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O Mercado de Câmbio: Câmbio é toda operação em que há troca de moeda nacional por moeda estrangeira ou vice-versa. Mercado de Câmbio é o ambiente abstrato onde se realizam as negociações de moedas estrangeiras entre os agentes autorizados ou credenciados pelo Banco Central do Brasil e entre estes e seus clientes. Sua existência decorre da internacionalização do comércio e da livre movimentação global de capitais, em confronto com a nacionalidade das moedas. Figura 1.1 – Estrutura das operações de câmbio � Principais funções Viabilizar a transferência de recursos entre os agentes econômicos e financeiros dos diversos países; Fornecer crédito para transações de negócios internacionais; Minimizar exposição aos riscos de flutuação das taxas de câmbio. 1 – Balança de Pagamentos: A balança de pagamentos é um instrumento contábil referente às relações entre um país e o resto do mundo, que mede a entrada e saída de capitais. Registra o resultado líquido das transações de importação e exportação de bens, serviços e capital financeiro e de transações comerciais. É composta por: Saldo de Conta Corrente ou Saldo de Transação Corrente Saldo de Contas Financeiras 2 – Saldo de Conta Corrente Conta Corrente ou Transações Correntes Balança Comercial (Bens e Produtos) Exportações Importações Serviços Transportes e Fretes Viagens (Turismo e Cartão de Crédito) Rendas Salários Rendas de Investimentos Transferências Unilaterais 3 – Saldo de Contas Financeiras Conta Financeira Investimento Direto Participação no Capital Empréstimos Intercompanhias Investimento em Carteiras Ações e DRs (Depositary Receipts) Títulos de Dívida Doméstica Títulos de Dívida Externa Outros Investimentos de Curto Prazo Empréstimos e Créditos Comerciais Depósitos e Empréstimos Oficiais Moeda Estrangeira e Depósitos Bancários 4 – Reservas Internacionais: São depósitos em moeda estrangeira mantidos pela União para o cumprimento de obrigações financeiras ou possibilitar a manutenção de um regime cambial que não seja livre. 5 – Reguladores: Como principal regulador, temos o Banco Central, responsável por executar a política cambial definida pelo Conselho Monetário Nacional. Para que isso possa ser efetivo, ele regulamenta o mercado de câmbio, autoriza instituições a operarem e fiscaliza o referido mercado, podendo, inclusive, punir dirigentes e instituições, por meio de multas, suspensões ou outras sanções previstas em lei. Além disso, o Bacen também pode atuar diretamente no mercado, comprando e vendendo moeda estrangeira de forma ocasional e limitada com o objetivo de conter movimentos desordenados da taxa de câmbio. Outras instituições atuantes ou controladoras do mercado de câmbio são: Conselho Monetário Nacional – CMN Câmara do Comércio Exterior – CAMEX Secretaria do Comércio Exterior – SECEX Secretaria da Receita Federal – SRF Banco do Brasil – BB Ministro de Relações Exteriores e outros. 6 – Agentes: No Brasil, a “comercialização” de moeda estrangeira é monopólio da União, exercido pelo Banco Central; porém, como é impossível para ele realizar todas as operações requisitadas, provendo de liquidez o mercado, ele autoriza instituições financeiras a operarem no mercado de câmbio, desde que observando certo conjunto de regras. Além das instituições financeiras, também possuem autorização para operar no mercado de câmbio os meios de hospedagem (hotéis) e agências de turismo. 7 – Regimes Cambiais: Finalizamos, chamando atenção para os regimes cambiais. Regime cambial também é chamado de sistema cambial, que vem a ser o conjunto de regras e instituições que acompanham e regulamentam os meios de pagamentos internacionais e que permitem o funcionamento do mercado cambial. São estes os regimes: 1) Regime de câmbio fixo: neste tipo de regime cambial, a taxa cambial de um país é fixa. A quantidade de moeda ofertada e demandada é ajustada (em geral pelo banco central do país) de modo a manter o preço da (taxa cambial) moeda em determinado patamar. Assim, se há um excesso de oferta, o banco central “enxuga” parte dessa oferta, comprando moeda à taxa fixada, em caso de excesso de demanda, ele vende moeda, aumentando a oferta. 2) Regime de câmbio flutuante: a taxa de câmbio oscila livremente e é formada pela interação das forças de mercado. O governo pode atuar no sistema, comprando e vendendo moeda estrangeira, ao preço estabelecido pelo mercado. 3) Regime de flutuação suja: na verdade a flutuação suja (dirty floating) não é um regime cambial, mas uma variação do regime de câmbio flutuante. Nesta variante, o governo, através do banco central, atua no mercado cambial de modo pontual, objetivando anular ou minimizar volatilidades. Em caso de estabilidade, o banco central deixa o regime funcionar como flutuante; em caso de bruscas oscilações, ele atua ofertando ou demandando em busca de um patamar de taxa desejado. 4) Banda cambial: outra variação do regime flutuante. No sistema de banda cambial, o governo estabelece “bandas” para a taxa de câmbio. As bandas são limites (inferior e superior) que formam um intervalo no qual a taxa cambial poderá oscilar livremente. O governo intervirá quando a taxa alcançar esses limites. Quando há um processo de desvalorização e a taxa é conduzida ao limite inferior, o governo vende moeda estrangeira. Quando há valorização, ele faz o processo inverso. R$ USD USD USD R$ USD EXTERIOR LOCAL Mercado de Câmbio Registro de todas as operações no Banco Central Importador Pagamento de juros, amortização ou empréstimos Investimentos no exterior Remessa de lucros Turismo Exportador Emissão de títulos no exterior (governo, empresas) Investidor Estrangeiro Turismo
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