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Liderança: suas raízes e seu desenvolvimento Nesta unidade conheceremos as teorias tradicionais e modernas sobre o processo de liderança e sua relevância para o sucesso organizacional. Apresentaremos as principais estratégias de liderança nas organizações para que você seja capaz de escolher como agir enquanto gestor de pessoas e desenvolvedor de lideranças frente às diversas situações organizacionais. Objetivo Ao final desta unidade, você deverá ser capaz de: • Analisar as principais teorias e práticas de liderança na organização. Conteúdo Programático Esta unidade está organizada de acordo com os seguintes temas: • Tema 1 - O conceito de liderança • Tema 2 - As teorias tradicionais e modernas sobre liderança • Tema 3 - Liderando para o futuro Clique na imagem para visualizar o vídeo. O Monge e o Macaco, curta- metragem em animação, de Brendan Carroll e Francesco Giroldini, nos mostra alguns dos temas que veremos nesta Unidade que se inicia: as atitudes de liderança, as estratégias para desenvolver, avaliar, testar e direcionar seus liderados para alcance de objetivos propostos e a justica, ou seja, a meritocracia como reconhecimento. Vamos começar? https://www.youtube.com/watch?v=0twYQY7H7nU Tema 1 Os conceitos de liderança A liderança é nata ou adquirida? Para iniciarmos este tema, proponho a seguinte atividade: Em uma folha de papel, responda a seguinte pergunta: Quais são os pontos fortes do seu líder atual, do melhor líder que esteve subordinado em sua vida profissional e/ou de alguém que você julgue um exemplo de liderança? Respondeu? Agora, olhe para as suas respostas e se pergunte: Você possui esses atributos que julga importantes para um líder? Talvez sim, talvez não e talvez possua alguns deles! Que tal um exercício de autoavaliação de atributos de liderança? Na mesma folha de papel, assinale os seus pontos fortes e suas necessidades de melhoria para ser um líder positivo segundo o perfil que você definiu. Em que condição você está? Será que está preparado para assumir a liderança de uma equipe? Será que o seu perfil de liderança agradaria aos seus subordinados? Será que você conseguiria alavancar bons resultados para a empresa por meio de seus liderados? Este exercício pode nos evidenciar uma questão importante para avaliarmos sobre o conceito de liderança, tema de nossa aula. Cada um de nós define o que significa ser uma liderança positiva, atribuindo qualidades para aqueles que nos direcionarão em nossas carreiras de acordo com as nossas referências e preferências pessoais. Isso não quer dizer que não exista um conceito geral para liderança. Robbins (2010, p.357) define liderança como a “capacidade de influenciar um conjunto de pessoas para alcançar metas e objetivos”. Cortella (p.9) nos mostra que “enquanto a chefia é caracterizada pelo poder de mando sustentado pela posição que a pessoa ocupa em determinada hierarquia (na família, na empresa, na escola etc.), a liderança é uma autoridade que se constrói pelo exemplo, pela admiração, pelo respeito.” Logo, nas organizações, teremos chefes e líderes. A autoridade dos gestores pode ser formal ou informal. Formal Informal A formal é aquela que se caracteriza por um cargo de gestão na organização que garante autoridade para com os seus liderados e processos. A informal implica na capacidade que algumas pessoas têm de influenciar os outros fora da formalidade da estrutura organizacional, ou seja, independente de cargo e subordinação. Cabe a pergunta: A autoridade formal garante uma liderança eficaz? Devemos compreender que o fato de a empresa conferir um cargo de autoridade formal numa organização, não há a garantia de que este gestor será eficaz. Não é o cargo, a formalidade, que faz a eficácia da liderança, mas a capacidade do indivíduo que assume um cargo de liderança de influenciar a sua equipe de forma que as pessoas consigam alcançar os resultados esperados. Curiosidade Um ponto muito importante a ser abordado é o fato de que aqui estamos nos referindo a influencias positivas, ou seja, a capacidade de influenciar para o bem. Esta é a liderança que interessa às organizações. Mas não podemos deixar de abordar o fato de que a história nos mostra que a liderança para o mal também existe, ou seja, a capacidade de influenciar pessoas para agirem para o mal. Um exemplo é a liderança negativa de Adolf Hitler. Suas teses racistas e antissemitas, no período em que esteve no poder na Alemanha e liderou o Holocausto, levaram à morte de aproximadamente 11 milhões de pessoas que pertenciam a grupos minoritários e indesejados para ele, tais como: judeus, ciganos, homossexuais etc. Felizmente, temos grandes nomes na história do mundo cuja liderança foi positiva e transformadora. Mahatma Gandhi, “liderou o Movimento pela Independência da Índia e exerceu o papel de conscientizador da sociedade hindu e muçulmana na luta pacífica pela independência indiana, baseada no uso da não violência. O uso da não violência baseava-se no uso da desobediência civil. Usava o jejum frequentemente como estratégia política e forma de protesto. Uma de suas mais eficientes ações foi a marcha do sal, conhecida como Marcha Dândi, que começou em 12 de março de 1930 e terminou em 5 de abril, quando Gandhi levou milhares de pessoas ao mar a fim de coletarem seu próprio sal em vez de pagar a taxa prevista sobre o sal comprado. Em 8 de maio de 1933, Gandhi começou um jejum que duraria 21 dias em protesto à opressão britânica contra a Índia. Em Bombaim, no dia 3 de março de 1939, jejuou novamente em protesto às regras autoritárias e autocráticas para a Índia. Ao longo de sua vida, as atividades de Gandhi atraíram todo tipo de comentário e opinião. Sobre Gandhi, Albert Einstein escreveu que ‘as gerações por vir terão dificuldade em acreditar que um homem como este realmente existiu e caminhou sobre a Terra.’” Como nos apresenta Menegon (2012, p. 82), o conceito de liderança valorizado nas organizações está atrelado ao conceito de confiança que reúne cinco dimensões básicas: integridade, competência, lealdade, consistência e abertura. Integridade: Um líder íntegro é aquele cujas atitudes condizem com as teorias que prega e pratica, agindo sob os princípios de boa conduta, honestidade, ética e confiabilidade. Muito diferente do líder da charge ao lado. Competência: Considera-se importante que a liderança de uma equipe possua as competências técnicas e comportamentais para a gestão de seu processo. Os liderados confiam em líderes que podem lhes oferecer suporte técnico e emocional para a execução de seu trabalho. O líder que alimenta e mostra o caminho. Consistência: Um líder consistente demonstra segurança e capacidade de julgamento correto. Consegue prever cenários e suas atitudes são consistentes, embasadas. Lealdade: Um líder leal tem como característica a disposição para proteger e defender seus liderados. Exatamente o contrário do líder de nossa charge que coloca os seus interesses pessoais (e escusos) em primeiro lugar. Abertura: É necessário que os líderes sejam confiáveis e cumpram suas promessas. Uma vez quebrada a confiança, dificilmente esta será recuperada. Líderes confiáveis impulsionam para a ação. O curta-metragem emocionante "Cuerdas" (Cordas), de Pedro Solís Garcia, nos fala sobre inspiração, confiança, determinação, entrega, apoio, ou seja, todas as características fundamentais de liderança que fazem a diferença em qualquer lugar e momento, e são capazes de grandes transformações. Robbins (2010) nos mostra que “as empresas precisam de líderes que desafiem o status quo, criemvisões de futuro e sejam capazes de inspirar os membros da organização a querer realizar essas visões. Também precisam de gestores capazes de elaborar planos detalhados, criar estruturas eficientes e gerenciar as operações do dia a dia”. https://www.youtube.com/watch?v=4INwx_tmTKw Tema 2 As teorias tradicionais e modernas sobre liderança Quais as relações existentes entre as teorias clássicas e as teorias modernas de liderança? Nesta aula, conheceremos as teorias tradicionais e modernas de liderança. Para dar início a esta aula, sugerimos que assista ao vídeo “8 habilidades que você precisa desenvolver para gerenciar”, onde são abordadas as principais habilidades de um líder nos tempos atuais. Lembrando sempre que quanto maior for o cenário de crise, maior será a necessidade de uma liderança que inspire. E quais são as teorias que embasam esse conceito? Vamos conhecê-las? Robbins (2010) e Menegon (2012) nos apresentam as seguintes teorias: 1. Teoria dos Traços de Liderança Os estudos e pesquisas dos traços de liderança surgiram na década de 60. Quais são as características e qualidades que caracterizam uma liderança? Esta é a pergunta que move a teoria. Um modelo que se destaca na análise fatorial é o chamado Cinco Grandes Fatores (CGF), conhecido também como “BIG FIVE”. Esses fatores foram definidos por diferentes pesquisadores em estudos independentes. O indivíduo é representado por cada um desses fatores, com mais ou menos intensidade, determinando uma expressão de sua personalidade e uma constância nas respostas comportamentais. https://www.youtube.com/watch?v=jKlHQdTlJKo https://www.youtube.com/watch?v=jKlHQdTlJKo Extroversão = representa a intensidade da interação social do indivíduo com o outro, com o meio = extrovertido X reservado. Socialização = representa a qualidade da interação social do indivíduo com o outro, com o meio = generoso X vingativo. Realização = representa a persistência e a motivação para alcançar objetivos = perseverante X negligente. Neuroticismo (estabilidade emocional) = seguro X inseguro. Abertura para novas experiências = representa o apreço a vivenciar novas experiências = criativo X convencional. Esse modelo é adotado como referência para pesquisas científicas de diagnóstico de diversos grupos de diferentes contextos sociais, tais como: educação, saúde, organização etc. Esse estudo também é utilizado para desenvolvimento de perfis de lideranças nas organizações. Para Robbins (2010), de modo geral, a teoria é interessante. “Os líderes que gostam de estar rodeados por pessoas, que são assertivos (extrovertidos), disciplinados e que conseguem manter os compromissos que assumem (conscienciosos), além de serem criativos e flexíveis (abertos a mudanças), realmente parecem levar vantagem quando a questão é liderança, sugerindo que os líderes eficazes de fato possuem alguns traços em comum.” 2. Teoria comportamental A liderança é um atributo da pessoa? Deve ser vista apenas como uma habilidade pessoal e não pode ser desenvolvida? Para esta teoria, o comportamento humano é resultado dos estímulos advindos do meio, reforçadores ou aversivos. Sendo assim, as teorias comportamentais afirmam que a competência de liderança pode ser desenvolvida através de treinamento. Em consultoria de recursos humanos na área de Educação Corporativa, somos comumente convidados a ministrar cursos, palestras e treinamentos para desenvolver as lideranças de diversas organizações. Nessas iniciativas, abordamos as temáticas e aplicamos exercícios para desenvolver as habilidades de liderança nos gestores organizacionais. Existe uma grande preocupação nas empresas em desenvolver seus gestores como líderes, acreditando ser esta uma condição para o alcance do sucesso organizacional. Abaixo, segue a ementa de um curso de liderança desenvolvido para uma Rede de Hospitais na cidade do Rio de Janeiro. O papel da liderança Habilidades práticas para o relacionamento e condução de pessoas e equipes. Objetivos • Desenvolver a liderança como gestor de pessoas e equipes com a aplicação de conceitos e técnicas. • Melhorar a qualidade do relacionamento entre líderes e subordinados. • Desenvolver a capacidade de aumento de produtividade da sua equipe por meio de instrumentos como: motivação, habilidades na comunicação, relacionamento interpessoal e desenvolvimento de competências. • Demonstrar a importância do trabalho em equipe para atingir a sinergia organizacional, conduzir e formar times vencedores. • Aprender como o líder pode gerenciar de forma proativa as mudanças geradas em momentos de crises. Público-alvo Lideranças da Rede de Hospital. • Gerentes • Engenheiro • Supervisor • Chefia de enfermagem • Enfermeiro • Fisioterapeuta • Farmacêutico • Nutricionista • Atendimento • Médico Conteúdo programático / Ementa do curso • Definindo os atributos do líder. • Competências de liderança. • A liderança, a comunicação e o feedback. • A comunicação positiva e assertiva como ferramenta de orientação no trabalho: a chave do entendimento. • A importância do feedback como fatores motivacionais da liderança. • O passo a passo do feedback motivacional, positivo e de redirecionamento. • Uso do feedback para elaboração do plano de desenvolvimento individual. • A liderança e o trabalho em equipe. • Espírito de equipe: sintonia das energias. • Características das equipes de sucesso: teamwork. • O comprometimento de todos nos objetivos da empresa: visão compartilhada • Sistema de acompanhamento e orientação (como desenvolver os potenciais de cada um na equipe): avaliação de metas e resultados. • A liderança e a motivação. • O perfil do líder motivador que sabe dinamizar equipes. • Delegação – ferramenta essencial na organização e motivação da equipe. • Uso dos recursos da inteligência emocional aplicados no trabalho: o líder controlador do seu próprio fluxo emocional enfrentando e vencendo crises e estresse. • Negociação – potencializando a assertividade no processo de solução de conflitos. • As práticas de liderança: para desenvolvimento de pessoas (competências). • O líder coach (coaching) • O líder counsel (counseling) • O líder mentor (mentoring) • O líder tutor (tutoria) Carga horária 04 h/a Estratégia pedagógica Curso teórico e prático, com apresentação interativa, exercícios reflexivos individuais e em grupo, jogos, apresentação de cenas de filmes e dinâmicas de grupo. 3. Teorias contingenciais Essas teorias demonstram que as diversas situações organizacionais demandam estilos de lideranças distintos. O modelo de contingência de Fiedler Esta teoria propõe que cada líder tem um estilo de liderança. Neste sentido, a eficácia da gestão dependeria do estilo do líder estar adequado às exigências que as situações impõem. Para Fiedler, a empresa deve alocar o gestor às situações nas quais ele se sai melhor. Como ele afirma que o estilo de liderança é fixo, de acordo com Fiedler, existem apenas duas alternativas para melhorar a eficácia da gestão: 1. Dependendo da situação e do líder que deve encaminhá-la, será necessário substituir o líder. 2. Ou modificar a situação para adequá-la ao líder, como por exemplo: reorganizando tarefas e processos ou alterando o poder do líder para mais ou menos na situação. Teoria da liderança situacional Esta teoria não é compatível com a anterior apresentada. Robert House, em 1971, Ph.D., da Wharton School of Management, desenvolveu a teoria que sustenta que o líder deve escolher um estilo de liderança ou estratégia de gestão para cada situação, prontidão, momento ou maturidade de sua equipe. Saiba MaisEsta teoria não é compatível com a anterior apresentada. Robert House, em 1971, Ph.D., da Wharton School of Management, desenvolveu a teoria que sustenta que o líder deve escolher um estilo de liderança ou estratégia de gestão para cada situação, prontidão, momento ou maturidade de sua equipe. Neste sentido, o estilo de liderança não é fixo, mas adaptável para cada situação de gestão. O processo de tomada de decisão não pode ser precipitado, mas as alternativas precisam ser analisadas antes da escolha. Tannenbaum e Schmidt (1958) apresentam cinco abordagens de gestão onde sugerem que, em cada situação, os líderes devem optar por uma estratégia de tomada de decisão que considere mais apropriada para as circunstâncias e pessoas envolvidas. Vídeo Para saber mais sobre as diferentes estratégias de liderança, assista agora ao vídeo: Liderança: suas raízes e desenvolvimento. Clique na imagem para visualizar o vídeo. Agora que você viu o vídeo da unidade, conheça um pouco mais dessas abordagens de gestão (clique em cada palavra grifada para ver cada uma delas): A B C D E 90% 75% 50% 25% 10% 10% 25% 50% 75% 90% Informar Explicar Ajustar Solicitar Delegar https://player.vimeo.com/video/343076384?badge=0&autopause=0&player_id=0&app_id=58479 Saiba Mais Informar: O líder soluciona um problema ou toma uma decisão individualmente. Informa aos indivíduos ou à equipe o que devem fazer para colocar em prática tal decisão ou solução. Explicar: O líder soluciona um problema ou toma uma decisão sozinho. Explica o raciocício por trás da decisão e suas vantagens. Responde às perguntas dos funcionários, suas preocupações, possíveis objeções e poderá descartar tais objeções, se necessário. Ajustar: O líder desenvolve uma decisão e a apresenta para a equipe. Ele está disposto a fazer mudanças se a equipe conseguir convencê-lo. A equipe poderá estar, de algum modo, envolvida no desenvolvimento de planos para colocar em prática a decisão do gestor. Solicitar opiniões: O líder não tem nenhuma solução predeterminada, mas reserva-se ao direito de tomar a decisão final. Ele apresenta o problema para a equipe e reúne ideias, tomando a decisão final depois de considerar as sugestões cuidadosamente. Delegar poder: O líder apresenta o problema ao indivíduo ou à equipe, estabelece diretrizes e oferece suporte para qualquer decisão que os funcionários tomem. Ele pode participar se necessário, mas não toma a decisão final. Teoria do caminho-meta Esta teoria se baseia na premissa de que o líder deve apoiar e orientar, fornecer as informações e recursos, reduzir obstáculos e barreiras para que os liderados alcancem as suas metas. Modelo de participação e liderança Victor Vroom e Philip Yetton, 1973, em seu livro Liderança e tomada de decisão, apresentam esta teoria com foco na gestão participativa. Definem que cada situação deve impor uma forma e um volume de participação dos liderados no processo decisório. 4. Teoria de troca entre líder e liderados Esta teoria define dois grupos na equipe: o grupo de dentro e o grupo de fora. Esses grupos são muito comuns nas gestões de pessoas e geram muitos problemas e insatisfações para os que pertencem no grupo de fora. Saiba Mais O grupo de dentro é representado por uma relação especial entre líder e uma parte dos liderados. Seriam os preferidos, que os líderes confiam mais, tem mais afinidade, recebem mais atenção e mais regalias e privilégios. O grupo de fora são os preteridos. Para eles, menos tempo do lider, menos recompensas e mais autoridade formal. As práticas de gestão pela meritocracia podem derrubar este modelo de troca ainda praticado nas organizações. Leia o artigo intitulado Meritocracia e Sociedade Brasileira, de Lívia Barbosa, e veja as conclusões a respeito dessa prática. 5. Liderança carismática e Liderança transformacional Essas teorias de liderança são consideradas contemporâneas. Carismática O termo carisma foi definido pelo sociólogo Max Weber como a qualidade que algumas pessoas têm que lhes fazem excepcionais, especiais para outras pessoas. Para Weber, indivíduos carismáticos são tratados como líderes. http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-75902014000100008&script=sci_arttext http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-75902014000100008&script=sci_arttext Saiba Mais Foto: Wikipedia O termo carisma foi definido pelo sociólogo Max Weber como a qualidade que algumas pessoas têm que lhes fazem excepcionais, especiais para outras pessoas. Para Weber, indivíduos carismáticos são tratados como líderes. Para Robert House, um líder carismático geralmente é visionário, destemido, sensível, inovador, questionador e não convencional. Interessante saber que a maioria dos especialistas acredita que o carisma também pode ser desenvolvido, não sendo somente inato. Esses líderes são amados por seus liderados e respeitados. Vale ressaltar que carisma não é sinônimo de competência. Se a visão do líder carismático for inadequada para a organização, ele pode levar seus liderados para um caminho desastroso. Liderança transformacional Os líderes transformacionais enxergam as necessidades e interesses de seus liderados, oferecendo-lhes suporte para que percebam as situações com nova ótica. Entusiastas e determinados, têm facilidade para inspirar a equipe para alcançar os objetivos organizacionais, levando-os a acreditarem que são peças-chave para o sucesso da empresa. 6. Liderança autêntica A ética e a confiança fundamentam esse estilo de liderança. São considerados honestos, íntegros, benevolentes e capazes. As grandes conquistas com a equipe pela ética usual são: o encorajamento ao risco, o estímulo ao compartilhamento de informações, à formação de equipes confiáveis e eficazes e o aumento da produtividade. 7. Mentoring Atuação junto ao colaborador de alto desempenho ou potencial, visando sustentar sua motivação e permitir-lhe empregar suas habilidades e capacidades. Atua como modelo de conduta, defendendo os interesses e faciliando os contatos para o liderado. O objetivo é o alavancamento do processo de desenvolvimento profissional e pessoal do indivíduo, desenvolvendo a cultura organizacional e a transmissão do conhecimento. Esta prática será abordada de forma mais detalhada no tema 3. 8. Liderança on-line Como liderar pessoas à distância e por meios eletrônicos? Esta é a realidade de grandes empresas nacionais e multinacionais. Ainda não dispomos de muitos estudos sobre esta nova teoria de liderança, mas sabemos que líderes e liderados deste novo milênio estão cada vez mais conectados por redes do que pela posição geográfica. Podemos crer que este tipo de relação requer mais autonomia, confiança e responsabilidade de ambas as partes. 9. Liderança multicultural Uma questão muito importante levantada por esta teoria é a de que líderes precisam adaptar seus estilos às culturas a que pertencem. Correlacionando com a teoria de liderança on-line, podemos imaginar que um líder alocado num determinado país que lidere profissionais alocados em outros continentes ou regiões, terá que flexibilizar seu estilo às expectativas e condições culturais de sua equipe. Tema 3 Liderando para o futuro Como liderar para o futuro? Neste tema, compreenderemos as estratégias e posicionamentos que os verdadeiros líderes nas organizações devem adotar de forma visionária: influenciando positivamente pessoas a alcançar os objetivos organizacionais. O que pretendemos dizer ao nos referirmos a uma gestão visionária? Visão Missão Valores A visão representa um dos três pilares de sustentação de uma empresa.Os dois outros são a missão e os valores. A visão é o pilar que foca o futuro, aquilo que a empresa quer alcançar, a maneira como ela quer ser percebida pelos seus clientes. Para alcançar essa visão, a missão, que descreve a finalidade da empresa, deve ser tão bem conduzida no presente para que seja possível alcançar sua visão futura. Os valores são o norte, a referência de conduta da organização, para guiar os comportamentos e atitudes de seus colaboradores. FORD Missão: Somos uma família global e diversificada, com um legado histórico do qual nos orgulhamos e estamos verdadeiramente comprometidos em oferecer produtos e serviços excepcionais, que melhorem a vida das pessoas. Visão: Ser a empresa líder mundial na avaliação do consumidor em produtos e serviços automotivos. Liderar para o futuro significa atuar para garantir que a missão de sua equipe seja realizada de maneira eficaz para que a empresa alcance a sua visão. Liderar para o http://www.ford.com.br/sobre-a-ford/missao-visao-e-politica-de-qualidade futuro significa desenvolver os seus colaboradores para assumirem cargos de sucessão. Vamos destrinchar isso melhor? Para executar bem a missão e alcançar a visão é necessário PLANEJAR. Um planejamento adequado é a garantia de bons resultados. E obter bons resultados, sem dúvida, é o grande objetivo das organizações! A falta de planejamento pode ser caótica! E como planejar? O planejamento é o guia da organização. Geralmente anuais, os planejamentos são definidos para orientar toda a organização no caminho a seguir. Envolve definir a missão, ou seja, como vimos, compreender porque a organização existe, o que e como ela faz; e a visão, aonde ela quer chegar. Uma vez compreendido isso, cabe definir seus objetivos, ou seja, os resultados que se pretende atingir. Mas como atingir esses objetivos? Saiba Mais Estratégias são os meios para se alcançar os objetivos, considerando alocação de recursos, custos etc. É necessário ressaltar que o planejamento exige uma análise do ambiente interno da empresa e externo, ou seja, mercado, concorrência e conjuntura econômica, política, cultural etc. Essa análise evidencia os pontos fortes e fracos para o alcance dos objetivos e, consequentemente, para a definição de estratégias. E o que temos no final desta etapa do planejamento? Um Plano de Ação! Saiba Mais Plano de ação - Um documento onde os objetivos e as estratégias estão definidos, orientando a empresa sobre o caminho a seguir. A partir desse Planejamento Estratégico Anual, as áreas da empresa definem o seu próprio planejamento, alinhado com os objetivos estratégicos que a empresa pretende alcançar. Cada gestor de área/processo percebe o seu papel para que os mesmos possam ser alcançados. O que cada área deve fazer para os objetivos serem alcançados. O gestor então deve atuar na definição, desenvolvimento e alocação dos diferentes recursos para que os resultados organizacionais sejam alcançados. O diferencial é: se além de gestor, chefe, gerente, ele for um líder, impulsionará, estimulará positivamente a equipe para alcançar os resultados. Liderar para o futuro significa realizar no presente da melhor forma para garantir que os objetivos futuros sejam alcançados com excelência. Menegon (2012, p. 83), nos mostra como o líder deve atuar para encorajar, estimular, servir como exemplo e garantir a parceria da sua equipe: CONSTRUINDO CONFIANÇA! E como construir confiança? Como levar as pessoas a superarem seus limites, a irem além? A autora recomenda as seguintes atitudes: • Mantenha-se aberto! • Seja justo! • Exponha os seus sentimentos! • Diga a verdade! • Demonstre consistência! • Cumpra suas promessas! • Mantenha sigilo sobre confidências! • Demonstre competência! Além da liderança visionária, o líder deve preparar sucessores. Reflexão Quem não se sentiu, em algum momento, injustiçado frente a uma promoção na sua área e/ou empresa? Quem nunca pensou que “aquele” que foi promovido o foi apenas porque era o preferido do chefe? Quem não quis pedir demissão, ou até se desligou da empresa, por se considerar preterido nas oportunidades oferecidas? Pois é, essas perguntas estão relacionadas com uma necessidade muito atual das empresas e colaboradores que enfrentam problemas no seu processo de sucessão. É fundamental para as empresas definirem práticas que garantam a sobrevivência frente à troca das gerações e que crie um ambiente favorável a promoções conquistadas por merecimento, favorecendo a retenção dos talentos na empresa. A implementação de um Plano Sucessório envolve o mapeamento dos colaboradores com descrição de cargos e competências, desenvolvimento e gerenciamento de um Banco de Talentos – para a gestão dos processos sucessórios nas organizações. Saiba Mais O Banco de Talentos é um sistema que permite à empresa conhecer a força de trabalho disponível, identificando pontos de excelência e insuficiência de cada colaborador. Nesse sentido, a gestão deste banco possibilita à empresa descobrir os talentos da organização, utilizando critérios objetivos e justos na escolha de profissionais para participarem das oportunidades de sucessão. A gestão da sucessão permite à empresa o planejamento eficaz das sucessões, e propicia aos colaboradores benefícios como aperfeiçoamento profissional e possibilidade de promoção ou mudanças na carreira (área, cargo, projeto, função etc.). Suas principais ações estão relacionadas à possibilidade de identificação de talentos, a análise das necessidades e o desenho dos programas que permitam ao colaborador desenvolver toda a sua potencialidade. Seu objetivo refere-se à diminuição dos prejuízos organizacionais decorrentes de sucessões mal planejadas, comprometendo a performance da empresa. Sucessões bem planejadas permitem que a empresa permaneça inovadora, competitiva e forte. Uma das práticas mais focadas neste processo é o mentoring. Apesar de pouco utilizada pelas empresas por envolver uma mudança cultural e disponibilidade das lideranças para assumirem o papel de mentores. O mentor é um gestor experiente na organização que seja referencial no desenvolvimento de sucessores. O foco do mentoring não é tão somente o desenvolvimento de competências para o bom exercício de suas funções, ele visa o desenvolvimento de carreira e sucessão. Infelizmente, o fantasma da competição dificulta o encontro de líderes, desenvolvendo pessoas para futuros sucessores, tornando o mentoring ainda raro nas empresas. A maior vantagem do ponto de vista da gestão de RH com a implementação deste plano é a garantia de que as sucessões ocorram de forma justa, valorizando as pessoas conforme os seus talentos e potencialidades. Além de mentor, o líder deve atuar como coach. A prática do coaching objetiva o desenvolvimento das competências comportamentais e funcionais do indivíduo necessárias para o bom desempenho de suas atribuições, potencializando o seu desempenho, aumentando a sua produtividade e gerando melhores resultados. Envolve diretamente ações de desenvolvimento, como: treinamentos presencias, a distância, "on the job", feedback, autodesenvolvimento etc. O mais importante é compreender que quando a performance do indivíduo está comprometida pela deficiência em alguma competência essencial para um desempenho eficaz, a prática adequada é a do coaching. O counseling (ou aconselhamento) é uma prática que deve ser utilizada quando o comportamento ou a performance do indivíduo sofre uma mudança repentina para pior. Geralmente, essas mudanças ocorrem por motivos variados: desmotivação, problemas com a liderança, atribuiçõespouco ou nada desafiadoras, problemas pessoais, transição imposta para outros projetos ou áreas sem o interesse do indivíduo etc. A ferramenta mais apropriada para o counseling é o feedback. Inicialmente, faz-se necessário que o líder converse com o liderando para apresentar sua percepção, a partir dos fatos observados que demonstram a mudança no comportamento ou performance. Nesse feedback, ele deve identificar, junto ao liderado, os motivos causadores de tal mudança. São indicados uma negociação e um fechamento de um acordo entre as partes definindo ações para o retorno ao bom desempenho. Encerramento A liderança é nata ou adquirida? A liderança é uma virtude. E, como virtude, pode ser adquirida, desenvolvida. Quais as relações existentes entre as teorias clássicas e as teorias modernas de liderança? As teorias clássicas são base para algumas teorias contemporâneas, porém as teorias contemporâneas estão mais atualizadas para o cenário atual. É importante ressaltar que as teorias de liderança estão em constante desenvolvimento para atenderem as demandas do novo milênio, como é o caso da teoria de liderança on-line (em construção). Como liderar para o futuro? Liderar para o futuro significa atuar para garantir que a missão de sua equipe seja realizada de maneira eficaz para que a empresa alcance a sua visão. Liderar para o futuro também significa desenvolver os seus colaboradores para assumirem cargos de sucessão. Resumo da Unidade Nesta unidade, conhecemos o conceito de liderança e entendemos que esta pode ser desenvolvida. Vimos ainda que as teorias de liderança estão em constante desenvolvimento e atualização, uma vez que precisam se adapatar às exigências do cenário corrente. Compreendemos que é fundamental liderar para o futuro, definindo as melhores estratégias para alcançar a visão da empresa e preparar sucessores.
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