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IED PRIVADO II

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IED Privado 2 - Prof: Vicente Passos
Anna Beatriz Oliveira Guirra Souza + Lila Lucas + Bianca Barbosa | Faculdade Baiana de Direito 2018.2
IED Privado 2
PROVAS
17/09 - PROVA 1
12/11 - PROVA 2
BIBLIOGRAFIA 
Marcus Bernardes de Mello - Plano da Eficácia
Cristiano Chaves
Monitora de Cívil - Beatriz [99935-5935]
CONTEÚDO
AULA 01 - RELAÇÃO JURÍDICA - DIA 06/08/2018
1. Relação Jurídica 
1.1. Conceito: 
Essencialmente o direito tem uma função, entres as várias desempenhadas, que é super relevante que é a questão da regulamentação das relações sociais, o direito serve para regulamentar as relações intersubjetivas, ou seja, entre as pessoas, já que estabelece uma certa forma de conduta, a religião também é um sistema de controle nesse sentido. Mas o direito tem essencialmente uma característica mais marcante que é a ideia da exigibilidade, da coercibilidade da conduta que ele estabelece e a partir do momento em que a pessoa deixa de fazer algo que é determinado em lei, ele pode sofrer uma sanção juridicamente organizada e estabelecida no ordenamento jurídico. Ou seja, tem-se a sociedade e onde a sociedade a direito, e nós teremos o ordenamento jurídico que é o conjunto de normas, princípios, regras que vigoram nessa determinada sociedade e ele vai estabelecer condutas onde é permitido ou proibido fazer algo. [Ex. O Código Penal é um instrumento jurídico que vai tratar das situações onde você descumpre aquilo que não dveria fazer]. Da mesma forma, para o Direito Civil, nós temos condutas que impõem uma conduta positiva [Ex. O sujeito deve pagar tributos, pagar taxa condominial, cumprir o contrato celebrado] e a partir do momento em que isso não é praticado, você também poderá ser punido por conta disso. 
No momento em que se fala em relação jurídica estamos nos referindo a uma situação onde o sujeito A pode exigir uma determinada prestação/conduta de um sujeito B. No plano do Direito Civil, existem obrigações que se dividem em 3 tipos:
a) De dar [Ex: Compra e Venda, o devedor tem que transferir algo de sua propriedade a outra pessoa];
b) Fazer [Ex: Dar aula de Direito Consumidor, o sujeito A pode exigir de B esse ato]; 
c) Não fazer [Ex: Compromisso entre dois vizinho de não fazer um muro de tijolos e sim o de cerca viva para dividir duas casas]. 
Então o direito vai regular, notadamente, condutas possíveis e não possíveis de serem feitas sob pena de punição e ao lado dessas condutas, uma margem de liberdade que é chamado de autonomia, onde o ser pode deliberar sob as suas condutas sem que haja uma imposição a isso [Ex. Código Civil fala sobre o contrato de compra e venda, mas o sujeito não é obrigado a comprar porque existe essa possibilidade legal, apenas se for do desejo do sujeito]. 
O mundo está cheio de fatos/ocorrências, eventos que são ou derivados da natureza [Ex: Enchentes, Raios] ou derivados da ação humana. Mas para o direito interessa aquilo que se pode dar algum tipo de valoração por sua importância [Ex: A relação de amizade, por mais sagrada que ela seja, não é uma relação jurídica e sim uma relação social, não existe um Código da Amizade, ou seja, não existe uma obrigatoriedade de conduta então, como regra geral, a amizade é um fato irrelevante. Em algumas situações a amizade pode gerar algum tipo de repercussão, como em casos onde a testemunha for amiga íntima e ela não poderá ser a testemunha pelo fato de estar comprometida com a outra parte]. Quando o Direito entende que é relevante normatizar uma determinada conduta, ele transforma essa relação fática/social em uma relação jurídica [Ex: No namoro, no momento em que o casal, independentemente do sexo dos dois, resolve constituir família - ter filhos biológicos ou adotivos -, aquele namoro muda de perspectiva e pode, a depender das características dele, deixa de ser um namoro e se torna um união estável, o direito entende que, por conta, da necessidade de uma regulamentação porque a situação se tornou séria o suficiente/perspectiva de futuro, ele vai começar a regulamentar]. essas relações fáticas se tornam relações jurídicas porque o Direito entendeu a necessidade de regulamentar. [Ex. União estável]. A Relação jurídica nada mais é a normatização de um relação/fato social, que se tornou relevante que por via de consequência o direito resolveu valora-lo normatiza-lo o seu conteúdo.
Conceitos de doutrinadores:
“Relação Jurídica é a relação inter humana a que a regra jurídica incidindo sobre os fatos torna jurídica” - Pontes de Miranda. Ele diz que, daquela situação entre pessoas que para o direito entender que precisa de uma regulamentação, ela deixa de ser norma meramente social para ser uma norma jurídica. 
“O objeto da norma jurídica é constituído pelas relações dos homens entre si mas, só algumas delas, o direito a entende serem dignas da sua proteção, assim as relações jurídicas são as relações da vida reconhecidas pelo direito objetivo e por ele determinadas e disciplinadas” - Roberto Ruggiero. 
1.2. Elementos: 
1.2.1. Sujeito: não pode existir uma relação de pessoa com coisa, apenas pessoa - pessoa. 
· Ativo: é quem pode exigir uma determinada conduta - no Direito obrigacional, vamos transformar o sujeito em credor; [Ex: Compra e Venda - o comprador pode exigir que o devedor entregue a ele o bem prometido na venda e que ele pagou]
· Passivo: aquele de quem pode-se exigir uma determinada conduta - no Direito obrigacional, vamos transformar o sujeito em devedor; 
	1.2.2. Objeto: essa relação tem que dizer respeito a alguma coisa e essa alguma coisa que pode ser exigida é o objeto, ou seja, o objeto corresponde tanto a conduta que foi estabelecida para cumprimento, quanto o que é almejado naquela relação jurídica. [Ex: Contrato entre A e B - A sinaliza a C que existe um contrato com B. Além disso o sujeito tem que afirmar qual o contrato , se é compra e venda, locação, fiança, prestação de serviços. No caso de um contrato de compra e venda, no momento do firmamento deste contrato, o sujeito A se compromete a pagar o celular que o sujeito B quer vender → o sujeitos são A e B, o objeto é o celular e para que se alcance o celular, é preciso se estabelecer um vínculo que se dá pela relação jurídica visando o objeto]
· Direto/Imediato: é a conduta que é estabelecida pelos sujeitos para o alcance do que é pretendido. É a ponte para se chegar ao que pretende.
· Indireto/Mediato: é o que interessa ao sujeito, o que o satisfaz [Ex. O celular é o objeto indireto/mediato da situação acima]. 
Obs: O celular não seria o objeto imediato porque o sujeito B não pode simplesmente deixar o celular para o sujeito A pegar, é preciso alguma forma jurídica para que A seja proprietário daquele celular. Isso pode se dar de várias formas: compra e venda, doação, permuta, compra, o sujeito jogar o celular fora/abandona e o outro sujeito se apropria. 
Obs2: esses objetos não precisam ser, tão somente, coisas. Objeto se considera como conteúdo. [Ex: Sujeito A toca contrabaixo e sujeito B quer aprender. Então B contrata A para ensiná-lo a tocar. Nesse caso, tanto o compromisso quanto o conteúdo se confundem um pouco. A não pode forçar B a dar aula de contrabaixo. O que A precisa para fazer com que B atenda o seu desejo de aprender é o contrato de prestação de serviços. A precisa que B se comprometa a dar aulas, que é a prestação de serviços e que é objeto direto, ou seja, o vínculo que o leva aquela conduta.]
1.2.3. Fato Propulsor: Para que toda a relação ocorra é necessário um fato propulsor. Um evento da natureza ou conduta humana que faz deflagrar a incidência da norma jurídica [Ex. Art. 1.228/CC - O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha | Esse artigo estabelece alguns direitos a quem é proprietário de alguma coisa onde ele pode: utilizar, utilizar os frutos e pode vender/permutar/doar/abandonar a coisa.] O fato de haver uma previsão específica, uma proteção legal ao proprietário, ela não me torna, automaticamente o proprietário de algumacoisa, para que a pessoa seja proprietário de algo é necessário que ela estabelece uma relação com um outro sujeito (salvo usucapião), mas como regra geral é preciso que um fato da vida ou um evento/conduta praticada por um ser humano para que ocorra a deflagração dos efeitos daquilo. O que se tem no ordenamento é uma previsão hipotética, ou seja, o direito busca regular algumas situações que só serão aplicadas no momento em que houver a deflagração de um fato. [Ex. Um recém nascido, ele não é proprietário de nada então o direito não assegura a ele nenhum direito de proprietário. Mas se, eventualmente, esse recém nascido recebe uma doação do seu avó um imóvel, ele se tornou proprietário do bem e todo aquele direito assegurados pelo Art. 1.228/CC serão assegurados ao recém nascido, mesmo ele não exercendo por si só e sim por um tutor, mas ele se tornou proprietário porque houve uma conduta que fez com que ele passasse a ter aquele direitos que a lei estabeleceu.]. 
1.2.4. Proteção Jurídica : É a regulamentação jurídica da situação, é a própria normatização dada aquela situação concreta que se estabeleceu, porque antes de existir o fato propulsor, só existia a situação hipotética. Enquanto existe só a previsão do ordenamento, o fato está no mundo hipotético, mas a partir do momento que houver o fato que deflagre a produção de efeito daquela norma que ela vai surtir efeito. [Ex: Art. 481/CC - Contrato de Compra e Venda: A é comprador e B se compromete a vender o seu notebook a A. Essa é a previsão hipotética que diz que precisamos de um comprador, um vendedor, uma coisa e o preço da coisa. Essa previsão não cria por si só o contrato, pois só haverá o contrato quando A e B se comunicarem. A se torna sujeito ativo e B sujeito passivo, e a proteção jurídica só vai ser deflagrada no momento da manifestação das vontades.]
2. Fato Jurídico 
2.1. Conceito e Noções Gerais: 
Quando tratarmos de fato jurídico, falaremos muito da teoria do fato que é um fenômeno que ocorre em todos os ramos do direito, porque a partir do momento em que o fato jurídico é deflagrado, existe uma consequência jurídica em virtude dessa situação. Então vejam que o direito é um elemento cultural, porque ele é um elemento que no momento em que necessitamos regulamentar a sociedade (“Ubi societas, ubi jus”). Nós temos na ideia do mundo dos fatos um mundo que é, embora integrante dele, ele se encontra destacado que é o mundo jurídico, então nem todos fato da vida é um fato jurídico [Ex. Evento natural - se um raio cai em um lugar abandonado, isso não vai ser relevante ao direito, mas se o raio cai sobre uma pessoa e a mata, ai teremos a ideia que essa pessoa tendo falecido desaparece personalidade, capacidade e faz-se surgir os eventos deflagrados pela morte desta, como a sucessão | Passar do tempo, em si não representaria nada, mas se estamos falando de usucapião ou de capacidade, ele poderá se tornar relevante]. No mundo teremos situações que decorrem de fatos da vida e outras condutas humanas, que podem ter relevância ou não. Em suma, o fato jurídico é aquele fato da vida que, por uma valoração jurídica, passa a ser regulado e normatizado pelo direito. 
2.2. A Norma Jurídica: nós precisamos de normas para regulamentar a sociedade.
2.2.1. Elementos 
A) Preceito: é a descrição hipotética de um determinado fato, ou de uma determinada circunstância, ou de um determinado evento. Ou seja, é a situação da vida, é uma conduta que vai compor a norma jurídico no sentido de estabelecer o que é necessário como elemento para deflagra a consequência daquela norma. [Ex: A achou o celular de B na sala em cima da cadeira dele, A não pode afirmar que aquilo é coisa abandonada. Logo a lei determina que, achando coisa alheia, o sujeito deve devolvê-la ao seu dono. Ou seja, achando o celular, A não pode se tornar proprietário. Nesse caso o preceito da norma seria “achar algo”]. O preceito cria a situação hipotética!
B) Prescrição: é a consequência que o ordenamento aplica quando da ocorrência dos elementos do preceito. [Ex: Voltando ao exemplo anterior, ora achando o celular eu devo “entregar ao proprietário” (prescrição)]. Em suma, no momento em que se tem a figura hipotética de achar alguma coisa, a prescrição será dever procurar o proprietário para devolvê-la. E o simples fato de achar alg, hipoteticamente falando, não o torna obrigado a nada, porque enquanto ele não achar será uma mera previsão hipotética. 
		Obs: Quando houver um preceito diferente, outra será a prescrição. Suponhamos que A encontrou uma caneta em um terreno baldio no meio do mato, sem ser possível de identificar o proprietário, nesse caso podemos presumir que essa coisa foi abandonada. Nessa situação, onde a coisa não é perdida, mas dá para deduzir que foi abandonada, significa que o antigo titular de direito daquela propriedade se desvinculou daquele direito. Há hipótese sendo outra, a consequência também será outra já que não temos mais uma coisa perdida, e sim abandonada. 
Obs2: Os dispositivos legais não necessariamente terão preceito e prescrição no mesmo dispositivo. [Ex: Art. 186/CC - Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Se o sujeito A, irresponsavelmente, entra na sala correndo e bate a mão no notebook do sujeito B e o quebra, ele praticou um ato ilícito e esse seria o preceito. Mas a consequência/prescrição não está prevista neste artigo, ela está no Artigo 927 - Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Ou seja,o art 927 vai estabelecer a prescrição daquela situação hipotética. A norma jurídica precisa da reunião desses dois elementos para que possamos dizer que, eventualmente, é possível aplicar algum tipo de normatização sobre aquela conduta que estava hipoteticamente prevista e que em um determinado momento veio a se configurar. 
Não necessariamente um fato que tenha reunido os elementos do preceito seja objeto de prescrição [Ex: A pegou um dinheiro emprestado na mão de B e não devolveu, B tem o direito de cobrar o valor, mas se B não quiser cobrar, a prescrição não será incidida, apesar de prevista não foi aplicada.]. Há uma ideia de eficácia jurídica, quando se prevê a possibilidade de punição da violação do preceito, mas as vezes não tem uma eficácia social porque a norma não foi adequadamente cumprida e também não houve nenhum tipo de sanção por conta da situação existente. 
	OBS) Elementos do Preceito: o preceito reúne elementos da relação jurídica. 
· Sujeito: a relação é intersubjetiva, a norma vai estabelecer a ideia de um sujeito que pode exigir algo em função de outrem ter praticado algo que não deveria;
· Objeto: sobre o que a norma está dispondo;
· Fato: é necessário que haja a conduta/fato propulsor para que se incida a norma.
	OBS.2) O Suporte Fático: a reunião dos elementos do preceito, porque ele dá os elementos suficientes para dizer que o fato se configurou, que aquela situação hipotética foi deflagrada ou, pelo menos, prevista. 
· Abstrato: aproximando do preceito, porque é a previsão hipotética do que aconteceu, temos também a própria prescrição porque estamos dizendo que reunido aqueles elementos, dada a situação A aplicarei a consequência B. Ou seja, o suporte fático abstrato é o preceito + prescrição. 
· Concreto: é a realização, ocorrência daquilo que se previu hipoteticamente, abstratamente para aquela situação. 
	Ex: A norma prevê que invadir o sinal vermelho, estamos criando a figura abstrata onde o preceito é não invadir o sinal vermelho, e quando se afirma que ao invadir o sinal vermelho o sujeito será punido com multa de natureza pecuniária e punição em pontos na carteira estamos falando da prescrição. No momento em que esse fato ocorre e que se reúnem todos os elementos previstos no preceito, estamos diante do suporte fático concreto, e que seria o momento da invasão do sinal vermelho e teremos a ocorrência dos fatos que fazem deflagrar a norma jurídica. Essaideias giram sobre uma perspectiva de subsunção, que e uma forma de aplicação hermenêutica, onde o raciocínio e que dada uma situação A, irei aplicar uma determinada norma B. Nem todas as situações serão assim aplicadas com esse critério, porque algumas situações dependem de uma análise casuística, ou seja, o sujeito precisa analisar o caso para que possamos dizer e podemos aplicar ou não a norma [Ex: Abuso de Direito - Art. 187/CC]. Essa ideia de normas não esgota o ordenamento jurídico, porque além da norma existem os princípios, ganharam tal importância ao ponto da norma não poder violar um princípio. 
AULA 02 - CLASSIFICAÇÃO DO FATO JURÍDICO - DIA 13/08/2018 [LILA]
3. Classificação do Fato Jurídico 
· Fato Jurídico em Sentido Lato ou Amplo
 	O fato jurídico é aquele, em suma, que ao acontecer, ele tem a possibilidade de deflagrar uma conseqüência, porque está prevista em norma. No mundo dos fatos, terão alguns fatos que importam para o direito (então nos importa), ou fatos jurídicos que são irrelevantes para o direito. Mas para que se possa analisar se o fato é jurídico ou não, precisa-se ver a previsão legal, ou seja, se está em algum momento previsto em alguma regra, e no momento seguinte precisa-se de uma segunda análise, para saber se o fato aconteceu ou não, porque se o indivíduo prevê uma determinada situação, mas não ocorre o fato, se tem então uma mera previsão hipotética, uma previsão em abstrato daquela situação, mas que se não houver o fato propulsor, o fato gerador, assim terá apenas a norma hipotética.
Ex: No DP que tipifica o homicídio como crime, na hora que se diz “matar alguém com pena de até 30 anos”, se está dizendo apenas que se alguém matar outrem terá pena de até 30 anos, mas só será em curso na pena de 30 anos ou a pena que o juiz fixar, se a pessoa cometer o homicídio, ou seja, se a pessoa não cometeu homicídio, obviamente a pena não será aplicada.
*O fato jurídico não pertence ao Direito Civil, nem ao Direito Penal, ele pertence como norma geral do direito.
 
 	O fato jurídico só irá se concretizar quando ele ocorrer, ou quando a norma previa que se o que se devia fazer, e o indivíduo não faz.
Ex: Se a norma determina que o bombeiro salve a pessoa, que o salva-vidas mergulhe no mar para salvar alguém, na hora que ele deixa de fazer a conduta quando necessária, aí sim teria a aplicação da norma de punição, por conta da violação da conduta que eu previ para aquela situação.
 	Na hora da análise do fato jurídico, terá que se analisar toda e qualquer situação, seja feita a partir da conduta humana ou de eventos da natureza. Se esses atos humanos, ou se esses eventos da natureza, eles puderem gerar efeitos, aí sim se têm um fato jurídico.
Ex: Se um raio cai no meio do mar em uma tempestade, isso não tem efeito nenhum, pois é um fato da natureza, é um evento da natureza que não provocou nenhum efeito jurídico. Mas se eventualmente esse raio cai em uma lancha e mata os tripulantes daquele barco então se tem produção de efeitos jurídicos decorrentes de um evento da natureza, e se as pessoas tinham descendentes, obviamente se terá sucessão deles, o patrimônio dos falecidos seria transmitido aos seus herdeiros. Se os tripulantes tinham contratos personalíssimos, imagina-se que se foi morto um cantor, um ator, a peça que ele iria fazer, o show que seria efeito, o contrato está dissolvido.
 	Esse fato em sentido amplo abrange tanto as condutas humanas como os eventos da natureza.
 	Conceito: “Fato jurídico é aquele acontecimento capaz de produzir efeitos trazendo consigo uma potencialidade de produção de efeitos, mas não necessariamente fazendo com que decorram tais consequências.” – Cristiano Chaves.
 	Essa conceituação pode ser aplicada também aos fatos naturais, pois nesse conceito de fato jurídico em sentido lato haverá duas divisões: fatos da natureza/fatos naturais (o passar do tempo, a chuva, a corrente do rio, o raio, uma enchente, uma inundação), e por outro lado teremos fatos humanos (tanto os fatos lícitos, como os ilícitos). Os fatos ilícitos não deixam de estar como fatos humanos, pois eles deflagram consequências jurídicas, ainda que o fato ilícito seja aquele fato que não se queira que ele ocorra, que o ordenamento proíbe a sua ocorrência, mas em ocorrendo ele gera uma conseqüência. No momento em que se viola o direito, se causa um dano, então se é obrigado a reparar o dano, então embora não pretendido pelo direito, ele existe e ele existindo se tem que analisar qual a consequência que ele traz para o direito.
 	O fato pode ter efeito, provocar a aquisição do direito, a modificação de um direito, a conservação de um direito, e a extinção de um direito. Então esse fato jurídico ao ocorrer, ele pode fazer criar, alterar, conservar ou pode extinguir um determinado direito. O fato pode ter dupla natureza, ele pode gerar tanto aquisição, como a perda do direito, por exemplo, usucapião.
 
Ex: Alguém tem um terreno e não utiliza esse terreno, então alguém vem e ocupa esse terreno, e ocupa pelo prazo que a lei estabelece, 5, 10, 15 anos a depender da situação, ultrapassado esse prazo legal, aquele que ocupou esse bem agindo como dono fosse sem nenhuma interferência, sem nenhuma oposição do real proprietário do bem, então ele terá o direito de usucapir o bem. Então, esse passar do tempo aliado a conduta de dono dele, fez com que ao mesmo tempo quando chegasse o passo, ultrapassado o prazo legal, ele adquiriu o direito sobre a propriedade, enquanto que o antigo proprietário perdeu o direito de se manter como proprietário.
 	Essa classificação do fato jurídico em sentido lato, a doutrina aplica também para o fato jurídico em sentido estrito, ou seja, é a mesma definição que se aplica, porque nesse aspecto se tem situações tanto normalmente aplicada na natureza, ou situações que ainda que decorram de conduta humana, mas não foram provocada pela própria pessoa.
1. Fatos Naturais (Fato Jurídico “Strictu Sensu): É a mesma definição do Fato Jurídico Lato Senso, se tem a ideia de aplicação de fatos naturais.
1.1. Ordinários: Como no nome já diz, significa comum, normal, recorrente, ou seja, que não é nada de excepcional. Então o fato jurídico stricto senso será aquele fato que habitualmente ocorre a previsibilidade natural.
 Ex: o passar do tempo, e ele influencia pro direito, porque ele pode gerar a usucapião, ele influencia na relação da capacidade, pois se nasce absolutamente incapaz e com o passar do tempo se torna relativamente incapaz e com mais o passar do tempo se torna capaz.
Ex: O nascimento, a morte. No momento que se nasce com vida, se adquire personalidade jurídica.
Ex: Se um avô do ao nascituro, ao neto que ainda estava a ser concebido, então, se ele nasce com vida se adquire a personalidade e se transmite o patrimônio para ele, e se ele falece ainda que um minuto depois, o patrimônio já tinha se incorporado na figura do recém nascido e depois ele morrendo se passa o patrimônio para a mãe, é uma transmissão sucessória.
	1.2. Extraordinários: É aquele fora do habitual, do que é comum, do que é ordinário, como: dilúvios, tempestades, terremotos, guerras, conflitos armados. Nesse caso também se tem o caso fortuito ou força maior (situação que é inevitável, como uma greve), nesses casos só o fato que ocorre pode ser com que a relação que se obtém uma modificação. Alguns casos extraordinários podem ser previstos, como furacões, mas não se pode evitar a ocorrência dos efeitos, então isso é a ideia da força maior. E o caso fortuito seria a situação inevitável pela imprevisibilidade, como a situação de uma greve que é deflagrada.
 	Quando se tem situação de caso fortuito ou força maior o fato que ocorre, ele pode fazer com que a relação que se tem com o direito seja modificada, ex: se tem uma empresa de transporte e ela tem que transportar uma coisa para Viviane e a empresa se comprometeu a entregar a mercadoria hoje, porém por força de uma enchente na cidade o acesso até a empresa de Viviane foi destruído, ou seja, não se tem como cumprircom essa obrigação. Então no plano prático a empresa de transporte estaria em mora e pagaria uma multa para Viviane, pois o compromisso não foi cumprido na data planejada. Pode-se alegar que a entrega não foi cumprida por conta de um evento da natureza que impediu a concretização do fato.
 	Vale dizer que de acordo com o exemplo da entrega, não se aplica furo de pneus a força maior, pois isso está dentro de uma margem de previsibilidade, e consequentemente Viviane tem o direito ainda assim de receber a sua mercadoria, pois isso recai como responsabilidade da empresa de caminhão.
 	Com isso, essa área de atuação ela decorre ou se fatos que são comuns, ou de fatos extraordinários, mas tanto um quanto o outro podem gerar efeitos para as relações jurídicas. Fala-se de potencialidade de um acontecimento, como diz a doutrina, não é que necessariamente ocorra, por que se pode ter uma enchente em uma área no Amazonas, mas não empatou em nada, e então isso fica como um mero evento da natureza. 
Ex de caso fortuito: Laila tem que efetuar uma determinada prestação, porém começa a ter uma greve com manifestações, e então Laila não consegue chegar até o local que efetuaria a prestação. Nesse caso, ela não será considerada inadimplente ou devedora por não ter cumprido a obrigação do prazo, porque não foi culpa dela. Foi um fato de terceiro que afetou a sua efetuação.
 2. Fatos humanos 
2.1. Fatos Lícitos
2.1.1. Ato Fato Jurídico 
2.1.2. Ato Jurídco Latu Sensu
A) Ato Jurídico Stricto Sensu
	2.2. Fatos Ilícitos
 3. Ato Fato Jurídico Latu Sensu
3.1. Os efeitos (ocorre em toda e qualquer situação, ou seja, no fato lícito, no fato ilícito, no fato jurídico ordinário, extraordinário, etc.)
A) Aquisição: ela ocorre quando um direito se torna adquirido quando ele passa a integrar o patrimônio de um determinado titular. O CC atual não prevê a forma de aquisição de um direito como fazia o CC anterior no Art. 74, que dizia:
“Art. 74. Na aquisição dos direitos se observarão estas regras:
I - adquirem-se os direitos mediante ato do adquirente ou por intermédio de outrem;
II - pode uma pessoa adquiri-los para si, ou para terceiros;
III - dizem-se atuais os direitos completamente adquiridos, e futuros os cuja aquisição não se acabou de operar.”
Quando se tem um fato, esse fato pode causar para uma pessoa, para este titular, a aquisição de um direito. Então, quando estudamos em Privado I patrimônio, se dizia que patrimônio era a representação econômica de uma pessoa, então é algo que já está integrando a possibilidade de exigir alguma coisa. Quando se fala então de direito adquirido, é um direito que já se encontra totalmente sobre a possibilidade do indivíduo exigir, então na hora em que se firma um contrato com uma pessoa, assim se tem aquela relação jurídica já estabelecida, porém na hora que, no entanto se faz uma proposta para uma pessoa, não se tem ainda possibilidade de exigir.
Ex: Vicente ofereceu um valor a Fernanda para a compra do notebook dela, então ele ofereceu mil reais para o notebook usado. Se Fernanda não o responde, ele não pode exigir a entrega do notebook depositando os mil reais na conta de Fernanda, pois ainda não há exigibilidade, esse direito não se tornou adquirido. Mas se Fernanda tivesse concordado com Vicente e ele tivesse depositado o dinheiro, aí sim ele poderia exigir a entrega, pois aquele direito já tinha reunido todos os elementos estabelecidos.
 Então, o Art. 74 do CC anterior dizia que se pode exigir algo para mim por mim mesmo, ou posso ter algo adquirido através de um terceiro, isso é visto na teoria das incapacidades, então eu sendo capaz, eu posso comprar os bens para mim, já no caso de um absolutamente incapaz, um indivíduo menor de 16 anos, para ele receber algo, ou ele vai receber uma doação, ou os pais compram alguma coisa para ele, o vínculo jurídico, a possibilidade se estabelece pela atuação através de um terceiro.
 Vale ressaltar que as situações do incapaz se eventualmente o fato dele comprar uma coisa que não cause prejuízo, não se vai anular, como por exemplo, uma coca cola. Mas esse direito de comprar pode ser feito pelos pais ou por um representante.
Ex: Vicente nomeou Gabriel como seu procurador, pois ele ia ao RJ e Vicente queria comprar um computador lá em uma feira que estaria sendo realizada. Então Gabriel ao contratar, ao pagar o vendedor o valor agindo em nome de Vicente, ele está assim adquirindo direito para Vicente e não para ele. Nesse caso o contrato é o fato propulsor que gera a aquisição desse direito, através do contrato de compra e venda de Vicente com o vendedor Ian.
 O pagamento e a entrega geram assim o efeito jurídico através de um contrato de compra e venda, então veja que esse fato da vida, o pagamento e a entrega gerando o contrato de compra e venda gera o fato jurídico. A vontade de Ian em vender e a vontade Vicente de comprar seria o negócio jurídico e através desse ato Vicente adquiriu o direito.
 E no caso de Fernanda que ela queria vender o notebook, quando Vicente paga a ela, então eles teriam uma situação de aquisição de direitos para Vicente e de perda direitos para Fernanda, pois ela deixa de ter o notebook através do pagamento.
 O efeito jurídico é gerado a partir da vontade do vendedor e do comprador e assim fazendo com que gere o fato jurídico.
 O dispositivo diz que se pode adquirir um bem para mim, por outro e pode atribui a outrem o direito também, sem se quer a participação dele, como por exemplo, quando se faz um seguro de vida e se coloca um beneficiário, assim está acontecendo que quando dá a morte dessa pessoa, o dinheiro ali reservado como o pagamento do seguro será destinado àquele titular 
- Direitos:
a) Atuais: são os direitos já configurados, são direitos que já se pode exigir, pois todos os elementos para sua exigibilidade já se encontram reunidos, como a ideia do direito adquirido que é aquele que já se pode exigir. Quando se tem o direito adquirido, não se tem outro elemento faltando para que se possa exigir um determinado direito.
Ex: A usucapião. João mesmo de má fé pode adquirir a propriedade por 15 anos, ocupou sabendo que não podia ocupar, mas o dono nunca se manifestou. Então, 15 e 1 dia João acabou adquirindo a usucapião. João agindo como dono, plantando, colhendo, alugando o imóvel, o terreno, ele agiu como proprietário, esperou o prazo legal, então ele já tem o direito adquirido através da usucapião.
b) Futuros: é um direito que ainda não se implementou, não está concretizado ainda para aquela pessoa, então o titular precisa de algo para que ele seja efetivamente exercido.
Ex: Precisa-se de 15 anos para a propriedade usucapir, então se ele tem 10 anos ele ainda não adquiriu, pois precisa dos 15. Então, termo significa para o direito um evento futuro e certo, corresponderia uma ideia de data. Quando então ele completasse os 15 anos, ele precisaria esperar mais 5 anos para a concretização disso, e nessa situação é o que se de expectativa de direito, porque se a normalidade da vida ocorrer, o indivíduo vai adquirir aquele direito.
 	b.1) Direito a Termo: é um direito vinculado a um evento futuro e certo, a uma 	 determinada data. Ex: casa alugada, ou seja, só se vai adquirir quando a data da locação 	chegar.
 	b.2) Direito Condicional: Condição pro direito é um evento futuro e incerto, e só irá 	 adquirir o direito se uma determinada hipótese se concretizar. Ex: Felipe só irá vender o 	carro se ele for promovido, então só se pode exigir a venda do veículo se o evento futuro 	e incerto (ser promovido) ocorrer, se concretizar.
 
OBS: Expectativa
a) 	De Fato: é um mero desejo, e não é protegido pelo direito. É uma coisa que a pessoa espera que aconteça, mas o indivíduo não tem como exigir, ou seja, é um mero desejo. Ex: a situação do filho em relação a uma herança, o filho sabe que ele vai herdar dos mais,mas ele não pode exigir que o pai ou a mãe entregue a herança antecipadamente, até porque o filho pode morrer antes.
b) 	De Direito: é aquela situação protegida juridicamente, em que um titular do direito tem a expectativa razoável para a aquisição do direito, caso ocorra à normalidade da situação da vida. Ex: alguém que vem contribuindo para a sua aposentadoria.
 
- Aquisição:
a) Originária e Derivada: Quando se tem aquisição originária do direito o titular adquire um direito sem que ocorra transferência através do titular anterior, ou em virtude de não haver titular precedente deste direito. Isso significa que na aquisição de um direito de forma originária, a pessoa se torna titular do direito sem que haja qualquer conexão, qualquer vínculo com qualquer pessoa antes que seja eventualmente titular desse direito
 
Ex: uma pessoa encontra algo abandonado na rua, então se supõe que aquilo esteja abandonado e não perdido, sendo abandonado o seu titular de propriedade abriu mão daquele direito, ou seja, não é coisa perdida, então qualquer pessoa que pegue aquela coisa abandonada, ela se tornará titular desse bem.
 
 Para que essa pessoa se tornasse proprietária da coisa abandonada não precisou de nenhum vinculo entre ele e o antigo titular desse direito, então nessa situação se tem uma forma de aquisição de direito de forma originária. A influência disso é que quando um direito se adquire de forma originária, eventual vício existente no direito adquirido desaparece por força da aquisição originária.
 
Ex: Um determinado terreno foi tomado por força de coação, como ocorre nas favelas, que as pessoas se quer podem dormir com as portas trancadas, pois os traficantes determinam que ele fiquem com a porta aberta, pois se precisar de escape por conta da polícia, teria onde se esconder. Então, em uma dessas situações um traficante tenha ameaçado e uma família resolva ir embora da comunidade e então o imóvel fica abandonado, ou seja, há uma posse a isso mediante o traficante tenha usado o imóvel então houve uma posse por coação. Porém, se o traficante for morto ou vá morar em outro lugar e abandona o imóvel , então o problema da posse emanada de coação, essa tomada desse imóvel por uma nova família não será contaminada pelo vício anterior, pois não houve a transferência do traficante para essa família que ocupa agora.
 
 A pessoa que não sabe de quem era o imóvel, e não tem como restituir o seu proprietário, então não há transferência do titular anterior para o titular atual, então aquela irregularidade decorrente da conduta anterior não será transferida para o próximo, pois é uma presunção de boa fé das pessoas que acha coisa abandonada.
 Já se essa pessoa compra na mão de outra, por exemplo, Vicente ameaçou Eduarda para que ela o doasse ou vendesse a um preço irrisório o notebook dela por questão de coação, e isso é uma questão de irregularidade na aquisição desse direito. E se alguém comprar o notebook na mãe de Vicente que ele adquiriu através de coação em relação a Eduarda, essa pessoa receberá o bem, o direito de propriedade desse bem sujo, contaminado por essa irregularidade, que é o que ocorre na aquisição derivada.
 
 A derivada ocorre quando há a transferência do titular anterior do direito para o titular atual do direito.
 
Ex: compra e venda que é uma forma muito habitual de transferência de direitos voltadamente em relação à propriedade.
Ex: No caso de doação, em que Vicente tenha ameaçado, coagido Eduarda e então Vicente tenha se apoderado do bem. Então, se Vicente efetua essa doação para Gabriela, ainda que Gabriela esteja de boa fé, Eduarda como proprietária do bem pode reclamar, ou seja, como houve uma transferência de Vicente que vez um ato irregular transferindo para Gabriela, então essa sujeira que começou por Vicente vai ser passada adiante mesmo que o bem já esteja com Gabriela, a sujeira vai acompanhar a relação jurídica, o direito.
 
 Em regra a aquisição de um direito se dá de forma derivada, por exemplo, a usucapião é forma originária de aquisição de direito, não há qualquer vínculo entre a pessoa que invade e aquele que tinha propriedade anteriormente. É originária no sentido de que não houve transferência entre o proprietário antigo e o que ocupou depois.
 
Ex: caçar animal, pescar um peixe é aquisição originária, pois ele não era de propriedade de ninguém, então ao caçar o indivíduo se torna proprietário.
 
 Então, na aquisição originária não há transferência entre eventual titular desse direito para o atual, já na derivada há uma transferência do titular anterior para o atual.
 
b) Onerosa ou Gratuita: Onerosa seria quando se adquire o direito por meio de uma prestação econômica
 
Ex: compra e venda; troca (dar uma coisa em forma de pagamento) então o indivíduo se torna proprietário através de uma transação econômica, mesmo que não tenha dinheiro é econômica no sentido de patrimônio.
 
 Gratuita seria quando uma pessoa adquire o direito sem que haja uma contraprestação econômica, como a usucapião que é ao mesmo tempo originária e gratuita, pois não há transferência do titular anterior para o titular atual e não há também pagamento, não se está comprando e sim adquirindo-se como dono, atuando como dono e permanecendo como dono. Já na compra e venda é uma situação em que a compra é derivada, porque se há venda, então havia um titular anterior do bem que transfere por força de vontade para o comprador e atual titular do bem.
 
- Modificação: O fato jurídico também pode modificar um direito, em uma relação direito se tem tanto sujeitos como objetos. Precisa-se de sujeito que é a quem se trata dessa relação, e de objetos para sobre o que trata essa relação.
 
Ex: Um contrato de prestação de serviço, pois Vicente advoga para a empresa de Viviane, e por isso Viviane deve a Vicente honorários e assim ficou atrasado o pagamento. Então, nessa situação Vicente tem uma relação, ele tem direito ao recebimento desse valor, e se Viviane transfere com a anuência dele a dívida para outra pessoa, pois a empresa dela está falindo, e então quem tomará posse será Gabriel. Com isso, Gabriel terá que assumir a dívida de Vicente, então houve uma modificação subjetiva desse direito, e quando se fala de modificação subjetiva, se fala de sujeito. Vicente então irá cobrar agora de Gabriel e não de Viviane, e essa transferência de dívida só ocorrer se Vicente e Gabriel concordarem.
 
Ex: Vicente tem um crédito para receber de Viviane e ele tem anos que trabalha com ela, então ele diz que não tem nem coragem de cobrar pra ela, mas ele sabe que o irmão dele ta precisando então Vicente transfere o crédito para o irmão. Então a pessoa que agora esta recebendo os créditos se tornou o novo sujeito ativo.
 
Ex: Quando uma empresa compra a outra, assim, ela adquire tanto o crédito como o débito da empresa. A Perdigão adquiriu a Sadia, então tanto o débito, como o crédito, os devedores da Sadia passaram a ser os devedores da Perdigão, houve uma modificação subjetiva ativa, mudou o credor. E quando se diz em débito de funcionário e tributos, a Perdigão passa a assumir esse débito, então é uma modificação subjetiva passiva.
 a) Subjetiva: Quando há mudança de devedor e de credor (sujeito ativo) também, transferência de dívida e de crédito.
b) Objetiva: Quando há modificação do objeto do direito.
Ex: Viviane está devendo a Vicente uma determinada quantia, e ela disse que não tem a quantia para quitar a dívida, porém ela faz uma proposta em quitar a dívida dando a ele um carro como abatimento desse valor. Quando isso ocorre, há uma alteração do objeto do direito, o direito de receber 10 mil reais foi modificado para se receber um valor menor por conta de um ato, que seria a entrega de um determinado bem como forma de pagamento daquela quantia.
- Conservação: Um ato ou um fato jurídico pode gerar a conservação também, mas aqui vai se dar por conduta humana, que é através do processo. Quando se tem um direito ameaçado, se quer conservar esse direito meu, e a forma mais típica, mais tradicional será o meudireito de ação, se propõe uma ação para que aquele direito meu seja conservado.
 Ex: mandado de segurança, quando se tem um direito líquido e certo e o Estado, município, quer violar esse mandado de segurança, então nessa situação eu estou conservando o meu direito.
Ex: eu tenho um imóvel e alguém quer invadir esse imóvel, então eu ingresso com um mandado, uma ação de manutenção de posse ou de reintegração de posse para preservar o meu direito, conservar o meu direito, e a conservação se dá através do processo.
 Então, são medidas judiciais que se tem como forma de preservar esse direito.
- Extinção: O fato jurídico pode gerar a extinção de um direito, ocorrendo determinado evento da natureza ou uma conduta humana aquele direito desaparecerá, sendo que o de desaparecer para um é o aparecer para outro.
 
Ex: na compra e venda, ou seja, o direito de propriedade do vendedor desaparece e passa a ser do comprador, no momento tradição.
Ex: Usucapião
a) Perecimento: é a perda, a destruição da coisa, a perda da utilidade do bem. Ex: quando um celular cai e não funciona mais, a utilidade do bem deixa de existir, ou seja, compromete a função econômica do bem.
Ex: Em Aracaju fizeram perto de Nova Atalaia um condomínio a beira mar, mas esqueceram de considerar os fatos das enchentes da maré, então a maré levou boa parte do condomínio. Então, perda do bem, perda do imóvel, houve um perecimento.
b) Alienação: significa transferência de propriedade de um bem, tanto de forma onerosa, como de forma gratuita. Quando se fala em alienar um bem, se fala de transferi-lo para terceiros. Na hora que se aluga não se está realizando alienação, porque não se está perdendo a propriedade do bem, e sim transferindo apenas a posse do bem. E quando se vende se está alienando, e quando se efetua a doação também é alienação.
c) Abandono: O titular do direito manifesta o seu desinteresse sobre a titularidade do direito de forma tácita, de forma implícita, ou seja, presume-se a ausência de interesse em virtude da conduta do agente. Ex: objetos deixados no lixo.
d) Renúncia: A diferença é que a renúncia é expressa, enquanto no abandono é tácito. Então, a renúncia ocorre de forma explícita, de forma verbalizada, é escrita. Com isso, há uma forma expressa de manifestação do titular daquele direito e não mais há interesse em ter aquele direito. Ex: renúncia ao direito do crédito de herança
e) Morte: Na hora que alguém morre, esse alguém perde o direito das coisas materiais, e elas são transferidas para os seus herdeiros, os contratos são desvencilhados, obrigação intuito persona (personalíssima), então não se tem como transferir contratos para os filhos.
f) Decadência: corresponde a perda de um direito em virtude da inércia do seu titular em adotar medida judicial para proteger seu direito violado.
Ex: coação para que Eduarda me entregasse o notebook por um valor irrisório, ela tem 4 anos após ele acabar com as ameaças para poder propor a ação, porém se ela não propuser nesses 4 anos, ela perde direito a reclamar daquele ato praticado.
AULA 02 - CLASSIFICAÇÃO DO FATO JURÍDICO - CONTINUAÇÃO - DIA 25/08/2018 [BIANCA BARBOSA]
RELEMBRANDO: o fato jurídico lato sensu -> vamos entender que é qualquer situação em que tenha a produção de um efeito jurídico. A partir do momento que temos um fato, um evento, uma conduta e essa conduta seja regulada pelo direito, pois se entendeu que não é só uma conduta social mas sim também que trás uma repercussão e consequentemente com a regulação do direito ela se torna um fato jurídico que vai abranger tanto as condutas humanas como os eventos da natureza. 
3.2 O FATO JURÍDICO EM SENTIDO ESTRITO (STRITO SENSU)
Quando falamos em fato, estamos dizendo que não há conduta humana (que causou um efeito modificativo na relação) daquele que foi afetado por este fato (vai estar mais relacionado a conduta do que ao evento) jurídico, ou seja, a vontade é inexistente. 
Ex.: na hora que pactuou uma obrigação de efetivação de serviço, mas ao se dirigir ao local que foi combinado percebe-se que há uma greve. A greve é uma movimentação que impede a realização do ato do contrato que foi pactuado. Por conta de não haver uma conduta do indivíduo, ele não será responsabilizado, e a relação não poderá ser afetada, visto que o evento causou um efeito modificativo que não foi deflagrada pela vontade dos indivíduos da relação. 
É possível que haja um fato da natureza, como o nascimento (causa a aquisição da personalidade), no qual a pessoa passa a ter a capacidade de direito configurada. A morte também vai causar uma série de efeitos (ex.: tenho um contrato firmado com alguém em que faleceu), visto que se a responsabilidade for personalíssima o indivíduo não poderá mais exercer. 
- ORDINÁRIO: habituais e costumeiras (vida, morte...)
- EXTRAORDINÁRIO: fora do normal (catástrofe, enchente...)
3.3	ATO-FATO JURÍDICO 
No ato-fato temos uma conduta humana que é essencial para a realização do direito, para que surta efeitos, mas ao mesmo tempo tenho a irrelevância da vontade, ou seja, fato jurídico qualificado pela atuação humana. 
Nessas situações terei uma conduta humana, mas a vontade é irrelevante, ou seja, não me preocuparei em saber se houve ou não vontade para a produção de efeitos jurídicos decorrente daquela conduta.
Há uma mescla em um fato, onde a vontade é inexistente, mas ao mesmo tempo temos um ato, uma conduta humana. 
Não me preocuparei com o elemento anímico (vontade). 
Ex.: coisa abandonada (piloto), se uma criança de 5 anos de idade vê o piloto e nada faz não haverá nenhum efeito dessa conduta, mas no momento em que ela pega o piloto e sai com ele não surte nenhum efeito aquisitivo pois a pessoa em questão é absolutamente incapaz, sendo o ato nulo. Mas veja que, só houve a condição de propriedade no momento em que a criança agiu, então enquanto a criança não se movimentou não ocorreu efeitos. 
A)	REAIS (MATERIAIS)
Condutas humanas que geram consequências fáticas por conta dessa conduta. Ex.: criança que pega as conchas da praia se torna proprietária das conchas (independentemente da vontade de ser proprietária) ou em uma pescaria. 
B)	INDENIZATIVOS
Foi produzido um prejuízo, causado um dano, que deverá ser indenizado caso a vítima não seja sua própria causadora, independentemente da vontade daquele que praticou o dano. 
Ex.: 1. se eu compro um produto com tarja 110V e coloco na corrente 220V, a responsabilidade é minha, então, por mais que gere efeitos de perda. 2. Alguém dirigindo um carro que gira o volante para desviar de uma criança, mas ao fazer isso bate no carro do ovo, nessa situação não houve vontade do motorista de causar prejuízo, contudo ele terá que se responsabilizar aos danos causados a outra pessoa (tem direito de cobrar dos pais da criança, direito de regresso, o responsável real da situação). 
Entende-se então que houve a deflagração do efeito por conta de uma conduta. 
C)	CADUCIFICANTES
Caducidade = decadência. A perda de um direito pela inércia do seu titular em reclamar juridicamente a proteção do direito que foi violado. A conduta nesse caso pode decorrer de uma positiva ou negativa, ou seja, ação ou omissão. 
Ex.: em razão de não ter proposto uma ação para retirar serão indivíduo da minha propriedade que não estava em uso, o indivíduo se torna proprietário do bem, visto que o tempo de reclamação já se passou por conta da usucapião (existe um efeito duplo: aquisitivo para quem se tornou proprietário e extintivo para quem perdeu a propriedade). O que caracterizou essa ação foi a inércia. Não importando se o ex dono quer ou não tirar o indivíduo da propriedade, pois o que o tornou proprietário foi a inércia. 
3.4	ATO JURÍDICO LATO SENSU 
3.4.1	CONCEITO
A vontade se torna relevante, essencial. Esses atos só ocorrem porque existe vontade da pessoa que quer praticar e surtir o efeito decorrente daquele ato. Vai gerar um ato jurídico stritu sensu e um negócio jurídico. 
Ato jurídico é o fato jurídico cujo suporte fático tem como cerne uma exteriorização consciente da vontade dirigida a obter um resultadojuridicamente protegido ou não proibido e possível.
3.4.2	ELEMENTOS
A)	CONDUTA HUMANA VOLITIVA
Conduta humana com vontade, ou seja, ação (fazer) ou omissão (inércia) por conta da vontade, visto que ela é essencial.
B) CONSCIÊNCIA ACERCA DA EXTERIORIZAÇÃO DA VONTADE
A manifestação da vontade, e a existência da consciência de que essa vontade está sendo exteriorizada para alcançar determinado resultado. 
Ex.: 1. o indivíduo está em um leilão e levanta a mão para falar com outra pessoa, ou seja, não há a vontade de exteriorização do lance, visto que a consciência da vontade é para falar com a pessoa, mas consequentemente o que irá ser aferido é o que ficou exteriorizado. 2. Reserva mental: é uma situação onde uma pessoa declara uma vontade que não corresponde a sua real. Vontade porque ele assim o quer. Diferente da coação. Há uma manifestação da vontade, enquanto que a vontade do indivíduo era outra que não foi exteriorizada.
C)CONDUTA QUE SE DIRIJA A UM RESULTADO PROTEGIDO OU NÃO PROIBIDO
Essa conduta se dirija a algo que seja tutelado juridicamente ou que pelo menos não seja proibido. Embora proibido por lei (ato ilícito), mas o fato foi praticado, deflagrando uma consequência jurídica. 
3.5	ATO JURÍDICO STRICTO SENSU
3.5.1	CONCEITO
São simples manifestações de vontade sem conteúdo negocial (não há margem para negociação) que determina a produção de efeitos já legalmente previstos. Há vontade na prática do ato, tenho uma conduta consciente, voluntária, direcionado a algo que é protegido pela lei, mas não tem uma possibilidade de dizer qual o efeito que produzo com aquele ato, ou seja, eu quero praticar aquele ato mas efeito não é possível modular. O efeito é aquele que a lei já prevê, ex lege (previsto na lei). 
Ex.: 1. um sujeito quer reconhecer a paternidade de um filho, espontaneamente , ele vai a cartório, reconhece a paternidade do filho, mas não pode chegar para o filho e dizer “olha, vou lhe reconhecer como meu filho, pois de fato você é, mas não terá o direito de colocar meu sobrenome no teu nome”, pois a lei diz que um dos efeitos da pessoa ser filho de alguém é a identificação pelo sobrenome. 2. quando há a fixação de moradia, faz deflagrar-se efeitos jurídicos (previstos em lei), como o pagamento de IPTU, se houver um processo, ele deve ser fixado onde encontra-se a residência... 3. se eu confesso alguma coisa eu estou incorrendo nas consequências que a lei estabelece. 
3.5.2	ESPÉCIES 
A) ATOS MATERIAIS 
Decorre da própria conduta, como o exemplo da paternidade, da fixação da residência... Corresponde a simples atuação humana baseada em uma vontade consciente tendente a produzir os efeitos jurídicos previstos em lei. 
B)	PARTICIPAÇÕES 
São comunicações de vontade daquele que a efetua. 
Consistem em declaração para ciência de intenções ou fatos. Sua existência consubstancia-se na destinação no sentido de que o sujeito pratica o ato para dar conhecimento a outrem de que tem certo propósito ou de que ocorreu determinado fato. 
Ex.: quando notifico alguém, estou informando a ele de um prazo para determinada situação. 9
3.6	NEGÓCIO JURÍDICO 
Um ato jurídico lato sensu (vontade como essencial) mas no qual a minha vontade e a vontade da outra parte ou pelo menos a minha vontade é capaz de produzir efeitos que não estão previstos em lei. Os efeitos são ex voluntate, ou seja, decorrentes da vontade da pessoa. Aqui a liberdade é plena, pois as partes podem criar contratos que não estejam previstos na lei (contrato de hospedagem - tem uma mescla de outros contratos: contrato de depósito, prestação de serviços...).
Ex.: 1. quando efetuo um testamento, posso dizer que meu sobrinho, que não é meu herdeiro, será contemplado com minha coleção de CD’s (manifestação de vontade para alcançar um objetivo pretendido). 2. O casamento: existem correntes que afirmam ser negócio jurídico, com natureza contratual e outras dizendo que não teria natureza contratual, pois não se pode aplicar a teoria geral dos contratos para o casamento (terceiro gênero). 
AULA 03 - CLASSIFICAÇÃO DO FATO JURÍDICO - CONTINUAÇÃO - DIA 27/08/2018 [ANNA]
4. Negócio Jurídico: 
AUTONOMIA DA VONTADE E AUTONOMIA PRIVADA
É a segunda figura do desdobramento o Ato Jurídico Lato Sensu. E antes de falar sobre o negócio jurídico é necessário citar a autonomia da vontade e a autonomia privada. A autonomia da vontade é entendida como uma liberdade dada ao particular para produzir efeitos jurídicos em virtude da sua vontade, por exemplo: no ordenamento jurídico não é apenas constituídos de leis, temos princípios, normas em gerais, entre outras e teremos uma margem onde as condutas serão determinadas pelo Estado - devemos ou não fazer -, então consequentemente a característica marcante dessa parcela do ordenamento jurídico é a constituição de normas de ordem pública/normas cogentes/normas impositivas. Então uma situação específica, o sujeito efetivamente não tem margem para alterar o conteúdo dessa norma. [Ex: A contrata B, porque é um grande funcionário e requisitado por todas as empresas. B fala para A que, em vez de deduzir do meu salário o FGTS, A pegaria esse valor do FGTS e transformaria em bônus/milhas/pacotes de viagem. B, em perfeita vontade sugere isso para A cmo empregador dele. A e B não poderiam fazer isso, porque a regra que estabelece o recolhimento do fundo de garantia é uma norma impositiva, ou seja, não havia possibilidade, mesmo o empregado querendo, dela se desvincular. O FGTS é um fundo recolhido por todos os empregadores, para que, com essa verba sejam gerados fundos para o interesse público | Ex2: Código de Defesa do Consumidor - existem obrigações estabelecidas aos fornecedores que ele não pode abrir mão, no Art 51 vai estabelecer um rol de situações onde a nulidade do pacto]. Existe uma margem grande no ordenamento de normas que são impositivas/cogentes, normas de ordem pública em que o particular não tem possibilidade de manejar/modificar o seu conteúdo. 
O Estado não vai poder dizer todas as situações que eu vou praticar na vida, então se A quiser comprar algo de B, o Estado não vai dizer se deve ou não e sim criar uma regulamentação no Código Civil para o contrato de compra e venda, sendo que algumas regras serão obrigatórias e outras facultativas [Ex. Locação - A aluga um imóvel de B, a lei de locação nº 8.245/91 ela vai dizer que a obrigação de recolher tributos é do proprietário, então o proprietário que deve pagar IPTU, taxa condominial, salvo previsão em contrário então acontece que o habitual é que o proprietário, por conta dessa previsão da norma, mas a própria lei permite que o proprietário transfere essa função para o inquilino. Aqui temos uma norma impositiva no sentido de que os tributo tem de ser pagos, mas quem vai efetuar isso fica a critério das partes → Norma de natureza dispositiva]. As normas de natureza dispositiva, podem dispor/alterar o seu conteúdo. Quando se fala em autonomia da vontade, significa que a vontade dos sujeitos se, conjugadas, podem criar um efeito jurídico. [Ex. No momento que A resolve vender o Ipad para B, B está negociando o direito de proprietário de A sobre aquela coisa através do pagamento de uma quantia X, no dia Y que for acordado entre as partes]. Na ideia de autonomia da vontade, o ordenamento atribui a qualquer um de nós, pessoas físicas ou jurídicas, a possibilidade de ajustarmos os interesses sobre uma determinada coisa. Francisco Amaral fala que primeiro o homem conhece as coisas, apreende o seu conceito e no segundo momento ele às deseja, ele quer fazer o movimento de ter essa coisa, então essa ideia de vontade pode ser estudada pela psicologia/sociologia deriva da ideia de liberdade que é atribuída ao ordenamento jurídico. [Ex cont.: No momento que B compactua com A, essa ideia de aquisição derivou da vontade de B de comprar e de A de vender, e consequentemente estabeleceu-se um contrato - exemplo de negócio jurídico -, então através da vontade A e B compacturama, como se fosse, uma pequena lei porque foi criado uma norma para a regulamentação da compra desse tablet].Se porventura, um dos sujeito não cumprirem o que está acordado, o sujeito lesado pode recorrer à justiça, que foi quem deu essa liberdade, para que o sujeito seja obrigado a fazer o que foi acordado. Ou seja, além da lei, as parte também estabelecem o que deve ser cumprido/obrigações
A autonomia da vontade é classicamente um produto da ideia do individualismo jurídico, essa autonomia foi entendida de forma extremada e gerou alguns abusos. Com a evolução jurídica, notadamente com o processo de constitucionalização, essa autonomia da vontade é modificada para o que chamou-se de autonomia privada. ALguns autores trazem autonomia da vontade e autonomia privada como sinônimas, mas não são. Na autonomia privada, têm-se a idéia de funcionalização do direito, a um livro de Norberto Bobbio chamado “Da estrutura à função”, a ideia central é entender que o direito não pode ser uma coisa dissociada da sua funcionalidade social, porque senão ocorre o mesmo erro da teoria pura do direito onde os absurdos do nazismo e do fascimenos forma explicados pela dissociação do direito da moral. A autonomia privada, é o mesmo poder que é dado na autonomia da vontade aos particulares para que possamos estabelecer ajuste que se tornam obrigatórios, porém esses ajustes se tornarão obrigatórios se, efetivamente, eles respeitarem as normas jurídicas no sentido de promoção de dignidade e de justiça, e teremos vários institutos que vão corroborar com essa ideia: função social do contrato, função social da propriedade. Não apenas a vontade do sujeito como preponderante, é uma vontade que está vinculada/submetida ao ordenamento jurídico. 
4.1. Conceito e Noções Gerais:
Quando falamos de negócio jurídico, estamos falando da possibilidade que as pessoas podem pactuar efeitos jurídicos para o alcance dos seus objetivos. O negócio jurídico é a representação da autonomia. Través do negócio jurídico vai se buscar o alcance do que os sujeito querem, quando praticamos um ato jurídico stricto sensu existe a vontade de praticar o ato, mas não existe a possibilidade de se modular os efeitos [ Ex. Reconhecimento de paternidade]. 
Conceitos:
Antônio Junqueira de Azevedo - Todos fato jurídico consistente na declaração da vontade há que o ordenamento jurídico atribui os efeitos designados conferidos, respeitados os pressupostos de: existência, validade e eficácia impostos pela norma jurídica que sobre ele incide. 
No negócio jurídico existem dois aspectos/elementos: subjetivo - decorre da vontade/querer - e o objetivo - poder dado a vontade que é dado pelo ordenamento jurídico. Existe uma margem de obrigatoriedade que decorre de lei, de fazer ou não, e no negócio jurídico também podem ser criadas normas de fazer ou não fazer (Assunto que será dado em obrigações). [Ex: A e B são vizinhos, e eles combinam de em vez de construir um muro alto, eles estabelecem que o muro terá, no máximo, a altura X. Se B quiser, pode fazer um muro mais alto. Mas entre os vizinho foi compactuando uma obrigação de não fazer um muro acima da altura X]. O NJ é um instrumento da autonomia da vontade. 
OBS: Distinção com o Ato Jurídico Stricto Sensu (Ato não negocial)
Os efeitos do negócio jurídico são ex voluntate, ou seja, decorrem da vontade do sujeito. Já os efeitos do AJSS são ex lege, ou seja, já estão escritos na lei , porque no Ato Jurídico Stricto Sensu não existe a possibilidade de dispor sobre os efeitos dele.
 Francisco Amaral diz que ato jurídico stricto sensu e o negócio jurídico se distinguem em três pontos: 
1. Na estrutura: o AJSS ele tem uma ação + uma vontade simples [Ex. A pratica um ato, mas a sua vontade é só a prática do ato] e no NJ têm-se uma ação e uma vontade qualificada - produção/alcance dos efeitos desejados [Ex: Compra através de um preço de forma parcelada] 
2. Função: AJSS a função é fazer valer os efeitos já previstos em lei, enquanto no NJ a função é alcançar os efeitos jurídicos pretendidos pelas partes. [Ex. A quer alugar, B quer locar]
3. Nos efeitos: o AJSS yt^m-se efeitos decorrente já previstos em lei - ex lege - e no NJ os efeitos jurídico são aqueles decorrentes das partes - ex voluntate. 
4.2 Teorias Explicativas: Algumas teorias tentaram explicar/sistematiza o negócio jurídico.
A. Voluntarista: primeira delas, é uma das mais importantes. Se diz que ainda seria a teoria que o Brasil adotasse através do Art. 112, do CC. Voluntarista vêm de vontade, e pela teoria a vontade deve ser o predominante, ainda que haja um descompasso entre a vontade e declaração, a vontade seria prioritária. [Ex. A quer algo, mas no contrato feito com B, ele acaba declarando outra, seguindo a teoria, esse negócio poderia ser invalidado, porque a vontade daquela situação teria sido violada]. É uma teoria extremada porque não gera uma segurança. 
B. Objetivista: priorizava a declaração, então o que importava era a declaração. AInda que houvesse um descompasso entre vontade e declaração, o que seria priorizado era a declaração. Ainda é uma teoria extremada porque, por exemplo, A coloca uma arma na cabeça de B e afirma/declara que B tem que passar o computador para A. Teoria que também não serve por conta do radicalismo. 
C. Responsabilidade: Essa teoria está ligada com a voluntarista. A teoria da responsabilidade, diz que se houver um descompasso entre vontade e declaração, à vontade só não preponderará se houver culpa de quem o declara. [Ex: Vicente firma um contrato com Heloísa e é ele o responsável pelo descompasso entre a vontade e a declaração, ele surtirá os efeitos sobre isso pois preponderará a declaração já que houve um erro da parte de Vicente].
D. Confiança: Essa teoria está ligada com a objetivista. Contudo, se essa divergência entre declaração e vontade, decorrer de postura daquele que recebe a proposta, o negócio jurídico não vai ser validade. 
Obs:
A teoria da vontade, ainda com o abrandamento é a aplicada no Brasil, mas ainda não é unânime, entendendo que não pode ser dado o rigor extremado como ela foi construída. 
Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem.
[Ex: Coação exercida por terceiro - A ameaça matar B, se B não fizer a doação do seu notebook para C. B aceita e doa. se C, que é a destinatária tem o conhecimento da situação, o ato será invalidado. Se ela não tivesse conhecimento, o ato teria validade para ela, porque é terceiro de boa fé → Teoria da Confiança. Caso B, depois queira questionar tudo isso e reclamar pelo seu direito, ele não poderá cobrar de C, porque C não sabia.]
4.3 Classificação dos Negócios Jurídicos: essas classificações não são excludentes, e serão analisadas por critérios.
4.3.1. Quanto ao número de declarantes: quantas pessoas são necessárias para que haja uma declaração de vontade e que esse NJ surta efeito. Unilaterais: é aquele que surte efeito a partir da manifestação de uma só parte, apenas. Quando temos o NJ unilateral, basta uma só manifestação para que se tenha a manifestação de efeitos a partir disso. Uma só manifestação faz com que o NJ se concretize. [Ex: Testamento - não é um contrato, todo contrato é um NJ, mas nem todo NJ é um contrato -, na hora que a pessoa serão o seu patrimônio e pegou a sua parte disponível e efetuar o testamento favorecendo alguém, este testamento já existe como NJ a partir do momento que ele é lavrado, claro que só se tornará eficaz após a morte do sujeito. Mas, nesse caso, não precisou que esse favorecido pelo testamento concordasse com o testador, ele pode até desconhecer o testador]. 
I. Receptícios: os NJ unilaterais receptícios são aqueles que produzem efeitos quando o destinatário da declaração é comunicado, é necessário comunicar o destinatário daquela declaração. [Ex: A contrata B como advogado, mas ela não o quer mais com advogado, se A revoga os poderes que conferiu a B pela procuração, A tem que informar a B.]
II. Não receptícios: os NJ unilaterais não receptícios são aqueles que o fato produz efeitos por manifestação, apenas, de uma parte, mas não precisará alcançar o destinatário.[Ex: Testamento]
A. Bilaterais: Os NJ bilaterais são aqueles em que concorrem duas manifestações de vontade formando o consenso . A princípio, todo negócio jurídico é bilateral, alguém que exige e alguém que se pode exigir. Para criar um contrato - maior exemplo de NJ, exemplos de contrato:Compra e Venda, Troca, Prestação de Serviços, Contrato de Transporte.
I. Simples: Apenas uma das partes tem vantagem enquanto a outra arca com os ônus - Ex: Doação pura, Comodato - empréstimo gratuito de coisa infungível como uma sala, imóvel-. 
II. Sinalagmáticos: ônus/bônus e direitos recíprocos para as partes. 
B. Plurilaterais(Multilaterais): Uma situação atípica porque aqui geralmente temos a união de interesses divergentes, todos direcionados a uma só vontade/um só resultado ou então decorrentes de um resultado de uma escolha por maioria. Alguns doutrinadores vão dizer que, quando a um NJ plurilateral, teremos uma situação onde todos os interessados estão direcionados ao mesmo interesse. 
	Obs1 - Interesses Contrapostos: Quando temos um contrato, temos um encontro de vetores contrários, ou seja, quando falamos na COmpra de um notebook, falamos que há um interesse de vender e outro de comprar, são interesse contraditórios, mas que no final da contas é essa contradição que resulta em um contrato. Porque quando se consegue ajustar essa vontade de comprar, com o desejo de vender é que esse vetores serão ajustados - forma de pagamento, quando será pago, etc - e aí teremos o consenso e através dele terá a concretização do NJ. 
	Obs2 → Parte pessoa: pode existir a situação de uma parte contratante e podemos ter várias pessoas dentro de uma parte contratante. [Ex. Um casal, dois empresários que tenham locado de uma pessoa um imóvel, então temos a parte contratante e a parte contratada]. Partes, não necessariamente significam as pessoa, pode existir uma pessoa de cada lado, mas podem existir também vários contratantes e isso não descaracterizar a parte. Chamar atenção de que quando se fala em negócio unilateral, o fato dele beneficiar várias pessoas não o descaracteriza como unilateral [Ex. Testamento].
	4.3.2. Quanto às vantagens patrimoniais 
A. Onerosos: o NJ onerosos são quando ele gera vantagem patrimonial para ambas as partes. Para que o sujeito adquira a prestação, vai ter uma contraprestação de natureza econômica. Não precisa, necessariamente ser dinheiro. {Ex. Sujeito A trocou o notebook usado por um celular novo com o sujeito B]. 
I. Comutativos: as partes sabem previamente as prestações e contraprestações envolvidas naquele negócio.A prestação é o objeto, e a contraprestação é a contrapartida por aquilo que o sujeito vai receber. No NJ comutativos têm-se, de antemão qual prestação e a contraprestação daquele contrato. [Ex: Na compra e venda, para que se compre algo é necessário que se pague antes]. Nessas situações, têm-se a ideia de que o sujeito já sabe o que irá ganhar/bônus e o que irá perder/ônus na situação, obviamente isso não significa que o contrato será cumprido. [Ex: SUjeito A vai comprar o notebook de B, A paga o notebook e B não entrega]. Em regra, é um contrato onde há o equilíbrio entre prestação e contraprestação [será importante quando formos estudar a lesão], mas isso não significa que existe uma equivalência [Ex: Sujeito A compra uma bolsa, o custo da compra da bolsa não chega aos pés do que será cobrado nela, mas aí não está envolvido apenas o produto, mas também a marca, exclusividade, valores acessórios vinculados àquele bem]. A ideia é de previsibilidade do que acontecerá, normalmente, no caso.
II. Aleatórios: os NJ é aquele em que não há uma busca pelo equilíbrio da prestação e contraprestação do contrato, necessariamente. O risco é elemento central deste contrato. Pode ser, inclusive, que o sujeito sequer receba o objeto do contrato e mesmo assim ele continuará sendo exigível. [Ex: aposta, mega-sena, adquirir uma safra futura, seguradoras - no seguro, ele seria comutativo para o segurado e para a seguradora seria aleatória porque não há equilíbrio entre o que ela recebe e o que ela vai ganhar futuramente]
B. Gratuítos: O NJ gratuito é aquele em que só há vantagem patrimonial para uma das partes. [Ex: testamento, doação pura, comodato] 
C. Neutros: O NJ neutro é quando não tem valoração econômica em si mesmo, ainda que cause efeito na esfera patrimonial. [Ex: O pai efetuou uma doação para a filha, mas coloca uma cláusula de incomunicabilidade,ou seja, aquele patrimônio não vai se comunicar com o marido dela. Enquanto a doação for ato gratuito, rava aquela doação com uma cláusula de incomunicabilidade, a posição desta cláusula é neutra, ela não tem valor em si mesmo | Ex2: O bem de família pode ser legal ou convencional se, contudo, tendo mais de um imóvel o sujeito vai a cartório para efetuar a escolha do bem de família convencional , essa escolha que é levada a cartório, esse registro não tem efeito patrimonial, ele é neutro. Embora ele tenha um efeito em relação ao patrimônio, mas ele em si não tem uma valoração econômica].
D. Bifrontes: o NJ jurídico bifronte é aquele que tanto pode ser oneroso, quanto gratuito, depende da vontade das partes. [Ex: Sujeito A vai viajar e precisa deixar o caminhão da empresa em um local, e pede a B para deixar no galpão da empresa de B e B autoriza → Contrato de depósito, alguém se compromete a guardar o bem de outrem para posterior devolução, quando for solicitado. B tanto pode guardar esse bem de forma gratuita, como pode cobrar por guardar esse bem | Ex: Mútuo é um empréstimo de coisa fungível → Se A emprestar uma quantia para que B devolva a mesa quantia a A, esse contrato não há onerosidade porque está sendo devolvida a mesma coisa, mas se A estabelece que a quantia deve ser devolvida acrescida de juros, o negócio passa a ser oneroso e isso é o mútuo feneratício → Obs: Mútuo feneratício é o único contrato unilateral que é oneroso, todos os contratos onerosos são bilaterais, mas nem todo contrato bilateral é oneroso | Ex3: Contrato de mandato: A vai viajar para o RJ e B precisa fazer um contrato com o cliente lá e B não tem disponibilidade de ir ao RJ, então ele outorga uma procuração para A, que se torna a procuradora → A pode fazer isso de forma gratuita ou onerosa]. 
	4.3.3. Quanto a forma 
A. Formais (Solenes): são aqueles que precisam obedecer uma determinada forma prevista em lei para que tenham validade [Art. 108/CC: Escritura pública → nessa situação, se o sujeito quiser comprar, doar, permutar o imóvel é preciso de uma escritura pública]. Muitas vezes, vamos ver nos livros que formal vai ser igual a solene, porque além de ter uma forma prescrita tem que ser celebrado por instrumento público, que seria o caso do artigo 108 [Ex: Doação tem que ser, obrigatoriamente, por escrito, exceto na doação de bens móveis de pequenos valores].
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.
B. Não Formais: o negócio jurídico não exige/precisa de uma forma estabelecida em lei para que tenha validade. [Ex:Art. 107/CC.] Ou seja, quando a lei não estabelecer um froma, o contrato pode ser efetuado da forma que as partes quiserem, chamando atenção para a não recomendação da efetivação de um contrato verbal pois a prova deste contrato ficará complicada. 
Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir.
	4.3.4. Quanto a direção 
A. Instantâneo: é o NJ cujo os efeitos se exauriram/esgotam num só momento no presente. [Ex: A diz que quer comprar o celular de B, e na mesma hora B entrega o celular e A paga a B]
B. De trato sucessivo (execução continuada): é aquele NJ em que as obrigações neles constante serão exercidas ao longo do tempo. [Ex: Pagamento a faculdade, financimento, plano de saúde.]
Obs: Execução diferida: cujo os efeitos se esgotam em umsó ato, no futuro. [Ex: A compra e venda de um notebook, mas com pagamento no futuro → A quer comprar o notebook de B e diz que vai pagar na próxima semana]. O efeito prático é que, como não existe lapso temporal entre a formação do contrato e o cumprimento, no caso do instantâneo, não pode revisar esse negócio com base em fatos supervenientes. Já o NJ de execução diferida, admitem a possibilidade de serem revisados pois existe um lapso temporal entre sua formação e sua execução, isso significa que [Ex: A firma um contrato com B que se prolonga pelo tempo, e suponha que esse contrato tenha algum atrelamento cambial, um financiamento de um bem importado, e o contrato dura 1 ano e meio e nesse meio tempo acontece uma explosão do dólar e o valor que B tem que pagar duplica]. 
C. Por prazo determinado: é aquele que tem um termo/data certa para ser o final.
D. Por prazo indeterminado: é aquele que não tem um termo/data para a sua finalização. [Ex: Assessoria de um advogado para uma empresa]. Ser indeterminado, não significa que será vitalício, pois pode ser colocado uma cláusula que determine o fim do contrato até a conclusão de um determinado serviço. 
AULA 04 - REPOSIÇÃO DE SÁBADO [LILA] - Classificação do Negócio Jurídico (Continuação)
4.3.5 - Quanto ao momento de produção de efeitos
a) Inter Vivos: significa que a produção de efeitos é durante a vida daqueles que celebraram o negócio jurídico, como contratos que são feitos basicamente para que em vida sejam cumpridos. Se um desses contratantes vir a falecer, isso não significa que o contrato, o negócio jurídico tenha mudado a natureza.
Ex: Foi celebrada uma compra e venda onde o comprador tenha pagado a quantia pela coisa negociada, mas o vendedor faleceu, então nessa situação o vendedor obviamente não poderá entregar o bem, mas isso não significa que nem o contrato seja caracterizado como mortis causa e nem que ele perca a sua validade por conta da morte do vendedor. O que vai acontecer é que os herdeiros do vendedor falecido cumprirão a obrigação ali estabelecida. Tanto assim que em alguns modelos de contratos tem dizendo que o contrato obriga que seus sucessores em relação aos deveres e obrigações ali estabelecidos.
Então, nessas situações teremos situações onde de projeta o cumprimento de obrigações com a medida, mas se porventura houver a morte de uma das partes, isso não afeta a relação contratual, ela será cumprida. Obviamente que aqui se fala do contrato que não é personalíssimo, que seria aquele que é o intuito personae, ou seja, com em razão, em função de uma determinada pessoa, logo, se o contrato for personalíssimo, se estabelece em função de uma determinada pessoa.
E quando o contrato não é personalíssimo, teria a situação que ele seria cumprido, por exemplo, o dever de pintar a porta de uma casa, tanto faz ser A, ser B, o contrato pode ser substituído para que uma pessoa faça o dever no lugar dela, não tem a situação de uma pessoa específica para efetuar.
b. Mortis Causa: Os negócios jurídicos são mortis causa quando a produção de efeitos ocorrem após a morte de uma das partes, como o testamento, que é obviamente elaborado em vida e os seus efeitos decorrentes do testamento, eles só serão produzidos após a morte da pessoa. O testamento pode revogado também antes do seu falecimento, mas continua sendo mortis causa, pois só produzirá efeitos depois da morte dela.
4.3.6 - Quanto à Existência
a) Principais: um negócio jurídico principal é aquele que tem existência autônoma, que tem existência por si mesma, então quando se em um negocio jurídico que se caracteriza como principal, se vai dizer que não precisa de nenhum outro negócio para que ele exista, nenhum outro contrato.
b) Acessórios: o negócio jurídico acessório só existe em virtude de existir outro negócio jurídico ao qual ele está vinculado.
Ex: FIES, ou qualquer tipo de financiamento. O contrato e prestação de serviços entre o aluno e a faculdade, o contrato de financiamento entre uma pessoa e um banco, ele é um contrato principal, contudo, se for exigido um fiador para garantir o pagamento daquela obrigação, aí teremos a ideia de que ele só existe em razão desse principal, não existe um fiador por si só, não existe um contrato de fiança por si só. Com isso, só existirá contrato de fiança, porque existe uma outra relação subjacente que é a questão de obrigação de pagamento de uma determinada quantia. O fiador é o chamado devedor subsidiário, porque se o devedor principal não puder pagar, ele paga, então a fiança só existirá em virtude da existência de um contrato principal.
Ex2: Sublocação também é um contrato acessório, pois não se pode ter sublocação sem ter locação. Então, se Vicente aluga para Viviane e Viviane subloca isso para Gabriel, então há uma sublocação, mas a sublocação só existe pelo fato de já ter uma locação.
O acessório segue em regra a sorte do principal, pois se eu tenho situação onde o negócio jurídico principal é extinto, o negócio jurídico acessório será afetado por consequência:
Ex: João tinha um empréstimo a pagar, mas ele já pagou a dívida, e o que ele está devendo são os juros abusivos, e o juiz declare que não existe mais dívida desse devedor para/com o bando, assim, consequentemente o fiador será liberado, será afetado pela decisão que extinguiu obrigação, pois ele é uma relação acessória.
O que acontece com o principal vai causar efeito no acessório, porém o inverso não ocorre necessariamente.
 	Ex: Uma situação em que alguém assinou como fiador de outrem, e eu pego empréstimo no banco, e o bando exige uma fiança, então eu chamo uma pessoa para ser meu fiador, porém depois de assinado o documento como fiador dessa obrigação, como responsável subsidiário dessa obrigação, o que acontece é que o fiador prova que só assinou esse contrato como fiador pelo fato de ter sido ameaçado e coagido pelo devedor principal. Então, a fiança foi um elemento viciado, ou seja, ele poderá se livrar da fiança, mas o contrato principal ire permanecer vigente, e o banco vai exigir outro fiador.
4.3.7 – Personalíssimo (Intuito Personae)
O contrato for personalíssimo, se estabelece em função de uma determinada pessoa.
Ex: Marília quer contratar um cantor famoso para uma determinada festa, então se ela contrata aquele cantor, ela não vai querer que vá qualquer outra artista no lugar dele, é obviamente quer aquele.
Ex: Se eu tenho um restaurante e eu contrato um artista plástico para fazer uma obra na entrada do meu estabelecimento, eu quero aquele artista, pode ser pela fama, pelo talento, mas eu quero aquele.
Então, se essa pessoa contrata vir a falecer no contrato personalíssimo, ou se a pessoa adoece e não pode exercer sua função no momento, então o cumprimento do contrato não poderia ser feito.
5 – Planos do Negócio Jurídico
 	Essa ideia dos planos no negócio jurídico é um trabalho de um doutrinador muito famoso no século passado chamado Francisco Pontes de Miranda.
 	O Pontes de Miranda concebeu por influência da doutrina alemã, mas há dúvidas sobre isso, mas ele conseguiu criar a ideia de planos no negócio jurídico, em uma análise através de escalas, escala pontiana. E esses planos seriam os planos da existência, da validade e eficácia.
 	A primeira análise é se o negócio jurídico existe como fato jurídico, como reverberação e efeitos que o ordenamento jurídico estabelece para uma determinada pessoa, e depois se vai analisar outros fatores, se vai analisar se, por exemplo, esse negócio que eu constatei a existência dele, se ele encontra na verdade respaldo no ordenamento jurídico, e então se vai avaliar se aqueles elementos do plano da existência, eles estão de acordo com o plano da validade do negócio jurídico.
 	5.1 – Plano da Existência
 	Costumamos falar que o plano da existência é um plano ontológico, porque se analisa o ser, o ser dessas coisas, então primeira há análise se ele existe, e depois se vai analisar se ele está de acordo com a validade do ordenamento jurídico. Então, costuma-se dizer que o plano da existência é um plano substantivo, e o plano

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