Buscar

limitacoes-do-poder-de-tributar-imunidades

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 74 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 74 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 74 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

SISTEMA DE ENSINO
DIREITO 
TRIBUTÁRIO
Limitações do Poder de Tributar: 
Imunidades
Livro Eletrônico
2 de 74www.grancursosonline.com.br
Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
DIREITO TRIBUTÁRIO
Sumário
Limitações do Poder de Tributar: Imunidades .......................................................................... 3
1.1. Distinções entre os Institutos da Isenção, da Não Incidência Simples e da 
Imunidade ......................................................................................................................................... 4
1.2. Classificação das Imunidades ............................................................................................... 6
1.3. Imunidades quanto ao Destinatário .................................................................................... 6
1.4. Imunidades quanto à Origem ................................................................................................ 7
1.5. Imunidades quanto à Dependência de Norma para lhe dar Completude .................... 8
1.6. Imunidades quanto ao Alcance ............................................................................................ 11
1.7. Imunidades Genéricas do Art. 150, VI, da CF/1988............................................................12
1.8. Imunidades Específicas ........................................................................................................ 37
Jurisprudência ...............................................................................................................................40
Resumo ............................................................................................................................................42
Questões Comentadas em Aula .................................................................................................46
Questões de Concurso ................................................................................................................. 50
Gabarito ........................................................................................................................................... 73
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
3 de 74www.grancursosonline.com.br
Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
DIREITO TRIBUTÁRIO
LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR: IMUNIDADES
A imunidade tributária é uma norma constitucional que impede o exercício da competência 
tributária pelos entes políticos.
De acordo com Eduardo Sabbag, em seu Manual de Direito Tributário, a imunidade para 
tributos representa uma delimitação negativa de competência tributária.
Para a completa compreensão do fenômeno, então, é necessário antes entender o que vem 
a ser a competência tributária.
Nas aulas anteriores, vimos que a competência tributária está prevista na Constituição 
Federal e representa o direito concedido aos entes políticos para instituição dos respectivos 
tributos por meio de lei.
Existindo a previsão para a criação de tributos, há que se compreender que tais normas de 
competência são normas positivas do exercício da tributação.
Até por isso, então, que o mestre qualifica a imunidade como uma delimitação negativa: 
impede o efeito da norma positiva, que autoriza a criação do tributo.
Como só a Constituição pode definir as competências tributárias dos entes políticos, só 
ela – a Constituição – pode limitar essa atuação.
E, como também se depreende da assertiva do mestre, o faz por meio das normas imuni-
zantes, negativas ou impeditivas, da competência.
A imunidade atua, pois, no desenho da competência tributária.
Nos dizeres de George Firmino, em seu Curso de Direito Tributário, “Os Estados são com-
petentes para instituir o ICMS, por exemplo. Mas não podem instituí-lo sobre a circulação de 
livros, pois a CF define em seu art. 150, VI, d, esta vedação.”
Por traçar esses limites à competência tributária, as imunidades são espécies de limita-
ções constitucionais ao poder de tributar, ao lado dos princípios.
Ainda nos dizeres de Firmino, “a imunidade é definida na própria Constituição Federal, eis 
que somente ela pode conferir a competência aos entes e, por conseguinte, somente ela pode 
traçar seus limites. Trata-se, pois, de uma limitação constitucional ao poder de tributar.”
Fixado este ponto, é crucial entender também outra concepção: além de delimitar a com-
petência tributária, as normas imunizantes conferem um direito público subjetivo às pessoas 
por elas beneficiadas.
Decorrência lógica dessa assertiva é que não podem, então, sofrer nenhuma restrição pelo 
intérprete ou pela lei que não esteja expressamente prevista na própria Constituição Federal.
Essa característica, ademais, impede que as limitações ao poder de tributar sejam abo-
lidas do Texto Maior pelo poder geral de reforma constitucional. Não pode, assim, o Poder 
Constituinte Derivado, por meio de Emenda à Constituição, retirá-las do ordenamento jurídico, 
nem mesmo restringi-las. São verdadeiras garantias constitucionais às pessoas/operações 
beneficiadas.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
4 de 74www.grancursosonline.com.br
Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
DIREITO TRIBUTÁRIO
Temos então um critério dúplice extraível dessas normas imunizantes, um relacionado 
com a ideia de normas negativas de competência e outro relacionado com um direito público 
subjetivo do beneficiário.
Falamos de aspecto formal quando entendemos as imunidades como normas negativas de 
competência e de um aspecto material quando as entendemos como direito público subjetivo.
Importante mencionar que o texto constitucional, apesar de tudo, não utiliza o vocábulo 
“imunidade” para se referir aos conceitos anteriormente explicitados.
Em verdade, o legislador original se utiliza de diversas outras expressões como “não incidi-
rá”, “não incide”, “isentas” e “é vedado instituir impostos sobre” .
Partindo dessas concepções iniciais, entretanto, não se pode confundir a imunidade com 
outros institutos exonerativos (mesmo quando a própria Constituição os utiliza em seu texto 
com má técnica legislativa).
É o que será visto no próximo tópico.
1.1. Distinções entre os institutos Da isenção, Da não inciDência 
simples e Da imuniDaDe
Como visto, a imunidade é delimitada apenas pela Constituição Federal.
Em termos conceituais, pode ser tratada como uma não incidência de qualificação cons-
titucional.
Portanto, temos um campo amplo da não incidência tributária, que abrange a não incidên-
cia simples e a imunidade, sem confundi-las.
Quando falamos de não incidência simples, falamos de fatos jurídicos que não estão pre-
vistos na norma de incidência tributária ou fatos que não estão compreendidos no âmbito de 
competência do ente tributante.
A principal diferença entre a não incidência simples e a imunidade é que aquela pode, a 
qualquer momento, passar ao campo da incidência tributária, inclusive por meio de normas 
legais, e esta não.
A imunidade, como dito, está fora do âmbito da competência tributária.
Já a isenção, diferentemente, corresponde a uma dispensa legal do pagamento do tributo, 
e será estudada com mais profundidade adiante em nosso curso.
Na isenção, o ente político possui a competência para instituir o tributo delimitado pela 
Constituição, emite a lei respectiva com a situação que prevê a incidência, mas depois por 
meio legal determina expressamente que haverá a exclusão do crédito tributário impedindo o 
lançamento.Na imunidade, não há fato gerador, não nasce a obrigação tributária, não há sequer a de-
limitação da hipótese de incidência em abstrato na lei que institui o tributo. Ademais, não se 
pode cogitar de tal situação se inserir no âmbito da competência.
Note o seguinte dispositivo Constitucional que traz uma imunidade:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
5 de 74www.grancursosonline.com.br
Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
DIREITO TRIBUTÁRIO
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI – instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
Na não incidência simples, não há fato gerador, não nasce a obrigação tributária, não há 
sequer a delimitação da hipótese incidência em abstrato na lei que institui o tributo. Entretanto, 
tais situações podem vir a se tornar parte da norma de incidência. Note o dispositivo da Lei n. 
8.821 de 1989 do Estado do Rio Grande do Sul.
Art. 6º O imposto não incide:
II – na renúncia à herança ou legado, desde que feita sem ressalvas, em benefício do monte e não 
tenha o renunciante praticado qualquer ato que demonstre aceitação;
Na isenção, diferentemente, há previsão legal da hipótese tributária, ocorre a incidência, 
qualifica-se o fato gerador, nasce a obrigação tributária, mas o crédito não é constituído por 
expressa delimitação legal isentiva. Note o dispositivo do Regulamento do ICMS do Estado do 
Rio Grande do Sul:
Art. 9º São isentas do imposto as seguintes operações com mercadorias:
I – recebimentos, por estabelecimento comercial ou produtor, de reprodutores e/ou matrizes de 
animais vacuns, ovinos, suínos ou bufalinos, puros de origem, puros por cruza ou de livro aberto 
de vacuns, importados do exterior pelo titular do estabelecimento, em condições de obter registro 
genealógico oficial no País;
IMUNIDADE NÃO INCIDÊNCIA ISENÇÃO
Não há fato gerador Não há fato gerador Há fato gerador
Não nasce a obrigação 
tributária
Não nasce a obrigação 
tributária
Nasce a obrigação 
tributária, mas lei isentiva 
prevê que o crédito não 
será constituído
Não há possibilidade 
de ser objeto de 
competência tributária
A situação pode vir 
a sofrer incidência 
tributária
Há o exercício da 
competência tributária
Prevista na CF/88 - Prevista em lei
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
6 de 74www.grancursosonline.com.br
Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
DIREITO TRIBUTÁRIO
001. (FCC/TRF-2ª/ANALISTA JURÍDICO/2012) Em relação à norma jurídica tributária, analise:
I – O fato ocorrido está fora do alcance da regra jurídica, não nascendo assim a obrigação de 
pagar o tributo. O fato ocorrido é atípico.
II – O fato gerador não ocorre, visto que, mesmo que haja uma lei, ordinária ou complementar, 
a Constituição Federal prevalece. Logo a lei infraconstitucional não pode obrigar o pagamento 
do tributo.
III – O fato gerador descrito na lei no mundo fático ou fenomênico ocorre concretamente.
Tais situações dizem respeito, respectivamente, à
a) não incidência, isenção e incidência
b) imunidade, não incidência e incidência.
c) imunidade, isenção e fato imponível.
d) isenção, não incidência e incidência.
e) não incidência, imunidade e fato imponível.
Gabarito conforme esquema exposto na aula, de forma que, quanto ao fato imponível, este é o 
acontecimento no mundo real do fato gerador de um tributo previsto em lei.
Letra e.
1.2. classificação Das imuniDaDes
A doutrina classifica as imunidades com base em diversos critérios, sendo o mais utiliza-
do em provas de concursos, a classificação como base em seu destinatário, que as relaciona 
como objetivas, subjetivas ou mistas.
Inobstante isso, há ainda algumas outras classificações correntes na doutrina que, por sua 
cobrança eventual, são necessárias para o estudo de provas de alto nível de exigência.
São elas, nas palavras de Francisco Leite Duarte: “Assim, quanto ao seu destinatário, as 
imunidades podem ser objetivas, subjetivas ou mistas; quanto ao fato de decorrerem ou não 
de princípios (origem), se classificam em imunidades ontológicas e imunidades políticas; 
quanto à dependência de norma para lhe dar completude, são condicionadas ou incondiciona-
das. Quanto ao alcance, são classificadas em imunidades gerais e específicas.”
Vamos esmiuçar os aspectos importantes de cada uma dessas classificações.
1.3. imuniDaDes quanto ao Destinatário
É objetiva a imunidade que se aplica a determinados bens, rendas ou serviços. Na imuni-
dade objetiva não importa quem é o sujeito. Nesse tipo de imunidade, a competência do ente 
tributante é afastada em face do objeto a ser tributado.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
7 de 74www.grancursosonline.com.br
Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
DIREITO TRIBUTÁRIO
É o caso da imunidade dos livros, jornais, periódicos e do papel destinado à sua impressão 
(art. 150, VI, d) por exemplo:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI – instituir impostos sobre:
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
De outra banda, na imunidade subjetiva ou pessoal, a tributação é afastada em razão do 
sujeito que realiza o ato.
É o caso, por exemplo, da imunidade tributária recíproca (art. 150, VI, a), na qual os entes 
públicos estão com seus patrimônios, rendas e serviços imunes à instituição de impostos.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I – exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
VI – instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros.
Já as imunidades mistas combinam características das duas anteriores, sendo determi-
nante para sua implementação não só a característica do sujeito como também o fato, bem 
ou situação previstos na norma imunizante.
Tome como exemplo a imunidade do ITR sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, 
quando as explore, só ou com sua família, o proprietário que não possua outro imóvel (art. 
153, §4º).
Temos um critério objetivo, a pequena gleba rural, e um critério subjetivo, qual seja, a explo-
ração pelo proprietário.
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
§ 4º O imposto previsto no inciso VI do caput:
II – não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário que 
não possua outro imóvel.
1.4. imuniDaDes quanto à origem
Se necessariamente decorrentes de princípios constitucionais, as imunidades são classifi-
cadas como ontológicas.
Por serem corolários desses princípios constitucionais, as imunidades ontológicas não 
decorrem necessariamente de dispositivos expressos, podendo estar, inclusive, implícitas no 
corpo constitucional.
Tome como exemplo a imunidade tributária recíproca (art. 150, VI, a ), na qual é levado em 
consideração o próprio conceito de Federação, ou seja, a necessária realização do princípio 
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297,vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
8 de 74www.grancursosonline.com.br
Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
DIREITO TRIBUTÁRIO
federativo, havendo o impedimento da instituição de impostos sobre o patrimônio, renda ou 
serviços dos entes políticos.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI – instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
Como, afinal de contas, realizar o princípio federativo se houver possibilidade de imposição 
de impostos aos entes políticos?
A imunidade tributária recíproca, é por esse viés, decorrência necessária do princípio fede-
rativo; por isso, então, ontológica.
Se, por outro lado, as imunidades são instituídas para proteger determinado princípio, serão 
consideradas imunidades políticas, razão pela qual a doutrina considera as imunidades dos tem-
plos de qualquer culto, das entidades sindicais de trabalhadores, entre outras, nessa categoria.
Nesse aspecto, decorrem de normas necessariamente expressas no texto constitucional.
Note que a diferença reside especificamente na decorrência necessária ou não de um 
princípio.
Por exemplo, a imunidade dos templos de qualquer culto é opção política do constituinte 
originário em proteger o princípio do livre exercício dos cultos religiosos expresso na CF/88, 
art. 5º, inciso VI.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasi-
leiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualda-
de, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cul-
tos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
Ocorre que, caso não estivesse presente de forma literal no texto constitucional, sua dedu-
ção não seria necessária para a realização do princípio respectivo.
1.5. imuniDaDes quanto à DepenDência De norma para lhe Dar 
completuDe
As imunidades são classificadas nesse ponto, segundo a doutrina tradicional, como con-
dicionadas quando necessitam de lei integrativa infraconstitucional para fruição de alguns de 
seus aspectos ou incondicionadas quando autoaplicáveis, sem nenhuma necessidade de lei 
para sua total implementação.
Assim, normas incondicionadas seriam de eficácia plena e de aplicabilidade imediata, en-
quanto as normas condicionadas seriam de eficácia limitada, de acordo com a posição do STF 
em julgado antigo no qual analisou a fruição do benefício no que se refere ao imposto de renda:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
9 de 74www.grancursosonline.com.br
Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
DIREITO TRIBUTÁRIO
EMENTA: IMPOSTO DE RENDA NA FONTE. PROVENTOS. BENEFICIÁRIOS COM IDADE 
SUPERIOR A SESSENTA E CINCO ANOS. ART. 153, § 2º, INC. II, DA CONSTITUIÇÃO FEDE-
RAL. LEI N. 7.713/88. O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Mandado de Segu-
rança 22.584 (Sessão do dia 17.04.97), proclamou entendimento no sentido de que o art. 
153, § 2º, II, da Constituição Federal, ao estabelecer que o imposto de renda “não incidirá, 
nos termos e limites fixados em lei, sobre rendimentos provenientes de aposentadoria e 
pensão, pagos pela previdência social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios a pessoa com idade superior a sessenta e cinco anos, cuja renda total seja 
constituída, exclusivamente, de rendimentos do trabalho”, não é autoaplicável, estando a 
depender de lei que fixará os termos e os limites dessa não incidência. E, até que adve-
nha a lei regulamentando o exercício desse direito, continuam válidos os limites e restri-
ções fixados na Lei n. 7.713/88 com suas posteriores alterações. Recurso extraordinário 
conhecido, mas improvido.
(RE 200485, Relator(a): Min. ILMAR GALVÃO, Primeira Turma, julgado em 09/12/1997, DJ 
20-03-1998 PP-00011 EMENT VOL-01903-06 PP-01087).
Temos como exemplo de norma condicionada a referente à vedação da instituição de im-
postos sobre as instituições de educação e assistência social sem fins lucrativos, expressa 
na CF/88, art. 150, VI, c, o qual impõe para a concessão do benefício que sejam atendidos os 
requisitos da lei.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI – instituir impostos sobre:
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sin-
dicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, 
atendidos os requisitos da lei.
002. (FCC/DPE-SP/DEFENSOR PÚBLICO/2012) Dentre as hipóteses constitucionais de ve-
dação à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para instituir impostos é au-
toaplicável a imunidade sobre
a) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
b) partidos políticos, inclusive suas fundações.
c) entidades sindicais dos trabalhadores.
d) instituições de educação.
e) entidades de assistência social, sem fins lucrativos.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
10 de 74www.grancursosonline.com.br
Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
DIREITO TRIBUTÁRIO
a) Certa. A imunidade cultural é autoaplicável, pois não depende de nenhuma lei para que seja 
aplicável e reconhecida a proibição de instituição de impostos sobre as operações com livros, 
jornais, periódicos e papéis destinados à sua impressão (art. 150, VI, d, CF/88):
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI – instituir impostos sobre:
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
b/c/d/) Erradas. As imunidades previstas nessas alternativas dependem de uma lei para ter 
aplicabilidade, tendo em vista que no final do inciso o legislador constituinte previu a expres-
são “atendidos os requisitos da lei” (art. 150, VI, c, CF/88):
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI – instituir impostos sobre:...
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sin-
dicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, 
atendidos os requisitos da lei.
Letra a.
003. (CEBRASPE/PROCURADOR DO MUNICÍPIO DE FORTALEZA/2017) A respeito das li-
mitações constitucionais ao poder de tributar, julgue o item que se segue, de acordo com a 
interpretação do STF.
As imunidades tributárias incondicionadas são autoaplicáveis e independem de regulamen-
tação, sendo admitida, entretanto, a suspensão de seus efeitos, por ato declaratório da admi-
nistração tributária, quando ficar demonstrada a sua inaplicabilidade a fato jurígeno tributário.
Imunidades tributárias incondicionadas não precisam de lei para surtir efeitos. Ademais são 
comandos constitucionais que precisam ser respeitados pela Administração Pública, até por 
isso, não pode a Administração, por ato declaratório, suspender os efeitosda imunidade. Se a 
imunidade não se aplica a determinado fato jurídico-tributário, não haverá proteção constitu-
cional àquela situação em nada se relacionando com o ato declaratório da Administração Pú-
blica que, ao fim e ao cabo, jamais teria o poder de SUSPENDER a eficácia de uma Imunidade 
Constitucional.
Errado.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
11 de 74www.grancursosonline.com.br
Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
DIREITO TRIBUTÁRIO
1.6. imuniDaDes quanto ao alcance
Imunidades podem ser, quanto ao alcance ou amplitude, caracterizadas como genéricas 
ou gerais e específicas ou tópicas.
As denominadas genéricas – que se aplicam não só a todos os impostos sobre o patri-
mônio, renda e serviço como também a todos os entes políticos – se concentram, de acordo 
com a melhor doutrina, no art. 150, VI da Constituição Federal, e seus parágrafos §2º, §3º e 
§4º, a saber:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI – instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sin-
dicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, 
atendidos os requisitos da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão;
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou litero-
musicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como 
os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial 
de mídias ópticas de leitura a laser.
§ 2º A vedação do inciso VI, “a”, é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo 
Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades 
essenciais ou às delas decorrentes.
§ 3º As vedações do inciso VI, “a”, e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e 
aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas apli-
cáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou 
tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativa-
mente ao bem imóvel.
§ 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas “b” e “c”, compreendem somente o patrimônio, a 
renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.
As imunidades específicas, por sua vez, como a própria classificação informa, relacionam-
-se apenas a um ente político ou a um tributo.
Estão dispersas pelo corpo constitucional e podem aparecer em face de uma contribuição 
especial (art. 195, §7º, CF /88) ou até de uma taxa (art. 5º, XXXIV, a, CF/88), por exemplo.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasi-
leiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualda-
de, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XXXIV – são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos 
termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
12 de 74www.grancursosonline.com.br
Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
DIREITO TRIBUTÁRIO
§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência 
social que atendam às exigências estabelecidas em lei.
No que diz com as imunidades genéricas ou gerais, detalharemos o tema nos próxi-
mos tópicos.
1.7. imuniDaDes genéricas Do art. 150, Vi, Da cf/1988
1.7.1. Imunidade Tributária Recíproca
De acordo com o disposto na CF/88, art. 150, vi, a, é vedado à União, aos estados, ao DF e 
aos municípios instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços uns dos outros.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI – instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros.
Tal imunidade, como se vê, além de genérica é eminentemente subjetiva, ontológica, incon-
dicionada e relacionada aos Entes Políticos da Federação.
Ademais, por ser ontológica e decorrer do princípio federativo, tal imunidade é considerada 
cláusula pétrea.
A amplitude do benefício ali delimitado impossibilita, nesse caso, a invocação da classifi-
cação de impostos dada pela legislação infraconstitucional para fins de se restringir a fruição 
da imunidade.
Tal assertiva é importante, visto que o Código Tributário Nacional em alguns casos, como 
no do IOF, (art. 63 do CTN), o considera como tributo incidente sobre a produção e a circulação.
A posição do STF é consolidada quanto à abrangência da imunidade, tanto em relação ao 
IOF quanto a outros impostos que possuem como base de incidência a produção e a circula-
ção, como o IPI e o II.
Na dicção do STF, “a referência a patrimônio, renda ou serviços uns dos outros, contida na 
alínea em comento, tem o alcance de afastar a cobrança de todo e qualquer imposto”.
IMPOSTO – IMUNIDADE RECÍPROCA – Imposto sobre Operações Financeiras. A norma 
da alínea “a” do inciso VI do artigo 150 da Constituição Federal obstaculiza a incidência 
recíproca de impostos, considerada a União, os Estados, o Distrito Federal e os Muni-
cípios. Descabe introduzir no preceito, a mercê de interpretação, exceção não contem-
plada, distinguindo os ganhos resultantes de operações financeiras.
(AI 175133 AgR, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Segunda Turma, julgado em 05/03/1996, 
DJ 26-04-1996 PP-13128 EMENT VOL-01825-05 PP-01021).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
13 de 74www.grancursosonline.com.br
Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
DIREITO TRIBUTÁRIO
Apesar dessa redação, não se pode confundir aqui a incidência relativa ao contribuinte de 
fato com aquela atrelada ao contribuinte de direito.
A imunidade protege os entes políticos no que diz com impostos diretos e quando este é 
contribuinte de direito de impostos indiretos:
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRIBUTÁRIO. FORNE-
CIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA PARA ILUMINAÇÃO PÚBLICA. ICMS. IMUNIDADE INVO-
CADA PELO MUNICÍPIO. IMPOSSIBILIDADE. 2. A jurisprudência do Supremo firmou-se no 
sentido de que a imunidade de que trata o artigo 150, VI, a, da CB/88, somente se aplica a 
imposto incidente sobre serviço, patrimônio ou renda do próprio Município. 3. Esta Corte 
firmou entendimento no sentido de que o município não é contribuinte de direito do ICMS, 
descabendo confundi-lo com a figura do contribuinte de fato e a imunidade recíproca não 
beneficia o contribuinte de fato. Agravo regimental a que se nega provimento.
(AI 671412 AgR, Relator(a): Min. EROS GRAU, SegundaTurma, julgado em 01/04/2008, 
DJe-074 DIVULG 24-04-2008 PUBLIC 25-04-2008 EMENT VOL-02316-11 PP-02262 RF v. 
104, n. 399, 2008, p. 292-294).
Situação peculiar ocorre, porém, quando da importação realizada pelo ente político. Em tal 
caso, confunde-se a situação de contribuinte de direito com a de contribuinte de fato, atraindo, 
para a Suprema Corte, a proteção da imunidade.
EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. 
IMPOSTO SOBRE OPERAÇÃO DE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS. ICMS. 
IMPORTAÇÃO. IMUNIDADE RECÍPROCA. APLICABILIDADE A MUNICÍPIO NA HIPÓTESE 
DE O ENTE FEDERADO OCUPAR POSIÇÃO PRÓPRIA DE CONTRIBUINTE (IMPORTADOR). 
RISCO À LIVRE-INICIATIVA E À CONCORRÊNCIA. NECESSIDADE DE PROVA. A imunidade 
tributária prevista no art. 150, VI, a da Constituição aplica-se às operações de importa-
ção de bens realizadas por municípios, quando o ente público for o importador do bem 
(identidade entre o “contribuinte de direito” e o “contribuinte de fato”). Compete ao ente 
tributante provar que as operações de importação desoneradas estão influindo negati-
vamente no mercado, a ponto de violar o art. 170 da Constituição. Impossibilidade de 
presumir risco à livre-iniciativa e à concorrência. Agravo regimental ao qual se nega pro-
vimento.
(AI 518405 AgR, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, julgado em 
06/04/2010, DJe-076 DIVULG 29-04-2010 PUBLIC 30-04-2010 EMENT VOL-02399-08 
PP-01694).
Mas não só os entes políticos gozam da referida proteção. O próprio texto constitucional, 
protege, além daqueles, entidades da administração pública indireta, por força da redação de 
seu art. 150, §2º.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
14 de 74www.grancursosonline.com.br
Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
DIREITO TRIBUTÁRIO
Assim, autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público estão ao abrigo 
da norma imunizante no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados às 
suas finalidades essenciais ou às dela decorrentes.
Releva destacar que a literalidade do texto constitucional não abrange outras entidades da 
administração indireta, como as empresas públicas e as sociedades de economia mista, que 
geralmente estão relacionadas com a exploração de atividades econômicas.
Essa visão decorre da redação do art. 150, §3º que impõe que as disposições sobre a imu-
nidade tributária recíproca não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados 
com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimen-
tos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário.
Note a letra da Lei Maior:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
§ 2º A vedação do inciso VI, “a”, é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo 
Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades 
essenciais ou às delas decorrentes.
§ 3º As vedações do inciso VI, “a”, e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e 
aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas apli-
cáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou 
tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativa-
mente ao bem imóvel.
Desse modo, é importante ter em mente algumas decisões do STF que, a despeito da literal 
redação constitucional, estendeu as benesses da imunidade tributária recíproca a outras enti-
dades da administração pública indireta, em especial às empresas públicas.
Veja o seguinte julgado, relacionado à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT, o 
qual, ainda em 2004, reconheceu a imunidade .
EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉ-
GRAFOS: IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA: C.F., art. 150, VI, a. EMPRESA PÚBLICA 
QUE EXERCE ATIVIDADE ECONÔMICA E EMPRESA PÚBLICA PRESTADORA DE SERVIÇO 
PÚBLICO: DISTINÇÃO. I. – As empresas públicas prestadoras de serviço público dis-
tinguem-se das que exercem atividade econômica. A Empresa Brasileira de Correios 
e Telégrafos é prestadora de serviço público de prestação obrigatória e exclusiva do 
Estado, motivo por que está abrangida pela imunidade tributária recíproca: C.F., art. 150, 
VI, a. II. – R.E. conhecido em parte e, nessa parte, provido.
(RE 407099, Relator(a): Min. CARLOS VELLOSO, Segunda Turma, julgado em 22/06/2004, 
DJ 06-08-2004 PP-00062 EMENT VOL-02158-08 PP-01543 RJADCOAS v. 61, 2005, p. 
55-60 LEXSTF v. 27, n. 314, 2005, p. 286-297) .
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
15 de 74www.grancursosonline.com.br
Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
DIREITO TRIBUTÁRIO
Tal decisão, mesmo que decorrente de uma interpretação extensiva, utilizou como parâme-
tro um ponto principal: a prestação de um serviço tipicamente público, obrigatório e exclusivo 
do Estado a merecer a imunidade.
Partindo desse caso paradigma, a Corte Maior adotou a mesma posição em relação à Casa 
da Moeda do Brasil e à Infraero:
Evoluindo neste quesito, o STF se deparou em 2013 com questão relacionada ao exercí-
cio de atividade pelos Correios em concorrência com a iniciativa privada, anteriormente não 
apreciada.
Relembre que o motivo principal para a imunidade tributária recíproca abarcar a empresa 
pública era justamente a prestação de um serviço tipicamente público, obrigatório e exclusivo 
do Estado, ou seja, o serviço postal.
Inobstante isso, a controvérsia que chegou ao STF tratava sobre a extensão da imunidade 
também para atividades exercidas pela empresa desassociada do seu mister público principal, 
inclusive em concorrência com atividades da iniciativa privada, como o serviço de courier.
Ao avaliar os argumentos trazidos, a Corte entendeu que as atividades em concorrência 
com a iniciativa privada proporcionavam uma espécie de “subsídio cruzado” a financiar as ati-
vidades exclusivamente públicas de serviço postal e imunizou de forma integral as atividades 
da empresa pública:
Recurso extraordinário com repercussão geral. 2. Imunidade recíproca. Empresa Bra-
sileira de Correios e Telégrafos. 3. Distinção, para fins de tratamento normativo, entre 
empresas públicas prestadoras de serviço público e empresas públicas exploradoras de 
atividade. Precedentes. 4. Exercício simultâneo de atividades em regime de exclusividade 
e em concorrência com a iniciativa privada. Irrelevância. Existência de peculiaridades no 
serviço postal. Incidência da imunidade prevista no art. 150, VI, “a”, da Constituição Fede-
ral. 5. Recurso extraordinário conhecido e provido.
(RE 601392, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Relator(a) p/ Acórdão: Min. GILMAR 
MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 28/02/2013, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUS-
SÃO GERAL – MÉRITO DJe-105 DIVULG 04-06-2013 PUBLIC 05-06-2013).
Não bastasse a avaliação extensiva dada aos correios, seguindo na mesma linha de racio-
cínio, o STF tem estendido a imunidade tributária recíproca também a algumas sociedades 
de economia mista, em especial àquelas que se revelam como “instrumentalidades estatais”, 
ou seja, instrumentos de atuação do estado em área exclusiva de serviços públicos, sem fins 
lucrativos e com a composição do capital social majoritariamente público.
Em 2011, reconheceu a condição à CODESPe traçou ali os paradigmas necessários ao 
deferimento do benefício a casos similares:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
16 de 74www.grancursosonline.com.br
Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
DIREITO TRIBUTÁRIO
EMENTA: TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE RECÍPROCA. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA CON-
TROLADA POR ENTE FEDERADO. CONDIÇÕES PARA APLICABILIDADE DA PROTEÇÃO 
CONSTITUCIONAL. ADMINISTRAÇÃO PORTUÁRIA. COMPANHIA DOCAS DO ESTADO DE 
SÃO PAULO (CODESP). INSTRUMENTALIDADE ESTATAL. ARTS. 21, XII, f, 22, X, e 150, VI, 
a DA CONSTITUIÇÃO. DECRETO FEDERAL 85.309/1980.
1. IMUNIDADE RECÍPROCA. CARACTERIZAÇÃO. Segundo teste proposto pelo ministro-
-relator, a aplicabilidade da imunidade tributária recíproca (art. 150, VI, a da Constituição) 
deve passar por três estágios, sem prejuízo do atendimento de outras normas constitu-
cionais e legais: 1.1. A imunidade tributária recíproca se aplica à propriedade, bens e ser-
viços utilizados na satisfação dos objetivos institucionais imanentes do ente federado, 
cuja tributação poderia colocar em risco a respectiva autonomia política. Em consequ-
ência, é incorreto ler a cláusula de imunização de modo a reduzi-la a mero instrumento 
destinado a dar ao ente federado condições de contratar em circunstâncias mais vanta-
josas, independentemente do contexto. 1.2. Atividades de exploração econômica, desti-
nadas primordialmente a aumentar o patrimônio do Estado ou de particulares, devem ser 
submetidas à tributação, por apresentarem-se como manifestações de riqueza e deixa-
rem a salvo a autonomia política. 1.3. A desoneração não deve ter como efeito colateral 
relevante a quebra dos princípios da livre-concorrência e do exercício de atividade profis-
sional ou econômica lícita. Em princípio, o sucesso ou a desventura empresarial devem 
pautar-se por virtudes e vícios próprios do mercado e da administração, sem que a inter-
venção do Estado seja favor preponderante.
...
(RE 253472, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. JOAQUIM 
BARBOSA, Tribunal Pleno, julgado em 25/08/2010).
Assim, podemos destacar do respectivo julgado as seguintes premissas para a aplicação 
da imunidade também às sociedades de economia mista, quando caracterizadas como instru-
mentalidades estatais:
• A imunidade tributária recíproca se aplica à propriedade, bens e serviços utilizados na 
satisfação dos objetivos institucionais imanentes do ente federado, cuja tributação po-
deria colocar em risco a respectiva autonomia política;
• Atividades de exploração econômica, destinadas primordialmente a aumentar o patri-
mônio do Estado ou de particulares, devem ser submetidas à tributação, por se apresen-
tarem como manifestações de riqueza e deixarem a salvo a autonomia política;
A desoneração não deve ter como efeito colateral relevante a quebra dos princípios da 
livre-concorrência e do exercício de atividade profissional ou econômica lícita.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
17 de 74www.grancursosonline.com.br
Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
DIREITO TRIBUTÁRIO
Com esse mesmo argumento, deferiu-se a imunidade a entidades prestadoras de serviço 
de saúde e de serviço público de água e esgoto:
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. IMUNI-
DADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. SERVIÇO PÚBLICO 
DE ÁGUA E ESGOTO. APLICABILIDADE.
1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal entende que a sociedade de economia 
mista prestadora de serviço público de água e esgoto é abrangida pela imunidade tribu-
tária recíproca, nos termos da alínea “a” do inciso VI do art. 150 da Constituição Federal. 
Precedentes. ...
(RE 631309 AgR, Relator(a): Min. AYRES BRITTO, Segunda Turma, julgado em 27/03/2012)
***
EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO 
GERAL. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. SER-
VIÇOS DE SAÚDE.
...
3. As sociedades de economia mista prestadoras de ações e serviços de saúde, cujo 
capital social seja majoritariamente estatal, gozam da imunidade tributária prevista na 
alínea “a” do inciso VI do art. 150 da Constituição Federal.
...
(RE 580264, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Relator(a) p/ Acórdão: Min. AYRES 
BRITTO, Tribunal Pleno, julgado em 16/12/2010).
Note, entretanto, que quando a sociedade de economia mista não se enquadra nos requi-
sitos apontados ou visa lucro, não será beneficiada com a imunidade. Claramente é o caso da 
Petrobras:
EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA (ART. 
150, VI, A DA CONSTITUIÇÃO). IMÓVEL UTILIZADO PARA SEDIAR CONDUTOS DE TRANS-
PORTE DE PETRÓLEO, COMBUSTÍVEIS OU DERIVADOS. OPERAÇÃO PELA PETRÓLEO 
BRASILEIRO S.A. – PETROBRAS. MONOPÓLIO DA UNIÃO. INAPLICABILIDADE DA SALVA-
GUARDA CONSTITUCIONAL.
...
2. É irrelevante para definição da aplicabilidade da imunidade tributária recíproca a cir-
cunstância de a atividade desempenhada estar ou não sujeita a monopólio estatal. O 
alcance da salvaguarda constitucional pressupõe o exame (i) da caracterização econô-
mica da atividade (lucrativa ou não), (ii) do risco à concorrência e à livre-iniciativa e (iii) de 
riscos ao pacto federativo pela pressão política ou econômica.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
18 de 74www.grancursosonline.com.br
Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
DIREITO TRIBUTÁRIO
3. A imunidade tributária recíproca não se aplica à Petrobras, pois: 3.1. Trata-se de socie-
dade de economia mista destinada à exploração econômica em benefício de seus acio-
nistas, pessoas de direito público e privado, e a salvaguarda não se presta a proteger 
aumento patrimonial dissociado de interesse público primário; 3.2. A Petrobras visa a 
distribuição de lucros, e, portanto, tem capacidade contributiva para participar do apoio 
econômico aos entes federados; 3.3. A tributação de atividade econômica lucrativa não 
implica risco ao pacto federativo. Agravo regimental conhecido, mas ao qual se nega pro-
vimento.
(RE 285716 AgR, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, julgado em 
02/03/2010).
Para finalizar o ponto, ainda convém ressaltar importante decisão do STF quanto à imuni-
dade recíproca, a qual versa sobre sua aplicação à OAB:
EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. 
IMUNIDADE RECÍPROCA. ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. SECCIONAL. APLICA-
ÇÕES FINANCEIRAS. INVESTIMENTOS. IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES FINANCEIRAS – 
IOF. ABRANGÊNCIA. DEVER DE FISCALIZAÇÃO. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO. PLENA VINCU-
LAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO.
1. A imunidade tributária gozada pela Ordem dos Advogados do Brasil é da espécie recí-
proca (art. 150, VI, a da Constituição), na medida em que a OAB desempenha atividade 
própria de Estado (defesa da Constituição, da ordem jurídica do Estado democrático de 
direito, dos direitos humanos, da justiça social, bem como a seleção e controle discipli-
nar dos advogados).
2. A imunidade tributária recíproca alcança apenas as finalidades essenciais da enti-
dade protegida. O reconhecimento da imunidade tributária às operações financeiras não 
impede a autoridade fiscal de examinar a correção do procedimentoadotado pela enti-
dade imune. Constatado desvio de finalidade, a autoridade fiscal tem o poder-dever de 
constituir o crédito tributário e de tomar as demais medidas legais cabíveis. Natureza ple-
namente vinculada do lançamento tributário, que não admite excesso de carga. Agravo 
regimental ao qual se nega provimento.
(RE 259976 AgR, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, julgado em 
23/03/2010).
Note, ainda, que a disposição expressa do item dois ressalta um ponto crucial que decorre 
da imposição da imunidade: apesar de não existir a incidência tributária, nem a ocorrência do 
fato gerador, é impositiva a necessidade de cumprimento de obrigações acessórias por parte 
da entidade beneficiada.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
19 de 74www.grancursosonline.com.br
Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
DIREITO TRIBUTÁRIO
Assim, exigir de entidade imune a manutenção de livros fiscais é compatível com o gozo da 
imunidade tributária em face do disposto no Código Tributário Nacional.
O Tribunal explicitou ainda que, no Direito Tributário, inexiste a vinculação de o acessório 
seguir o principal, em face de as obrigações acessórias serem autônomas.
IMUNIDADE – LIVROS FISCAIS. O fato de a pessoa jurídica gozar da imunidade tributária 
não afasta a exigibilidade de manutenção dos livros fiscais.
(RE 250844, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Primeira Turma, julgado em 29/05/2012)
Em que pese isso, não podemos concluir que a imunidade conferida à OAB como autarquia 
de regime especial, com base na CF/88, art. 150, VI, a, é conferida à sua Caixa de Assistência 
dos Advogados.
O alcance da imunidade recíproca às referidas caixas está pendente de posicionamento do 
STF, no RE 600.010, por meio da sistemática de repercussão geral.
Em 01.12.2009, deparando-se com o tema, a Suprema Corte, ao julgar o RE 233.843, deci-
diu que “por não se revelar instrumentalidade estatal, a Caixa de Assistência dos Advogados, 
diferentemente da OAB, não é protegida pela imunidade tributária recíproca (art. 150, VI, a)”.
Ocorre que, em 2018, embora ainda não tenha sido julgado o RE de repercussão geral, o 
próprio STF, em mudança de posição, reconheceu que a Caixa de Assistência dos Advogados 
de Minas Gerais está protegida pela imunidade recíproca:
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. MATÉRIA AFETADA PARA JULGAMENTO NO TRIBUNAL 
PLENO PELA SEGUNDA TURMA. ARTIGOS 11, I, PARÁGRAFO ÚNICO C/C 22, PARÁGRAFO 
ÚNICO, “B”, AMBOS DO RISTF. DIREITO TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE RECÍPROCA. ART. 150, 
VI, “A”, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. CAIXA DE 
ASSISTÊNCIA DOS ADVOGADOS. ...
2. É pacífico o entendimento de que a imunidade tributária gozada pela Ordem dos Advo-
gados do Brasil é da espécie recíproca (CF, 150, VI, “a”), na medida em que a OAB desem-
penha atividade própria de Estado.
3. A OAB não é uma entidade da Administração Indireta, tal como as autarquias, por-
quanto não se sujeita a controle hierárquico ou ministerial da Administração Pública, nem 
a qualquer das suas partes está vinculada. ADI 3.026, de relatoria do Ministro Eros Grau, 
DJ 29.09.2006.
4. Na esteira da jurisprudência do STF, considera-se que a Ordem dos Advogados possui 
finalidades institucionais e corporativas, além disso ambas devem receber o mesmo tra-
tamento de direito público.
5. As Caixas de Assistências dos Advogados prestam serviço público delegado, possuem 
status jurídico de ente público e não exploram atividades econômicas em sentido estrito 
com intuito lucrativo.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
20 de 74www.grancursosonline.com.br
Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
DIREITO TRIBUTÁRIO
6. A Caixa de Assistência dos Advogados de Minas Gerais encontra-se tutelada pela 
imunidade recíproca prevista no art. 150, VI, “a”, do Texto Constitucional, tendo em vista 
a impossibilidade de se conceder tratamento tributário diferenciado a órgãos da OAB, de 
acordo com as finalidades que lhe são atribuídas por lei.
...
(RE 405267, Relator(a): Min. EDSON FACHIN, Tribunal Pleno, julgado em 06/09/2018).
004. (FCC/TRT-24ª/ANALISTA JUDICIÁRIO/2017) O Tribunal Regional do Trabalho da 24ª 
Região, órgão da Administração Pública Federal direta, precisando renovar a frota de veículos 
automotores de sua propriedade, procedeu à análise do custo anual de manutenção desta fro-
ta, composta por cinco veículos, todos eles com seis anos de uso. O resultado desse estudo 
seria o parâmetro para a renovação da frota.
Em razão disso, foram elaborados os devidos estudos dos custos dos diversos itens relacio-
nados com a frota, tais como os de manutenção mecânica, de limpeza, de estacionamento, de 
consumo de combustíveis e lubrificantes e, inclusive, os de natureza tributária.
No tocante especificamente aos custos anuais de natureza tributária, o mencionado estudo, 
para ser considerado correto à luz das normas constitucionais, deveria ter concluído que o 
referido Tribunal
a) não incorrerá em despesas tributárias relativamente ao Imposto sobre Propriedade de Ve-
ículos Automotores − IPVA, pois é vedado aos Estados instituir impostos sobre o patrimônio 
da União, mas poderá incorrer nessas despesas relativamente às taxas, tais como a taxa de 
licenciamento de veículos, pois não é vedada constitucionalmente sua instituição.
b) não incorrerá em despesas tributárias, pois é vedado aos Estados instituir tributos estaduais 
sobre o patrimônio, renda ou serviço da União.
c) incorrerá em despesas tributárias, pois é vedado aos Estados, mas não à própria União, nes-
te caso, instituir tributos estaduais sobre o seu próprio patrimônio, atendendo ao princípio do 
tratamento isonômico entre contribuintes.
d) não incorrerá em despesas tributárias relativamente às taxas, tais como a taxa de licencia-
mento de veículos, pois é vedado aos Estados instituir taxas sobre o patrimônio da União, mas 
incorrerá nessas despesas relativamente ao IPVA, pois não é vedada a instituição de impostos 
sobre o patrimônio da União, desde que haja previsão legal nesse sentido.
e) poderá incorrer em despesas tributárias, pois o IPVA e a taxa de licenciamento de veículos 
podem ser instituídos, no presente caso, sobre o patrimônio da União, porque são tributos de 
competência estadual.
O art. 150, VI, a, destaca que os entes políticos não podem instituir impostos sobre o patrimô-
nio, renda ou serviços uns dos outros, razão pela qual não incidirá IPVA sobre a propriedade 
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
21 de 74www.grancursosonline.com.br
Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
DIREITO TRIBUTÁRIO
de veículos automotores da União. Ressalte-se, no entanto, que a CF/88 não previu imunidade 
recíproca quanto às demais espécies tributárias.
Letra a.
005. (CEBRASPE/CESPE/PROCURADOR MUNICIPAL DE CAMPO GRANDE/2019) Acerca 
do disposto pelo Sistema Tributário Nacional, julgue o item seguinte, considerando o entendi-
mento doutrinário e jurisprudencial.
As imunidades recíprocas são limitações constitucionais ao poder de tributar e têm status de 
cláusulas pétreas.
A imunidade recíproca é sim uma limitação constitucional ao poder de tributar, assim como 
todas as imunidades.
Entretanto, por decorrerdo princípio federativo, essa imunidade também possui status de cláu-
sula pétrea, sendo caracterizada como uma IMUNIDADE ONTOLÓGICA.
Certo.
006. (CEBRASPE/CESPE/PROC/PGE-AM/2016) Considerando os limites ao exercício do po-
der de tributar, julgue o item.
A imunidade recíproca beneficia sociedades de economia mista que prestem serviços públi-
cos estatais essenciais e exclusivos, por exemplo, o serviço de saneamento básico, ainda que 
tais serviços sejam remunerados por tarifas.
Ainda que a prestadora de serviços cobre tarifas pelos serviços prestados, ela continuará fa-
zendo jus aos benefícios das imunidades tributárias. Note que os serviços públicos são essen-
ciais e exclusivos de Estado. Sendo assim, tais sociedades de economia mista podem cobrar 
dos contribuintes uma remuneração, mediante tarifa. Note o julgado:
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. 
SERVIÇO PÚBLICO DE ÁGUA E ESGOTO. APLICABILIDADE. 1. A jurisprudência do Supremo 
Tribunal Federal entende que a sociedade de economia mista prestadora de serviço 
público de água e esgoto é abrangida pela imunidade tributária recíproca, nos termos da 
alínea “a” do inciso VI do art. 150 da Constituição Federal.
Precedentes. 2. Agravo regimental desprovido.
(RE 631309 AgR, Relator(a): Min. AYRES BRITTO, Segunda Turma, julgado em 27/03/2012).
Certo.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
22 de 74www.grancursosonline.com.br
Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
DIREITO TRIBUTÁRIO
007. (CEBRASPE/CESPE/AUD/TCE-RN/2015) Em relação ao instituto da imunidade tributá-
ria, julgue o item a seguir.
Há entendimento do STF segundo o qual é extensível, em alguns casos, a imunidade recíproca 
às empresas públicas, sob o argumento central de que elas reinvestem seus ganhos ou lucros 
na própria atividade-fim.
Apenas o reinvestimento nas atividades das empresas públicas não garante o direito à imuni-
dade tributária. Para que as empresas públicas tenham acesso às imunidades, é necessário 
prestar serviços exclusivos de E stado, isto é, não prestar um serviço de atividade econômica 
típica. A imunidade alcançará apenas os impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços. A 
questão erra ao falar que o reinvestimento garante a imunidade.
Errado.
1.7.2. Imunidade dos Templos de qualquer Culto (Imunidade Religiosa)
Mesmo sendo laico, o Estado Brasileiro assegura, como direito fundamental inserto no art. 
5º, VI, o livre exercício dos cultos religiosos e a proteção aos locais de cultos e suas liturgias.
Assim, por opção política, o disposto no art. 150, VI, b veda à união, aos estados, ao DF e 
aos municípios a instituição de impostos sobre templos de qualquer culto.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI – instituir impostos sobre:
b) templos de qualquer culto.
Como se vê, tal imunidade além de genérica é eminentemente subjetiva, política, incondi-
cionada e relacionada aos templos de qualquer culto.
008. (CEBRASPE/CESPE/AUDITOR DE FINANÇAS E CONTROLE DE ARRECADAÇÃO DA FA-
ZENDA ESTADUAL/SEFAZ-AL/2002/TÉCNICO EM FINANÇAS) Com relação ao direito tribu-
tário, julgue o item subsequente.
Somente as religiões reconhecidas pelo Estado fazem jus à imunidade constitucional que 
abarca seu patrimônio, sua renda e seus serviços.
A garantia da imunidade religiosa (art. 150, VI, b) decorre do direito fundamental de liberdade 
de culto, previsto no art. 5º, VI da CF/88:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
23 de 74www.grancursosonline.com.br
Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
DIREITO TRIBUTÁRIO
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasi-
leiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualda-
de, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cul-
tos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI – instituir impostos sobre:
b) templos de qualquer culto;
Como o Estado é laico e assegura a liberdade de culto, não pode, ele mesmo, condicionar a 
fruição da imunidade ao seu conhecimento, o que poderia embaraçar a própria ideia de liber-
dade de culto, prevista como direito fundamental.
Errado.
De acordo com o magistério de Francisco Leite Duarte, “a tributação do patrimônio, da 
renda e dos serviços relacionados às entidades religiosas se constituiria numa política fiscal 
incompatível com o direito e garantia individual que é a liberdade do exercício de cultos religio-
sos, razão porque a imunidade estabelecida para os templos de qualquer culto, estabelecida 
no art. 150, VI, b, não se resume somente aos prédios destinados ao culto e liturgias (templo), 
mas também a todos os impostos incidentes sobre o patrimônio, a renda e serviços relacio-
nados com as finalidades essenciais daquelas entidades, sendo, igualmente uma imunidade 
subjetiva”.
Como dito, da redação da CF/88, art. 150, §4º, retira-se que a imunidade compreende ape-
nas o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as atividades essenciais dos tem-
plos de qualquer culto.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
§ 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas “b” e “c”, compreendem somente o patrimônio, a 
renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.
Entretanto, isso não impede a imunidade das rendas obtidas de imóveis alugados, desde 
que direcionadas ao financiamento de suas atividades essenciais.
EMENTA: Recurso extraordinário.
2. Imunidade tributária de templos de qualquer culto. Vedação de instituição de impostos 
sobre o patrimônio, renda e serviços relacionados com as finalidades essenciais das enti-
dades. Artigo 150, VI, “b” e § 4º, da Constituição.
3. Instituição religiosa. IPTU sobre imóveis de sua propriedade que se encontram aluga-
dos.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
24 de 74www.grancursosonline.com.br
Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
DIREITO TRIBUTÁRIO
4. A imunidade prevista no art. 150, VI, “b”, CF, deve abranger não somente os prédios des-
tinados ao culto, mas, também, o patrimônio, a renda e os serviços “relacionados com as 
finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas”. (...)
(RE 325822, Relator(a): Min. ILMAR GALVÃO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. GILMAR MENDES, 
Tribunal Pleno, julgado em 18/12/2002).
Também nesse ponto o STF acabou adotando uma posição extensiva, ao entender que a 
imunidade ali prevista abrangeria os cemitérios que se organizam como extensões das enti-
dades religiosas, desde que se dediquem exclusivamente às atividades funerárias ou religio-
sas e não tenham fim lucrativo.
Por óbvio, se tais entidadesobjetivarem finalidade lucrativa, afastada estará a benesse.
EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. 
IPTU. ARTIGO 150, VI, “B”, CB/88. CEMITÉRIO. EXTENSÃO DE ENTIDADE DE CUNHO RELI-
GIOSO.
1. Os cemitérios que consubstanciam extensões de entidades de cunho religioso estão 
abrangidos pela garantia contemplada no artigo 150 da Constituição do Brasil. Impossi-
bilidade da incidência de IPTU em relação a eles.
...
(RE 578562, Relator(a): Min. EROS GRAU, Tribunal Pleno, julgado em 21/05/2008).
Há, ainda, caso em que o STF entendeu que se a entidade não professa nenhuma religião, 
como é o caso da maçonaria, não atrai a proteção da imunidade.
Ementa: CONSTITUCIONAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. ART. 
150, VI, C, DA CARTA FEDERAL. NECESSIDADE DE REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-
-PROBATÓRIO. SÚMULA 279 DO STF. ART. 150, VI, B, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. 
ABRANGÊNCIA DO TERMO “TEMPLOS DE QUALQUER CULTO”. MAÇONARIA. NÃO CONFI-
GURAÇÃO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO CONHECIDO EM PARTE E, NO QUE CONHECIDO, 
DESPROVIDO.
...
III – A imunidade tributária conferida pelo art. 150, VI, b, é restrita aos templos de qual-
quer culto religioso, não se aplicando à maçonaria, em cujas lojas não se professa qual-
quer religião.
...
(RE 562351, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Primeira Turma, julgado em 
04/09/2012).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
25 de 74www.grancursosonline.com.br
Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
DIREITO TRIBUTÁRIO
1.7.3. Imunidade dos Partidos Políticos, Sindicatos de Trabalhadores, Enti-
dades de Educação e Assistência sem Fins Lucrativos
Estabelecida no art. 150, VI, c, a norma constitucional veda à União, aos estados, ao DF e 
aos municípios instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, 
inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de edu-
cação e de assistência, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei. Note:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Esta-
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI – instituir impostos sobre:
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sin-
dicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, 
atendidos os requisitos da lei.
Como se vê, tal imunidade além de genérica é eminentemente subjetiva, política, condicio-
nada e relacionada aos partidos políticos, suas fundações, às entidades sindicais dos trabalha-
dores e às instituições de educação e assistência social sem fins lucrativos.
De acordo com o disposto no art. 150, §4º, compreende apenas o patrimônio, a renda e os 
serviços quando relacionados com as atividades essenciais das entidades.
Na visão da jurisprudência, tal disposição não afeta a imunidade das entidades desde que, 
como mencionado, os recursos obtidos pelas entidades sejam destinados a suas finalidades 
essenciais.
É o caso do aluguel de imóvel a particular, inclusive cristalizado em súmula vinculante 
em 2015, e aquele obtido com a exploração de serviço de estacionamento em imóvel de ente 
abrangido pela imunidade.
Situações que, em uma leitura também extensiva, o Tribunal Maior entende estarem no 
campo da imunidade:
Súmula Vinculante n. 52
Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a 
qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, “c”, da Constituição Federal, desde 
que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram 
constituídas.
EMENTA: IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. ART. 150, VI, C, DA CONSTITUIÇÃO. INSTITUIÇÃO DE 
ASSISTÊNCIA SOCIAL. EXIGÊNCIA DE IMPOSTO SOBRE SERVIÇO CALCULADO SOBRE O 
PREÇO COBRADO EM ESTACIONAMENTO DE VEÍCULOS NO PÁTIO INTERNO DA ENTI-
DADE.
(...)
Eventual renda obtida pela instituição de assistência social mediante cobrança de esta-
cionamento de veículos em área interna da entidade, destinada ao custeio das ativida-
des desta, está abrangida pela imunidade prevista no dispositivo sob destaque. (...)
(RE 144900, Relator(a): Min. ILMAR GALVÃO, Primeira Turma, julgado em 22/04/1997).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
26 de 74www.grancursosonline.com.br
Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
DIREITO TRIBUTÁRIO
Note, ademais, que ainda em 2013, o STF também incluiu no campo da imunidade a ma-
nutenção de imóvel vago no patrimônio de entidade beneficiada, pois a constatação de que 
um imóvel está vago ou sem edificação não é suficiente, por si só, para destituir a garantia 
constitucional da imunidade.
EMENTA Imunidade. Entidade de assistência social. Artigo 150, VI, c, CF. Imóvel vago. 
Finalidades essenciais. Presunção. Ônus da prova.
(...)
5. A constatação de que um imóvel está vago ou sem edificação não é suficiente, por si 
só, para destituir a garantia constitucional da imunidade. A sua não utilização temporária 
deflagra uma neutralidade que não atenta contra os requisitos que autorizam o gozo e a 
fruição da imunidade. 6. Recurso extraordinário a que se nega provimento.
(RE 385091, Relator(a):Primeira Turma, julgado em 06/08/2013).
009. (CEBRASPE/ANALISTA JUDICIÁRIO DE PROCURADORIA/PGE-PE/2019) À luz da juris-
prudência dos tribunais superiores, julgue o item subsequente, acerca de imunidade e obriga-
ção tributárias.
Partido político perde a imunidade de IPTU sobre imóvel de sua propriedade caso o alugue para 
terceiro, ainda que o valor dos aluguéis seja investido, por exemplo, em propaganda partidária.
Nesse caso, o partido não perde a imunidade, pois o aluguel desse imóvel é investido nas pró-
prias atividades do partido. Caso esse recurso fosse aplicado em atividades diversas, que não 
estivessem ligadas às atividades do partido, essa imunidade poderia deixar de existir.
Errado.
Não bastasse isso, o STF possui entendimento no qual exonera a incidência, inclusive de 
impostos indiretos, se a entidade imune é o contribuinte de direito do tributo.
Recorde que, mesmo quando o ente ou entidade é imune, mas contribuinte de fato, não 
gozará da imunidade.
Aqui houve posição diferente, mas relacionada com o tema que requer especial atenção, 
tendo em conta ser consolidação de posição do Tribunal solucionando divergência entre suas 
duas turmas.
Nesse caso, houve prevalência da tese extensiva da imunidade, com o fim de preservação, 
proteção e estímulo às instituições beneficiadas, em detrimento da igualdade de concorrência 
no mercado:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
27 de 74www.grancursosonline.com.br
Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
DIREITO TRIBUTÁRIO
O Plenário do Supremo Tribunal Federal, ao apreciar o RE 210.251 – EDv/SP, fixou enten-
dimento segundo o qual as entidades de assistência social são imunes em relação ao 
ICMS incidente sobre a comercialização de bens por elas produzidos, nos termos do art. 
150, VI, “c” da Constituição. ...
(RE 186175 ED-EDv, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Tribunal Pleno, julgado em 
23/08/2006).
Em que pese toda a excepcionalidade das situações estudadas, o principal ponto de con-
trovérsia do dispositivoestá na necessidade de regulamentação, por lei, de requisitos para 
sua obtenção.
É que, por ser imunidade condicionada, requer para sua fruição plena integração infracons-
titucional por meio de lei.
Como se sabe, a visão do Supremo, no que diz com a reserva de lei complementar, passa 
necessariamente pela previsão no texto constitucional de tal espécie normativa, caso que, 
como se observa, não ocorre na parte final do dispositivo ora estudado.
Menciona-se no art. 150, VI, c, os requisitos da lei.
Por outro lado, quando a Constituição fala em regulamentação de imunidades – como 
espécie de limitação ao poder de tributar – exige, expressamente, a norma complementar, de 
acordo com o disposto em seu art. 146, II:
Art. 146. Cabe à lei complementar:
II – regular as limitações constitucionais ao poder de tributar.
Tendo isso por base, muito se discutiu se as entidades beneficentes deveriam observar 
requisitos de lei ordinária ou complementar para fins de obtenção da imunidade.
O nosso Tribunal Constitucional trilhou, no caso, caminho “conciliatório” – nas palavras 
de Leandro Paulsen – ao adotar a posição que exige norma complementar no que diz com 
as condições materiais para o gozo do benefício e norma ordinária quando apenas tratar de 
requisitos formais para a constituição e funcionamento de tais entidades.
Superada a questão, resta saber qual é a lei complementar aplicável ao tema da ma-
terialidade.
Com efeito, na inexistência de norma complementar específica, adotaram-se as regula-
ções do Código Tributário Nacional que, como se sabe, foi recepcionado pela ordem de 1988 
com estatura de lei complementar.
Note, outrossim, os requisitos do Código para a fruição da imunidade:
Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância dos seguintes 
requisitos pelas entidades nele referidas:
I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
28 de 74www.grancursosonline.com.br
Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
DIREITO TRIBUTÁRIO
II – aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institu-
cionais;
III – manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades ca-
pazes de assegurar sua exatidão.
§ 1º Na falta de cumprimento do disposto neste artigo, ou no § 1º do artigo 9º, a autoridade compe-
tente pode suspender a aplicação do benefício.
§ 2º Os serviços a que se refere a alínea c do inciso IV do artigo 9º são exclusivamente, os direta-
mente relacionados com os objetivos institucionais das entidades de que trata este artigo, previstos 
nos respectivos estatutos ou atos constitutivos.
Por derradeiro, convém enfrentar ainda a situação das entidades fechadas de previdência 
complementar. Com efeito, a imunidade conferida às instituições de assistência social, sem 
fins lucrativos, não alcança todas as entidades privadas de previdência social.
Para que o ponto fique claro, é importante entender a distinção entre Seguridade Social e 
Previdência Social. A Seguridade Social é termo mais amplo que abarca não só a previdência 
social, mas também a assistência social e a saúde.
Como se vê, o artigo 150, VI, c da Constituição apenas menciona, para fins de imunidade, 
as entidades de assistência social. Note que são conceitos distintos.
Até por isso, o STF entende que, regra geral, as entidades de previdência social não estão 
abrangidas pela imunidade ali explicitada, mantendo posição delimitada anteriormente à pro-
mulgação da Constituição de 1988:
– Entidade de previdência privada. Sendo mantida por expressiva contribuição dos empre-
gados, ao lado da satisfeita pelos patrocinadores, não lhe assiste o direito ao reconheci-
mento da imunidade tributária, prevista no art. 19, III, “c”, da Constituição de 1967, visto 
não se caracterizar, então, como instituição de assistência social. Recurso extraordinário 
de que, por maioria, não se conhece.
(RE 136332, Relator(a): Min. OCTAVIO GALLOTTI, Primeira Turma, julgado em 24/11/1992).
Reavaliando a disciplina com base na Lei Maior vigente, o Supremo manteve o entendimen-
to anterior, mas com uma exceção: igualou as entidades fechadas de previdência complemen-
tar privada às entidades de assistência social quando cobertos alguns requisitos que as equi-
parariam, quais sejam, 1) finalidade não lucrativa; 2) sem qualquer contribuição do empregado.
Note o seguinte julgado e a súmula 730 do STF:
IMUNIDADE – ENTIDADE FECHADA DE PREVIDÊNCIA PRIVADA.
Na dicção da ilustrada maioria, entendimento em relação ao qual guardo reservas, o fato 
de mostrar-se onerosa a participação dos beneficiários do plano de previdência privada 
afasta a imunidade prevista na alínea “c” do inciso VI do artigo 150 da Constituição 
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
29 de 74www.grancursosonline.com.br
Limitações do Poder de Tributar: Imunidades
DIREITO TRIBUTÁRIO
Federal. Incide o dispositivo constitucional, quando os beneficiários não contribuem e a 
mantenedora arca com todos os ônus. (..)
(RE 259756, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 28/11/2001).
Súmula n. 730
A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem fins lucrativos 
pelo art. 150, VI, “c”, da Constituição, somente alcança as entidades fechadas de previ-
dência social privada se não houver contribuição dos beneficiários.
010. (CEBRASPE/ANALISTA JUDICIÁRIO DE PROCURADORIA/PGE-PE/2019) À luz da juris-
prudência dos tribunais superiores, julgue o item subsequente, acerca de imunidade e obriga-
ção tributárias.
A imunidade tributária das instituições de assistência social sem fins lucrativos está condicio-
nada à inexistência de contribuição por parte de seus beneficiários.
A questão cobra o entendimento do STF, que diz que essas instituições só gozarão da imunida-
de tributária quando os beneficiários não precisarem pagar nenhuma contribuição para terem 
acesso aos serviços.
Certo.
1.7.4. Imunidade dos Livros, Jornais e Periódicos (Imunidade Cultural)
Imunidade estabelecida no art. 150, VI, d, CF/88 define que é vedado à União, aos Estados, 
ao DF e aos Municípios instituir impostos sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado 
à sua impressão.
Como se vê, tal imunidade além de genérica é eminentemente objetiva, política, incondi-
cionada e relacionada aos livros, jornais, periódicos e papel destinado à sua impressão.
A base valorativa de tal imunidade política é a proteção da livre manifestação do pensa-
mento e da expressão da atividade intelectual, artística e científica; da livre comunicação e do 
acesso à informação, todos direitos fundamentais elencados no art. 5º da Constituição Federal.
Por estar classificada como imunidade objetiva, não se cobra o imposto em face de ope-
rações realizadas com seus objetos, como em uma saída de livros. Aí não irá incidir o ICMS.
Inobstante isso, poderá existir tributação por meio do imposto de renda para a editora res-
ponsável pelo ato anterior que estava ao abrigo da imunidade, pois este incide sobre a pessoa, 
e não sobre o objeto.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANITA CARLA DE MOURA - 03208789297, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br

Continue navegando