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AV2 - Pratica Penal

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Prévia do material em texto

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ____ Vara Criminal da Comarca 
de XXXXXX do Estado XXXXXXX 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Processo nº: 0000000 
 
 
 
 
RENATO, já qualificado nos autos da ação penal em epígrafe 
que lhe move o Ministério Público, por meio de seu Advogado que a esta 
subscreve, vem, tempestivamente, à presença de Vossa Excelência, não se 
conformando com a sentença condenatória encartada nos autos d, com espeque no 
artigo 593, inciso I, do Código de Processo Penal, interpor: 
 
 
RECURSO DE APELAÇÃO CRIMINAL 
 
 
Para a Colenda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do 
Estado, requerendo, desde já, seja recebido, autuado o presente recurso com as inclusas 
razões de apelação, pugnando pela válida intimação da parte recorrida para 
apresentação de contrarrazões, bem como que seja encaminhado, posteriormente à 
Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, para apreciação. 
Termos em que pede deferimento. 
Estado - XX, 15 de junho de 2021. 
Advogado 
OAB/XX nº 
 
 
 
 
 
RAZÕES DE APELAÇÃO 
 
APELANTE: RENATO 
APELADO: MINISTÉRIO PUBLICO 
 
 
 
Egrégio Tribunal de Justiça, 
Colenda Câmara Criminal, 
Senhores Desembargadores. 
 
 
Em que pese o notório saber jurídico do Magistrado 
sentenciante, merece reforma a sentença condenatória encartada nos autos, conclusão a 
que chegará esta colenda câmara criminal após análise das razões fáticas e jurídicas a 
seguir: 
DOS FATOS 
 
 
 
 
 
 
Renato foi denunciado por roubo (art. 157 do Código Penal). A 
denúncia foi recebida, tendo o réu sido citado e apresentado resposta à acusação, na 
qual foram arroladas cinco testemunhas de defesa. 
 
 
 Na audiência de instrução e julgamento, a vítima reconheceu 
Renato na mesa da audiência. 
 
 
 Foram ouvidas sete testemunhas da acusação, que afirmaram 
que SOUBERAM DO ROUBO, mas não o presenciaram, nem conheciam o acusado. 
 
 
Foram ouvidas cinco das testemunhas arroladas pela defesa, 
tendo todas elas somente feito referência à boa personalidade e ao bom comportamento 
de Renato. 
 
Ao final, foi interrogado o acusado. Em alegações finais, o 
Ministério Público pleiteou a condenação, ao passo que a defesa postulou pela 
absolvição. 
 
Na sentença, o juiz condenou Renato, fixando, respectivamente, 
a pena-base no mínimo legal de 4 anos de reclusão e 10 dias-multa, e cada dia-multa, 
em um trigésimo do salário mínimo. 
 
 
Em análise ao processo em epígrafe, percebe-se que a r. sentença 
condenatória fundou-se em conjunto probatório frágil, não devendo, de forma alguma, 
ter ensejado em condenação, não nos termos descritos, visto a ausência de autoria no 
crime que lhe foi imputado, ferindo o Princípio da Presunção de Inocência. 
 
 
PRELIMINARMENTE 
 
 
 
DA NULIDADE DO RECONHECIMENTO POR DESACORDO COM A 
FORMALIDADE INDICADA NO ART. 226 CPP 
 
 
O ponto merecedor de análise por Vossas Excelências, a respeito 
da produção de provas, é sobre a afronta direta ao artigo 226, Código de Processo Penal. 
 
O reconhecimento do reu, conforme apresentado no caso em 
comento, ocorreu quando a vítima reconheceu Renato na mesa da audiência, algo no 
mínimo espantoso, pois o procedimento de reconhecimento do réu, é claro e objetivo, 
na sua realização, vejamos o art. em comento: 
 
 
Art. 226. Quando houver necessidade 
de fazer-se o reconhecimento de pessoa, 
proceder-se-á pela seguinte forma: 
I - a pessoa que tiver de fazer o 
reconhecimento será convidada a 
descrever a pessoa que deva ser 
reconhecida; 
Il - a pessoa, cujo reconhecimento se 
pretender, será colocada, se possível, ao 
lado de outras que com ela tiverem 
qualquer semelhança, convidando-se 
quem tiver de fazer o reconhecimento a 
apontá-la; 
III - se houver razão para recear que a 
pessoa chamada para o 
reconhecimento, por efeito de 
intimidação ou outra influência, não 
diga a verdade em face da pessoa que 
deve ser reconhecida, a autoridade 
providenciará para que esta não veja 
aquela; 
IV - do ato de reconhecimento lavrar-
se-á auto pormenorizado, subscrito pela 
autoridade, pela pessoa chamada para 
proceder ao reconhecimento e por duas 
testemunhas presenciais. 
Parágrafo único. O disposto no no III 
deste artigo não terá aplicação na fase 
da instrução criminal ou em plenário de 
julgamento. 
 
Após leitura do referido, observa-se que não foi feito a descrição 
do réu pela vitima, não foram colocados em local apropriado, ao lado de outras pessoas 
que tivessem características parecidas e ato continuo, não foi feito lavratura de auto 
pormenorizado, pois nada disso seria possível, uma vez que o mesmo foi reconhecido 
em mesa de audiência. 
 
Ademais, o ato de reconhecimento lavrado, sequer detém duas 
testemunhas presenciais, conforme preleciona o inciso IV do artigo 226 do CPP, o que 
reitera a falta de cuidado e comprometimento na produção de provas. 
 
O STJ inclusive julgou recentemente o HC Nº 598.886/SC 
92020/0179682-3), o qual leciona acerca da necessidade de observância do 
procedimento previsto no art. 226, CPP, não se tratando de mera recomendação do 
legislador, vejamos: 
 
O reconhecimento de pessoas deve, portanto, observar o 
procedimento previsto no art. 226 do Código de Processo Penal, cujas formalidades 
constituem garantia mínima para quem se vê na condição de suspeito da prática de um 
crime, não se tratando, como se tem compreendido, de "mera recomendação" do 
legislador. Em verdade, a inobservância de tal procedimento enseja a nulidade da prova 
e, portanto, não pode servir de lastro para sua condenação, ainda que confirmado, em 
juízo, o ato realizado na fase inquisitorial, a menos que outras provas, por si mesmas, 
conduzam o magistrado a convencer-se acerca da autoria delitiva. Nada obsta, ressalve-
se, que o juiz realize, em juízo, o ato de reconhecimento formal, desde que observado o 
devido procedimento probatório. 
Doutos julgadores, a única possibilidade que deve ocorrer no 
caso do réu, é anulação do ato de reconhecimento, uma vez que esse não se ateve ao 
devido procedimento, que deve ser preconizado em sede de audiência, sendo assim, 
roga por sua nulidade. 
 
 
DO DIREITO 
 
INSUFICIÊNCIA DE PROVAS E DESCONSIDERAÇÃO TESTEMUNHAL 
 
Amparou-se a sentença exarada exclusivamente em um conjunto 
probatório frágil, pois não demonstrou com clareza a participação do apelante na 
empreitada criminosa. De fato, o caso em comento apresentado, trata-se de uma 
acusação, baseada em um reconhecimento nulo e testemunhas que afirmaram que 
SOUBERAM DO ROUBO, mas não o presenciaram, nem conheciam o acusado. 
 
Ora, doutos julgadores, não se pode referendar, uma sentença 
que se baseou em “fofocas” (jargão popularmente usado), e um reconhecimento nulo, 
para manter o uma condenação. 
 
A bem da verdade, doutos julgadores, devem ser 
desconsideradas tais testemunhas arroladas pelo MP, uma vez que estas não 
participaram do fato, não tiveram observância in loco e nem sequer conheciam da 
pessoa do acusado. Devendo assim, serem desconsideradas as provas, outro 
reconhecidas pelo magistrado sentenciante, que fez uso das mesmas para que baseasse, 
a condenação do réu. 
 
Havendo, pois, dúvida sobre a autoria, incerteza quanto à 
participação do apelante no delito, deve esta corte abraçar-se ao princípio do in dubio 
pro reo, para garantir a absolvição do apelante. Sobre o tema, vide lição de Nestor 
Távora e Rosmar Rodrigues Alencar, em sua obra Curso de Direito Processual Penal, 
11ª Edição, Editora Juspodivm, págs. 87 e 88, in verbis: 
 
 
“A dúvida sempre milita em favor do acusado (in 
dubio pro reo). Em verdade, na ponderação entre o 
direito de punir do Estado e o status libertatis do 
imputado, este último deve prevalecer. Como 
mencionado, este princípio mitiga, em parte, o 
princípio da isonomia processual, o que se justifica 
em razão do direito à liberdade envolvido – e dos 
riscosadvindos de eventual condenação 
equivocada. Neste contexto, o inciso VII, do 
art. 386, CPP, prevê como hipótese de absolvição 
do réu a ausência de provas suficientes a 
corroborar a imputação formulada pelo órgão 
acusador típica positivação do favor rei (também 
conhecido como favor inocentiae e favor 
libertatis).” 
 
 
 
Neste sentido também caminha a jurisprudência, conforme se 
verifica dos julgados abaixo, todos com grifo da defesa: 
 
 
 
TJ-AC - Apelação: APL Nº 0001088-
42.2009.8.01.0006 
PENAL. PROCESSO PENAL. APELAÇÃO 
CRIMINAL. CRIME CONTRA A DIGNIDADE 
SEXUAL. ESTUPRO DE VULNERÁVEL. 
RETRATAÇÃO DA VÍTIMA EM JUÍZO. 
DEMAIS ELEMENTOS DE PROVA QUE NÃO 
DÃO CERTEZA DA MATERIALIDADE 
DELITIVA. DÚVIDA INSTAURADA. 
APLICAÇÃO DO IN DUBIO PRO REO. 
ABSOLVIÇÃO QUE SE IMPÕE. RECURSO 
PROVIDO. 
No processo penal, a dúvida não pode militar em 
desfavor do réu, haja vista que a condenação, como 
medida rigorosa e privativa de uma liberdade 
pública constitucionalmente 
assegurada (Art. 5º, XV, LIV, LV, LVII e LXI, 
da CF), requer a demonstração cabal da autoria e 
materialidade, pressupostos autorizadores da 
condenação. 
Na hipótese de constarem nos autos elementos de 
prova que conduzam à dúvida acerca da ocorrência 
do crime, a absolvição é medida que se impõe, em 
observância ao princípio do in dubio pro reo. 
Recurso provido. 
TJ-MG - Apelação Criminal APR 
10145140035208001 MG (TJ-MG) 
Data de publicação: 24/03/2017 
Ementa: EMENTA APELAÇÕES CRIMINAIS - 
RECURSO DEFENSIVO: CRIME DE 
RESISTÊNCIA - ABSOLVIÇÃO - 
NECESSIDADE - AUSÊNCIA DE PROVA - 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641516/artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10730517/inciso-xv-do-artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10728364/inciso-liv-do-artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10728312/inciso-lv-do-artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10728238/inciso-lvii-do-artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10728090/inciso-lxi-do-artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
PRINCÍPIO DO IN DUBIO PRO REO - ROUBOS 
- REDUÇÃO DAS PENAS-BASE - 
POSSIBILIDADE - APELO MINISTERIAL: 
PREPONDERÂNCIA DA AGRAVANTE DA 
REINCIDÊNCIA EM DETRIMENTO DA 
ATENUANTE DA CONFISSÃO ESPONTÂNEA - 
VIABILIDADE - FIXAÇÃO DA PENA DE 
MULTA CONFORME O 
ARTIGO 72 DO CÓDIGO PENAL - 
INVIABILIDADE - RECONHECIMENTO DA 
CAUSA DE AUMENTO DA PENA DO EMPREGO 
DE ARMA - POSSIBILIDADE. Se não houver 
prova segura e judicializada da prática do crime 
descrito no artigo 329, caput, do Código Penal, é 
necessário absolver o acusado, pois a dúvida o 
favorece, conforme o princípio do in dubio pro reo. 
Se quase todas as circunstâncias judiciais do artigo 
59 do Codex forem favoráveis ao réu, é necessário 
reduzir as penas-base, mas não ao mínimo legal. É 
viável preponderar a agravante da reincidência em 
detrimento da atenuante da confissão espontânea se 
o réu for reincidente específico. Conforme 
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, o 
artigo 72 do Código Penal, que prevê a aplicação 
distinta e integral da pena pecuniária, se aplica 
somente nos casos de concursos material e formal, 
afastada a incidência do referido artigo na hipótese 
de crime continuado (HC 221.782/RJ, REsp 
909327/PR, REsp 858741/PR, HC 124398/SP, HC 
120.522/MG, HC 95641/DF). O emprego de arma de 
brinquedo (réplica) no crime de roubo caracteriza a 
majorante prevista no artigo 157, § 2º, inciso I, 
do Código Penal, uma vez que reduz 
substancialmente a capacidade de resistência da 
vítima. 
TJ-MT - Apelação APL 00079053020128110042 
134331/2015 (TJ-MT) 
Data de publicação: 21/03/2017 
Ementa: APELAÇÃO CRIMINAL – TRÁFICO 
DE ENTORPECENTES – CONDENAÇÃO – 
INCONFORMISMO DA DEFESA – ANELA A 
ABSOLVIÇÃO OU A DESCLASSIFICAÇÃO DA 
IMPUTAÇÃO PELO DELITO DE TRÁFICO DE 
DROGAS PARA A DE PORTE DE 
ENTORPECENTES PARA USO – PARCIAL 
POSSIBILIDADE – DESTINAÇÃO 
MERCANTIL NÃO CABALMENTE 
CARACTERIZADA – INSUFICIÊNCIA DE 
PROVAS ACERCA DA TRAFICÂNCIA – 
PRINCÍPIO DO “IN DUBIO PRO REO” – 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10631338/artigo-72-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10597668/artigo-329-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10631338/artigo-72-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10619340/artigo-157-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10619245/par%C3%A1grafo-2-artigo-157-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10619207/inciso-i-do-par%C3%A1grafo-2-do-artigo-157-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
APELO PARCIALMENTE PROVIDO. Imperiosa 
a desclassificação da imputação pelo delito de 
tráfico de drogas para o de porte de entorpecentes 
para uso quando – a despeito do afastamento da 
instância por absolvição – presentes dúvidas 
objetivas a respeito da destinação mercantil da 
substância ilícita, mormente diante de meras 
conjecturas, despidas de substrato probatório e, 
pois, inidôneas à comprovação cristalina da 
traficância [in dubio pro reo!]. (Ap 134331/2015, 
DES. ALBERTO FERREIRA DE SOUZA, 
SEGUNDA CÂMARA CRIMINAL, Julgado em 
15/03/2017, Publicado no DJE 21/03/2017) 
 
 
 
DA EMENDATIO LIBELLI 
 
O instituto da emendatio libelli é aplicado quando ocorre 
equívoco Ministerial quanto a real tipificação da conduta, o dispositivo permite ao 
magistrado atribuir ao fato uma nova tipificação, sem que haja modificação na narrativa 
fática dos fatos. 
 
E leciona (Avena, Norberto, 2019): 
 
“com efeito, o art. 383 do CPP que “o juiz, sem 
modificar a descrição do fato contida na denúncia 
ou queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica 
diversa, ainda que, em consequência, tenha de 
aplicar pena mais grave”. 
 
E o autor dar Exemplo de aplicação do instituto: 
 
Exemplo: denunciado o agente por crime de roubo 
capitulado no art. 157 do CP, sobrevém, no curso da 
instrução, a prova de que não houve violência nem 
grave ameaça. Diante disso, o juiz, suprimindo da 
inicial a referência à violência e à ameaça, condena 
o réu por furto simples. 
 
Ainda no mesmo entendimento, temos o voto do ministro Gilmar 
mendes, vejamos: 
O Supremo Tribunal Federal possui entendimento 
quanto à possibilidade de realização de emendatio 
libelli em segunda instância mediante recurso 
exclusivo da defesa, contanto que não gere 
reformatio in pejus, nos termos do art. 617 do 
Código de Processo Penal (v.g. HC nº 103.310/SP, 
Relator para acórdão o Ministro Gilmar Mendes, 
DJe de 8/5/15). 
 
De modo Excelência que, diante do conjunto probatório 
demonstrado nos autos, deve Vossa Excelência aplicar o instituto e desclassificar o delito 
de roubo para furto, pois finda a instrução processual não restou demonstrada a violência 
ou a grave ameaça. 
 
DA DESCLASSIFICAÇÃO DO DELITO DO ART. 157, PARA O CAPUT DO 
ART. 155 
 
O réu é acusado do delito de tentativa de roubo com o uso de 
arma, todavia é notória a deficiência probatória, pois mesmo finda a fase de instrução não 
restou provado, tampouco há nos autos apresentação de materialidade de arma, haja vista 
a inexistente pericial realizada na arma,como também não houve em momento algum 
demonstração efetiva de uso de arma, pois se a própria vítima, nem as testemunhas 
arroladas mencionam em seus depoimentos nada a este mérito, não pode ser um acusado 
em processo penal apenas por conjecturas, pois se revela falta de justa causa e contrário 
aos princípios do direito penal, de modo que é injusto que responda nas tenazes do 
diploma 157, mas sim àquele preceituado no art. 155, caput, do mesmo diploma legal, 
assim contemplando a aplicação da proporcionalidade entre a aplicação da sanção e do 
fato cometido, pois sequer houve ameaça ou violência contra a vítima, haja vista que os 
fatos não foram demonstrados. 
 
E assim leciona (Nucci, 2020) sobre o exposto acima: 
 
“Significa que as penas devem ser harmônicas à 
gravidade da infração penal cometida, não tendo 
cabimento o exagero, nem tampouco a extrema 
liberalidade na cominação das penas nos tipos 
penais incriminadores. 
EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL – ROUBO 
CIRCUNSTANCIADO PELO CONCURSO DE 
AGENTES, ROUBO SIMPLES E FURTO 
SIMPLES – CONDENAÇÃO – IRRESIGNAÇÃO 
DEFENSIVA – DESCLASSIFICAÇÃO DOS 
DELITOS DE ROUBO PARA FURTOS SIMPLES 
– AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DA 
EFETIVA AMEAÇA OU VIOLÊNCIA CONTRA A 
PESSOA – PARCIAL PERTINÊNCIA EM 
RELAÇÃO A APENAS UMA DAS CONDUTAS 
DELITIVAS – ROUBO SIMPLES – AUSÊNCIA 
DE PROVAS JUDICIAIS – INTELIGÊNCIA DO 
ART 155 DO CPP – IN DUBIO PRO REO – 
MANTIDA CONDENAÇÃO EM RELAÇÃO AO 
CRIME DE ROUBO MAJORADO – PALAVRAS 
SEGURAS E COERENTES DA VÍTIMA EM 
AMBAS AS FASES PROCESSUAIS SE 
SOBRESSAEM E COMPROVAM O EMPREGO 
DE EFETIVA AMEAÇA – INTIMIDAÇÃO 
CAPAZ DE SUBJUGÁ-LA – APELO 
PARCIALMENTE PROVIDO. Conquanto a vítima 
do delito de roubo simples tenha se mostrado 
coerente na fase inquisitorial, o fato de não ter 
comparecido em juízo para confirmar suas 
declarações, bem como nenhuma testemunha foi 
ouvida na fase judicial para dar amparo a suas 
declarações extrajudiciais, não há como prevalecer 
a acusação a respeito da efetiva ameaça empregada 
na conduta delitiva, consoante inteligência do art 
155 do Código de Processo Penal, de sorte que 
merece ser desclassificado o delito para a figura do 
furto simples. Não há falar em desclassificação do 
delito derobo majorado pelo concurso de agentes 
para o furto simples quando as evidências dos autos 
demonstram que o apelante abordou a vítima, e 
mediante emprego de grave ameaça exercida, ainda 
que apenas por palavras e gestos, subjugou-a, 
retirando-lhe qualquer possibilidade de resistência, 
a ponto de permitir que fosse subtraído seu aparelho 
de telefone celular. (TJ-MT- APL: 
00047667820178110015 MT, Relator: PEDRO 
SAKAMOTO, Data de Julgamento: 11/04/2018, 
SEGUNDA CÂMARA CRIMINAL, Data de 
Publicação: 17/04/2018) 
 
 
Assim roga pela desclassificação do crime de roubo, para furto. 
 
DA POSSIBILIDADE DE CONVERSÃO DE PENA PRIVATIVA DE 
LIBERDADE EM PENA RESTRITIVA DE DIREITOS 
 
É cediço no ordenamento jurídico brasileiro, das garantias 
asseguradas a todos em curso em processos judiciais e administrativos. Então conforme 
o art. 44 do Código Penal, poderá ser substituída a pena privação de liberdade pelas 
restritivas de direito atendidos os requisitos legais. 
 
“O regime inicial é estabelecido pela análise de dois dispositivos 
legais: o art. 33, § 2.o, alíneas a, b e c, combinado com o art. 59, III, do CP. O art. 33, 
§ 2.o, apresenta uma tabela considerando a pena da condenação e a primariedade do 
condenado: Nas situações em que o juiz, com base na tabela, tem mais de uma opção 
de regime inicial deve-se privilegiar o regime mais benéfico, iniciando o regime pelo 
menos rigoroso. 
 
Assim, como o réu faz jus a este benefício, requer pela 
concessão. 
 
DA DOSIMETRIA DA PENA EVENTUALMENTE APLICADA 
 
Neste diapasão, vossa excelência, traz a baila a pena base há que 
ser fixada no mínimo legal, posto que nos autos não há elementos concretos que 
fundamentam o posicionamento diverso. Deverás ser observadas circunstâncias 
intrínsecas do réu para a sua aplicação, não podendo Vossa Excelência julgar de modo 
genérico a conduta o réu frente a tipicidade do delito e de seu comportamento, devendo 
atender de modo cumulativo os requisitos do art. 59 do Cp. 
 
A culpabilidade é dimensionada pelo grau de intensidade da 
reprovação penal. De modo Excelência, que no caso em epígrafe a culpabilidade é 
regular, pois não denota uma conduta de maior desaprovação. 
 
A conduta social do agente é percebida através do seu 
relacionamento social, fator que não se comprova frente à existência a favor de provas 
testemunhais, arroladas pela defesa, uma vez que todos, sem a exceção, alegam e 
atestam que o réu é pessoa de boa conduta e boa índole. 
 
Entende-se então por circunstância do delito, os elementos do 
fato delitivo, tais como a maior ou menor sensibilidade ou arrependimento do agente. 
De modo que no caso em tela resta que as circunstâncias são comuns, não ensejando 
valoração maior. 
 
Por fim, as consequências do delito são medidas pelo grau de 
sua intensidade de lesividade causada, que podem ser materiais ou morais, todavia no 
caso em tela sequer houve consequência relevante. 
 
 
DOS PEDIDOS 
 
 
1. Que esse Tribunal, competente 
para a jurisdição de Segundo 
Grau, dê provimento ao recurso 
ora interposto; 
 
2. Que seja ANULADO 
reconhecimento da vítima, em 
razão do desrespeito ao roteiro 
normativo previsto no artigo 
226 do Código de Processo 
Penal, não havendo que se dizer 
em reconhecimento certeiro do 
autor do ilícito narrado na 
inicial acusatória; 
 
3. Que seja ABSOLVIDO, em 
razão da fragilidade do conjunto 
probatório, tendo em vista a 
ausência de provas 
judicializadas e das imputações 
nas quais fora condenado, sob 
pena de violação aos 
artigos 386, incisos V e VII, 
do CPP, sob pena de violação ao 
artigo 155, do CPP; 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10643765/artigo-386-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10643497/inciso-vii-do-artigo-386-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10667014/artigo-155-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41
4. caso vossas excelências, 
discordem das teses 
absolutórias, o que se admite 
apenas por amor ao debate, que 
nesta hipótese, levem em 
consideração as seguintes teses: 
 
5. Que seja feita a emendatio 
libelli, conforme entendimento 
do STF, nos moldes do Art. 617, 
CPP; 
 
6. Que seja desclassificado o crime 
do Art. 157, para o crime do Art. 
155, ambos do CP, pois não 
ficam demostrados nos autos, 
conjunto probatório, para 
imputação do crime ao qual foi 
condenado; 
 
7. Caso vossas excelências, 
entendam pela desclassificação, 
que seja aplicada a 
densitometria da pena de acordo 
com o crime do Art. 155; 
 
8. Entendendo vossas excelências 
pela aplicabilidade da menor 
pena, que o réu cumpra pena em 
regime menos gravoso; 
 
Termos em que pede deferimento. 
Estado - XX, 15 de junho de 2021. 
Advogado 
OAB/XX nº

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