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1 Na sociedade atual existem diferentes tipos de mercados, como os de hortifrútis, de automóveis, de pedras preciosas, bancários, entre tantos outros. Em cada tipo de mercado, o comportamento dos com- pradores e vendedores variam, alguns são extremamente competitivos, outros são dominados por um pequeno número de empresas, ou até mesmo somente uma. A teoria microeconômica resume as estruturas de mercado em qua- tro modelos: a concorrência perfeita, o monopólio, o oligopólio e a con- corrência monopolística. Essas classificações facilitam o entendimento sobre o comportamento dos produtores e compradores. Capítulo 3 Análise das estruturas de mercado 2 Estratégias econômicas empresariais Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .O objetivo desse capítulo é demonstrar que as análises das estrutu- ras de mercado possibilitam compreender os efeitos da oferta e da de- manda, tanto para o mercado de bens e serviços, como para o mercado de fatores de produção. 1 Concorrência Perfeita Do ponto de vista dos produtos e serviços, conforme afirmado por Krugman (2014), a concorrência perfeita é uma situação que ocorre na economia na qual os participantes do mercado, tanto os produtores quanto os consumidores, são tomadores de preço e, portanto, não de- terminam individualmente os preços dos produtos. Em outras palavras, significa que as decisões de um produtor ou consumidor em particular não afetam isoladamente o preço de merca- do de um bem. Produtos agrícolas, como o trigo ou milho, são exemplos de concorrência perfeita, porque não existe um produtor ou comprador que dita os preços desses bens. Por outro lado, produtores manufatu- rados, mesmo utilizando essas matérias-primas, não se encontram em concorrência perfeita, como é o caso do setor de bolachas, ou cereais matinais, que sofrem influência dos maiores produtores de trigo e milho. Existem algumas premissas básicas para um mercado ser conside- rado como concorrência perfeita. Dentro de um setor deve-se ter dife- rentes produtores, e, todos sem participação significativa no mercado. Ou seja, sua parcela na produção total do setor não pode ser relevante, e não representa uma grande fração. Outra condição básica para esse tipo de mercado é que um setor só pode estar em concorrência perfeita se todos as mercadorias são equivalentes, do ponto de vista dos consu- midores. Ou seja, o comprador considera o produto desejado perfeita- mente substituível por um de outro produtor, e, assim pode-se dizer que o produto é padronizado, tal como o trigo. Portanto, para o comprador não importa qual fazendeiro irá vender o trigo, e ele pode rapidamente comprar do fazendeiro A ou B, quando bem entender (KRUGMAN, 2014). 3Análise das estruturas de mercado M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Por essa razão, um produtor não aumenta o preço do sua commodity, pois se o fizer os compradores irão adquirir o produto de outra fazenda de trigo, por um preço mais barato. Nesse caso, a influência particular de um produtor não é significativa, pois seu comportamento não alte- ra a oferta e demanda de uma parcela particular do setor (KRUGMAN, 2014; VASCONCELLOS, 2012). NA PRÁTICA Deve-se salientar que, na realidade, não existe um mercado totalmente de concorrência perfeita, mas sim exemplos próximos a esse modelo, como o de vendas de hortifrutigranjeiros (VASCONCELLOS, 2012). Outra característica da concorrência perfeita é a livre entrada e saída de novos produtores, indústrias, ou empresas em um dado setor. Nesse tipo de mercado o Governo não impõe sanções, restrições regulamen- tares à entrada e saída de novos participantes, nem tampouco existem custos extras em decorrência da saída de um produtor de um dado setor. IMPORTANTE Um mercado de concorrência perfeita deve obedecer às seguintes pre- missas: 1 - Muitos produtores com baixa participação no mercado do setor; 2 - Produção de um produto padronizado, assim os produtos são homo- gêneos, sem diferenças entre o ofertado pelas concorrentes; 3 - Livre entrada e saída de participantes, não existindo barreiras; 4 - Existência de transparência em relação às informações de preços e lucros das empresas, e dados são conhecidos pelos participantes do mercado (VASCONCELLOS, 2012). 4 Estratégias econômicas empresariais Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .Também é possível classificar o modelo de concorrência perfeita em relação aos fatores de produção (como, o capital, mão de obra, e tecno- logia), semelhante ao modelo de produtos e serviços. A oferta e deman- da desses fatores, na realidade, dependem da demanda e oferta dos produtos. Assim, a mercadoria produzida é que determinará o quanto será necessário dos fatores de produção para produzi-la. Por exemplo, para uma fábrica de sapatos criar dez mil calçados será necessária uma quantidade específica de couro, um número deter- minado de funcionários, de máquinas e dos demais fatores. Como con- sequência desse processo, a demanda e oferta dos fatores de produção são determinados de acordo com a procura e oferta do produtor, por esse motivo a demanda dos fatores é chamada de demanda derivada (KRUGMAN, 2014; VASCONCELLOS, 2015). NA PRÁTICA Em um mercado de automóveis, a fábrica de carros demanda uma certa quantidade de autopeças e máquinas, assim, esses fatores derivam da demanda de automóveis. Se houver um aumento da procura de veículos, crescerá também a de autopeças. Como a demanda de um fator depende da procura do produto final, quando a oferta do fator de produção é elevada, com uma quantidade abundante desse fator, existe a concorrência perfeita. Ou seja, quando existe um número grande de fornecedores, sem que um deles consiga determinar o preço de seus fatores isoladamente, e existe quantidade abundante desses fatores de produção no mercado, diz-se que o mode- lo é de concorrência perfeita. 5Análise das estruturas de mercado M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. 2 Monopólio Um outro tipo de mercado, diferente da concorrência perfeita, é o monopólio. Um produtor é classificado como monopolista a partir do momento que é o único a ofertar um bem específico, sem substituto próximo, e, ao mesmo tempo uma empresa monopolista é a detentora de um setor ou indústria em monopólio. No monopólio, uma única empresa afeta o preço de mercado, e essa empresa toma medidas estratégicas para definir o quanto produzir e a que preço ofertar. Como nesse mercado existe somente um produto ven- dido por um produtor, o bem não tem substituto no mercado, e por esse motivo essa empresa pode determinar seu preço. Atualmente, na maior parte dos países não é usual encontrar um modelo monopolista privado, isso ocorre para que os mercados não sejam dominados por empresas únicas. Existem obstáculos legais, regulamentações para evitar o surgi- mento de monopólios de mercado, e que são consolidadas nas chama- das leisantitruste (KRUGMAN, 2014; VASCONCELLOS, 2012). PARA SABER MAIS Patentes são monopólios temporários, por determinação do governo. Um inventor pode patentear seu produto novo, o que lhe dá o direito exclusivo de usar, fazer, ou vender sua invenção por um período deter- minado pela legislação local. De toda forma, em alguns países existem monopólios que possuem um papel relevante em setores específicos da economia, como é o caso da indústria farmacêutica nos Estados Unidos, ou o setor de diamantes, na África do Sul, ou setores públicos em diferentes países. O monopólio também pode ocorrer em relação aos fatores de pro- dução, nesse caso, a compra de um insumo é feita somente por um 6 Estratégias econômicas empresariais Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .comprador. Nesse modelo de mercado há somente um comprador, apesar de diferentes vendedores dos insumos (KRUGMAN, 2014; VASCONCELLOS, 2012). Um exemplo é quando uma empresa se ins- tala em uma cidade do interior, com pouco desenvolvimento, como a Usiminas, e por ser a única no setor, demanda um perfil de mão de obra local, abarcando muitas vezes trabalhadores de cidades vizinhas Em um mercado monopolista, a curva de demanda de um produtor individual é diferente de um mercado em concorrência perfeita, uma vez que esse último não tem poder de alterar sozinho o preço, sua curva sen- do horizontal. Já em monopólio, a curva é descendente, uma vez que quanto menor o preço, maior será quantidade demandada (figura abaixo). Figura 1 - Curvas de demanda em mercados de concorrência perfeita e monopolista Um produtor monopolista tem o poder de reduzir a quantidade de bem que ele vende e elevar o preço com o interesse de aumentar o lucro, e muitas vezes uma empresa compra as empresas concorrentes para se transformar em um monopólio e dominar o mercado de um dado se- tor. O governo fiscaliza constantemente esse tipo de prática, e o órgão Preço Quantidade Preço de mercado a) Curva de demanda de um produtor individual em concorrência perfeita Preço Quantidade b) Curva de demanda de um monopolista 7Análise das estruturas de mercado M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. responsável pela fiscalização das práticas de mercado das empresas no Brasil é o CADE, Conselho Administrativo de Defesa Econômica. O órgão é uma autarquia federal, vinculada ao Ministério da Justiça, e tem como missão zelar pela livre concorrência no mercado, e é a entidade responsável por investigar, decidir e garantir a livre concorrência entre as empresas no mercado brasileiro (CADE, 2020). NA PRÁTICA O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) deu aval para que a construtora e incorporadora Gafisa comprasse a incorporadora Upo, no Estado de São Paulo. O CADE avaliou que a compra não prejudi- caria a concorrência do setor já que a nova empresa ficaria com menos de 20% do setor em São Paulo (BASILE, 2020). Esta notícia é um exem- plo prático de um órgão regulamentador brasileiro que busca salvaguar- dar a concorrência entre as empresas no mercado brasileiro. Caso não haja barreiras à entrada de novos concorrentes em um mercado monopolista, outras empresas vão querer entrar no mesmo setor. Os obstáculos à novos concorrentes podem ser separados entre: controle de um insumo escasso, retornos crescentes de escala, tecnolo- gia diferenciada, externalidade de rede e barreiras governamentais. 2.1 Controle de insumo escasso Um monopolista que domina a produção ou fornecimento de um re- curso ou insumo essencial para um setor, tem o poder de barrar a entra- da de outras empresas no mercado. Isso foi o que ocorreu no mercado de diamantes na África do Sul, no qual o empresário Cecil Rhodes criou o “De Beers”, monopólio de minas de diamantes fornecedor de grande parte do minério para todo o mundo. Outro exemplo é o que aconte- ce em alguns países onde empresas produtoras de alumínio detém o 8 Estratégias econômicas empresariais Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .controle de todas minas de bauxita da região. Por controlar totalmente esta matéria-prima necessária para a produção do alumínio, passam, assim, a deter o monopólio deste produto (KRUGMAN, 2014). 2.2 Retornos crescentes de escala O monopólio que apresenta retornos crescentes de escala relevantes para o setor ou indústria é conhecido por monopólio natural. Muitos ser- viços públicos são exemplos desse tipo de monopólio, como por exem- plo, o fornecimento de gás, água e energia elétrica em muitas regiões. Quando a empresa opera com plantas industriais grandes, e, assim, com elevadas economias de escala, além de apresentarem custos uni- tários baixos, é possível ofertar preços reduzidos por seu produto, se assim o desejar, e atingir um nível elevado de vendas. Essa situação pode ser considerada uma grande barreira para a entrada de novos concorrentes, mantendo a situação de monopólio do produto ofertado (KRUGMAN, 2014; VASCONCELLOS, 2012). 2.3 Tecnologia diferenciada, e externalidade de rede Acontece quando uma empresa domina a tecnologia de um produto, tem vantagem produtiva sobre os concorrentes potenciais, e pode se estabelecer como um monopolista no mercado. É o exemplo da fabri- cante de chips Intel entre as décadas de 70 e 90. Nesta época, a em- presa manteve vantagem persistente, tanto no que tange a concepção dos produtos, como na produção de microprocessadores, que são os chips, matéria-prima primordial para que os computadores entrassem em funcionamento. Já quando existe externalidade de rede em setores de tecnologia ou de comunicação, por exemplo, também é possível que esse tipo de se- tor, com grande número de clientes torne-se monopolista. 9Análise das estruturas de mercado M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. 2.4 Barreiras governamentais Existem setores específicos que o Governo atua como monopólio estatal, como setores de segurança nacional e estratégicas, por exem- plo setores de petróleo, comunicação e energia. Nesse caso, os preços não são fixados pela concorrência interna e sim determinados pela ne- cessidade e interesse do Estado, como a Petrobrás, empresa brasileira de petróleo. Outro exemplo, é quando uma empresa autorizada pelo Governo distribui um produto, como a água para pessoas físicas e empresas em sua cidade, impondo barreiras à entrada de concorrentes, como por exemplo a SABESP (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). 3 Concorrência Monopolista O modelo de concorrência monopolista é caracterizado pelo número elevado de produtores que concorrem entre si; pelos produtos produzi- dos entre eles serem diferenciados e não idênticos; e pelo fato de não existirem barreiras para entrada e saída de empresas no setor. Em um setor nesse tipo de mercado, cada produtor tem capacidade de fixação de preços de seu produto, mas com limitação, pois existem outros pro- dutores que vendem bens próximos. Essemodelo é muito encontrado em setores de serviços, como nos restaurantes. Como por exemplo, uma cantina que oferece pratos de massa a seus clientes, pode determinar os preços, mas não tem total liberdade. Uma vez que, se colocar um preço muito elevado, ou fora do mercado de restaurantes, o cliente pode procurar outro local para fa- zer sua refeição, como por exemplo uma churrascaria mais barata. No entanto, o restaurante de massa tem um certo poder de aumentar seu preço, tentando obter mais lucro, pois as pessoas que querem comer 10 Estratégias econômicas empresariais Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .esse tipo de comida específica estarão dispostas a pagar um pouco mais pelo alimento diferenciado. A concorrência monopolista é um modelo intermediário entre a con- corrência perfeita e o monopólio. É interessante notar, que essas duas estruturas têm características opostas, mas um mercado em concor- rência monopolista integra características, tanto do monopólio, quanto da concorrência perfeita. Por exemplo, da concorrência perfeita a se- melhança está no número elevado de empresas, mas, no entanto com certo poder concorrencial, além das empresas produzirem bens subs- titutos próximos, diferenciados, na concorrência monopolista. Como por exemplo, bens com características físicas diferentes, ou com em- balagem diversas. Como característica do monopólio tem-se o poder de mercado das empresas. Na concorrência monopolista as empresas têm um certo poder de mercado, porém a margem de manobra para determinação dos preços não é muito grande, pois os produtos tem substitutos próximos no mercado. De toda forma, um setor em concorrência monopolística não é como um monopólio, pois existe concorrência entre os produtores. E também não é como um oligopólio, pois existem muitos rivais (KRUGMAN, 2014). Quando as empresas estão em concorrência monopolista, elas estão em um mercado competitivo, embora com um pequeno poder monopo- lista sobre o preço do produto. Pode-se citar o exemplo de Vasconcellos (2012) sobre o setor de serviços médicos, no qual existe um número elevado de diferentes profissionais em todas as áreas, mas, no entanto, os mais conceituados cobram valores mais elevados de consulta ou operação. Ou, quando um escritório de contabilidade mais renomado, cobra preços mais altos por seu trabalho, comparado com outros per- tencentes ao mesmo setor, com serviços semelhantes, mas com algu- mas diferenciações. Nesse exemplo, o escritório renomado tem poder de mercado para determinar um preço mais elevado. Outros exemplos que podemos citar é sobre uma praça de alimentação de um shopping 11Análise das estruturas de mercado M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. center com muitos restaurantes concorrentes, ou a quantidade elevada de hotéis em uma cidade turística. Outra característica desse mercado é que em setores em concor- rência monopolística, novos produtores de bens distintos, podem en- trar livremente no setor. Por exemplo, no caso da praça de alimentação, outros restaurantes podem ser abertos se acharem que terão lucro. Ou outros estabelecimentos sairão do mercado, se considerarem que os custos estão muito elevados. 4 Oligopólio Outro modelo de mercado comumente encontrado na economia é o oligopólio, que traz características da concorrência perfeita, porém com diferenciações. No oligopólio existem alguns vendedores concorrentes em um mesmo setor que ofertam o mesmo tipo de bem, diferente da concorrência perfeita, que o número de participantes é muito mais ele- vado. Isso ocorre no mercado financeiro brasileiro, com poucos bancos dominando o mercado. Ou o setor de refrigerantes gaseificados, no qual a Pepsi e Coca-Cola têm mais de 50% de participação no setor, venden- do produtos semelhantes, e substitutos entre si. Outro exemplo é o setor de aviação, com poucas companhias, que são responsáveis pela maior parte dos voos mundiais. No Brasil, por exemplo, esse mercado é dominado pela Gol e Latam, além de outras companhias menores, como Azul. Ressaltando, que a LATAM é a fusão da chilena LAN e TAM, brasileira, fato esse que reforçou o cenário de oligopólio na aviação. Não é, necessariamente, a existência de empresas grandes, que de- terminam o modelo oligopolista, mas sim a quantidade de concorrentes. Nesse mercado, as empresas apresentam retornos crescentes de esca- la e, quanto maior a proporção, maior a vantagem sobre os demais, uma vez que apresentam menores custos de produção. Os supermercados, 12 Estratégias econômicas empresariais Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .por exemplo, acabam dominando os mercados menores, pois conse- guem ter menores custo (KRUGMAN, 2014; VASCONCELLOS, 2015). PARA SABER MAIS Em uma empresa, quando a produção aumentar na mesma proporção que os insumos, há retornos constantes de escala. Se a produção ti- ver um aumento menor que o aumento proporcional dos insumos, se consolida retornos decrescentes de escala. Se a produção tiver um au- mento maior que a mudança proporcional dos insumos, haverá retornos crescentes de escala. Um modelo que pode ocorrer entre empresas oligopolistas é o cha- mado cartel, que é uma organização de produtores, empresas de um mesmo setor, que se reúnem para determinar a mesma política de preços e quantidades a serem adotados pelas as empresas. No Brasil e em outros países, esta prática é ilegal, e existem regulamentações para proibir a fixação de preço, por meio de acordos entre empresas. Isso significa que concorrentes não podem combinar suas estratégias comerciais em conjunto, pois a concorrência tem que ser garantida, e cada um deve adotar sua própria estratégia comercial. PARA SABER MAIS Outras práticas oligopolistas são o Modelo de Cournot, Modelo de Sta- ckelberg e Modelo de Bertrand (PINDYCK, RUBINFELD, 2010). Quando ocorre um oligopólio em relação à venda de insumos, e não de produto, o modelo é chamado de oligopsônio. Neste caso, poucas empresas compram um determinado insumo a ser vendido em um mercado com muitos vendedores. É o caso do setor de laticínios, que 13Análise das estruturas de mercado M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. fabrica queijo, ou derivados que contém poucas empresas que com- pram a maior parte do leite provenientes de diversos produtores rurais. Já a indústria automobilística, é oligopolista tanto no mercado de bens, quanto no lado de insumos, pois poucas empresas desse setor são res- ponsáveis pela compra de vários fornecedores de autopeças. 4.1 Teoria dos Jogos Com o objetivo de compreender como os oligopolistas atuam, os matemáticos e economistas desenvolveram uma área de estudo co- nhecida como teoria dos jogos, com muitas aplicações, que ultrapas- sam a economia, atingindo táticas na política, em estratégias militares, extrapolando para outras áreas do conhecimento. Essa teoria ajuda a entender as decisões e interaçõesentre empresas de um mesmo ramo, e de que forma podem atuar estrategicamente. Resumidamente, a te- oria dos jogos demonstra que o ganho de um indivíduo é afetado pela atitude dos demais. Essa teoria procura demonstrar que cada jogador tem um incentivo particular para não cumprir um acordo, independe do que o outro jo- gador faça, porque ele irá tomar uma atitude que beneficie ele próprio, sem pensar no malefício ao outro. A conclusão desse experimento é que quando os dois jogadores não cumprem um acordo, ambos ficam em situação pior do que se nenhum deles tivesse rompido o combina- do. Como afirma Krugman (2014, p. 351) A teoria dos jogos lida com qualquer situação em que a recompen- sa de qualquer um dos jogadores – o ganho – não depende apenas das próprias ações, mas também das de outros jogadores do jogo. No caso de empresas oligopolistas, o ganho é o lucro da empresa. Nos mercados oligopolistas as decisões econômicas das empresas podem afetar os resultados das demais empresas de um mesmo setor. Quando uma empresa adota estratégias de atuação, ela sabe que suas 14 Estratégias econômicas empresariais Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .escolhas impactarão nas outras empresas, e essas, por sua vez, tomarão atitudes que também afetarão todos os demais. Estas situações de inte- ração estratégica estão diretamente relacionadas com a teoria dos jogos. Quando, por exemplo consideramos um duopólio (somente duas empresas no mercado de um mesmo setor), cada empresa tem o seu lucro que depende da estratégia de seu concorrente, e vice-versa. As duas empresas, nesse caso, são interdependentes, o que significa dizer que a decisão de cada uma afeta o lucro da outra. Em outras palavras, ambas atuam no mercado como se fosse um “jogo” em que o lucro de cada jogador dependesse das suas próprias ações, e também das atitudes do outro jogador. O mesmo ocorre no caso de mais empresas em um oligopólio. No momento em que duas empresas, chamemos aqui de jogador, atuam para determinar o preço em um bem em um mercado, o jogador pode ter diferentes estratégias, considerando as possíveis atuações dos demais. Cada estratégia empresarial produzirá um resultado (payoff), que reunirá suas perdas ou ganhos, e que dependerá das ações estraté- gicas adotadas pelos demais jogadores. Para ilustrar um jogo, tomemos um cenário com dois jogadores, a empresa A e a empresa B, que têm duas estratégias, ou vender um bem a um preço alto ou vender a um preço baixo. Os resultados, os payoffs, deste jogo corresponderão à receita que cada empresa consegue alcan- çar em cada cenários. Considere o quadro a seguir, onde temos duas empresas, a empresa A que coloca um preço alto em seu produto, e a empresa B que opta por um preço mais baixo. Nessa situação, a empresa A perderá clientes e ganhará 0, enquanto sua concorrente ganhará 10. Agora, se considerar- mos outras situação, ambas vendem a preço baixo, nesse caso, as duas terão uma receita de 5. Por fim, se as duas optarem por um preço alto, os consumidores comprarão das duas, mas elas terão seus lucro dividi- dos, obtendo uma receita intermédia de, suponhamos neste caso, de 7. 15Análise das estruturas de mercado M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Os valores no quadro apresentam os resultados obtidos por cada uma das empresas quando escolhem dada estratégia, considerando a estra- tégia escolhida pela outra empresa. A estratégia ótima é aquela que ma- ximiza o payoff esperado do jogador (OSBORNE, 2003; GOMES, 2013). Quadro 1 – Payoffs Empresa B Preço baixo Preço alto Empresa A Preço alto (0, 10) (7, 7) Preço baixo (5, 5) (10, 0) Fonte: Adaptado de Gomes (2013). A Teoria dos Jogos foi ilustrada originalmente no que ficou conhe- cido como o Dilema dos Prisioneiros. Uma suposição sobre um crime que foi cometido por duas pessoas, como por exemplo, Dim e Jony, que foram presos e interrogados por um delegado de polícia. As provas existentes do crime são suficientes para prendê-los por cinco anos. No entanto, eles cometeram um crime mais grave, que poderia condená-los a 20 anos de prisão, mas, não há provas suficientes para acusá-los. A única forma da polícia comprovar esse crime mais grave, é cada um deles incriminar o outro (KRUGMAN, 2015). Com a intenção de conseguir a confissão, o investigador coloca cada suspeito em celas separadas sem possibilidade de se comunicarem, e faz o interrogatório separadamente afirmando para cada um as seguin- tes possibilidades (KRUGMAN, 2014): • Os dois não confessam o crime. Eles seriam presos por cinco anos; • Um deles confessa o crime, mas o outro não. Aquele que confes- sasse teria sua pena reduzida de cinco para dois anos, enquanto o parceiro teria sua pena aumentada para vinte anos; 16 Estratégias econômicas empresariais Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . • Ambos confessam o crime. Os dois seriam presos por quinze anos. A Figura abaixo mostra o ganho de cada um dos acusados, que de- pende da decisão de cada prisioneiro, se eles confessarem ou não, e esse exemplo demonstra que cada um age em seu próprio interesse, e ambos acabam confessando. Esta relação pode ser representada em uma matriz, como detalhado na figura seguir. Cada coluna corresponde a ação de um dos jogadores (prisioneiros), e as linhas representam a ação do outro. A matriz apresenta quatro caixas separadas por uma linha diagonal, e cada quadrado mostra o ganho dos dois jogadores que resulta em duas opções de cada um. Figura 2 - Dilema do Prisioneiro Fonte: Adaptado de Krugman (2014). Di m Dim Dim Dim Dim Jony Jony Jony Jony Jony Não confessa Não confessa Confessa Confessa recebe sentença de 5 anos recebe sentença de 20 anos recebe sentença de 5 anos recebe sentença de 2 anos recebe sentença de 15 anos recebe sentença de 20 anos recebe sentença de 2 anos recebe sentença de 15 anos 17Análise das estruturas de mercado M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Do ponto de vista de cada um dos acusados é melhor confessar, independentemente do que o outro diga. Se Jony não confessa, a con- fissão de Dim reduz sua sentença (de Jony) de 5 para 2 anos. Se Jony, por outro lado confessa, a confissão de Dim diminui sua pena (de Jony) de 20 para 15 anos. É do interesse de Jony confessar para qualquer resultado. E como o incentivo para ambos é o mesmo, é interesse de Dim também é confessar. Esse tipo de ação é chamado de estratégia dominante, que é a melhor ação adotada por um jogador, independente das ações do outro. É, assim, uma estratégia ótima para um jogador independente do que seu oponente possa fazer. Já, a decisão ótima de um jogador que depende das ações do outro jogador, não possui uma estratégia dominante (KRUGMAN, 2014; OSBORNE, 2003). No caso do dilema dos prisioneiros, a polícia apresenta as vantagens para ambos, de tal modo que confessar fosse a melhor ação, sendoessa a estratégia dominante para cada pessoa. Como os prisioneiros não podem fazer um acordo e combinarem o que irão dizer, Dim e Jony acabam agindo de forma que sua confissão acaba prejudicando o ou- tro. Quando cada prisioneiro age de forma racional em seu próprio inte- resse, ambos irão confessar, no entanto se os dois juntos não confes- sassem as penas deles seriam mais brandas. Esse exemplo, mostra que, quando cada uma das partes age racio- nalmente por interesse próprio, ambos irão confessar, mas caso ne- nhum deles assumisse o crime, ambos receberiam uma sentença mui- to mais branda. No entanto, cada jogador tem incentivo de agir de forma a prejudicar o outro, e quando ambos fazem essa escolha, os dois ficam em uma situação pior (KRUGMAN, 2014). Os dois prisioneiros atingem um equilíbrio no jogo a partir do momento que confessam. Neste pon- to, nenhum indivíduo tem qualquer incentivo para mudar sua ação, e o mesmo vale para outros equilíbrios na economia. 18 Estratégias econômicas empresariais Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .IMPORTANTE Segundo Krugman (2014, p. 356), “quando cada empresa tem um incen- tivo para trapacear, mas ambas ficam em situação pior quando trapa- ceiam, a situação é conhecida como dilema dos prisioneiros”. Na teoria dos jogos, o equilíbrio atingido em que cada jogador toma a atitude melhor para si próprio, dada a ação dos outros é chamado de Equilíbrio de Nash, em homenagem ao matemático e Prêmio Nobel John Nash, que elucidou essa teoria. Para essa situação de equilíbrio, os indivíduos não se preocupam com o que suas ações podem causar nos demais, por isso também é conhecido como equilíbrio não coope- rativo. Em outras palavras, um jogo com “n” participantes, e cada partici- pante adota uma estratégia que lhe traga o maior benefício. Se cada jogador não tiver como melhorar sua ação, dadas as atitu- des dos adversários, então as estratégias adotadas pelos participantes do jogo atingem um Equilíbrio de Nash. Essa situação é resultado da interação entre dois jogadores quando pelo menos um dos jogadores tem uma estratégia dominante, e nenhum deles pode melhorar o seu resultado, dada a estratégia do outro. Assim, cada estratégia é a me- lhor alternativa considerando a estratégia que o outro jogador optou. O equilíbrio de Nash é caracterizado por um equilíbrio não cooperativo, no qual cada um adota uma estratégia melhor para si, sem considerar o benefício aos demais (KRUGMAN, 2014; OSBORNE, 2013). Acompanhe agora a figura a seguir, onde duas empresas do ramo de extração de minério de ouro, a ADM e a Joia Rara estão na mesma situ- ação que os prisioneiros. Cada empresa está em melhor situação produ- zindo maior quantidade de seu produto, sem ser influenciada pela produ- ção de seu concorrente. Mas, se cada uma produzir 40 milhões de quilos, ambas ficarão em uma situação pior do que se produzissem 30 milhões de quilos, conforme o acordado. Tanto no caso dos criminosos como no 19Análise das estruturas de mercado M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. das duas empresas, a busca do interesse particular ou em minimizar o tempo de prisão ou em maximizar o lucro, prejudica os dois participantes. Figura 3 - Matriz de ganhos Fonte: Adaptado de Krugman (2014). O que se pode concluir do dilema de prisioneiros é que qualquer in- divíduo ou analogicamente, empresa nessa situação ficariam em me- lhor condição se fosse possível optar por uma estratégia cooperativa, como por exemplo Jimy e Dim poderiam ter combinado antes de não falarem nada, ou as empresas ADM e Jóia Rara poderiam ter feito um acordo combinando que não produziriam mais do que 30 milhões de quilos de ouro. Como, em geral, os países não permitem acordos de balizamento de quantidade ou preço de produto a ser ofertado no mercado, seja num AD M Jóia Rara Jóia Rara Jóia Rara Jóia Rara Jóia Rara ADM ADM ADM ADM Produz 30 milhões de quilos Produz 30 milhões de quilos Produz 40 milhões de quilos Produz 40 milhões de quilos tem lucro de $180 milhões tem lucro de $200 milhões tem lucro de $150 milhões tem lucro de $160 milhões tem lucro de $180 milhões tem lucro de $150 milhões tem lucro de $200 milhões tem lucro de $160 milhões 20 Estratégias econômicas empresariais Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .mercado oligopolista ou concorrencial. Por esse motivo, muitas vezes se observa como resultado de mercado, um equilíbrio não cooperativo. Considerações finais Existem várias estruturas ou formas de mercado e suas diferencia- ções dependem do número de empresas existentes no setor; se as fir- mas fabricam produtos diferenciados ou idênticos; e se existem barrei- ras ao ingresso e saída de empresas no mercado. Observa-se, portanto que há padrões diferentes de comportamento dos produtores nos mer- cados, em certos casos são muito competitivos, em outros tentam co- ordenar suas ações para dominarem o setor, e, outros ainda, onde não existe concorrência. Assim, os tipos de mercados podem ser separados em modelos de concorrência perfeita, oligopólio, monopólio e concor- rência monopolística. Em um mercado em concorrência perfeita, os consumidores e pro- dutores são tomadores de preço, ou seja, todos concorrem entre si e não tem poder de determinar o preço isoladamente. Existem um nú- mero elevado de empresas, e nenhuma delas tem participação muito relevante, e são livres para entrarem e saírem do setor, produzindo um produto padronizado, Outro modelo de mercado é o monopólio, no qual existe apenas uma única empresa, com poder para determinar preço e quantidade produ- zida e oferecida aos consumidores. Diferente da concorrência perfeita, este modelo apresenta barreiras de entrada de novas empresas. Já no oligopólio existem alguns produtores que concorrem entre si, e vendem o mesmo tipo de bem, mas nota-se que não necessariamente é um mer- cado de grandes empresas. As situações de interação estratégica estão diretamente relacionadas com a teoria dos jogos, que demonstra, por meio de um exemplo, que cada jogador, as empresas, em um oligopó- lio, tem um incentivo para agir, de maneira tal que beneficie ele próprio, 21Análise das estruturas de mercado M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. sem pensar no malefício ao outro. A conclusão desse experimento é que quando dois jogadores não cumprem um acordo, ambos ficam em situação pior do que se nenhum deles tivesse rompido, e no caso de empresas oligopolistas, o ganho é o lucro da empresa. Já o Equilíbrio de Nash é uma situação resultante da interação entre dois jogadores quando pelo menos um dos jogadores tem uma estratégia dominante, e nenhum deles pode melhorar o seu resultado, considerando a estratégia do outro. Entendendo que estratégia dominante, é a melhor ação ado- tada por um jogador/empresa, independente das ações do outro/outra. Por fim, o mercado de concorrência monopolista écaracterizado pelo alto número de vendedores que concorrem entre si, e os produtos produzidos são diferenciados, além de não existir barreiras para entrada e saída de empresas no setor. Referências BASILE, Juliano. Cade aprova compra da incorporadora Upcon pela Gafisa. Brasília: Globo, Valor Econômico. Fevereiro, 2020. Disponível em: https://valor. globo.com/empresas/noticia/2020/02/11/cade-aprova-compra-da-incorpora- dora-upcon-pela-gafisa.ghtml. Acesos em 20 fev 2020. CADE. Conselho Administrativo de Defesa Econômica. [s/d] Disponível em: http:// www.cade.gov.br/acesso-a-informacao/institucional. Acesso em 20fev 2020. KRUGMAN, P. Microeconomia. São Paulo: Atlas, 2014. E-book GOMES, Orlando. Teoria dos Jogos: Algumas Noções Elementares. ISCAL - Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Lisboa. 2013. OSBORNE, J. An Introduction to Game Theory by Martin. Oxford University Press, 2003. PINDYCK, Robert; RUBINFELD, Daniel. Microeconomia. São Paulo: Pearson Universidades, ed. 7, 2010. VASCONCELLOS, M. A. S. Economia Micro E Macro. São Paulo: Atlas, 2015. E-book https://repositorio.ipl.pt/browse?type=author&authority=b422b90b-cd3f-46b5-8aac-df83bad20d53 https://repositorio.ipl.pt/handle/10400.21/7 https://repositorio.ipl.pt/handle/10400.21/7 22 Estratégias econômicas empresariais Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo .VASCONCELLOS, M. A. S.; PINHO, D. B.; TONETO JR., R. Introdução à economia: São Paulo: Saraiva, 2012. Edição digital. _GoBack
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