente – SEM PRAZO.
III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado – recusa tácita. EX: contrato epistolar (por cartas). - COM PRAZO.
IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente – retratação.
· Art. 429 CC – Seria a proposta (oferta) ao público. EX: o preço destacado no objeto da vitrine, vincula o vendedor ao preço.
EFEITOS DOS CONTRATOS BILATERAIS
1. Exceção de Contrato não Cumprido;
2. Cláusula resolutiva Tácita;
3. Vícios redibitórios;
4. Evicção
EXCEÇÃO DE CONTRATO NÃO CUMPRIDO
a) Exceptio non adimpleti contractus (matéria de defesa e ataque).
· Num contrato bilateral ou sinalagmático se uma das partes não cumprir sua obrigação, a mesma não pode exigir o implemento da obrigação da outra parte. 
· Consolidação está no artigo 476 cc. 
· EX: compra e venda.
b) exceptio non rite adimpleti contractus (descumprimento parcial)
· Consolidação no art. 477 cc- se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes contratantes diminuição significativa em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela qual se obrigou, pode a outra parte recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que aquela satisfaça o que lhe compete ou dê garantia de que irá satisfazê-la. 
· Deve-se interpelar judicialmente para que o outro cumpra antes a sua parte ou ofereça garantia.
c) solve et repete
· Trata-se da renúncia de um direito da parte de exigir o adimplemento da outra no contrato. 
· Fere a essência do próprio contrato que por ser bilateral, pois este, exige tanto a prestação, como a contraprestação de ambos os contratantes.
· É nula no Contrato de Consumo (51 CDC) e nula no Contrato de Adesão (424 CC). 
CLAUSULA RESOLUTIVA TÁCITA
· Em todo contrato firmado no Brasil, existe implicitamente esta clausula. Art 475 cc. Segundo esse artigo, qualquer pessoa que se sentir lesada pelo inadimplemento do contrato, pode resolver este. É fundamental a interpelação judicial 
VICIOS REDIBITÓRIOS
· Os vícios redibitórios podem ser conceituados como sendo os defeitos que desvalorizam a coisa ou a tornam imprópria para uso. 
· De tal modo que o negócio não se realizaria se esses defeitos fossem conhecidos, dando ao adquirente ação para rescindir o contrato ou para obter abatimento no preço.
· O vício redibitório é vício da coisa.
· Atinge os Contratos bilaterais, onerosos e comutativos.
· Não incidem as regras em casos de doações puras.
· A responsabilidade pelos vícios redibitórios se aplicam ás doações onerosas até o limite do encargo e também sobre as doações remuneratórias.
· Adquirente prejudicado pode ingressar alguma ação EDILÍCIA. 
· Se o alienante:
a) Sabia do defeito e tentou mascará-lo, agindo de má-fé, restituirá o valor que recebeu + eventuais despesas do contrato + acrescido de perdas e danos .
b) Não sabia do defeito, restituirá apenas o valor recebido, mais eventuais despesas do contrato (sem perdas e danos). 
· Não haverá responsabilidade do alienante se: (responsabilidade objetiva)
a) O adquirente sabia que a coisa era defeituosa e mesmo assim quis recebê-la;
b) O vício surgiu posteriormente à entrega;
c) A coisa pereceu por culpa do comprador ou em virtude de caso fortuito ou força maior.
· O adquirente tem à sua disposição as seguintes ações edilícias (cabíveis se existe um vício redibitório):
· AÇÃO REDIBITÓRIA – Rejeita-se a coisa com direito a restituição da quantia paga, mais o reembolso das despesas do contrato, e até perdas e danos (no caso do alienante conhecer o vício, sendo necessária a prova da má-fé).
· AÇÃO ESTIMATÓRIA – (quanti minoris) – Visa a conservar a coisa, reclamando o abatimento proporcional do preço em que o defeito a depreciou. 
· Não se pode rescindir o contrato nem pedir abatimento de preço de bens adquiridos em hasta pública. No entanto se a aquisição foi em leilão de arte ou em exposição de animais, a responsabilidade subsiste.
· OU SEJA,
· NÃO CABERÁ RECLAMAÇÃO ALGUMA QUANDO O ALIENANTE AVISA QUE A COISA PODE CONTER PEQUENOS DEFEITOS. Ex.: “vendas de saldão”.
· Decadência das ações edilícias: no caso de vícios que podem ser conhecidos imediatamente (traditio brevi manus) .O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de 30 dias se a coisa for móvel, e de 1 ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade (15 dias para móveis e 6 meses para imóveis). 
· Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o prazo irá valer do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de 180 dias, em se tratando de bens móveis; e de 1 ano, para os imóveis.
· Atenção: 445, par. 2° - venda de animais (a lei especial pode ser o CDC – art 26).
EVICÇÃO
· A evicção pode ser conceituada como sendo a perda da coisa diante de uma decisão judicial ou de um ato administrativo que a atribui a um terceiro. 
· Quanto aos efeitos da perda, a evicção pode ser total ou parcial
· Há uma garantia legal contra a evicção, que atinge os contratos bilaterais, onerosos e comutativos (ex: compra e venda), mesmo que tenha sido adquirida em hasta pública. 
· A responsabilidade pela evicção de bem arrematado em hasta pública é novidade do Código Civil de 2002. Neste caso pode-se responsabilizar o devedor solidariamente com o credor. (inovação do 447). 
· Se o defeito for aparente, suscetível de ser percebido	por um exame atento do adquirente, não constituirá vício oculto capaz de justificar	a propositura da ação redibitória.	
· Deve-se ter em mente que são elementos subjetivos da evicção:
a) O alienante, aquele que transferiu a coisa viciada, de forma onerosa. 
b) O evicto (adquirente ou evencido), aquele que perdeu a coisa adquirida. 
c) O evictor (ou evencente), aquele que teve a decisão judicial ou a apreensão administrativa a seu favor.
· Cláusula de exclusão: Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar, diminuir ou excluir a responsabilidade pela evicção. 
· Pode-se assim utilizar as seguintes fórmulas, criadas por Washington de Barros Monteiro: 
– Cláusula expressa de exclusão da garantia pela evicção+ conhecimento do risco da evicção pelo evicto= isenção de toda e qualquer responsabilidade por parte do alienante.
 – Cláusula expressa de exclusão da garantia pela evicção – ciência específica desse risco por parte do adquirente = responsabilidade do alienante apenas restituir o preço pago pelo adquirente pela coisa evicta. 
· Não havendo a referida cláusula de exclusão da garantia pela evicção a responsabilidade do alienante será plena, tal responsabilidade inclui:
a) Restituir o valor total da coisa viciada que o adquirente pagou.
b) indenização dos frutos e benfeitorias.
c) Perdas e danos.
d) Despesas processuais.
· Dá-se a evicção parcial quando o evicto perde apenas parte, ou fração, da coisa adquirida em virtude de contrato oneroso. 
· Se parcial, mas considerável, for a evicção, poderá o evicto	optar entre a rescisão do contrato e a restituição da parte do preço correspondente ao desfalque .
· Se não for considerável, caberá somente direito a indenização, não comporta rescisão.
 OBS: EVICÇÃO X VICÍOS REDIBITÓRIOS
A evicção garante o comprador contra os defeitos jurídicos da coisa, enquanto os vícios redibitórios garantem o adquirente contra os defeitos materiais.
EXTINÇÃO DOS CONTRATOS
· O contrato, como qualquer negócio jurídico, possui um ciclo de existência: nasce do mútuo consentimento e termina normalmente com o cumprimento das prestações. 
· Entretanto, existem 4 formas de extinção do contrato:
I) Extinção normal do contrato
II) Extinção por fatos anteriores à celebração. 
III) Extinção por fatos posteriores à celebração. 
IV) Extinção por morte.
EXTINÇÃO NORMAL DO CONTRATO	
· Se dá pelo cumprimento da obrigação. EX: quando é pago o preço em uma obrigação instantânea. 
EXTINÇÃO POR FATOS ANTERIORES Á CELEBRAÇÃO
· A extinção dos contratos pode se dar por motivos anteriores à celebração, surgindo como sua primeira hipótese a invalidade contratual (teoria das nulidades).
· Haverá invalidade nos casos envolvendo o contrato nulo e o contrato anulável.
· Ao lado da invalidade contratual (teoria das nulidades), ainda existem outras formas de extinção do negócio jurídico, decorrentes de fatos anteriores, como por exemplo:
a) A cláusula resolutiva expressa ou,
b) a inserção de cláusula de arrependimento no pacto. 
· Essas duas formas de extinção decorrem da autonomia privada, estão previstos contratualmente.
· A cláusula resolutiva expressa, é aquela em que um evento futuro e incerto (condição) pode acarretar a extinção do contrato. EX: Clausula especial da compra e venda (art. 474). 
· A cláusula de arrependimento consiste na hipótese em que o negócio será extinto, mediante declaração unilateral de vontade.
EXTINÇÃO POR FATOS POSTERIORES Á CELEBRAÇÃO
· Toda vez em que há a extinção do contrato por fatos posteriores à celebração, tendo uma das partes sofrido prejuízo, fala-se em RESCISÃO CONTRATUAL.
· Pode-se afirmar que a rescisão (que é o gênero) possui as seguintes espécies: resolução (extinção do contrato por descumprimento) e resilição (dissolução por vontade bilateral ou unilateral, quando admissível por lei, de forma expressa ou implícita, pelo reconhecimento de um direito potestativo). 
· Todas as situações envolvem o plano da eficácia do contrato, ou seja, o terceiro degrau da Escada Ponteana.
· Como formas de resolução, surgem quatro categorias:
a) inexecução voluntária; 
b) a inexecução involuntária; 
c) a cláusula resolutiva tácita; 
 d) a resolução por onerosidade excessiva. 
· A resolução por inexecução voluntária está relacionada com a impossibilidade da prestação por culpa ou dolo do devedor, em casos de inexecução culposa,a parte inadimplente pode pedir o ressarcimento do contrato e perdas e danos sofridos. 
· A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato. Mas, se não preferir essa resolução, a parte poderá exigir da outra o cumprimento do contrato, de forma forçada, cabendo, em qualquer uma das hipóteses, indenização por perdas e danos.
· A resolução em perdas e danos depende da prova de culpa do devedor, ou seja, que a responsabilidade contratual também é, em regra, subjetiva.
· A teoria do adimplemento substancial ocorre em hipóteses em que o contrato foi substancialmente comprido, e sendo assim, não caberá a sua resolução, mas apenas outros efeitos jurídicos, visando sempre a manutenção da avença. 
· O descumprimento contratual poderá ocorrer por fato alheio à vontade dos contratantes, situação em que estará caracterizada a resolução por inexecução involuntária, ou seja, as hipóteses em que ocorrer a impossibilidade de cumprimento da obrigação em decorrência de caso fortuito (evento totalmente imprevisível) ou de força maior (evento previsível, mas inevitável). EX: cavalo mortadela (art. 583 e 393 cc).
· Como consequência, a outra parte contratual não poderá pleitear perdas e danos, sendo tudo o que foi pago devolvido (resolução sem perdas e danos).
· Também gera a extinção do contrato por resolução da cláusula resolutiva tácita.
· Como essa cláusula decorre da lei, ela necessita de interpelação judicial para gerar efeitos jurídicos (art. 474 do CC). Não decorre da autonomia privada, a referida clausula gera a extinção por fato superveniente à celebração do contrato, em decorrência de um evento futuro e incerto.
· A exceptio non adimpleti contractus = se uma das partes não cumprir sua obrigação, não pode exigir o implemento da do outro. 
· A doutrina clássica sempre apontou para a existência de uma cláusula pela qual a parte contratual renuncia ao benefício da exceptio non adimpleti contractus. Trata-se da cláusula solve et repete.
· A resolução de contrato pode se dar por onerosidade excessiva: na vigência de contratos comutativos, de trato sucessivo e de execução diferida ocorrendo acontecimentos posteriores à celebração do contrato, que sejam extraordinários e imprevisíveis, e que causem a excessiva onerosidade da prestação de uma das partes em benefício da outra, que, por sua vez, experimenta um enriquecimento correspondente, poderá o contratante prejudicado pleitear a resolução do contrato, podendo o contratante beneficiado oferecer a revisão do contrato (pedido contraposto), a fim de reequilibrar as prestações e manter o vínculo.
· Qual a teoria adotada no art. 478 CC (Teoria da Imprevisão ou Teoria da Onerosidade Excessiva)?
· É adotado ambas as teorias no art. 478 cc.
TEORIA DA IMPREVISÃO
· Rebus sic stantibus: é a presunção, nos contratos comutativos, de trato sucessivo e de execução diferida, da existência implícita de cláusula em que a obrigatoriedade do cumprimento do contrato pressupõe inalterabilidade da situação de fato. 
· Quando ocorre uma modificação na situação de fato, em razão de acontecimento extraordinário (imprevisível) que torne excessivamente oneroso para o devedor o seu adimplemento, poderá este requerer ao juiz a isenção da obrigação, parcial ou totalmente.
· Esta cláusula dá ensejo a Teoria da Imprevisão, que serve de argumento para uma revisão judicial do contrato. Não se poderá admitir a rebus sic stantibus se o risco advindo for normal ao contrato.
· A penalidade deve ser reduzida pelo juiz se a obrigação principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo. EX: o valor da multa não pode exceder o valor do contrato. O juiz irá anular.
TAMBÉM NO CDC
· Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
· V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas;
RESILIÇÃO
· Poderá ocorrer quando a lei admitir a extinção do negócio como um direito potestativo reconhecido à própria parte ou às partes.
· A resiliação bilateral ou distrato, ocorre quando ambas as partes resolvem, de comum acordo, pôr fim ao negócio anterior que firmaram. 
· Se o contrato foi celebrado por escritura pública, o distrato deverá obedecer à mesma formalidade, sob pena de nulidade absoluta, por desrespeito à forma e à solenidade essencial (art. 166, IV e V , do CC). 
· A resiliação unilateral ocorre em contratos queadmite a dissolução pela simples declaração de vontade de uma das partes, situações em que a lei admite de forma explícita ou implícita essa forma de extinção (prevista em hipóteses excepcionais).
EXTINÇÃO POR MORTE DE UM DOS CONTRATANTES
· A morte de um dos contratantes pode gerar o fim do pacto. Somente nos casos em que a parte contratual assume uma obrigação personalíssima ou intuitu personae. EX: FIANÇA.
CONTRATO DE COMPRA E VENDA
· O contrato de compromisso de compra e venda de imóvel pode ser definido como um contrato bilateral pelo qual uma das partes (vendedor) se obriga a transferir o domínio de uma coisa à outra parte (comprador), mediante a contraprestação de certo preço. Portanto, trata-se de um contrato translativo, mas que por si só não gera a transmissão da propriedade.
· A coisa transmitida deve ser corpórea, pois se for incorpórea não há compra e venda, mas contrato de cessão de direitos.
· Na Alemanha é chamado de Contrato de Venda. E na Inglaterra, Contrato de Compra.
· O contrato de compra e venda, exige como elementos integrantes os seguintes: a coisa (licita e determinada), o preço (o pagamento deve ser realizado em moeda nacional corrente) e consentimento (capacidade das partes). 
PARTES (CONSENTIMENTO)
· O consentimento pressupõe a capacidade (capacidade de fato e negocial) das partes para vender e comprar e a vontade deve ser livre e espontânea, sob pena de anulabilidade.
· Ou seja, a vontade deve ser expressa de forma livre, não pode haver erro, dolo ou coação, estado de perigo e lesão.
· O analfabeto não tem capacidade negocial, entretanto possui capacidade de fato. Analfabeto é pessoa que não sabe ler. No direito brasileiro o analfabeto é considerado plenamente capaz. Porém, quando necessitar praticar algum ato jurídico que exija documento escrito, deve fazê-lo por escritura pública ou por intermédio de procurador, constituído também por instrumento público. 
· Em regra, a assinatura do analfabeto não pode ser a rogo ou se dar pelo lançamento da digital. Todavia, nos contratos de prestação de serviço firmado por analfabeto, de acordo com o art. 595 do CC é admitido a assinatura a rogo, desde que subscrito por duas testemunhas.
· Crianças que compram, contém defeito grave, podendo ser desfeito. Se o vendedor provar que os pais usufruíram do objeto, o negócio será mantido.
· Art. 496 do CC - “É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendenstes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido. defeito leve.
· O art. 499 do CC/2002 possibilita a compra e venda entre cônjuges, desde que o contrato seja compatível com o regime de bens por eles adotado. Em outras palavras, somente é possível a venda de bens excluídos da comunhão, residindo no final do dispositivo a restrição específica da compra e venda. Se um bem que já fizer parte da comunhão for vendido, a venda é nula, por impossibilidade do objeto. Defeito leve.
· É necessário de outorga conjugal para venda de bens imóveis a terceiros. Não havendo tal outorga (uxória ou marital), a compra e venda será anulável.
· De acordo com o art. 497 do CC, não podem ser comprados, ainda que em hasta pública:
I – Pelos tutores, curadores, testamenteiros e administradores, os bens confiados à sua guarda ou administração. DEFEITO GRAVE.
II – Pelos servidores públicos em geral os bens ou direitos da pessoa jurídica a que servirem ou que estiverem sob sua administração direta ou indireta DEFEITO GRAVE.
III – Pelos juízes e serventuários da Justiça em geral (secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros serventuários) os bens a que se litigar no Tribunal onde servirem. DEFEITO GRAVE.
IV – Pelos leiloeiros e seus prepostos quanto aos bens de cuja venda estejam encarregados. 
· O condômino	não pode vender a sua parte a estranho, se outro consorte a quiser, pelo mesmo preço (504 CC – prelação legal ou preempção legal). Se forem muitos os condôminos interessados, terá preferência aquele que possuir benfeitorias de maior valor. 
· Não havendo benfeitoria, ou se forem iguais, terá preferência o do maior quinhão. Por fim, sendo todos iguais, adquirirá aquele que primeiro depositar preço, sendo a parte vendida a terceiro, o condômino rejeitado deverá agir em, no máximo, 180 dias, sob pena de decair do direito de preferência.
· Desse modo, a prelação legal ou preempção legal é o direito de preferência do condômino sobre a venda de bem indivisível.
· Dono do imóvel alugado não poderá vendê-lo a terceiros sem antes oferecê-lo ao locatário (defeito leve), e o locatário deve se manifestar em, no máximo, 30 dias do momento em que o imóvel lhe for oferecido. Caso seja rejeitado, deverá agir em seis meses, contados do registro da escritura (contrato) de compra e venda no competente cartório imobiliário.
PREÇO
· O preço é o segundo	elemento essencial da compra e venda. Sem a sua fixação,	a venda é nula.
· É determinado pelo livre debate entre os contraentes.	
· O preço dado pela coisa deve ser sempre em dinheiro, admite-se a dação em pagamento, obrigação do comprador pode ser alternativa (dinheiro ou outro objeto a ser convencionado pelo mercado – taxa do dia, bolsa – ou de acordo com algum índice ou parâmetros, desde que suscetíveis de objetiva determinação”	
· Art. 488 do CC 
· Há previsão no art. 488 do CC de compra e venda sem preço? A resposta é negativa. Não há compra e venda sem preço, pois o comando legal em questão menciona que, se não houver preço inicialmente fixado, deverá ser aplicado o preço previsto em tabelamento oficial; ou, ausente este, o preço de costume adotado pelo vendedor. Ademais, na falta de acordo, deverá ser adotado o termo médio, a ser fixado pelo juiz. 
· Art. 489 – Vedação do preço unilateral. Tal artigo estabelece a nulidade da compra e venda se a fixação do preço for deixada ao livre-arbítrio de uma das partes.
OBRIGAÇÕES DO VENDENDOR:
· Transferir o domínio, a propriedade, ao comprador (seja por tradição manual ou inscrição no registro). 
· Cuidar da coisa como se fosse sua: correndo todos os riscos por sua conta até o momento da tradição. (Art. 492)
· Garantir o comprador dos riscos de evicção e vícios redibitórios.
· As despesas da tradição correm por sua conta: salvo estipulação em contrário.
· Responde pelos débitos relativos ao período anterior à entrega (Art. 502) Condomínio não. É exceção propter rem 
· Sendo imóvel, transmite-se com o registro do contrato.
· Responde por todas as demais obrigações que voluntariamente assumir no contrato.
OBRIGAÇÕES DO COMPRADOR:
· Pagar o preço, o que deve ser feito antes da tradição.
· Nas vendas a prazo: terá que entregar para o comprador a coisa antes de receber o preço, a não ser que prove está o comprador na iminência de se tornar insolvente. O vendedor poderá exigir caução de pagamento antes de entregar a coisa.
· Receber a coisa no tempo e local determinado: caso fique em mora de receber, responderá pelos riscos que a coisa correr.
· As despesas com a tradição são do vendedor: mas nos bens imóveis correm por conta do comprador (escritura e registro). Até bens móveis passíveis de registros (carro, avião, navios) as despesas com o registro correm por conta do comprador, salvo estipulação em contrário. 
OBJETO
· A coisa deve ser lícita, determinada (coisa certa) ou determinável (coisa incerta, indicada pelo gênero e quantidade).
· O objeto da compra e venda deve ser sempre uma coisa, ou seja, um bem material suscetível de valoração econômica.
· A coisa deve ser alienável, ou seja, deve ser consumível no âmbito jurídico. A venda de um bem inalienável, caso do bem de família voluntário ou convencional é considerada nula.
· A coisa deve ser: corpórea, móvel ou imóvel, tem que ser passível de ser vendido e adquirido por outro, deve ser de propriedade do vendedor (caso contrário, é nulo por falta de possibilidade jurídica)
· Tem que ser coisa atual ou futura (venda sob encomenda): disponível ao tempo da celebração do contrato ou promessa de existência (safra);
REGRAS ESPECIAIS DA COMPRA E VENDA
a) Venda por medida, porextensão ou ad mensuram (art. 500 do CC)
· No caso de compra e venda de um bem imóvel, poderão as partes estipular o preço por medida de extensão, situação em que a medida passa a ser condição essencial ao contrato efetivado, presente a venda ad mensuram. 
· Na venda ad corpus (por inteiro), o imóvel é vendido como corpo certo e determinado, independente das medidas especificadas no instrumento, que são apenas enunciativas. EX: uma fazenda com dimensões aproximadas.
· Nada dizendo o contrato sobre as medidas: presume-se “ad corpus” a venda.
· Se a diferença entre o estipulado em contrato e as medidas reais for de no máximo (5%) incumbirá ao comprador provar ter sido a venda “ad mensuram” para que tenha direito a complementação da área e, não sendo possível, a resolução do contrato ou abatimento no preço.
· Excesso de terra: o vendedor tem que provar que tinha motivos razoáveis para desconhecer a medida exata do imóvel, o comprador poderá, a seu critério, complementar o preço correspondente à área ou restituí-la.
· O prazo decadencial para o ingresso de todas as ações referenciadas é de um ano, contado do registro do título ou um ano da entrega ao comprador (art. 501 do CC).
· Objeto da compra e venda pode consistir em coisa futura: Ex.: cria de um animal que está por nascer: caso a coisa não venha a existir – cria nasce morta, ou gravidez psicológica – o contrato desfaz-se, a não ser que o comprador tenha assumido o risco de a coisa não vir a existir, o que pagará o preço na íntegra. 
b) Venda por amostra, por protótipos ou por modelos (art. 484 do CC)
· Funciona sob condição suspensiva (a coisa precisa ser entregue conforme a oferta).
· A amostra pode ser conceituada como sendo a reprodução perfeita e corpórea de uma coisa determinada.
· Se a venda tiver como objeto bens móveis e se realizar por amostra, protótipos ou modelos, há uma presunção de que os bens serão entregues conforme a qualidade prometida. Caso tal entrega não seja efetuada conforme o pactuado, terão aplicação as regras relacionadas com os vícios redibitórios e do produto. 
· O mesmo que venda por protótipos ou venda por modelos.
c) Venda de coisas conjuntas (art. 503 do CC)
· A prática do contrato de compra e venda possibilita a venda de coisas conjuntas. EX: venda de um rebanho bovino. 
· Deve ter destinação unitária.
· Nas coisas vendidas conjuntamente o defeito oculto de uma coisa não autoriza a rejeição de todas. Ou seja, não gera a extinção de todo o contrato, visando a conservação negocial. 
CLASSIFICAÇÃO DO CONTRATO DE COMPRA E VENDA: 
a) Bilateral 
b) Oneroso 
c) Consensual 
d) Típico
e) Puro
f) Formal
g) Comutativo
h) Pode ser pré - estimado ou aleatório: a prestação do vendedor pode ser conhecida e determinada, ou de uma delas ser indeterminada no momento da celebração. 
Existem duas formas de contratos aleatórios:
 Emptio spei- nesta espécie de contrato aleatório, a contraprestação é devida ainda que a prestação não venha a existir, pois o risco diz respeito à existência do objeto. O comprador assume o risco de pagar o preço ainda que a coisa não venha a existir. RISCO TOTAL. EX: contrato com o pescador, assumo o risco dele voltar da pesca sem nenhum peixe da pesca.
 Emptio rei speratae- nesta hipótese, parte-se da premissa de que o objeto do contrato existirá em qualquer quantidade e que, portanto, o risco assumido diz respeito à quantidade da coisa, mas não com relação à sua existência. Se nada vier a existir, a alienação se desfaz e o preço não será devido. HÁ UM MINÍMO GARANTIDO. EX: contrato com o pescador, para que tenha pagamento é necessário de no mínimo 20 peixes.
i) De execução imediata ou futura
j) Individual
k) Paritário
l) Casual
m) Principal
n) Impessoal
o) Definitivo
PACTOS ADJETOS – CLAÚSULAS ESPECIAIS, CLÁUSULAS FORA DO COMUM, EXTRAORDINÁRIAS QUE DECORREM DA CONVENÇÃO DAS PARTES 
· As cláusulas especiais, para valerem e terem eficácia, devem constar expressamente do instrumento, ponto que as diferencia das regras especiais.
a) Clausula de retrovenda
· Constitui um pacto inserido no contrato de compra e venda pelo qual o vendedor reserva-se o direito de reaver o imóvel que está sendo alienado, dentro de certo prazo, restituindo o preço e reembolsando todas as despesas feitas pelo comprador no período de resgate. 
· Só ocorre em bens imóveis.
· Essa cláusula especial confere ao vendedor o direito de desfazer a venda, reavendo de volta o bem alienado dentro do prazo máximo de três anos (prazo decadencial).
· Se o comprador se recusa a revender: o vendedor poderá ajuizar ação e depositar a quantia judicialmente (ação de resgate ou de retrato).
· O direito de resgate ou de retrato poderá ser exercido pelo devedor ou pelos seus herdeiros e legatários, particularmente em relação a terceiro adquirente (art. 507 do CC). Está reconhecida, assim, a transmissibilidade causa mortis da cláusula de retrovenda. Dúvidas existem quanto à possibilidade de transmissão inter vivos desse direito, inclusive de forma onerosa.
· Para Maria Helena Diniz, não é possível a cessão por ato inter vivos, por tratar-se de direito personalíssimo do vendedor. Entretanto, para Paulo Luiz Netto Lôbo, seria possível a transmissão, inclusive por escritura pública.
· Se o comprador dispuser da coisa, seja alienando, seja transmitindo por herança, o titular do direito de retrato poderá agir contra esse terceiro adquirente. (desde que a cláusula de retrovenda esteja devidamente averbada junto à matrícula do imóvel)
· Se vários os titulares do direito de retrato: se apenas um deles exercer o direito de retrato, o comprador poderá intimar os demais a anuir. Ficará com o imóvel aquele que depositar o valor na íntegra, em primeiro lugar.
· Agiotagem e agiotagem – ler slide.
b) Venda a contento ou sujeita a prova (arts. 509 a 512 do CC)
· A eventual rejeição da coisa por parte do comprador que não aprovou a coisa entregue, funciona como condição resolutiva do contrato.
· A venda apenas se aperfeiçoa quando o comprador se declara satisfeito com o bem a ser adquirido (condição suspensiva).
· Desse modo, a tradição não gerará a transferência da propriedade, mas tão somente a da posse direta.
· Tendo sido intimado o comprador, que é tratado como mero comodatário até a aprovação, incidirá a parte final do art. 582 do CC, surgindo para ele o dever de pagar, até a restituição da coisa, um aluguel a ser arbitrado pelo comodante (a título de pena), sendo também cabível a propositura de ação de reintegração de posse para reaver a coisa.
· Se a coisa for fungível, as obrigações do comprador serão as mesmas do mútuo gratuito (mútuo – empréstimo de coisa fungível). Deve entregar uma coisa da mesma espécie, qualidade e quantidade.
· Prazo a ser estabelecido pelo vendedor: o vendedor poderá intimar o comprador, judicialmente ou não, para que exerça seu direito em prazo determinado por ele, vendedor. se o comprador não cumprir estará em mora, respondendo pelos danos.
· Não havendo prazo estipulado para a declaração do comprador, o vendedor terá direito de intimá-lo, judicial ou extrajudicialmente, para que o faça em prazo improrrogável. 
· “Satisfação garantida ou seu dinheiro de volta”
c) Venda sujeita a prova
· Possibilidade: O contrato só se resulta celebrado, depois que o comprador comprovar que a coisa tem as qualidades asseguradas pelo vendedor e seja adequada para a finalidade a que se destina. 
· Ex.: Maria adquire um produto de beleza que lhe é vendido por mala direta. Após uma semana de uso, verifica que o produto não tinha as qualidades que o vendedor assegurava. Poderá restituí-lo e exigir de volta seu dinheiro. 
· Só é válida se expressamente pactuada.
· A diferença é que o comprador só pode devolver a coisa se não possuir as qualidades asseguradas pelo vendedor e não servir para o fim a que se destina.
d) Cláusula de preempção, preferência ou prelação convencional
· É aquela pela qual o comprador de um bem móvel ou imóvel terá a obrigação de oferecê-lo a quem lhe vendeu, por meio de notificação judicial ou extrajudicial, para que esteuse do seu direito de prelação em igualdade de condições.
· Situação: o comprador se compromete a oferecer ao vendedor a coisa, se algum dia se decidir a vendê-la pelo preço estabelecido pelo comprador.
· Preço: o vendedor só terá direito a readquirir a coisa se pagar o preço exigido pelo comprador.
· Prazo: 
· Prazos do art. 513, parágrafo único, do CC ⇨ 180 dias para móveis e 2 anos para imóveis ⇨ Prazos de extensão da preferência.
· Prazos do art. 516 do CC ⇨ 3 dias para móveis e 60 dias para imóveis ⇨ Prazos para manifestação do vendedor, após a notificação. Isso, dentro do período de extensão da preferência.
· Coisa vendida a terceiro de boa-fé: sem que o titular do direito seja comunicado, o terceiro adquirente ficará com a coisa, e o titular da preferência ficará com o direito de regresso contra o comprador que vendeu a coisa a terceiro. (perdas e danos) 
· Coisa vendida a terceiro de má-fé: responderá solidariamente com aquele que lhe vendeu a coisa.
· O direito de preferência não pode ser cedido a terceiro, nem pode ser transmitido por herança. Intransmissibilidade mortis causa da cláusula de prelação convencional, por se tratar de uma cláusula personalíssima.
· Art. 520. O direito de preferência não se pode ceder nem passa aos herdeiros. 
· Art.519 - é um estranho no ninho, tendo a natureza de instituto de Direito Administrativo e não de Direito Civil. Trata do direito de retrocessão a favor do expropriado.
e) Clausula de venda sobre documentos
· É uma cláusula especial da compra e venda originária da Lex Mercatoria, fonte do Direito Internacional Privado formada pela prática dos comerciantes e os costumes dos empresários no mercado internacional.
· Por essa cláusula, que tem por objeto bens móveis, a tradição, ou entrega da coisa, é substituída pela entrega do documento correspondente à propriedade, geralmente o título representativo do domínio (art. 529, caput, do CC).
· Ou seja, é executado mediante a entrega de documento que representa a coisa. Ex.: venda de camisas apenas através da fatura e ainda a recebê-las.
· Não havendo estipulação em contrário, por regra, o pagamento deve ocorrer na data e no lugar da entrega do documento. ]]
· Se nada for estipulado em contrato, o comprador paga a duplicata, mesmo que a data fixada para a entrega da coisa seja posterior a data fixada para o pagamento. (art.530)
· Apólice de transporte: Em havendo apólice de seguro, visando a cobrir os riscos de transporte, o prêmio deverá ser pago pelo comprador, salvo se houver má-fé do vendedor, que tinha ciência da perda ou avaria da coisa (art. 531 do CC). A parte final do dispositivo valoriza o princípio da boa-fé objetiva.
f) Venda com reserva de domínio (521 a 528 CC)
· Por meio dessa cláusula, inserida na venda de coisa móvel infungível, o vendedor mantém o domínio da coisa (exercício da propriedade) até que o preço seja pago de forma integral pelo comprador.
· O comprador recebe a mera posse direta do bem, mas a propriedade do vendedor é resolúvel, eis que o primeiro poderá adquirir a propriedade com o pagamento integral do preço.
· Restringe-se a bens móveis e cláusula expressa. 
· O contrato deve ser na forma escrita e registrado no domicílio do comprador para que o vendedor possa agir contra terceiro adquirente. (Cartório de Títulos e Documentos – erga omnes) (art. 522)
· O objeto do contrato deve ser tal que possa ser individualizado. (sujeito a caracterização perfeita) 
· Entregue a coisa: responde o comprador por todos os danos que ela venha a sofrer, ainda que fortuitos.
· Não paga a dívida: o vendedor poderá executar a cláusula de reserva, exigindo a restituição da coisa e restituindo ao comprador as parcelas já pagas, descontados os prejuízos oriundo do inadimplente, além da deterioração da coisa e do uso que o comprador lhe fez. 
· Art. 526. Verificada a mora do comprador, poderá o vendedor mover contra ele a competente ação de cobrança das prestações vencidas e vincendas e o mais que lhe for devido; ou poderá recuperar a posse da coisa vendida. 
· (ação de busca e apreensão do CPC) 
· Pode acontecer que não se tenha nada a restituir, comprovando-se que os prejuízos são superiores às parcelas já pagas.
· O comprador poderá ainda ficar devendo. É o caso de A que comprou um objeto e pagou apenas uma prestação e devolveu o objeto todo deteriorado. O valor que teria que receber de volta não é suficiente para cobrir os estragos.
· Solução: O vendedor, em vez de resolver o contrato, poderá optar por executar o contrato em espécie, cobrando do comprador as parcelas vencidas e/ou vincendas. 
· Se a compra for intermediada por instituição financeira, esta será a titular do domínio sobre a coisa;
· Ex: venda de carro.
DA DOAÇÃO
· Doação não é mais um modo de adquirir propriedade.
· Doação, define o Código Civil no art. 538,	é “o contrato em que	 uma pessoa, por	liberalidade, transfere	do seu	patrimônio bens ou vantagens para o de outra”.
· Liberalidade (por excelência) – animus donandi- o animus donandi é elemento	essencial para	a configuração da doação, tendo o significado de	ação desinteressada	de dar	a outrem, sem	estar obrigado, parte	do próprio patrimônio.	
· Do conceito legal ressaltam os seus traços característicos:	
a)	a natureza contratual;
b)	o animus donandi, ou	seja, a intenção de fazer uma liberalidade;	(elemento subjetivo)
c) a transferência	de bens para o patrimônio do donatário; (elemento objetivo).		
d)	a aceitação deste. A aceitação pode ser: tácita (pela conduta), expressa (por escrito) ou presumida (quando o donatário permanecer silente).
· A natureza contratual da doação é atualmente inquestionável.
NATUREZA JURÍDICA
· A DOAÇÃO é contrato unilateral, simplesmente consensual e gratuito (doação pura).
· A doação é contrato,	em regra, gratuito, unilateral	e formal ou solene. 
· Gratuito, porque constitui uma liberalidade,	não sendo imposto qualquer	ônus ou encargo ao beneficiário. Será, no entanto, oneroso, se houver tal imposição. 
· Unilateral, porque cria obrigação para somente uma das partes. Contudo,	será bilateral,	quando modal ou com encargo.	
· Formal, porque se aperfeiçoa	com o acordo	de vontades entre doador e donatário	 e	a observância	da forma escrita, independentemente	 da entrega da	coisa.	
· Mas a doação manual (de bens móveis de	pequeno valor) é de natureza	real,porque	o seu aperfeiçoamento depende incontinentida tradição destes.
· O aperfeiçoamento do contrato de doação se dá com a aceitação, independentemente da entrega da coisa. Esta é necessária apenas para a transferência do domínio, como ocorre também no contrato de compra e venda, em que há igualmente, transferência de bens de um patrimônio para outro. (efeitos obrigacionais e não reais). 
· A propriedade do bem doado somente se transmite pela tradição, se móvel, ou	pela transcrição, se imóvel. O contrato é a causa	da transferência, não	bastando, por	isso só,	para operá-la.	
· Doação é um contrato translativo do domínio. 
· O doador obriga-se a transferir do seu patrimônio bens para o do donatário pelo contrato,	mas este não adquire a propriedade senão com a tradição, ou a transcrição.
· Entre nós o domínio das coisas não se adquire solo consensu, regra válida tanto para a compra e venda e a permuta, como para doação.
FORMAS DO CONTRATO DE DOAÇÃO – ART. 541 
· (arts 107 e 108 do CC)
· Imóvel - valor maior que 30 SM – solene e formal
· Imóvel - valor inferior a 30 SM – não solene e formal
· Móvel - não solene e formal (art. 541)
· Móvel de pequeno valor - verbal (doação manual) 
ELEMENTOS
a) A doação constitui ato inter vivos - é necessário para distingui-lo do testamento. Nosso direito não admite a doação mortis causa, embora produza efeitos, se revestir a forma de legado.
b) Animus donandi (que uma das partes se enriqueça na medida em que a outra empobrece) - O doador deve ter a vontade de enriquecer o donatário, a expensas próprias. Se lhe falta este propósito o contrato não será de doação.
c) Que esta queira enriquecer a outra as suas expensas.
PRESSUPOSTOS E REQUISITOS
· A capacidadeno contrato de doação varia conforme a posição da parte.
· Porque contrato translativo do domínio, o doador há de ter o poder de disposição para assumir a obrigação de alienar o bem doado.
· Porque contrato benéfico, o donatário não precisa ter capacidade de fato para aceitar a doação, embora se suponha necessário o consentimento do seu representante legal.
· Nem sempre, porém, tem a pessoa legitimação para doar. Não podem fazer doação:
a) os tutores e curadores a seus pupilos ou curatelados.
b) O cônjuge adultero a seu cumplice.
· Podem aceitar doação os incapazes. Até o nascituro recebe a este título, mas a aceitação deve ser declarada por aquele a quem incumbe curar de seus interesses. A mãe.
· Tutores e curadores não podem doar os bens que administram. Não lhes é permitido aceitar doações dos seus tutelados ou curatelados que, porventura, fossem autorizados a fazê-lo. (543 cc 1748, II)
· DOAÇÃO DO CÔNJUGE ADÚLTERO – ART. 550 CC: A concubina de homem casado esta proibida de receber doação do concubinário, mas a rigor a proibição afeta o doador, cujo ato é passível de ser anulado por provocação do cônjuge ou dos herdeiros necessários. Não se aplica a união estável.
· Objeto de doação podem ser as coisas que estão no comércio – móveis e imóveis, bens corpóreos e incorpóreos, presentes e futuros, direitos reais e pessoais, vantagens de qualquer espécie.
· O bem a ser doado deve pertencer ao doador no momento em que o doa, nula sendo, desse modo, a doação de coisas alheias e a doação de coisa futura.
· A doação de coisa alheia é nula por falta de objeto. A doação de coisa futura é nula pois ninguém pode transferir do seu patrimônio o que neste não está.
· Embora o sistema proíba literalmente a doação de coisa futura, sustentam alguns autores que é valida a doação condicional. Enquanto outros veem nesse contrato uma promessa de doação. Nenhuma dessas teses é aceitável. (Orlando Gomes).
· Tartuce, MHD, Elpídio Donizetti aceitam a tese da promessa de doação. 
· O pródigo pode doar, desde que assistido (1782 CC).
· A simples posse não pode ser objeto de doação porque as vantagens dessa entidade não lhe atribuem autonomia no patrimônio do doador, não existindo de per si. 
· Também não é permitida a doação inoficiosa.  Nula é também a doação quanto à parte que exceder à de que o doador, no momento da liberalidade, poderia dispor em testamento. 
· Também não é permitida a doação de todos os bens, sem reserva da parte ou renda suficiente para a subsistência do doador. ( Doação Universal - 548 CC) 
· A doação pode ser feita: a) verbalmente, b) por instrumento particular, c) por escritura pública. A primeira forma só se admite nas doações de coisas móveis de pequeno valor (a lei não define – bom senso).
· Aplica-se os arts. 107 ou 108 do cc. Polemica segundo Flavio Tartuce, escritura apenas superior a 30 salários mínimos (vale da compra e venda para a doação).
· A doação não pode importar em:
a) Simulação (art.167 – Nula)
b) Fraude contra credores (art.171 – anulável)
c) Fraude a execução (ineficaz - CPC)
ESPÉCIES DE DOAÇÃO
a) Pura e simples ou típica (vera ET absoluta) – Quando o doador não impõe nenhuma	restrição ou encargo	ao beneficiário, nem subordina a sua	eficácia a qualquer	condição. O ato constitui uma liberalidade plena.
b)	Onerosa, modal, com encargo ou gravada (donatione sub modo) – Aquela em que o doador impõe ao donatário uma incumbência ou dever. O donatário submodo pode ser compelido a cumprir o encargo imposto pelo doador. O modo é coercitivo. Ex: dou casa se nela construir um hospital.
c) Remuneratória– (também é onerosa). É a que se faz para recompensar serviços prestados ao doador, que não podem ser cobrados. Em reconhecimento a méritos do donatário, com intenção de gratificar. Impulso generoso. Não pode ser revogada por ingratidão. Ex: gratidão, médico salariando de tempos em tempos até a morte.
d) Condicional - É a que depende, para ser eficaz, de acontecimento futuro e incerto. Não se permite condição que deixe ao doador o arbítrio de renovar ou neutralizar a doação. Defeso não é entretanto subordinar sua eficácia ao casamento do donatário, com certa e determinada pessoa, seja pelos nubentes entre si, ou por um terceiro a um deles, ou, ainda, aos filhos que, de futuro, os nubentes vierem a ter. 
e) Doação com clausula de reversão - Na qual se estipula que o bem doado voltará ao patrimônio do doador se o donatário falecer antes dele. A clausula de reversão configura condição resolutiva, subordinando a eficácia da doação a um evento futuro que se verificará ou não antes do outro. Ex: Doa e quando morre, volta ao doador.
f) Doação em forma de subvenção periódica - Contrato de doação de trato sucessivo, com subvenção periódica ao beneficiário. Extingue-se morrendo o doador, salvo se este outra coisa dispuser. Mas não poderá ultrapassar a vida do donatário. Contrato personalíssimo!
g) Doação Conjuntiva (551 CC) - Salvo declaração em contrário, a doação em comum a mais de uma pessoa entende-se distribuída entre elas por igual. Se os donatários, em tal caso, forem marido e mulher, subsistirá na totalidade a doação para o cônjuge sobrevivo. 
 Presunção relativa - Em regra não há direito de acrescer nesta modalidade. Falecendo um donatário sua parte vai para seus herdeiros, mas pode ser convencionado de forma diferente.
Ex: doação para mais de uma pessoa, parcelas iguais, salvo estipulação em contrário. Quando um morrer, não é dividido entre outros. Marido e mulher é a exceção, indo para o sobrevivente (doação para ambos).
h)De ascendente a descendente e de um cônjuge a outro (doação colacionável) - A doação de ascendente a descendente, ou de um cônjuge a outro, importa adiantamento do que lhes cabe por herança. Ou seja, será descontada do montante da herança do pai que aquele filho tiver direito de receber. Art. 544 cc. Ex: pai que doou casa. Não necessita da anuência dos outros.
REVOGAÇÃO – RESILIÇÃO UNILATERAL
· A doação pura é revogável por ingratidão do donatário e a modal por inexecução dos encargos.
· A lei enumera os fatos que configuram a ingratidão. Não fica, pois, ao arbítrio do doador conceituá-la. 
· A doação somente se revoga por ingratidão se o donatário atentou contra a vida do doador, cometeu contra ele ofensa física, o injuriou gravemente, ou o caluniou, e, podendo ministrar-lhes, recusou ao doador os alimentos de que ele necessitava.
· (557, I, rol exemplificativo – aberto) O 558 do CC confirma esta tese, expandindo o artigo anterior. EX: filho que nega aos pais alimentos.
· A revogação não se efetiva por simples manifestação de vontade do doador. Necessário que se proponha a ação judicial pleiteando-a (movida por interessados, além do doador).
· Segundo o art. 561 do CC/2002 a revogação por ingratidão no caso de homicídio doloso do doador caberá aos seus herdeiros, exceto se o doador tiver perdoado o donatário. Esse perdão, logicamente, poderá ser concedido no caso de declaração de última vontade provada por testemunhas idôneas. Por óbvio que essa declaração não pode ser dada após a morte do doador, pois não se admite a prova psicografada.
· “ No caso de homicídio doloso do doador, a ação caberá aos seus herdeiros, exceto se aquele houver perdoado” – artigo mediúnico. Redação confusa, deve ser interpretado com cautela.
· Por inexecução do encargo por parte do donatário.
· Questão polêmica – encargo é dever jurídico ou ônus?
· Corrente majoritária (MHD) – trata-se de um ônus e portanto cabe a resilição (notificação judicial – 562 CC).
· Seria possível um contrato preliminar de doação?
· Caio Mário da Silva – Não. Não seria possível forçar o doador pois isso ofenderia o “animus donandi ”.
· Civilistas modernos, como Venosa, FMB e Tartuce, acreditam que sim. Segundo o art. 466. O doador assume o compromisso e o donatário decide.
FIANÇA
· A principal distinção entre fiança (garantia contratual), e aval, (garantia em título de crédito, como um cheque). É que a fiança se concede por meio de contrato escrito; 
· O fiador não é avalista. 
· Fiança é uma das garantiasdo direito privado (garantias reais/ garantias pessoais).
· Garantias Reais – Penhor, Hipoteca e Anticrese
· Garantias Pessoais – Uma pessoas garante uma dívida com seu patrimônio – (caução fidejussória)
· Fiador pode ser conceituado como quando uma pessoa garante satisfazer uma obrigação assumida pela devedor, ao credor caso o devedor não a cumpra;
· Relação: fiador – credor- devedor principal.
· Relação principal: fiador – credor.
· Entre o fiador e o devedor principal existe o direito de regresso.
· Fiador – Responsabilidade sem dívida (Haftung s/ shuld)
NATUREZA JURÍDICA
· Contrato unilateral (dever só para o fiador)
· Gratuito (benéfico – fiador não é remunerado) (Fiança bancária é exceção) 
· Consensual – tem aperfeiçoamento com a expressão de vontade das partes.
· Comutativo – As partes conhecem suas obrigações (não existe alea)
· Personalíssimo – Não se transmite aos herdeiros.
· Acessório – Precisa de um contrato principal (821 CC)
· Contrato Formal – Mas não solene (819 CC)
· Fiança é contrato sui generis (único)
· Fiança não admite interpretação extensiva (819 CC) e Súmula 214 do STJ (O fiador não responde por obrigações sobre as quais não anuiu) Ex. Contrato de locação prorrogado sem autorização do fiador.
PRÉ REQUISITOS DO FIADOR
· Capacidade jurídica
· Fiador (Art. 1647, III – outorga conjugal)
· Súmula 332 do STJ (Fiança sem outorga uxória implica em ineficácia total da garantia). 
EFEITOS DA FIANÇA (827 a 836)
· Fiador não é devedor solidário. Tem a seu favor o benefício de ordem (827), mas pode renunciar ao benefício de ordem (828)
· Beneficio de ordem: O fiador demandado pelo pagamento da dívida tem direito a exigir, até a contestação da lide, que sejam primeiro executados os bens do devedor. O fiador que alegar o benefício de ordem deve nomear bens do devedor, sitos no mesmo município, livres e desembargados, quantos bastem para solver o débito. Pode ser invocada a clausula Solve ET repete.
· Entretanto, não tem direito a este benefício o fiador:
a) que o renunciou expressamente;
b) que se obrigou como principal pagador, ou devedor solidário;
c) se o devedor for insolvente ou falido.
· Enunciado 364 (CJF) em contrato de adesão a clausula de renúncia do benefício de ordem do fiador é nula.
· Fiança conjuntiva – (Art 829) – Fiadores em conjunto são devedores solidários (também chamada de cofiança). O credor escolhe contra quem demanda.
· Fiança com prazo indeterminado – O fiador pode exonerar-se por simples notificação (independentemente de ação judicial), mas continuará obrigado durante 60 dias, a contar da data em que o credor receber a notificação. (Art 835) – exoneração unilateral. 
· Clausula contrariando o art. 835 é nula. Exceto na lei 8.245/91, art. 39 quando o contrato é por prazo determinado. (locador precisa esperar o término da locação) 
· O fiador que paga a dívida sub-roga-se nos direitos do credor.
EXTINÇÃO DA FIANÇA
I – Extinção da obrigação principal; Pois ele é acessório.
II – Extinção do prazo de fiança;
III – Morte do fiador; (a condição de fiador não se transmite)
IV – Se sem o consentimento do fiador o devedor principal prorrogou o contrato; Não pediu anuência.
V – Se o credor aceitar do devedor objeto diverso do que este era obrigado a lhe dar (838, III)
· Qualquer pacto fora do contrato sem anuência do fiador, estará fora do contrato.

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