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DISCIPLINA :
Semiologia e Semiotecnica II 
30/03/2022
Profª: Me. Nayara Alano Moraes
Farmacocinética
A farmacocinética, às vezes descrita como o que o corpo faz com o fármaco, refere-se ao movimento do fármaco dentro, através e fora do corpo — o tempo de evolução de sua absorção, biodisponibilidade, distribuição, biotransformação e excreção.
A farmacodinâmica, descrita como o que o fármaco faz para o corpo, envolve ligações a receptores, efeito pós-receptor e interações químicas. A farmacocinética de um fármaco determina o início, a duração e a intensidade de seu efeito. Fórmulas que se relacionam a esses processos resumem o comportamento farmacocinético da maioria dos fármacos (ver tabela Fórmulas que definem parâmetros básicos da farmacocinética).
A farmacocinética de um fármaco depende de fatores relacionados com o paciente, bem como de suas propriedades químicas. 
Alguns fatores relacionados ao paciente (p. ex., função renal, constituição genética, sexo e idade) podem ser utilizados para prever os parâmetros farmacocinéticos em populações. Por exemplo, a meia-vida de alguns fármacos, em especial os que exigem biotransformação e excreção, pode ser notavelmente longa no idoso (Comparação da resposta farmacocinética para diazepam em um homem jovem (A) e homem idoso (B)).
 De fato, alterações fisiológicas que ocorrem com o envelhecimento afetam diversos aspectos da farmacocinética.
Outros fatores estão relacionados com a fisiologia individual. Os efeitos de alguns fatores individuais (p. ex., insuficiência renal, obesidade, insuficiência hepática e desidratação) podem ser razoavelmente previsíveis, mas outros fatores são idiossincrásicos e, assim, têm efeitos imprevisíveis. 
Em decorrência de diferenças individuais, a administração dos fármacos deve basear-se na necessidade de cada paciente — tradicionalmente, ela é feita pelo ajuste empírico da dose até que se alcance o objetivo terapêutico. Essa abordagem é, com frequência, inadequada, pois pode retardar a resposta ótima ou resultar em efeitos adversos.
O conhecimento dos princípios farmacocinéticos ajuda os médicos a ajustar a posologia com mais precisão e rapidez. A aplicação dos princípios farmacocinéticos para individualizar a farmacoterapia é denominada de monitoramento farmacológico terapêutico.
Absorção de Fármacos
A absorção do fármaco é determinada pelas propriedades físico-químicas, pela formulação e pela via de administração do fármaco. As formas de dosagem (p. ex., comprimidos, cápsulas ou soluções), constituídas pelo fármaco e por outros ingredientes, são formuladas para serem administradas mediante várias vias (p. ex., oral, bucal, sublingual, retal, parenteral, tópica e por inalação). Independentemente da via de administração, os fármacos devem estar em solução para serem absorvidos. Assim, as formas sólidas (p. ex., comprimidos) devem ser capazes de se desintegrarem e se desagregarem.
A não ser que se administre por via intravenosa, o fármaco deve ultrapassar várias membranas celulares semipermeáveis antes de alcançar a circulação sistêmica. As membranas celulares são barreiras biológicas que inibem, de modo seletivo, a passagem de moléculas de fármacos. As membranas são compostas, principalmente, de uma matriz lipídica bimolecular, que determina as características de permeabilidade da membrana. 
Fármacos podem atravessar as membranas celulares por:
Difusão passiva;
Difusão passiva facilitada;
Transporte ativo;
Pinocitose.
Às vezes, várias proteínas globulares embebidas na matriz funcionam como receptores e auxiliam o transporte de moléculas através de membranas.
Difusão passiva
Os fármacos se difundem através da membrana celular de uma região de alta concentração (p. ex., líquidos gastrintestinais) para outra de baixa concentração (p. ex., sangue). O índice de difusão é diretamente proporcional ao gradiente, mas também depende de solubilidade lipídica, tamanho e grau de ionização da molécula e da área da superfície de absorção. Como a membrana celular é lipoide, os fármacos solúveis em lipídios difundem-se de modo mais rápido. As moléculas menores tendem a penetrar pelas membranas mais rapidamente que as maiores.
A maior parte dos fármacos é um ácido ou uma base orgânica, ocorrendo sob formas ionizadas ou não ionizadas em um ambiente aquoso. A forma não ionizada é habitualmente solúvel em lipídio (lipofílica) e difunde-se imediatamente através de membranas celulares. A forma ionizada tem baixa lipossolubilidade (mas alta solubilidade aquosa — i. e., hidrofílica) e alta resistência elétrica e, por isso, não pode penetrar facilmente na membrana celular.
Quando se administra um ácido fraco por via oral, a maior parte do fármaco no estômago está na forma não ionizada, favorecendo a difusão através da mucosa gástrica. Para uma base fraca com pKa de 4,4, o resultado é o inverso, ou seja, no estômago, a maior parte do fármaco está na forma ionizada.
Teoricamente, fármacos que são ácidos fracos (p. ex., ácido acetilsalicílico) são mais rapidamente absorvidos de um meio ácido (estômago) que fármacos que são bases fracas (p. ex., quinidina). Contudo, independentemente de o fármaco ser ácido ou básico, a maior parte da absorção ocorre no intestino delgado, uma vez que a área de superfície é mais ampla e as membranas são mais permeáveis.
Difusão passiva facilitada
Certas moléculas com baixa lipossolubilidade (p. ex., glicose) penetram pelas membranas mais rapidamente que o esperado. Uma teoria é a difusão passiva facilitada: uma molécula transportadora na membrana combina-se de modo reversível com a molécula substrato fora da membrana celular e o complexo transportador-substrato difunde-se rapidamente através da membrana, liberando o substrato na superfície interior. 
Nesses casos, a membrana transporta somente substratos com configuração molecular relativamente específica e a disponibilidade dos transportadores limita o processo. O processo não requer gasto energético e não pode ocorrer transporte contra o gradiente de concentração.
Transporte ativo
O transporte ativo é seletivo, requer gasto energético e pode envolver transporte contra gradiente de concentração. 
O transporte ativo parece limitar-se a fármacos estruturalmente semelhantes a substâncias endógenas (p. ex., íons, vitaminas, açúcares e aminoácidos). Esses fármacos são, em geral, absorvidos de locais específicos no intestino delgado.
Pinocitose
Na pinocitose, líquidos ou partículas são tragados por uma célula. A membrana celular invagina-se, circunda o líquido ou as partículas e, em seguida, funde-se novamente, formando uma vesícula que se separa e se move para o interior da célula. É necessário gasto energético. 
A pinocitose provavelmente desempenha um papel pequeno no transporte de fármacos, exceto para os fármacos proteicos.
Formas de liberação controlada
As formas de liberação controlada são projetadas para reduzir a frequência da dose de fármacos com meia-vida curta de eliminação e duração de efeitos. Essas formas também imitam a flutuação da concentração plasmática do fármaco, propiciando um efeito terapêutico mais uniforme e minimizando os efeitos adversos. 
O índice de absorção é reduzido pelo revestimento de partículas do fármaco com cera ou outro material insolúvel em água, pela incrustação do fármaco em uma matriz que a libere lentamente durante trânsito pelo trato GI ou pelo fato de tornar o fármaco mais complexado com resinas de troca iônica. A maior parte da absorção dessas formas acontece no intestino grosso. Esmagar ou fragmentar um comprimido de liberação controlada pode ser perigoso.
As formas de liberação controlada transdérmica são planejadas para liberar o fármaco por períodos extensos, às vezes por vários dias. Os fármacos para liberação transdérmica devem ter características adequadas de penetração dérmica e alta potência, uma vez que o índice de penetração e a área de aplicação são limitados.
Muitas formas parenterais não intravenosas são estruturadas para manter as concentrações plasmáticas dofármaco. A absorção de antimicrobianos pode ser estendida pelo uso da forma do sal relativamente insolúvel (p. ex., penicilina G benzatina) injetada por via intramuscular. Para outros fármacos, suspensões ou soluções em veículos não aquosos (p. ex., suspensões cristalinas de insulina) são projetadas para retardar a absorção.
Biodisponibilidade
A biodisponibilidade refere-se à extensão e à velocidade em que a porção ativa (fármaco ou metabólito) adentra a circulação sistêmica, alcançando, assim, o local de ação.
A biodisponibilidade de um fármaco é predominantemente determinada pelas propriedades da forma de dosagem, que dependem, em parte, de sua forma e fabricação. Diferenças na biodisponibilidade entre formulações de um determinado fármaco podem ter significado clínico; assim, é essencial saber se as formulações medicamentosas são equivalentes.
A equivalência química indica que as formulações possuem os mesmos compostos ativos e quantidades, além de obedecerem aos padrões oficiais atualizados, mas pode haver diferenças quanto aos ingredientes inativos nas diferentes formulações do fármaco. A bioequivalência indica que as formulações, quando administradas ao mesmo paciente e no mesmo esquema de dosagem, resultam em concentrações equivalentes do fármaco no plasma e nos tecidos. A equivalência terapêutica indica que as formulações, quando administradas para o mesmo paciente e no mesmo esquema de dosagem, têm efeitos terapêuticos e adversos iguais.
Espera-se que os produtos bioequivalentes sejam terapeuticamente equivalentes. A ausência de equivalência terapêutica (p. ex., mais efeitos adversos e menos eficácia) é geralmente identificada durante o tratamento a longo prazo, quando se administra um substituto não equivalente a pacientes que se encontram estabilizados com uma determinada formulação.
Às vezes, a equivalência terapêutica é possível, apesar de diferenças na biodisponibilidade. Por exemplo, o índice terapêutico (razão da concentração tóxica mínima para a concentração efetiva média) da penicilina é tão amplo que a eficácia e a segurança geralmente não são comprometidas pelas diferenças moderadas na concentração plasmática decorrentes das desigualdades na biodisponibilidade dos produtos da penicilina. Em contrapartida, para os fármacos com índice terapêutico relativamente estreito, as diferenças na biodisponibilidade podem causar falta substancial de equivalência terapêutica.
Causas da baixa biodisponibilidade
Fármacos administrados por via oral devem passar pela parede intestinal e, em seguida, pela circulação portal até o fígado; ambos são locais comuns de metabolismo de primeira passagem (metabolismo que ocorre antes de um fármaco alcançar a circulação sistêmica). Assim, muitos fármacos podem ser biotransformados antes de alcançar concentrações plasmáticas adequadas. A biodisponibilidade baixa é mais comum com as formas de dosagem oral de fármacos com absorção lenta e baixa hidrossolubilidade.
O tempo insuficiente de absorção no trato GI é causa comum de biodisponibilidade baixa. Se o fármaco não se dissolver rapidamente ou não conseguir penetrar na membrana epitelial (p. ex., se for intensamente ionizada ou polar), o tempo no local de absorção pode ser insuficiente. Nesses casos, a biodisponibilidade tende a ser amplamente variável, bem como baixa.
Idade, sexo, atividade física, fenótipo genético, estresse, doenças (p. ex., acloridria e síndromes de má absorção) ou cirurgia pregressa do trato GI (p. ex., cirurgia bariátrica) também podem afetar a biodisponibilidade de um fármaco.
Reações químicas que reduzem a absorção podem diminuir a biodisponibilidade. Elas incluem a formação de um complexo (p. ex., entre tetraciclina e íons metálicos polivalentes), hidrólise por ácido gástrico ou enzimas digestivas (p. ex., penicilina e hidrólise do palmitato de cloranfenicol), conjugação na parede intestinal (sulfoconjugação de isoproterenol), adsorção de outros fármacos (p. ex., de digoxina para colestiramina) e metabolismo por flora do lúmen.
Avaliação da biodisponibilidade
A biodisponibilidade costuma ser avaliada determinando-se a área sob a curva de concentração plasmática em relação ao tempo (AUC — Relação representativa entre concentração plasmática e tempo após uma dose oral única de um fármaco hipotético). 
A medida mais confiável da biodisponibilidade de um fármaco é AUC. A AUC é diretamente proporcional à quantidade total de fármaco inalterado que alcança a circulação sistêmica. Os produtos dos fármacos podem ser considerados bioequivalentes quanto à extensão e velocidade de absorção se suas curvas de concentração plasmática forem essencialmente superimpostas.
	
Relação representativa entre concentração plasmática e tempo após uma dose oral única de um fármaco hipotético
 
A concentração plasmática do fármaco aumenta com a extensão da absorção; a máxima (pico) é alcançada quando a taxa de eliminação do fármaco iguala-se à taxa de absorção. As determinações de biodisponibilidade com base na concentração plasmática máxima podem ser errôneas, porque a eliminação do fármaco inicia-se assim que este entra na corrente sanguínea. O tempo de pico (quando o fármaco atinge concentração plasmática máxima) constitui o índice geral mais utilizado para a avaliação da absorção; quanto mais lenta a absorção, mais tardio é o tempo de pico.
Para os fármacos excretados primariamente inalterados na urina, pode-se estimar a biodisponibilidade pela avaliação da quantidade total de fármaco excretado após dose única. Idealmente, coleta-se a urina por um período de 7 a 10 meias-vidas de eliminação para a recuperação urinária completa do fármaco absorvido. Após múltiplas doses, estima-se a biodisponibilidade pela avaliação do fármaco inalterado recuperado na urina durante o período de 24 horas sob condições estáveis.
Distribuição do fármaco aos tecidos
Após entrar na circulação sistêmica, o fármaco é distribuído a todos os tecidos corporais. Em geral, a distribuição é desigual em virtude de diferenças na perfusão sanguínea, ligação a tecidos (p. ex., decorrente do conteúdo lipídico), pH regional e permeabilidade das membranas celulares.
O índice de penetração de um fármaco em um tecido depende da magnitude do fluxo sanguíneo para o tecido, massa tecidual e características de divisão entre sangue e tecido. O equilíbrio de distribuição (quando os índices de entrada e saída são os mesmos) entre sangue e tecido é alcançado de modo mais rápido em áreas ricamente vascularizadas, a não ser que a difusão através de membranas celulares seja o passo limitante do índice. Após o equilíbrio, as concentrações do fármaco nos tecidos e no líquido extracelular são refletidas pela concentração plasmática. A biotransformação e a excreção ocorrem simultaneamente com a distribuição, tornando o processo dinâmico e complexo.
Depois de o fármaco entrar nos tecidos, a taxa de distribuição para o líquido intersticial é determinada principalmente por perfusão. Para os tecidos com baixa perfusão (p. ex., músculo e gordura), a distribuição é muito baixa, em especial se o tecido tiver alta afinidade para o fármaco.
ADIMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS
O QUE É?
VIAS E ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS
Via Oral (VO - boca);
Via intravenosa (IV - administrado pela veia);
Via intramuscular ( IM – administrado no músculo),;
Via intratecal ( No espaço ao redor da medula espinhal);
Via subcutânea ( SC – abaixo da epiderme - pele);
Via sublingual (SL – Aplicados sob a língua );
 Via bucal (aplicado entre a gengiva e a bochecha);
Via retal (Inserido no reto);
Via vagina (aplicado na vagina);
Via ocular (Aplicado nos olhos)
Via otológica (Aplicado no ouvido); 
Via nasal (Inalados pelo nariz e absorvidos através das membranas nasais); 
Via inalatória ( Aspirados até os pulmões, geralmente através da boca por inalação) ou boca e nariz (por nebulização);
Via cutânea (Aplicados sob a pele ara um efeito local – tópico - ou em todo o corpo sistêmico);
Via transdérmica (Aplicados na pele através de um adesivopara um efeito sistêmico).
Obs.: Cada via de administração tem vantagens, desvantagens e objetivos específicos.
VIA ORAL
Muitos medicamentos podem ser administrados oralmente como líquidos, cápsulas, comprimidos ou comprimidos mastigáveis. 
A via oral é a mais conveniente e, geralmente, a mais segura e menos dispendiosa, ela é a via utilizada mais frequentemente. No entanto, ela tem limitações devido ao trajeto característico do medicamento ao longo do trato digestivo. 
No caso de medicamentos administrados por via oral, a absorção pode começar na boca e no estômago. No entanto, a maioria dos medicamentos geralmente é absorvida no intestino delgado. O medicamento passa pela parede intestinal e chega ao fígado, antes de ser transportado pela corrente sanguínea até sua região-alvo. A parede intestinal e o fígado alteram quimicamente (metabolizam) muitos medicamentos, diminuindo a quantidade que chega à corrente sanguínea. 
Por isso, esses medicamentos geralmente são administrados em doses menores quando injetados por via intravenosa para produzirem o mesmo efeito.
Quando se toma um medicamento por via oral, alimentos e outros medicamentos no trato digestivo podem afetar a quantidade e a rapidez com que este é absorvido. Dessa forma, alguns medicamentos devem ser tomados com o estômago vazio, outros devem ser tomados com alimentos, outros não podem ser tomados com certos medicamentos e, em alguns casos, a via oral é contraindicada.
Alguns medicamentos administrados por via oral irritam o trato digestivo. Por exemplo, a aspirina e a maioria dos outros medicamentos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) podem danificar o revestimento do estômago e do intestino delgado, podendo causar úlceras ou agravar úlceras preexistentes. Outros medicamentos são absorvidos mal ou inadequadamente no trato digestivo ou são destruídos pelo ácido e pelas enzimas digestivas no estômago.
Outras vias de administração são necessárias quando a via oral não pode ser utilizada, por exemplo:
Quando a pessoa não pode tomar nada pela boca;
Quando o medicamento deve ser administrado rapidamente ou em uma dose precisa ou muito elevada;
Quando o medicamento é mal ou irregularmente absorvido pelo trato digestivo.
ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS: VIA PARENTAL
Subcutânea (sob a pele);
Intramuscular (no músculo);
Intravenosa (na veia);
Intratecal (ao redor da medula espinhal).
Um produto farmacêutico pode ser preparado ou fabricado de forma que sua absorção a partir do local da injeção seja prolongada por horas, dias ou mais tempo. Tais produtos não precisam ser administrados tão frequentemente quanto aqueles com absorção mais rápida.
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Ângulos da aplicação de medicações – via parental
Via Intradermica
Insere-se uma agulha no tecido adiposo logo abaixo da pele. Após um medicamento ser injetado, ele se move para os pequenos vasos sanguíneos (capilares) e é transportado pela corrente sanguínea. Alternativamente, um medicamento pode alcançar a corrente sanguínea através dos vasos linfáticos. 
Medicamentos que são proteínas grandes, como a insulina, costumam alcançar a corrente sanguínea pelos vasos linfáticos, pois esses medicamentos movem-se lentamente dos tecidos para o interior dos vasos capilares. 
A via subcutânea é a utilizada para muitos medicamentos proteicos, visto que eles seriam destruídos no trato digestivo caso fossem tomados por via oral.
Alguns medicamentos (como a progesterona) podem ser administrados através da inserção de cápsulas de plástico sob a pele (implante). Sua principal vantagem é a de fornecer um efeito terapêutico de longo prazo (por exemplo, o etonogestrel implantado para contracepção pode durar até três anos).
Via Intramuscular
A via intramuscular é preferível à via subcutânea quando são necessárias maiores quantidades de um produto farmacêutico. Como os músculos estão abaixo da pele e dos tecidos adiposos, utiliza-se uma agulha mais longa. 
Os medicamentos geralmente são injetados em um músculo do braço, coxa ou nádega. A rapidez com que o medicamento é absorvido na corrente sanguínea depende, em parte, do suprimento de sangue para o músculo: Quanto menor for o suprimento de sangue, mais tempo o medicamento demora para ser absorvido.
Via Venosa
insere-se uma agulha diretamente na veia. 
Assim, a solução que contém o medicamento pode ser administrada em doses únicas ou por infusão contínua. Em caso de infusão, a solução é movida por gravidade (a partir de uma bolsa de plástico colabável) ou por uma bomba infusora através de um tubo fino flexível (cateter) introduzido em uma veia, geralmente no antebraço. 
A via intravenosa é a melhor maneira de disponibilizar uma dose precisa por todo o corpo de forma rápida e bem controlada. Ela também é utilizada na administração de soluções irritantes, que causariam dor ou danificariam os tecidos se fossem administradas por injeção subcutânea ou intramuscular. 
Uma injeção intravenosa pode ser mais difícil de administrar do que uma injeção subcutânea ou intramuscular, já que inserir uma agulha ou cateter em uma veia pode ser difícil, especialmente se a pessoa for obesa.
Quando um medicamento é administrado por via intravenosa, ele chega imediatamente à corrente sanguínea e tende a apresentar efeito mais rapidamente do que quando administrado por qualquer outra via. 
Por isso, a equipe monitora cuidadosamente as pessoas que recebem uma injeção intravenosa quanto a sinais de que o medicamento está fazendo efeito ou está provocando efeitos colaterais indesejáveis. 
Porém, o efeito de um medicamento administrado por essa via costuma durar menos tempo. Portanto, alguns medicamentos devem ser administrados por infusão contínua para manter seu efeito constante.
Via Intratecal
 insere-se uma agulha entre duas vértebras na parte inferior da coluna vertebral dentro do espaço ao redor da medula espinhal. Neste caso, o medicamento é injetado no canal medular. 
Frequentemente é utilizada uma pequena quantidade de anestésico local para tornar a zona da injeção insensível. 
Essa via é utilizada quando é necessário que um medicamento produza um efeito rápido ou local no cérebro, medula espinhal ou tecido que os envolvem (meninges) — por exemplo, para tratar infecções nessas estruturas. Algumas vezes, anestésicos e analgésicos (como morfina) são administrados dessa maneira.
Via Sublingual
Alguns medicamentos são colocados sob a língua (tomados via sublingual) ou entre a gengiva e os dentes (via bucal) para que possam se dissolver e ser absorvidos diretamente pelos pequenos vasos sanguíneos que ficam sob a língua. Esses medicamentos não são ingeridos. 
A via sublingual é especialmente boa para nitroglicerina, que é utilizada para aliviar a angina, devido à sua absorção rápida e ao fato de o medicamento entrar imediatamente na corrente sanguínea, sem necessidade de passar primeiro pela parede intestinal e pelo fígado. 
A maioria dos medicamentos não pode ser administrada dessa forma, porque eles podem ser absorvidos de maneira incompleta ou indevida.
Via retal
Muitos dos medicamentos que são administrados por via oral também podem ser administrados por via retal em forma de supositório. Nesse formato, o medicamento é misturado com uma substância cerosa, que se dissolve ou liquefaz depois de ter sido introduzida no reto. 
A absorção do medicamento é rápida, uma vez que o revestimento do reto é fino e a irrigação sanguínea é abundante. Prescrevem-se supositórios quando alguém não pode tomar um medicamento por via oral devido a náuseas, impossibilidade de deglutir ou restrições alimentares, como acontece antes e depois de muitas intervenções cirúrgicas. 
Os medicamentos que podem ser administrados por via retal incluem acetaminofeno (para a febre), diazepam (para convulsões) e laxantes (para a constipação). Medicamentos que são irritantes em forma de supositório geralmente precisam ser administrados por injeção.
Via Vaginal
Alguns medicamentos podem ser administrados a mulheres por via vaginal na formade solução, comprimido, creme, gel, supositório ou anel. 
O medicamento é lentamente absorvido pela parede vaginal. Esta via é usada com frequência para administrar estrogênio a mulheres durante a menopausa para aliviar sintomas vaginais, como secura, dor e vermelhidão.
Via Ocular
Os medicamentos utilizados para tratar os problemas oculares (como glaucoma, conjuntivite e lesões) podem ser misturados com substâncias inativas para produção de um líquido, gel ou pomada para serem aplicados no olho.
 Colírios em forma líquida são de uso relativamente fácil, mas podem sair dos olhos muito rapidamente, impedindo uma boa absorção. Fórmulas em gel e pomada mantêm o medicamento em contato com a superfície do olho durante mais tempo, mas podem embaçar a visão. Também estão disponíveis apresentações sólidas para inserção ocular, que liberam o medicamento de forma contínua e lenta, mas esses produtos podem ser de difícil aplicação e manutenção no local exato.
Os medicamentos oculares são utilizados quase sempre devido a seus efeitos locais. Por exemplo, lágrimas artificiais são utilizadas para aliviar a secura dos olhos. Outros medicamentos (por exemplo, os utilizados para tratar glaucoma) . Alguns desses medicamentos entram na corrente sanguínea e podem causar efeitos colaterais indesejáveis em outras partes do corpo.
Via Otológica
Medicamentos usados para tratar inflamação e infecção de ouvido podem ser aplicados diretamente nos ouvidos afetados. Gotas para ouvidos contendo soluções ou suspensões são tipicamente aplicadas apenas no canal auricular externo. Antes de aplicar gotas para ouvidos, as pessoas devem limpar cuidadosamente os ouvidos com um pano úmido e secá-los. 
A menos que os medicamentos sejam utilizados por um longo período ou utilizados em excesso, uma pequena quantidade de medicamento entra na corrente sanguínea, logo, os efeitos colaterais generalizados são ausentes ou mínimos. 
Os medicamentos que podem ser administrados por via otológica incluem hidrocortisona (para aliviar a inflamação), ciprofloxacino (para tratar infecção), e benzocaína (para insensibilizar os ouvidos).
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Via Nasal
Caso um medicamento deva ser inalado e absorvido através da fina membrana mucosa que reveste as fossas nasais, ele precisa ser transformado em pequenas gotículas no ar (atomizado). Uma vez absorvido, o medicamento entra na corrente sanguínea. 
Medicamentos administrados por essa via costumam atuar rapidamente. Alguns deles irritam as vias nasais. Os medicamentos que podem ser administrados por via nasal incluem nicotina (para deixar de fumar), calcitonina (para osteoporose), sumatriptana (para enxaqueca) e corticosteroides (para alergias).
Via Inalatória
Relativamente poucos medicamentos são administrados dessa forma, pois a inalação deve ser controlada cuidadosamente para que a pessoa receba a quantidade correta de medicamento em um determinado período. 
Além disso, pode ser necessário um equipamento especializado para administrar o medicamento por essa via. Geralmente, este método é utilizado para administrar medicamentos que agem especificamente nos pulmões, tais como aerossolizados medicamentos antiasmáticos em recipientes de doses controladas (chamados inaladores), e para administrar gases utilizados para anestesia geral.
Nebulização
Similar à via inalatória, medicamentos administrados por nebulização devem ser aerossolizados em pequenas partículas para alcançarem os pulmões.
 A nebulização requer o uso de dispositivos especiais, geralmente sistemas ultrassônicos ou nebulizadores a jato. A utilização apropriada de um dispositivo ajuda a aumentar a quantidade de medicamento liberado nos pulmões. 
Os efeitos colaterais podem incluir aqueles que ocorrem quando o medicamento é depositado diretamente nos pulmões (tais como tosse, sibilos, falta de ar e irritação pulmonar), disseminação do medicamento no meio ambiente (possivelmente afetando outras pessoas diferentes daquelas que tomam o medicamento), e contaminação do dispositivo utilizado para nebulização (particularmente quando o dispositivo é reutilizado e inadequadamente limpo). Utilizar o dispositivo adequadamente ajuda a evitar efeitos colaterais.
Via Cutânea
Os medicamentos aplicados na pele geralmente são utilizados por seus efeitos locais e, assim, são mais comumente usados no tratamento de distúrbios da pele superficiais, como psoríase, eczema, infecções de pele (virais, bacterianas e fúngicas), prurido e pele seca. 
O medicamento é misturado com substâncias inativas. Dependendo da consistência dessas substâncias inativas, a formulação pode ser uma pomada, um creme, uma loção, uma solução, um pó ou um gel.
Via transdérmica
Alguns medicamentos são disponibilizados no corpo todo através de um adesivo sobre a pele. Algumas vezes, esses medicamentos são misturados a uma substância química (como o álcool) que intensifica a penetração pela pele e entrada na corrente sanguínea sem uso de injeções.
 Através de um adesivo, o medicamento pode ser administrado lentamente e de forma constante, durante muitas horas, dias ou até mesmo mais tempo. Como resultado, os níveis do medicamento no sangue podem ser mantidos relativamente constantes. 
Os adesivos são particularmente úteis no caso de medicamentos que o organismo elimina com rapidez, pois, se os mesmos fossem administrados de outras formas, teriam de ser tomados frequentemente. No entanto, os adesivos podem irritar a pele de algumas pessoas. 
Além disso, os adesivos são limitados pela rapidez com que o medicamento pode atravessar a pele. Apenas medicamentos que devem ser administrados em doses diárias relativamente baixas podem ser administrados através de adesivos. Exemplos desses medicamentos são: nitroglicerina (para dor torácica), escopolamina (para enjoo do movimento), nicotina (para deixar de fumar), clonidina (para hipertensão arterial) e fentanila (para alívio da dor).

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