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JOÃO EDUARDO BORGES PANICIO LUAN FELIPE DE MELO SISTEMA AUTOMÁTICO DE IRRIGAÇÃO COM MONITORAMENTO DO NÍVEL DE UMIDADE DO SOLO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial, para obtenção de grau no curso de Engenharia Mecatrônica, da Universidade de Franca. Orientador: Prof. Henrique José da Silva. FRANCA 2020 JOÃO EDUARDO BORGES PANICIO LUAN FELIPE DE MELO SISTEMA AUTOMÁTICO DE IRRIGAÇÃO COM MONITORAMENTO DO NÍVEL DE UMIDADE DO SOLO Orientador(a):__________________________________________________ Nome: Prof. Henrique José da Silva. Instituição: Universidade de Franca Examinador(a):_________________________________________________ Nome: Prof(a). Instituição: Examinador(a):_________________________________________________ Nome: Prof(a). Instituição: Franca, ___/___/___ DEDICAMOS este estudo aos nossos pais, e a toda nossa família que, com muito carinho e apoio, não mediram esforços para que chegássemos até esta etapa em nossas vidas. AGRADECEMOS a Deus, fonte de amor, justiça e sabedoria; ao nosso orientador e amigo, Prof. Henrique José da Silva, que muitos nos apoiou e auxiliou através de seu profundo conhecimento; a todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho. A experiência nunca falha, apenas as nossas opiniões falham, ao esperar da experiência aquilo que não é capaz de oferecer. Leonardo da Vinci RESUMO PANICIO, João Eduardo Borges; MELO, Luan Felipe. Sistema automático de irrigação com monitoramento do nível de umidade do solo. 2020. 78 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Mecatrônica) – Universidade de Franca, Franca. Com o constante avanço da tecnologia em todos os segmentos, procurou- se demonstrar a importância da automação na agricultura, permitindo o acionamento da irrigação de maneira automática e programada. O objetivo deste trabalho foi desenvolver e implementar um sistema de irrigação automatizado, com supervisório local e em nuvem. A metodologia utilizada será uma revisão bibliográfica, bem como, uma pesquisa aplicada por meio da construção de um projeto a ser realizado no laboratório, com a utilização de Arduino, supervisório, válvula solenoide e NodeMCU, testando as reações do sistema sobre diversas situações climáticas diferentes para certificar que seu funcionamento seja compatível ao esperado. Após a construção, foram realizados testes de desempenho para validação das lógicas de programação desenvolvidas, levando em conta as considerações e limitações do experimento, os resultados obtidos foram satisfatórios. Palavras-chave: Supervisório; Irrigação; Automático; Nuvem; Umidade. ABSTRACT PANICIO, João Eduardo Borges; MELO, Luan Felipe. Sistema automático de irrigação com monitoramento do nível de umidade do solo. 2020. 78 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Mecatrônica) – Universidade de Franca, Franca. With the constant advancement of technology in all segments, we sought to demonstrate the importance of automation in agriculture, allowing irrigation to be triggered automatically and programmed. The objective of this work was to develop and implement an automated irrigation system, with local and cloud supervision. The methodology used will be a bibliographic review, as well as, applied research through the construction of a project to be carried out in the laboratory, using Arduino, supervisory, solenoid valve and NodeMCU, testing the reactions of the system under several different climatic situations to make sure that it works as expected. After construction, performance tests were carried out to validate the programming logic developed, taking into account the considerations and limitations of the experiment, the results obtained were satisfactory. Key words: Supervisory; Irrigation; Automatic; Cloud; Moisture. LISTA DE FIGURAS Figura 1 — Diagrama simplificado de um controle industrial 19 Figura 2 — Irrigação por aspersão 21 Figura 3 — Irrigação por microaspersão 22 Figura 4 — Irrigação por gotejamento 23 Figura 5 — Modelos de Arduino 24 Figura 6 — Transformação de efeitos físicos em elétricos 25 Figura 7 — Sinal analógico variando no tempo 26 Figura 8 — Valores digitais de 0 ou 1 26 Figura 9 — Comparação entre os termistores 27 Figura 10 — Diagrama de funcionamento do Sensor Capacitivo 28 Figura 11 — Modelo de sensor de umidade do solo 29 Figura 12 — Computação em Nuvem 30 Figura 13 — Pirâmide Hierárquica da Automação Industrial 31 Figura 14 — IDE do Arduino 40 Figura 15 — Nextion Editor 41 Figura 16 — Exemplo de um gráfico da plataforma em nuvem 42 Figura 17 — Alimentação dos barramentos 43 Figura 18 — Módulo sensor umidade do solo 44 Figura 19 — Sensor DHT11 45 Figura 20 — Linha de código que faz o mapeamento do sinal do sensor 45 Figura 21 — Conexões Nextion 46 Figura 22 — Módulo Relé 47 Figura 23 — Composição da Placa NodeMCU 48 Figura 24 — Representação esquemática do conversor de sinais. 48 Figura 25 — Esquemático do circuito desenvolvido 49 Figura 26 — Desenvolvimento da interface do supervisório 50 Figura 27 — Configuração de uma ferramenta 51 Figura 28 — Linha de código com configurações a serem declaradas 51 Figura 29 — Imagens para animação 52 Figura 30 — Identificação das chaves geradas e do dispositivo criado 53 Figura 31 — Interface gráfica das variáveis a serem monitoradas 54 Figura 32 — Visualização do sistema supervisório elaborado 55 Figura 33 — Projeto construído e implementado 56 Figura 34 — Teste calibração do sensor de umidade do solo 57 Figura 35 — Calibração do DHT11 58 Figura 36 — Acompanhamento das variáveis calibradas no supervisório 59 Figura 37 — Posicionamento da mangueira na planta 60 Figura 38 — Irrigação da planta com limite abaixo de 45% de umidade do solo 61 Figura 39 — Irrigação da planta com limite abaixo de 75% de umidade do solo 62 Figura 40 — Oscilação das variáveis em um ambiente interno fechado 64 Figura 41 — Oscilação das variáveis em um ambiente externo 66 Figura 42 — Lógica de separação dos caracteres de cada variável 67 Figura 43 — Lógica para limitação dos dígitos enviados a nuvem 68 Figura 44 — Acompanhamento da temperatura pela nuvem 69 Figura 45 — Acompanhamento da umidade do ar pela nuvem 70 Figura 46 — Acompanhamento da umidade do solo pela nuvem 71 Figura 47 — Acompanhamento das variáveis no supervisório local 72 LISTA DE TABELAS Tabela 1 — Características do Arduino Uno 33 Tabela 2 — Características do relé eletromecânico 34 Tabela 3 — Características do sensor de umidade do solo 34 Tabela 4 — Características do Display Nextion 35 Tabela 5 — Características do sensor DHT11 36 Tabela 6 — Característicasda válvula solenoide 37 Tabela 7 — Características do NodeMCU 38 Tabela 8 — Características do Conversor de Nível Lógico Bidirecional 39 LISTA DE QUADROS Quadro 1 — Teste em ambiente interno fechado 63 Quadro 2 — Teste em ambiente externo 65 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS PTC Positive Temperature Coeficient NTC Negative Temperature Coeficient ADC Analog Digital Converter IHM Interface Homem-Máquina I/O Input/Output PWM Pulse width modulation USB Universal Serial Bus RX Receive Power TX Transmit Power VCA Tensão em Corrente Alternada VDC Voltage Direct Current RAM Random Acess Memory MCU Microcontroller Unit UR Umidade Relativa NF Normalmente Fechado IoT Internet of Things GND Graduated Neutral Density MDF Medium Density Fiberboard IDE Integrated Development Environment IBM International Business Machines Corporation AO Analog Output DO Digital Output NC Not Connected A/D Analógico/Digital NA Normalmente Aberto IN Input VCC Tensão em Corrente Contínua ID Identity objname Nome do Objeto bpic Background Image pic - Foreground Image MQTT Message Queuing Telemetry Transport cm m Unidade de Centímetros Unidade de Metros s Unidade de Segundos min Unidade de Minutos h Unidade de Horas char Caractere SUMÁRIO INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 17 1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................... 19 1.1 AUTOMAÇÃO ................................................................................................ 19 1.1.1 Histórico ......................................................................................................... 20 1.2 AUTOMAÇÃO NA AGRICULTURA ................................................................ 20 1.2.1 Irrigação por aspersão.................................................................................... 21 1.2.2 Irrigação por microaspersão ........................................................................... 22 1.2.2 Irrigação por gotejamento ............................................................................... 23 1.3 ARDUINO ....................................................................................................... 24 1.4 SENSORES ................................................................................................... 25 1.4.1 Sensores Analógicos ...................................................................................... 25 1.4.2 Sensores Digitais ........................................................................................... 26 1.4.3 Termistor ........................................................................................................ 27 1.4.4 Sensor capacitivo ........................................................................................... 28 1.4.5 Sensor de umidade do solo ............................................................................ 28 1.5 COMPUTAÇÃO EM NUVEM ......................................................................... 29 1.6 SISTEMA SUPERVISÓRIO ........................................................................... 30 2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ....................................................... 32 2.1 MATERIAIS .................................................................................................... 32 2.1.1 Arduino Uno R3 .............................................................................................. 32 2.1.2 Módulo relé eletromecânico ........................................................................... 33 2.1.3 Sensor de umidade do solo ............................................................................ 34 2.1.4 Display supervisório Nextion .......................................................................... 35 2.1.5 Sensor DHT11 ................................................................................................ 36 2.1.6 Válvula solenoide ........................................................................................... 36 2.1.7 NodeMCU ....................................................................................................... 37 2.1.8 Conversor de Nível Lógico Bidirecional .......................................................... 38 2.1.9 Materiais auxiliares ......................................................................................... 39 2.2 PLATAFORMAS ............................................................................................. 39 2.2.1 IDE do Arduino ............................................................................................... 39 2.2.2 Nextion Editor ................................................................................................. 40 2.2.3 IBM Cloud – Internet of Things (IoT) .............................................................. 41 2.3 METODOLOGIA ............................................................................................. 42 2.3.1 Desenvolvimento do circuito eletrônico .......................................................... 42 2.3.2 Desenvolvimento do sistema supervisório ..................................................... 50 2.3.3 Desenvolvimento da interface gráfica na nuvem. ........................................... 52 2.3.4 Acabamentos ................................................................................................. 54 3 TESTES E RESULTADOS ............................................................................ 57 3.1 ANÁLISE DE DADOS NO SUPERVISÓRIO LOCAL ..................................... 57 3.2 ANÁLISE DE DADOS NO MONITORAMENTO EM NUVEM ......................... 66 CONCLUSÃO ........................................................................................................... 73 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 75 17 INTRODUÇÃO A Naandanjain (s.d) concorda que atualmente os produtores dependem de tentativa e erro, adivinhação e estimativa. Os rendimentos e lucros são diretamente afetados quando ocorre o mau uso da água e de fertilizantes. “Assim a automação surge como uma solução tecnológica que permite o acionamento da irrigação e fertirrigação de maneira automática e programada” (NAANDANJAIN, s.d, n.p). Para Naandanjain (s.d): Além de garantir maior precisão na periodicidade da irrigação, o que nem sempre é conseguido em sistemas não automatizados, por acúmulo de tarefas na propriedade ou simplesmente falha humana, a automação do sistema de irrigação possibilita programar tempos de rega diferentes num mesmo setor e de se realizar a fertirrigação de acordo com a necessidade da planta. Portanto, justifica-se o estudo devido à necessidade de aprofundamento sobre sistemas de irrigação automatizados, para que possam ser feitos projetos futuros. Este projeto será norteado nas seguintes perguntas: o sistema de irrigação automático será utilizado futuramente? O que poderá ser feito para aprimorar esse tipo de sistema? As hipóteses consideradas são: acredita-se que o sistema de irrigação será sim utilizado futuramente, devido ao grande avanço da tecnologia na agricultura. Por isso, este trabalho tem por objetivo o aprofundamento sobre o conhecimento de sistema de irrigação e a construção de um projeto. A metodologia utilizadaserá uma revisão bibliográfica, bem como, uma pesquisa aplicada por meio da construção de um projeto a ser realizado no laboratório, com a utilização de Arduino, supervisório, válvula solenoide e NodeMCU, testando as reações do sistema sobre diversas situações climáticas diferentes para certificar que seu funcionamento seja compatível ao esperado. Este trabalho será composto por 3 capítulos, sendo eles: 1. Revisão Bibliográfica, onde será desenvolvido toda a fundamentação teórica para sustentar 18 uma base de conhecimento necessária e importante para o entendimento do trabalho; 2. Procedimentos Metodológicos, evidenciando e caracterizando todos os materiais e métodos utilizados para a elaboração do projeto; 3. Testes e Resultados, expondo os testes realizados, as discussões, os resultados, desafios e soluções encontradas. Por fim, serão apresentadas as conclusões acompanhadas com as sugestões de melhorias para projetos futuros. Espera-se que ao fim desse projeto, o aprofundamento sobre o estudo de sistemas de irrigação automático, possa ser usado na implementação da agricultura. 19 1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Pretendemos nessa revisão bibliográfica demonstrar os requisitos teóricos que envolvem um sistema automático de irrigação com monitoramento local e em nuvem do nível da umidade do solo, umidade do ar e temperatura ambiente. 1.1 AUTOMAÇÃO Automação é definido como “[...] um sistema de controle pelo qual os mecanismos verificam a sua própria operação, efetuando medições e introduzindo correções, sem a necessidade da intervenção do homem” (FUENTES; ROGGIA, 2016, p.15). Segundo a Eletromania (2011) os sistemas automatizados abrangem vários tipos de áreas diferentes, podendo ser aplicados em uma simples máquina ou em toda uma planta industrial, como é o caso de uma usina de açúcar e álcool. O que difere é a quantidade de equipamentos monitorados e controlados. Estes equipamentos podem ser desde simples válvulas, até motores complexos. De uma forma geral, o diagrama (Veja Figura 1) demonstra o processo sob controle, onde os equipamentos correspondem tanto aos atuadores quanto aos sensores. Figura 1 – Diagrama simplificado de um controle industrial. Fonte: Eletromania, 2011, n.p. 20 1.1.1 Histórico “Desde a pré-história o homem vem desenvolvendo mecanismos e invenções com o intuito de reduzir o esforço físico e auxiliar na realização de atividades” (ROGGIA; FUENTES, 2016, p.15). Ainda de acordo com os mesmos autores (IBIDEM, p.15), para exemplificar, “[...] podem-se citar como exemplo a roda para movimentação de cargas e os moinhos movidos por vento ou força animal”. Murrelektronik (2018) concorda que a automação industrial teve seu ponto de partida após 1950 com o desenvolvimento da eletrônica e com o aperfeiçoamento dos processos de produção na Inglaterra, embora a automação industrial já apresentasse alguns indícios de sua existência em meados do século XVIII. A automação, nessa época, caracterizava a movimentação automática de materiais. 1.2 AUTOMAÇÃO NA AGRICULTURA Embrapa (2020) confirma que a automação agropecuária pode ser entendida como um sistema no qual os processos operacionais de produção agrícola, pecuária e/ou florestal são monitorados, controlados e executados por meio de máquinas e ou dispositivos mecânicos, eletrônicos ou computacionais, para ampliar a capacidade de trabalho humano. Para Embrapa (2020): Desse modo, a automação exerce a sua função sobre processos agrícolas, pecuários e florestais para aumentar a produtividade do sistema e do trabalho; otimizar o uso de tempo, insumos e capital; reduzir perdas na produção; aumentar a qualidade dos produtos e melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores da lavoura e das cadeias. Ela empresta o termo tanto do ramo da automação industrial como comercial, devido ao agronegócio estar integrado a uma gestão ampla, em elos paralelos e encadeados. Para efeitos práticos e de fácil entendimento, a irrigação será definida aqui como: as técnicas, formas ou meios utilizados para aplicar água artificialmente 21 às plantas, procurando satisfazer suas necessidades e visando a produção ideal para o seu usuário. Esta definição engloba todas as formas de irrigar uma planta, desde aquela realizada com uma simples mangueira de jardim até o equipamento de irrigação mais sofisticado. A seguir, alguns detalhes sobre alguns métodos de irrigação. 1.2.1 Irrigação por aspersão O método de irrigação por aspersão consiste em aplicar a água ao solo na forma de gotas, imitando o efeito da chuva (Veja Figura 2), através da fragmentação dos jatos de água que se espalham no ar, caindo na superfície. A fragmentação dos jatos é obtida através da passagem da água pressurizada pelos orifícios existentes em dispositivos mecânicos chamados aspersores (TESTEZLAF, 2011). Na aplicação, “[...] o sistema de irrigação com aspersores é indicado para áreas maiores, com pouca interferência de obstáculos como árvores, arbustos e construções” (VIQUA, 2018, n.p). Figura 2 – Irrigação por aspersão. Fonte: Agroprós, s.d. 22 1.2.2 Irrigação por microaspersão Testezlaf (2011) concorda que neste tipo de sistema, a água é aplicada sobre o solo em uma área localizada (Observe Figura 3), geralmente pelas raízes das plantas. Quando comparados a outros sistemas de irrigação, esses sistemas utilizam pequenas vazões, devido ao uso de aspersores com o diâmetro dos orifícios reduzidos submetidos a baixas pressões. O sistema de irrigação por microaspersão “[...] é indicado para ambientes menores, como canteiros, jardineiras, jardins pequenos, implantados em áreas externas, estufas e casas de vegetação” (VIQUA, 2018, n.p). Figura 3 – Irrigação por microaspersão. Fonte: Irrigaqui, s.d. 23 1.2.2 Irrigação por gotejamento Segundo Testezlaf (2011), a característica da irrigação por gotejamento é adicionar uma pequena quantidade de água gotejando em alta frequência (reduzindo o intervalo de irrigação ou deslocamento de irrigação) para a área da raiz das plantas para molhar parte da superfície do solo, reduzindo assim as perdas e apresentando maiores aplicações em comparação com sistemas de aspersão. Essa forma de aplicação de água determina a distribuição da água no solo abaixo do ponto de aplicação na forma de bulbos úmidos, neste caso, apenas uma pequena área saturada fica exposta na superfície do solo (Veja Figura 4). Figura 4 – Irrigação por gotejamento. Fonte: Irrigação, 2018. 24 1.3 ARDUINO “O Arduino (Veja Figura 5) é o que chamamos de plataforma de computação física ou embarcada, ou seja, um sistema que pode interagir com seu ambiente por meio de hardware e software” (MCROBERTS, 2011, p. 22). De acordo com Oliveira et al. (1995, p.13): entende-se por Arduino como “[...] uma versátil plataforma de prototipagem eletrônica, de hardware e software aberto, de baixo custo e muito fácil de usar”. Ainda segundo os autores (IBIDEM, p.13): Quando falamos em Arduino devemos ter em mente três conceitos: hardware que é a placa que possui como componente central um microcontrolador da família ATmega; software que consiste em uma linguagem de programação e um ambiente de desenvolvimento derivados do Processing. O terceiro conceito é a comunidade, composta por um grande número de pessoas que compartilham os seus conhecimentos e projetos na Internet, disseminando a plataforma. Figura 5 – Modelos de Arduino Fonte: FilipeFlop, 2014, n.p. 25 1.4 SENSORES Segundo Albuquerque e Thomazini (2011), sensor basicamente é um dispositivo sensível a alguma forma de energia (Veja Figura6), tais como: térmica, cinética e luminosa, relacionando informações sobre uma grandeza que precisa ser medida, como velocidade, corrente, pressão, temperatura, posição, aceleração, umidade, nível, vazão etc. Figura 6 – Transformação de efeitos físicos em elétricos. Fonte: Electric Concept, 2015, n.p. 1.4.1 Sensores Analógicos “Esse tipo de sensor pode assumir qualquer valor no seu sinal de saída ao longo do tempo, desde que esteja dentro da sua faixa de operação” (ALBUQUERQUE; THOMAZINI, 2011, p.16). Ainda de acordo com os autores (IBIDEM, p.16), diversas grandezas físicas podem assumir qualquer valor ao longo do tempo (Veja Figura 7), como por exemplo: velocidade, vazão, umidade, temperatura, força, ângulo, luminosidade, nível, distância e torque. Essas variáveis são aferidas por elementos sensíveis com circuitos eletrônicos não digitais. 26 Figura 7 – Sinal analógico variando no tempo. Fonte: Embarcados, 2017, n.p. 1.4.2 Sensores Digitais “Esse tipo de sensor pode assumir apenas dois valores no seu sinal de saída ao longo do tempo, que podem ser interpretados como zero ou um” (ALBUQUERQUE; THOMAZINI, 2011, p.16). Sobre os valores de zero ou um (Veja Figura 8), Albuquerque e Thomazini (2011, p.16) explicam que: Não existem naturalmente grandezas físicas que assumam esses valores, mas eles são assim mostrados ao sistema de controle após serem convertidos pelo circuito eletrônico do transdutor. É utilizado, por exemplo, em detecção de passagem de objetos, encoders na determinação de distância ou velocidade etc. Figura 8 – Valores digitais de 0 ou 1. Fonte: Embarcados, 2017, n.p. 27 1.4.3 Termistor Albuquerque e Thomazini (2011) concordam que os termistores são resistores termicamente sensíveis, ou seja, semicondutores eletrônicos cuja resistência elétrica varia de acordo com a temperatura. Ainda de acordo com os autores (IBIDEM, p.90), os termistores “[...] são úteis industrialmente para detecção automática, medição e controle de energia física”. Albuquerque e Thomazini (2011) afirmam que existem duas variedades básicas de termistores: Os de coeficiente positivo de temperatura (PTC), a resistência aumenta com a temperatura, e ao contrário, os de coeficiente negativo de temperatura (NTC), a resistência diminui com a temperatura (Veja Figura 9). Figura 9 – Comparação entre os termistores. Fonte: Cedraz Service, 2017, n.p. 28 1.4.4 Sensor capacitivo “Os sensores capacitivos são dispositivos eletrônicos que detectam proximidade de materiais orgânicos, plásticos, pós, líquidos, etc., sem a necessidade de contato” (FUENTES; ROGGIA, 2016, p.25). Sobre o princípio de funcionamento (Veja Figura 10), Fuentes e Roggia (2016, p.25) explicam que: [...] baseia-se na geração de um campo elétrico por um oscilador controlado por capacitor. O capacitor é formado por duas placas metálicas montadas na face sensora de forma a projetar o campo elétrico para fora do sensor. Quando um material aproxima-se do sensor o dielétrico do meio se altera, alterando a capacitância. Essa alteração aciona o estágio de saída. Figura 10 – Diagrama de funcionamento do Sensor Capacitivo. Fonte: Fuentes e Roggia, 2016, p.25. 1.4.5 Sensor de umidade do solo Eletrogate (2019) explica que o sensor de umidade do solo (Veja Figura 11) mede basicamente a resistividade da terra utilizando duas sondas que medem a quantidade de volume de água no solo. Quanto mais molhada estiver a terra, menor será a resistividade. E ao contrário, quanto mais seca estiver a terra, maior a resistividade. A Irrigat (2019) complementa afirmando que as sondas (duas superfícies metalizadas e isoladas uma da outra) quando posicionadas, criam uma corrente 29 elétrica. Essa corrente passando pela resistência do solo desenvolverá uma diferença de potencial (tensão), que será medida pelo conversor ADC do Arduino (portas analógicas). Quanto maior for a tensão medida pelo Arduino, menor a umidade do solo. No caso de um solo mais úmido, a tensão medida será menor. Figura 11 – Modelo de sensor de umidade do solo. Fonte: Eletrogate, 2019, n.p. Neste trabalho foram ressaltados alguns tipos de sensores utilizados no desenvolvimento do projeto, no entanto existem inúmeros outros tipos. 1.5 COMPUTAÇÃO EM NUVEM A InfoEscola (s.d) afirma que o termo “Computação em nuvem” faz referência a uma tecnologia que permite ao usuário acessar programas, banco de dados, arquivos e serviços de forma remota (Veja Figura 12), de qualquer lugar do 30 mundo e a qualquer hora por meio da internet, com agilidade e escalabilidade, sem a necessidade de instalação de programas. O Estudo Prático (2015) complementa explicando que o armazenamento de dados é feito através de serviços on-line, via rede, e no momento em que o usuário precisar realizar determinada tarefa, basta conectar ao serviço on-line para fazer uso das ferramentas, salvar os arquivos e acessá-los posteriormente de qualquer outro lugar. Figura 12 – Computação em Nuvem. Fonte: InfoEscola, s.d, n.p. 1.6 SISTEMA SUPERVISÓRIO “Os sistemas supervisórios permitem que sejam monitoradas e rastreadas informações de um processo produtivo ou instalação física” (COELHO, 2010, p.3). 31 Coelho (2010, p.3) explica que as “[...] informações são coletadas através de equipamentos de aquisição de dados e, em seguida, manipulados, analisados, armazenados e, posteriormente, apresentados ao usuário”. Coelho (2010) concorda que muitos sistemas de automação industrial fazem o uso dos sistemas de monitoração e comunicação via computação, automatizando o controle dos processos industriais, fazendo a coleta de dados no campo, e apresentando os dados de forma amigável e facilitada para o operador, utilizando recursos gráficos elaborados (IHM) (Veja Figura 13). Sobre a praticidade dos supervisórios, Coelho (2010, p.3) sugere que: A partir do momento em que a monitoração e o controle de um processo são feitos com a ajuda de um sistema supervisório, o processamento das variáveis de campo é mais rápido e eficiente. Qualquer evento imprevisto no processo é rapidamente detectado e mudanças nos set-points são imediatamente providenciadas pelo sistema supervisório, no sentido de normalizar a situação. Ao operador fica a incumbência de acompanhar o processo de controle da planta, como o mínimo de interferência, excetuando- se casos em que sejam necessárias tomadas de decisão de atribuição restrita ao operador. Figura 13 – Pirâmide Hierárquica da Automação Industrial Fonte: Bertelli, 2015, p.7. Pelos expostos acima podemos observar que a automação é um dos assuntos tecnológicos mais abordados atualmente, fazendo que esteja presente em diversas áreas, inclusive na irrigação de jardins, tema a ser abordado nesse trabalho. 32 2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Como mencionado anteriormente, este trabalho tem por objetivo o aprofundamento sobre o conhecimento de um sistema de irrigação automatizado e a construção de um projeto. Desta maneira, a metodologia utilizada será uma pesquisa aplicada seguida pela construção de um protótipo funcional. A seguir, será apresentada a descrição dos materiais e dos procedimentos metodológicos a serem desenvolvidos nesta pesquisa. 2.1 MATERIAIS Na sequência, será apresentada uma breve descrição das características de cada material utilizado no desenvolvimento do projeto. 2.1.1 Arduino Uno R3 Excelente para projetos de baixo custo, o Arduino Uno possui diversas características interessantes(Veja Tabela 1). 33 Tabela 1 – Características do Arduino Uno Parâmetros Dados Tensão de operação 5V Pinos I/O digitais 14 pinos (6 podem ser usados PWM) Pinos de entrada analógica 6 pinos Velocidade de Clock 16 MHz Resolução do ATmega328 10 bits Alimentação USB ou via fonte externa 5V Fonte: Embarcados, 2020. Por se tratar de um controlador que os autores já tiveram um contato anteriormente, será informado alguns fatores fundamentais que influenciaram na escolha. O Arduino Uno foi escolhido devido a sua praticidade de uso, além de oferecer pinos de entrada/saída mais que suficientes para a elaboração do projeto. Outro fator fundamental na escolha do controlador foi a facilidade em programar e fazer a comunicação com outros periféricos. Embarcados (2020) concorda que a programação pode ser feita com a própria IDE do Arduino, utilizando a linguagem de programação C++. O ATmega328 fornece comunicação serial utilizando os pinos digitais 0 (RX) e 1 (TX), usados para receber (RX) e transmitir (TX) dados seriais. 2.1.2 Módulo relé eletromecânico FilipeFlop (2020) afirma que o relé é um tipo de componente eletromecânico que através de suas características (Observe Tabela 2), possui a função de fazer o controle de cargas, como por exemplo: motores, lâmpadas, válvulas eletromecânicas e outros diversos tipos de atuadores (FILIPEFLOP, 2020). Foi feito a escolha em utilizar um relé simples, de apenas 1 canal, suficiente para o controle do atuador (válvula solenoide). 34 Tabela 2 – Características do relé eletromecânico Parâmetros Dados Corrente máxima 10A Tensão de operação 5V Carga VCA 250V Carga VDC 30V Fonte: FilipeFlop, 2020. 2.1.3 Sensor de umidade do solo Foi escolhido esse tipo de sensor devido as características (Observe Tabela 3) que suprem as necessidades encontradas no desenvolvimento do projeto, além de possuir uma grande praticidade em trabalhar com o Arduino, facilitando a coleta de dados. A UsinaInfo (2020) afirma que a sonda possui uma resistência à corrosão por ser constituída de aço inoxidável, proporcionando uma durabilidade elevada. Tabela 3 – Características do sensor de umidade do solo Parâmetros Dados Corrente máxima 20mA – 30mA (saída) Tensão de operação 3.3V – 12V DC Temperatura de operação -25 ~ 85 ºC Fonte: UsinaInfo, 2020. 35 2.1.4 Display supervisório Nextion O Display Nextion é um dispositivo que pode ser usado como uma interface homem-máquina (IHM), que apresenta na tela as informações sobre variáveis de um processo a ser controlado. O usuário consegue fazer interações através da sua tela touch, como enviar comandos para algum acionamento ou apenas trocar de tela para observar um gráfico. Além disso, o Nextion possui seu próprio editor de telas, que será abordado mais à frente. Como visto acima, o Nextion foi escolhido como supervisório devido as suas características (Observe Tabela 4), além de sua praticidade no desenvolvimento, na realização da comunicação com o Arduino e a sua interface totalmente intuitiva. Tabela 4 – Características do Display Nextion Parâmetros Dados Tamanho 7.0” Resolução 800*480 RAM 3584 Byte MCU 48 MHz Temperatura de trabalho -20 ~ 70ºC Tensão de operação 5V Corrente de operação 510mA com brilho da tela no máximo Fonte: Nextion, 2020. 36 2.1.5 Sensor DHT11 O sensor DHT11 é um dos componentes mais práticos quando se trata de medição de temperatura e umidade em pequenos projetos. Como deseja-se fazer um acompanhamento do ambiente, para em seguida fazer diversas comparações de como a umidade do solo se comporta em dias com climas diferentes, e por possuir características (Observe Tabela 5) que se encaixam nas nossas necessidades, o DHT11 tornou-se uma excelente escolha para se trabalhar. Tabela 5 – Características do sensor DHT11 Parâmetros Dados Faixa de medição de umidade 50% a 90% UR Faixa de medição de temperatura 0º a 50º Celsius Tensão de operação 3 – 5VDC (5.5VDC Máximo) Corrente 200µA a 500mA Precisão de medição de umidade ± 5,0% UR Precisão de medição de temperatura ± 2.0 ºC Fonte: FilipeFlop, 2013. 2.1.6 Válvula solenoide Jefferson (s.d) confirma que o atuador utilizado no processo, a válvula solenoide do modelo NF (normalmente fechado) possui uma bobina que ao receber corrente elétrica, gera-se um campo magnético, fazendo com que o êmbolo da válvula seja acionado, criando um sistema de abertura e fechamento. O campo magnético é o responsável pelo pino ser puxado para o centro da bobina, abrindo a válvula e liberando a passagem do fluído. Entretanto, quando a bobina perde energia, o pino 37 exerce uma força através de seu peso e da mola instalada, fechando a válvula e consequentemente bloqueando a passagem do fluído. Foi feito a escolha da válvula solenoide devido a sua simples utilização, custo e eficiência, possuindo características (Veja Tabela 6) que atendem as necessidades do projeto. Tabela 6 – Características da válvula solenoide Parâmetros Dados Tensão bobina 127 VCA / 60Hz Fluxo máximo de água 40 L/min Temperatura máxima 60 ºC Medida dos bocais Entrada: ¾" – Saída: ¼" Corpo Termoplástico Modelo NF com 1 canal Fonte: Emicol, 2020. 2.1.7 NodeMCU “O NodeMCU é uma plataforma open source da família ESP8266 criado para ser utilizado no desenvolvimento de projetos IoT” (MASTERWALKER, 2017, n.p). A escolha da NodeMCU se baseou na necessidade de exportar e acompanhar os dados via nuvem. Por possuir WiFi nativo, baixo consumo de energia e características (Observe Tabela 7) que suprem nossa necessidade, a placa se tornou uma excelente opção de implementação. 38 Tabela 7 – Características do NodeMCU Parâmetros Dados Tensão de operação 5V DC Memória Flash 4 MB Memória RAM 128 Kb Temperatura de operação -40 ºC até 125 ºC Pinos operacionais 3.3V DC Corrente máxima 12 mA Fonte: Blog MasterWalker, 2017. 2.1.8 Conversor de Nível Lógico Bidirecional O conversor é um pequeno módulo capaz de diminuir sinais lógicos de 5V para 3,3V ou elevar de 3,3V para 5V. “Considerado bidirecional, conta com dois pares de pinos de nível elevado para o rebaixado, e vice-versa, possuindo duas entradas e saídas em cada lado, o que possibilita trabalhar de forma independente” (USINAINFO, 2020, n.p.). A necessidade de converter os sinais lógicos que o Arduino (5V) transmitia via serial para a NodeMCU (3,3V), obrigou o uso do conversor que através de suas características (Veja Tabela 8), atendem as necessidades para que os dois controladores se “comunicassem”. 39 Tabela 8 – Características do Conversor Bidirecional Parâmetros Dados Modelo CNL8 Alta tensão 5V Baixa tensão 3,3V GND/VCCA/VCCB Tensão de Referência Quantidade de canais 8 canais independentes Fonte: Usinainfo, 2020. 2.1.9 Materiais auxiliares Foram utilizados alguns materiais auxiliares no desenvolvimento, tais como, mangueira de jardim, presilhas, chuveirinho de banheiro, jumpers, caixa em MDF, protoboard, fio de cobre para as ligações de energia elétrica, plugue e tomadas. 2.2 PLATAFORMAS Logo abaixo, será apresentada uma breve descrição das características de cada plataforma utilizada no desenvolvimento do projeto. 2.2.1 IDE do Arduino A IDE do Arduino (Veja Figura 14) é um software gratuito de desenvolvimento que faz a gravação do código diretamente no microcontrolador. 40 Dentro da IDE, encontra-se diversas ferramentas que auxiliam na criação do código, como editores e compiladores, demonstrando sua funcionalidade e versatilidade. Figura 14 – IDE do Arduino. Fonte: Os autores. 2.2.2 Nextion Editor O NextionEditor (Observe Figura 15) é um software de desenvolvimento para a plataforma Nextion, onde pode-se facilmente montar interfaces IHM, simplesmente arrastando e soltando componentes na sua tela, como: controles deslizantes, gráficos, botões, textos, imagens, animações etc. 41 Figura 15 – Nextion Editor. Fonte: Os autores. 2.2.3 IBM Cloud – Internet of Things (IoT) A IBM Cloud – Internet of Things (IoT) é uma plataforma em nuvem gratuita que permite receber dados via wireless, trabalhá-los, e demonstrá-los através de interfaces gráficas e numéricas (Veja Figura 16). 42 Figura 16 – Exemplo de um gráfico da plataforma em nuvem. Fonte: IBM Watson. 2.3 METODOLOGIA O propósito inicial do projeto é elaborar um sistema de irrigação automático controlado através do nível de umidade do solo. Utilizando como referência um nível de umidade definido pelos autores, se a umidade recuar a um nível menor que o estabelecido, o sistema atuará uma válvula que fará a irrigação por um certo tempo até a umidade do solo atingir o valor estabelecido. As condições das variáveis serão constantemente monitoradas em um sistema supervisório local e em nuvem, desenvolvidos pelos autores. 2.3.1 Desenvolvimento do circuito eletrônico Todos os componentes foram pensados e escolhidos pelos autores com o propósito de elaborar um projeto rentável e que apresentasse bons resultados. 43 Inicialmente foram posicionados todos os componentes em uma protoboard para a comunicação com o Arduino, o dispositivo Nextion e a ESP8266. Foram utilizados ¾ dos barramentos externos da protoboard para energização de 5V, e ¼ restante para a energização de 3,3V (Veja Figura 17), voltados para a alimentação dos componentes, energia essa fornecida pelo próprio Arduino, que por sua vez, foi alimentado diretamente por uma fonte externa. Figura 17 – Alimentação dos barramentos. Fonte: Os autores. O módulo do sensor de umidade do solo possui quatro pinos de conexão, sendo dois para a alimentação e dois para dados. Em relação aos pinos de saída de dados, um é utilizado para saída analógica (AO) e outro para saída digital (DO) (Observe Figura 18). 44 Figura 18 – Módulo sensor umidade do solo. Fonte: Usinainfo. O sensor DHT11 possui quatro pinos de conexão, sendo dois para a alimentação, um para dados e o outro sem conexão (NC) (Observe Figura 19). Dentro do sensor, existe um microcontrolador integrado responsável por fazer as medições e transmiti-las no formato digital através do pino de saída de dados. A Aosong (s.d), fabricante do componente, concorda que o interessante é a forma como é realizada a transferência de dados entre o microcontrolador e o DHT11, pois a partir de seu protocolo de comunicação, os dados são enviados e recebidos por um único barramento serial, ou seja, a comunicação ocorre nos dois sentidos, do sensor para o microcontrolador e vice-versa. Após a leitura do sensor, os dados são enviados em 5 segmentos de 8 bits (40bits): • Os dois primeiros bytes referem-se ao valor medido da umidade do ar de forma integral e decimal respectivamente; • O terceiro e quarto bytes referem-se ao valor medido da temperatura de forma integral e decimal respectivamente; • O último byte é o checksum dos dados. 45 Figura 19 – Sensor DHT11. Fonte: RoboCore. O sinal de saída do sensor de umidade de solo é analógico, e de acordo com a tensão de referência trabalhada, vai variar de 0 a 5V. Como o ATmega328 possui 10 bits de resolução, ao utilizar uma tensão contínua de 5V, temos uma resolução de: Conforme calculado, as entradas analógicas possuem um valor de degrau de aproximadamente 4,88mV, e através da função AnalogRead, na programação, é possível converter em um número inteiro que varia de 0 a 1023 conforme a entrada. No final, os valores inteiros de 0 a 1023 são mapeados para um novo valor mínimo e um novo valor máximo, de 0 a 100 respectivamente (Veja Figura 20). Figura 20 – Linha de código que faz o mapeamento do sinal do sensor. Fonte: Os autores. Desta maneira, utilizaram-se os seguintes pinos de entradas analógicas que possuem um conversor A/D para realizar a conexão: 46 • Saída analógica A0 do módulo do sensor de umidade do solo foi conectado na entrada analógica A1 do Arduino; • Pino de dados do DHT11 foi conectado na entrada analógica A0 do Arduino. Os sensores são alimentados diretamente pelo Arduino ligado à protoboard com uma tensão contínua de 5V. O display Nextion possui quatro pinos de conexão, sendo dois para a alimentação e outros dois para comunicação serial (RX e TX) (Observe Figura 21). Figura 21 – Conexões Nextion. Fonte: Laboratório de Garagem. A comunicação foi feita realizando as seguintes ligações: • O pino de comunicação RX do display Nextion foi conectado no pino TX do Arduino; • O pino de comunicação TX do display Nextion foi conectado no pino RX do Arduino. As conexões de alimentação do Nextion são ligadas em uma fonte externa, pois o Arduino não é capaz de fornecer corrente suficiente para o Nextion operar. O Arduino fornece em suas saídas uma corrente máxima de 40mA, insuficiente para o Nextion que trabalha com aproximadamente 500mA. O módulo relé possui as conexões de alimentação e entrada digital que receberá a informação para atuar ou não a válvula solenoide. Além disso, possui os bornes com os contatos NA, NF e Comum, para controlar a válvula (Observe Figura 22). 47 Figura 22 – Módulo Relé. Fonte: Eletrogate. A comunicação foi feita realizando a seguinte ligação: • O pino de entrada de dados (IN) foi conectado no pino digital 10 do Arduino. A alimentação foi feita de forma semelhante aos demais equipamentos, conectando seus pinos de alimentação (VCC e GND) nos barramentos de energia de 5V da protoboard. A válvula solenoide foi conectada no Comum do relé e no plugue de energia, ligado em 127V, que está em série com o contato Normalmente Fechado (NF), portanto, ao receber um sinal lógico “True” na entrada do relé, a válvula irá atuar, liberando o fluxo de fluído. Para a comunicação com a nuvem, foi utilizado a placa de desenvolvimento NodeMCU (Veja Figura 23), que foi interligada ao Arduino através de um conversor de sinal lógico devido a sua diferença de tensão de trabalho. O Arduino trabalha em 5V e a NodeMCU em 3,3V. 48 Figura 23 – Composição da Placa NodeMCU. Fonte: Blog MasterWalker. As ligações de alimentação do conversor de sinal (Observe Figura 24) foram feitas utilizando os seguintes pinos: • Os pinos VCCA e GND, superiores e inferiores, foram conectados ao barramento exterior da protoboard alimentados com 3,3V; • Os pinos VCCB e GND, superiores e inferiores, foram conectados ao barramento exterior da protoboard alimentados com 5V. Figura 24 – Representação esquemática do conversor de sinais. Fonte: Os autores. 49 Para a comunicação de dados entre o Arduino e a NodeMCU, foi necessário a criação de duas portas seriais extras no Arduino que foram definidas pelos autores a serem os pinos digitais 6 e 7 do Arduino. A comunicação foi feita realizando as seguintes conexões: • O pino digital D6 do Arduino foi conectado ao canal B0 do conversor, que pertence ao conjunto de canais de 5V; • O pino digital D7 do Arduino foi conectado ao canal B1 do conversor, que pertence ao conjunto de canais de 5V; • O pino A0, referente ao sinal lógico recebido pela porta B0 convertido para 3,3V, foi conectado ao pino TX da NodeMCU; • O pino A1, referente ao sinal lógico recebido pela porta B1 convertido para 3,3V, foi conectado ao pino RX da NodeMCU. No esquemático abaixo (Veja Figura 25), foi criado uma representação do circuito desenvolvido. Figura 25 – Esquemático do circuito desenvolvido.Fonte: Os autores. 50 2.3.2 Desenvolvimento do sistema supervisório Como citado anteriormente, para a criação da tela do supervisório, foi utilizado o software Nextion Editor. Inicialmente foram criadas as ferramentas de uso e feito os posicionamentos na tela de desenvolvimento (Veja Figura 26). Para a criação da tela do projeto utilizou-se: • Uma imagem de fundo; • Um gráfico de linhas, que irá mostrar em tempo real todos os dados coletados pelos sensores de forma trabalhada para o projeto; • Três barras de progressão, que irão mostrar uma animação conforme os dados oscilem; • Três caixas de texto que mostrarão de forma numérica, a porcentagem de umidade do solo e do ar, além do valor da temperatura em ºC em tempo real; • Algumas caixas de texto para descrição do que está sendo mostrado. Figura 26 – Desenvolvimento da interface do supervisório. Fonte: Os autores. 51 Nas barras de progressão foi feito algumas configurações (Observe Figura 27) como a identidade (id) e o nome do objeto (objname), necessárias para fazer a comunicação com o Arduino, vinculando os dados trabalhados dos sensores com a barra de progresso através do id declarado no código (Veja Figura 28). No caso, exemplificou-se a barra de temperatura, porém o conceito se aplica igualmente às barras de progresso das umidades. Figura 27 – Configuração de uma ferramenta. Fonte: Os autores. Figura 28 – Linha de código com configurações a serem declaradas. Fonte: Os autores. 52 Na animação de progresso, foi necessário utilizar duas imagens parecidas, uma com o interior transparente e a outra com o interior preenchido (No caso utilizou-se vermelho), além de necessariamente possuírem valores de id diferentes (Veja Figura 29). Figura 29 – Imagens para animação. Fonte: Os autores. Na configuração da barra de progresso, é necessário incluir as identidades (id) das duas imagens que serão envolvidas na animação da seguinte maneira: • bpic = id da imagem transparente, que ficará por baixo (No caso da barra de temperatura, utilizou-se o id = 18, referente a imagem do termômetro transparente); • ppic = id da imagem preenchida, que conforme for aumentando o valor recebido pelo sensor, irá sobrepondo proporcionalmente a imagem transparente (No caso da barra de temperatura, utilizou-se o id = 17, referente a imagem do termômetro com interior preenchido). 2.3.3 Desenvolvimento da interface gráfica na nuvem. Inicialmente, para fazer uso das ferramentas da plataforma, foi criado uma conta gratuita no site da IBM. Após finalizar a criação da conta, são geradas algumas chaves de autenticação, responsáveis por fazer a ponte de comunicação via 53 protocolo MQTT entre a plataforma em nuvem com o controlador ESP8266 para a transferência de dados. Em seguida, foi necessário criar um dispositivo que é responsável por receber os dados transmitidos pela ESP8266 (Veja Figura 30). Figura 30 – Identificação das chaves geradas e do dispositivo criado. Fonte: Os autores. Com a comunicação e a transferência de dados já estabelecidos, foi criado uma interface gráfica para cada variável coletada pelos sensores, que exibirão os valores em tempo real (Veja Figura 31). 54 Figura 31 – Interface gráfica das variáveis a serem monitoradas. Fonte: Os autores. 2.3.4 Acabamentos Foi utilizado uma caixa em MDF (20x20x8) para o acabamento do projeto, onde foi cortada em sua tampa um retângulo (15,7x9) para o posicionamento e visualização do dispositivo Nextion. Em sua lateral, foram feitos vários furos para as saídas dos fios de sensores e alimentação. Todo o circuito foi colocado dentro na caixa, para uma melhor organização do projeto. Por último, a caixa foi pintada de preto (Observe Figura 32). 55 Figura 32 – Visualização do sistema supervisório elaborado. Fonte: Os autores. Para a parte de irrigação, foi implantado um bico com presilha na torneira para acoplamento da mangueira de jardim. Na outra ponta da mangueira foi ligado a válvula através de outro bico com presilha. A saída da válvula foi ligada em outro pedaço de mangueira de jardim que por sua vez, possui um chuveirinho de banheiro para reduzir a vazão e espalhar a água (Observe Figura 33). 56 Figura 33 – Projeto construído e implementado. Fonte: Os autores. É importante ressaltar que os tamanhos das mangueiras são relativos, dependem do posicionamento do sistema em relação a área que será regada, quanto mais distante, maior será a mangueira. No caso, foi utilizado 1,5m para cada mangueira. Com o projeto finalizado e funcional, foram realizados testes em condições climáticas diferentes para uma melhor análise dos resultados, que serão apresentados e detalhados no capítulo seguinte. 57 3 TESTES E RESULTADOS A seguir serão apresentados de forma detalhada os testes e resultados, assim como os problemas encontrados e as soluções, utilizando o sistema supervisório local e o monitoramento em nuvem, onde foi desenvolvido duas programações distintas para cada controlador utilizado (Arduino e ESP8266). 3.1 ANÁLISE DE DADOS NO SUPERVISÓRIO LOCAL Para o início dos testes, a primeira etapa realizada foi a calibração dos sensores a partir de uma referência conhecida. No caso do sensor de umidade do solo, foram escolhidos diferentes meios para medição, estando primeiramente fora de contato com qualquer superfície e depois posicionado dentro de um copo com água (0% e 100% de umidade, respectivamente) (Observe Figura 34). Figura 34 – Teste calibração do sensor de umidade do solo. Fonte: Os autores. 58 Para calibrar o DHT11, foi utilizado o método de comparação com outros equipamentos que realizam a mesma função de medir temperatura e umidade do ar. Para calibrar a temperatura, utilizou-se termômetros em um ambiente externo e um equipamento de ar-condicionado para ambientes internos, a fim de variar a temperatura do local, comparando os valores medidos pelo sensor com os valores medidos nos equipamentos. No caso da umidade do ar, fez-se o uso de um umidificador para variar a umidade em um ambiente fechado, permitindo que o sensor variasse sua leitura de forma gradativa, comparando de forma paralela com a medição do umidificador (Observe Figura 35). Figura 35 – Calibração do DHT11. Fonte: Os autores. Com os sensores devidamente calibrados e o monitoramento no supervisório exibindo os valores coerentes (Veja Figura 36), a segunda etapa foi a análise do limite mínimo de umidade, assim como o tempo de atuação da válvula. 59 Figura 36 – Acompanhamento das variáveis calibradas no supervisório. Fonte: Os autores. Inicialmente, para ampliar a área de irrigação, distribuindo a água de uma forma mais suave, a mangueira com o chuveirinho foi posicionada a uma altura de aproximadamente 50cm acima do solo (Veja Figura 37). 60 Figura 37 – Posicionamento da mangueira na planta. Fonte: Os autores. Em um primeiro momento, foi utilizado para teste, um limite mínimo de 45% de umidade do solo com 5s de irrigação constante, levando-se em conta uma torneira parcialmente aberta e a sonda posicionada a aproximadamente 10cm de profundidade no solo. Ao chegar em 44% de umidade do solo, abaixo do limite mínimo, a válvula é aberta, liberando o fluxo de água, irrigando a planta (Observe Figura 38). Porém percebeu-se que a variação da umidade do solo é lenta, e por isso, a superfície do solo antes da irrigação já se encontrava parcialmente seca (Lembrando que a sonda estava a 10cm de profundidade). 61 Figura 38 – Irrigação da planta com limite abaixo de 45% de umidade do solo. Fonte: Os autores. Ao analisar o resultado juntamente com a situação da plantaantes da irrigação, foi decidido testar com um limite mínimo maior, com a intenção de deixar o solo sempre úmido. Em um segundo teste, foi alterado o valor mínimo de umidade do solo para 75% com 3s de irrigação constante. A vazão da torneira, o posicionamento do chuveirinho e a profundidade da sonda permaneceram inalterados. Ao atingir 74% de umidade do solo (Observe Figura 39), abaixo do valor mínimo, ocorreu a irrigação durante 3s. 62 Figura 39 – Irrigação da planta com limite abaixo de 75% de umidade do solo. Fonte: Os autores. Ao analisar o resultado do segundo teste, momentos antes da irrigação, a superfície do solo não se encontrava tão seca quanto no primeiro teste e a camada medida a 10cm de profundidade encontrava-se parcialmente úmida. Devido ao curto tempo de irrigação (3s), a planta recebe um pequeno volume de água, fazendo com que o solo permaneça com uma umidade relativamente adequada e aceitável. Com todas as configurações feitas, foram realizados testes em ambientes diferentes. O primeiro teste foi feito para analisar a variação das leituras dos sensores em um ambiente interno fechado, em um período vespertino, com intervalo de 20min entre as amostragens (Observe Quadro 1). 63 Quadro 1 – Teste em ambiente interno fechado. Hora Temperatura (ºC) Umidade ar (%) Umidade solo (%) 18:00 31 48 89 18:20 30 43 90 18:40 30 42 89 19:00 30 42 90 19:20 29 41 86 19:40 30 44 86 20:00 30 50 85 20:20 30 50 85 20:40 30 53 84 21:00 30 54 84 21:20 29 55 85 21:40 29 52 85 22:00 28 51 85 22:20 28 53 85 22:40 28 55 84 23:00 27 54 84 23:20 28 53 84 23:40 28 51 80 00:00 28 50 80 Fonte: Os autores. Ao analisar os dados coletados, percebeu-se que a umidade do solo foi diminuindo gradativamente, o que pode ser explicado devido a temperatura parcialmente elevada no ambiente. Com relação a umidade do ar, foi ligado um umidificador das 19h15min às 21h15min, direcionado de forma oposta ao sistema, fazendo com que a umidade variasse nesse período. Após desligar o umidificador, a tendência da umidade do ar foi de diminuir (Veja Figura 40). 64 Figura 40 – Oscilação das variáveis em um ambiente interno fechado. Fonte: Os autores. Em um segundo teste, o sistema foi instalado durante boa parte do dia em uma área externa coberta sem incidência do sol no período da manhã, com um intervalo de 1h entre as amostragens (Veja Quadro 2). 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Teste em Ambiente Interno Fechado Umidade Solo (%) Umidade Ar (%) Temperatura (ºC) 65 Quadro 2 – Teste em ambiente externo. Hora Temperatura (ºC) Umidade ar (%) Umidade solo (%) 08:00 31 48 89 09:00 30 43 90 10:00 30 42 89 11:00 30 42 90 12:00 29 41 86 13:00 30 44 86 14:00 30 50 85 15:00 30 50 85 16:00 30 53 84 17:00 30 54 84 18:00 29 55 85 19:00 29 52 85 20:00 28 51 85 21:00 28 53 85 Fonte: Os autores. Percebe-se que com o aumento da temperatura, a tendência da umidade do ar é diminuir. Em relação a umidade do solo, ao analisar o comportamento no período da manhã, por estar posicionado em uma área com sombra, não teve tanta variação mesmo com o aumento da temperatura e diminuição da umidade do ar. Após as 14h, momento em que o sol começa a incidir sobre a planta, a umidade do solo começa a diminuir gradativamente. Ao chegar no valor mínimo de umidade do solo estabelecido (74%), a válvula é acionada, irrigando a planta durante 5s, elevando novamente a umidade do solo para 92% (Observe Figura 41). Vale ressaltar que ocorreu uma breve garoa das 14h30min às 14h40min, refletindo na oscilação da variável da umidade do ar nesse período. 66 Figura 41 – Oscilação das variáveis em um ambiente externo. Fonte: Os autores. Na sequência foi realizado testes para analisar os dados a partir da implementação do sistema em nuvem, para um melhor acompanhamento das variáveis. 3.2 ANÁLISE DE DADOS NO MONITORAMENTO EM NUVEM Logo no primeiro teste, foi encontrado o primeiro obstáculo a ser resolvido. Os dados eram enviados da NodeMCU para o servidor de caractere por caractere. Por exemplo, quando deveria ser enviado o valor 52 de umidade do ar, o caractere “5” era enviado para a variável de umidade do ar na nuvem e o caractere “2” para a variável de umidade do solo na nuvem, comprometendo totalmente o monitoramento gráfico. Devido a esse problema, foi desenvolvido uma complexa programação, agrupando os caracteres de cada variável enviada, para que o servidor conseguisse reproduzir os dados de forma correta e demonstrar de forma gráfica. 79 80 79 79 77 77 77 75 74 92 88 86 85 84 64 67 65 62 59 52 52 55 48 47 48 49 50 51 25 26 27 27 28 30 31 31 32 33 33 32 29 28 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 100 08:00 09:00 10:00 11:00 12:00 13:00 14:00 15:00 16:00 17:00 18:00 19:00 20:00 21:00 Teste Ambiente Externo Umidade Solo (%) Umidade Ar (%) Temperatura (ºC) 67 Na programação (Veja Figura 42) foi criada uma lógica, onde é enviado uma letra para a NodeMCU e após ela, são enviados os valores da primeira variável, para que ocorra a separação dos números enviados de cada variável. Em seguida, foi criado uma condição para coletar esses caracteres enviados, agrupar em uma única variável do tipo char e enviar para o servidor. Essa condição foi replicada para as demais variáveis existentes. Figura 42 – Lógica de separação dos caracteres de cada variável. Fonte: Os autores. 68 Como a lógica foi desenvolvida para trabalhar as variáveis com dois dígitos, foi criado uma outra condição para que quando o sensor atingisse um valor inferior a 10, ou seja, com apenas um caractere, o valor enviado fique constantemente em 10. Do mesmo modo, foi criado a mesma condição para valores superiores a 99, ou seja, com três caracteres, enviando constantemente o valor 99 (Observe Figura 43). Isso foi necessário para fins de demonstração, pois ao tirar o sensor da planta, ele logo iria para zero e atrapalharia a interface gráfica. Figura 43 – Lógica para limitação dos dígitos enviados a nuvem. Fonte: Os autores. Após resolver o problema descrito anteriormente, foi realizado um teste durante 5min de coleta de dados para analisar o comportamento de forma simultânea entre o supervisório local e o monitoramento em nuvem (Observe Figuras 44, 45, 46 e 47). 69 Figura 44 – Acompanhamento da temperatura pela nuvem. Fonte: Os autores. 70 Figura 45 – Acompanhamento da umidade do ar pela nuvem. Fonte: Os autores. 71 Figura 46 – Acompanhamento da umidade do solo pela nuvem. Fonte: Os autores. 72 Figura 47 – Acompanhamento das variáveis no supervisório local. Fonte: Os autores. A partir dos dados coletados observou-se que os resultados estavam coerentes e que o problema havia sido resolvido. 73 CONCLUSÃO O objetivo deste trabalho foi desenvolver e implementar um sistema de irrigação automatizado, com supervisório local e em nuvem. Com o constante avanço da tecnologia em todos os segmentos, procurou-se demonstrar a importância da automação na agricultura, permitindo o acionamento da irrigação de maneira automática e programada. Em resposta as hipóteses levantadas no início deste trabalho, pode-se concluir que o sistema de irrigação automático será cada vez mais usado futuramente devido ao grande avanço da tecnologia na agricultura e a praticidade que esse sistema levará aos agricultores, pois todas as plantas serão sempre regadas quando necessário, sem a necessidade de intervenção humana. Em relação aos possíveis aprimoramentos, observou-se durante o desenvolvimento desse sistema as seguintes ideias:• Derivação de canais para diferentes plantas; • Sensor de chuva; • Sensor de vazão, para uma possível economia de água; • Desenvolvimento de um banco de dados para o armazenamento das informações coletadas, gerando históricos, garantindo um melhor controle no sistema. Após a realização de todos os testes, pode-se concluir que a planta será mais afetada durante o período da tarde, onde a concentração de calor será maior e fará com que a água presente no solo evapore mais rapidamente, causando a atuação da válvula para que a planta seja regada e atinja o nível de umidade desejado. Com o supervisório tanto local quanto em nuvem, pode-se acompanhar esse processo juntamente com a temperatura e a umidade do ar no ambiente, onde a temperatura do ambiente será inversamente proporcional as umidades do solo e do ar, pois quanto mais elevada for a temperatura, a tendência será a umidade do solo e a umidade do ar diminuírem. 74 Devido as dificuldades e limitações encontradas durante o ano, este trabalho precisou ser readaptado para uma proporção menor e foi implantado em uma residência. Mediante todos os objetivos alcançados e com resultados satisfatórios, concluiu-se que o sistema cumpriu seus princípios fundamentais, ficando como sugestões a trabalhos futuros, sua expansão e aprimoramentos citados anteriormente. 75 REFERÊNCIAS AGROPÓS. Irrigação por Aspersão: Saiba Tudo Sobre esse Assunto! Disponível em: https://agropos.com.br/irrigacao-por- aspersao/#:~:text=A%20irriga%C3%A7%C3%A3o%20por%20aspers%C3%A3o%20 %C3%A9,pulveriza%C3%A7%C3%A3o%20do%20jato%20de%20%C3%A1gua. Acesso em: 05 dez. 2020. ALBUQUERQUE, Pedro Urbano B; THOMAZINI, Daniel. Sensores Industriais: Fundamentos e Aplicações. 8. ed. São Paulo: Érica, 2011. BERTELLI, Guilherme P. M. Sistema de Controle e Supervisão da Estação de Processos MPS PA via Plataforma BeagleBone. 2015. 50 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Mecatrônica) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal. BERTOLETI, Pedro. NodeMCU – primeiros passos (MIC160). 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