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Seminários sobre PEB, Atores subnacionais e Paradiplomacia

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Universidade Federal de Uberlândia
Instituto de Economia e Relações Internacionais
Curso de Graduação em Relações Internacionais
Disciplina Política Externa Brasileira II
Prof. Augusto Veloso
Aluna: Beatriz Guilherme Carvalho
Nº Matrícula: 11711RIT006
Resenha Crítica:
Seminários sobre PEB, Atores subnacionais e Paradiplomacia
A intensificação da globalização e o consequente aumento do dinamismo internacional foram fatores que promoveram o surgimento da paradiplomacia. A diversidade e complexidade dos interesses políticos, sociais e empresariais dispersos entre os atores subnacionais dificultaram a capacidade de abrangência do Governo Federal. Essa dificuldade reside, principalmente, na compreensão das realidades particulares de cada região subnacional. No Brasil, por exemplo, devido à sua extensão territorial, as questões fronteiriças merecem um tratamento mais local, em razão de dinâmicas mais específicas.
Diante disso, a paradiplomacia pode ser compreendida como uma política deliberada, por meio da qual o Governo Federal delega tais responsabilidades. Mas, por outro lado, não se pode esquecer da existência de interesses das cidades e dos estados brasileiros em se inserir internacionalmente, almejando crescimento econômico e desenvolvimento urbano. No Brasil, a expansão da paradiplomacia pode ser associada ao processo de redemocratização latino-americana, o qual permitiu a criação de estruturas burocráticas entre o âmbito federal e as esferas municipais e estaduais, para dar andamento a este tipo de política.
O município de São Paulo teve uma atuação do setor público, desde 2001, com a criação da Secretaria Municipal de Relações Internacionais. Ela foi criada durante o governo de Marta Suplicy, em resposta ao surgimento de novos temas em relações internacionais. Seu objetivo está relacionado à participação e inserção internacional da cidade, bem como sua atuação em foros de cooperação. 
Pode-se dizer que o projeto de internacionalização do estado de São Paulo partiu das iniciativas da capital. Ao longo das últimas décadas, foram criados projetos com fins políticos e econômicos. Os primeiros estão relacionados à elevação da relevância continental do estado, e podem ser vistos na prática pela participação do governador em cúpulas de líderes regionais. Os objetivos econômicos relacionam-se aos demais, mas envolvem a captação de empreendimentos e a geração de empregos, bem como visitas e reuniões internacionais para obter investimentos e know-how à estrutura produtiva do estado.
João Dória, enquanto governador de São Paulo, se destacou neste ano como um forte ator subnacional na corrida pela vacina contra a COVID-19. Ele estabeleceu uma parceria entre o Instituto Butantan e uma empresa chinesa (Sinovac), para produção, testagem, aplicação e distribuição da “Corona Vac”. Entretanto, devido à rivalidade chinesa presente na ideologia da política externa de Bolsonaro, essa relação entre São Paulo e China cria um embate entre o governador e o presidente. Esse conflito pode ser percebido no âmbito eleitoral, quando se pensa acerca das pretensões de Dória à presidência como uma ameaça ao projeto político bolsonarista.
Partindo para uma realidade mais local, a inserção internacional do município de Uberlândia é um objetivo que também visa o crescimento econômico e o desenvolvimento urbano. Historicamente, este projeto está ligado à iniciativa privada, uma vez que ainda não existem políticas públicas de incentivo à internacionalização da cidade. Além disso, também pode ser associado ao processo de industrialização da região como um todo. Desde o período áureo da produção cafeeira, o município uberlandense esteve, de certa forma, integrado à dinâmica do comércio internacional. No entanto, com o governo JK (1956-1961), por meio do Plano de Metas e da transferência da capital para o interior do país (construção de Brasília), a região do triângulo mineiro adquire maior importância e, portanto, capacidade de atrair investimentos para diversificação de sua estrutura produtiva.
Atualmente, é possível pensar a relevância internacional de Uberlândia nas esferas da educação, do esporte, da arte e da cultura. Primeiramente, devido à cooperação entre o MRE e o MEC, a Universidade Federal de Uberlândia possui uma diretoria dedicada à mobilidade internacional, promovendo intercâmbios entre instituições parceiras. Em segundo lugar, a cidade tem se destacado nas últimas décadas pelos times profissionais de basquete masculino e vôlei feminino, cujos campeonatos envolvem participações estrangeiras. Ademais, esses times serviram e ainda servem de atrativo para sediar eventos esportivos internacionais, como uma das fases eliminatórias para as Olimpíadas de Tóquio (2020) da modalidade de vôlei feminino. Por fim, a questão cultural pode ser abordada tendo em vista a promoção de eventos e shows com artistas internacionais. Além disso, a participação de grupos artísticos uberlandenses em competições internacionais. Contudo, todas essas iniciativas foram promovidas, grande parte, com o patrocínio do setor privado de empresas locais.
Atualmente, a cidade possui o Conselho de Desenvolvimento Econômico de Uberlândia, o qual foi criado em associação entre setor público e privado. Por meio da Câmara Técnica de Atração de Investimentos e Internacionalização, busca-se fomentar políticas públicas, visando a captação de investimentos em infraestrutura, ciência e tecnologia, logística, e diversificação comercial. Porém, ainda é possível pensar na ampliação do escopo da internacionalização uberlandense, através de incentivos públicos para cooperação no âmbito energético (devido à presença de usinas hidrelétricas na região) e de comércio exterior (relacionando a expansão do aeroporto municipal e a presença de empresas atacadistas de grande porte).
Por fim, em relação ao tratamento da pandemia na cidade, na última semana, o prefeito Odelmo Leão se pronunciou acerca da compra de vacinas para imunização dos cidadãos. Ele afirmou a necessidade de “despolitizar” a vacina, tendo em vista a ideologia bolsonarista contrária à Rússia e à China. Na opinião do prefeito, desde que seja aprovada pela ANVISA, sua administração se encarregará de fornecer para imunizar a população. Logo, a paradiplomacia tem sido importante no tratamento da pandemia a nível nacional, em contraste com o negacionismo do presidente.

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