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Microrganismos potencialmente patogênicos ao trato urinário masculino e feminino
UFMS
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Microrganismos potencialmente patogênicos ao TU masculino e feminino 1 Microrganismos potencialmente patogênicos ao TU masculino e feminino Imunidade do TU O TU superior é considerado ser um ambiente estéril, entretanto, tanto a uretra e a bexiga tem acesso ao meio ambiente e são suscetíveis a infecções. IMUNIDADE DO TU: Tecidos da mucosa e do epitélio → barreira passiva As células epiteliais secretam IL-6 e IL-8 em resposta à infecção bacteriana → recrutamento leucocitário + produção de peptídeos antimicrobianos Detecção de PAMPs por vários TLRs (LPS pelo TLR4) Atividade de PMNs + macrófagos → depuração de bactérias e células apoptóticas Antimicrobianos → defensinas, lactoferrina, lipocalina e proteína de Tamm-Horsfall (THP - produzida seletivamente pelas células do TU) → liberados na urina A THP se liga às fímbrias de bactérias patogênicas e impedem a fixação das bactérias às células epiteliais, aumentando a eliminação com a passagem da urina RI humoral + IgA → impede colonização bacteriana e provoca neutralização ITU DEFINIÇÃO → colonização bacteriana da ruina e infecção das estruturas do aparelho urinário, da uretra ao parênquima renal LOCALIZAÇÃO: ITU INFERIOR/BAIXA → cistites, uretrites, epididimites - acometimento da bexiga, uretra, próstata e epidídimo ITU SUPERIOR/ALTA → pielonefrite - acometimento dos rins COMPLEXIDADE: ITU NÃO COMPLICADA → mulher adulta, não gestante, TU sem alteração anatômica ITU COMPLICADA → localizações diferentes da bexiga e crianças, homens e gestantes CLASSIFICAÇÃO: INFECÇÃO AGUDA → caso sintomático inicial INFECÇÃO RECORRENTE → ≥3 episódios em um ano ou ≥2 episódios em 6 meses Contaminação FORMAÇÕES DE CONTAMINAÇÃO → via ascendente, hematogênica ou linfática Via ascendente ‼ Via ascendente é a principal (bactérias comensais do TGI): colonização do períneo → mucosa vaginal ou prepúcio → uretra distal → ascensão para a bexiga → adesão → pielonefrite Relaciona-se a particularidades anatômicas e funcionais do TU. VIRULÊNCIA BACTERIANA: Aderência mediada por fímbrias (fixação) Produção de toxinas (hemolisinas e proteases) Quebra da barreira endotelial Invasão tecidual Microrganismos potencialmente patogênicos ao TU masculino e feminino 2 Formação de biofilmes (maior sobrevivência e resistência a antibióticos) FATORES DO HOSPEDEIRO: MECANISMOS DE DEFESA → lactobacilos, fluxo urinário, alta de ureia, dilatação urinária, proteína THP = dificultam a invasão tecidual FATORES PREDISPONENTES → uso prévio de antibióticos, disfunção anatômica (cistocele, enterocele), tamanho da uretra e proximidade ao ânus (ITU predominante em mulheres), baixa ingesta hídrica, retardar demasiadamente a micção, gestação, DM, histórico familiar de ITU Cistite DEFINIÇÃO → inflamação comum da bexiga em mulheres (TU baixo) SINTOMAS → disúria, dor e urgência miccional, polaciúria, dor suprapúbica e piúria Em ambos os sexos, a maioria dos casos é de infecção por E. coli (gram -), que pode ser identificada por cultivo em meios diferenciais como ágar de MacConkey, e Staphylococcus saprophyticus, gram + e coagulase-negativo. Outras bactérias (gram -) → enterobactérias do TGI (Proteus sp, Enterobacter, Klebsiella pneumoniae, Pseudomonas aeruginosa) Como regra geral, uma amostra de urina com >100 unidades formadoras de colônia (CFUs - colony forming units) por mL de patógenos potenciais (como coliformes) de uma paciente com cistite é considerada significativa. O diagnóstico também deve incluir um teste de urina positivo para esterase leucocitária (LE - leukocyte esterase), uma enzima produzida por neutrófilos (para combater infecção), que indica uma infecção ativa. obs.: identificação de glóbulos brancos e eritrócitos na ME = alta sensibilidade e alta especificidade Microrganismos potencialmente patogênicos ao TU masculino e feminino 3 Pielonefrite Invasão microbiana do parênquima e pelve renal. Em 25% dos casos não tratados, a cistite pode progredir para pielonefrite, uma inflamação de 1 ou ambos os rins. SINTOMAS: TRÍASE CLÁSSICA DA PIELONEFRITE = febre, calafrios e dor lombar Náuseas, vômitos, polaciúria, disúria e adinamia (fraqueza muscular após infecção prolongada) A pielonefrite, geralmente, resulta em bacteremia. Culturas sanguíneas e uma coloração de gram da urina para bactérias são úteis no diagnóstico. Uma amostra de urina contendo >10.000 CFUs/mL e um teste de LE + indicam pielonefrite. Se a pielonefrite se tornar crônica, lesão tecidual se forma nos rins e bloqueia gravemente sua função. A pielonefrite é uma condição potencialmente letal e o tratamento é orientado pela urocultura. Sempre solicitar urocultura e iniciar terapia de imediato. ITU em gestantes Ocorre em 7% das gestantes. Ocorre por conta do relaxamento do m. liso e diltação uretral. Risco aumentado de parto prematuro, baixo peso e mortalidade Screening para bacteriuria assintomática e rescreening ITU em homens Sempre considerar como ITU complicada. No DX, considerar IST, orquite e epididimite Avaliação prostática s/n Bactéria assintomática Presença de bactérias na urina em paciente sem sintomas de ITU MULHER → 2 uroculturas com 10a5 UFC da mesma bactéria HOMEM → 1 urocultura com 10a5 UFC da mesma bactéria TRATAMENTO → somente para gestantes e procedimentos urológicos NÃO TRATAR → mulheres, diabéticos, idosos, pacientes com lesão da ME, institucionalizados e cateterizados - somente acompanhar Avaliação da urina Microrganismos potencialmente patogênicos ao TU masculino e feminino 4 COLETA DO MATERIAL → EAS (elementos anormais do sedimento) Urina tipo 1 Fazer limpeza da região, colher o jato médio e levar imediatamente ao laboratório (não colocar na geladeira) AVALIAR → pesquisa de piúria, hematúria, piocitários, pH, nitrito, estearase e bacteriúria Avaliação piúria ou leucocitária MÉTODOS DIRETOS → sedimentoscopia a fresco; >10 piócitos por campo (S=65% e E=80%) Falsos + = nifrolitíase, nefrite, trauma e febre Falsos - = leucopenia, drogas imunossupressoras e bacteriúria assintomática MÉTODOS INDIRETOS → teste da estearase leucocitária (pode ser falso + por infecção por Trichomonas, doenças estreptocócicas, doença de Kawasaki e exercícios intensos) Avaliação da hematúria Microscópica e eventualmente macroscópica (comum em cistite) Presença de cilindros piocitários Pielonefrite Teste do nitrito Para gram - entéricos (exceto Pseudomonas aeruginosa), possuem a enzima nitrato redutase (nitrato → nitrito) Parte 1 da avaliação COR → urina saudável tem coloração entre amarelo citrino e ouro (associar a outros achados) ‼ Microrganismos potencialmente patogênicos ao TU masculino e feminino 5 ODOR → cheiros mais fortes podem estar relacionados com infecções urinárias, liberação de glicose em excesso ou outras substâncias na urina TRANSPARÊNCIA/ASPECTO → urina saudável não contém sangue, pus, ou espuma Urina com excesso de espuma → proteinúria Urina leitosa → presença de leucócitos/pus ou cristais de fosfato ou uso de propofol Urina com odor forte → alta concentração de urina Urina com jato muito fraco → doença de próstata (hiperplasia benigna) Parte 3 - análise bioquímica Após a 1° etapa, é feita a análise bioquímica. Mergulhar na urina por 10s. São observado fatores como leucócitos, pH, densidade, glicose, presença de proteínas, presença de bilirrubinas etc. PRESENÇA DE: Leucócitos (>10000 ou >5 por campo) → infecção Nitrito → infecção (P. aeruginosa não da +) Urobilinogênio (ausente) → doença hepática; avaliar com bilirrubina Bilirrubina → níveis sanguíneos >1,5; problema hepático Proteína → lesão glomerular; nefropatia por IgA; atividade física em excesso; estresse; desidratação; febre; AINEs; DM etc pH → 5,5-7 (>7 = infecção e dieta cítrica ou pouco proteica; <5,5 = acidose sanguínea ou tubular) Hemoglobina → hemólise Eritrócitos (>10000 ou íntegros) → hematúria (infecções, cálculos, glomerulonefrite, lesão) Corpos cetônicos → metabolização de gorduras (DM, jejum prolongado, dieta restrita,