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Apostila de Helmintologia Veterinária – Parasitologia Veterinária I O Filo Platyhelminthes “vermes achatados” é dividido em 3 classes: Turbellaria, Trematoda e Cestoda. · Classe Turbellaria: Engloba organismos de hábito aquático e de ambientes terrestres úmidos, ou seja, apenas seres de vida livre. Dentre seus representantes podemos citar a planária. · Classe Trematoda: Engloba organismos que são ecto ou endoparasitas, ou seja, que vivem, respectivamente, externa ou internamente no corpo do hospedeiro. Como exemplo, podemos citar o Schistosoma mansoni. · Classe Cestoda: Todos os representantes são endoparasitas sem sistema digestório. Entre seus representantes, podemos citar a Taenia. A classe Trematoda tem duas (2) subclasses: · Monogenea: ciclo de vida direto, são parasitos externos de peixes. · Digenea: necessita de hospedeiro intermediário parasitam exclusivamente vertebrados de importância veterinária. Características da Subclasse Digenea - Morfologia · Apresentam grande diversidade morfológica dentre os platelmintos; · Encontrados em todos os grupos de hospedeiros vertebrados; · São de tamanho variado, de poucos µm a vários cm; · São endoparasitos ovíparos; · Necessitam de hospedeiro intermediário; · Corpo: não segmentado, formato variável (arredondado, alongado, filiforme, circular, foliáceo*); · Ventosas: ventosa oral (digestão) e acetábulo (fixação e locomoção o hospedeiro); · Tegumento: multinucleada, com muitas mitocôndrias e vesículas, sustentada por camadas muscular, coberta por espinhos; · Órgãos internos: estão todos dentro de um tecido chamado parênquima; · Digestório: é incompleto, sem abertura anal; apresentam boca, faringe, esôfago, e cecos intestinais único ou duplo, circular, tubular ou ramificado; · Excreção: apresentam um par de cecos intestinais ramificados em um fundo cego, protonefrídios, células flama, ductos coletores, vesícula excretora e poro excretor. Tem sistema de túbulos e poros excretores; · Reprodução: Hermafroditas (Exceto Schistosoma) -> Reprodutor feminino: 1 ovário, oviduto, canal de Laurer (cópula), glândulas vitelínicas (produção do vitelo), oótipo (forma casca do ovo), útero (ovos formados), poro genital. Reprodutor masculino: testículos (n. e forma variada), ductos eferentes e deferentes, bolsa do cirro e cirro (órgão compilatório); · Apresenta ventosa oral, ventosa ventral; · Não possui cavidade corpórea; · Apresentam um par de gânglios e nervos longitudinais. Quatro famílias são de importância veterinária: · Fasciolidae* (Fasciola hepatica); · Dicrocoelidae (Dicrocoelium dendriticum, Eurytrema Coelomaticum, Platynosomum fastosum); · Paramphistomidae (Paramphistomum cervi); · Schistosomatidae (Schistosoma bovis). Helmintologia - Filo Platyhelminthes - Classe Trematoda – Subclasse Digenea Características da Família Fasciolidae · são trematódeos grandes em forma de folha; · extremidade anterior em forma de cone com a ventosa oral; · a ventosa ventral na altura dos “ombros”; · cutícula recoberta por espinhos; · órgão internos ramificados. Os gêneros de importância são: Fasciola*, Fascioloides e Fasciolopis. Fasciola hepatica Nome comum: “trematódeo hepático”, “baratinha do fígado”. Localização da infecção: fígado, ductos e vesículas biliares. Hospedeiro definitivo: ovinos, bovinos, bubalinos, caprinos, suínos, equinos, homem* e outros mamíferos. Hospedeiro intermediário: caramujos do gênero Lymnaea América do Sul: L. columella, L. viatrix, L. diaphera, L. cubensis. Características morfológicas: · corpo em forma de folha (foliáceo); · cor castanho esverdeado; · medem de 2,5-3,5cm; · extremidade anterior cônica; · tegumento coberto por espinhos; · ventosa oral e acetábulo. Ciclo biológico: Fasciola elimina ovos nos ductos biliares → ovos chegam ao intestino → saem misturados às fezes → ovos desenvolvem-se e eclode (10 dias) o miracídio no ambiente → miracídio nada e fixa-se ao caramujo(8h) → desenvolve-se as fases larvares (esporocisto, rédia e cercária 30d) cercarias saem do caramujo 30d, nadam até a vegetação e fixam-se nela → a cercária encista-se e forma a metacercária (7semanas) → a metacercária é ingerida pelo animal → excistam no intestino delgado → atravessam a parede intestinal e o peritônio 2h → penetram na cápsula hepática, no parênquima hepático, ducto biliar e finalmente vesícula biliar 60d → podem viver por 10 a. Características da Família Dicrocoelidae · vermes pequenos e lanceolados; · habitam a vesícula biliar e os ductos pancreáticos de vertebrados; · forma miracídio no ovo; · não há formação de rédias no caramujo; · dois e três hospedeiros intermediários participam no ciclo de vida; · as espécies Dicrocoelium e Eurytrema parasitam ruminantes; · as espécies Platynosomum parasitam gatos. Eurytrema Coelomaticum Nome comum: “Trematódeo pancreático”. Hospedeiros definitivos: bovinos, caprinos, ovinos. Hospedeiros intermediários: (dois) 1º molusco terrestre (Bradybaena) e 2º insetos ortópteros “gafanhotos” (Conocephalus). Habitat: ductos pancreáticos, raramente nos ductos biliares. Características morfológicas: · tamanho 8-16 mm; · corpo espesso com forma lanceolada; · cor castanho avermelhado; · ventosas na parte anterior do corpo; · testículos pós acetabulares; · ovários posteriores aos testículos; · bolsa do cirro; · poro genital. Ciclo Biológico: ovos do Eurytrema eliminados nas fezes pelo hospedeiro definitivo → caramujo (terrestre) ingere ovos → formam esporocisto(2x) no caramujo 4s → esporocisto formam cercárias → cercárias aglutinadas em um muco são eliminadas pelo caramujo na grama(5m) → cercárias são ingeridas pelos gafanhotos → cercárias se transformam em metacercária no gafanhoto 21d → hospedeiro definitivo ingere a grama com o gafanhoto “acidentalmente” → metacercária ingerida excistam no duodeno do hospedeiro definitivo → metacercária migra para o pâncreas nos ductos pancreáticos tornando-se adultos em 7s. Platynosomum illiciens Nome comum: “trematódeos de gatos” Hospedeiro definitivo: felídeos*, primatas e aves silvestres. Hospedeiros intermediários: 1º moluscos Subulina octana e 2º lagartixa (lacertídeo) ou crustáceo decápode. Habitat: fígado e ductos biliares. Caracteristicas morfologicas: · corpo estreito e alongado, forma lanceolado; · mede 4-8mm; · testículos volumosos; · ovário menor que os testículos; · ovos operculados ovais, e castanha. Ciclo biológico: ovos eliminados nas fezes do gato → caramujo de terra (Sublima) ingere ovo → desenvolve esporocisto com cercárias no seu interior(2x) → esporocisto contendo cercária eliminado junto com muco → lagartixa ingere esporocisto com cercária que transforma-se em metacercária → gato ingere o lagarto → nos ductos biliares e vesículas do gato a metacercária evolui para forma adulta do Platynosomum. Família Paramphistomatidae: Paramphistomum cervi Nome comum: “Fascíola do rumem”. Hospedeiros definitivos: bovinos, bubalinos e ovinos. Hospedeiros intermediários: caramujos aquático (Planorbidae). Habitat: pré-estômago de ruminantes “rúmen. Caracteristicas morfologicas: · tamanho: pequenos trematódeos (13mm); · corpo: robusto, piriforme, “forma de pera”, cônicos; · cor: vermelho vivo ou rosada; · ventosa: oral na extremidade do cone e acetábulo na base; · tegumento: sem espinhos no tegumento; · vitelaria desenvolvida e lateral, poro genital mediano. Ciclo biológico: (semelhante a F. hepatica) Animal ingere a pastagem com a metacercária → metacercária desencista no duodeno → alimentam-se por 2 semanas no intestino → migram para rúmen → tornam-se adulto → colocam ovos que vão ao ambiente → miracídio eclode, fixa-se e penetra no caramujo → miracídio desenvolve-se em esporocisto → rédia → cercária → cercária sai do caramujo → adere-se na gramínea → transforma-se em metacercária 10m → Animal ingere a pastagem com a metacercária….(ciclo completo 110-132 d). Família Schistosomatidae: Schistosoma mansoni São diversos gêneros, o mais importante é o Schistosoma. Este trematódeo tem sexos separados (dióicos), afêmea fica permanentemente no canal genicófaro (cópola), é parasito primariamente dos vasos sanguíneos do trato alimentar, responsável por doença grave e debilitante no homem, pode provocar doenças semelhantes nos animais, alguns animais podem atuar como reservatórios para a infecção no homem. Importância: ocorrem em bovinos e roedores, esses hospedeiros atuam como hospedeiros alternativos “reservatórios”. Hospedeiros definitivos: homem, bovinos e animais silvestres. Hospedeiros intermediários: moluscos aquáticos caramujos (Biomphalaria). Habitat: veias mesentéricas e hepáticas do sistema porta. Características morfologicas do macho: · tamanho: 9-22mm, corpo alongado e robusto; · ventosas: oral e acetábulo (ventral), pouco desenvolvidas; · tegumento: na parte dorsal, minúsculos espinhos e tubérculos cuticulares; · tegumento: a parte ventral do corpo é achatado têm um sulco ventral (canal genicófaro); · reprodução: tem 4 ou mais testículos. Caracteristicas morfológicas da fêmea: · tamanho 12-28mm, corpo delgado; · ventosas: oral e acetábulo (ventral); · tegumento: sem espinho cuticulares, sem canal genicófaro; · aloja-se permanentemente no canal genicófaro do macho; · ovários alongados próximo dos cecos unidos; · ovos: são fusiformes, pequenos (187 µm) e não possuem opérculos, mas tem um espinho característico. Ciclo biológico: a fêmea acasalada ao macho, dentro dos vasos sanguíneos coloca os ovos → esses atravessam a parede intestinal e chegam ao lúmen intestinal → são eliminados junto com as fezes → no ambiente eclode do ovo a larva miracídio → essa nada atéencontrar o caramujo e nele penetrar → miracídio desenvolve-se esporocisto 1ª e 2ª essesw em rédias e cercárias → essas saem do caramujo, nadam até encontrar o hospedeiro definitivo → fixam-se e penetram nele → após penetração na forma de esquistossômulos seguem pela corrente sanguínea → coração, pulmão e fígado → nas veias do sistema porta-hepático transformam-se em adultos macho e fêmea → acasalam-se iniciando novo ciclo. Helmintologia - Filo Platyhelminthes - Classe Cestoda Características gerais dos Cestódeos: · Apresentam o corpo em forma de fita; · Não possuem sistema digestivo (tubo alimentar); · Não possuem sistema respiratório; · O corpo é achatado e segmentado; · Cada segmento tem um ou mais conjunto de órgãos reprodutivos; · Requerem hospedeiro intermediário. Ordem Cyclophyllidea: são de importância veterinária e parasitam intestino delgado de aves e mamíferos. Famílias de importância Médica veterinária: · Família Taeniida; · Família Hymenolepididae; · Família Davaineidae; · Família Dillepididae; · Família Anoplocephalidae. Ordem Pseudophyllidea: família de importância Médica Veterinária: · Família Diphyllobothriidae. Família Taeniida · Possuem quatro ventosas; · Rostro armado com acúleos em forma de foice (exceto T. saginata); · Proglotes (segmentos) em número variado conforme a espécie; · Aparelhos genitais simples (masculino e feminino) disperso no parênquima; · Fases larvais diferentes, segundo à espécie: hidátida, cisticerco, estrobilocerco (vertebrados) e embrião hexacanto (artrópodes); · Ovos arredondado com embrião hexacanto “indistinquíveis”. Taenia solium Hospedeiro definitivo: homem. Hospedeiro intermediário: suíno. Larva: Cysticercus cellulosae (vesícula ovoide transparente). Habitat: a forma adulta “verme”, intestino delgado humano, a forma larvária (C. cellulosae ) tecido muscular liso e estriado (masseteres, pterigoideos, miocárdio, diafragma, subcutâneo, fígado, cérebro e olhos). Caracteristicas morfologicas: · escólex globoso; · rostro com duas fileiras de acúleos (25-50); · estróbilo com proglotes “segmentos” (700 a 1.000); · papilas genitais alternadas nas proglotes; · massa testicular “testículos” (150-200); · ovário bilobado ramificado; · útero situado medianamente à proglote; · tamanho – de 2 a 8m ↔x 5 a 6mm↨. Ciclo biológico: o homem elimina proglotes e ovos da T. solium nas fezes → suíno ingere vegetação e água contaminadas com os ovos → ovos sofrem ação dos sucos gástricos e intestinais → oncosfera sai do ovo e penetra na circulação sanguínea do intestino suíno → instala-se no tecido (muscular) → desenvolve-se até 1cm (12 semanas) → o homem infecta-se ingerindo carne suína crua ou malpassada com cisticerco → cisticerco desenvolve e origina a Tênia → …. Formas de infecção: Infecção humana: · Ingestão de ovos = cisticercose; · Ingestão de Cysticercus = teníase; Formas de infecção: · Infecção indireta ou heteroinfecção: água, alimentos contaminados. · Infecção direta ou autoinfecção: ingestão dos ovos de tênias do próprio indivíduo por: autoinfecção externa ou autoinfecção interna. Infecção para o suíno: · Ingestão de fezes humanas com ovos Taenia solium = cisticercose. Taenia saginata Hospedeiro definitivo: homem. Hospedeiro intermediário: bovino. Larva: Cysticercus bovis (vesícula ovoide transparente). Habitat: a forma adulta “verme”, vive no intestino delgado humano, a forma larvária (C.cellulosae ) vive no tecido muscular liso e estriado (fígado, coração, língua e masseteres). Caracteristicas morfologicas: · escólex cuboide; · ausência de rostro e acúleos (tênia desarmada); · estróbilo com proglotes “segmentos” (1.200 a 2.000); · papilas genitais alternadas nas proglotes; · massa testicular “testículos” (300-500); · ovário bilobado, ramificado; · útero situado medianamente à proglote; · tamanho – de 2 a 12m ↔x 5 a 7mm↨. Ciclo biológico: O homem elimina proglotes e ovos da T. saginata nas fezes → bovino ingere vegetação e água contaminadas com os ovos → ovos sofrem ação dos sucos gástricos e intestinais bovino → oncosfera sai do ovo e penetra na circulação sanguínea do intestino bovino → instala-se no tecido (muscular) → desenvolve-se rápido (9-12 seg/dia) → o homem infecta-se ingerindo carne bovina crua ou mal passada com cisticerco → cisticerco desenvolve e origina a Tênia em 3m →…. Isabela Freitas – 3º Termo de Medicina Veterinária (UniSalesiano) 2 Tenídeos de cães e gatos Taenia hidatigena Larva: Cysticercus tenuicollis. Hospedeiro Definitivo: cão. Localização no hospedeiro definitivo (verme): intestino delgado. Localização no hospedeiro intermediário (larva): ovino, bovino, suíno - fígado e baço. Tamanho: 0,5-5m. Escólex: reniforme, rostro longo e fino, com dupla coroas de acúleos. Proglotes: com poros genitais alternados, útero com 5-10 ramificações (30.000 ovos), testículos (600-700). Ciclo biológico: ingestão da larva C. tenuicollis, forma cestóide adulto no intestino delegado de cães liberam proglotes com ovos 60-70d. Os ovos no ambiente são ingeridos pelos ovinos, vão até o fígado por meio da circulação sanguínea, migram por 4 semanas e emergem na superfície do fígado em forma de larva Cysticercus tenuicollis 60d. Taenia ovis Larva: Cysticercus ovis. Hospedeiro Definitivo: cão e gato. Localização no hospedeiro definitivo (verme): intestino delgado. Localização no hospedeiro intermediário (larva): ovino, bovino e suíno - musculatura. Tamanho: 0,5-2m. Escólex: escólex e rostro armado. Proglotes: útero com 20-25 ramificações, testículos: 300. Ciclo biológico: o cestóide adulto vive no intestino delegado de cães e canídeos silvestres, onde são liberados ovos com oncosfera. Esses ovos são ingeridos por ovinos e vão até a musculatura por meio da circulação sanguínea, e desenvolve a larva Cysticercus ovis. Taenia psiformes Larva: Cysticercus psiformis. Hospedeiro Definitivo: cão. Localização no hospedeiro definitivo (verme): intestino delgado. Localização no hospedeiro intermediário (larva): coelho e rato - fígado e peritônio. Tamanho: 0,5-2m. Escólex: globoso e quadrangulares, rostro com coroa. Proglotes: 200, são mais longas na parte posterior com aspecto de “franjas”. Ciclo biológico: o cestóide adulto vive no intestino delegado de cães onde são liberados ovos com oncosfera. Esses ovos são ingeridos por coelhos e vão até o fígado por meio da circulação sanguínea, migram por 4 semanas e emergem na superfície do fígado em forma de larva Cysticercus psiformis no peritônio desses hospedeiros.Taenia serialis Larva: Coenurus serialis. Hospedeiro Definitivo: cão. Localização no hospedeiro definitivo (verme): intestino delgado. Localização no hospedeiro intermediário (larva): coelho - subcutâneo e musculatura. Tamanho: 0,5-2m. Escólex: rostro com acúleos. Proglotes: útero com 20-25 ramificações, testículos: 300. O cestóide adulto vive no intestino delgado. Ciclo biológico: de cães onde são libera ovos com oncosfera. Esses ovos são ingeridos por coelhos e vão até o tecido subcutâneo ou tecido conjuntivo e intermuscular, por meio da circulação sanguínea, onde se forma a larva Coenurus serialis. Taenia multiceps Larva: Coenurus cerebralis. Hospedeiro Definitivo: cão. Localização no hospedeiro definitivo (verme): intestino delgado. Localização no hospedeiro intermediário (larva): ovino, bovino e caprino - tecido nervoso. Tamanho: 0,5-2m. Proglotes: 300-400 testículos, útero com 20-25 ramificações, poros genitais: irregulares e alternados. Ciclo biológico: o cestóide adulto vive no intestino delegado de cães onde são liberados ovos com oncosfera. Esses ovos são ingeridos pelos ovinos e vão até o sistema nervoso por meio da circulação sanguínea e se transformam em larva Coenurus cerebralis “cenuro” (5cm diâmetro). Taenia taeniformis Larva: Cysticercus fasciolaris. Hospedeiro Definitivo: gato. Localização no hospedeiro definitivo (verme): intestino delgado. Localização no hospedeiro intermediário (larva): rato – fígado e peritônio. Tamanho: 0,6m. Ciclo biológico: o cestóide adulto vive no intestino delgado de gatos onde são libera ovos com oncosfera. Esses ovos são ingeridos por ratos e vão até o fígado por meio da circulação sanguínea, migram e se desenvolvem no fígado de ratos e outros roedores em forma de larva Cysticercus fasciolaris no parênquima hepático. Família Taeniidae: Gênero Echinococcus Características: · Responsável pela zooantroponose equinococosehidatidose; · Cíclico larvário com dois mamíferos (presa-predador); · É o menor (3 a 6 mm) tenídeo dos mamíferos; · Escólex globuloso, rostro com duas fileiras de acúleos; · Colo curto e 3 proglotes (jovem, madura e grávida); · Testículos 40 a 60, ovário em forma de ferradura e útero com 400 a 1500 oncosfera. Nome comum: “tênia anã do cão”, “hidatidose”. Hospedeiro definitivo: cão e canídeos silvestres. Hospedeiro intermediário: ruminantes domésticos, silvestres, homem e primatas. Localização: · No cão: forma adulta (verme) localiza-se no intestino delgado; · Mamíferos domésticos, silvestre e o homem: forma larvária cisto hidático localiza-se no fígado, pulmão e outros órgão. Características morfológicas: A larva Cisto hidático: são grandes vesículas cheia de líquido. Pode crescer 5-10cm em 6-12 meses. Apresenta as estruturas membrana adventícia, membrana anista, membrana prolígera, vesícula prolígera, escólex e areia hidática. Tipos de larvas: 1. Cysticercus - vesícula com líquido no interior onde se encontra um único escólice invaginado (Taenia). 2. Strobilocercus - vesícula de paredes finas com abundante líquido, contendo vários e pequenos escólices invaginados (Hydatigera). 3. Cisto hidático - grande vesícula de paredes firmes e de abundante líquido com numerosos e pequenos escólices invaginado e presos na parede interna do cisto (membrana germinativa). Ciclo biológico (Cisto hidático): Cão elimina proglotes com ovos no ambiente → ovos são ingeridos pelo hospedeiro intermediário → a oncosfera do ovo é liberada no intestino delgado do hospedeiro intermediário → penetra na parede intestinal → chega ao fígado pelo sistema sanguíneo → chega aos pulmões pelo sistema linfático → o cisto hidático cresce nos órgãos do hospedeiro intermediário em 6-12 meses → cão se alimenta dos órgão com cisto hidático → cisto libera escóles no intestino delgado → se desenvolvem em equinococus em 45 d produzindo proglotes → proglotes com ovos são liberadas nas fezes do cão... Classe Cestoda - Família Hymenolepididae Caraterísticas: · Rostro armado com uma fileira de acúleos; · Ventosas armadas; · Útero saculiforme e transversal; · Poros genitais unilaterais; · Importância veterinária por infectar animais de laboratório; · Cestódeos com estróbilos delgados; · Infectam pássaros, roedores* e seres humanos; · Os artrópodes são os hospedeiros intermediários, onde se forma a larva cisticercóide; · Principais gêneros: Hymenolepis*, Rodentolepis e Fimbriaria. Hymenolepis nana Morfologia: · Tamanho 3-4 cm; no escólex, rostro com uma fileira de acúleos; · Estróbilo formado por 200 proglotes, aberturas genitais unilaterais nas proglotes, ovos com filamentos. Hospedeiro definitivo: homem*, rato eventualmente. Forma larval: cisticercóide. Localização: intestino delgado humano, eventualmente no rato. Ciclo biológico: · Monoxeno, direto por ingestão dos ovos; · Heteroxeno, indireto por ingestão do inseto contendo cisticercóide. Importância Médica Veterinária e Saúde Pública: crianças com parasitismo intenso podem apresentar dor abdominal, diarreia, tontura, vômito, convulsões e crises epilépticas. Hymenolepis diminuta Morfologia: · Tamanho 10-60 cm, 4 ventosas sem acúleos; · Ovos esféricos com cutícula dupla, ovos com mamelões, sem filamentos. Hospedeiro definitivo: rato e eventualmente o homem. Hospedeiro intermediário: larvas de pulga e de coleópteros. Forma larval: cisticercóide (cavidade geral dos insetos). Localização: intestino delgado do rato. Ciclo biológico: heteroxeno, por ingestão de insetos infectados por cisticercóide. Importância Médica Veterinária e Saúde Pública: crianças podem apresentar diarreia e em animais de laboratório, perda de peso. Classe Cestoda - Família Davaineidae Morfologia: · tamanho 0,5-4mm, poucos proglotes, rostro com 3-4 coroas de acúleos; · a tênia adulta parasita mamíferos e aves e larva cisticercóide moluscos; · no Brasil somente espécies que parasitam aves. Davainea proglottina Larva: cisticercóide. Hospedeiro definitivo: frangos e aves de pequenas asas. Localização no hospedeiro definitivo (verme): Intestino delgado e duodeno. Localização no hospedeiro intermediário (larva): moluscos gastrópodes (Agriolimax, Arion, Limax). Tamanho: cestódeo pequeno (0,5 - 4mm). Escólex: escólex com rostelo e ventosas ambos armados de ganchos. Proglotes: proglotes com 4-7 segmentos ovos com embrião hexacanto em uma cápsula dentro dos proglotes. Ciclo biológico: proglotes com ovos são eliminados junto com as fezes→ ovos são ingeridos pelos moluscos (Gastrópodes) → desenvolvimento de larva cisticercóide 3s → ave ingere molusco com cisticercóide → cisticercóide são liberados no intestino e desenvolve em cestódeo “Davainea” no intestino delgado da ave. Raillietina tetragona Larva: cisticercóide. Hospedeiro definitivo: galináceos (frangos, perus, galinhas-d’angola). Localização no hospedeiro definitivo (verme): Intestino delgado. Localização no hospedeiro intermediário (larva): besouros (Carabidae, Scarabaeidae e Tibolium, de farinha), formiga e moscas. Tamanho: cestódeo de tamanho médio (15-25cm). Escólex: escólex grande e rostro armado com dupla coroa de ganchos, as ventosas são desarmadas com minúsculos acúleos. Proglotes: proglotes em forma de martelo, com ovário simples ou lobulado, orifício genital unilateral, 15 a 20 testículos. Cada proglote grávido contendo cápsulas com um ovo e embrião. Ciclo biológico: proglotes com ovos são eliminados junto com as fezes → ovos são ingeridos pelos besouros → embrião eclode do ovo no intestino → desenvolvimento de larva cisticercóide no hospedeiro intermediário → hospedeiro definitivo ingere o besouro com cisticercóide → cisticercóide desenvolve cestódeo “Raillietina” no intestino delgado da ave 2m. Família Dilepididae - Dipylidium caninum Nome comum: “cestódeo de poro duplo” “semente de pepino”. Morfologia: · cestódeo pequeno (20-60cm); · escólex com rostelo retrátil armado (4 fileiras de ganchos); · proglotes com movimento próprio, forma de “sementes de pepino”; · proglotes com dois conjuntos de órgãos sexuais e poros genitais duplos, produzem cápsulas ovígeras; · ovos com embrião hexacantocontidos em uma cápsula (cápsula ovígera com 30 ovos). Habitat: intestino delgado. Hospedeiro definitivo: desenvolvimento da tênia em cães, raposas, gatos, eventualmente o homem. Hospedeiro intermediário: desenvolvimento da larva cisticercóide em pulgas (Ctenocephalides, Pulex) e piolhos (Trichodetctes canis). Ciclo biológico: os proglotes ativos são excretados no ambiente → as cápsulas ovígeras são expelidas do proglote → os ovos são ingeridos pelos insetos (larvas de pulgas e piolhos adultos) → as oncosfera saem dos ovos, na cavidade abdominal dos insetos → as oncosfera transformam-se em larva cisticercóide → o hospedeiro definitivo ingere os insetos contendo cisticercóide → o inseto ingerido é digerido no intestino do hospedeiro definitivo → a larva cisticercóide ingerida transforma-se em verme (Dipylidium) 20d. Família Anoplocephalidae - Anoplocephala Anoplocephala perfoliata Larva: cisticercóide. Hospedeiro definitivo: equino. Localização no hospedeiro definitivo (verme): verme adulto na válvula íleo, raramente no ceco intestinal. Localização no hospedeiro intermediário (larva): larva cisticercóide na hemocele dos ácaros da forrageira, família Oribatidae. Tamanho: medem 3 a 6 cm. Escólex: o escólex não apresenta rostelo e nem gancho, ventosas espessas, colo “pescoço” curto. Proglotes: os proglotes grávidos são mais largos do que compridos útero na horizontal com sacos verticais ovos irregulares quadrados ou triangulares. Ciclo biológico: proglotes são eliminados nas fezes → proglotes liberam ovos no ambiente → ovos são ingeridos por ácaros das forragens → os ovos se transformam em cisticercóide → a forragem com os ácaros é ingerida pelo hospedeiro definitivo → ácaros são digeridos no intestino liberando cisticercóide → cisticercóide desenvolve-se em tênia Anoplocephala. Anoplocephala magna Larva: cisticercóide. Hospedeiro definitivo: equino. Localização no hospedeiro definitivo (verme): verme adulto habita jejuno e raramente no estômago de equinos. Localização no hospedeiro intermediário (larva): larva cisticercóide habita hemocele dos ácaros da forrageira. Tamanho: é a maior tênia dos equídeos (30cm). Escólex: o escólex globoso. Proglotes: Proglotes mede até 30 cm. Paranoplocephala mamillana Larva: cisticercóide. Hospedeiro definitivo: equino. Localização no hospedeiro definitivo (verme): intestino delgado. Localização no hospedeiro intermediário (larva): larva cisticercóide na cavidade dos ácaros da forrageira (família Oribatidae). Tamanho: medem 1-5 cm. Escólex: escólex tetrágono, sem abas, ventosas em forma de fenda. Proglotes: Proglotes com 1 testículo e 1 útero, poros genitais unilaterais. Proglotes grávidos são mais largos que compridos. Ovos esférico ou triangulares. Ciclo evolutivo: semelhante ao Anoplocephala. Moniezia expansa Larva: cisticercóide. Hospedeiro definitivo: ovino. Localização no hospedeiro definitivo (verme): Intestino delgado. Tamanho: corpo longo, medem 1-5 m. Escólex: escólex globoso, ventosas com fenda longitudinal. Proglotes: Proglotes com glândulas interproglotidianas visíveis, ovo irregular esférico ou triangulares. Ciclo biológico: proglotes são eliminados nas fezes → liberam ovos no ambiente → ovos com oncosferas são ingeridos por ácaros → forma-se larva cisticercóide na hemocele do inseto → a forragem com os ácaros é ingerida pelo hospedeiro definitivo → ácaros são digeridos no intestino liberando cisticercóide → cisticercóide transformam-se Moniezia, forma adulta. Moniezia benedeni Larva: cisticercóide. Hospedeiro definitivo: bovino. Localização no hospedeiro definitivo (verme): vermes adultos no intestino delgado. Localização no hospedeiro intermediário (larva): larva cisticercóide em ácaros. Tamanho: corpo longo, medem 0,5-2,5 m. Escólex: escólex cúbito, ventosas com abertura circular. Proglotes: proglotes com glândulas interproglotidianas em curtas fileiras; ovos quadrados irregulares. Ciclo biológico (semelhante ao do A. expansa): Proglotes são eliminados nas fezes → liberam ovos no ambiente → ovos com oncosferas são ingeridos por ácaros → forma-se larva cisticercóide na hemocele do inseto → a forragem com o ácaro é ingerida pelo hospedeiro definitivo → ácaros são digeridos no intestino liberando cisticercóide → cisticercóide transformam-se Moniezia, forma adulta. Classe Cestoda - Família Thysanosomidae Diversas tênias de importância veterinária em ovinos. Localização: · verme adulto vive nos canais hepáticos e colédoco (ducto biliar) de ovinos e ruminantes; · larva cisticercóide se forma no hospedeiro intermediário, ácaros dos gêneros zygoribatulla striassima. Morfologia: · escólex esféricos (1,5 mm), com 4 ventosas globosas; · medem 35-80 cm, escólex, proglotes curtas e franjadas posteriormente; · cada proglote tem dois órgãos sexuais, dois testículos localizados medialmente. Thysanosoma actinoides Ciclo biológico: proglotes com ovos são eliminados junto com as fezes do hospedeiro definitivo → ovos são ingeridos pelos ácaros da forragem → embrião “oncosfera” eclode no intestino → desenvolvimento de larva cisticercóide no hospedeiro intermediário → hospedeiro definitivo ingere o ácaro com cisticercóide → cisticercóide ingerido desenvolve em cestódeo “Thysanosoma” nos canais hepáticos do hospedeiro definitivo. Classe Cestoda - Ordem Pseudophyllidea · Diferem da ordem Cyclophyllidea por não apresentarem ventosas no escólex, representados por dois sulcos para aderência; · ovo tem casca grossa, castanha e é operculado; · do ovo emerge uma oncosfera com um embrião “coracídio” ciliado para mobilidade na água; · o ciclo biológico utiliza dois hospedeiros intermediários, um crustáceo onde se forma a larva procercóide e um peixe onde se desenvolve a larva plerocercóide; · os gêneros de importância são Diphyllobotrium* e Spirometra. Diphyllobotrium latum Nome comum: “grande cestódeo, tênia grande”. Localização: intestino delgado. Hospedeiros definitivos: cão, homem e mamíferos que se alimentam de peixe (gatos, suínos e urso polar). · 1º Hospedeiros intermediário (larva procercóide): crustáceos copépodes, 2º Hospedeiros intermediário (larva plerocercóide): peixes de água doce (lúcios, trutas e percas). Morfologia: · escólex com duas fendas longitudinais (ventral e dorsal), no lugar das proglotes; · cestódeo muito comprido (7-15 m), cor marfim; · vários proglotes (3000-4000), os maduros são retangulares com um poro genital central; · os ovos são ovoides, operculados e amarelos. Ciclo evolutivo: ovos são eliminados misturados as fezes do hospedeiro definitivo → ovos são levados na água onde se desenvolvem 10d, a larva coracídio → eclode a larva ciliada coracídio → coracídio é ingerido por um copépode (crustáceo) → a larva pró-cercóide desenvolve na cavidade do crustáceo10-20d → crustáceo é ingerido pelo peixe → a larva pró-cercóide migra para a musculatura e vísceras do peixe → forma-se a larva plerocercóide no peixe7-15d → o peixe é ingerido cru ou mal passado pelo hospedeiro definitivo → forma-se a tênia Diphyllobotrium no intestino delgado do hospedeiro definitivo → pode viver 10-30 anos. Filo Nemathelminthes – Classe Nematoda O filo Nematelminto possui seis classes, mas apenas uma de importância para a parasitologia: Nematoda. Nematódeos: são vermes cilíndricos "redondos”. Características Gerais dos Nematódeos Corpo: · Tamanho: variado de 1mm a 8 m; · Forma: cilíndrico, cavidade corporal (pseudoceloma) preenchido por líquido; · Revestimento: cutícula externa clara, conforme a espécie podendo ter cristas, espinho e asas (cefálicas, cervicais ou caudais); · Hipoderme: tecido abaixo da cutícula; · Fibras musculares: músculos lisos, segmentados, abaixo da hipoderme; · Sistema Nervoso: cordões nervosos lateralmente, ventral e dorsal ao corpo. Sistema digestivo: · Forma: tubular, completo (boca, vestíbulo oral, lábios, esôfago, faringe, intestino, ânus ou abertura anal); · Boca: diferentes formas: Simples (sem cavidade bucal) ou contendo coroa franjada; cavidade bucal (redonda, triangular ou hexagonal); lamelas ou dentes, lábios ouinterlábios; · Esôfago: diferentes formas: simples ou filariforme estrongilídeos); com constrição anterior “bulbo duplo” (oxiurídeos); com expansões anterior e posterior (Strongyloides); · Intestino: tubo simples, do esôfago até o ânus; · Sistema reprodutor: órgãos sexuais tubulares, livres na cavidade do corpo; · Reprodução: há cópula, macho introduz os espículos na vulva da fêmea, libera os espermatozoides que migram para o útero e oviduto; · Órgãos femininos: ovário(2), oviduto(2), útero(1), vagina(1) e vulva(1); · Órgãos masculinos: testículo (2), canais deferentes (2), canal ejaculador (2), cloaca e órgãos acessórios masculinos “espículos” (1 a 2) e “gubernáculos”; · Órgãos acessórios: são importantes para a identificação das espécies e servem para auxiliar na cópula, sendo inseridos na abertura genital da fêmea; · As fêmeas: ovíparas, ovovivíparas, vivíparas; · Os ovos: simples (casca lisa), operculados (proeminência) bioperculados (2 proeminências), larvado (com 1 larva no interior); · As formas infectantes: hospedeiros são infectados por ingestão da larva 3 (L3), dentro ou fora do ovo, ou por penetração ativa na pele do hospedeiro e por meio de artrópodes; · As formas de infecção: ingestão de ovos, ingestão de larvas, ingestão de hospedeiros intermediários (HI) com L3, por penetração na pele e picadas de insetos; · Ciclo biológico geral: .... ovos nas fezes (forma L1 dentro do ovo) → L1 sai do ovo → se alimenta (nas fezes) e desenvolve em L2 → L2 se alimenta (nas fezes) e desenvolve em L3 → L3 é ingerida ou penetra na pele do HD → encontram seu habitat no HD → desenvolvem-se em vermes adultos → diferenciam-se em macho e fêmea → copulam e colocam ovos →... Superfamílias de importância médica veterinária, os vermes com bolsa e sem bolsa: · Superfamília Ancylostomatoidea; · Superfamília Ascaridoidea; · Superfamília Dioctophymatoidea; · Superfamília Filarioidea; · Superfamília Metastrongyloidea; · Superfamília Oxyuroidea; · Superfamília Rhabditoidea; · Superfamília Spirudoidea; · Superfamília Strongyloidea; · Superfamília Trichostrongyloidea; · Superfamília Trichuroidea. Superfamília Ascaridoidea · Uns dos maiores nematódeos que ocorrem nos animais domésticos; · Tanto as larvas quanto os adultos são importantes na medicina veterinária; · Os vermes adultos podem provocar atraso no crescimento de animais jovens e obstrução do intestino; · As lavas L1, L2 e L3, se formam dentro do ovo, nas fezes; · As larvas migratórias são importantes causas patológicas. Características gerais: · São vermes de tamanho grande, de cor branca e opaca; · Habitam o intestino delgado; · Possui uma boca simples, três lábios (trilabiados), sem cápsula bucal; · A infecção é por meio da ingestão de ovo contendo L2; · O ciclo biológico é direto. Gêneros de interesse veterinário: Ascaris, Toxocara, Toxascaris, Ascaridia e Heterakis. Ascaris equorum Hospedeiro definitivo: equinos (cavalos e asininos). Localização no hospedeiro definitivo: Intestino delgado. Tipo de ciclo: ciclo direto (monoxeno). Tamanho: nematódeo grande, os machos 15-25cm e as fêmeas até 40cm. Aspecto: robusto e esbranquiçado, boca com três lábios (trilabiada), asas caudais e espículos no macho. Ovos: esféricos de casca espessa e acastanhado. Ciclo biológico: A fêmea elimina ovos no intestino → ovos vão ao ambiente → forma-se larva L3 no ovo(10-14dias) → hospedeiro ingere ovo comL3 → larva eclode no intestino → penetra na parede intestinal → circulação sanguínea → fígado(48h) → desenvolve em L4 ao chegar nos pulmões (2semanas) → L4 migram para os brônquios → traqueia → são deglutidos → retornam ao intestino delgado → desenvolve em verme adulto macho e fêmea → vivem até 2 anos. Espécie: Ascaris suum Hospedeiro definitivo: Suínos*, javalis*, ovinos, bovinos e o homem. Localização no hospedeiro definitivo: Intestino delgado. Tipo de ciclo: ciclo direto (monoxeno). Tamanho: o maior nematódeo dos suínos, machos 15-25cm e fêmeas até 40cm. Aspectos: cor esbranquiçada, não possuem asas cervicais, os machos têm 2 espículos. Ovos: ovoide de casca espessa e amarelo acastanhado. Ciclo biológico: A fêmea elimina ovos no intestino → ovos vão ao ambiente → forma-se larva L3 no ovo → hospedeiro (HD) ingere ovo comL3 → larva eclode no intestino → penetra na parede intestinal → circulação sanguínea → fígado → desenvolve em L4 ao chegar nos pulmões → L4 migram para os brônquios → traqueia →são deglutidos → retornam ao intestino delgado →desenvolve em verme adulto macho e fêmea → vivem de 6-9 meses... Toxocara canis Hospedeiro definitivo: cães e raposas. Localização no hospedeiro definitivo: Intestino delgado. Tipo de ciclo: ciclo direto (monoxeno). Tamanho: médio a grande nematódeo, os machos 10cm e as fêmeas até 18cm. Aspectos: são esbranquiçados, as asas cefálicas “cervical”, dão à cabeça a forma elíptica, boca com três lábios, macho tem projeções digitiformes caudais. Ovos: sub-globular, de casca espessa e castanho-escuro. Ciclo biológico: são quatro modos possíveis de ocorrer. · 1º modo: tipicamente ascarídeo hepatotraqueal (cães 2-3 m de idade): T. Canis fêmea elimina ovos no intestino → ovos com L3 vão ao ambiente → hospedeiro ingere ovo com L3 → larva eclode no intestino → penetra na parede intestinal → circulação sanguínea → fígado → chega aos pulmões (L4) → migram para os brônquios → traqueia (L5e L6) → são deglutidos → retornam ao intestino delgado → desenvolve em verme adulto macho e fêmea → vivem de 6-9 meses. · 2º modo: via transplacentária* (cadelas prenhes): a migração hepatotraqueal é substituída por migração somática de L3, transitando por ampla variedade de tecidos: fígado, pulmões, cérebro, coração, musculatura esquelética e paredes do trato alimentar. Cadelas contaminadas antes da gestação, reativam larvas (L3) na musculatura materna e contaminam o feto, por via sanguínea arterial. Cadela com infecção pré-natal → L3 se mobilizam 3 semanas antes do parto → migram para os pulmões do feto → sofrem muda no pulmão pouco antes do feto nascer→ no cão recém-nascido larvas vão pela traqueia até o intestino → as larvas sofrem novas mudas e se tornam Toxocara adulto. É a via mais importante nos cães. · 3º modo: filhote canino lactante: filhote ingere L3 nas três primeiras semanas de lactação → não há migração pulmonar das larvas → se tornam Toxocara adulto no intestino delgado do filhote. · 4º modo: por hospedeiros paratêmicos: quando o cão ingere animais (roedores, aves) contendo larva 3 (L3) nos seus tecidos. Toxocara cati (mystax) Hospedeiro definitivo: gatos. Localização no hospedeiro definitivo: Intestino delgado. Tipo de ciclo: ciclo direto (monoxeno). Tamanho: machos com 3-6cm e as fêmeas até 4-10-cm . Aspectos: típico ascarídeo, boca trilabiada, esbranquiçado, asas cefálicas larga e curta, o macho tem formas digitiformes caudais. Ovos: sub-globular, de casca rugosa, quase incolor. Ciclo biológico: semelhante ao T canis, sem ocorrer infecção pré-natal. · Ingestão de ovo embrionado (L3); · Ingestão de hospedeiro paratêmico com L3; · Ingestão de L3 na amamentação; Toxocara vitulorum Hospedeiro definitivo: bovídeos. Localização no hospedeiro definitivo: Intestino delgado. Tipo de ciclo: ciclo direto (monoxeno). Tamanho: machos com 15-26m e as fêmeas até 22-30cm. Aspectos: são esbranquiçadas, típico ascarídeo, cabeça estreita, boca trilabiada. Ovos: quase esféricos. Ciclo biológico: bezerros excretam ovos nas fezes → no ambiente larvas evoluem até L2 dentro dos ovos(15 d) → ovos tornam-se infectantes (L3) na pastagem → são ingeridos pelos bovinos → L3 eclodem no intestino → atravessam a parede intestinal → migram para vários órgãos (fígado, rins, pulmões) → e glândulas mamárias de vacas prenhe → ficam inibidas até o final da gestação → após o parto (3 semanas) são transmitidas ao bezerro por meio de colostro ou leite → seguem até o intestino delgado → completam o desenvolvimento → tornam-se vermes adultos → reproduzem-se → colocam ovos no ID. Heterakis gallinarum Hospedeiro definitivo: frangos, perus, pombos,faisão perdizes, galinhas-d’angola, patos, gansos e aves silvestres. Localização no hospedeiro definitivo: cecos*, raramente intestino delgado e grosso. Tipo de ciclo: ciclo direto (monoxeno). Tamanho: Os machos medem 713mm, as fêmeas são ovíparas medem 1015mm. Aspectos: são esbranquiçados. O esôfago com um grande bulbo posterior. Os machos tem uma grande ventosa circular pré-cloacal, asas caudais e 2 espículos na parte posterior. As fêmeas são ovíparas a cauda pontiaguda alongada. Ovos: ovoides de casca lisa e espessa. Ciclo biológico: · Ave ingere ovo (L3): ave elimina ovos→ovos tornam viáveis (L3) no ambiente→ a ave ingere ovos com L3 → ou .... · Ave ingere hospedeiro paratêmico: minhocas ingerem ovos → eclode L3 no intestino da minhoca → L3 migra para os tecidos da minhoca → ave ingere minhoca com larva L3 → desenvolve adulto de H. gallinarum no ceco intestinal da ave → pode viver até 12 meses. Espécie: Oxyuris equi Hospedeiro definitivo: cavalos e asininos. Outras espécies ocorrem em diversas espécies hospedeiras. Localização no hospedeiro definitivo: intestino grosso (ceco*, colo e reto). Tipo de ciclo: ciclo direto (monoxeno). Tamanho: as fêmeas são grandes 10-15cm e os machos tem menos de 1,2cm. Aspectos: São branco-acinzentados, fêmeas com cauda afilada, machos tem um espiculo pontiagudo e asas caudais. Um bulbo no esôfago duplo é presente no macho e fêmea. Ovos: ovoides, achatados em um dos lados, amarelados, casca espessa. Ciclo biológico: vermes adultos vivem no ceco e no colón do hospedeiro definitivo → a fêmea grávida migra para o anus → coloca seus ovos na região perianal e perineal → ovos fixados na região anal formam L3 infectante (3 e 5 dias) → ovos se desprendem e são espalhado no ambiente → ovos embrionados são ingeridos pelos equinos → no intestino delgado as larvas são liberadas → larvas migram para o ceco e colo intestinal → desenvolve a L4, se alimenta da mucosa intestinal torna-se adultos e se alimentam do conteúdo intestinal → macho e fêmea copulam → fêmea migra para a região perianal e coloca seus ovos. Superfamília Strongyloidea · São importantes parasitos de mamíferos domésticos e aves; · A maioria tem cápsula bucal com dentes e coroas lamelares; · Os machos apresentam bolsa copuladora; · Ovos com casca dupla e fina, no interior mórula; · Ciclo direto “monoxeno”, Infecção pela larva L3; · As formas adultas (vermes) vivem na mucosa do trato gastrintestinal (intestino grosso) e respiratório, ingerindo tampões da mucosa. Nessa superfamília tem estão os: · Strongylidae, Strongylus no intestino grosso; · Syngamidae, Syngamus e Cyathostoma, Mammomonogamus (ruminantes) parasitam trato respiratório (aves); · Chabertiidae Oesophagostomum. Grandes Estrôngilos Strongylus equinus, Strongylus vulgaris, Strongylus edentatus. Hospedeiros: equinos e asininos. Morfologia: a diferenciação entre as espécies baseia-se no tamanho, na presença e na forma dos dentes, da base da cápsula bucal do verme. Ciclo biológico: o habitat e a fase de vida livre são iguais para as espécies de estrôngilos. Strongylus vulgaris Morfologia: Tamanho: fêmea 20-24mm e macho 14-16mm. Cor: vermelho escuro. Corpo: robusto. Cápsula bucal: grande, oval, coroa franjada com 2 dentes arredondados. Bolsa copuladora do macho: desenvolvida com 2 espículos médios. Hospedeiros: equinos e asininos. Habitat: Intestino grosso. Ciclo biológico: fêmea coloca ovos no ceco e cólon→ ovos são eliminados com as fezes → ovo no ambiente desenvolve L3(2semanas) → hospedeiro ingere a larva →penetra na mucosa intestinal → muda para L4→ segue pela circulação sanguínea arterial cranial → sofre muda para L5, migra no endotélio até artéria mesentérica → retornam a parede do intestino grosso, pelo lúmen arterial → formam nódulos grandes → nódulo se rompe no lúmen do intestino liberando o parasito S. vulgaris jovem adulto. Strongylus equinuss Morfologia: Tamanho: fêmea 38-47mm e macho 26-35mm. Cor: vermelho escuro. Corpo: robusto. Cápsula bucal: grande, oval, coroa franjada com 3 dentes pontiagudos. Bolsa copuladora do macho: desenvolvida com 2 espículos finos e médios. Hospedeiros: equinos e asininos. Habitat: Intestino grosso. Ciclo biológico: fêmea coloca ovos no ceco e cólon → ovos são eliminados com as fezes → ovo no ambiente desenvolve L3(2semanas) → hospedeiro ingere a larva → penetra na mucosa do ceco e do cólon do intestino grosso → desenvolve L4 e forma nódulo na parede intestinal → segue pela parede peritoneal até o fígado e desenvolve L 4 → L5 se desenvolvem no pâncreas → migram para o lúmen intestinal grosso. Strongylus edentatus Morfologia: Tamanho: fêmea 33-44mm e macho 23-28mm. Cor: vermelho escuro. Corpo: robusto, cabeça larga. Cápsula bucal: grande, com 1 duto de glândulas esofagiana, dentes ausentes. Bolsa copuladora do macho: bem desenvolvida. Hospedeiros: equinos e asininos. Habitat: Intestino grosso. Ciclo biológico: fêmea coloca ovos no ceco e cólon → ovos são eliminados com as fezes → ovo no ambiente desenvolve L3(2semanas) → hospedeiro ingere a larva → penetra na mucosa intestinal → segue pela circulação sanguínea → chega ao fígado →sofre muda para L4 → migram subperitonealmente sofrem muda para L5 (4 meses) → migram para a parede do intestino grosso → formam nódulo grande → nódulo se rompe no lúmen do intestino liberando o parasito S. edentatus jovem adulto. Pequenos Estrôngilos Triodontophorus spp Hospedeiros: equinos e asininos. Habitat: intestino grosso, cólon. Morfologia: de tamanho pequeno a médio 9-25 mm, cápsula bucal sub-globular com três dentes, coroa franjada e coroa lamelar externa. Ciclo biológico: poucas informações a respeito do desenvolvimento desse gênero. Cyathostomum spp Hospedeiros: equinos e asininos. Habitat: intestino grosso, cólon. Morfologia: pequenos (5-12 mm), cor esbranquiçada a vermelho escuro, cápsula bucal cilíndrica, grande, profunda, sem dentes, coroa franjada com colar de papilas cefálicas presentes. Machos com bolsa copuladora desenvolvida com 2 espiculo filiformes. A fêmea tem a vulva perto do ânus, a cauda é reta ou curvada dorsalmente. Ciclo biológico: hospedeiro definitivo (equino) ingere L3 → L3 invade parede do intestino grosso → desenvolve L4 → L4 emerge da parede intestinal → volta a luz intestina → torna-se verme adulto → cópula e postura de ovos pela fêmea → fezes com L3 saem com as fezes no ambiente. Família Chabertidae Subfamília Oesophagostominae Oesophagostomum venulosum “verme do intestino grosso” Hospedeiros: ovinos*, caprinos*, cervos e camelos. Habitat: intestino grosso. Morfologia: são delgados, o macho mede 11-16 mm, a fêmea 13-24mm; cápsula bucal rasa e coroa lamelar externa; vesícula cefálica cuticular inflada ao redor do esôfago; no macho a bolsa copuladora bem desenvolvida; ovo é uma forma elipsoide, forma de barril. Ciclo biológico: direto, sem migração de larvas fêmea coloca ovos no intestino grosso → ovos são eliminados com as fezes → ovo no ambiente desenvolve L1, L2, L3→hospedeiro ingere a larva → penetra na mucosa do intestinal delgado → sofrem muda para L4 → emergem na mucosa do intestino delgado → migram para ao cólon no grosso. Syngamus trachea Hospedeiros: frangos, perus, aves de caça, pombos e aves silvestres. Habitat: traqueia ou pulmões. Morfologia: cápsulas bucais grandes e rasas em forma de taça. · Fêmea: é avermelhada e mede1-3 cm; · Macho: esbranquiçado mede até 0,5 cm, têm dois espículos. Os ovos são elipsoides. Estão sempre em cópula formando a letra Y. A infecção pode ocorrer por três formas: · 1ª: ingestão de L3 dentro do ovo; · 2ª: ingestão de L3 eclodida; · 3ª: ingestão de hospedeiro paratêmico “minhoca” com L3. Ciclo biológico: o hospedeiro definitivo (ave) ingere L3 → no intestino L3 penetra e chega a circulação sanguínea → segue pelo fígado → chega aos pulmões → sofre duas mudas (L4 e L5) → faz cópula nos brônquios ou traqueia → vivem por até 9 meses. Stephanurus dentatus Hospedeiros: suínos*, javalis*, bovinos. Habitat: rins, gordura peri-renal. Morfologia: verme grande e robusto,macho 2-3 cm e a fêmea 3,0-4,5 cm, cor rosada, cutícula transparente (órgão visíveis), cápsula bucal tem forma de taça, coroas lamelares e seis espessamentos cuticulares e dentes na base, o macho tem bolsa curta com dois espiculo. Ciclo biológico: três modos de infecção: · 1º ingestão de L3 livre; · 2º ingestão de minhocas com L3; · 3º infecção via percutânea; Infecção oral: L3 é ingerida pelos suínos → muda para L4 →penetra intestino→. fígado... Infecção por paratêmico: circulação sanguínea→ fígado... Infecção percutânea: L3 → via circulação sistêmica (pele) → fígado... muda em adultos jovens → vagueiam no parênquima (3 meses) → perfuram a cápsula hepática → migram da cavidade peritoneal → chegam à cavidade peri-renal → encistam (reação do hospedeiro) → tornam-se adultos (vivem 2-3 anos) → ovos são eliminados pelo ureter e através da urina ao ambiente. Superfamília Trichostrongyloidea Características: · São responsáveis por consideráveis morbidade e mortalidade, principalmente em ruminantes; · Vermes pequenos, capiliformes; · São parasitos do trato digestivo de mamíferos e aves; · A cápsula bucal vestigial e poucos apêndices cuticulares; · Machos com bolsa copuladora desenvolvida, espículos curtos e grossos; · O ciclo biológico é direto (monoxeno), geralmente não migratório; · Infecção por L3 encapsulada (com bainha). Gêneros de maior importância Trichostrongyloidea: · Trichostrongylus* - equinos, bovinos, ovinos, caprinos e homem. · Haemochus* - ovinos*, caprinos, bovinos. · Cooperia* - bovinos*, ovinos e caprinos. · Ostertagia*- bovinos*, ovinos e caprinos. · Hyostrongylus – suínos. · Dictyocaulus* - bovinos*, ovinos e caprinos. · Nematodirus. bovinos*, ovinos e caprinos. Trichostrongylus axei Hospedeiros: equinos, bovinos, ovinos, caprinos e homem. Habitat: estômago e abomaso. Morfologia: Tamanho: fêmea 4-8mm e macho 3-6mm. Cor: vermelho acastanhada. Corpo: difícil visualização a olho nu, extremidade anterior afilada. Não possuem cápsula bucal. Bolsa copuladora do macho: desenvolvida com 2 espículos com tamanhos e formas desiguais e gubernáculos. Trichostrongylus colubriformis Hospedeiros: bovinos, ovinos caprinos, camelos suínos e homem. Habitat: intestino delgado. Morfologia: Tamanho: fêmea 5,5-7,5mm e macho 4-5,5mm. Cor: vermelho acastanhada. Corpo: difícil visualização a olho nu, extremidade anterior afilada. Não possuem cápsula bucal. Bolsa copuladora do macho: desenvolvida com 2 espículos espesso e pardos. Ciclo biológico dos Trichostrongylus: do tipo direto: fêmea elimina ovos nas fezes (200/dia) → desenvolve L3 no ambiente → L3 é ingerida pelo hospedeiro (ovino, bovino) → L3 penetram na mucosa do intestino delgado → L3 desenvolve L4 e L5 no epitélio intestinal → L5 emerge do epitélio e torna-se adulto → cópula e postura de ovos pela fêmea. Haemochus contortus e Haemochus placei Verme bastão de anúncio de barbeiro Hospedeiros: ovinos e caprinos (H. contortus), bovinos (H. placei). Habitat: abomaso. Morfologia: Tamanho: verme grande (2-3 cm). Cor: avermelhada, ovários brancos enrolados no intestino vermelho com sangue dão aspecto de “bastão e barbeiro”. Extremidade anterior afilada, cápsula bucal pequena, papilas cervicais (forma de minúsculas lancetas) nos dois sexos. Fêmea: apêndice grande, linguiforme, na região vulvar. Macho: bolsa copuladora desenvolvida com 2 espículos com ganchos e gubernáculos. Haemochus contortus - Ciclo biológico: do tipo direto: Fêmea elimina ovos nas fezes (15000) → L1 sai do ovo e desenvolve L3 no ambiente → L3 migra das fezes para a pastagem → L3 é ingerida pelo hospedeiro (ovino, caprino) → L3 descapsula no rúmen → L3 penetra na mucosa do abomaso (glândulas gástricas) → L3 desenvolve dentro de nódulos verde-claro no abomaso → desenvolve L4 e L5 → L5 emerge dos nódulos → torna-se adulta na mucosa do abomaso. Coopeira oncophora Hospedeiros: bovinos, ovinos e caprinos. Habitat: intestino delgado. Morfologia: Tamanho: pequenos. · Fêmea: 6-8mm; · Macho: 5,5-9mm; Cor: rosa pálido (hematófagos). Corpo: extremidade anterior afilada com vesícula cefálica, estrias transversais na região do esôfago. · Fêmea: cauda longa e afilada; · Macho: bolsa copuladora bem desenvolvida com espículos, mas ausência de gubernáculos. Coopeira pectinata Hospedeiros: bovinos. Habitat: intestino delgado. Morfologia: semelhante a C. oncophora. Tamanho: pequenos. · Fêmea 7,5-10mm; · Macho 7,0-8mm. Coopeira punctata Hospedeiros: bovinos. Habitat: intestino delgado. Morfologia: semelhante a C. oncophora. Tamanho: pequenos. · Fêmea 6-8mm; · Macho 4,5-6mm. Cooperia curticei Ciclo biológico: do tipo direto: ovos eliminados nas fezes (3000/dia) → desenvolve L3 no ambiente → L3 é ingerida pelo hospedeiro → L3 penetram na mucosa do intestino delgado → L3 desenvolve L4 e L5 no epitélio intestinal → L5 emerge do epitélio e torna-se adulto → cópula e postura de ovos pela fêmea. Ostertagia ostertagi Hospedeiros: bovinos*, ovinos* e caprinos. Habitat: abomaso. Morfologia: Tamanho: · Fêmea 8-9mm. · Macho 6-8mm. Corpo: marrom avermelhado, muito pequenos, delgados, extremidade anterior afilada e estrias transversais. Cavidade bucal pequena, com papilas cervicais. Fêmea: vulva recoberta por uma expansão cuticular (processo vulva). Macho: bolsa copuladora do macho desenvolvida com espículos curvados, trifurcado e gubernáculos. Ostertagia circumcincta Hospedeiros: ovinos* e caprinos. Habitat: abomaso. Morfologia: Tamanho: · Fêmea 8-10mm; · Macho 6-8mm. Corpo: marrom avermelhado, muito pequenos, cauda afilada extremidade arredondada com 4 a 5 estrias transversais, cavidade bucal pequena, com papilas cervicais. Fêmea: vulva recoberta por uma expansão cuticular (processo vulvar). Macho: bolsa copuladora desenvolvida, gubernáculo em forma de raquete, espículos longos e delgados, de comprimento variável. Ciclo biológico: ovos eliminados nas fezes (200/dia) → desenvolve L3 dentro das fezes, no ambiente → L3 migra das fezes para a pastagem → L3 é ingerida pelo hospedeiro (bovino, ovino) → L3 desembainha no rúmen → L3 desenvolve nas glândulas gástricas abomasal em L4 e L5 → L5 emerge da glândula e torna-se adulta na mucosa do abomaso. Dependendo do clima L4 permanece em hipobiose nas glândulas. Hiostrngylus rubidus Hospedeiro: suínos. Habitat: estômago. Morfologia: Tamanho: · Fêmea 6-10mm; · Macho 5-7mm. Corpo: muito pequenos, cor avermelhado, estrias verticais e longitudinais, extremidade anterior afilada, papilas cervicais. Fêmea: abertura vulvar no terço posterior do corpo. Macho: bolsa copuladora bem desenvolvida com espículos iguais e curtos, gubernáculo em forma de agulha. Ciclo biológico: = Ostertagia. Dictyocaulus viviparus “verme do pulmão” Hospedeiros: bovinos. Habitat: brônquios e traqueia. Morfologia: Tamanho: · Fêmea 6-8mm; · Macho 4-5mm. Cor: esbranquiçados. Corpo: finos e filiformes, boca labiada. Fêmea: larvas L1 se formam no interior do hospedeiro definitivo (ovovivíparas). Macho: bolsa copuladora com raios em forma de “V”. Ciclo biológico: fêmeas ovovivíparas colocam os ovos nos brônquios → L1 eclode instantaneamente dos ovos → L1 migra para a traqueia → são deglutidas → são ingeridas → são eliminadas nas fezes → no ambiente L1 desenvolve em L3 (5 dias) → L3 vai a pastagem → L3 é ingerida pelo bovino → L3 penetra na mucosa intestinal → passam ao linfonodo mesentérico → L3 sofre muda para L4 → L4 vão via linfa ou pelo sangue para os pulmões → L4 deixa os capilares e chegam aos alvéolos → sofrem a última muda nos bronquíolos → tornam-se jovens adultos → vão aos brônquios superiores e tornam-se adultos. Dictyocaulus filaria “verme do pulmão” Hospedeiros: ovinos e caprinos. Habitat: pulmões. Morfologia: Tamanho: · Fêmea 6-10mm; · Macho 4-8mm. Cor: esbranquiçados. Corpo: finos e filiformes, boca labiada. Fêmea: larvas L1 se formam no interior do hospedeiro definitivo (ovovivíparas). Macho: bolsa copuladora com raios em forma de “V”. Nematodirus battus Hospedeiros: ruminantes. Habitat: intestino delgado. Morfologia: Tamanho: 2 cm. Cor: esbranquiçados.Corpo: delgados, entrelaçado, vesícula cefálica pequena e diferenciada. Fêmea: a cauda é truncada com pequeno espinho. Macho: espículos longos e finos, extremidades fundidas “unidas”. Ciclo biológico: do tipo direto: ovos eliminados nas fezes → desenvolve L3 no ambiente → L3 é ingerida pelo hospedeiro(ovinos) → L3 penetram na mucosa do intestino delgado → L3 desenvolve L4 e L5 no epitélio intestinal → L5 emerge do epitélio e torna-se adulto → cópula e postura de ovos pela fêmea. Superfamília Rhabditoidea Grupo primitivo de nematoides. A maioria é de vida livre, outras espécies são parasitos de invertebrados e vertebrados, as fêmeas parasitas possuem pequena cápsula bucal, sem dentes. Famílias de importância: · Strongyloidea e Rhabditidae. Gêneros Strongyloides importantes na Medicina Veterinária e hospedeiros: · Strongyloides westeri – equinos; · S. Ransoni – suínos; · S. Papillosus – ruminantes; · S. Stercoralis - homem, cão e gato; · S. Ratti – ratos. Strongyloides · Vivem na mucosa do intestino delgado. O verme adulto parasito é somente fêmea (não há macho). · Hospedeiros: cães*, raposas, gatos e seres humanos*. · Ciclo de vida: pode ser da forma direta ou indireta. · Fêmea é partenogênica (parasita), de tamanho pequeno (2- 3mm), esôfago filarioide e boca trilabiada. · Ovos são larvados, na fêmea, ocupam todo o corpo (útero). · Fêmeas e machos de vida livre são pequenos (1mm) e tem esôfago rabditoide, se reproduzem no ambiente. · Larvas L1, L2, L3 são de vida livre e possuem esôfago rabdtiforme. Strongyloides stercoralis Ciclo direto: fêmea partenogênica põe ovos no intestino → larva L1 (rabditoide) eclode no intestino → L1 sai nas fezes → larvas sofrem muda no ambiente L1 → L2 → L3 → L3(infectante) penetração cutânea → L3 segue circulação sanguínea → L3 chega ao pulmão → L3 sai dos vasos sanguíneos pulmonares como L4 → sobe até a traqueia → L4 é deglutida → chega ao intestino → torna-se fêmea adulta → coloca ovos larvados por partenogênese. Ciclo indireto: fêmea põe ovos no intestino → larva L1(rabditoide) eclode no intestino → L1 sai nas fezes para o ambiente → L1 rabditoides transformam-se em macho e fêmea de vida livre → larvas de vida livre copulam no ambiente → fêmea de vida livre põe ovos no ambiente → L1 rabditoide → L2 → L3 no ambiente (larvas filarioides infectantes) → penetração cutânea de L3(infectante ) → L3 segue via circulação sanguínea → L3 chega ao pulmão → L3 sai dos vasos sanguíneos pulmonares como L4 → sobe até a traqueia → L4 é deglutida → chega ao intestino → torna-se fêmea adulta e coloca ovos larvados por partenogênese, Superfamília Ancylostomatoidea Características: · Parasitos do intestino delgado; · Apresentam cápsula bucal com dentes; · São hematófagos. Os gêneros de importância para a Medicina Veterinária são: Ancylostoma*, Uncinária* Bunostomum* e Agriostomum. Os gêneros de importância em seres humanos são: Ancylostoma e Necator. Ancylostoma caninum “Ancilostomo canino” Hospedeiros: cães*, raposas* e o homem. Habitat: intestino delgado. Morfologia: machos medem 12-15mm e as fêmeas 15-20mm, cor vermelho-acinzentados; parte anterior do corpo em forma de gancho; cápsula bucal com 3 pares de dentes (2 dorsais e 1 ventral); o macho - apresenta bolsa bem desenvolvida, os ovos são tipo estrongilídeos, contendo 2-8 blastômeros. Ciclo biológico: do tipo direto: fêmea A.caninum coloca ovos no intestino delgado → ovos saem com as fezes no ambiente → eclode L3 no ambiente → L3 infecta hospedeiro (cão) via penetração percutânea → ganha a circulação sanguínea → chega aos pulmões → sai dos vasos sanguíneos dos pulmões → muda para L4 nos brônquios → sobe a traqueia → L4 é deglutida → chega ao intestino delgado → ocorre a última muda → transforma-se em adultos macho e fêmea → cópula e postura de ovos. Infecção por ingestão de larvas L3: L3 → penetra na mucosa bucal ou deglutida → chegam ao ID → tornam-se latentes. Cadelas suscetíveis: L3 → pulmões → migram musculatura esquelética → tornam-se latentes. Cadelas penhe: L3 latente → reativadas → eliminadas no leite (3ª semana). Ancylostoma braziliense “Ancilostomo” Hospedeiros: cães e gatos. Habitat: intestino delgado. Morfologia: semelhante ao A. caninum, exceto por ser menor, macho 7,5mm e a fêmea 10mm; cápsula bucal têm 2 pares de dentes (2 grandes e 2 ventrais pequenos); ovos semelhantes ao A. caninum. Ciclo biológico: semelhante ao A. caninum, por via oral como percutânea, contudo não é observado infecção via transmamária. Ancylostoma tubaeforme Hospedeiro: gatos. Habitat: Intestino delgado. Morfologia: = A. caninum. Tamanho: 15mm-10mm. Cor: vermelho escuro. Corpo: robusto. Cápsula bucal: profunda coroa, com 2 pares de dentes ventrais. Bolsa copuladora do macho: bem desenvolvida, espiculo 50% maior que A. caninum. Ciclo biológico: = A. braziliense. Ancylostoma ceylanicum Hospedeiro: gatos, cães, felídeos silvestres e o homem. Habitat: Intestino delgado. Morfologia: = A. braziliense, estrias cuticulares maiores. Distribuição geográfica: Ásia, Malásia* e Seri Lanka*. Uncinária stenocephala Hospedeiro: gatos e cães. Morfologia: Tamanho: 7-12mm 5-8mm. Cápsula bucal: grande em forma de funil, 1 par de placas quitinosas e 1 par dentes subventrais. Bolsa copuladora do macho: bem desenvolvida espiculo delgados. Ciclo biológico: infecção da L3 via oral, sem migração pulmonar. Pode ser também via hospedeiro paratênico. Bunostomum phebotomum “Ancilostomo” Hospedeiros: Bovinos*, caprinos, camelos e cervos. Habitat: intestino delgado. Morfologia: · Verme grande (1-3 cm), robusto e cinza esbranquiçada, curvado em forma de gancho na parte anterior; · Grande cápsula bucal grande, com 1 par de lâminas cortante, sem dentes, mas, com pequenas lancetas subventrais; · No macho a bolsa é bem desenvolvida, dois espículos longos e delgados e enrolados. A larva infectante é pequena com 16 células intestinais, cauda filamentosa curta. Ciclo biológico: L3 por penetração cutânea ou ingerida → ganham circulação sanguínea → chegam aos pulmões → sofrem muda para L4 → sobem as vias respiratórias → são deglutidas → desenvolvem-se em adultos macho e fêmea. Quando as L3 são ingeridas não há migração pulmonar. Superfamília Metastrongyloidea Os vermes desta família vivem nos pulmões e vasos sanguíneos adjacentes, o ciclo de vida é indireto, com desenvolvimento no hospedeiro intermediário. Os metastrongilídeos podem ser agrupados conforme suas ocorrências nos hospedeiros definitivos: · Em suínos: Metastrongylus*; · Em ovinos e caprinos: Muellerius*, Protostrongylus*, Cystocaulus*, Spiculocaulus e Neostrongylus; · Em carnívoros domésticos e selvagens: Oslerus*, Filaroides, Aelurostrongylus, Angiostrongylus, Crenosoma, Anafilaroides, Metathelazia e Gurltia; · Em cervos da Europa: Elaphostrongylus, em cervos e camelídeos na América do Norte: Parelaphostrongylus. Metastrongylus “verme pulmonar de suíno” Hospedeiros: suínos e javalis. Hospedeiros intermediários: minhocas (Lumbricus, Diplocardia, Eisenia, Dendrobaena, Helodrilus). Habitat: brônquios e bronquíolos pulmonares. Morfologia geral: são vermes de forma alongada e fina, brancos, com até 6cm, com diferenças específicas no tamanho e na forma dos espículos. Os ovos são elipsoides, de casca escura e rugosa, contendo larva formada. Ciclo biológico: ovos larvados são excretados nas fezes → eclosão da L1 no ambiente → minhoca ingere L1 → na minhoca L1 muda até L3 → suíno ingere minhoca com L3 → na digestão L3 é liberada → via circulação sanguínea chega aos linfonodos mesentéricos → L3 muda para L4 → vai aos pulmões via circulação linfática → nos pulmões transformam-se em adultos. larvas podem viver mais de ano no ambiente e na minhoca. Protostrongylus rufescens “verme pulmonar vermelho” Hospedeiros definitivos: ovinos, caprinos, cervos e pequenos ruminantes. Hospedeiros intermediários: caramujos (Helicella, Theba, Abida, Zebrina e Arianta). Habitat: pequenos bronquíolos. Morfologia geral: são vermes delgados, avermelhados, os machos com até 4,5cm e as fêmeas com 6,5cm. A bolsa domacho é pequena, mais bem desenvolvida, com espículos retos com duas asas membranosas terminais. Na fêmea a vulva fica próximo a cauda conóide. Ciclo biológico: ovos larvados colocados nas fezes pela fêmea → L1 sai com as fezes no ambiente → L1 penetra no molusco e desenvolve L3 (3 semanas) → hospedeiro definitivo ingere caramujo com L3 → L 3 liberada no intestino → via linfático vascular chega aos linfonodos e pulmões → L3 muda em formas adultas → adultos vivem parasitando por até 2 anos. Muelllerius capillaris “vermes pulmonares nodulares” Hospedeiro definitivo: ovinos, caprinos, cervos e pequenos ruminantes silvestres. Hospedeiro intermediário: caramujos (Helix e Succinea). Habitat: pulmão. Morfologia: os vermes são filiformes, delgados, vermelhoacinzentado, com até 24mm. Os machos tem uma bolsa pequena e dobrada para dentro, espículos com porção proximal alada e a posterior com braços dentados distais. As fêmeas medem até 30mm. A larva de 1º estádio com cauda em forma de S, com pequeno espinho. Ciclo biológico: dos ovos as larvas eclodem nos pulmões → L1 sobe para a traqueia → L1 são ingeridas → L1 é eliminada nas fezes → L1 penetra no molusco e muda para L3 → hospedeiro definitivo ingere caramujo com L3 → L3 é liberado no intestino → L3 chega aos pulmões via linfático vascular → nos linfonodos e pulmões sofrem as últimas mudas. Superfamília Spirudoidea Gênero Gongylonema Hospedeiros definitivos: ruminantes e aves. Hospedeiros intermediários: coleópteros e baratas. Habitat: esôfago, estômago e mucosa do papo, nas aves. Morfologia: são finos, compridos (4,0-9,0 cm), saliência cuticular, longitudinal e redonda na extremidade anterior. Ciclo biológico: hospedeiro definitivo elimina ovos larvado (L1) nas fezes → coleóptero ingere ovo → forma-se L3 no coleóptero → hospedeiro definitivo ingere coleóptero com L3 → forma-se o verme adulto que fica dentro da mucosa do trato gástrico → esôfago, estômago, pré-estômago e no papo das aves. Família Spirocercidae · A classificação de diversos gêneros desta família é bastante controversa; · A principal característica deste grupo é a cauda do macho, enrolada em espiral; · Os ciclos de vida são indiretos, envolvendo os artrópodes como hospedeiros intermediários. Os gêneros de importância na Medicina Veterinária são: Spirocerca*, Habronema*, Draschia*, Parabronema, Thelazia, Physaloptera* Gnasthostoma* e Gongylonema. Spirocerca lupi e Spirocerca sanguinolenta Hospedeiros definitivos: cães*, gatos, e acidentalmente caprinos, cavalos e bovinos. Hospedeiros intermediários: coleópteros coprófagos. Habitat: esôfago, estômago, larvas na aorta. Morfologia: são vermes grandes (5,5-8,0cm), corpo enrolado, cor vermelha, com lábios trilobados e faringe curta, abertura oral rodeada por papilas. Os machos tem asas caudais. Ciclo biológico: as fêmeas eliminam ovos e casca com larvas, quando eliminados nas fezes. a fêmea coloca os ovos nos nódulos dos órgãos gástricos → esses vão por uma fístula até a luz do órgão → os ovos larvados são eliminado nas fezes → ovo é ingerido por um besouro → desenvolve L3 e encista no besouro → hospedeiro definitivo ingere besouro com L3 → L3 penetra na parede do estômago → L3 migra via artéria celíaca até a artéria torácica → L3 saem da artéria e migra para o esôfago (3 meses) → L3 forma granuloma (nódulo) no esôfago → L3 sai do granuloma para lúmen esofágico e desenvolve em adultos. Physaloptera praeputialis Hospedeiros definitivos: gatos* e cães. Hospedeiros intermediários: besouros, baratas e grilos. Habitat: estômago. Morfologia: são espiruróides grandes e robustos, semelhantes aos ascarídeos, os machos medem 1,0-4,5cm as fêmeas medem 1,5- 6,0cm. Boca com lábios e pequenos dentes; a cutícula projeta-se para frente, na região anterior do corpo, semelhante a um prepúcio, a vulva da fêmea se abre anterior ao meio do corpo. Ciclo biológico: ovo larvado eliminado nas fezes → ovo é ingerido por um besouro → desenvolve L3 e encista no besouro → hospedeiro definitivo ingere besouro com L3 → L3 é liberado no estômago passa a L4 e L5 → os adultos se fixa na parede gástrica e desenvolve adulto no estômago. Thelazia spp Hospedeiros definitivos: bovinos, equinos, cães, aves e homem. Hospedeiros intermediários: moscas (Musca e Fannia). Habitat: saco conjuntivo, conducto lacrimal da membrana nicitante. Morfologia: helmintos pequenos, delgados, os machos medem 1,2 cm as fêmeas 2,0 cm. Ciclo biológico: as fêmeas (larvíparas) colocam L1 na secreção lacrimal → moscas ingerem L1 ao se alimentarem da secreção → nas moscas formam L2, L3 → L3 migram para peças bucais da mosca → L3 saem das peças bucais da mosca ao se alimentarem da secreção ocular do hospedeiro → entram na conjuntiva do olho do hospedeiro → Habronema e Draschia (Parasitos do estômago de Equinos) Hospedeiros definitivos: cavalos e outros equídeos. Hospedeiros intermediários: Musca domestíca*, Stomoxys, Haematobia. Habitat: estômago. Morfologia: Habronema muscae são semelhantes a H. muscae são vermes pequenos e brancos, finos e translúcidos, medem entre 0,8-2,2cm, boca com 2 lábios laterais, trilobado, cápsula bucal cilíndrica, o macho tem cauda espiralada e asas caudais, espículos desiguais no comprimento e forma. Draschia megastoma: Morfologia: são menores que Habronema, constrição na região anterior, cápsula em forma de funil com lábios sem divisão. O macho tem a cauda espiralada, asa caudal e os espículos desiguais, o esquerdo 2x maior que o direito. Ciclo biológico dos gêneros Habronema e Draschia: ovo com L1 eliminado nas fezes → L1 ingerido por larvas de moscas nas fezes → L3 se forma durante o desenvolvimento da mosca → a mosca adulta alimenta-se ao redor da boca e da narina do equino → a L3 sai das peças bucais da mosca na pele do equino (boca,narina) → L3 é deglutida pelo equino → L3 chega ao estômago → L3 invade a mucosa gástrica e forma nódulo → L3 se desenvolve L4,L5 e em verme adulto dentro do nódulo (D. megastona) → emergem vermes adultos dos nódulos para o lúmen estomacal. Gnathostoma spinigerum Hospedeiros definitivos: cães*, gatos*, seres humanos, marta (mamífero mustelídeo) e outros carnívoros silvestres. Hospedeiro intermediários: crustáceos de água doce*, copépodes*; pequenos vertebrados, mamíferos, répteis, peixes e anfíbios. Habitat: estômago. Morfologia: são vermes de corpo avermelhado na frente e acinzentado posteriormente, os machos medem 1,0-2,5cm as fêmeas até 3,0cm. A parte anterior do corpo é coberta por espinhos cuticulares achatados e a região caudal do macho tem espinhos pequenos e 4 pares de papilas grandes. Ciclo biológico: G. spinigerum coloca os ovos nos nódulos gástricos → ovos saem no lúmen do estômago → ovos saem nas fezes → ovos liberam L1 na água → L1 são ingeridas por crustáceos → L1 se transforma em L2 no crustáceo → crustáceo é ingerido por vertebrado (peixes) → L2 se transforma em L3 encista no hospedeiro vertebrado → hospedeiro vertebrado é ingerido pelo hospedeiro definitivo (cães, gatos) → os vermes se fixam na parede gástrica. Família Trichuroidae · São encontrados em diversos animais hospedeiros; · Possuem característica comum de um esôfago em forma de um tubo capilariforme rodeado por uma camada única de células. São três gêneros de importância na Medicina Veterinária: · Trichuris, encontrado no ceco e no cólon de mamíferos; · Capillaria, encontrado no trato alimentar e respiratório de mamíferos e aves; · Trichinella, encontrados no trato digestivo de mamíferos, produz larvas que invadem imediatamente os tecidos. Trichuris vulpis Nematódeos em forma de chicote Habitat: intestino grosso. Morfologia: vermes esbranquiçados, medem cerca de 4,5-7,5 cm, extremidade anterior filamentosa e longa, a posterior larga e espessa. A cauda do macho é enrolada com único espículo numa bainha retrátil. Os ovos são elípticos, operculados em ambas as extremidades. Hospedeiros: cães, raposas e gatos. Ciclo Biológico: T. vulpis fêmea coloca ovos no intestino grosso → ovos saem no ambiente junto às fezes → L1 forma-se dentro dosovos → ovos com L1 são ingeridas pelo hospedeiro(cão) → L1 é liberada e penetra nas glândulas da mucosa do íleo → ocorre 4 mudas dentro das glândulas → vermes adultos emergem das glândulas → se instalam com a parte anterior do corpo, dentro da mucosa do intestino. Distribuição geográfica: mundial. Patogenia: grandes números de vermes podem causar colite hemorrágica e inflamação da mucosa cecal. Outros gêneros Trichuris: · Trichuris globulosa, no intestino grosso de bovinos*, ovinos, caprinos, camelos e outros ruminantes; · Trichuris discolor, intestino grosso de bovinos*, búfalos*, ovinos e caprinos; · Trichuris suis, no intestino grosso de suínos e javalis. Capilaria annulata “verme capiliforme” ou “verme filiforme” Habitat: esôfago e papo. Morfologia: vermes filamentosos, muito finos, esôfago ocupa um terço do corpo, os machos medem 15-25 mm e a fêmea 37-80mm. O macho tem um único espículo, longo e fino com bainha espinhosa. As fêmeas têm ovos que lembram os de Trichuris, em forma de barril, bioperculados. Hospedeiros definitivos: frangos, perus, patos e aves silvestres. Hospedeiro intermediário: minhoca. Ciclo biológico: direto e indireto. Ciclo direto: L1 desenvolve dentro do ovo, no ambiente → L1 é ingerido pelo hospedeiro definitivo (aves) → L1 desenvolve-se durante migração → adultos parasitam mucosa do esôfago e papo. Trichinella spiralis “verme do músculo” Habitat: intestino delgado, músculo. Morfologia: os vermes adultos são raramente encontrados, o macho mede 1,5mm e a fêmea 3,5-4,0mm, o esôfago tem um terço do corpo. No macho não tem espículos, mas tem duas pequenas asas cloacais. Na fêmea, tem larvas em desenvolvimento. A infecção por T. spiralis é confirmada pela presença de larvas espiraladas no músculo estriado. Hospedeiros: suínos*, ratos, seres humanos e outros mamíferos. Ciclo biológico: do tipo indireto, sem fase de vida livre. Nas vilosidades do intestino delgado fêmea e macho copulam → macho morre e fêmea coloca L1 → L1 penetra nos vasos linfáticos → segue via circulação sanguínea até musculatura esquelética → penetram nas células musculares → são encapsuladas pelo organismo hospedeiro → ganham forma espiralada → tornam-se infectantes “triquinas” (3-4semanas) → carne é ingerida por outro hospedeiro contendo larvas encistadas → larvas são liberadas no estômago → sofrem 4 mudas no intestino → atingem a maturidade sexual. Distribuição geográfica: mundial, menos Austrália, Dinamarca e Grã Bretanha. Patogenia: Infecções maciças podem causar enterite catarral, diarreia, miosite aguda nos músculos, febre e miocardite. Superfamília Filarioidea Parafinaria bovicola Hospedeiros: bovinos e búfalos. Hospedeiros intermediários: mocas muscídeas (M. autumnalis, EUA). Ciclo biológico: ovos ou L1 no exsudato de ferida da pele são ingeridas por moscas muscídeas → L1 desenvolve em L3 na mosca → L3 sai da mosca quando esta está se alimentando de secreções lacrimais ou de feridas da pele → L3 migra para tecido subcutâneo → L3 se desenvolve em adulto 5-7 meses. Distribuição geográfica: África, Ásia, Sul da Europa e Suécia. Patogenia: lesões inflamatórias e nódulos hemorrágicos. Dipetalonema recondium Habitat: tecido subcutâneo rim e cavidade corporal. Morfologia: o macho mede 1,5cm e a fêmea 2,5cm. Os espículos do macho são desiguais. As microfilárias medem 246-292µm, a cabeça é romba e a cauda com gancho em forma de botão. Hospedeiros definitivos: cães e vários canídeos. Hospedeiros intermediários: pulgas (Ctenocephalides, Pulex), carrapatos (Ripicephalus), piolhos (Heterodoxus, Linognathus). Ciclo biológico: a fêmea D. recondium libera microfilária no sangue → inseto hematófago ingere microfilária ao se alimentar do sangue do hospedeiro definitivo (cão) → microfilária se desenvolve em L3 no inseto → inseto inocula Larvas infectantes em novo hospedeiro durante hematofagia → larvas se tornam filarias adultas macho e fêmea nos Tecidos subcutâneos → fêmeas libera microfilária no sangue. Distribuição geográfica: África, EUA, Europa (Itália e Reino Unido). Patogenia: em geral não são considerados patogênicos. Dirofilaria immitis “nematódeo do coração do cão” Habitat: sistema cardiovascular, os adultos localizam-se no ventrículo direito, átrio direito, artéria pulmonar e veia cava superior. Morfologia: vermes delgados e longos, o macho mede 15- 30cm e a fêmea 25-30cm, de cor cinza-esbranquiçados, a cauda do macho em espiral típica, com uma asa lateral, 4-6 papilas ovóides. O espículo esquerdo é longo e pontiagudo e o direito é menor e rombo. Ciclo Biológico: a fêmea D. immitis libera microfilária na corrente sanguínea → são ingeridas pelo mosquito ao se alimentar do sangue do hospedeiro definitivo (cão) → microfilária se desenvolve em L3 no mosquito→ inseto inocula Larvas infectantes em novo hospedeiro durante hematofagia → larvas se tornam filarias adultas macho e fêmea nos tecidos subcutâneos → jovens D. immitis passa para o coração via circulação sanguínea → fêmeas libera microfilária no sangue. Hospedeiros definitivos: cães*, raposas*, canídeos silvestres*, gatos*, outros felídeos* e o homem. Hospedeiros intermediários: mosquitos (Aedes, Anopheles e Culex). Distribuição geográfica: regiões quentes a temperadas e tropicais (América do Norte e do Sul, Europa, Índia, China, Japão e Austrália. Patogenia: o verme adulto pode causar obstrução do fluxo sanguíneo, insuficiência cardíaca e vermes mortos podem causar embolia pulmonar. Onchocerca gutturosa “oncocercose de ligamentos” Habitat: tecido conjuntivo, ligamento da nuca. Morfologia: vermes finos, esbranquiçados, o macho mede 2-6cm e a fêmea até 60cm. As microfilárias medem até 265 µm e não possuem bainha. Hospedeiro definitivo: bovinos. Hospedeiros intermediários: moscas negras, borrachudos (Simulium). Ciclo biológico: a fêmea O. gutturosa libera microfilária no espaço tissular da pele → mircrofilária migra para tecido conjuntivo → mosca (Simulium) ingere microfilária ao se alimentar do sangue do hospedeiro definitivo (bovino) → microfilária se desenvolve em L3 do mosquito → inseto inocula Larvas infectantes em novo hospedeiro durante hematofagia → larvas se tornam filarias adultas macho e fêmea nos tecidos subcutâneos → fêmeas libera microfilária no sangue. Morfologia : medem 9 - 25 mm, têm cápsula bucal subglobular com três dentes, média, coroa franjada e coroa lamelar externa . presentes .
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