Buscar

Processo civil I AULA 2 EMENDA DA PETICAO INICIAL E CAUSAS DE INDEFERIMENTO DA INICIAL 050815

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

EMENDA DA PETIÇÃO INICIAL
E
CAUSAS DE INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL
EMENDA DA PETIÇÃO INICIAL – ART. 321
Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado.
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial.
		Feita a distribuição e o registro da petição inicial junto ao cartório distribuidor, a petição inicial será encaminhada para a vara sorteada na distribuição.
		Chegando a petição inicial na vara cível, o escrivão irá providenciar a autuação do processo, colocando capa e numerando as folhas. Feito isto, o escrivão irá providenciar a “conclusão” do processo para o juiz.
		Ao receber a petição inicial, o juiz deve verificar se estão presentes os pressupostos processuais, condições da ação e os requisitos do art. 319 e 320, bem como se apresenta defeitos e irregularidades que dificultem a resolução do mérito. Caso a petição inicial não preencha os requisitos legais, o juiz deve, sempre que possível, determinar que o autor emende a petição inicial (art. 321).
		Quando isto ocorre o juiz deverá determinar que o autor emende a inicial, no prazo de 15 dias, sendo que deverá ser indicado com precisão o que deve ser completado ou corrigido na petição inicial.
		Trata-se de um direito subjetivo da parte autora poder emendar a petição inicial, sendo proibido ao juiz indeferi-la sem dar ao autor o direito a emendá-la. 
		Ou seja, emendar a petição inicial, em outras palavras, nada mais é que o direito da parte autora “consertar” a petição inicial, fazendo os ajustes necessários para que se adeque as exigências da lei.
		Contudo, caso o advogado não providencie a emenda da inicial, cumpre ao juiz extinguir o processo sem resolução do mérito, indeferindo a petição inicial conforme prevê o art. 321, parágrafo único c/c art. 330, IV, ambos do CPC.
		Importante salientar, o juiz somente determinará a emenda da inicial nas situações em que isto for possível. Quando o juiz verificar que é impossível a correção da petição inicial, em virtude de vício insanável, poderá de imediato indeferir a petição inicia (Ex: ilegitimidade da parte autora, pedido juridicamente impossível, etc).
		Por fim, o ato do juiz que indefere a petição inicial tem natureza de sentença (art. 485, I do CPC).
CAUSAS DE INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL
		Dispõe o art. 330, do CPC:
Art. 330. A petição inicial será indeferida quando:
I - for inepta;
II - a parte for manifestamente ilegítima;
III - o autor carecer de interesse processual;
IV - não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321.
§ 1o Considera-se inepta a petição inicial quando:
I - lhe faltar pedido ou causa de pedir;
II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido genérico;
III - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;
IV - contiver pedidos incompatíveis entre si.
§ 2o Nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigação decorrente de empréstimo, de financiamento ou de alienação de bens, o autor terá de, sob pena de inépcia, discriminar na petição inicial, dentre as obrigações contratuais, aquelas que pretende controverter, além de quantificar o valor incontroverso do débito.
§ 3o Na hipótese do § 2o, o valor incontroverso deverá continuar a ser pago no tempo e modo contratados.
		Indeferimento da petição inicial significa trancar liminarmente a petição inicial, sem dar prosseguimento ao processo na forma pretendida pelo autor. Indeferir a petição inicial é rejeitá-la liminarmente e implica em uma sentença de extinção do processo. É não permitir que o réu sequer seja citado. O indeferimento da petição inicial se caracteriza por ser uma decisão (sentença) que é proferida antes do réu ser citado, mesmo porque, tendo sido determinada a citação do réu, entende-se que o juiz enxergou na petição inicial a presença de todos os requisitos exigidos pela lei.
		Certo é que o indeferimento da petição inicial somente será possível após o juiz determinar que o autor emende a petição inicial, quando isto for possível, corrigindo os defeitos sanáveis, na forma preconizada pelo art. 321. Obviamente, em se tratando de defeito insanável (Ex. pedido juridicamente impossível), o juiz pode indeferir imediatamente a petição inicial.
		O ato do juiz que indefere a petição inicial é uma sentença (CPC, art.485, I), que é impugnável pelo recurso de apelação. Quando se tratar de indeferimento da petição inicial pelos motivos de prescrição ou decadência, a sentença será de mérito (art. 487, II).
		Em suma, o indeferimento da petição inicial ocorre quando a petição inicial não preenche os requisitos necessários para o seu regular prosseguimento e, via de consequência, para a obtenção da sentença de mérito.
		No indeferimento da petição inicial temos um juízo negativo de admissibilidade da petição inicial, ao contrário do juízo positivo de admissibilidade, que implica na decisão do juiz que determina a citação do réu.
		O indeferimento da petição inicial pode ser total ou parcial. Será total se o juiz indefere toda petição inicial, extinguindo o processo. Será parcial se o juiz indefere apenas parte da petição inicial. Quando se tratar de indeferimento parcial, apenas parte do processo é extinto, pois terá que prosseguir em relação à parcela que foi deferida. Exemplo de indeferimento parcial: havendo cumulação de pedidos, o magistrado verifica que um dos pedidos está prescrito ou o considera juridicamente impossível.
NOTAS SOBRE O ART. 330 DO CPC 
Art. 330, I – INÉPCIA
		Inépcia significa condição de inaptidão por obscuridade, incoerência ou falta de requisitos. O § 1º do art.330, do CPC, enumera as hipóteses pelas quais a petição inicial se vê maculada pela inépcia:
§ 1o Considera-se inepta a petição inicial quando:
I - lhe faltar pedido ou causa de pedir;
II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido genérico;
III - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;
IV - contiver pedidos incompatíveis entre si.
Falta de pedido ou causa de pedir => esses dois elementos, pedido e causa de pedir, devem estar presentes na petição inicial para que esta seja considerada apta, conforme exige o art. 319, incisos III e IV. De fato não é possível o prosseguimento do processo sem que parte formule um pedido para que o juiz o possa apreciar na sentença ou que o autor deixe de explicitar os fatos e fundamentos jurídicos (causa de pedir) que servem de base para a verificação da existência ou não do direito material alegado na petição inicial.
O pedido for indeterminado => Segundo José Frederico Marques, o pedido é a formulação do bem jurídico que o autor procura obter com a ação, isto é, com a prestação jurisdicional pleiteada. O pedido deve ser determinado, conforme exige o art. 324. Caso a petição não contenha pedido identificado pelo gênero e/ou quantidade, bem como o autor não tenha corrigido tal falha quando da emenda da inicial, cabe ao juiz indeferir a petição inicial.
Da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão (pedido): entre a narrativa do autor e a conclusão deve existir lógica. A petição inicial é um silogismo entre a causa de pedir e o pedido. Narrando o autor uma situação e concluindo de forma ilógica, tem-se a inépcia da petição inicial, pois o pedido formulado deve decorrer logicamente dos fatos e fundamentos jurídicos relatados. Não pode o autor narrar, por exemplo, um fato que tornaria completamente nulo o contrato que celebrou para, ao final, concluir com um pedido para que o réu seja condenado ao seu cumprimento.
Incompatibilidade de pedidos => inexistem óbices para quea petição inicial contenha mais de um pedido. Contudo, caso a petição contenha mais de um pedido, estes devem ser compatíveis entre si. Sendo incompatíveis, o juiz deve determinar que o autor emende a petição inicial (art. 284), para que corrija o erro, podendo desistir de um ou de alguns deles, para poder compatibilizá-los. (Exemplo: a mulher pede o divórcio e simultaneamente a anulação do casamento)
Art. 330, II – QUANDO A PARTE FOR MANIFESTAMENTE ILEGÍTIMA
		Legitimidade é a titularidade ativa e passiva da ação, na linguagem de Liebman. É a pertinência subjetiva da ação, nas palavras de Alfredo Buzaid.
		Entende Arruda Alvim que “estará legitimado o autor quando for o possível titular do direito pretendido, ao passo que a legitimidade do réu decorre do fato de ser ele a pessoa indicada, em sendo procedente o pedido, a suportar os efeitos da sentença.
Art. 330, III – QUANDO O AUTOR CARECER DE INTERESSE PROCESSUAL
		Segundo Liebman, o interesse de agir existe quando há para o autor utilidade ou necessidade de conseguir o recebimento do seu pedido, para obter, por esse meio, a satisfação do interesse (material) que ficou insatisfeito pela atitude de outra pessoa. 
		Para Humberto Theodoro Júnior, o interesse de agir surge da necessidade de se obter através do processo a proteção ao interesse substancial, o que implica deduzir que há esse interesse "se a parte sofre um prejuízo, não propondo a demanda, e daí resulta que, para evitar esse prejuízo, necessita exatamente da intervenção dos órgãos jurisdicionais" ("Teoria Geral do Direito Processual Civil e Processo de Conhecimento", I/55-56).
		Portanto, o interesse processual reside na necessidade da obtenção da tutela jurisdicional para o prevalecimento do direito material invocado, como consequência da resistência da parte adversa a aludida pretensão, já que sem a intervenção dos órgãos jurisdicionais o autor sofreria um dano injusto. 
Art. 330, IV – NÃO ATENDIDAS AS PRESCRIÇÕES DOS ARTS. 106 E 321
Art. 106. Quando postular em causa própria, incumbe ao advogado:
I - declarar, na petição inicial ou na contestação, o endereço, seu número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil e o nome da sociedade de advogados da qual participa, para o recebimento de intimações;
II - comunicar ao juízo qualquer mudança de endereço.
§ 1o Se o advogado descumprir o disposto no inciso I, o juiz ordenará que se supra a omissão, no prazo de 5 (cinco) dias, antes de determinar a citação do réu, sob pena de indeferimento da petição.
Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado.
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
art. 330.
...
§ 2o Nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigação decorrente de empréstimo, de financiamento ou de alienação de bens, o autor terá de, sob pena de inépcia, discriminar na petição inicial, dentre as obrigações contratuais, aquelas que pretende controverter, além de quantificar o valor incontroverso do débito.
§ 3o Na hipótese do § 2o, o valor incontroverso deverá continuar a ser pago no tempo e modo contratados.

Continue navegando