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Vasconcellos_Sylvio-Sistemas_construtivos

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Prévia do material em texto

I
I SYLVIO DE VASCONCE LLOS
ARQUITETURA NO BRASIL:
SISTEMAS CONSTRUTIVOS
5? edição revista
Revisão e Notas
Suzy P de MeIIo
Ilustrações
Marina E. Wasner Machado
Z2»
Umversldade Federal de Minaäerais
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Belo Horizonte/ 1979 “
E M íi
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gjwâvaláciäë
8,
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zm
OBRA PUBLICADA COM RECURSOS DO
CONVÊNIO SEPLAN-PR/lPHAN/UFMG/FUNDEP
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Série Patrimônio Cultural
Publicação n9 2
øàwwda" 1
ih-tê CURSO DE ESPEClALlZAÇÃO EM RESTAURAÇÃO
,,,,:,«
1 E CONSERVAÇÃO DE MONUMENTOS E CONJUNTOS HISTOFHCOS
. ~
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= ESCOLA DE ARQUlTETURA DA UFMG /1978-79
_l~V(Íl'l @10,.Ê.-leàâ “
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ill? ( :Í `
f .I ,..I, fyw :fe
Datilografia e revisão para publicação:
Patricia Maria de Carvalho Gomes
Fotografias:
$,% À Servico de Foto~Documentação da Escola de Arquitetura da UFMG
Suzy P. de Mello
51 z ../- /“Al
\¬~>
, "É
l
Ilustrações:
, M, Marina Ewelin Wasner Machado
Revisão geral do texto e notas:
, Suzy P. de Mello
l N
lv; Capa e produçao:
9 Suzy P. de Mello
Fotolitos: Foto Iito Santos
Composição, impressão e encadernação: Rona Editora
Belo Horizonte / MG - 1979
›
l
‹
SUMARIO
INTRODUÇÃO /página . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
cAP|Tu|.o 1 - ESTRUTURAS/página . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
- Alicerces
*i ..- Paredes Estruturais: Taipa de pilao /Alvenaria de Pedra /
Adôbos- Estruturas Autõnomas: Madeira /Alvenaria- Enquadramentos- Arcos
cAP|'Tui_o 2- VEDAÇÕES/página . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ._
- Pau-a-pique /Tijolos ou Adobes / Estuque / Tabiques- Estruturas mistas- Muros e sargetas
Acabamento das vedaçoes / Coroamentos e Cunhais
cAP|'Tui_o 3- Pisos/página . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . _.- Terra batida / Ladrilhos de barro / Tabuado corrido / La-
jeados /,Sei_x9$ rQIa_d.0.s / Mármo_r¿-as / Parquets e Tacos /
'- l-adflJQ§,$:§Jân1icas.oe.bídrá1Jl.lQQtS
cAPi'TuLo 4- FoRRos/página . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . _.
~ Horizontais / inclinados / em paineis- Taquara /Tabuado /Saia e Camisa / Paineis moldurados /
Estuque/ Forros maciços/ Forros de tijolos- Detalhes
cAPi'Tu|_o 5 - vÃos/página . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . _ .
- Janelas de peitoris / Janelas rasgadas / Janelas de canto /
Portas /Óculos e Seteiras
Eis
- Componentes dos vãos
~ Bacias e sacadas- Acabamentos: Caixões / Fechamento /Guilhotínas /Caixi.
Ihos de vidro / Vidraçaria- Ferragens: Dobradiças de cachimbo / Ferrolhos / Aldrabas /
Tranquetas
CAPITULO Gƒ COBERTURAS/página . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 137
~ Tipos e caracteristicas- Beiradas / Beirais / Cimalhag- Entelhamento- Abertura das coberturas
cAP|'Tu|_o 7.- EscAoAs/página . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . _ _ 161- Materialusado- Forma- Posição
~ Acabamento
- Tipos de armários em construções.
CAPITULO 9 - PINTURA /página . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . _ 177
- Materiais / Características- Grimpas
REFERENc|AsB|BL|oGRAF|cAs/página . . . . . . . . . . . . . . . _ _ _ _ , 185
1°
11
7 que publicou o importante trabalho “Restauração e Conservação de Monumentos
INTRODUÇÃO
Em oportuna e importante iniciativa, a Secretaria de Planejamento da Presi-
dência da República, através de convênio com o Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional, a Universidade Federal de Minas Gerais e a Fundação de Desen-
volvimento da Pesquisa, fez realizar o segundo Curso de Especialização em Restau-
ração e Conservação de Monumentos e Conjuntos Históricos na Escola de Arquite-
tura da UFMG durante o periodo março-setembro de 1978.
Este Curso, destinado a preparar arquitetos para os trabalhos de restauração,
conservação e revalorização de monumentos e conjuntos históricos, visando especial-
mente a elaboração de projetos e a fiscalização de obras, foi estruturado nos moldes
do que se efetivara em Recife, em 1976, sendo ampliado, a partir da experiência an-
terior, com maior duração e abrangência tendo em vista as metas do “Programa deCAPITULO 8 - ARMÁRIOS/página . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 173 z,Cidades Históricas da SEPLAN PR e recebendo o mais amplo apoio do instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional bem como a valiosa colaboração da UNES-
' CO.
No entanto, além da formação de arquitetos especialistas em restauração,
torna-se necessário o enriquecimento da literatura especifica, ainda reduzida no Bra-
sil. Assim, a exemplo do Curso realizado pela Universidade Federal de Pernambuco,
Brasileiros", de autoria do Prof. Fernando Machado Leal, o segundo Curso de Restau-
ração reedita agora "Arquitetura no Brasil: Sistemas Construtivos", do Prof. Sylvio de
Vasconcellos, obra esgotada em sucessivas edições e que é, sem dúvida, das mais signi-
ficativas na bibliografia brasileira especializada.
O Prof. Sylvio de Vasconcellos, autor de diversos estudos de importância -
entre os quais “Arquitetura Particular em Vila Rica", "Pintura Mineira e outros Te-
mas", “Nossa Senhora do Ó", "Arquitetura:dois estudos" e "Mineiridade" - é um dos
pioneiros na pesquisa de arquitetura brasileira, tendo sido o primeiro chefe do IPHAN
em Minas Gerais por indicação do Dr. Rodrigo Mello Franco de Andrade. Atualmente
vivendo nos Estados Unidos, 0 Prof. Sylvio de Vasconcellos generosamente autorizou-
nos a publicar a presente edição, a partir da 4? edição revista feita pela Escola de
__ _- ____
Arquiltetura da UFMG em 1961, com a inclusão de notas, fotografias e novas ilustra-' CAPITULO 1
çoes, incumbência que além de muito honrosa é de grande responwbilidade
Na c rt d ' ~ ..É 923 É qble. C0m GSM DUb|IcaÇão, o Curso de Restauraçao dará sequên-
cia a sua atividade didática através da divulgação de mais um trabalho fund talamen
para o estudo da arquitetura brasileira, continuando a série iniciada em Recife é que
agradecemos o apoio recebido da SEPLAN-PR e do IPHAN, e registramos a preciosa ESTRUTURAS
Iab " d - _:Ê W*;ÍIÍ:°MacE:gÉS 3; TEU/Ílgiiols/'ajudaram na tarefa destacando a Profa. Marina Ewe-
nesta edioão' Patrfcia M ` d C G' responsavel pe|a'S nmfas ilustrações apresentadasz aria e arvalho Gomes e Elcia Guimarães Fonseca, secretárias
a coordenação do Curso de Restauração e Marcos 'de Carvalho Mazzoni Luiz Pedro MALICERCES
Soares e Archimedes Correa de Almeida do Servico de Foto Document I" d E |
_ f - acao a sco ade Arquitetura da UFMG.
Em nossa arquitetura só são encontrados alicerces propriamente ditos nas
construções de alvenaria, sejam de pedra, de adôbos ou adôbes, ou de tijolos, salvo
Suzy P de Mano quando empregada a taipa de pilão, sendo os alicerces então, quase sempre, do mesmo
material e sem solução de continuidade. Com exceção deste caso, os alicerces são sem-
professora da EAUFMG e Coordenadora do pre de alvenaria de pedra e barro, neles aparecendo a argamassa de cal somente em
exemplos raros ou recentes. A alvenaria é praticamente a mesma usada nos maciços
Curso de Restauração E Conservação de M0- florados a enas em regando se pedras tão randes uanto possível bem acama- - , . , , ai , - , -numentos e Conjuntos Historicos/Convenio p p g q3Ep|_AN_PR“PHAN/UFMG/FUNDEF- das e calçadas com pedras menores.
Belo Horizonte, janeiro de 197g_ Usa-se, também, a argamassa de barro ou apenas a calda para encher os peque-
nos vazios. A calda é um barro muito liquefeito, ralo, e capaz de, entornado por
sobre a alvenaria já mais ou menos assentada, por gravidade, preencher seus interstí-
‹:ios. Difere do barro por ser colocada depois de feitos os trechos da alvenaria e não
mncomitantemente, acontecendo ainda serem o barro e a calda usados simultanea-
mente numa mesma obra.
Deve ser notado o respaldo dos alicerces ensoleirados (fig. 1), sempre muito
l›‹:m feitos e nivelados, onde se assentam os maciços das paredes. Este respaldo cobre
ns alicerces em toda sua extensão não sendo interrrompido nem mesmo nos vãos que
constituem as soleiras. Igualmente, no caso de estruturas autônomas de madeira,
quando ocorre o alicercee seu ensoleiramento ou respaldo, os pés direitos, as aduelas
‹- os esteios apenas se assentam sobre este ensoleiramento, não penetrando nos alicer-
i^l!S.
O dimensionamento dos alicerces modifica-se naturalmente, em função dos
vizlumes que devem suportar, aprofundando-se e alargando-se à medida que as paredes
ziiportadas se alteiam. Alteram-se, ainda, em função do tempo, sendo menos profundos
zjiiéindo mais recentes. Em todo caso, não são muito mais largos que a parede que irão
~.ii¡›‹›rtar, o ressalto com elas variando em torno de um palmo. Nos ressaltos para fora,
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V\\` A- do buldrame no esteio
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U1 W V :(5 B- do esteno no respaldo do ahcerce
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*\; FIG.2 Assentamento de esfelos ou
ombreiras na soleira do alicerceF|G.
1 Base de Pqfede com seu alicerce
ensoleircudo e sariefq
15
Enchimento do espaço entre o baldrame e
eosolocom alvenaria de pedra `
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I 1 frechal duplo
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›- 3 peça de madeira F ¡ G 5
` V 4 parede de Iaipa ~
A 4a LEGENDA
Parede de taípa de pilão com o seu
reforço de madeira. - FIG. 4
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caboda
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z A zisto é, na prumada externa das paredes perifericas, a saliencia e ainda menor que um
palmo, principalmente quando o alicerce aflora sobre o terrenoz Ainda quanto ao res-
paldo ou ensoleiramento, podem ser formadas saliências sobre as prumadas, constituin-
do um cordão simples ou com molduras compostas.
Além dos alicerces são encontrados, no caso de pavimentos elevados do solo,
embasamentos de alvenaria, de cantaria ou de ensilharia. Estes embasamentos, baldra-
mes, como ainda hoje se rzwlsfawmam (não devendo ser confundidos com os baldrames, vi-
gashde madeira nas estruturas autônomas), preenchem o espaço entre os alicerces pro-
F°T° 1 priamente ditos e o nascimento das paredes, ao nível do piso. (foto 1)
Embasamento e cunhal de ensilharia mostrando o ensoleira~
mento. Museu da Inconfidência (antiga Casa de Câmara e
Ca°°'‹'*le"' °“f° Pf°f°/MG Podem também aparecer comojalsos alicerces, não se aprofundando no solo;
funcionando apenas para fechar o espaço vazio entre o terreno e o baldrame de madei-`
ra nas estruturas autônomas (fig. 3) (foto 2); às vezes, nestes casos, de certo modo os! V
falsos alicerces reforçam o aludido baldramefprincipalmente quando a vedação empre-
gada é composta de adõbos e não de pau a pique. Esta solução contribue ainda para
evitar a ação das águas sobre as partes baixas das paredes. Em obras mais importantes
os falsos alicerces podem ser construfdos de cantaria ou de ensilharia, advertindo-se
aqui que estas modalidades serão estudadas juntamente com as alvenarias de modo
geral. Em todo caso, convém notar que quando não são revestidos de massa, apresen-
tam sua face externa mais ou ,menos aparelhada. Em determinadas construções encon-
tram-se especificações para os alicerces, como no caso das cadeias, onde se exigem pe-
dras do maior tamanho possivel, atravessando a alvenaria de face a face e com profun-
didade aumentada. Todos estes cuidados eram tomados para evitar possiveis fugas dos
. 1
I `.*.:..‹ ,* “WH DFESOS.
De um modo geral, em residências, os alicerces têm profundidade em torno
(fg, ou menor que um metro e largura em torno de sessenta centimetros.
-i¿§l\`lj§l0`“l`1\\`›.i.-.z... W. lr. ii. *V 1 ;¡¿_¿W 1 . «, . .~«v.¡\v.vv..... . . U.
il z ~ 1*
F°T°2 53? i E ii ~PAREDEs EsT|=‹uTu|=‹A|s
Enchimento do espaço entre o baldrame e o solo com alve-
naria de pedra. Residência em Sabará/MG.
1 8
(_,\¬ M Í.
¿ Consideram-se como paredes estruturais as paredes que, além de se constitui-
\ rem emvvedação, suportam por toda sua extensão as cargas da construção como sejam,
“` \ š lorros, cobertiasfpavimentos superiores, etc.. São, portanto, maciças e podem ser cons-
. (Mi. truídas de taipa de pilão ou alvenaria, seja de pedra e barro, pedra e cal, adõbos ou
, s .‹»‹g'-`>' I.. |
- f . jr* . .l O OS.
\\\ dt* J - /-'› 1- K
W A ii 'H A taipa de p¡Ião__é o ,sistema em que as paredes são maciças, constituídas ape-
, jr M nas de barro socado, tornando-se monolíticas, por assim dizer, depois de terminadas e
raramente incluindo em sua espessura reforços longitudinais de madeira. (fig. 4) A
19
.técnica de sua execu ão consis ' _ ' ' ' _ _ ._ _ _ _ça te em armar formas de madelra denomlnados talpals' l |›;Iu a pique". Em 1675, outra determinaçao exigia as “paredes com vigas bem fortesfi_5~comosf' h` _ '" _ _ _ _
l g_ dl e az amda Ole com O Concreto' mantendo as em sua poslçao p°r~ rs fiquem unidas pela banda de dentro _ (fig. 7) Encontramos, ainda em 1717, compro-
meio e ravessas e _ _ _ ,paus a prumo z _ misso de construtor de fazer a cadeia nova com paredes de 'grossura e largura de qua-
Mm' _ 1 iro palmos e levantada estacada pello amago das paredes, athe as vigas"_ (fig. 8) EstaDentro delas é col cad " ' ` _ _ _ , _ _ .
i O O O barro la bem amassado eT camadas lelatlvas a lar mesma cadeia apresentava vigas 'espaçadas de palmo e meio ou palmo e tres dedos'.
d t b _ ` ` ` ' " _ _ _,
1 glgša dãsmâdëaš 0EbT Segu|da_ e este _b:^rl0_O%mprlmld°Aa pllao ou com O auxlllo dos ›~ (Atas da Câmara de São Paulo citadas por Paulo Thedim Barreto - em Casas de
`, p ' _ _ el se lnalor Consls Êncla a _massa' -~¿ ~Çama(_la de barro-tem altura- Câmara e Cadeia")2_ Visando evitar a fuga dos presos por perfuração das paredes, o
, aproximada de vinte centimetros que sao reduzidos, apos o apiloamento, para de dez _ - ~ - - - d
_ uinz O _ _ d espaçamento entre as peças de madeira deveria ser inferior a dois palmos, sen o as
I e. s ai ais s s c e _. _, _ _ _ , _ ,
q p e U e m Ver lca men e' uns 5° re os Outros Sendo que cada pecas sempre de boa seçao. Alias, igual tecnica de reforço e usada nos pisos, como serafiada se prolonga por toda a extensão da parede ou por toda a extensão da periferia da V¡S§[0 pO5ter¡O¡,mente
construção que assim sobe, concomitantemente, em toda sua dimensão. '
Encontram-se taipas de pilão onde o barro não é peneirado ou é mesmo mis-
O barro empregado deve ser escolhido e, se bem que a técnica de sua escolha turado propositadamente com pedregulhos maiores ou menores, formando um con-
9 fatura não se tenha C°5e"V3<-`l0 00m detalhes DOÍS dependia d0$ l"E€Sã0S que 8 Dfãfl- glomerado à feição de concreto. As pedras são usadas "in natura", recolhidas de rio
cavam e da tradição oral, sabe-_sggy_e¿1_,eyerig‹i_ir_1_cl_uir__determi_nadami_stqra de terra çj._Qm_` ou do próprio local da construção como no caso de Diamantina, onde o cascalho
8F€l4âm€§M_i¿_r9ll_, DGIO ,menos para que se conseguisse maior aglUÍll'IaÇã0 9 më|ll5flHP0SSlb_ll¡- miudo empregado é conhecido pelo nome de cristal podre ou piruruca_3 A taipa desta
dade de desintegração, como rachaduras e fendas. Portais_motivos,.ap_arecem_ mistura- modalidade é oonheçída como de formigão.
1 do`s”"oom"0, barro tanto o estrume de curral (principalmente do gado vacum) com
I fibras vegetais ou mesmo crina animal, todos estes materiais visando armar o barrocom _ O “SO da Íalpa de pllão f°l mals dll““°lld(É “O5 prlmflros Séculos da °°l°"lZa`
uma trama ¡n›¡ema_ Há, também' a trad¡Ç5O de se juntar ao ,barro sangue de bO¡ C0m0` ção, desaparecendo quase por completo no século XVIII. E mais encontrada em re-
ag¡ut¡nanteI A das 6ã.Fèõë_š..de taipa de puãol Sah/O espeèiášde gían: giões pobres de pedra tendo sido, Porém, largamente empregada em todo 0 Brasil. Drin-"' ` cipalmente no litoral, desde os "muros'de taipa grossa” de defesa, como os exigidosdes alturas, variade 0,40 a O,80m.
na fundação da cidade do Salvador segundo Gabriel Soares4 e a casa forte de taipa
de pilão construida por Caramurú na Bahia, em 1540, que é apontada por alguns auto-B_a[amente_, como foi dito, estas paredes são rgeforçdas__internamente__ com
peças dd4mdddd,›¡a Oobcadas |0ng|tudma|mente' mas qdêndddd ,S50 oçdrndrfeld as peças res como a primeiraarqqitetura mais duradoura eva a age .ito no Brasi., ate as gran es
mantém d¡stânC¡a de O 60m a 1 Oom uma da outra tomanddse uma armaçãordobarro igrejas matrizes do interior de Minas Gerais. Langsdorff ,encontra a taipa de pilao nos
E dma dgiawgnídg sua e5tab¡¡¡dade_ Neste Caso' estas peças vão Compor' na anura prÓ_ arredores de Cuiaba, onde muitas casas conservam a cor sombria da taipa de que sao
_- _ __ ¬___v-.-._ _ d ,,pm as vergas dos VãO5_ feitas, bem como os muros e cerca os _
Seriam as regiões de São Paulo e Goiás as que a taipa obteve maior aplicação,I
it Encontra -se ai d s ' _ _ s _ _ ,, _ , . ._
l m ' n a' ne tas paredes' peças de madelra colocadas transversal ~ chegando Vauthieró a dizer que as casas de taipa caracterizavam a provincia de Saomente, orém sem ual uer f n " " ' , - .. . - . . . -
_ p Cl q U Çao estrutural de amarração' sen/'ndo apenas como _ Paulo' _ Muitas sao tambem as referencias de outros viaiantes sobre o sistema, entre as
trave'amento dos tai ais ao t " ' _ . ~ . «l p empo da construçao e nela delxados como elementos quais as de l\/lawe7 que nos descreve o processo de sua fabricacao: 'constroi-se um
erdidos_ Quando sua retirada ' f it " ' ' ' ' f . , . _ J . . .. .p e Ê _a' dao lugar a °rlf'C'°S Conhecldos pelo nome de arcabouço com seis pranchas moveis, iustapostas e mantidas nessa posiçao por meio de
cabo á _ ' .. f › ll'ix - N _ , _ . _ _d S ll-ff-7 l'\”\l'×Í4':l^\ ~ ^ r travessoes resos or pinos moveis e vi as, a medida que avança o trabalho. Coloca-se
Y P I3 9
o barro em pequenas quantidades, que os trabalhadores atiram com pás, umidecendo-o
m oo ' ' ' _ _ _ _ _ _
N ns mçoes especlals' como nas cadelas' pela facllldade que 3 talpa de quando em quando para dar-lhe maior consistencia_ Cheio o arcabouço, retiram o
de ilao oferec à f _ _ ' ' ~ _. _D e_ per uração, era esta reforçada com engradamento de madeira, excesso e prosseguem na operaçao até rebocar todo o madeiramento da casa, tomando-
na sua es ess a ' ' - ' " _ _ _ _ ,, _ _
_ p ur ' como alma' ou em face 'mama' revestmdo a' *la em 1628' em Sao se o cuidado de deixar espaços para as ianelas, portas e vigas _ Conclui, afirmando:
Paulo ordena a- " I " ' ' - _ _ _irc Set .po2t=(:1ssem6)pello mão tâlvlãqã ge DBO f0fÍI55Im35 9 Cl'aVeJada5 e "A massa, com o correr dotempo, endurece; as paredes, perfeitamente lisas na parteorra as co ou ra ai a, i _ 5 - ' _ f ' ' " * ' * - * '" ~~~--; -~-"~"^“/ '““'t'”'de edra rades depf É E reëlšäl an O ~ e emãs grade? CTT boas Ombñelras interna, tomam logo qualquer cor que o dono, lhes queira dar e sao, em__9_8f_ãl...Q.Iíl1adaserro _ _ . ' f ~ , _ J , _ _
p g m ' por nao ter Sl O posslve azar a cadela de com engenhosfzx enfeites. Esta especie de estrutura e duravel; vi casas assim construidaspedra e cal, ordenava-se "se fizesse de tai a de ilão com vi as de b d _ » _ _ , _ . . _ ,. ~ »p p g anda e dentro a que dizem ter duzentos anos e a maioriatem varias historias _
20 21 -" _ " “Z P l A
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dci taipa com peças unidas
Também Koseritzs elogia o sistema, dizendo: ”edifi'cios enormes, construídos
na sua maior parte de taipa, mas que ainda estão de pé. E será dificil demolí-los, pois,mr%**~'-~¬--“ ff" W- com o tempo, a taipa empregada, que é de qualidade especial, se petrifica".
Em Minas Gerais encontra-se a tgijggde, p_i,lã0`,també,m...em igrejas, como “nas
matrizes mais antigas ou em residências, em certas regiões. Nestas, porém, o seu uso foi
bem mais `r`è'šfrito, aparecendo mais no norte do Est_a_do, possivelmente por seu maior
intercâmbio com a'7BahiÉ‹i/:I›WzMrÍe§iâ°Õ"t:~e¡r`i°ci*a"Í do ouro aparece apenas nas igrejas, talvez
ef kz Q ' pela dificuldade doiišeii uso em terreno acidentado, exigindo sempre a terraplanagemayt¶&t¶mwsssa@es¶wr z -- -- -- -previa e pela facilidade do emprego de outros materiais, como a madeira e a pedra.
Saint-Hilaire9 nos dá noticia da taiç¿a\e¡rrifl\[lig_a›s em Vila do Fanado (Minas
Novas), afirmando ser o sistema também empregado na Europa, onde é conhecido
. . . .G, 6 Trqvew m ente no , n f e r ¡ O r com o nome de "pisé". Spix e Martius encontram a mesma semelhança com o siste-
ma europeu ao observarem as construções de São Paulo.
A origem do sistema perde-se no tempo, a maioria dos autores aceitando que
* 15 75 tivesse vindo do Oriente e de lá, se difundindo por toda a Europa, onde é grandemente
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pelo bando de dentro
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I 3 I/ 'S I I ' com esse material, que a fabricasse de pedra e barro, ou então de taipa, ou ainda de
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usado durante toda a idade Média.
7 P 0 f G fl e S r e f° r Ç u d 0 s Ai.vEi\iARiA DE i=EDRAz 0 material e âârécnicââ
Asconstruções de pedra, no Brasil, datam do primeiro século, só precedidas,
talvez, pelas de taipa de pilão ou de sebe, e nada melhor para caracterizar estas edifica-
ções que o Regimento dado a Tomé de Souza em 17 de dezembro de 1548, onde de-
terminava El-Rei "fizesse ele uma fortaleza de pedra e cal e, se não a pudesse construir
U lr 1:
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4,.
madeira , e continua: faca-se a fortaleza como melhor poder ser". Vê-se, assim que
o ideal almejado era o uso de pedra e cal, empregando-se outros sistemas menos dura-
douros nos casos de ser verificada a impossibilidade da obtenção da pedra ou, na maio-
l
FIG. 8 Esto c ct dci S p e I o Ô m q 9 9 ria dos casos, da cal. De fato, muitas das primeiras construções erigidas no Brasil o
foram de pedra e cal como, por exemplo, a Torr.e que Duarte Coelho levantou logo ao
d G 5 P G r e d 5 chegar a Olinda, por volta de 1535, como nos conta Gabriel Soares de Sousa.” Forame
I ›ainda usados nos primeiros secu los as pedras importadas do reino, trazidas como lastro
dos navios, entre as quais se salienta o_ lioz português. Nos ornatos exterigrestais como
sobreportas, relevos e outros, a preferência pelo material recaiumserrnpre sobre a pedra,
naturalmente as mais fáceis de trabalhar, como os calcáriojsharenitos e, em Minas, as
pedras_A_talç9_sas, conhecidas com o nomepopular de pedra sabão ou pedra de panela.
22 23
Quanto às pedras do exterior, há várias referências sobre elas, entre as quais a POr 0UÍr0 lad0z se as Pedras de rein0 ferem emldregadas em m°nUmenÍ0s
de Vauthier: “apesar do emprego excessivo da pedra, não é o próprio pe rs que fornece mais importantes, como em obras públicas, não parece ser tão freqüente esta prática
toda 8 que é utilizada".12 Observa, porém, que “não é tanto à penúria do sojo que se .montada por Vauthier, quando consideramos o largo uso, em muito maior escala, da
deve atribuir essa falta e sim à indiferença dos habitantes pela exploração das riquezas llifdra naeibnai nas alVenarias e nas e0nsÍrUÇÕes Darriediares- A Dr0rUsa0 d0 material em
que 9 solo contém _ Acrescente-se e isso um resto do Vejho Costume ¡mpo5›¡0 pap, quase todo o território nacional evidentemente forçaria também seu imenso aproveita-
avidez portuguesa, que tendia forçar a colônia a reeeber da mãe pátria uma quende. mento. Em Sergipe, o calcário abundante foi intensamente usado tanto nas igrejas, em
de de artigos que poderia obter por sí mesma. Assim, em muitos pontos, bastaria per. nhras de relevo ou de cantaria, como nas casas nobres, como cercaduras de vãos, cima-
furar o solo, à profundidade de alguns pés, para encontrar a pedra, mas prefere-se en- iiiasz sdleirasz etc- - - Em Olinda. se9Und0 AVrÍ0n de Carvainezló d0is Deriddes Dddem
oomendar portadas - é assim que se Chamam os quadros em questão _ aos nevms por. -.cr determinados nas construções, um caracterizado pelo emprego do calcário na canta-
tugueses que as trazem_já talhadas. É no Rio de Janeiro que mais resolutamente se aban- ria. 0 0UTr0 r1ei0 emPre90 simiilranee de Calearid e' d0'a!'enir0- Alias, Peribdes assim
dona a velha rotina. Alí, as riquezas naturais do solo foram e são ainda exploradas. O ‹lC0n'EeCem Tambem em Odrras regiões C0m0 em OUr0 Prerdz dnde as brimeiras e0n5ÍrU'
próprio recinto da cidade contém pedreiras de gneiss porfiróides que estão longe de se ‹.IÕes S50 de Cangazabareaendd mais tarde 0 iiíaC0i0miÍ0 e deD0isz aindazas Pedras Íaie0sas~
eâgorârem e embora no grande aqueduto da Carioca, construído para abastecer e oide. Segundo Diogo de Vasconcelos, "a cantaria belíssima do Itacolomi só foi introduzida
de, a velha teimosia portuguesa tenha feito de pedra de Lisboa a canaleta onde correm na arquitetura da Cidade Para as Obras dd PalaCi0z enrre Os an0s de 1735 e 1738. sendo
as águas, numerosos edifícios modernos apresentam amostras de material do pais que DFBCÍSO 0 braÇ0 r0rÍe dd 90Vern0 Para 0 desedrrinid efieal das lalidas e aberturas des
seriam admiradas em qualquer lugar do mundo".i2 13 carreiros"."
. Na Paraíba, os calcários nas "obras de cantaria são de tal variedade e perfeição
Aliás, em outras obras, principalmente antes do século XIX, empr-eqou.se e de acabamento dos ornatos e decorações que facilmente se é levado a crer serem aque-
pedra portuguesa no Rio, como por exemplo, na Fortaleza da Ilha das Cobras, onde les trabalhos executados não em pedra e sim no mais dócil e obediente cedro”.18
D. João, por resolução de 27-10-1739, resolveu "mandar rematar no mesmo Conselho i
seis mil varas de lagedo, metade singela e metade dobrado para a obra da Fortaleza da A mesma Canrarie trabalhada Vam0S enednrrar em dblase Í0d0 0 ndrdesre. sela
llrl ÚHS C0brS, e assim mais vinte portaes da Casa do Governador e Corpo da Guar- - de arenito ou de calcário. Em Pernambuco, usou-se a princípio o arenito dos arrecifes
da"14. Mas, não só no Rio de Janeiro era empregada pedra importada, apesar das gran- e praias e depois o granito e o gneiss; o primeiro mais nas alvenarias e os últimos nas
des disponibilidades deste material na cidade. Também na Bahia, é ainda Vauthier que ombreíras, arcos e outros elementos.
nos conta que os habitantes ”mostram, com orgulho que deveria surpreender-nos, mo-
numentos inteiros construídos com pedras do reino, - como é designado ainda tradi- No Rio de Janeiro parece que a única pedra disponível era o granito, e Debret”
l cionalmente Portugal - as quais já vieram de lá_talhadas e numerada/s,".15 E ainda em assinala que era mais usada nos cunhais das casas mais importantes, se bem que seu uso
l Pernambuco, acrescenta Vauthier "a igreja do Corpo Santo. .Í é edificada por este sis- rerl Se d¡fUndid0 bastante, brineipaimenre n0 se0i1i0 Xix. em lí>0rrads. Cimainas.
tema. Recentemente, ainda para a fachada de um teatro erigido nesta cidade, há alguns S0leÍI'aS. GÍC- Debrer aereseenra ainda dUe esta Pedra "se ii9a mal a0 Cimenrd de Cal
anos, o arquiteto esforçou-se em vão por empregar pedra nacional, tendo afinal de ce- geralmente usado _e exige .muros degrande espessura".19 Assinala, ainda, que o mais
der aos preconceitos locais e mandar vir do Porto a pedra necessária que, entre parên- bran00J2-mais-›renr0 de 'E0-des e 0 Íirade de Pedreira da Glória. e lá n0Ía sUa aDliCaÇa0
tesis, chegou bem maItalhada".i5 nas partes dos edifícios que devem ser esculpidas como nas balaustradas e demais
elementos usualmente decorados. Entretanto, continua, “esta bela côr branca amare-
leceao ar e acaba se tornando ocre suja, ao passo que os mais duros, os granitos azul-
Outros monumentos do litoral, como e Conee¡Çã0 e Sé da 3ah¡a, a Mamz da violáceos ou esverdeados tornam-se apenas mais escuros e podem ser polidos"_19
Boa Viagem, etc., empregaram também a pedra portuguesa. Já para o interior, sem o
tran,sport`eA_,fácil_,dos ,navios vazios, são usadas apenas as pedrasddavprópria reg¡ão_ Em Em outras regiões, como no Piauí, segundo Paulo Barreto”, as alvenarias são
Minas, por exemplo, não há informação segura do emprego de pedra portuguese em de lajes de rio e cabeça de jacaré (conglomerado natural de tabatinga e pedra miúda
qualquer monumento, a não ser uma referência de Diogo de Vasconcelos sobre e menor que o cascalho nr) O, de grande resistência e de vivo e belo colorido roxo-aver-
porrada do Palácio dos Governadores de Ouro Preto que, com estudos mais recentes, molhado). O arenito. pedra de rio como é chamado, ocorre em várias cores: branco.
não parece proceder. amarelo, verde, azul e vermelho. São pedras que se encontram soltas no terreno, em
24 25
 
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hlooos de diferentes tamanhos. preciso apenas apanhá-los e assentá-los, pois não ne-
ui.-ssitam de maiores reparos. Encontramos, em algumas cidades, casas com o material
t Em Cam o-Maior, vimos uma casa construída. ' agr v_.\\`M
¿¿ ¿¡W,‹ ilus paredes à mostra, sem revestimen
o. p
i:‹›m cabeça de jacaré, tendo as ombreiras e as pilastras dos cunhais feitas com lajes de
. «.z.;;`«.` É1.‹.,\*tÊ'.~1‹.,,i"Í,`»'.`׬.i."\`.'_^. ' -,' -¡_li= ,fllz N* _,ä}§' .\“i¡_,l*` _.l.z i ~°
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Nas ruas encontram-se ainda, como ca çamen o, a 'm p" N* " Íiiíiii.. W, ii» "~li"`ii““""`Í¡"' i‹1'- '“.(~i\,z\'¡`i<`ÍÍ. -}¬Í^› “J "`*-zw ¬` V- `“ ,\¬-»“~ L,
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~ l ~› i ›~ . l *~ z. .,‹,‹iz› im, roladas, quartizitos e outras, passeios de lajes como os que Langsdorff encontrou
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mn Itú. Quando as lajes formam um caminho continuo no centro das ruas e este conhe-
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~› = W :¬ i;.~ : - - - ~ ›iii r .i 'H .i. \~z~, Encontramos ainda pedras, cortadas toscamente em lajes de dimensoes razoa-
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FOTO 3
Mum de pedra seca. Morro da Queimada, Ouro Preto/MG.
Em monolitos, prestaram-se também as pedras para compôr pilares de susten-
FOTO 4
Cøizzzziú. Moeda/MG.
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vuis, colocadas verticalmente, formando cercas de terreiros.
iiiçâo dasconstruções elevadas do solo.
O uso das pedras nas construções é difundido desde os primeiros séculos, va-
iiundo a técnica de sua aplicação de acordo com as argamassas em que são assentadas.
No Brasil, as principais técnicas adotadas sä'o:.
Pedra seca - Estas alvenarias dispensam as argamassas, obtendo-se o acama-
mento das pedras maiores pela interpolação de outras menores. (figs. 9 e 10) (fotos
Il e 4) Geralmente são de grande espessura (0,6O a 1,00m) em relação a sua altura.
fšervem, de preferência, para muros divisórios de terrenos, pouco aparecendo nas habi-
iuções. As pedras são aplicadas "in natura", sem qualquer aparelho.
Pedra e barro - Nestas alvenarias assentam-se as pedras em argamassa de terra
ii as faces aparentes das referidas pedras são, com freqüência, trabalhadas no sentido de
oferecerem um melhor acabamento. (fig. 11) Aproveitem-se as pedras disponíveis no
próprio local, de que são ricas todas as regiões do Brasil, sobressaindo, desde logo, a
izzmga, o calcário, o arenito, o quartzito, o gneiss e até mesmo os moledos, cortadosem
qrandes paralelepfpedos.
A espessura das alvenarias de pedra varia de 0,50 a 1,00m. e, comumente, le-
vam emboço de barro e rebôco de cal e areia. Além de serem empregadas nas paredes
estruturais, compõem também pilares e 8rCãd8S-
Em certos casos, valendo-se de pedras mais miúdas. estas alvenarias podem ser
levantadas por meio de taipais, como sugerem as construções do litoral paulista.
28 29
7777747 7777
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Pedra e Cal - Este tipo de alvenaria não difere das de pedra e barro a não se
pela substituição da argamassa de terra pela de cal e areia. Se as primeiras são usada
quando ainda não se dispõe da cal necessária, tao logo se torne ela acessível, têm pref
rêncía as argamassas que as aproveitam.
As pedras são ainda utilizadas em blocos aparelhados para os elementos destrutura ou acabamento das construções. De lancis fazem-se as obreiras, vergas
peitoris (fig. 12) (foto 5) e de cantaria, ou enxilharia, as escadas, cunhais, embasa
mentos e cimalhas.
Adôbos - Consistem estes elementos em paralelepipedos de barro com dimen
sões em torno de 0,20 x 0,20 x 0,40m. diferindo dos tijolos apenas por não serem cozi
dos no forno. São compactados manualmente em formas de madeira e postos_a seca
b d t rt ' e d dias d ois ao sol Deve o barro conter certna som ra uran e ce o num ro e e ep .
percentagem de argila e areia a que se juntam, por vezes, fibras vegetais ou estrume d
boi para melhor consistência dos blocos. São os adôbos assentados e emboçados cobarro odendo receber reboco de cal e areia.
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ESTR UTURAS AUTONOMAS
i As estruturas autônomas podem ser constituídas por peças de madeira ou pila
" res de alvenaria. Os muros atendem apenas à vedação, sendo as cargas distribuidas e
apoios intervalados que as transmitem ao solo. Neste caso, o peso das vedações dev
`}p ser reduzido, tanto quanto possível, para o que se fazem de pau-a-pique, de meio tijo
lo, de adôbos, estuque e, muito raramente, de taipa de pilão. ` .
As estruturas autônomas mais difundidas são as de madeira, empregadas e 'Atodo o Brasil, talvez com precedência sobre as de taipa de pilao, em virtude da facilidad
e economia de sua construção quando se dispõe das madeiras necessárias. Na fundaçao
Ade Salvador, por exemplo, a primeira resolução que se tomou, foi fazer "uma cêrca
muito forte de pau a pique para os trabalhadores e soldados poderem estar seguro . ¬ -_ Vdo gentio”.22 Com certeza, uma cerca só de paus, sem barro, à feição dos indígenas;
' `
.` Vefgd
~ ..* *_~_`_- ombreiro
rpeitoril
em todo caso, tendo sido escolhida pela rapidez de sua fatura, sugere o seu emprego `~ `em outras construções da época.
Assim como a pedra, a madeira
'lidades, próprias a todas as aplicações.
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. FIG.l2 J\ANELAoontrada em todo o Brasil, de várias qua-
só nas casas mais modestas, como nosedificios mais importantes, foi a madeira, como estrutura, grandemente empregada.
30
31
Ô;
i
Já os indi'genas construiam suas malocas com paus-a-pique e Mawe”, encon-
iiii em Mendanha casas não indi'genas "geralmente em forma circular com tetos pontea-
(iiiilos de palha, semelhantes às cabanas dos africanos, embora muito mais largas. As
piiiedes são formadas de estacas fincadas perpendicularmente na terra, entrelaçadas de
iziuios de árvores e rebocadas de barro por dentro e por fora".
Pela facilidade apontada de sua construção, é compreensível que tivesse sido
i›-.iu sistema de estrutura de madeira com vedações de pau-a-pique o mais difundido no
liixisil, principalmente na construção civil. Quase todos os viajantes a ele se referem.
P010 5 |'‹›hl, citado por Taunay”, encontra na Vila do Fanado, casas "na maioria pequenas e
Jzzzzia. Mzzsustzme/Mc. liiiixas, em geral térreas, de pau a pique, caiadas de branco" e, na Vila Queluz, "diver-
mas casas de sobrado construídas de pau a pique". Em Arassuai, “quase todos os edifí-
i~i‹›s, que excedem a 250, são térreos e fabricados a pau a pique ou com adobos".25
As madeiras empregadas nas construções são das mais variadas espécies, de
iimrdo com as disponibilidades da região. As do Rio de Janeiro "vêm em grande parte
iliis províncias do sul do Brasil”, segundo Debret.26 São muito usadas a canela preta
(‹:onhecida em São Paulo como lombo de porco) ou marron, o óleo, o ipê, a grapia-
punha, o guarabu, o jacarandá (de preferência nos elementos visiveis, como portais,
lizilaustres, etc.), vinhático, a peroba branca e a rosa, a cabiúna, oguarapiúna, o angioo,
ii sucupira, o cedro, 0 jequitibá, 0 jatobá, o picuá, a braúna, a candeia e muitas outras,
ils quais se vem juntar depois o pinho de Riga importado, já que o nacional era proibi-
ilo por ser combustível (sic), como diz Debret.” Vauthierzs cita o coração de negro, a
-.iicupira, o pau ferro, a massaranduba e a sapucaia. Para as construções preferiam-se
H 1 .
1 1 1 z
*
sempre as madeiras de lei reforçadas as suas vantagens com cuidados especiais, relati-.
v‹›s a sua obtenção e emprego. Dentre esses convém ressaltar a norma de só se derruba-
ium as árvores em tempo sêco, em fases certas da lua (quarto minguante). Especifica-
vu-se ainda, que entre a derrubada e a utilização decorresse certo lapso de tempo,
ilestinado a proporcionar uma secagem melhor dos troncos.
, . H A seção das peças estruturais é variável, fixando-se, porém, geralmente, em
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Âz;
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`WWwÊÍ iörno de um palmo, medida básica da época e que funciona quase como módulo das
` l. É. H l construções. Mais recentemente, conforme esclarece Debret,29 "as serrarias mecânicas
M . (. *“ . . iornecem três espécies de madeira para construção: a viga de 1 pé e 6 polegadas e 3 pés
l ` ` de esquadramento; 3 perna, de 6 a 8 pglegadas de egquadramento e a tábua de 4 pole-
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T qadas de espessura". Com a introduçao do maquinario importado, sao as medidas
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W ~ /Í iomadas em polegadas, situação que até hoje prevalece.
M. . t _, ,ur . i(.i.^ -.~ .z. i ami “ . i .' (9 ._ . .z; i. .¬ i _.W\_ (vi “:F ›. ,MWM K iw se i ,www . ~»v›((i(l(W.. v .. .v ,lili (ii . . . Min lim
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¬-ff - .mz As estruturas de madeira consistem na armaçao de quadros compostos de
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Arcadas.Mzzzzúz›,oizmz,...a/MG. ca, "in natura" às vezes, levemente queimados para, com o carvão superficial, imper-
usteios, de seção quadrada, fincados no chão em profundidade variável ou apoiados em
alicerces-de alvenaria. Quando enterrados os seus pés, costumam ser de seção cilíndri-
32 33
meabilizarem o cerne contra a umidade do solo. Esta parte cilíndrica e inferior dos es-
_teios tem o nome de nabo. Ao nivel do piso, recebem esses esteios, em meia madeira
ou em rebaixos (fêmeas), os baldrames que vão suportar as vedações e os barrotes do
soalho. Na sua parte superior os frechaís são simplesmente apoiados ou com os mesmos
encaixes citados, sobre os quais descansam os forros e as coberturas. (fig. 13)
Os quadros que compõem a periferia da construção amarram-se entre si, anu-
lando os empuxos do telhado, por intermédio dos frechais das paredes divisórias que \\\ Í-,2;.~ \ /lhes sao normais. Os frechais, em todos os seus pontos de encontro, abraçam-se, ressal-
tando para fora, para melhor se amarrarem. Todas estas peças sao de seçao quadrada,
de quina viva nos cunhais e de madeira de lei, com secão em torno de um palmo de
largo, como demonstram os varios autos de arremataçao que se conservaram.
s \ ,_ szzjz.Ã.
/. 1;" f' `, L., .Q
Quando a altura é considerável, recebem os esteios peças horizontais, coloca-
das entre o frechal e o baldrame, destinadas a aliviarem as cargas deste último. Estas
vigas horizontais recebem 0 nome de madres, denominação que também se aplica
inespecificamente aos baldrames e frechais. Sob os baldrames, fazem-se os socos,
embasamentos de alvenaria que são como falsos alicerces, funcionando apenas para
fechamento do vão embora possam, em certos casos, reforçar os baldrames de ma-
À
“rã-"'
" \.g\ ~-.` /”
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deira mais sobreearregados. Nestes casos, porém, é mais freqüente a introduçãode :Z . 'pequenas peças de madeira, conhecidas em Minas Gerais como o nome de burros, colo
cadas entre os baldrames e 0 solo, a guisa de pequenas escoras. Além destas peças ver-
ticais e horizontais, podem ocorrer nos quadros peças diagonais, conhecidas pelo
nome de cruz de Santo André ou aspas francesas (fig. 14). Compõem o chamado
l l.. ' "'frontal tecido, servindo não so para melhor estabilizar os panos das vedaçoes de maior
área como para transmitir as cargas destas diretamente aos esteios, aliviando o baldra-
me que se responsabiliza, assim, apenas por 1/4 do pêso total da parede, compreendi-
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i do pela triangulo inferior proporcionado pelas aspas citadas.
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iii \ ' ^Quando sao usados pilares de alvenaria, estas estruturas nao diferem muito
das de madeira a não ser pelasubstituição dos esteios pelos citados pilares de alvenaria
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e, as vezes, das madres por arcadas.
Curiosa é a tendência verificada no século XIX para se estabeleceram nas
construções falsas pilastras nos cunhais; ou compondo as fachadas inspiradas nas or-
dens clássicas. Chega a tal extremo esta iniciativa que se pregam em construções de
madeira, sobre esteios, tijolos formando a saliência necessária ao desejável fingimento
das pilastras. Recobertas de massa, imitam ainda a cantaria pelos riscos regulares que
nelas se inserem.
34í Encaixe dos frechals e baldrames, nO GSÍGFlG.i3
li
ENOUADRAMENTOS
O afloramento das estruturas na parte externa das construções é intencional-
mente procurado, o que possibilita o seu aproveitamento plástico. Com esta solução
‹›l›r.êm-se fachadas enquadradase subdivididas em paineis que vão contribuir para a
Imleza de suas composições. Este enquadramento é proporcionado pelas pilastras ou
‹›:.teios e pelas madres. (fig. 15) Valem-se também dos recuos que a menor espessura das
paredes sobrepostas a outras vai proporcionar edos cordões e ensoleiramentos que, saca-
‹l‹›s, dividem os andares. Quando a construção é de pedra, estes cordões são de cantaria.
Nos panos compreendidos pelos quadros estruturais inserem-se vãos cujas
dimensões, muitas vezes obedecendo a traçados reguladores, são proporcionais aos
referidos panos.
~~~_.z._..-+A-\i..í`Vv.-._:--_---. ._..-_-._; Possibilitam, assim, as fachadas, composições moduladas, organizadas pelos____._-¡____.__...._;.__. -_. ._ _ ___.._._.:.._A_ .
\\\
citados enquadramentos, estabelecidos pelos baldrames, embasamento, cunhaís apila-\\ / z iI ,¿;/,,
1 tudos, cordões, arquitraves, cornijas e beirais, determinando subdivisões em retângulosl `\\` \`*~ ~'Í/ly '“/,/
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~~ ///z/¿ ~ i proporcionais embelezados pelos quadros dos vãos.
~ARCOS
Aparecem os arcos nas vergas e nas arcadas de vestibulos, átrios, corredores,
cláustros, etc. _ . (foto 7) São maciços, de alvenaria ou de cantaria. Os mais antigos sãoji U ,ííz ¿ \. :{>>ƒ ‹Ie volta redonda ou arco pleno, aparecendo na segunda metade do século XVIII osi l ` // . *QL iz z . ._ ..;:":' . arcos abatidos de três centros ou, em certos casos, de dois centros com segmentos retosil ' ' ___._;_ __'j'_ _ . 'IZf_._;I.. .\': ¬ ›‹› _ §¡z._. _ z, .V ,.ÍL¬{ . . . ..\` , I . h _) - _ ~ E. 4
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~ ., . ^ «lu permeio. Estes últimos, as vezes, são falsos arcos, ja que os vaos se vencem com1 " Â ` -¬ 1 ' 1
_ , . . . . .vigas recobertas de tabuas. Nos canto este revestimento l a-se aos a oios v a.M-)'__¡ s, lg p ertlc is
um curva, escondendo, frequentemente, maos francesas. Ocorrem geralmente nas va-
mndas, como no Forum de Tiradentes, (fig. 16), no Mercado de Diamentina (foto 6) e*. Cruz de S¡,o_ And rè øu Aspas Fra ncesas na Casa de João Pinheiro, em Caeté. A forma semi-circular é preferida para os arcos
36
que suportam maior pêso (arcadas, arcos cruzeiros, etc.). Os secundários (vergas, retá-F I G 1 4 I›ulos, etc.) fazem-se de formas variadas: abatidos, de vários centros, etc.. Devem ser
.|notados, ainda, os arcos inclinados que aparecem, por exemplo, no aroo-cruzeiro da
Igreja do Rosário de Ouro Preto, correspondendo ao trecho de planta em curva.
37
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NOTAS Ao cAP|'TuLo 1
- Sobre o reforço de alicerces em cadeias ver THEDIM BARRETO, PAULO ~ “Casas de Cã-
mara e Cadeia" in Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, n? 11, Rio de Ja-
neiro, 1947. (Cap. VIII, pg. 89) Também para o caso dos chafarizes e pontes são adotadas
também temas de diversas cartas que, juntamente com artigos publicados na Revista "O
Progresso", de Recife, e de seus relatórios como engenheiro-chefe de obras públicas da Pro-
víncia de Pernambuco, constituem preciosa documentação. Às suas anotações de caráter
mais abrangente, juntam-se excelentes descrições sobre arquitetura que são detalhadamente
ilustradas, constituindo-se excepcionais registros técnicos. Além de projetar inúmeras
casas particulares,_foi o arquitetoi e construtor do Teatro Santa Isabel em Recife. Retornandoespecificações detalhadas. visando proteção contra infiltração das águas, estabilidade garanti- _ . .da e acabamento cuidado - Sobre estas especificações ver FEU DE CARVALHO, "Pontes e
Chafarizes de Vila Rica de Ouro Preto”, Edições Históricas, Belo Horizonte, sem data.
- THEDIM BARRETO, PAULO - ob. cit. - Pgs. 89 e 90.
- JOAQUIM FELLCIO DOS SANTOS in “Memórias do Distrito Diamantino da Comarca de
Serro Frio" (Provincia de.Minas Gerais) (Ed. da Universidade de São Paulo - Livraria Ita-
tiaia Ed. Ltda. - 4? ed. - pg. 42) descreve: “No dia seguinte fizeram uma prova para conhe-
cerem se 0 terreno era aurlfero. Apanharam do leito do córrego um saibro grosso, claro, de
envolta com pedras miúdas: é o que se chama “piruruca" em linguagem de mineração, e foi
a França, ainda manteve correspondencia com brasileiros, enfatizando a importancia da me-
lhoria das condições urbanas e sanitárias de Recife. Suas observações sobre Pernambuco
caracterizam-se, principalmente, por sua franqueza e argúcia.
- MAWE, JOHN in “Viagens ao Interior do Brasil” - Editora da Universidade de São Paulo -
Livraria Itatiaia Ed. Ltda. - Belo Horizonte, 1978 - Cap. V, pgs. 63, 64. John Mawe, comer-
ciante inglês especialista em pedras preciosas e minerais, esteve na América do Sul a partir de
agosto de 1804, iniciando sua viagempela região do Rio da Prata. Chegando, finalmente, ao
Brasil, obteve autorização oficial para visitar as jazidas de diamantes de Minas Gerais e outras
regiões do interior entre 1809-1810, quando registrou suas observações não só sobre os mi-. . . _ . . ' ' ' ' 9 i 3 ' '| '_O que deu nome ao Corrego' a pmavra parece md,gena_ Os mmelros multas Vezes usam, por nerais que o interessavam como sobre os mais diversos asp c os d vidaecostumles brasi ei
ros da época. Retornando a Inglaterra, estabeleceu-se em Londres publicando varios livrosii
semelhança, da palavra "canjica", para designarem o mesmo corpo mineral. Lavaram-no e
encontraram ouro em abundância". sobre mineralogia e geologia bem como sua principal obra - Travels in the Interior of
Brazil", publicado em 1812 e considerado documentação das mais importantes sobre o,
...-- SOUSA, GABRIEL SOARES DE in "NotIcia do BrasiI" -19 tomo - Livraria Editora Mar-
tins, São Paulo - s/data - pg. 247 (Cap. Ill : Em que se declara como se edificou a Cidade
do Salvador) = "E como todos foram. agasalhados, ordenou de cercar esta cidade de muros
Brasil no inicio do século XIX. A descriçao da construção em taipa foi observada quando de
sua passagem por São Paulo.
de taipa grossa, o que fez com muita brevidade, com dois baluartes ao Ion o do mar e uatro 8 _ KARL VON IÊOSERITZ' segundo Barão de Koseritz' Veio para O Brasil como membro da9 Qda banda da terra, em cada um deles assentou muito formosa artilharia que para isso levava,
com o que a cidade ficou muito bem fortificada para se segurar do gentio".
Gabriel Soares de Sousa, português do Ribatejo, veio em 1569 para o Brasil, aqui passando
17 anos como senhor de engenho e fazendeiro na Bahia. Após algum tempo em Portugal,
retornou ao Brasil com autorização real para explorar riquezas minerais na Bahia, onde mor-
reu em 1592. Durante o periodo em que viveu no Brasil fez inúmeras observações sobre geo-
força estrangeira contratada para lutar contra Rosas, dela desertando em 1815, quando se
fixou em Pelotas e se dedicou ao ensino e ao jornalismo. A partir de 1864 morou em
Porto Alegre, onde fundou o “Diário Alemão de Koseritz”. Entre suas obras de documenta-
ção sobre o Brasil destacam-se "Bosquejos Etnológicos" e “Imagens do Brasi|" (Bilder aus
Brasilien) - Faleceu em Porto Alegre, em 1890.
grafia, costumes indígenas, botânica, zoologia e o desenvolvimento da Bahia, tornando-se 9 _ ST' H|LA|RE"AUGUSTE _ “viagem pelas Pnfwíncias d° Rio de Janeiro e,,M¡naS Gerais” _Cap. XXII, pg. 222: "Nem todas as casas da Vila do Fanado, entretanto, sao construidas deum dos mais importantes cronistas do Brasil no século XVI com seu “Tratado descritivo do
` Brasil em 1587”, posteriormente reeditado com o titulo de “Noticia do Brasil”.
- GEORG HEINRICH VON LANGSDORFF, Barão de Langsdorff. Naturalista alemão, esteve
no Brasil diversas vezes nas primeiras décadas do século XIX, fazendo estudos botânicos e
adobes; algumas são construidas de taipa. Como na Europa, utilizam-se, para esse genero de
coristrução, tábuas coloçadas paralelamente, e entre as quais se deixa a distância que se quer
dar à espessura da parede. Enche-se o intervalo de barro, e continua-se o trabalho, suspen-
dendo as tábuas à medida que aumenta a altura da parede".
Auguste de St. Hilaire, francês, membro das principais sociedades cientificas da Europa, per-entomológicos que registrou em livros de viagens. Em 1803-1804 participou de uma expe- .dição russa que aportou em Santa Catarina, quando publicou suas “Observações de uma
viagem à volta do mundo, nos anos 1803-1807” em edição original alemã, em 1812. Retor-
nando ao Brasil em 1813, como Cônsul-Geral da Rússia, aqui permaneceu até 1820 partici-
pando, com Saint-Hilaire, de uma viagem à Minas Gerais. Regressou ao Brasil em 1825 como
correu o Brasil durante o periodo 1816-1822. Além de seu interesse especial pela botanica e
pela zoologia, observou a geografia e os costumes brasileiros da época deixando diversas
obras sobre suas viagens, com comentários do maior interesse e abrangência, inclusive a que
é aqui citada, publicada na França, em 1830, sob o titulo original de “Voyage dans les pro-
- , vinces de Rio de Janeiro et Minas Geraes".chefe de uma missão cientifica composta pelo botânico Riedel, o zoólogo Hasse, o astrono-
mo Rubzoff e o artista Rugendas e que deveria seguir para Cuiabá e explorar os Rios Negro 10 SP¡X MARTHJS
e Amazonas. Langsdorff, porém, ficou louco no decorrer da viagem, sendo levado para a
Europa onde faleceu em Freiburg, em 1852. Suas anotações de viagem constituem impor-
tante documentação para o estudo do Brasil no século XIX.
_ VAUTHIE R, L. L. - Engenheiro e arquiteto francês, permaneceu no Brasil entre 1840-46,
Johann Baptist von SPI_X, zoólogo alemão, permaneceu três anos no Brasil como agregado à
missão científica austríaca de 1817, responsável pelos mais importantes estudos realizados
no pais. Spix escreveu o livro “Viagem pelo Brasil” e do seu inventário constam mais de três
mil espécies de animais.
Carl Friedrich Philip von MARTIUS, botânico aemão, também agregado à missão austríacaescrevendo um diário rico de informações sobre a vida e os costumes brasileiros da época, .de 1817 fez, durante quase tres anos, viagens pelo Brasil, coletando e classificando cerca de
40
41
6.500 espécies de plantas, além de reunir vasto material filológico e etnográco. Sobreviven- sobre as cap¡5t,.a,¬as escreve |:RANC|3CQ ANTQN|Q |_0pE$ em "05 Pa|á¡;¡0§ de Vila Rica”
do à Spix, Martius escreveu diversas obras de extrema importância sobre o Brasil, entre as (Cum preto no C¡c|0 do Qu,-0) _ ¡mp,»en5a 0f¡¢¡a|, Be-10 Hgfizome, 1955, pg, 202;
quais 3 m°'“-'mama' “F|°"a B"a5¡|¡°"5¡5”- "As antigas calçadas, em que eram utilizados, de comum, seixos rolados de córregos, não
- apresentavam comodidade aos pedrestres. Em vista disso, o Presidente da Província Capis-
~ SOUSA, GABRIEL SOARES DE - ob. cit. trano Bandeira de Melo, por volta de 1878, manda assentar passeios de lajões no meio das
ruas.- VAUTHIE R, L. L. - “Casas de Residência no Brasil", (com introdução de Gilberto Freyre) Em Ouro Preto, inda existem passeios centrais que tomaram o nome de capistranas, do seu
in Revista do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, n9 7, Ministério de inventor." ,
Educação e Saúde, Rio de Janeiro, 1943 - Pg. 156.
1.' SOUSA, GABRIEL SOARES DE -ob. cit., pg. 247.- Ainda sobre 0 uso de pedra portuguesa em construções brasileiras ver o Cod. 70, fls. 42,
1739, do Arquivo Público Mineiro, segundo Sylvio de Vasconcellos: “Representadome que .' l MAWE, JOHN - ob. cit., pg. 154.
como detriminava que Assim se fizesse diviáo hir os dittos canos de pedra desta Corte".
' .'‹1 - POH L, citado por TAUNAY in "Anais do Museu Paulista", Tomo XII, fls. 343.- Cod. 70, maço 64, do Arquivo Público Mineiro, pesquisado por Sylvio de Vasconcellos. Johann Emanuel POHL, médico e botânico nascido na Bohemia, participou da expedição
científica austríaca de 1817. Pohl permaneceu no Brasil de 1817 e 1821, fazendo diversas- VAUTHIE R, L. L. - ob. cit., pag. 156 e 157. viagens nas quais estudou e coletou material mineralógico e cerca de 4.000 espécies de plan-
tas que descreveu em livro. Fez diversas observações sobre a vida, os costumes e as caracte-- CARVALHO, AYRTON DE - "Algumas Notas sobre o Uso da Pedra na Arquitetura Reli- rísticas das cidades e vilas brasileiras publicadas sob o título de “Viagem ao Interior do
giosa do Nordeste", in Revista do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional", BrasiI" (Tradução de Milton Amado e Eugênio Amado), Editora da Universidade de São
n9 6, Ministérió da Educação e Saúde, Rio de Janeiro, 1942, pgz 277. Paulo e Livraria Editora ltatiaia, Belo Horizonte, 1976.
~ VASCONCELLOS, DIOGO DE - "A Arte em Ouro Preto” ("As Obras de Arte”, memó- .'l› - "Memórias da Província de Minas Gerais", in "Revista do Arquivo Público Mineiro", 1900,
ria publicada no livro comemorativo do bicentenário de Ouro Preto) - Edições da Acade- fls. 596.
mia Mineira de Letras, 1934 - pg. 65.
JG -DEBRET, J. B. - ob. cit., Tomo l, pg. 333.- CARVALHO, AYRTON DE - ob. cit., pgs. 286 e 287.
JI - DEBRET, J. B. - ob. cit., Tomo I, pg. 237.- DEBRET, JEAN BAPTISTE - “Viagem Pitoresca e Histórica ao BrasiI" - Tomo I - vols. I
e ll - Tradução e Notas de Sergio Milliet - Editora da Universidade de São Paulo - Livra- yg _ V/.\UTH1ER, |__ L, -ob, cit,
ria Itatiaia Editora Ltda. - Belo Horizonte, 1978- pg. 364. `
JEAN BAPTISTE DEBRET, artista francês com brilhante carreira em Paris, veio ao Brasil pg _ QEBRET, J, B_ ._ 0b_‹;¡r_, Tomo l, pg, 237,
como membro da Missão Artística Francesa, trazida por D. João Vl em 1816. Foi profes-
sor da Academia de Belas Artes fundada pela Missão no Rio de Janeiro e fez inúmeras pin-
turas de caráter histórico e documental bem como retratos da Família Real. Permanecendo
no Brasil durante 15 anos, registrou em excepcionais desenhos os costumes, a flora, a fauna
e mesmo os indígenas, produzindo uma documentação da maior importância que veio a
completar, mais tarde, quando publicou na França, o livro "Voyage Pittoresque et Histori-
que au Brésil”, em 3 volumes (1834-39).
- T. BARFIETO,PAULO - "0 Piauí e a sua Arquitetura", in Revista do Serviço do Patrimô-
nio Histórico e Artístico Nacional, nl? 2, Ministério da Educação e Saúde, Rio de Janeiro,
1938.
- CAPISTRANA - "Nome que em Minas é dado às pedras que, enfileiradas, comumente for-
mam faixas ao Iongo dos eixos das ruas calçadas com lajes menores ou seixos rolados. A
expressão deriva do nome do presidente da Provincia de Minas, Capistrano Bandeira de
Mello que, 1878, mandou ascentar passeios de lajão no meio das ruas", in "Dicionário da 1
Arquitetura Brasileira”, Corona e Lemos, Edart - São Paulo Livraria Editora Ltda., 1? edi-
ção, São Paulo, 1972 - pg. 107.
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' CAPITULO 2
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(z No geral, consideram-se como elementos de vedação os que, não tendo fun-
i das estruturais, são usados apenas para fechamento, dos vãos. Há vários tipos de veda-
. alo, algumas desempenhando parcialmente funções estruturais, outras funcionando
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' pmo fechamento e proteção.
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Tipo de vedação que consiste em paus colocados perpendicularmente entre os
bildrames e os frechais, neles fixados por meio de furos ou pregos. Estes paus são
¡ . “,¿ freqüentemente roliços, com sua casca inclusive, em seção compatível com a espessura
' pretendida para as paredes que vão compor, em geral de 0,15 a 0,20m, condicionando
' ' ou paus a um diâmetro de 0,10 a 0,15m. (fig. 17) Normalmente a estes, são colocados
` Outros, mais finos, ripas ou varas, (fig. 18) (foto 11) tanto de um lado como de outro:
l l ' amarrados com “seda em rama, o linho, o cânhamo, canabis sativa, o tucum, o cravete,
jjjw 0 guaxima, o imbé, o buriti” e out diversos gêneros próprios para cordas, conheci-
dos no Brasil pelo nome) genérico de,embiras;) como quer o Bispo de Pernambuco em
nua "Memória sobre as Minas de Ouro".3° São também usados couro ou pregos, ,for-
~ mando uma trama ou armadura capaz de recebera su5te_r.0 barro, que, posterio _mente,
val encher os _v_a_zigs_d_a_§¿_mação. Estas varas horizontais podem
Intelras ou de canela de ema. No norte utilizam-se os troncos de carnaúläa, não só para
os paus-a-pique`co"m'o para o.ri.pamemo__l1Q_zo_gtal. Podem ser colocadas duas a duas,
- do um lado e outro, no mesmo nivel ou alternadamente, (fig. 19) de modo a correspon-
der cada uma a um intervalo de duas do lado oposto. O espaçamento dos paus-a-pique
varia em torno de um palmo, sendo o das varas um pouco menor.
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Feita a trama,_égo barro jogado e apertado sobre ela, trabalho que se faz ape-
‹ nas com as mãos, sem aufílio de qualquer ferramenta, o que tornou este sistema
_ conhecido pelo nome de pescoção, tapona ou sopapo.
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xä if; revestunento
Empregam-se as paredes de pau-a-pique, tanto externa como internamente,
preferindo-se, porém, o seu uso no interior das edificações ou nos pavimentos elevados.
É, por excelência, o sistema indicado para as vedações por sua leveza, pouca espessura,
Iconomia e rapidez de construção, sendo também chamado de taipa de mão ou taipa
de sebe. (figs. 20 e 21) 7
- TIJOLOS ou ADÔBOS
Podem asrvgdaçõessergpreenchidas por tijolos ou adôbogassentados sobre osva ra baldrames,__quando mais comum se' torna o emprego das aspas francesas, compondo,
iilsim, os frontais tecidos. Sobre os esteios, na sua face voltada para a espessura das pa-pau a PWU6 i`”"”"””°l
esteio
cldos, proporcionando, desta forma, melhor solidariedade entre a vedação e a estrutu-
' - ESTUQUE * '_ `~
b Id _\¿edação similar à taipade sebe, dela se distingue pela sua menor espessura,G _. _... « ._ eu ¶:i . WW. Wdwmw'If ““'¬~ l podendo a trama compor-se apenas ,de varas, dispensando os paus-a-pique. A tessitura
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A ) i , ¶
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, ' ' | " ' ° d b São vedações de tábuas, de grande simplicidade, usadas principalmente para
J) " ° e › divisões de cômodos internos. (fig. 24)
/ Z - ESTRUTURAS MISTAS
|:|Q_ 2 '| A r ma ÇÕO de p O U CI P Í q U 3 Safovconsideradas comotgesvtruturasmistas aquelas em que as cargas se transmi-
150
tem aos pilares de alvenaria de pedra "eftambëm em menor escala, às vedações, dispen-à_____-._-z-A-~ 7 ___ -.z-
Cl ' h 'san o as vigas orizontais.VPodem ainda estes pilares constituir apenas a infraestrutura
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FIG. 23 Estuque
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FIG.25 Arcabouço de taipa de sebe sobre
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M' í- K. arcadas de alvenaria de pedra FIG-26 Arcabouço de taipa de sebe sobre
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FIG.27 Arca bouço de faipa de sebe sobre
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` das construções elevadas do solo sobre o qual se levantam edifícios de eutruturl mcl-
Qu ou independente. A ocorrência conjunta da estrutura independente 9 dl mlclça
› configura-se de várias formas: . ,
LM. .r ri. . ,- aJf.Çab_Ç›uÇ0 deçtaipa de pilão sob_rejpi_la_resfdeW_alvenaria de pedraljssentada a
parede sobre baldrames de madeira ou arcaglas de a_|\LenaL¡.a. (figs. 25 e 26)
~ paredes mestres de._alvmmB¿_ w , Se-
jam de tijolos de meiaveg,,de_1ai.pa...de.sebe,de-«adôhosou,estuq-ue.
d - parjedesmestrasde taipa_eçdiyisÓLias11eJ;aipa-£i6.zââ¡2<?Qu adôbos.
ifrata-se, evidentemente, de uma combinação entre dois tipos de sistemas
construtivos com possibilidade de inúmeras variações.
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;i' vi-›... Para a construção dosjfurgs são adotadas as mesmas técnicas empregadas nas
'í -___ ,,. _ paredes, saíam de_ta_ipa, pedra seca, pedra e barro, pedra e cal, adôbo ou pau-a-pique. Q
l “Í" . lx/ _ |lemento,j_pQ§é['g,qu;-gpsggmpleta é a_cobe__rtura de proteção, quepgde ser"'de'_Íeflíl1asf
.l¡r,i¡- 1' \¡' T lfigs. 28 e 29), assentadas diretamente no maciço, em uma ou duas águas, ou sobre
vil , l ” MUÚÍ - Í H `
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I U U r rmação de madeira,_formando beirais de caibros corridos (fig. 30) ou de cachorra-
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d ' “ ===-= = Podem ainda ser completadgs co¡m cimalha de cantaria ou de alvenaria e mas-
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, la, com seus perfis emoIdurados._Capfgmáëítambém, por tijolos ou lajes de pedra.,_,_¶____~_~_...ln
\` l, ç 0 m pl e me h fu Cl ÍOÍO 27) (fig. 31) Contudo, os sistemas de coberturas que interessam aos mu`rÓs*são°"ós mesmos
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r. das construções, a serem posteriormente estudados. Convém salientar, desde logo, que
` os balanços da cobertura são sempre proporcionais à proteção que devem oferecer aos
muros, cujas alturas determinam a dimensão do balanço das proteções com que se
ooroam.
Na parte inferior dos muros divisórios de terrenos aparecem elementos desti-
nados a isolá-los da ação das águas, constitu|'dos por lajes ou tábuas de revestimento.
- sAnJETAs ~ fçi/*~>/“ms
Constituem as sarjetas espécies de passeios de proteção, de pedras redondas,
l ., . . . . . .
` poliedricas ou em lajes que ocorrem nas faixas de terreno Imediatamente ligadas ao
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como resistem à força das águas despejtadas da cobertura, evitando as ofensas qu
dariam causar ao terreno e, conseqüentemente, aos alicerces das paredes.
- ACABAMENTO DAS VEDAÇÕES
As vedações recebem acabamentos diversos, não só pelos revestimento
`› paredes como pelos corcamentos e tratamento dos cunhais. " 'I " ` *
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As paredes são, no geral, revestidas por argamassa compondo o embo z " É ;' .
., ii barro com estrutura de curral, para sua maior consistência e para proporcionar zzl ¡"'
z ligaçao entre o maciço de barro e o revestimento de cal e areia. No auto de arre › Í `
illl lj ção da cadeia de Sabará, em 1741, querem-se as paredesnrebocadas d_e,bosta,__(
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i W “ .zz cayadas, tudo na última perfeição".3' Padre Florian Bancke, S. J., assim» descre,
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Í. ` l processo: “Hacem diferentes revoques en las paredes: el primero es de tierra, are
, Í `* estiercol caballar secco molido que se mezcla con aguayarçilloza' este revoque n
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l raja jamas y mucho menos aun, el segundo que se hace«..de puro estiercol vao
¿ conchas quemadas, y con pi'~š'~.'o de ladrillo . .
,I fresco sin una mezcla de oífzé material. EI tercero se mezcla con arena caliza de Í 4
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i - Quando à cal, seria primeiro importada e, depois,iobtida de conchas ou m
cos ueimados até o a arecimento da cal comum Quando esta falta é substi i
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~« i Outitc. revestimento e feito de madeira e proporcionado por tábuas form,` `. ›_____.¶._._..v_.-._______
‹ N, z: w barras na parte inferior.d,as_pared,e§,_çl_ivididas em paineis,_ou revestindo-as por int
(foto 10) Este tabuado aparece ainda nas empenas de menor peso para não sobre ¬i
gar os frechais. Com tábuas revestem-se também as faces externas das paredes,
a baixo, quando sujeitas à ação de chuvas mais intensas. Mais tarde, seria esta protW __,
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barro, completado ouínão por vreb__ôç,q ,de pal ne areia. \t/ez por outra, arganjassa
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perfuraçoes destinadas à fuga dos detentos. Na arrematação da cadeia de Vila l 1.0 ¢">
em 1723, as enxovias dos brancos e dos pretos deviam ser forradas de tabuad
proporcionada tambémapor folhas metálicas. Este revestimento de tábuas, de con ›f“)
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ras ou mesmo de traves, aplica-se nas cadeias, reforçando as suas paredes para evit 3
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. ) Oalto a baixo pela parte de dentro e por fora, gasora e barriadas", como fez Ant , , . E
' lLuiz de Araújo, 1746.34
E_n1_pi;‹-zgiam¬se,..a.incta,.co.n:torevestimento, azulejosli__sos, ‹:LaJ.ima_só_oo ~
_ridos,‹ em_d_egor¿aç_Ões ou cenas como na igreja de Nossa Senhora do Carmo, em 03
Preto. (foto 9) ` Z ht,/mv/â _
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FIG.37 Frontão com volutas rampantes
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FIG.35 Revestimento de parede com telhas em capa
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FIG.38 Frontão capríchoso
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FOTO 9
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\ Painel de azulejos. Igreja de Nossa Senhora dc Carmo. Ouro
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Finalmente näoçpodem ser esquecidas as telhas, que protegem as paredes do
, , I 'l ZZ Í' A . , = _castigodas aguas revestindõ, de preferencia, as em_p_e_n,as,__lantern¿ns, mansardas e outros
elemegrltgs. (figs. 32, 33 e 34) Pggl_em_¿er colocadas só em~bicas, (fig. 35), fi_×adas em
massas__rj_ç_a§_gu_ por meig__dg_pre_g9s.
As paredes de pau-a-pique podem ser também revestidas na sua parte inferior,l
r ~por lajes junto ao solo, pelo lado de fora, para melhor protecao contra as águas. Neste
caso, as lajes geralmente compõem barras.
- COROAMENTOS E CUNHAIS
lâsparedes, têm, no geral, seus limites superiores definidcsápela cobertura, em
/nuä :rfsuas beiradas' sacadas, das quais se falará posteriormente. Existem, porém, pare és
cujos coroamentos se fazem livres, com erjnpenas rnhcnujmentais, compreendendo fron-
tões ,ou__pI¿tibanda's. As empenas compõem-se em variada_s__f_ormas': triangulares, (fig, 36)
de curvas @Lr)pante§_e_ça_pri¿h_q§_a§, (fig. 37) ou interrompidasójfig. 38), de acordo com
o estilo e o gosto do arquiteto. Arrematam-se com molduras, cimalhas e_,,r1,§ mais po-.... . _ ....... .,.z‹- - _. - _--......_.. ,._`..__....z-›- ` _
bres, com telhas/c:_lo“l_ocadas transversalmente à direção das águas do telhado._As_ plati-
bandas podem ser cheias, lisas, com ornamen__t_aça'o_em__relêvo,figuras geométricas, cor-
dões, almofadas e decorações florais, ou se apresentarem vasadas formando varanda-s
de balaustres de pedra, cerâmicas ou de alvenaria ejmassa. Estas balaustradas dividem-
59 em PHÍNGÍS 59Dara_d0.S pOr pilares, muitas .v.ezesacompan.hando o prumo das pílastras
e encimadas por figuras, vasos e outros elementos decorativos. (fig. 39) - A
.. ..._ ...__~__à____,_____, ,,,__,_,__,.. -M ~-M ›~~"'
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Os cunllgis variam conforme o sistema construtivo adotado. Quando a estru-"v~._ø________..l› "' ~...._,___`_____,_,,...-›--
tura é de madeira, os esteios aflorados iö‹öñ'š`IU€m_"os cunhais. As vezes revestem-se
com tábuas lisas ou de rebaixo, com molduras dando-lhes maior ressalto em referencia
ao plano das paredes. (fig. 40) Quando de pedra, podem ser de alvenaria e massa ou de
cantaria, sempre, porém, ressaltados da parede, à feição “de pilastras._ < ¬:;_\)(`¶` ‹_`...... , ,_›__,¬
Há casos de estrutura de madeira com fingimento de pilastras, o que se consegue
fazendo estuque sobre os esteios ou, apenas, revestindo~os de massa. Quando os
cunhais são de alvenaria e massa, recebem, no século XIX, decoração em relêvo, estu-
cada ou em pintura. O estuque aproveita o cordão e os motivos florais; os entalhes
servem-se destes e dos conchoides. Convém destacar as duas significações distintas do
estuque: a primeira das quais refere-se a panos de vedação de pouca espessura e a se-A
E'"P°'¬ 4° “b“ad°- R°5'd°“°'a ef" °“'° P'°'°/MG gunda, a“relevos de massa sobre as paredes, com caráter decorativo. ' ~~ › -Ê'
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Lajes de reforço dos pisos. Casa dos Contos, Ouro Preto/MG.
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- José Joaquim da Cunha Azeredo Coutinho, Bispo de Pernambuco, autor da “Memória
sobre as Minas de Ouro" (1804), in Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro,
Tomo LXI, 1898, fls. 26.
- Segundo TH EDIM BARRETO, Paulo - "Casas de Câmara e Cadeia" in Revista do Patri-
mônio Histórico e Artístico Nacional, n9 11, Ministério da Educação e Saúde, Rio de
Janeiro, 1947 - pg. 103.
FOTo 11 32 - Citado por THEDIM BARRETO, PAULO - ob. cit., pg. 103, nota 172.
Parede de pau a pique. Fazenda Babilonia, Pirenópolis/GO.
33 - TABATINGA - "O termo, corruptela do tupi 'f,tglg;tdi|3ga_", quer dizer barro branco.
Hoje em dia, a palavra designa qu_aJ_gu§[¿b§_[f9__¶g¡_|9_§2_£Dm CGFÍH F>0I'Ç50 de Wlli-Dlüâí'
_§aJ untuoso ao tato, não sendo necessáriamente branco. Ant`í§á'm`énte, foi generalizado 0
seu emprego na pintura de paredes, já que a cal era de dificil obtenção, principalmente
na zona rural. Nas pinturas mais requintadas, adicionava-se à calda de tabatinga certos fixa-
dores como o leite da sorveira, o leite de vaca, certas soluções de pedra-ume, etc."
SORVEIRA - "Árvore de familia das Apocináceas, couma macrocarpa, Barb. Rod., que
fornece madeira branca para marcenaria e que dá, também, uma resina viscosa, a qual
costuma ser, no vale amazônico, misturada à'tabatinga usada na pintura das casas, segundo
Martius e Afonso Arinos de Melo Franco. Peso especifico da madeira igual a 0,54”.
Apud CORONA e LEMOS,`“Dicionário da Arquitetura Brasile¡ra", Edart - São Paulo
Livraria Editora Ltda., 1? edição, São Paulo, 1972 - pgs. 435 e 431.
- THEDIM BARRETO, PAULO - ob. cit., pgs. 92 e 93. Segundo Paulo Thedim Barreto,
"gazora é expressão que podemos tomar no sentido de rebocada".
71
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F OAPITU Lo 3
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Os pisos são muito variados na arquitetura tradicional brasileira, aparecendo
desdeÍ_os¿le_t¶:-rra socada até o parquetitão em moda no fim do século XIX e princípios
do atual, cada um com suas características de fatura e uso. .
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- TERRA BATIDA
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:Will de modo a obter-seãärpa drenag_e_g3_,,da_s_,ág¿¿_:¿§ que porventura existissem, evitando-se,
n _ . /Ê.-f” ii ' li.iiiii iii ii Los pisos de terra batida deixa-se_o piso natural, socando-se apenas a terra_ de», modo az proporcionar uma superficie mais consistente e u_r1f_c¿rr_r_1§_.LQu_a_i_1doMa_terra do~¿ local não _se_Ji.ga. bem, junta-se.a eia certa quantidade de argila e água, para então serfeito gggiaqpjlpamento. É também tradição corrente o uso de §angue deibúinestes pisos.i ii zll pagavse obter_me`l"bÍ›r liga. E provável que nas construções mais cuidadas se §olo_‹¿a§s_e` 3 por baixo da car_na_d_a d_emterra socada _um_a,çletern1inada_porç¡áfo çl"e_a_r_§_i_,a9u pedregulho“Í assim, sua acumulaç o. (/iliH ¡iiiii:I Ein' ¡" ~ i.ADR|Li-ios DE BARROConsistem no assentamento,ssobre a terra socada, em argamassa de terra, tijo-los de barro cozido, à feição das modernas mezanelas. Os tijolos são, em geral, de di-mensões retangu lares, de cor clara, motivada pelo uso de argilas escolhidas e bem trata-das e pela queima. Contudo sua duração é precária, em razão de seu fácil desgaste pelouso. Quando quadrados, os ladrilhos têm mais

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