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Gravidez na adolescência

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LIII Gleice 
Aula 18 – Gravidez na Adolescência 
 
A gravidez na adolescência, hoje, constitui-se como uma questão polêmica por ligar aspectos relacionados ao 
exercício da sexualidade e da vida reprodutiva às condições materiais de vida e às múltiplas relações de 
desigualdades que estão presentes na vida social do País. Nesse sentido, é mais apropriado que a gravidez na 
adolescência seja vista como um ponto de inflexão que resulta de uma pluralidade de experiências de vida, com 
diferentes significados, abordado de várias maneiras e que adota diversos desfechos. 
 
Para a saúde pública, a gravidez na adolescência tem sido um desafio. Visto que muitas destas gestações terminam 
em abortos provocados, realizados em condições adversas, que evoluem com problemas obstétricos como 
hemorragia, infecção ou perfuração uterina, contribuindo para o aumento da mortalidade materna neste grupo 
etário. 
 
Outro aspecto de destaque é a possibilidade de risco biológico dessa gravidez, quando associada a outros fatores, 
como desnutrição e acompanhamento tardio, entre outros. Se presente, esse risco não está especificamente ligado 
ao fato de a gestante ser adolescente, pois pode ser minimizado por meio de um acompanhamento pré-natal 
adequado e iniciado o mais cedo possível. 
 
Outro risco apontado é o risco psicossocial, uma vez que a maternidade pode influenciar no abandono escolar e 
dificultar o acesso ao mercado de trabalho. No entanto, a análise desta questão é complexa, já que outros fatores 
também participam na evasão escolar e na exclusão social de adolescentes. 
 
Outro cenário que pode ocorrer é a gestação na adolescência não ser aceita pela família e/ou pelo parceiro, criando 
uma situação de desamparo para a mãe, vulnerabilizando-a, configurando-se uma conjuntura crítica na sua vida. 
 
O atendimento nessas circunstâncias negativas demanda cuidados, que devem ser prestados por profissionais de 
Saúde capacitados, que busquem estabelecer vínculos com a adolescente e por intermédio de uma reflexão com ela, 
seu companheiro e familiares, tentem encontrar estratégias que possibilitem a equação desses impasses. O apoio à 
adolescente, para que ela possa se estruturar em seu novo papel de mãe, tendo ou não um companheiro, 
constitui- se em um suporte fundamental, que favorece inclusive que ela possa retomar seus estudos e projetos 
pessoais. 
 
Por outro lado, ficar grávida, em contextos sociais marcados por desigualdades de gênero e de classe social, pode ser 
uma tentativa de encontrar um lugar social onde, mesmo ilusoriamente, o dia a dia dessa adolescente se torne em 
algo que valha a pena ser vivido. Ser mãe para elas talvez seja uma das poucas formas que lhes restam, já que muitas 
delas não têm inserção profissional e nem escolarização, para se colocarem no mundo como sujeitos sociais dentro 
de um grupo social. 
 
Estudos como o de Heilborn et al. (2002), no entanto, demonstram que a gravidez para muitas mulheres e homens 
adolescentes, está incluída em seus projetos de vida. Que a maternidade e a paternidade podem se revelar, nessa 
faixa etária, como um elemento reorganizador da vida e não somente desestruturador. 
 
Reduzir o acompanhamento pré-natal da adolescente apenas a um conjunto de procedimentos técnicos, sem a 
abordagem dos aspectos emocionais, sociais e familiares, é empobrecer todo o processo e perder a oportunidade de 
refletir com a adolescente, seu parceiro e família sobre o significado e as implicações da situação que estão vivendo. 
Para cada família, esse evento toma um sentido diferente. A equipe de saúde deve atuar garantindo atendimento 
integral, físico, emocional e social, usando recursos que aumentem a capacidade dos envolvidos na situação para 
buscarem as melhores alternativas de lidar com ela. 
 
- A importância do pré-natal para a saúde dela e de seu filho. 
- O desenvolvimento da gestação e as modificações corporais e emocionais na gravidez. 
 
LIII Gleice 
- Orientar sobre os hábitos saudáveis de nutrição e cuidados pessoais, e sobre os medos e fantasias referentes à 
gestação e ao parto. 
- Esclarecer sobre a atividade sexual, incluindo a prevenção de DST/HIV/AIDS. 
- Informar sobre sintomas comuns da gravidez e orientações para as queixas mais frequentes. 
- Orientar sobre sinais de alerta e o que fazer nessas situações (sangramento vaginal, dor de cabeça, transtornos 
visuais, dor abdominal, febre, perdas vaginais, dificuldade respiratória e cansaço). 
 
- Preparar para o parto, informando sobre os sinais e sintomas do início das contrações e do trabalho de parto. 
- Orientar e incentivar para o parto normal, resgatando-se, como processos fisiológicos, a gestação, o parto, o 
puerpério e o aleitamento materno. 
- Esclarecer à adolescente gestante em que situações é necessário o parto cesariana, uma vez que a sua condição de 
adolescente, por si só, não justifica a indicação desse procedimento. 
- Orientar a adolescente gestante sobre a importância do contato pele a pele logo após o nascimento, para o recém-
nascido e para a mãe, principalmente na criação do vínculo entre ela e o bebê. 
- Informar sobre a importância da consulta puerperal e do recém-nascido na primeira semana após o parto. 
- Orientar sobre os cuidados com o recém-nascido e sobre a importância do acompanhamento do crescimento e 
desenvolvimento da criança. 
- Facilitar o futuro exercício da paternidade e da maternidade adolescente, acolhendo as adolescentes grávidas e 
seus parceiros adolescentes, e preparando-os para esse exercício. Envolver também os seus familiares. 
 
Dados demográficos no Brasil 
 
 
- Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2018 nasceram 432.460 bebês de mães 
adolescentes o que representou 14,94% de todos os nascimentos no país naquele ano. 
 
Dados demográficos 
 
 
LIII Gleice 
 
 
 
Perfil da mortalidade nessa faixa etária 
 
- Presença de doenças crônicas 
- Transtornos psico-sociais 
- Fármaco – dependência 
- Doenças Sexualmente Transmissíveis 
- Problemas relacionados à gravidez- parto e puerpério 
 
Riscos para maior incidência 
 
Anemia materna; DHEG; Desproporção cefalo pélvica; Infecção urinária; Prematuridade; Placenta prévia; Baixo peso 
ao nascer; Sofrimento fetal agudo; Complicações no parto e puerpério; Dificuldade de amamentação, etc. 
 
- As complicações relacionadas à gravidez e ao parto estão entre as principais causas de morte de adolescentes no 
período de 15 a 19 anos de idade. 
- As adolescentes têm 75% maior risco de ter parto prematuro que as mulheres em idade adulta 
- A gravidez ocorre em um organismo que ainda está em desenvolvimento físico e emocional 
- Poderá apresentar problemas de crescimento e desenvolvimento 
- Distúrbios emocionais e comportamentais, educacionais e de aprendizado, além de complicações obstétricas. 
 
Prematuridade 
 
- Maior incidência de partos pré-termos e de recém nascidos com baixo peso ao nascer 
- Estes são importantes marcadores de morbidade e mortalidade neonatal e infantil. 
- A prematuridade é responsável por 70% da taxa de mortalidade perinatal e 75% da mortalidade infantil. 
- Martins e col (2011) em um estudo observacional e análitico, entrevistou 2196 pacientes. As adolescentes (10-19 
anos) foram comparadas com mulheres adultas ( 20-34 anos). 
- Foram aplicados questionários com perguntas abertas e fechadas 
- Definiu-se prematuridade como idade gestacional menor que 37 semanas e baixo peso como peso inferior a 2500 
gramas. 
 
Resultados 
 
Escolaridade: Com menos de 7 anos de escolaridade: 
-> 26,1% das adolescentes comparadas com 
->16,4% nas adultas. 
 
 
LIII Gleice 
Iniciou o pré natal até o quarto mês: 
-> 87,9 % nas adultas 
-> 79,5% nas adolescentesPré natal não adequado: 
-> adolescentes: 71,9% 
-> adultas: 64,5% 
 
Prematuridade: adolescentes 
-> 21,4% adultas 
-> 15,7% 
Baixo peso ao nascer: Adolescentes 
-> 19,9% Adultas 
-> 14,3% 
 
Semana Nacional de Prevenção Nacional da Gravidez na Adolescência 
01 a 08/02/2019 
Publicação: 31/01/2020 BVS - MS 
 
Fatores que aumentam os riscos da gestação na adolescência 
 
- Idade menor que 16 anos ou ocorrência da primeira menstruação há menos de 2 anos; 
- Altura da adolescente inferior a 150 cm ou peso menor que 45 Kg; 
- Adolescente usuária de álcool ou de outras drogas lícitas ou ilícitas; 
- Gestação decorrente de abuso/estupro ou outro ato violento/ameaça de violência sexual; 
- Existência de atitudes negativas quanto à gestação ou rejeição ao feto; 
- Tentativa de interromper a gestação por quaisquer meios; 
- Dificuldades de acesso e acompanhamento aos serviços de pré-natal; 
- Não realização do pré-natal ou menos que 6 visitas de rotina; 
- Presença de doenças crônicas: diabetes, doenças cardíacas ou renais; infecções sexualmente transmissíveis; 
- Presença de doenças agudas e emergentes: dengue, zika, toxoplasmose, outras infecções virais; 
- Ocorrência de pré-eclâmpsia ou desproporção pélvica-fetal, gravidez de gêmeos, complicações obstétricas durante 
o parto, inclusive cesariana de urgência; 
- Falta de apoio familiar à adolescente. 
 
Fatores que aumentam os riscos para o recém-nascido ou lactente até o primeiro ano de vida, quando nascido de 
mãe adolescente 
- RN prematuro, pequeno para a idade gestacional ou com baixo peso; 
- RN com menos de 48 cm ou com peso menor que 2500 gramas; 
- APGAR menor que 5 na sala de parto ou se o parto ocorreu em condições desfavoráveis; 
- RN com anomalias ou síndromes congênitas (Síndrome de Down, defeitos do tubo neural ou outras); 
- RN com circunferência craniana, torácica ou abdominal incompatíveis; 
- RN com infecções de transmissão vertical ou placentária: sífilis, herpes, toxoplasmose, hepetites B ou C, Zika, 
HIV/AIDS e outras; 
- RN que necessita de cuidados intensivos neonatais RN com dificuldades de sucção e deglutição; 
- RN que passe por problemas de higiene e cuidados no domicílio ou no contexto familiar, com negligência ou 
abandono; 
- Falta de acompanhamento médico pediátrico em visitas regulares e falhas no esquema de vacinação. 
 
Riscos para a mãe adolescente e para o filho recém-nascido 
 
- RN com anomalias graves, problemas congênitos ou traumatismos durante o parto (asfixia, paralisia cerebral, 
 
LIII Gleice 
outros); 
- Ausência de amamentação por quaisquer motivos; 
- Mãe adolescente com transtornos mentais ou psiquiátricos antes, durante ou após as gestação e o parto; 
- Abandono, omissão ou recusa do pai biológico ou parceiro pela responsabilidade da paternidade; 
- RN é resultado de abuso sexual incestuoso ou por desconhecido, ou relacionamento extraconjugal; 
- Quando a família rejeita ou expulsa a adolescente e o RN do convívio familiar; 
- Quando a família apresenta doenças psiquiátricas, uso de drogas, álcool, ou episódios de violência intrafamiliar; 
- Falta de suporte familiar, pobreza ou situações de risco ( migração, situação de rua, refugiados); 
- Quando a mãe adolescente abandonou ou foi excluída da escola, interrompendo sua educação e dificultando sua 
inserção no mercado de trabalho. 
 
Prevenção da gravidez na adolescência 
 
- Educação sexual integrada e compreensiva, 
- Respeito pelo/a outro/a, 
- Igualdade e equidade de gênero, 
- Proteção de gravidez inoportuna, 
- Prevenção de IST/HIV 
- Defesa contra violência sexual incestuosa

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