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Prof. Mário Caldeira UNIDADE IV História da Arte A rápida ascensão da modernidade decorrente da Revolução Industrial rompeu com o realismo que ainda existia. Diante do Impressionismo, porta de entrada da Arte Moderna, e da ascensão da abstração, ocorreu um grande impacto estético ao longo do século XX. Os movimentos de vanguarda tiveram papel fundamental nas influências artísticas, indo além dos impulsos realistas e buscando uma liberdade estética na capacidade imaginativa do artista e do público. No início do século XX, a Revolução Industrial caminhava a passos lentos em um Brasil ainda agrário e aristocrático. O País testemunhava as primeiras levas migratórias para as grandes cidades brasileiras e explosivas discussões sobre a identidade nacional e os problemas sociais germinados pela industrialização. Poucos burgueses, artistas e intelectuais tinham acesso às influências que a Europa exercia, por estar na posição vanguardista cultural. A arte moderna Alguns jovens de famílias paulistas ricas estavam eufóricos pelo nacionalismo que surgiu da Primeira Guerra Mundial e contagiados pelo centenário da Independência do Brasil. Em 1912, o escritor Oswald de Andrade e a pintora Anita Malfatti (então com 22 e 23 anos de idade, respectivamente) já tinham percorrido a Europa e mantido contato com os movimentos de vanguarda, principalmente com a proposta estética futurista, renovadora e pregando o desprezo pelo passado, influenciando diretamente esses e outros jovens artistas que buscavam não mais copiar os modelos estéticos europeus, e sim criar uma arte que pudessem chamar de brasileira. Perceberam que a diversidade cultural e racial do Brasil poderia reconstruir uma identidade e renovar as artes e as letras pela pesquisa estética a que tinham direito. A arte moderna Influenciada pelo Expressionismo e pelo Cubismo, Anita Malfatti realizou uma mostra de suas obras ao retornar de seus estudos na Europa chamada “Exposição de Pintura Moderna/Anita Malfatti”. As 53 telas da artista – entre elas “O Homem Amarelo”, “O Japonês”, “Uma Estudante” e “A boba” – são vistas sem alarde por um público de cultura medíocre e de informação artística limitada. Após uma crítica forte de Monteiro Lobato, que abala bastante a jovem artista, há uma enorme repercussão da exposição e ela passa a ser conhecida no meio intelectual e artístico de São Paulo. A inovação de Anita Malfatti A influência das vanguardas artísticas da Europa chega ao Brasil por meio de jovens artistas como Anita Malfatti. A inovação de Anita Malfatti Figura 1: Anita Malfatti, O homem amarelo, 1915-16, óleo sobre tela, 61cm x 51cm, Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo. Fonte: ZANINI, W. (org). História Geral da Arte no Brasil. São Paulo: Instituto Walther Moreira Salles, 1983. Vol. 2. A inovação de Anita Malfatti Figura 2: Anita Malfatti, A estudante, 1916, óleo sobre tela, 76cm x 60cm, Museu de Arte de São Paulo. Fonte: CIVITA, V. (ed). Arte no Brasil. São Paulo: Editora Abril, 1982. Figura 3: Anita Malfatti, A boba, 1917, óleo sobre tela, 61cm x 50,6cm, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo. Fonte: ZANINI, W. (org). História Geral da Arte no Brasil. São Paulo: Instituto Walther Moreira Salles, 1983. A Semana de Arte Moderna foi um evento realizado por jovens artistas e intelectuais brasileiros, na cidade de São Paulo, em 1922. Entre os objetivos estava a tentativa de modernizar o cenário da arte no Brasil e, ao mesmo tempo, contribuir para a construção de uma identidade nacional. Esse problema era algo que já estava sendo discutido há algum tempo e seduzia o interesse desse jovem grupo. A Semana de Arte Moderna de 1922 Figura 4: Participantes da Semana de Arte Moderna em São Paulo, 1922. Fonte: <https://www.guiadasemana.com.br/arte/noticia/relembre-artistas-e-obras-influentes- da-semana-de-arte-moderna-de-22>. Acesso em: 19 ago. 2018. Os escritores Mário de Andrade e Oswald de Andrade formaram as principais personalidades de liderança no plano teórico e a divulgação dos novos movimentos estéticos das artes que retomava sua força após a Primeira Grande Guerra e participaram ativamente da Semana de 1922. A Semana de Arte Moderna de 1922 Figura 5: Anita Malfatti, Mário de Andrade II, 1922, carvão e pastel, 25cm x 32cm. Fonte: CIVITA, V. (ed). Arte no Brasil. São Paulo: Editora Abril, 1982. Figura 6: Tarsila do Amaral, retrato de Oswald de Andrade, 1922, óleo, 25cm x 32cm. Fonte: <https://www.wikiart.org/en/tarsila- do-amaral/portrait-of-oswald-de- andrade-1922>. Acesso em: 19 ago. 2018. O evento, idealizado pelo pintor Di Cavalcanti e incentivado por Paulo Prado, mecenas de tradicional aristocracia cafeeira paulistana (e que conseguiu patrocínio do então presidente do Brasil, Washington Luís Pereira de Sousa), consistia em três noites de conferências, leitura de poemas e audições musicais, além da exposição com cerca de 100 obras abertas ao público de segunda a sábado no saguão do Teatro Municipal de São Paulo. Com exceção da abertura, em que a plateia desfilava no saguão entre obras e palestras, o restante do evento foi marcado por várias manifestações hostis de vaias e de inquietação. A Semana de Arte Moderna de 1922 Vista na época como uma manifestação elitista, a Semana de Arte Moderna de 1922 deixou sua mensagem de pré-consciência do espírito nacional como um momento histórico decisivo na formação de sua identidade. Foi o ponto de partida para o vanguardismo brasileiro questionar a estética vigente e para a redescoberta do Brasil por um projeto no qual a língua e a cultura foram objetos da nova estética que surgia. A origem embrionária da Semana de 1922, repleta de atitude estética revolucionária, atravessou os anos e até hoje seus propósitos estéticos são disseminados na cultura brasileira. A Semana de Arte Moderna de 1922 Figura 7: Teatro Municipal de São Paulo, São Paulo, 1903- 11. Foi o palco de realização da Semana de 1922. Autores: Claudio Rossi, Domiziano Rossi e Escritório Técnico Ramos de Azevedo. Fonte: ZANINI, W. (org). História Geral da Arte no Brasil. São Paulo: Instituto Walther Moreira Salles, 1983. O título “Semana de Arte Moderna”, que ocorreu em 1922, pode dar a entender que foi um evento voltado exclusivamente para as artes plásticas. No entanto, no plano teórico há uma preocupação e um profundo interesse dos jovens participantes em tratar de um assunto relacionado à definição do que é o Brasil. Que problema era esse do ponto de vista desses artistas e intelectuais? a) A necessidade de construir uma identidade totalmente nacional e independente. b) Um interesse em industrializar o país e modernizá-lo. c) Uma preocupação com o processo de educação no país. d) O desejo de modernizar as artes plásticas, trazendo inovações da Europa. e) A tentativa de atualizar o processo criativo das artes plásticas no Brasil. Interatividade O título “Semana de Arte Moderna”, que ocorreu em 1922, pode dar a entender que foi um evento voltado exclusivamente para as artes plásticas. No entanto, no plano teórico há uma preocupação e um profundo interesse dos jovens participantes em tratar de um assunto relacionado à definição do que é o Brasil. Que problema era esse do ponto de vista desses artistas e intelectuais? a) A necessidade de construir uma identidade totalmente nacional e independente. b) Um interesse em industrializar o país e modernizá-lo. c) Uma preocupação com o processo de educação no país. d) O desejo de modernizar as artes plásticas, trazendo inovações da Europa. e) A tentativa de atualizar o processo criativo das artes plásticas no Brasil. Resposta Após a Semana de Arte Moderna, o movimento modernista brasileiro, comumente ligado aos temas políticos, começara a ganhar força e, por meio denovas manifestações artísticas, o povo começou a aprender um pouco mais sobre a sociedade brasileira e tirando suas próprias conclusões, formando as suas próprias opiniões. Frequentemente, o foco desses artistas era denunciar, por meio da arte, as diferenças sociais, caracterizadas pelos grupos de imigrantes proletários e pelas oligarquias desenvolvidas nas zonas rurais. O Grupo dos Cinco O papel dos jovens envolvidos na Semana de 1922 foi decisivo na busca de uma identidade estética nacional, reconhecendo sua essência e pluralidade cultural, colocando-se contra tudo que fosse importado da Europa. Dessa estreita relação de pressupostos metodológicos de um modernismo em gestação, formou-se a união dos chamados Grupo dos Cinco, composto de Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Menotti del Picchia, Anita Malfatti e pela recém-chegada da Europa, Tarsila do Amaral. O Grupo dos Cinco Figura 8: Anita Malfatti, Desenho do grupo dos Cinco, 1922. Nesse desenho, Anita Malfatti se representou no sofá, junto dos escritores Oswald de Andrade e Menotti Del Picchia (deitados no chão) e Tarsila do Amaral e Mário de Andrade (sentados ao piano). Fonte: SCHWARTZ, Jorge (org.). Caixa modernista. São Paulo: EDUSP/. Imprensa Oficial; Belo Horizonte: Ed. da UFMG, 2003. A partir daí, ideias se fundiram a diversos manifestos nacionalistas, como o Movimento Antropofágico e o Tropicalista. Obras literárias como “Macunaíma”, “João Miramar”, “Pau-Brasil”, “Grande Sertão: Veredas”, composições emblemáticas de Villa-Lobos e quadros como “Abaporu”, de Tarsila do Amaral, e os painéis “Guerra e Paz”, de Cândido Portinari, entre tantos outros, são resultados desse esboço que se projetou muito além de seus objetivos iniciais. Movimentos modernistas no Brasil Figura 9: Tarsila do Amaral, Abaporu, 1928, óleo sobre tela, 85cm x73cm, Museo de Arte Latino-americano de Buenos Aires – Fundación Costantini, Buenos Aires, Argentina. Fonte: ZANINI, W. (org). História Geral da Arte no Brasil. São Paulo: Instituto Walther Moreira Salles, 1983. O Movimento Antropofágico Esse Movimento surge nos fins da década de 1920, liderado por Oswald de Andrade, que foi inspirado pelo quadro de Tarsila, o “Abaporu”, palavra indígena que significa o homem que come carne humana, antropófago. A ideia de Oswald era se utilizar do conceito de antropofagia praticado pelos índios Caetés nos rituais de canibalismo para se apropriarem da força e das qualidades admiradas e desejadas de seus inimigos. Deixavam, portanto, de devorar aqueles considerados fracos, covardes ou medíocres. Dessa forma, o conceito metafórico de devorar uma atitude estético-cultural e assimilar os valores culturais estrangeiros era a proposta dessa corrente, valorizando ao mesmo tempo a cultura nacional reprimida pelo processo de colonização do Brasil. Movimentos modernistas no Brasil O Movimento Antropofágico Segundo o Manifesto Antropofágico, publicado em 1928, o movimento tinha como propósito a ruptura da estética importada e a representação de um novo modo de ser e estar no mundo pela expressividade intelectual nas artes, e foi mais além. Ele não se restringiu a questões relacionadas à inovação estilística e expressiva. Os envolvidos estavam preocupados com uma renovação da iconografia nacional, buscando construir, a partir de uma linguagem moderna e universal, uma identidade brasileira. Movimentos modernistas no Brasil O Movimento Tropicalista O Movimento Tropicalista emerge em 1968 como uma atualização do Movimento Antropofágico no âmbito musical, configurado como uma nova estética cultural e ideológica “que se origina do aproveitamento de elementos estrangeiros fusionados à cultura brasileira, fazendo surgir um estilo original” (ESPERANDIO, 2007, p. 20). Todavia a produção cultural que envolvia os conceitos do Tropicalismo ultrapassa a produção musical, expandindo-se no teatro, na literatura, nas artes plásticas e no cinema. Movimentos modernistas no Brasil O Movimento Tropicalista Oswald de Andrade revoluciona com o primeiro texto modernista para o teatro embasado no livro homônimo publicado em 1937, “O Rei da Vela”, obra que denunciava o quadro social brasileiro nos anos 1930 pós-crise financeira de 1929. A encenação ocorre em 1968, em plena ditadura militar, causando grande impacto sobre o público. Nas artes plásticas, destacam-se os trabalhos inovadores de dois grandes artistas brasileiros de formação concretista, Hélio Oiticica (1937-1980) e Lygia Clark (1920-1988). Movimentos modernistas no Brasil O Movimento Tropicalista Movimentos modernistas no Brasil Figura 11: Lygia Clark, Bicho, Caranguejo duplo, 1961, alumínio, 53cm, Pinacoteca do estado de São Paulo, São Paulo. Fonte: ZANINI, W. (org). História Geral da Arte no Brasil. São Paulo: Instituto Walther Moreira Salles, 1983. Figura 10: Hélio Oiticica, Gerônimo da Mangueira vestindo capa Parangolé nº 5, 1965, panos de diversas texturas e cores, Rio de Janeiro. Fonte: ZANINI, W. (org). História Geral da Arte no Brasil. São Paulo: Instituto Walther Moreira Salles, 1983. O Movimento Tropicalista Nesse contexto, o cineasta Glauber Rocha (1938-1981) inova com uma feroz crítica social nos longas-metragens “Deus e o Diabo na Terra do Sol” (1963) e “Terra em Transe” (1967), inaugurando uma nova corrente artística do cinema nacional denominada Cinema Novo, reconhecida internacionalmente. Na música Caetano Veloso se apropria do título (Tropicália) de um trabalho de Oiticica, de 1967, e lança a primeira faixa de seu primeiro álbum solo em 1967, nome que também seria o título do seu álbum subsequente. Caetano, junto aos cantores Gilberto Gil, Gal Costa, Tom Zé, à banda Os Mutantes e ao maestro Rogério Duprat formariam os maiores representantes do Tropicalismo na música popular brasileira. Movimentos modernistas no Brasil Entre os movimentos que surgiram após a Semana de Arte Moderna, como consequência dessa iniciativa, temos o Movimento Tropicália. Qual era a produção desse movimento e que fez tanto sucesso na época e até hoje temos acesso ao que aquele grupo produziu? a) A produção era de quadros modernos. b) A produção era teatral. c) A produção era musical. d) A produção era literária. e) A produção era industrial. Interatividade Entre os movimentos que surgiram após a Semana de Arte Moderna, como consequência dessa iniciativa, temos o Movimento Tropicália. Qual era a produção desse movimento e que fez tanto sucesso na época e até hoje temos acesso ao que aquele grupo produziu? a) A produção era de quadros modernos. b) A produção era teatral. c) A produção era musical. d) A produção era literária. e) A produção era industrial. Resposta Apresentaremos três artistas renomados que fizeram sucesso nas décadas pós- Semana de Arte Moderna. Os trabalhos deles são considerados figurativos na sua maioria, sendo que Claudio Tozzi teve várias obras dentro do abstracionismo. Figuração x abstração Nasceu em Lucca, Itália, em 14 de abril de 1896. Um ano depois, seu pai veio para o Brasil e abriu uma loja de queijos e vinhos. Ainda criança trabalhou como marceneiro-entalhador e encadernador. Aos 15 anos torna-se pintor-decorador. Sua primeira pintura em cavalete é datada de 1914. Expõe pela primeira vez em 1925 em uma coletiva no Palácio da Indústria de São Paulo. Apesar de receber críticas negativas, vende seu primeiro trabalho, o qual apresenta a irmã costurando. A obra de Alfredo Volpi Figura 12: Alfredo Volpi, Minha irmã costurando, 1922, óleo sobre tela, 35,5 x 25,5 cm, coleção particular. Fonte: <https://br.pinterest.com/pin/343258802826337353 />. Acesso em: 19 ago. 2018. O artista teve algumas obras recusadas no 3º Salão Paulista de Belas Artes. Ganha medalha de ouro em 1928 no Salão de Belas Artes Muse Italiche, sendo esse seu primeiro reconhecimento oficial.Casou-se com Judith (Benedita da Conceição) em 1942. A esposa foi sua musa inspiradora e aparece em diversas obras, entre elas a “Mulata”, que se encontra no MAM/SP, provavelmente foi inspirada nela. A obra de Alfredo Volpi Figura 13: Alfredo Volpi, Mulata, 1927, óleo sobre tela colada sobre madeira, 59,6 cm x 50 cm, Doação Carlo Tamagni, Museu de Arte Moderna, São Paulo. Fonte: <https://br.pinterest.com/pin/53965796782559236 9/>. Acesso em: 19 ago. 2018. Volpi utilizava uma paleta de cores mais restrita. Muitas vezes pintava com tons frios e em meados dos anos 1930 começa a mudar, tornando sua paleta de cores mais variada. Os temas populares e paisagens urbanas predominam, tratados de maneira simples e singela, mas com uma variedade de cores que não havia anteriormente. Podemos notar a mudança das cores tanto no céu, que é de um azul em destaque, em contraponto com o ocre da estrada, que é de terra e está atrelado ao verde da vegetação. A obra de Alfredo Volpi Figura 14: Alfredo Volpi, Mogi das Cruzes, 1939, óleo s/ tela, 54,0 x 81,4 cm, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, São Paulo. Fonte: <http://www.macvirtual.usp.br/mac/tem plates/projetos/percursos/percursos_v olpi1.asp/>. Acesso em: 19 ago. 2018. Após essas mudanças, uma nova fase se inicia. Por quase um século, Volpi passou por várias fases, foi inspirado e influenciado por Paul Cézanne, Giotto di Bondone e Paolo Uccello, encontrando assim seu próprio caminho. Evoluiu das cenas de natureza para composições mais intelectuais, criando seu estilo particular. O estilo abstrato geométrico começa a predominar em sua pintura e, a partir daí, bandeirinhas com muitas cores vão surgindo em sua obra, criando a marca do artista. Essa fase com formas geométricas e alterações cromáticas se inicia por volta dos anos 1970. A obra de Alfredo Volpi Essa fase – a das bandeirinhas – foi muito bem recebida pelos críticos e definida como uma combinação inventiva, sendo sua maior contribuição para a arte brasileira moderna. A obra de Alfredo Volpi Figura 15: Alfredo Volpi, Fachada das bandeiras brancas, 1950, óleo sobre tela, 155 cm x 102 cm, coleção particular. Fonte: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/obra178 4/fachada-das-bandeiras-brancas>. Acesso em: 19 ago. 2018. A obra de Alfredo Volpi Figura 16: Alfredo Volpi, Festa de São João, 1953. Fonte: <https://www.wikiart.org/en/alfredo- volpi/festa-de-s-o-jo-o-1953>. Acesso em: 19 ago. 2018. É muito comum na vida de um artista haver mudanças na sua forma de trabalhar e no resultado. No caso de Alfredo Volpi não foi diferente. Houve uma mudança profunda na sua obra. Em que sentido essa mudança ocorreu? a) O artista volta a pintar temas do século XIX. b) Sua obra começa a ser focada em paisagens rurais. c) Ele passa a trabalhar temas voltados para figurativismo. d) Ele começa a se concentrar na pintura de fachadas. e) O estilo abstrato geométrico começa a predominar em sua pintura. Interatividade É muito comum na vida de um artista haver mudanças na sua forma de trabalhar e no resultado. No caso de Alfredo Volpi não foi diferente. Houve uma mudança profunda na sua obra. Em que sentido essa mudança ocorreu? a) O artista volta a pintar temas do século XIX. b) Sua obra começa a ser focada em paisagens rurais. c) Ele passa a trabalhar temas voltados para figurativismo. d) Ele começa a se concentrar na pintura de fachadas. e) O estilo abstrato geométrico começa a predominar em sua pintura. Resposta Claudio Tozzi Tozzi começou sua carreira de uma maneira desigual, digamos. Nasceu na cidade de São Paulo em outubro de 1944. Aos 18 anos, antes mesmo de ingressar na faculdade, já participa do XI Salão de Arte Moderna como vencedor dos cartazes da exposição. Dois anos depois entra na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. O que ocorre é que a maioria dos artistas passam por uma grande trajetória, até sua obra ser reconhecida no meio artístico e pelo público em geral. Porém Tozzi fez um caminho inverso, logo após iniciar os estudos na FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo) em São Paulo, já começou a ter destaque com os trabalhos em serigrafias, que desenvolvia sempre, tendo como temas assuntos atuais, que estavam continuamente em pauta, como a crítica social, o feminismo e a luta contra a ditadura militar. Figuração x Abstracionismo Apresentava um novo estilo, uma nova figuração e destacou-se já na década de 1960 como artista de vanguarda. Alguns críticos logo começaram a elogiar seu trabalho pelo vanguardismo que demonstrava em suas propostas. Foram eles: Frederico Morais, Mário Pedrosa e Mario Schenberg. Claudio Tozzi Figura 17: Claudio Tozzi, Bandido da luz vermelha, 1967, liquitex e Eucatex, 95 cm x 95 cm, coleção particular. Fonte: ZANINI, W. (org). História Geral da Arte no Brasil. São Paulo: Instituto Walther Moreira Salles, 1983. Claudio Tozzi, totalmente integrado com a vanguarda contemporânea, compartilha da necessidade de a cultura estar a serviço do povo. Criados em 1961, os CPC – Centros Populares de Cultura – marcaram de forma significativa a produção artística desse período, tendo como seu presidente Carlos Estevão Martins, em 1963. Claudio Tozzi Figura 18: Claudio Tozzi, USA e abusa, 1966. Fonte: <https://www.wikiart.org/en/claudio-tozzi/usa-e-abusa-1966>. Acesso em: 19 ago. 2018. Tozzi foi um pioneiro em vários sentidos, seja acoplando um painel no topo de um prédio no centro de São Paulo, seja fazendo o público interagir com sua obra – carimbando os desenhos escolhidos pelo espectador. Claudio Tozzi Figura 19: Claudio Tozzi, Zebra, 1972, poliuretano sobre zinco. Fonte: MAGALHÃES, F. Claudio Tozzi. São Paulo: Lazuli Editora – Companhia Editora Nacional, 2007, (Coleção arte de bolso). Ele sempre procura temas e/ou objetos no espaço urbano e que possam voltar a ele depois de desconstruídos. Exemplos são os parafusos que aparecem em suas obras, ora de forma figurativa, ora abstratos. Além disso, ele também experimentou várias técnicas e materiais. Claudio Tozzi Figura 20: Claudio Tozzi, Expansões orgânicas, 1993. Fonte: <https://www.wikiart.org/en/claudio-tozzi/expan-es- organicas-1993>. Acesso em: 19 ago. 2018. Gustavo Rosa Gustavo Machado Rosa nasceu no dia 20 de dezembro de 1946, em São Paulo, mais especificamente na Avenida Paulista – coração da cidade. Aos três anos de idade já era apaixonado pelo desenho. Aluno indisciplinado e inquieto, desenhava durante as aulas. Continuando sua paixão pelo desenho, foi fazer um curso livre de desenho e pintura na Fundação Armando Álvares Penteado – Faap, em 1964, ministrado na época por Teresa Nazar, artista plástica e pintora – com ele, estudaram alguns nomes da Pop Art no Brasil: Antônio Dias, Carlos Vergara, Hélio Oiticica e Rubens Gerchman. Fascinado pelas ilustrações das revistas, anos mais tarde veio a estagiar na revista Claudia, no setor de artes da Editora Abril. Morando ainda com os pais, montou um ateliê improvisado na sala de jantar da família. Figuração x Abstracionismo Seus personagens mais conhecidos inseridos em suas obras foram: a mulher com lata d’água na cabeça; os meninos empinando pipas; o sorveteiro; os palhaços; o padre e a freira; o vendedor de hot dog; gordinhos correndo na praia. Gustavo Rosa Figura 21: Gustavo Rosa, Bicicleta, 1999, óleo sobre tela, 65 x 54 cm. Fonte: <www.iperspazio.com/Offgallery/images/gr02.jpg>. Acesso em: 20 ago. 2018. Teve influência de diversos artistas, os primeiros foram: Gustav Klimt e Emil Nolde. Passou a se interessar muito pelas obras dos consagrados: Henri Matisse, Niki de Saint Phalle, Paul Klee, Paul Cézanne, Pablo Picasso e Saul Steinberg; além dos seus amigos Aldo Bonadei, AlfredoVolpi, Carlos Scliar e Di Cavalcanti. Gustavo Rosa Figura 22: Gustavo Rosa, Menina exportação, 1967. Fonte: <https://www.gustavorosa.co m.br/index.php/obras/linha- do-tempo/1960>. Acesso em 20 ago. 2018. Após a morte precoce de sua irmã, passou a encarar a vida de forma mais leve e isso transpareceu em sua pintura. O artista percebeu com essa perda que a vida não poderia ser levada com tanto rigor, transformando o seu trabalho a partir daí, introduzindo ao seu savoir-vivre (do francês, saber viver) um estilo mais despojado, colorido e, muitas vezes, satírico. Gustavo Rosa Figura 23: Gustavo Rosa, O peixe, 1971. fonte: <https://www.gustavorosa.com.br/index.php/categoria-obras/item/202- gato-branco-mesa-amarela-espinha-de-peixe>. Acesso em: 20 ago. 2018. Ele fala em uma das usas entrevistas que ele se inspirava pelo que via nas ruas, no cotidiano; cita o exemplo da mulher gordinha tomando um sorvete, diz que o sorvete caiu e ela ficou fazendo um malabarismo para salvá-lo. O artista comenta que a partir daí ele começa a ter mais prazer em pintar gordinhas e gordinhos, pois corpos avantajados dão mais possibilidade à comicidade. O eixo principal do trabalho dele é o humor. Com relação à democratização da arte, relata que a obra não tem que ficar só presa a museus, mas que tem que ir às ruas, fazer parte de objetos, misturar-se, levando cultura ao grande público. Faleceu em 2013. Gustavo Rosa Gustavo Rosa Figura 25: Gustavo Rosa, Banhista, 2004. Fonte: <https://www.gustavorosa.com.br/index.php/obras/l inha-do-tempo/2000>. Acesso em 20 ago. 2018. Figura 24: Gustavo Rosa, Carrinho de hotdog, 1980, óleo sobre tela, 90 x 120 cm. Fonte: PITLIUK, M. As digitais de Gustavo Rosa. São Paulo: Pit Cult, 2013. Na obra mostrada aqui, de autoria de Claudio Tozzi, é possível afirmar que ele usa uma representação: a) Parcialmente figurativa. b) Totalmente abstrata. c) Uma paisagem urbana d) Formas exclusivamente geométricas. e) Uso exclusivo de cores sem formas. Interatividade Figura 17: Claudio Tozzi, Bandido da luz vermelha, 1967, liquitex e Eucatex, 95 cm x 95 cm, coleção particular. Fonte: ZANINI, W. (org). História Geral da Arte no Brasil. São Paulo: Instituto Walther Moreira Salles, 1983. Na obra mostrada aqui, de autoria de Claudio Tozzi, é possível afirmar que ele usa uma representação: a) Parcialmente figurativa. b) Totalmente abstrata. c) Uma paisagem urbana d) Formas exclusivamente geométricas. e) Uso exclusivo de cores sem formas. Resposta Figura 17: Claudio Tozzi, Bandido da luz vermelha, 1967, liquitex e Eucatex, 95 cm x 95 cm, coleção particular. Fonte: ZANINI, W. (org). História Geral da Arte no Brasil. São Paulo: Instituto Walther Moreira Salles, 1983. ATÉ A PRÓXIMA!
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