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Ana Maria do Nascimento Cardoso 1 Exame Parasitológico de Fezes • Importância na clínica médica; • Objetivo: • Diagnóstico de parasitas intestinais do homem; • Pesquisa de diferentes formas parasitárias eliminadas nas fezes. Vantagens: • Baixo custo; • Não invasivo; • Fácil execução. Cuidados: • Biossegurança; • Identificação correta. 2 Realização do EPF • Três fases: • Pré- analítica; • Analítica; • Pós- analítica. 3 Fase pré- analítica • Coleta, armazenamento e conservação das fezes. • Importância: • Participação ativa do paciente. Identificação: • Nome do paciente • Idade • Data e hora da coleta • Consistência das fezes 4 EPF Solicitação médica Orientação correta e coerente Transporte, armazenamento e cadastramento da amostra QUALIDADE Fase pré- analítica 5 • Evacuação feita em ambiente limpo e seco; • Fezes frescas: análise imediata; • Conservantes: formol 10%, MIF e SAF • Amostras múltiplas: 3 dias alternados • Exames de fezes seriados • Substâncias podem interferir: • laxantes, antiácidos, sulfeto ferroso, contrastes (iodo, boro, etc.) Coleta + Sensibilidade 6 • Formol a 10%; • MIF (mertiolato, iodo e formol); • SAF ( acetato de sódio, ácido acético e formol). • Obs: Trofozoítos de amebas e Giardias não se conservam no formol a 10% ou MIF. Conservantes 7 Conservantes • Formol a 10% Formol comercial 10 ml Solução salina a 0,85% 90 ml • MIF (Mertiolato, Iodo e Formol) Água destilada 250 ml Sol. mercuriocromo a 1:500 250 ml Formol 25 ml Glicerina 5 ml • SAF (Ácido acético, Acetato de sódio e formol) Acetato de sódio 1,5 g Ácido acético 2,9 ml Formol 40% 4,0 ml Água destilada 92,5 ml 8 Fase analítica • Processamento e análise das amostras: • Escolha do método, execução e microscopia. Exame • Consistência das fezes, odor, presença de elementos anormais Macroscópico • Visualização de ovos ou larvas de helmintos, cistos, trofozoítos ou oocistos de protozoários Microscópico 9 Métodos Quantitativos • Contagem dos ovos nas fezes; • Avaliação da intensidade do parasitismo. Qualitativos • Presença das formas parasitárias, sem quantificá-las. 10 Escolha do Método • Alguns são mais gerais, outros mais específicos. • Métodos gerais: • Hoffman, Pons e Janer (HPJ); • Métodos de centrifugação. • Suspeita clínica. http://noblat.oglobo.globo.com/artigos/noticia/2017/04/o- diagnostico-e-clinico.html ? 11 Métodos Quantitativos • Kato-Katz; • Stoll- Hausheer Qualitativos • Exame direto com ou sem coloração; • Concentração por sedimentação espontânea, centrifugação, centrífugo-flutuação; • Exames baseados no hidrotropismo das larvas 12 Processos de enriquecimento Concentram formas parasitárias e eliminam parte dos detritos. 13 • Sedimentação Espontânea • Sedimentação por Centrifugação; • Flutuação Espontânea; • Centrífugo-flutuação; • Concentração de larvas de helmintos por migração ativa; • Concentrar ovos de helmintos através de filtração em tela metálica de náilon. Fase pós - analítica • Apresentação dos resultados; • Deve conter: • Parasita(s) encontrado(s) – Patogênicos ou não; • Forma parasitária observada; • Nome cientifico do parasito - Sempre que possível! • Método(s) executado(s); • Consistência das fezes; • Observação acerca do número de amostras colhidas; 14 15 Descrição dos Métodos 16 Exame Direto ou a Fresco • Não utiliza processo concentração; • Presentes em grande quantidades; • Indicações: • Pesquisa de ovos e larvas de helmintos • Cistos de protozoários; • Trofozoítos em fezes recém – emitidas; 17 • Sedimentação espontânea; • Muito utilizado; Indicações: • Pesquisa de ovos e larvas de helmintos; • Cistos de protozoários; • Oocistos maiores. 18 Método de Hoffman, Pons e Janer / Lutz Método de Hoffman, Pons e Janer / Lutz 2 g de fezes- Frasco borrel (5 ml de água) Triturar com bastão de vidro Filtrar - cálice cônico (200 ml) Completar o volume do cálice Repouso – 2 a 24 horas • Observação • Análise – objetivas de 10x e 40x 19 • Sedimentação por centrifugação • Muito utilizado; • Indicações: • Pesquisa de ovos e larvas de helmintos; • Cistos e oocistos de protozoários; 20 Método de MIFC ou de Blagg Método de MIFC ou de Blagg 1. Fezes – MIF : Homogeneiz ar 2. Filtrar p / um copo descartável 6. - Camada de detritos da parede 4. + 4 a 5 ml de éter sulfúrico e agitar. 7. Inverter o tubo. 8. solução salina/ lugol 5. Centrifugar (2.500 rpm)/ 1m 3. 1 a 2 ml - Tubo cônico de centrifugação (15 ml) 21 Método de MIFC ou de Blagg 22 Método de Faust • Centífugo – flutuação no sulfato de zinco; • Pesquisa de ovos leves, cistos e oocistos de protozoários; • Especialmente indicado para a pesquisa de cistos; 23 Método de Faust 1. Diluir 10g de fezes / 20 ml de água filtrada 2. Homogeneizar bem 3.Filtrar e transferir para um tubo de hemólise 4. Centrifugar por 1m a 2. 500 rpm 5. Desprezar o líquido sobrenadante e ressuspender com água; 6. Repetir as operações 4 e 5 até que o líquido fique claro. 24 25 7. Desprezar a água; 8. Ressuspender com solução de sulfato de zinco (33%, densidade de 1, 18 g/ mL.); 9. Centrifugar novamente a 2. 500 rpm durante 1 min; 10. Recolher a película com alça de platina Visualizar • Flutuação espontânea; • Ovos leves, em especial ancilostomídeos; • Não é indicado para pesquisa de cistos; • Pouco usado. 26 Método de Willis Método de Willis 1. Colocar 10 g de fezes em um frasco Borrel 2. Diluir as fezes em solução saturada de açúcar ou sal (NaCl). 3. Completar o volume até a boca do frasco. 27 4. Colocar na boca do frasco uma Lâmina, que deverá estar em contato com o líquido. 5. Deixar em repouso por 5 minutos. 6. Ao final desse tempo, retirar rapidamente a lâmina, voltando a parte molhada para cima. 7. Levar ao microscópio e examinar com objetiva de 10 e /ou 40x. O uso da lamínula é facultativo. 28 • Migração ativa das larvas; • Larvas de helmintos; • Indicados para o diagnóstico de Strongyloides stercoralis. 29 Método de Bearmann - Moraes Método de Bearmann - Moraes 30 1. 8 a 10 g de fezes gaze dobrada em quatro ou em uma peneira. 2. Transferir para um funil de vidro contendo um tubo de borracha conectado à extremidade inferior de sua haste. 3. Obliterar o tubo de borracha com uma pinça de Hoffman e adicionar, ao funil, água aquecida (45°C) em quantidade suficiente para entrar em contato com as fezes. 31 4. Deixar 1 hora em repouso. 5. Ao final desse tempo, coletar 5 a 7 ml da água em um tubo de centrífuga abrindo-se a pinça. 6. Centrifugar a 1.000 rpm por 1 minuto. 7. Coletar o sedimento sem desprezar o líquido sobrenadante e examinar ao microscópio (10x). 8. Caso larvas sejam detectadas, deverão ser coradas com lugol e observadas com a objetiva de 40x para identificação. • Migração ativa das larvas • Assim como oBaermann – Moraes, é indicado para a pesquisa de larvas de helmintos; • Strongyloides stercoralis 32 Método de Rugai Método de Rugai 1. Envolver as fezes com gaze formando uma trouxa; 2. Colocar esse material com abertura voltada para baixo em um cálice de sedimentação contendo água aquecida (45°C) ; 3. Deixar uma hora em repouso; 33 34 4. Coletar o sedimento no fundo do cálice com a ajuda de uma pipeta. 5. Examinar no microscópio com a objetiva de 10x. 6. Corar as larvas com lugol e observá-las com o maior aumento, para identificação. OBS: fezes frescas, formadas ou pastosas e coletadas no mesmo dia do exame; refrigeração diminui a sensibilidade; fezes diarreicas ou em conservante não se utiliza esse método. Método de Sheather • Flutuação no açúcar; • Pesquisa de oocistos de coccídeos; • Especialmente indicado para Cryptosporidium parvum e Cyclosora Cayetanensis 35 36 Método de Sheather 1. Misturar, em partes iguais, fezes e solução fisiológica de NaCl – Sal de cozinha. 2. Filtrar a suspensão em gaze dobrada em quatro partes. 3. Recolher o filtrado em um tubo de centrífuga, completando até a metade. 4. Completar o tubo com solução saturada de açúcar. 37 5. Cobrir o tubo com uma lamínula e fixa-lo com uma gominha. 6. Homogeneizar bem por agitação. 7. Caso necessário, completar o volume com solução saturada de açúcar até o líquido alcançar a borda do tubo. 8. Centrifugar por 5 minutos a 1500 rpm ou deixar em repouso durante 1 hora. 9. Retirar a lamínula, colocar sobre uma lâmina e examinar com a objetiva de 40x. • Método quantitativo; • Tamisação das fezes; • Tela permite a passagem dos ovos e retém detritos maiores; • Indicado para: • Pesquisa quantitativa de ovos de helmintos: • Ancilostomídeos, Hymenolepis sp. e Schistosoma mansoni 38 Método de Kato - Katz 39 a) Homogeneização b) Transferência para uma folha de tamisação, recolhendo o material tamisado com espátula; c) Transferência para um cartão perfurado disposto sobre uma lâmina; d) Retirada do cartão e encobrimento com lamínula de celofane previamente mergulhada em solução glicerinada de verde malaquita; e) Inversão da lâmina sobre superfície lise e compressão das fezes. 40 • Método de Henriksen e Pohlenz (Derivado de Ziehl-Neelsen) Usado para coloração de oocistos de coccídeos intestinais (Cryptosporidium parvum, Isospora belli e Cyclospora cayetanensis). Fezes frescas, em formol a 10% ou em SAF, pelo método de MIFC ou Sheather. 1. Preparar o esfregaço delgado com parte do material obtido após concentração; 2. Deixar à temperatura ambiente; 3. Fixar com álcool metílico por 5 minutos.; 4. Deixar secar à temperatura ambiente; 5. Corar com corante de Kinyoun (a frio), durante 1 hora; 41 6. Lavar com água corrente. 7. Diferenciar com solução aquosa de ácido sulfúrico a 2% (30 segundos a 1 minuto). 8. Lavar com água corrente. 9. Corar o fundo com verde - malaquita a 5% por 8 minutos. 10. Lavar com água corrente e secar. 11. Examinar com objetiva de imersão (100x). Observações: O formol a 10% em solução salina, preserva o parasito e destrói o seu poder patogênico; 42 • Método da Safranina Modificada Usado para coloração de oocitos de Cryptosporidium parvum, Isospora belli e Cyclospora cayetanesis. 1. Preparar um esfregaço delgado com parte do material obtido após concentração (Método de MIFC, com centrifugação por 8 a 10 minutos, ou método de Sheather). 2. Deixar secar à temperatura ambiente. 43 3. Mergulhar as lâminas em uma solução aquosa de safranina a 1% e aquecer no forno de micro-ondas (30s) 4. Lavar em água corrente por 30 segundos. 5. Mergulhar as lâminas em uma solução aquosa de safranina a 1% ou em solução aquosa de verde-malaquita, por 1 minuto. 6. Lavar em água corrente por 30 segundos e secar. 7. Montar com resina sintética. 44 Método de Graham (Fita Durex) Indicado para diagnóstico de Enterobius vermicularis e Taenia sp. 1. Fixar em uma lâmina 5 a 6 cm de fita adesiva transparente, colocando, nas duas extremidades, tiras de papel aproximadamente 4cm, que servirão de suporte para segurar e para identificação do material. 45 2. Destacar a fita lâmina e colocar sobre o fundo de um tubo de ensaio com o lado adesivo voltado para fora. 3. Abrir a prega anal do paciente e encostar, vária vezes, o lado adesivo da fita, na região perianal. 4. Distender a fita sobre uma lâmina de microscopia, com o lado adesivo voltado para baixo (como se fosse uma lamínula). 5. Examinar ao microscópio com a objetiva 10x. 46 47 48 Obrigada!
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