Buscar

Aula 3 -Comprimidos (1)

Prévia do material em texto

Formas farmacêuticas sólidas: comprimidos
Prof. Ms. Leandro Giorgetti
1
CONCEITOS
DEFINIÇÃO
Preparações sólidas obtidas pela compressão de partículas, destinadas à via oral.
Ação sistêmica (e local?)
Ampla variedade: desintegração no intestino, na boca (orodispersíveis), dispersão prévia em água (efervescentes)...
CONCEITOS
IMPORTÂNCIA
São administrados por via oral  comodidade e segurança;
Maior estabilidade em relação a formas líquidas;
Teor: variabilidade baixa entre unidades;
Produzidos em larga escala por equipamentos automatizados;
CONCEITOS
COMO FORMULAR?
Uma boa formulação de comprimidos deve levar em conta diversas características:
Qual a finalidade do comprimido (liberação imediata, liberação controlada, efervescente, sublingual, etc)
Quais são as características do fármaco??  PRÉ-FORMULAÇÃO (solubilidade, SCB); polimorfismo e tamanho de partícula
Comportamento dos excipientes  fluxo de pó, compressibilidade
DETERMINA O PROCESSO
CONCEITOS
Fluxo / compressibilidade
É possível inferir o fluxo e a compressibilidade de uma mistura de pós através de sua densidade aparente (bulk) e compactada (tapped).
HAUSNER
CARR
Fluxo / compressibilidade
Etapa 1: 250 batidas
Etapa 2: 500 batidas até não haver variação de volume.
Baixo fluxo
Alto fluxo
D = m / v
TAP DENSITY
NOVO VOLUME = VOLUME COMPACTADO
BAIXA COMPRESSIBILIDADE, FLUXO POBRE
ALTA COMPRESSIBILIDADE, FLUXO BOM
DENSIDADE APARENTE = densidade obtida pela divisão da massa conhecida da mistura pelo volume que ela ocupa espontaneamente na proveta
DENSIDADE COMPACTADA = densidade obtida pela divisão da massa conhecida da mistura pelo volume COMPACTADO da mistura, após sucessivas batidas no equipamento TAP DENSITY.
ÂNGULO DE REPOUSO  quanto menor o ângulo, maior o fluxo
Fluxo / compressibilidade
Fluxo / compressibilidade
MISTURA DE PÓS
FLUXO
BOM
COMPRESSÃO
RUIM
GRANULAÇÃO
“compressão direta”
“compressão via úmida”
MAIS VANTAJOSO???
Principais excipientes
Diluentes ou materiais de enchimento: conferem volume aos comprimidos, fazendo com que tenham dimensões aceitáveis.
CELULOSE MICROCRISTALINA 102  perfeita para compressão direta.
Fosfato de cálcio
Manitol e sorbitol
Lactose (spray-dried)
Principais excipientes
Vantagens da celulose microcristalina
Inerte com a maioria dos fármacos
É estável frente à umidade
Biocompatível
Propriedades de fluxo e compressibilidade excelentes
Gosto aceitável
Custo-benefício vantajoso.
Granulação úmida
Compressão direta
Mesma quantidade de diluente
celulose
comprimido
Fosfato de cálcio
LACTOSE MONOIDRATADA  fluxo muito ruim, usada em granulação úmida
LACTOSE MODIFICADA PARA COMPRESSÃO DIRETA  previamente granulada (spray dried)
Principais excipientes
Desintegrantes : garante que o comprimido, quando em contato com meio aquoso, se desfaça em partículas cada vez menores.
Crospovidona e Croscarmelose (1%)
Amidoglicolato de sódio
Amido de milho (desuso...)
Fármacos pouco solúvel: Concentração máxima: 5%
Vídeo  
SUPERDESINTEGRANTES
Principais excipientes
Aglutinantes : empregados somente em granulação, tem a função de aglomerar as partículas que possuem baixo fluxo.
Polivinilpirrolidona (solução 10%)
Hidroxipropilmetilcelulose (baixas quantidades)
Polietileglicol
Gelatina em solução
Ver aula de granulação!!
Principais excipientes
Deslizantes e lubrificantes : utilizados para aumentar o fluxo e diminuir a fricção das partículas com os componentes da máquina.
Deslizantes: dióxido de silício coloidal (Aerosil®) e talco (máx: 1%)
Lubrificantes: estearato de magnésio, ácido esteárico (máx: 1%)
Se aumentam o fluxo, por que não aumentar a quantidade na formulação????
Principais excipientes
A adição contínua de aerosil não melhora a fluidez. Essa propriedade depende mais do pó do que do excipiente.
Estearato de magnésio e derivados são altamente hidrofóbicos (gorduras). Altas quantidades na formulação IMPERMEABILIZAM o comprimido, dificultando a desintegração e a dissolução.
Aerosil® 200
Pensando a fórmula
ETAPA 1: Dose do fármaco e peso do comprimido
Peso (mg)
Diâmetro (mm)
Dose anlodipino = 10 mg
Peso médio = 60 - 100 mg
20
Pensando a fórmula
ETAPA 1: Distribuir a quantidade de excipientes considerando UMA UNIDADE
Anlodipino (fármaco) .............................................. 10 mg (10%)
Total fórmula .......................................................... 100 mg
Crospovidona (1%) ............................................ 1 mg
Aerosil (1%) ................................................... 1 mg
Estearato de Mg (1%) ............................................ 1 mg
Celulose 102 ................................................................ 87 mg
Compressão direta ou granulação úmida??
21
Pensando a fórmula
ETAPA 1: Distribuir a quantidade de excipientes O LOTE INTEIRO
Anlodipino (fármaco) 10% ................................. 1000 g 
Total fórmula .......................................................... 10.000 g
Desintegrante (1%) .......................................... 100 g
Deslizante (1%) ............................................ 100 g
Lubrificante (1%) ............................................ 100 g
Diluente ................................................................ 8700 g
22
1) TAMISAÇÃO DOS PÓS (0,83 mm)  necessária para quebrar partículas aglomeradas. 
Pó padronizado quanto à distribuição de tamanho de partícula
Processo de compressão
Tamisação dos componentes (quebra de partículas agregadas)
Mistura dos pós (misturador em V)
24
Processo de compressão
Máquina de comprimir
FERRAMENTAL
Punções inferiores e superiores; matrizes
25
Enchimento da matriz
Ajuste do peso (regular a altura da punção inferior; elevar = diminuir peso; abaixar = aumentar peso)
Ajuste da dureza (regular a altura da punção superior; elevar = diminui dureza; abaixar = aumenta dureza)
Processo de compressão
28
Processo de compressão
VÍDEO – ETAPAS DA COMPRESSÃO
29
Processo de compressão
VARIEDADE DE FORMAS E TAMANHOS!!
Problemas na compressão
CAPPING
Separação horizontal da porção superior ou inferior do comprimido
Causas: pouco lubrificante ou mistura muito seca; matrizes mal polidas ou punções muito côncavas
FALTA DE LUBRIFICANTE  comprimido se despedaça na própria matriz e punção  punção fica suja
Problemas na compressão
LAMINAÇÃO
Separação horizontal do comprimido em duas ou mais camadas
Causas: pouco lubrificante ou mistura muito seca; máquina em alta velocidade
Problemas na compressão
CRACKING
Quando ejetados, os comprimidos apresentam rachaduras na superfícies
Causas: grânulos de maior tamanho e muito secos, alta força de ejeção
Problemas na compressão
CHIPPING
Quando ejetados, os comprimidos apresentam desgaste nas laterais e nas superfícies
Causas: dureza baixa, pouca lubrificação, grânulos muito secos; punções irregulares ou muito côncavas

Continue navegando