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AV1 IED PRIVADO II THIAGO BORGES

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Salvador-Ba 
2020 
 
 
 
 
 
 
FACULDADE BAIANA DE DIREITO 
(CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO) 
 
 
 
 
 
 ISIELE BATISTA DE SOUZA 
 
 
 
 
 
 
1º Avaliação IED Privado II 
 
 
 
 
 
 
 
Salvador-Ba 
2020 
 
 
 
FACULDADE BAIANA DE DIREITO 
(CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO) 
 
 
 
 
ISIELE BATISTA DE SOUZA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Relatório final, apresentado a Faculdade 
Baiana de Direito e Gestão, relativo à 1º 
avaliação da disciplina: IED privado II. 
Conforme solicitado pelo Docente, Thiago 
Borges como base avaliativa. 
Salvador-Ba 
2020 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO PRIVADO II 
PROF. THIAGO BORGES 
DISCENTE: ISIELE BATISTA DE SOUZA 
TURMA: T3A 
 
 1ª AVALIAÇÃO – 2020.2 
 
INSTRUÇÕES 
Considerando os textos trabalhados em aula e a bibliografia da disciplina, responda às 
questões abaixo. Cada questão deve ser respondida em, no máximo, 20 linhas, utilizando a 
fonte Times New Roman 12. A prova é individual e as fontes de pesquisa devem ser indicadas 
ao final de cada resposta. Citações diretas de textos devem ser colocadas entre aspas com a 
devida referência. O prazo final de envio é no final do dia 29 de setembro de 2020. 
 
1 (3,0) Considerando a classificação da linguagem trazida por Norberto Bobbio, qual o 
papel da linguagem científica na teoria do fato jurídico? 
R- Em um primeiro momento, antes de ponderar acerca do papel da linguagem cientifica na 
Teoria do fato jurídico, cabe analisar o termo central do questionamento, o próprio fato 
jurídico. Para que um fato se torne jurídico, este precisa ser relevante para o mundo do 
direito. Mas antes seria necessário fazer uma espécie de “filtragem”, pois o mundo dos fatos é 
extremamente amplo. Para um melhor entendimento, exemplifico em uma situação hipotética: 
Uma mulher deseja cozinhar e utiliza fósforos para acender o fogão, este fato para o Direito é 
juridicamente irrelevante, porém se essa mesma mulher que ascendeu o fogão corroborar para 
explosão de gás de cozinha, ocasionando, danos materiais e até a morte de terceiros, este 
configura um relevante jurídico, Assim a teoria do fato jurídico pode ser concebida como uma 
distinção entre o que é jurídico e o que não é. Nesse sentido Pontes Miranda elucida que: “Os 
fatos do mundo ou interessam ao direito, ou não interessam. Se interessam, entram no 
subconjunto do mundo a que se chama mundo jurídico e se tornam fatos jurídicos; pela 
Salvador-Ba 
2020 
incidência das regras jurídicas, que assim os assinalam”
1
. Não se pode falar em fato jurídico 
sem, associá-lo ao suporte fático, este seria um acontecimento (evento ou conduta) do mundo 
dos fatos, e que por ser considerado relevante, tornou-se objeto da normatividade jurídica. 
Porém, esse suporte nada seria se não fora judicializado, visto que uma norma jurídica precisa 
incidir sobre este para que possa ser considerado um fato jurídico, este é um conjunto de 
elementos que compõe o preceito. De acordo com a classificação da linguagem trazida por 
Norberto Bobbio, a linguagem científica possui função descritiva, ou seja, permite descrever, 
comunicar, informar, “levar a conhecer”. Assim, quando eu descrevo um fato 
consequentemente identifico os elementos ali presentes, e dessa forma, consigo perceber se a 
norma irá incidir ou não, porque a norma só irá incidir se todos os elementos que nela 
constam, estiverem na descrição do fato, caso não esteja, será considerado um fato qualquer. 
Assim é possível identificar se o fato é juridicamente relevante ou é um mero fato da vida. 
Segundo Marcos Bernardes de Mello, o suporte fático pode ser pensado sob duas dimensões, 
o suporte fático hipotético ou abstrato e o suporte fático concreto ou materializado. No 
entanto para o bojo da discussão apenas o abstrato é relevante, visto que é onde se dá a 
descrição do evento, já no concreto há a confirmação dos elementos de que o fato do mundo 
da vida preenche os elementos do suporte fático abstrato. Como o próprio Bernardes descreve 
o abstrato “ a) (...) designa a parte do enunciado lógico da norma em que se descreve a 
situação do fato relevante condicionante de sua incidência”
2
. Seria na verdade, o conteúdo do 
preceito, ou seja, é a descrição abstrata do fato, conjunto de elementos que compõe o ato 
previsto na norma. Portanto o suporte fático abstrato seria um exemplo entre a relação da 
linguagem científica e sua função descritiva com a Teoria dos fatos jurídicos. 
2 (3,0) Quais as críticas à definição do negócio jurídico como uma declaração de vontade 
que produz efeitos jurídicos? 
R- Entende-se por “negócio jurídico, toda declaração humana por meio da qual as partes 
visam auto-disciplinar os efeitos jurídicos pretendidos, segundo os princípios da função social 
e da boa fé objetiva”
3
. Há uma discussão doutrinária acerca da natureza do negócio jurídico. 
Não há dúvida, para a doutrina, que a vontade é o elemento cerne (central) do negócio 
jurídico, o problema é que uma parte da doutrina entende que o negócio jurídico é 
essencialmente um reflexo da vontade no ordenamento, ou seja, o negócio jurídico seria a 
 
1
 MIRANDA, Francisco Pontes. Tratado de direito privado. t. I. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012, p. 65. 
2
 MELO, Marcos Bernardes. Teoria do Fato Jurídico: plano da existência. 12.ed. – São Paulo,2003. (P. 39) 
3
 ESMEG. Esmeg_material_4pdf 
Salvador-Ba 
2020 
expressão normativa da vontade. Essa doutrina de vertente clássica, denominada de 
Voluntarista desenvolvida na Alemanha pela “Willenstheoric”, ligada ao liberalismo, é 
baseada na ideia de autonomia da vontade e de uma autonomia privada. Nessa teoria, o 
negócio jurídico seria o reflexo maior da autonomia da vontade no ordenamento que 
permitiria que as pessoas auto regrassem suas relações privadas, portanto o negócio seria a 
vontade judicializada. Assim o negócio jurídico seria pautado na vontade interna, na 
intenção. Para doutrina estruturalista o negócio jurídico corresponde a uma estrutura 
normativa na qual a vontade cumpre um papel de elemento, o negócio jurídico não é 
composto apenas por esta, o negócio jurídico é a vontade inserida em uma estrutura 
normativamente estabelecida para que ela possa produzir seus efeitos. Na doutrina 
voluntarista as limitações da vontade estariam relacionadas apenas aquilo que é proibido ou 
permitido, enquanto que na doutrina estruturalista os limites da vontade são maiores porque a 
vontade não pode tudo necessariamente que é permitido mas é preciso que ela se enquadre em 
um molde normativo estruturante da vontade para que ela produza seus efeitos. Essa doutrina 
estruturalista é a doutrina que melhor se aplica ao código civil brasileiro, a doutrina 
voluntarista tem mais semelhanças com o código francês e até com algumas codificações mais 
recentes européias mais liberais. O estruturalismo influencia o código brasileiro, daí aquela 
noção da existência dos elementos completantes, que são necessários para que o negócio 
jurídico se construa e a vontade é o elemento cerne, mas sem os elementos completantes não 
se tem ainda o negócio e a vontade precisa atender aos requisitos do plano de validade para 
produzir a sua eficácia, então há toda uma estruturação normativa que limita o campo de 
possibilidade da vontade, não se pode tudo que não é proibido, mesmo no âmbito do 
permitido a vontade precisa se amoldar a uma estrutura normativa (que é o negócio) para 
produzir seus efeitos, sem essa moldagem estrutural a vontade é apenas a vontade, não tem a 
força jurídica para produzir os efeitos desejados. 
 
3 (2,0) Como o fenômeno da incidência opera sobre os elementos do negócio jurídico? 
R- A incidência pode ser compreendida como a correspondência descritiva entre o fato 
ocorrido no mundo da vida e o fatodescrito no suporte fático abstrato na norma. “A 
incidência da norma jurídica sobre o suporte fático que o ordenamento jurídico considerou 
como relevante opera uma transformação, o fato do mundo real passa a ser jurídico, 
despontando o negócio jurídico quando presente a manifestação de vontade direcionada a um 
Salvador-Ba 
2020 
fim específico. É nesse momento que ele passa a existir no mundo do Direito. No plano da 
existência, a pertinência do negócio jurídico está no exame da suficiência do suporte fático 
diante da ordem jurídica. Em outras palavras, verificar-se-á se o instituto regulador das 
relações intersubjetivas contém si os elementos considerados essenciais pela norma, tanto 
para a conformação como categoria abstrata, quanto para sua estruturação como espécie”.
4
 A 
existência do negócio jurídico constitui, nessa linha, o pressuposto lógico e necessário de 
todos os demais planos na medida em que ausente qualquer um de seus elementos 
considerados essenciais, deixará de ingressar no mundo jurídico e será um irrelevante. 
Realizada a configuração no plano existencial, o exame seguinte passa pela validade, 
embasado na conformação do suporte fático em face do negócio jurídico, isto é, se os seus 
requisitos não apresentam deficiência ou ausência de elemento complementar. A validade do 
negócio jurídico está no sentido de perfeição, de consonância com o ordenamento elaborado 
pelo ordenamento jurídico, conferindo a qualidade que deve ser portador ao ingressar no 
mundo jurídico, além da regularidade com as regras jurídicas. Segundo Marcos Bernardes de 
Mello: “Ao sofrer a incidência de norma jurídica juridicizante, a parte relevante do suporte 
fático é transportada para o mundo jurídico, ingressando no plano da existência. Neste plano, 
que é o plano do ser, entram todos os fatos jurídicos, lícitos ou ilícitos. No plano da existência 
não se cogita de invalidade ou eficácia do fato jurídico, importa, apenas, a realidade da 
existência. Tudo, aqui, fica circunscrito a se saber se o suporte fático suficiente se compôs, 
dando ensejo à incidência. Naturalmente, se há falta, no suporte fático, de elemento nuclear, 
mesmo completante do núcleo, o fato não tem entrada no plano da existência, de onde não 
haver fato jurídico”.
5
 
 
Fonte de embasamento teórico: Conteúdo Jurídico : Negócio Jurídico – comentários aos 
elementos constitutivos no plano da existência. 04 de jun 2014, 05h00min 
 
 
 
 
4
 SCHMIEDEL, Raquel Campami, Negócio Jurídico - nulidades mediatas e medidas 
sanatórias. São Paulo: Saraiva. 1985. 
5
 MELLO, Marcos Bernardes. Teoria de negócio jurídico – plano da existência. 12ª edição. 
São Paulo: Saraiva. 2003. p. 96

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