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A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO FRENTE ÀS EMERGÊNCIAS E DESASTRES


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AUGUSTO FERREIRA DE MORAES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO FRENTE ÀS EMERGÊNCIAS E DESASTRES 
 
Trabalho apresentado como requisito parcial para 
aprovação na disciplina de Seminário em 
Psicologia: Redes Públicas e Organizações do 
Curso Superior de Psicologia do Centro de Ensino 
Superior dos Campos Gerais. 
 
Professor (a): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PONTA GROSSA - PR 
2022 
 Os desastres, tanto naturais quanto aqueles provocados pelo homem, trazem 
consequências brandas, trazendo inúmeros prejuízos para a sociedade como um 
todo. Enchentes, furacões, terremotos, tornados, e outros, geram danos à saúde 
mental das pessoas afetadas, isso se da pela perda de familiares, de moradia, a 
insegurança financeira, dificuldade de lidar com a situação, etc. Visto isso, a psicologia 
vem para atender a demanda psicológica e emocional das pessoas nessas situações. 
 No século XX, com o suíço Edward Stierlin, temos os primeiros estudos da 
Psicologia nas emergências e desastres, onde buscava por meio de seus trabalhos 
compreender as emoções dos indivíduos vulneráveis às situações de desastres, bem 
como a parte psicológica afetada. Dessa forma, a psicologia tinha o proposito de 
entender e diagnosticar as respostas das pessoas frente aos desastres. 
 O início da prática psicológica em situações de desastres e urgências teve sua 
origem nas intervenções realizadas nas guerras, pois, acreditava-se que era 
necessário recompor os soldados para que continuassem seus designados serviços, 
dando assim, inicio aos estudos das patologias que envolviam as situações de guerra. 
Além disso, entendia-se que em desastres bastante imprevisíveis – como a guerra – 
não era possível etiquetar um período de tempo onde as pessoas traumatizadas 
voltariam a como era antes. Alguns elementos eram fundamentais no que diz respeito 
ao favorecimento ou não da recuperação, ou seja, a participação ativa de grupos de 
assistência, o auxilio psicológico, por exemplo, poderiam ou não ajudar na 
recuperação dessas pessoas. 
 Em 2002 ocorre o I Congresso de Psicologia das Emergências e dos Desastres, 
em Lima, no Peru, onde foi constituída a Federação Latino-Americana de Psicologia 
das Emergências e dos Desastres (FLAPED). Apesar dos resultados esperados não 
forem alcançados e a instituição ter se dissolvido, o acontecimento abriu possibilidade 
para um debate a respeito da temática do papel da psicologia nesse campo. 
 Quando se trata do Brasil, não havia até então um olhar especial voltado a essa 
temática, foi só depois do acidente com o Césio-137 em 13 de setembro de 1987 em 
Goiânia que a pratica e os estudos começaram a se desenvolver no território 
brasileiro. Em 1992, as Universidades do Rio de Janeiro, Brasília e Goiânia, junto com 
psicólogos cubanos, realizaram atendimento às vítimas do Césio-137. Já em 1996, o 
Grupo de Intervenções Psicológicas em Emergências (IPE) se apresentou com o 
propósito de conceder atendimento psicológico para vitimas de desastres ou 
acidentes geradores de estresses ou trauma e além disso, capacitam psicólogos para 
essa área (COGO et al., 2015). 
 O Conselho Federal de Psicologia (CFP), juntamente com a Associação 
Brasileira de Ensino em Psicologia (ABEP), estabeleceram um protocolo para mover 
ações voltadas à inclusão da sociedade no debate de como reduzir os impactos 
gerados por desastres. Fica evidente que a psicologia vem por meio de inúmeras 
facetas aumentar suas atividades de auxilio no que diz respeito a situações de 
emergência e desastres, porém, não só ela, vários outros órgãos também estão 
direcionados a importância de um olhar crítico para esse tema. 
 Em 2006, a Secretaria Nacional de Defesa Civil acolheu o plano de trabalho do 
CFP, realizando o primeiro Seminário Nacional de Psicologia das Emergências e 
Desastres. No mesmo ano ocorreu a primeira Reunião Internacional em prol de uma 
Formação Especializada em Psicologia das Emergências e Desastres, a qual buscava 
dispersar informações para a formação dos profissionais que ajudariam a Defesa Civil. 
Todas essas realizações em conjunto, firmaram o trabalho da defesa civil junto à 
psicologia e estabeleceram a forma de atuação do psicólogo em situações de 
desastres. 
 Ainda em 2006, viu-se a necessidade de criar projetos a curto, médio e longo 
prazo no que diz respeito a diminuição de riscos e a vulnerabilidade, preparando a 
comunidade para a resposta, levando em consideração as situações e a população. 
Além disso, ainda era necessário promover o protagonismo dos atores sociais como 
agentes capazes de transformar as situações de risco em oportunidades para o 
desenvolvimento. (BRASIL, 2010, p. 17). 
 Segundo Silveira (2011), o Estado se responsabiliza de garantir as carências 
das populações vítimas de desastres, por meio de abrigos temporários, pronto-
atendimento, distribuição de alimentos e remédios, e propor a intervenção de outros 
profissionais, sendo assim, um dos órgãos responsáveis pela organização e 
distribuição desses mantimentos é a defesa civil. O psicólogo se põe em campo 
quando é notável que as vitimas não conseguem se reestabelecer emocionalmente e 
psicologicamente frente a essas situações. 
 Dessa forma, o psicólogo pode ajudar na administração das obrigações dos 
órgãos responsáveis pelos mantimentos. Para a Sociedade Chilena de Psicologia das 
Emergências e Desastres (SOCHPED), a atuação do psicólogo é feita em três fases: 
pré-desastres, durante o desastre e pós-desastre. Durante essas fases o psicólogo 
pode observar os indivíduos conforme suas particularidades, utilizando de 
intervenções que ele ache necessárias, visando a minimização do sofrimento. Além 
disso, o psicólogo pode atuar de maneira direta ou indireta. Direta no sentido do 
atendimento com as vitimas por meio da escuta, e indireta na participação e no 
preparo psicológico da equipe multidisciplinar que trabalha em conjunto frente ao 
desastre e/ou emergência. 
 Falando um pouco mais sobre a atuação nas fases do desastre: 
 No pré-desastre, o trabalho da Psicologia é de participar na construção de uma 
sociedade protegida e hábil para formar o apoio e enfrentar os desastres naturais, 
dessa forma, deve-se ter um olhar sistemático do indivíduo, não considerando-o como 
um objeto orgânico isolado, mas com toda uma subjetividade e individualidade dentro 
de uma sociedade formada. Nessa fase as intervenções são direcionadas a 
prevenção e a minimização dos possíveis prejuízos futuros. São realizadas por meio 
da capacitação à prevenção, fazendo com que a população se sinta preparada para 
um possível evento que cause um abalo psicológico. Essas capacitações podem ser 
realizadas por meio de exposições graduais a uma realidade que possa vir à tona, por 
meio de filmes, simulações, entre outros, visando uma preparação da parte emocional, 
cognitiva e comportamental (BORDERS; KENNEDY, 2009). 
 Na atuação durante o desastre, o psicólogo trabalhará com intervenções 
emergenciais, onde o individuo necessita de ações breves e direcionados ao problema 
presente. Após os primeiros cuidados, onde acontece a verificação dos feridos, dos 
riscos de contaminação e das necessidades básicas, o psicólogo deve organizar as 
intervenções psicológicas. Os primeiros auxílios psicológicos fundamentam-se na 
compreensão das respostas psicológicas, físicas e emocionais das vítimas. 
 Além disso, é importante o profissional de psicologia estar informado sobre o 
desastre e/ou emergência, ou seja, saber o número de vítimas, seu bem estar, como 
estão as famílias impactadas, apenas dessa forma é possível elaborar os planos de 
intervenções psicológicas. Além da prestação de primeiros socorros psicológicos em 
alguns casos, o psicólogo também poderá realizar uma triagem para que possa ser 
reconhecido e identificado as pessoas de alto risco e propensas a desenvolver graves 
problemas, dessa forma,a partir da triagem, são encaminhadas para os locais e 
tratamentos adequados, onde avalia-se os aspectos clínicos e psicológicos. 
 Na atuação pós-desastre, o psicólogo cuidará de dar todo o suporte emocional 
para os impactados, ou seja, analisar o sofrimento, minimizar os impactos e contribuir 
para atuações mais eficientes. Além desse acolhimento, o psicólogo será a fonte de 
comunicação entre as vítimas e a sua família, entre os órgãos públicos responsáveis 
pela distribuição dos mantimentos. O psicólogo também poderá intervir em hospitais, 
fazendo atendimentos domiciliares, sem locais específicos para o seu atendimento, 
visando medidas que possam assegurar a saúde do individuo a curto, médio e longo 
prazo. 
 O psicólogo também poderá utilizar vários métodos e técnicas para ajudar a 
população na situação de crise, como entrevistas, questionários, inventários, etc. Ou 
então, alguns outros métodos de intervenção psicológica como Debriefing, Defusing 
e o Coping (GUIMARÃES et al., 2007). 
 O defusing é utilizado depois do ocorrido em até 24 horas, tem o objetivo de 
minimizar a gravidade de respostas sobre a situação e analisar as necessidades dos 
indivíduos. Geralmente, depois da primeira sessão de defusing, é executado o 
debriefing, que consiste em uma entrevista aprofundada que tem como objetivo 
provocar o ajustamento de experiencias traumáticas, suscitando a melhora do 
indivíduo. Já o coping é considerado como esforços cognitivos e comportamentais 
contínuos e inconstantes, empregados pelos indivíduos para responder as 
necessidades internas ou externas inerentes, classificadas como estressores. 
 As estratégias utilizadas visam a atuação no episodio que resultou no estresse, 
propondo uma modificação. No caso da atuação com as vítimas, a estratégia será 
direcionada na reestruturação cognitiva, como mudança do nível de ansiedade, 
diminuição do envolvimento, etc. Além disso, o psicólogo também pode realizar uma 
avaliação diagnostica das condições do ambiente para realizar técnicas de 
intervenção que se adequem a situação, tendo por proposito, analisar o sofrimento 
psíquico e auxiliar as vítimas, minimizando os impactos provocados pelo desastre. 
 Concluindo, pode-se verificar a importância na reflexão do papel do psicólogo 
frente aos desastres e/ou emergências, visto que, ele atuará diante das 
consequências emocionais e psicológicas de pessoas propensas a essas situações. 
Além disso, há uma grande importância na ampliação do psicólogo junto à sociedade 
de forma conjunta por meio das capacitações, treinamentos e comportamentos 
preventivos. 
 
 
 
Ferreira, A., & Franco Sant’ana, F. G. (2018). A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO FRENTE 
ÀS EMERGÊNCIAS E DESASTRES. Caderno De Graduação - Ciências Humanas E 
Sociais - UNIT - ALAGOAS, 5(1), 99. Disponível em 
<https://periodicos.set.edu.br/fitshumanas/article/view/5309>. Acesso em 27 de maio 
de 2022.

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