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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE FÍSICA LABORATÓRIO DE FÍSICA III ELEMENTOS RESISTIVOS LINEARES E NÃO LINEARES ACADÊMICOS: Alexandro Lopes RA: 89151 Alvaro Franco Martins RA: 88777 Elvis M. S. da Rocha RA: 89793 PROFESSOR(A) : Francielle Sato TURMA: 3066/32 MARINGÁ, 30 DE JULHO DE 2015 Sumário Resumo 3 1. Introdução 3 2. Elementos Resistivos não-lineares 4 3. Método de investigação 5 3.1. Materiais utilizados 5 3.2. Procedimento 5 3.2.1. Primeira parte: Resistor de porcelana 6 3.2.2. Segunda parte: Filamento de tungstênio de uma lâmpada 6 3.2.3. Terceira parte: Resistor NTC 7 3.2.4. Quarta parte: Foto resistor (LDR) 7 4. Resultados e discussões 9 4.1. Primeira parte: Resistor de porcelana 9 4.2. Segunda parte: Filamento de tungstênio de uma lâmpada 11 4.3. Terceira parte: Resistor NTC 12 4.4. Quarta parte: Foto resistor (LDR) 13 5. Conclusão 17 6. Referências 18 RESUMO Nesta prática de laboratório investiga-se a resistividade de alguns materiais, assim como distinguir e analisar as curvas características de resistores lineares e não-lineares por meio de experimentos com um resistor de porcelana, uma lâmpada, um sistema NTC e um sistema LDR. 1. INTRODUÇÃO Todos os corpos oferecem normalmente maior ou menor dificuldade de passagem da corrente, ou seja, para cada corpo existe um valor chamado resistência, que mede o quão apto o corpo está para propagar uma corrente. Estudando a corrente elétrica que percorre um resistor, o físico alemão, Georg Simon Ohm (1787-1854) determinou experimentalmente que a resistência é constante para determinados tipos de condutores e que a tensão é proporcional a corrente . Assim, ele estabeleceu a seguinte relação conhecida como lei de Ohm, Elementos que obedecem à lei de Ohm são chamados resistores ôhmicos ou lineares. Já elementos em que a resistência é variável são chamados resistores não- ôhmicos ou não-lineares, neste tipo de elementos a tensão não é proporcional a corrente. Os gráficos 1 e 2 mostram o comportamento característico desses resistores. Gráfico 1 - Resistor Linear. Gráfico 2 - Resistor Não-Linear. 2. ELEMENTOS RESISTIVOS NÃO-LINEARES A resistência de um elemento é dada pela razão entre a tensão aplicada e a intensidade da corrente que o atravessa, ou seja, Quando para um elemento resistivo essa razão for constante, a curva característica desse elemento será o Gráfico 1. Caso contrário, se essa razão variar, teremos que a curva característica para esse elemento resistivo será a apresentada pelo Gráfico 2. Para que a resistência de um elemento seja variável alguns fatores devem ser considerados, como por exemplo, a temperatura, a tensão, a iluminação, entre outros. Elementos que possuem resistência variável com relação à temperatura são chamados termistores. Os resistores chamados PTC (Positive Temperature Coeficient) e NTC (Negative Temperature Coeficient) são exemplos de termistores. Os resistores PTC são aqueles que aumentam a resistência conforme a temperatura aumenta, já os resistores NTC são aqueles que a resistência diminui com o aumento da temperatura. A relação entre a resistência e a temperatura é expressa através da equação: onde representa a resistência à temperatura , a resistência à temperatura e , , ... são os coeficientes cujos valores dependem da temperatura de referência. Estes coeficientes serão positivos quando um aumento de temperatura provocar um aumento na resistência e negativos quando um aumento de temperatura diminuir a resistência. Os elementos que apresentam resistência variável de acordo com a variação da tensão são chamados varistores ou resistores VDR (Voltage Dependent Resistor). Quando a tensão aumenta sua resistência diminui, isto é, a resistência do VDR varia de forma inversamente proporcional à tensão. Resistores que apresentam uma resistência variável de acordo com a variação da luz são chamados foto resistores ou resistores LDR (Light Dependent Resistor). Na ausência de luz a resistência aumenta e na presença desta a resistência diminui. A relação entre a resistência e a intensidade da luz incidente no LDR é expressa por: onde é o fluxo luminoso sobre a área do LDR, expresso em “lux” e, e são constantes, sendo . 3. MÉTODO DE INVESTIGAÇÃO 3.1. Materiais utilizados Foram utilizados uma fonte de tensão CC, multímetro, resistor de porcelana, lâmpada 12 V, NTC,LDR,cabos e jacarés,termômetro,sistema com NTC e sistema com o LDR. 3.2. Procedimento A prática foi realizada em quatro partes. Procurou-se investigar o comportamento da resistência usando um resistor de porcelana, uma lâmpada , um sistema NTC e um sistema LDR. A seguir, apresenta-se os procedimentos feitos para cada parte. 3.2.1. Primeira parte: Resistor de porcelana Para esta primeira parte escolheu-se um resistor de porcelana. Mediu-se sua resistência nominal por meio do código de cores e sua resistência aparente utilizando o ohmímetro. Em seguida montou-se o circuito como o mostrado na Figura 1. Figura 1 - Circuito resistivo aberto. Ajustou-se a fonte de tensão para uma corrente de aproximadamente 1A e variamos a tensão de saída em intervalos de 1V até 10V. Anotou-se os valores observados da corrente na Tabela 1 e ao final do experimento zerou-se a fonte. 3.2.2. Segunda parte: Filamento de tungstênio de uma lâmpada Nesta segunda parte o resistor de porcelana da seção 3.2.1. foi substituído por uma lâmpada 12V no circuito da Figura 1. Variou-se a tensão em intervalos de 1V até 10 V. Anotou-se os valores observados na Tabela 2 e ao final do experimento zeramos a fonte. 3.2.3. Terceira parte: Resistor NTC Para a terceira parte montou-se o esquema representado na Figura 2. Para isso, colocou-se o termômetro no sistema onde o NTC estava instalado e suas extremidades ligadas ao ohmímetro. Anotou-se o valor da resistência inicial e, no termômetro, o valor da temperatura inicial. Em seguida, o aquecedor foi ligado na tomada e anotou-se os valores das resistências do NTC, em intervalos de 2ºC até a temperatura de 70ºC, na Tabela 3. Ao final do experimento o aquecedor foi desligado. Figura 2 - Sistema para observar a variação do resistor NTC em função da temperatura. 3.2.4. Quarta parte: Foto resistor (LDR) Nesta quarta parte montou-se o esquema representado na Figura 3. No sistema LDR manteve-se a lâmpada à aproximadamente do LDR. Ligoou-se a fonte e uma tensão de aproximadamente 3,0 V foi introduzida. Anotou-se o valor inicial da resistência do LDR e, em seguida, afastando a lâmpada em intervalos de , anotando os valores da resistência e da distância na Tabela 4. Por fim, zerou- se a fonte e foi desligada. Figura 3 - Sistema LDR. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES4.1. Primeira parte: Resistor de porcelana Por meio do código de cores mediu-se a resistência nominal ( ) do resistor de porcelana. O resistor possuía as cores vermelho, vermelho, vermelho e ouro, sendo esta última mais afastada das demais, a tolerância da medida de resistência. Logo, Com o ohmímetro mediu-se a resistência aparente ( ) do resistor de porcelana, Na Tabela 1 encontram-se os dados obtidos experimentalmente para o resistor de porcelana. Tabela 1 - Corrente (i) e tensão (V) obtidas experimentalmente para o resistor de porcelana. i (A ± 1,00e-5) V (V ± 0,1V) 0,00045 1,0 0,00091 2,0 0,00137 3,0 0,00183 4,0 0,00228 5,0 0,00274 6,0 0,00320 7,0 0,00367 8,0 0,00411 9,0 0,00456 10,0 A partir dos dados da Tabela 1 construímos o Gráfico 3, que mostra a relação da tensão em função da corrente. Tal gráfico foi plotado no software Excel® 2007. Gráfico 3 - Tensão (V) em função da corrente (i) para um resistor de porcelana. Fazendo a regressão linear dos pontos, determinamos o coeficiente linear e o coeficiente angular da reta, (conforme equação da reta apresentada no gráfico) O coeficiente linear possui sua unidade de medida em , cujo erro da medida é de . O coeficiente angular é o valor da resistência do resistor de porcelana, cujo erro na medida é de . Desta forma, a equação da reta para o Gráfico 3, que possui a forma pode ser escrita como Como pode-se notar o coeficiente de correlação linear, entre os valores obtidos de potencial e corrente elétrica, foi igual a R2= 1,000, o que demonstra uma alta relação de proporcionalidade entre as duas grandezas físicas, ou seja, uma correlação linear, logo este resistor é dado como um resistor Ohmico, ou então, como um resistor linear. Vale também afirmar que com um valor igual a este do coeficiente de correlação linear, os dados foram coletados de forma precisa. Sendo o coeficiente angular o valor da Resistência do resistor, este valor y = 2.186,542x + 0,007 R² = 1,000 0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 10,0 0,00000 0,00080 0,00160 0,00240 0,00320 0,00400 0,00480 P o te n ci al (V ) Corrente elétrica (A) Gráfico V x i (Resistor de porcelana) apresentou uma desvio percentual de 0,62% em relação ao valor da resistência nominal (2200KΩ) e 0,20% em relação ao valor da resistência aparente verificada pelo ohmimetro(2191kΩ). 4.2. Segunda parte: Filamento de tungstênio de uma lâmpada Na Tabela 2 encontram-se os dados obtidos experimentalmente para a lâmpada . Tabela 2 - Corrente (i) e tensão (V) obtidos experimentalmente para a lâmpada 12V. i(A ± 1,0e-4) V (V ± 0,1V) 0,0339 1,0 0,0486 2,0 0,0611 3,0 0,0725 4,0 0,0823 5,0 0,0919 6,0 0,1004 7,0 0,1086 8,0 0,1162 9,0 0,1234 10,0 Com os dados da Tabela 2 construímos o Gráfico 4. Para ploatagem deste gráfico, utilizou-se, assim como para o gráfico anterior, o software Excel® 2007. Gráfico 4 - Corrente (i) em função da tensão (V) para um filamento metálico de lâmpada 12V y = 101,25x - 2,99 R² = 0,99 0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 0,0000 0,0200 0,0400 0,0600 0,0800 0,1000 0,1200 0,1400 P o te n ci al (V ) Corrente elétrica (A) Gráfico V x i (Filamento de Tungstênio) Nota-se no gráfico uma leve curvatura da reta, o que não satisfaz a condição para um resistor linear, logo o filamento de tungstênio caracteriza-se como um resistor não linear, ou, não ôhmico. Conforme o coeficiente angular apresentado na reta o valor da resistência do filamento de tungstênio é de 101,25Ω. A fim de verificar a não linearidade deste filamento como um resistor, toma-se dois valores de potenciais, sejam estes 3,5V e 9,5V. Substituindo o primeiro potencial em y na equação da reta do Gráfico 04 tem- se: Logo utilizando a Lei de Ohm: Aplicando o mesmo processo para o potencial de 9,5V obtém um valor de resistência de 77,3Ω, demonstrando que a resistência em dois pontos são distintas, provando que o filamento de tungstênio não é um resistor linear. 4.3. Terceira parte: Resistor NTC Na Tabela 3 encontram-se os dados obtidos experimentalmente para o resistor NTC. Tabela 3 - Temperatura (T) e resistência (R) obtidos experimentalmente para o resistor NTC. T (°C ± 0,5C) R (Ω±0,001Ω) T (°C ± 0,5C) R (Ω±0,001Ω) 24,0 12,03 48,0 3,78 26,0 10,01 50,0 3,48 28,0 9,02 52,0 3,20 30,0 8,22 54,0 2,96 32,0 7,46 56,0 2,74 34,0 6,83 58,0 2,55 36,0 6,24 60,0 2,36 38,0 5,76 62,0 2,14 40,0 5,27 64,0 2,01 42,0 4,85 66,0 1,86 44,0 4,42 68,0 1,74 46,0 4,08 70,0 1,61 A partir da Tabela 3 construímos o Gráfico 5. Gráfico 5 - Resistência (R) em função da temperatura (T) para um resistor NTC. Conforme o gráfico acima, a reta apresenta uma curvatura, representando que a conforme o aumento da temperatura a resistência tende a cair, porém esta reta tende a se comportar assintoticamente a partir de certa temperatura, ou seja, o valor da resistência tende a permanecer constante. Logo extrapolando esta reta pode-se afirmar que em determinada temperatura a resistência será constante. 4.4. Quarta parte: Foto resistor (LDR) Na Tabela 4 encontram-se os dados obtidos experimentalmente para o 0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 24,0 28,0 32,0 36,0 40,0 44,0 48,0 52,0 56,0 60,0 64,0 68,0 72,0 R (Ω ) T(°C) Gráfico R(Ω) x T(°C) - Resistor NTC resistor LDR. Tabela 4 - Distância (d) e resistência (R) obtidas experimentalmente para o resistor LDR. Podemos notar que quando há ausência de luz a resistência do resistor LDR é maior do que quando ele é exposto à luz. Percebemos também que a resistência aumenta conforme o resistor LDR se afasta da fonte luminosa. Levando em conta que a intensidade luminosa ) varia com o inverso do quadrado da distância , isto é, podemos determinar o valor da resistência em função da intensidade luminosa. Na Tabela 5 encontram-se os valores da resistência obtida experimentalmente e da intensidade luminosa. - 4,0 1,0 0,4 0,3 0,2 0,1 0,1 0,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Tabela 5 - Resistência (R) e intensidade luminosas (L) obtidas experimentalmente.Aplicando logaritmo na base 10 em ambos os valores é possível plotar um gráfico com estes dados. Gráfico 6 – Log R em função do Log (1/d 2 ) Do Gráfico 6, e levando-se em conta que a intensidade luminosa de uma fonte puntiforme varia com o inverso do quadrado da distância, então: Ld2 = k E: d-2 = L/k Do gráfico: log R = log R0 + α log d -2 Aplicando as equações anteriores e utilizando as propriedades dos logaritmos: log R = log R0(L α/k) Elevando todos os termos da equação: R = R0(L α/k) A menos da constante K, a equação acima é verificada. A constante α é a inclinação da reta na Figura 6, portanto, α = -0,556. y = -0,556x + 0,857 R² = 0,979 0,000 0,500 1,000 1,500 2,000 2,500 -2,500 -2,000 -1,500 -1,000 -0,500 0,000 Lo g R Log (1/d2) Log R x Log (1/d2) 5. CONCLUSÃO Esta prática proporcionou aos acadêmicos a oportunidade de contato com resistores lineares e não lineares, assim como a verificação do mesmo. Através dos gráfico foi possível verificar a teoria sobre a linearidade ou não de resistores, sendo reta para o resistor de porcelana, uma curva para o resistor de lâmpada e NTC e uma reta para o resistor LDR após linearização. 6. REFERÊNCIAS
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