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Aluno: Gastão Pinto Pache De Faria Júnior Disciplina: Direito Tributário Professor: Marcelo Puccini Caminha Filho APS – Direito Tributário ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS 1. Os alunos deverão construir um quadro comparativo entre as imunidades tributárias previstas no art. 150, VI da CF (imunidades gerais). 2. O quadro comparativo deve descrever de forma objetiva os seus elementos. 3. A construção do quadro comparativo deve acompanhar uma resenha da leitura do texto indicado no material de apoio. 4. O aluno deverá relacionar sua percepção sobre a tabela, em especial sobre o contexto histórico que embasou o surgimento de cada imunidade, construindo um texto argumentativo, e, expressando, ao final, sua posição crítica sobre os temas abordados. 5. O aluno deverá, também, investigar a atual interpretação do STF sobre cada uma das imunidades. 6. A tabela e o texto deverão ser postados no ambiente Blackboard. MATERIAL DE APOIO : BALEEIRO, Aliomar. Limitações constitucionais ao poder de tributar. Rio de Janeiro: Forense, 2010. A imunidade tributária é um instituto garantido na Constituição Federal de 1988, expresso no artigo 150, tem como objeto impedir que a União, os Estados, Distrito Federal, e Municípios, limitando a competência de tributar impostos de algumas instituições indicadas nos incisos do referido artigo, bem como, limitando o Estado de incidir cobranças de impostos dos municípios, e vice e versa, sendo denominada a imunidade recíproca, as imunidades quanto aos partidos políticos, imunidade musical, e a imunidade de imprensa. Prevista na Constituição Federal de 1988, no artigo 150, VI, alínea “a”, a imunidade recíproca é considerada pelos doutrinadores como uma imunidade intergovernamental, considerada a mais antiga no ordenamento jurídico. Impedindo que a União, aos Estados, Distrito Federal e Municípios instituem impostos sobre patrimônios, renda e serviços, entre uns dos outros. A imunidade recíproca ainda pode ser extensiva, deixando de realizar a cobrança de impostos entre as autarquias e fundações, sendo caracterizado o vinculado essencial de sua finalidade. Segundo Melo: “Trata-se de obediência ao federalismo, cuja manutenção é promovida com a evitação de cargas tributarias que possam desfalcar a capacidade econômica das pessoas políticas. Mediante a eliminação desses gravames, não ficarão prejudicadas e comprometidas no livre exercício de suas atividades públicas (2012, p.160).” Ricardo Alexandre cita que a imunidade recíproca é uma cláusula pétrea, importante para o amparo do acordo federativo em impedir que um ente federativo constituísse o poder de tributar do outro (2013, p.155). As imunidades tributárias são limitações ao poder de tributar. Não obstante não quer a Constituição que determinadas situações materiais sejam oneradas, dessa forma, ela exclui certas pessoas, ou bens, ou serviços, ou situações, deixando-os de fora do alcance do poder de tributar. Vejamos o quadro comparativo abaixo com as imunidades tributárias previstas no art. 150, VI da CF, com sua FUNDAMENTAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO, FINALIDADE, ABRANGENCIA E APLICABILIDADE, e suas observações decorrentes. Imunidade Recíproca A imunidade recíproca, prevista no art. 150, VI, a, CF define que os entes públicos não poderão cobrar impostos sobre o patrimônio, renda ou serviço uns dos outros. Essa imunidade é extensiva as autarquias e as fundações públicas, mas não o é às empresas de economia mista nem às empresas públicas, pois estas se submetem ao regime de direito privado. Súmula 324 A imunidade do art. 31, V, da Constituição Federal não compreende as taxas. As empresas públicas prestadoras de serviço público distinguem-se das que exercem atividade econômica. A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos é prestadora de serviço público de prestação obrigatória e exclusiva do Estado, motivo por que está abrangida pela imunidade tributária recíproca: C.F., art. 150, VI, a. RE, conhecido em parte e, nessa parte, provido” (RE no 407.099-RS, 2a T., Rel. Min. Carlos Velloso, DJ de 6- 8-2004, Ata no 21/2004). Pelo mesmo fundamento foi reconhecida a imunidade recíproca a favor da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária – INFRAERO – que tem por atividade-fim a prestação de serviço de infraestrutura aeroportuária em regime de monopólio estatal (RE no 363412-AgRg/BA, Rel. Min. Celso de Mello, DJ de 19-9-2008). Porém, o STF não distinguiu os serviços de entrega de cartas e telegramas que é um serviço público delegado pela União, dos demais serviços prestados por aquela empresa pública sob o regime de concorrência, assumindo característica mercantil. O texto constitucional utiliza a palavra imposto, ao limitar o poder de tributação, mas é importante fazer uma interpretação mais ampla, que entes tem limitação de tributar uns sobre os outros, impedindo que instituam taxas com a justificativa de previsão constitucional. Imunidade dos templos religiosos Com previsão legal no artigo 150, VI, alínea “b”, nos deparamos com a aplicação da imunidade aos templos religiosos, evitando que a União, os Estados, o Distrito Federal, e Municípios, efetue cobranças de impostos do templo religioso. Para Eduardo Sabbag, a instrução da norma constitucional sobre os templos religiosos, não pode ser definida como um benefício, mas uma destituição atribuída por norma constitucional. (2014, p.325). A imunidade religiosa é aplicável apenas na cobrança de impostos, a mesma imunidade não se aplica a cobrança de taxas instituídas pelo município, como por exemplo, a cobrança de taxa na coleta seletiva do lixo. Para Roque Antônio Carrazza, ensina quanto à aplicação da classificação da imunidade dos templos religiosos. “Trata-se de imunidade objetiva, que visa assegurar a todos os indivíduos não só a liberdade de pensamento e expressão, como o direito à educação, à cultura, e a própria liberdade de crenças (2011, p.825).” Jurisprudência: A 3ª turma Cível do TJ/DF, por unanimidade, deu parcial provimento ao recurso da Igreja Batista para reconhecer a incidência de imunidade tributária em relação aos veículos funcionais da instituição religiosa, bem como condenar o DF a devolver os valores recebidos pela tributação indevida. A Igreja ajuizou ação no intuito de obter o reconhecimento de imunidade tributária em relação aos impostos de IPTU e IPVA sobre o seu patrimônio, bem como a condenação do réu a restituir os valores pagos referentes aos respectivos impostos. O DF argumentou que a Igreja não teria requerido a concessão do benefício junto à Administração Pública e que o requerimento era necessário para comprovar o preenchimento dos requisitos legais. Afirmou que a autora teria que comprovar que os bens estariam destinados à função social da entidade. A sentença proferida pelo juízo da 5ª vara da Fazenda Pública julgou improcedentes os pedidos, condenando a autora ao pagamento de custas e honorários advocatícios. A Igreja recorreu e os desembargadores reformaram parte da sentença, pois entenderam que o registro do templo em dados cadastrais da Secretaria de Fazenda Pública dispensa o contribuinte do prévio reconhecimento administrativo da imunidade tributária pelo órgão fazendário competente (nos termos do decreto 33.269/11). Porém acompanharam o voto da relatora ao registrar "não me parece razoável que vários bens indicados na petição inicial atendam precipuamente às necessidades essenciais de uma instituição religiosa sem fins lucrativos, tais como acomodações ou hospedagens localizadas em áreas nobres do Distrito Federal disponibilizadas gratuitamente a pastores e missionários e dois veículos FORD Fusion, de alto valor no mercado". https://cache-internet.tjdft.jus.br/cgibin/tjcgi1?NXTPGM=plhtml06&ORIGEM=INTER&CDNUPROC=20120110312245AGS https://jus.com.br/artigos/70708/o-entendimento-do-stf-sobre-a-aplicacao-da-imunidade-tributaria-aos-templos-de-qualquer-culto-e-maconaria Imunidade dos partidos políticos, sindicatos de trabalhadores e entidades educacionais e assistenciais sem fins lucrativos . A imunidade atribuída aos partidos políticos e entidades mantidas pelo Estado democrático, possui previsão legal no artigo 150, VI, alínea “c” da Constituição Federal de 1988, sendo exonerados ao pagamento de impostos sobre o patrimônio, renda e serviços, as entidades que não possua finalidade lucrativa. Ainda, segundo Alexandre: “Ao imunizar as entidades sindicais dos trabalhadores, o legislador constituinte quis proteger a liberdade de associação sindical estatuada no artigo 8º da Carta Magna.” As entidades educacionais e assistenciais sem fins lucrativos têm proteção constitucional, desde que atendam aos requisitos necessários estipulados em lei. Por outro lado, Eduardo Sabbag, alude que a imunidade partidária possui clara importância ao Estado Democrático (2014, p.353). Assim, para a utilização desta imunidade é necessário o condicionamento dos requisitos previstos na lei, alçando apenas os impostos, incluído aqueles relativos ao patrimônio, renda e os serviços dos sujeitos à imunidade. Jurisprudência: CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO. APELAÇÃO. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICA TRIBUTÁRIA. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. ICMS IMPORTAÇÃO. PARTIDO POLÍTICO. PREVISÃO CONSTITUCIONAL. VINCULAÇÃO ATIVIDADES ESSENCIAIS. PRESUNÇÃO. ELISÃO. ÔNUS DO FISCO. REQUISITOS LEGAIS. ART. 14 DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL. NÃO COMPROVAÇÃO. https://cache-internet.tjdft.jus.br/cgibin/tjcgi1?NXTPGM=plhtml06&ORIGEM=INTER&CDNUPROC=20120110312245AGS https://jus.com.br/artigos/70708/o-entendimento-do-stf-sobre-a-aplicacao-da-imunidade-tributaria-aos-templos-de-qualquer-culto-e-maconaria https://jus.com.br/artigos/70708/o-entendimento-do-stf-sobre-a-aplicacao-da-imunidade-tributaria-aos-templos-de-qualquer-culto-e-maconaria RECONHECIMENTO IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. IMPOSSIBILIDADE. SENTENÇA REFORMADA. 1 É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir imposto sobre: patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos atendidos os requisitos da lei. Inteligência do Art. 150, inciso VI, alínea ?c?, da Constituição Federal. 2 ?É pacífico o entendimento desta Corte no sentido de que a imunidade tributária consignada no art. 150, inciso VI, alínea ?c?, da Constituição Federal abrange o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) incidente na importação de bens utilizados na prestação de serviços específicos das entidades de assistência social sem fins lucrativos?(AI 776205 AgR, Relator (a): DIAS TOFFOLI, Primeira Turma, julgado em 18/10/2011, DJe-214 DIVULG 09-11-2011 PUBLIC 10-11- 2011 EMENT VOL-02623-03 PP-00486). 3 O ônus de elidir a presunção de vinculação às atividades essenciais prevista no § 4º, do Art. 150 da Constituição Federal é do Fisco, uma vez que como a garantia decorre diretamente da Carta Política, mediante decote de competência legislativa, as presunções sobre o enquadramento originalmente conferido devem militar a favor das pessoas ou das entidades que apontam a norma constitucional. Nesse sentido: RE 470520, Relator (a): DIAS TOFFOLI, Primeira Turma, julgado em 17/09/2013, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-229 DIVULG 20-11-2013 PUBLIC 21-11-2013. 4 A norma constitucional estabelece a imunidade tributária sobre patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos atendidos os requisitos da lei (Art. 150, inciso VI, alínea ?c?, da Constituição Federal), que, conforme já restou decidido pelo Supremo Tribunal Federal, estão previstos no Art. 14 e incisos do Código Tributário Nacional (RE 566622, Relator (a): MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 23/02/2017, PROCESSO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-186 DIVULG 22-08-2017 PUBLIC 23-08-2017). 5 A afirmação de que o Partido Político cumpre as exigências do Art. 14 do Código Tributário Nacional, desacompanhada da juntada aos autos de demonstração contábil, apresentação de seus livros revestidos de formalidades capazes de assegurar a exatidão da escrituração de suas receitas e despesas, não comprova o pleno atendimento aos requisitos legais, o que inviabiliza, no caso, o reconhecimento da imunidade tributária constitucional. 6 Recurso provido. (TJ-DF 07026557720208070018 DF 0702655-77.2020.8.07.0018, Relator: GETÚLIO DE MORAES OLIVEIRA, Data de Julgamento: 17/03/2021, 7ª Turma Cível, Data de Publicação: Publicado no DJE : 29/03/2021 . Pág.: Sem Página Cadastrada.) https://tj-df.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/1187765040/7026557720208070018-df-0702655-7720208070018 Súmula Vinculante 52 Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, "c", da Constituição Federal, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram constituídas. Imunidade dos livros, jornais e periódicos. A imunidade de exoneração dos livros, jornais, periódicos e respectivo papel, é um dos itens que possui previsão legal no artigo 150, VI, alínea “d” da Constituição Federal de 1988. Segundo Alexandre, acarreta: “A imunidade visa a baratear o acesso à cultura e, por facilitar a livre manifestação do pensamento, a liberdade de atividade intelectual, artística, cientifica e da comunicação e acesso à informação, todos os direitos garantidos individuais constitucionalmente protegidos (2014, p.170).” Destaca-se, que a imunidade mencionada é acima é objetiva, José Eduardo Soares de Melo, explica: “Esta imunidade objetiva proteger a divulgação de ideias, conhecimentos, a livre expressão do pensamento, veiculados por estes instrumentos, traduzindo procedimento peculiar a um autêntico regime democrático (2012, p.178).” Jurisprudência: EMENTA Agravo regimental nos embargos de declaração no recurso extraordinário. Tributário. II e IPI. Revistas infantis acompanhadas de brinquedo. Imunidade conferida a livros, jornais e periódicos. Artigo 150, VI, d, da Constituição Federal. Relação de essencialidade entre o bem abrangido por imunidade tributária e o brinquedo que o acompanha. Revolvimento de matéria fática. Necessidade. https://tj-df.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/1187765040/7026557720208070018-df-0702655-7720208070018 Súmula nº 279/STF. Precedentes. 1. Não se demonstrou a relação de essencialidade entre a revista infantil e o brinquedo que a acompanha para fins da imunidade tributária prevista no art. 150, VI, d, da CF/88, sendo necessário o revolvimento de matéria fática para tanto, o que não se admite na presente via recursal. Incidência da Súmula nº 279 do STF. 2. Agravo regimental não provido, com imposição de multa de 1% (um por cento) do valor atualizado da causa (art. 1.021, § 4º, do CPC), sem majoração dos honorários advocatícios, nos termos da Súmula nº 512 do STF. (STF - RE: 1294034 RJ 0000279-84.2004.4.02.5001, Relator: DIAS TOFFOLI, Data de Julgamento: 27/04/2021, Primeira Turma, Data de Publicação: 20/05/2021) A Imunidade dos Impostos de fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil Fonogramas são as próprias músicas, enquanto os videofonogramas podem ser entendidos como os vídeos que possuem sons musicais, ou seja, os CD e DVD, antes de serem submetidos à gravação com os fonogramas e videogramas, sofrerão tributação. O que muda com a Imunidade Tributária Musical? Com o novo texto, fica impedida a cobrança de impostos – somente essa espécie tributária – sobre os fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil. Além disso, estão inclusos os suportes ou arquivos que os contenham. Podemos entender os suportes materiais, tais como DVDs, CDs, Blu-Rays, que também serão objetos de liberação de impostos. Do mesmo modo, essa liberação alcançará osarquivos digitais, v.g., por exemplo, músicas baixadas pela internet ou por meio de aplicativos de streaming. Assim, a obra intelectual, do artista musical, em sua totalidade, fica zelada da tributação. Objetivos da Emenda Constitucional nº 75/2013 De forma geral, o principal objetivo da proposta é reduzir a carga de impostos em tais produtos. Ou seja, propiciar uma baixa nos preços, visando desencorajar a comercialização ilícita de cópias piratas, promovendo o acesso à cultura e ao conhecimento. Principais benefícios com a PEC da música O maior benefício com a nova emenda constitucional é o combate à pirataria, a proteção à indústria nacional e o estímulo com a produção nacional de CDs e DVDs. Além disso, estima-se que seja feita uma diminuição em até 30% nos preços dos produtos nacionais. Assim, incentivando os artistas brasileiros para criarem, pois estarão livres de impostos estaduais, municipais e/ou da União. Por semelhança tecnológica, vemos que vídeo tapes, LPs, fitas cassete e quaisquer outros meios de reprodução musical também estão sob a custódia da nova emenda. No entanto, de acordo com a nova regra, pode-se afirmar que o artista estrangeiro não terá seu trabalho imune, mesmo que trate sobre uma música brasileira. Além disso, é essencial dizer que também valerá para as reproduções industriais de mídias ópticas de leitura a laser. Quais impostos a Imunidade Tributária Musical afasta? De maneira geral, são afastados o IPI e o ICMS, ou seja, trata-se da Imunidade Fiscal Objetiva. A Constituição da República, única capaz de conceder tal proibição (por isso, a criação da Emenda Constitucional), passa a impedir a aplicação de impostos na produção e na comercialização dos discos. Portanto, cabe a gravadora pagar todos os demais tributos como por exemplo, imposto de renda, IPVA, IPTU, taxas, contribuições, etc. Não se trata de isenção, uma vez que tem como base a lei e não o texto constitucional. Vale dizer que, sobre as demais imunidades gerais elencadas no artigo 150º, VI, da Constituição da República, como aquela outorgada aos livros, jornais e periódicos, a imunidade das músicas nacionais somente alcança os impostos. Portanto, não se estende, segundo a legislação do Supremo Tribunal Federal, às demais espécies tributárias. Assim, fica aberta a cobrança de contribuições, como a COFINS e o PIS/PASEP. Por fim, podemos destacar que essa imunidade é muito bem aceita por todos. Por outro lado, esta Emenda Constitucional deixou de ser mais eficaz, uma vez que deveria alcançar a todos os fins que se idealizou, ou seja, https://amar.art.br/fonogramas-o-que-e-como-cadastrar/ https://amar.art.br/streaming-como-colocar-musicas/ quando deixou de lado os artistas e obras estrangeiras. Se temos que o combate à pirataria foi o grande foco dessa emenda, não deveria estar limitado apenas e somente aos artistas brasileiros, mas sim a todos os artistas. Além disso, o acesso à cultura e à informação são direitos fundamentais e não existem fronteiras, portanto, não podemos estimar tal acesso. Uma vez que, não reconhecer a importância da colaboração do material internacional na cultura do cidadão nacional, viola as próprias regras da Carta Magna, especialmente aos textos do artigo 5º, XIV e artigo 220 da Constituição Federal. Jurisprudência: Em 15 de outubro de 2013 foi publicada a Emenda Constitucional nº 75, que alterou a redação do artigo 150 da CF/88, acrescentando a alínea “e” ao inciso VI. A Emenda Constitucional possui a seguinte redação: “EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 75, DE 15 DE OUTUBRO DE 2013 Acrescenta a alínea e ao inciso VI do art. 150 da Constituição Federal, instituindo imunidade tributária sobre os fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham. As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, nos termos do § 3º do art. 60 da Constituição Federal, promulgam a seguinte Emenda ao texto constitucional: Art. 1º O inciso VI do art. 150 da Constituição Federal passa a vigorar acrescido da seguinte alínea e: “Art. 150…………………………………………………………………… VI – ………………………………………………………………….. e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser. ………………………………………………………………..” (NR) Art. 2º Esta Emenda Constitucional entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, em 15 de outubro de 2013.” https://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/1036310/emenda-constitucional-75-13 Finalizando, a CF definiu limites sobre os direitos de tributação para evitar que se invadisse no patrimônio dos contribuintes. Essas regras são uma espécie de "freio" para dar proteção jurídica a eles. A isenção prevista no art. 150, inciso VI da CF é de natureza protecionista, pois as entidades que obtêm receita por meio de doações estão isentas de tributação. No entanto, a lei não possui amplo controle sobre a destinação das receitas recebidas pelas empresas e instituições. A corrupção frequente no Brasil pode levar essas instituições ou empresas a mudar a finalidade de suas atividades para conseguir esses benefícios fiscais. https://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/1036310/emenda-constitucional-75-13
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