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Anne Karolyne Morato – P3 Métodos Coprológicos Definição: → As amostras fecais são examinadas devido a presença de protozoários (trofozoítos e cistos) e larvas de helmintos ou ovos. → O exame parasitológico de fezes engloba 2 etapas: Macroscópica: • Através da qual é possível detectar e identificar macroparasitas eliminados espontaneamente. Microscópica: • Pesquisa pela existência de cistos e trofozoítos de protozoários, larvas e ovos de helmintos. → A maneira de coleta interfere diretamente no resultado final do exame. Por isso, é necessária a orientação adequada dos pacientes para a realização correta do exame. Quando devem ser examinadas: → Fezes liquidas: Dentro de 30 minutos. Sugerem a possível presença de trofozoítos de protozoários intestinais, ovos e larvas de helmintos. → Fezes semi-sólidas: Dentro de 1 hora. → Fezes formadas: Dentro de 24 horas. Sugere a possível presença de cistos de protozoários, ovos e larvas de helmintos. Mt2 - laboratoriais Anne Karolyne Morato – P3 Método de Hoffman, Pons e Janer ou Método de Lutz: → Método de sedimentação espontânea. → Permite a pesquisa de ovos e larvas de helmintos e de cistos de protozoários. → Vantagens: Baixo custo; → Desvantagens: Grande quantidade de detritos fecais no sedimento. Indicação: → Áscaris lumbricoides (ovos); → Trichuris trichiura (ovos); → Ancylostomatidae (ovos); → Schistosoma mansoni (ovos). → Giárdia lamblia (fezes formadas, cistos) → Entamoeba histolytica (fezes formadas, cistos). Técnica: 1. Dissolver cerca de 2g de fezes em um frasco Borrel com cerca de 5ml de água, triturar com bastão de vidro. 2. Acrescentar mais 20ml de água. 3. Filtrar a suspensão para um cálice cônico de 200mL de capacidade, por intermédio de tela metálica ou de náilon com cerca de 80 a 100 malhas/cm² ou gaze cirúrgica dobrada em 4. Os detritos retidos são lavados com mais 20mL de água, agitando-se constantemente com o bastão de vidro, devendo o liquido da lavagem ser recolhido no mesmo cálice. 4. Completar o volume do cálice com água. 5. Deixar essa suspensão em repouso durante 2 a 24 horas. 6. Observar aspecto do liquido sobrenadante, tomando duas condutas: a. Se estiver turvo = descarta-lo cuidadosamente sem levantar ou perder o sedimento, colocar mais água até o volume anterior e deixar em repouso por mais 60 minutos. b. Se estiver límpido e o sedimento bom = colher uma amostra. 7. Existem 2 técnicas para colher: a. Introduzir uma pipeta obliterada. b. Desprezar o liquido sobrenadante cuidadosamente, homogeneizar e colher uma gota. 8. Colocar parte do sedimento em uma lâmina e fazer um esfregaço. 9. Para a identificação de cistos de protozoários e larvas de helmintos, corar a preparação com Lugol. Anne Karolyne Morato – P3 Método de Faust e colaboradores: → Método centrífugo-flutuação em solução de zinco densidade 1,20. → Usado para pesquisa de cistos e alguns oocistos de protozoários, permitindo, também, o encontro de ovos leves. Indicação: → Áscaris lumbricoides (ovos); → Trichuris trichiura (ovos); → Ancylostomatidae (ovos); → Schistosoma mansoni (ovos). → Giárdia lamblia (fezes formadas, cistos) → Entamoeba histolytica (fezes formadas, cistos). Técnica: 1. Diluir 10g de fezes em 20ml de água filtrada. 2. Homogeneizar bem. 3. Filtrar através de gaze dobrada em 4, num poco plástico, e transferir para um tubo de Wasserman (hemólise). 4. Centrifugar por 1 minuto a 2.500 rpm. 5. Desprezar o sobrenadante e ressuspender o sedimento em água. 6. Repetir os passos 4 e 5 mais duas ou três vezes, até que o sobrenadante fique claro. 7. Desprezar a água sobrenadante e ressuspender o sedimento com uma solução de sulfato de zinco a 33%, densidade de 1,18g/ml. 8. Centrifugar novamente por 1 minuto a 2.500 rpm. 9. Os cistos e alguns oocistos de protozoários e os ovos leves, presentes na amostra fecal, estarão na película superficial. Recolher a película com alça de platina, colocar numa lâmina, acrescentar uma gota de Lugol e cobrir com lamínula. OBS: material fecal fresco. Deve ser examinado imediatamente, pois o contato com a solução de sulfato de zinco pode deformar as formar parasitárias, especialmente os cistos de protozoários. Anne Karolyne Morato – P3 Método de Will is: → Método de flutuação espontânea em solução saturada de cloreto de sódio em água (densidade 1,200), associada a propriedade de aderirem ao vidro. → Ovos leves de helmintos. → Não é eficiente para cistos de protozoários, pois a solução saturada de cloreto de sódio produz retratação dos mesmos, ficam deformados pela osmolaridade da solução, tornando-os irreconhecíveis/não observáveis. Indicação: → Ancylostomatidae (ovos); → Trichuris Trichiura (ovos); → Ascaris lumbricoides (ovos); → Enterobius vermicularis (ovos). Técnica: 1. Colocar 10g de fezes em um frasco Borrel (pode ser usado o próprio fresco no qual as fezes foram enviadas). 2. Diluir as mesmas em solução saturada de cloreto de sódio (NaCl). 3. Completar o volume até a borda do frasco. 4. Colocar na boca do frasco uma lâmina, que deverá estar em contato com o líquido. 5. Deixar em repouso por 5 minutos. 6. Retirar rapidamente a lâmina, voltando a parte molhada para cima. Reagentes e preparação: • A solução saturada de cloreto de sódio (NaCl) com densidade especifica é preparada para adição de NaCl em água destilada-deionizada ou corrente quente ou em ebulição, até que o excesso acrescentado não mais se dissolva na solução (aproximadamente 40g de NaCl em 100mL de água). A densidade especifica é crítica, devendo-se usar um densitômetro para controlar e ajustar a solução. Filtrar em papel- filtro. Anne Karolyne Morato – P3 Método de Kato-Katz: → Técnica de quantificação de cargas parasitarias. → Concentra os ovos de helmintos através de filtração em tela metálica ou de náilon, de uma determinada malha, que retém os detritos maiores e permite a passagem dos detritos menores e ovos, ocorrendo, consequentemente, a concentração destes últimos na amostra. Indicação: → Áscaris lumbricoides (ovos); → Trichuris trichiura (ovos); → Ancylostomatidae (ovos); → Schistosoma mansoni (ovos). Técnica: 1. Prepara uma solução de verde malaquita (para conservar as fezes e clarificar as formas parasitarias). a. Formula: 100ml de glicerina + 100ml de água destilada + 1ml de verde- malaquita a 3%. 2. Cortar papel celofane semipermeável em pedaços de 24mmX30mm e deixá- los mergulhados na solução de verde malaquita por pelo menos 24 horas. 3. Colocar, sobre um papel higiênico, um aporção da amostra de fezes. 4. Comprimir as fezes com um pedaço de tela metálica ou similar de náilon. Nesta malha passam ovos de helmintos e detritos menores do que eles. 5. Retirar as fezes que passam para a parte superior da tela e transferi-las, com o auxilio de um palito, para o orifício de um cartão retangular de plástico, colocado sobre a lâmina. 6. Após encher completamente o orifício, retirar o cartão, cuidadosamente, deixando as fezes sobre a lâmina. 7. Cobrir as fezes com a lamínula de papel celofane embebida na solução de verde malaquita, inverter a lâmina, sobre uma folha de papel absorvente e comprimi-la. 8. Aguardar 1 a 2 horas e examinar. 9. O numero de ovos encontrados no esfregaço fecal, multiplicado por 23, correspondera ao numero de ovos por gramas de fezes. Anne Karolyne Morato – P3 Método de Baermann-Moraes: → Concentração de larvas de helmintos por migração ativa, devido aohidrotropismo e termotropismo positivos. Indicação: → Strongyloides stercoralis. (larvas) Técnica: 1. Colocar de 8 a 10g de fezes sobre um coador metálico ou de plástico (peneira), protegidos por um retalho de gaze dobrada 4 vezes. 2. Colocar o material assim preparado sobre um funil de vidro, contendo um tubo de borracha conectado a extremidade inferior de sua haste. 3. Obliterar o tubo de borracha com uma pinça de Hoffman e adicionar, ao funil, água aquecida a 45ºC em quantidade suficiente para entrar em contato com as fezes. 4. Deixar 1 hora de repouso. 5. Colher 5 a 7ml de água, em um tubo de centrifuga, abrindo-se a pinça. 6. Centrifugar a 1.000 rpm por 1 minuto. 7. Colher o sedimento, sem desprezar o sobrenadante e examinar no microscópio. 8. Se detectar a presença de larvas, deverão ser coradas com Lugol e observadas novamente. Anne Karolyne Morato – P3 Método de Rugai: → Rugai simplificou o método de Baermann, utilizando a própria latinha como receptáculo para as fezes e um cálice de sedimentação, em vez de funil. Indicação: → Strongyloides stercoralis. (larvas) Técnica: 1. Retirar a tampa do recipiente que acondiciona as fezes e envolve-lo em uma gaze sobrada em 4, fazendo uma pequena “trouxa”. 2. Colocar o material assim preparado, com a abertura voltada para baixo, num cálice de sedimentação, contendo água aquecida a 45ºC, em quantidade suficiente para entrar em contato com as fezes. 3. Deixar 1 hora de repouso. 4. Colher o sedimento no fundo do cálice, com ajuda de uma pipeta. 5. Examinar no microscópio. 6. Corar as larvas com Lugol e observar novamente. OBS: para a execução dos dois métodos (Baermann e Rugai), o ideal é que as fezes sejam colhidas no dia do exame, pois a refrigeração diminui a viabi l idade das larvas. Fezes diarreicas ou colhidas em conservador não se prestam para estes métodos. Anne Karolyne Morato – P3 Método de Graham: → Fita gomada/durex. → Conhecida como “swab anal”. Indicação: → Enterobius vermicularis (ovos); → Teníase (proglotes ovos). Técnica: 1. Fixar, com um pedaço de 5 a 6cm de fita adesiva transparente, nas duas extremidades, tiras de papel de aproximadamente 4cm, que servirão de suporte para segurar e para a identificação do material (do paciente). 2. Colocar a fita sobre o fundo de um tubo de ensaio com o lado adesivo voltado para fora. 3. Abrir a prega anal do paciente e encostar o lado adesivo várias vezes na região perianal. 4. Distender a fita sobre uma lâmina de microscopia, com o lado adesivo voltado para baixo (como se fosse uma lamínula). 5. Examinar ao microscópio. OBS: essa técnica deve ser feita ao amanhecer, antes do faciente fazer a higiene e repetida, em dias sucessivos, caso dê negativo. Caso a lâmina não possa ser examinada no mesmo dia, deve ser embalada em papel alumínio e conservada na geladeira. Anne Karolyne Morato – P3 Exame direto a fresco: → Exame direto de uma pequena porção de fezes (aproximadamente 2mg) recém-eliminadas colocada sobre a lâmina e emulsificada em solução salina. → Alternativa simples e rápida para a identificação de trofozoítos moveis de amebas e flagelados intestinais em amostras com consistência pastosa ou liquida. → Tem baixa sensibilidade, contudo, para identificação de cistos de protozoários e de ovos e larvas de helminto. Indicação: → Giardia Lamblia (fezes diarréicas, trofozoítos); → Entamoeba histolytica (fezes diarréicas trofozoítos). Técnica: 1. Colocar 2 a 3 gotas de salina a 0,85% em uma lâmina de microscopia. 2. Tocar, com a ponta de um palito, em vários pontos das fezes, transferindo uma pequena porção destas para a lâmina. 3. Espalhar as fezes, fazendo um esfregaço e examinar. A espessura do esfregaço não deve impedir a passagem de luz. 4. Para a identificação de cistos de protozoários e larvas de helmintos, corar a preparação com Lugol.
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