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[SEÇÃO 10 - Estruturas - Treliças] 85 SEÇÃO 10 Estruturas Treliças Três tipos de estruturas de engenharia serão des- tacados: • Treliças: são formadas por elementos retos su- jeitos a duas forças e unidos por nós, que estão localizados nas extremidades de cada elemen- to. • Estruturas: são compostas ao menos por um elemento sujeito a várias forças, ou seja, um elemento sobre o qual exercem três ou mais forças. • Máquinas: são estruturas que são concebidas por partes móveis e que são desenhadas para transmitir e transformar as forças. Uma treliça simples é uma estrutura formada por três elementos articulado em suas extremidades e unidos a formar um triângulo. O elemento básico é o triângulo. A partir da treliça simples, a ampliação desta ocorre com o acréscimo de dois novos ele- mentos não colineares, saindo de dois nós existen- tes da treliça primária, formando assim um novo nó. A continua ampliação da treliça ocorre toda vez que acrescentamos dois novos elementos não colineares, conforme a figura 1. Treliça é uma estrutura de elementos esbeltos co- nectados entre si em suas extremidades. Na figu- ra21 é mostrado uma estrutura, que quando apli- cado uma força irá entrar em colapso,. Quando a estrutura sofre uma força P1, ela se deslocará para os pontos D’ e C’ e assim entrando em colapso. Esta estrutura não é uma treliça rígida Treliça Simples novo nó novo nó dois novos elementos dois novos elementos Figura 1 - Ampliação da treliça 86 [SEÇÃO 10 - Estruturas - Treliças] P1 A B C D C’ D’ Figura 2 - Estrutura que não é uma treliça Uma treliça rígida é aquela que não irá entrar em colapso sob a aplicação de uma carga. Na próxima figura 3 temos um exemplo de uma treliça. P1 A B C Figura 3 - Treliça Simples As treliça planas são estruturas treliçadas em duas dimensões. As treliças planas precisam satisfazer as seguintes características: 1) Todos os elementos devem estar ligados entre si por pinos sem atrito, as extremidades dos elemen- tos estão ligadas em pontos conhecidos como nós. 2) Cada elemento não pode ter mais que dois nós. 3) As forças podem ser aplicadas apenas nos nós. 4) O peso dos elementos individuais deve ser des- prezível. Em geral, os objetivos da análise de uma treliça são a determinação das reações de apoios para a treliça e a determinação das forças suportadas por cada um dos seus elementos. Treliça Simples Figura 4 - Foto de treliça Fonte: Estática - Mecânica para Engenharia; Beer, Johns- ton e outros; McGraw-Hill; ISBN-13: 9788580550467. Figura 5 – Idealização de uma Treliça Simples Fonte: Estática - Mecânica para Engenharia; Beer, Johns- ton e outros; McGraw-Hill; ISBN-13: 9788580550467. Os elementos da treliça normalmente usados em construções consistem de escoras de madeira ou barras de metal. As treliças podem ser classificas em: • Treliça de telhado • Treliças de Pontes [SEÇÃO 10 - Estruturas - Treliças] 87 Treliça de Telhado Esta é uma típica treliça de telhado. Figura 6 - Treliça de Telhado Típica Fonte: Estática - Mecânica para Engenharia; Hibbeler, Russell C.; Prentice Hall Brasil; ISBN-13: 9788576058151. Figura 7 - Treliça de Telhado Típica h B A C P1 D E F G HIJKL �ó �������� �������������� �������������� ��� ���� A carga do telhado é transmitida para a treliça nos NÓS através de uma série de terças. Como essa carga atua no mesmo plano da treliça, as análises das forças desenvolvidas nos elementos da treliça serão bidimensionais. 88 [SEÇÃO 10 - Estruturas - Treliças] Treliças de Pontes berdade para expansão ou contração dos elementos devido à variação de temperatura ou aplicação de cargas. Em geral os membros de uma treliça são esbeltos e podem suportar pouca carga lateral. Portanto, to- das as cargas devem ser aplicadas nos nós. Figura 8 - Treliça de Ponte Típica Fonte: Estática - Mecânica para Engenharia; Hibbeler, Russell C.; Prentice Hall Brasil; ISBN-13: 9788576058151. O peso do tabuleiro é primeiro transmitido para as longarinas, depois para as viga do piso e, finalmen- te, para os NÓS das duas treliças laterais. Quando as treliças de pontes de telhado se esten- dem por grandes distâncias, um apoio oscilante ou de rolete é usado. Esse tipo de suporte permite li- [SEÇÃO 10 - Estruturas - Treliças] 89 Tipos de Treliça Treliça típicas de telhado Pratt Howe Fink Treliça típica de ponte Pratt Howe Warren Baltimore Treliça em K Outro tipos de treliça Treliça de Estádio Viga de treliça em balanço 90 [SEÇÃO 10 - Estruturas - Treliças] Exemplos Figura 9 - Treliça Estática - Mecânica para Engenharia; Beer, Johnston e outros; McGraw-Hill; ISBN-13: 9788580550467. Figura 10 - Treliça de Telhado Estática - Mecânica para Engenharia; Beer, Johnston e outros; McGraw-Hill; ISBN-13: 9788580550467. Figura 11 - Treliça da Ponte Golden Gate Bridge Estática - Mecânica para Engenharia; Beer, Johnston e outros; McGraw-Hill; ISBN-13: 9788580550467. [SEÇÃO 10 - Estruturas - Treliças] 91 Hipóteses de Projeto 1. Admite-se que toda a treliça é formada por ele- mentos rígidos contidos em um mesmo plano. Isso significa que se trata de um sistema bidimensional com forças coplanares. 2. O peso dos elementos é desprezado por ser con- siderado pequeno em comparação com as ações. 3. As forças são transmitidas de um elemento a ou- tro através de pinos lisos perfeitamente ajustados aos elementos. Esses elementos, denominados ele- mentos de duas forças, estarão sempre tracionados (T) ou comprimidos (C). Os elementos de com- pressão precisam ser fabricados mais espessos do que os elementos em tração devido à flambagem. 4. Todas as cargas são aplicadas nos nós. Para se calcular as forças nos elementos da treliça podemos utilizar o método dos nós e o método das seções. Métodos dos Nós Traçar um diagrama de corpo rígido da treliça in- teira e determinar as reações de apoio (usando as equações de equilíbrio). • Localizar um NÓ com apenas 2 elementos desconhecidos e traçar o diagrama de corpo livre desse pino. • Utilizar as equações de equilíbrio (ΣFx = 0 e ΣFy = 0) e calcular as forças deste nó. • Marcar na treliça T (tração) e C (compressão) • Em seguida, localizar um novo NÓ onde te- mos novamente apenas duas forças desconhe- cidas, traçar o diagrama de corpo livre desse pino . • Utilizar novamente as equações de equilíbrio (ΣFx = 0 e ΣFy = 0) e Calcular as forças deste nó. Marcar na treliça T (tração) e C (compres- são) • Repetir esse procedimento até que tenham sido encontradas todas as forças nos elemen- tos da treliça. Nota-se que as forças que forem observadas como “puxando” os pontos (nós) são forças de tração, e aquelas que “empurram” os pontos (nós) são forças de compressão, como ilustrado na figura. Observação: O elemento AB sofre a ação da tração e o pino sofre a reação (força ao contrário). y x Ay AB AB AC AC Tração Co mp res são Figura 12 - Tração e Compressão Figura 13 - Treliça - métodos dos nós Separando a treliça e traçando um diagrama de corpo livre para cada pino e cada elemento. Figura 14 - Treliça separada - métodos dos nós 92 [SEÇÃO 10 - Estruturas - Treliças] Figura 13 - 1o caso de elementos de força zero. Fonte: Estática - Mecânica para Engenharia; Hibbeler, Russell C.; Prentice Hall Brasil; ISBN-13: 9788576058151. As duas forças que atuam em cada elemento têm a igual intensidade, a mesma linha de ação e senti- dos opostos. As forças exercidas pelo elemento nos dois pinos ligados a ele devem estar direcionadas ao longo desse elemento e serem iguais e opostas. Elementos de força zero Os elementos que não suportam carregamento al- gum são chamados de elementos de força zero. Geralmente são usados para aumentar a estabilida- de da treliça durante a construção e para fornecer um apoio se o carregamento for alterado. 1º Caso Se apenas dois elementos forma um nó da treliça e nenhuma carga externa ou reação de apoio é apli- cadoao nó, os 2 elementos só podem ser elementos de força zero. 2º Caso Se três elementos formam um nó da treliça onde dois dos elementos são colineares, o terceiro ele- mento é um elemento de força zero, já que nenhu- ma força externa ou reação de apoio é aplicada ao nó. [SEÇÃO 10 - Estruturas - Treliças] 93 Método das Seções Este método se baseia no princípio de que se uma treliça está em equilíbrio, então qualquer segmento dela também esta em equilíbrio. • Traçar um diagrama de corpo livre da treliça inteira e usar este diagrama para determinar as reações (usando as equações de equilíbrio). • Defina uma seção que passe por 3 elementos da treliça, um dos quais é o elemento desejado. • Selecionar uma das 2 partes da treliça que foi obtida e traçar o diagrama de corpo livre. Esse diagrama deve incluir as forças externas apli- cadas à parte selecionada assim como as forças exercidas sobre ela pelos elementos cortados antes deles serem removidos. • Usar as 3 equações de equilíbrio que podem resolver para estas forças. (ΣFx = 0, ΣFy = 0 e ΣM = 0) Exemplo: Usando a equação do momento podemos escrever uma equação com apenas uma incógnitas. Se as linhas de ação se cruzam no ponto G (figu- ra 16 A) , podemos eliminá-las, escrevendo uma equação de equilíbrio que envolva momento em relação ao ponto G e assim descobrir a força BC. Observação: ter em mente que a seção que for usa- da deve cortar 3 elementos apenas pois temos ape- nas três equações. (Para se resolver um sistema de três equações podemos ter apenas três incógnitas.) Exemplo: Figura 15 - Método das seções Fonte: Estática - Mecânica para Engenharia; Hibbeler, Russell C.; Prentice Hall Brasil; ISBN-13: 9788576058151. Como apenas 3 equações de equilíbrio indepen- dentes (ΣFx = 0; ΣFy = 0 e ΣM = 0) podem ser aplicadas ao diagrama de corpo livre de qualquer segmento, tentaríamos escolher uma seção que passe por não mais de três elementos em que as forças são incógnitas. • As três reações de apoios são calculadas usan- do o diagrama de corpo livre da TRELIÇA IN- TEIRA. Figura 14 - 2o caso de elementos de força zero. Fonte: Estática - Mecânica para Engenharia; Hibbeler, Russell C.; Prentice Hall Brasil; ISBN-13: 9788576058151. 94 [SEÇÃO 10 - Estruturas - Treliças] • Escolher as BC, GC e GF, que agora são forças externas. Escolher uma das duas partes. • Usar a equação do momento e escrever uma equação com apenas uma incógnitas. Se as linhas de ação se cruzam no ponto G (figura 16 A), podemos eliminá-las, escrevendo uma equação de equilíbrio que envolva momento em relação ao ponto G e assim descobrir a for- ça BC • Usar novamente a equação do momento só que agora no ponto C (figura 16 A) e assim descobrir a força GF. • Para se calcular a força GC podemos usar a equação da ΣFy = 0. Bibliografia: Estática - Mecânica para Engenharia; Hibbe- ler, Russell C.; Prentice Hall Brasil; ISBN-13: 9788576058151, 12ª Edição e 10 Edição. Estática - Mecânica para Engenharia; Beer, Johnston e outros; McGraw-Hill; ISBN-13: 9788580550467, 9ª Edição. Mecânica Para Engenharia – Estática; Meriam, J. L. e Kraige, L. G.; LTC; ISBN-13: 9788521617181; 6ª Edição. Mecânica Técnica e Resistência dos Materiais Melco- nian, Sarkis Editora Erica ISBN 13: 9788571946668 Ano da Edição: 2008. Engenharia Mecânica – Estática Best, Char- les L.McLean, W. G.Nelson, E.w.Potter, Mer- le C. Coleção Schaum ISBN Editora Bookman 9788582600429 Ano 2013 Mecânica Para Engenharia Estática, Michael Plesha. Editora Bookman; Edição: 1ª, 978-8565837019, 2013 Isostática - passo a passo. Viero, Edson Humberto, Editora EDUCS, 2011 Resistência Dos Materiais - 7ª Edição Autor: Hi- bbeler, Russell C. Editora: Pearson/Nacional ISBN 13: 9788576053736 Mecânica Dos Materiais - 5ª Edição Autor: Beer, Ferdinand Editora: MCGRAW HILL ISBN 13: 978856330823. Mecânica Dos Materiais - Um Sistema Integrado De Ensino - 2º Edição Autor: Philpot, T.A. Edi- tora: LIVROS TEC. E CIENTIFICOS ISBN 13: 9788521621638 Mecânica Dos Materiais Autor: UGURAL, ANSEL C. Editora: LTC ISBN 13: 9788521616870 Figura 16- Método das seções Fonte: Estática - Mecânica para Engenharia; Hibbeler, Russell C.; Prentice Hall Brasil; ISBN-13: 9788576058151. A B [SEÇÃO 10 - Estruturas - Treliças] 95 Concepção Estrutural E A Arquitetura Autor: Re- bello, Yopanan Conrado Pereira Editora: Zigurate Editora ISBN 13: 9788585570033 Mecânica Técnica e Resistência dos Mate- riais Melconian, Sarkis Editora Erica ISBN 13: 9788571946668 Ano da Edição: 2008 Resistências dos Materiais Nash, William Arthur- Potter, Merle C. Col. Schaum ISBN 9788582601075 - Editora Bookman 5ª Ed. Ano da Edição: 2014 96 [SEÇÃO 10 - Estruturas - Treliças] _GoBack