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1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS SOBRE LIGAÇÃO QUÍMICA Profa. Dra. Luciana M. Saran 2 1. INTRODUÇÃO Ligações Químicas Interatômicas • Forças de interação entre os átomos. • São responsáveis pela formação de moléculas e de sólidos iônicos. • Podem ser de três tipos: iônica, covalente e metálica. 3 GRUPOS DE SUBSTÂNCIAS E LIGAÇÃO QUÍMICA Substância Química Iônica Molecular Metálica Ligação Iônica Ligação Covalente Ligação Metálica PODE SER EM QUE HÁ EM QUE HÁ EM QUE HÁ 4 Exemplos de substâncias nas quais as ligações (a) iônica, (b) covalente e (c) metálica são encontradas: Dicromato de potássio (K2Cr2O7) Óxido de níquel(II) (NiO) Óxido de magnésio (MgO) Bromo (Br2) Sacarose (C12H22O11) Enxofre (S) Ouro (Au) Cobre (Cu) Magnésio (Mg) (a) (b) (c) 5 1. INTRODUÇÃO Grupos de Substâncias • Substâncias Iônicas: compostas por metal e não-metal (ametal). • Substâncias Moleculares: apresentam apenas ametais ou ametais e semimetais. • Substâncias Metálicas: apresentam apenas metal em sua composição. 6 2. A REGRA DO OCTETO Substâncias químicas são formadas por átomos de elementos químicos. Exs.: O2, O3, CO2, H2O, SO2, CH4 (metano), CH2=CH2 (eteno), etc. Apenas os gases nobres (He, Ne, Ar, Kr, Xe e Rn), em condições ambiente, apresentam átomos estáveis isolados. Ao contrário de todos os outros elementos, os gases nobres apresentam 8 e-, exceto o He, na última camada. 7 TABELA 1. Distribuição eletrônica dos gases nobres. Gás nobre K L M N O P Hélio, He Neônio, Ne 2 Argônio, Ar 2 8 Criptônio, Kr 2 8 18 Xenônio, Xe 2 8 18 18 Radônio, Rn 2 8 18 32 18 2 8 8 8 8 8 8 2. A REGRA DO OCTETO Foi proposta em 1916 por William Kossel e Gilbert Newton Lewis, a fim de interpretar a ligação interatômica. De acordo com esta regra, um átomo estará estável quando a sua última camada possuir 8e- (ou 2, caso se trate da camada K). Os átomos tendem a ganhar, perder ou compartilhar elétrons até que eles estejam circundados por 8e- de valência. 9 3. LIGAÇÃO IÔNICA Resulta da interação entre metais e não metais. Metais têm tendência para formar cátions e não metais têm tendência para formar ânions. Sempre que um elemento que necessite doar elétrons para se estabilizar, se unir a outro, que necessite recebê-los, a união se dará por ligação iônica. 10 TENDÊNCIA PARA PERDER ELÉTRONS Metais Na K Rb Perda de 1e- Na+ K+ Rb+ Grupo 1 Mg Ca Ba Perda de 2e- Grupo 2 Mg2+ Ca2+ Ba2+ Al Perda de 3e- Grupo 13 Al3+ Exemplos Atingem o octeto se houver Atingem o octeto se houver Atinge o octeto se houver Que origina Que origina Que origina 11 Ionização do 11Na (metal) Átomo de Na Íon Na+ 12 TENDÊNCIA PARA RECEBER ELÉTRONS Ametais N P Ganho de 3e- N3- P3- Grupo 15 O S Ganho de 2e- Grupo 16 O2- S2- F Cl Ganho de 1e- Grupo 17 F- Cl- Exemplos Atingem o octeto se houver Atingem o octeto se houver Atingem o octeto se houver Que origina Que origina Que origina 13 Ionização do 17Cl (ametal) Átomo de Cl Íon Cl- 14 LIGAÇÃO IÔNICA EXEMPLO: • Átomos isolados dos elementos Na e Cl, não são estáveis, pois não exibem 8 e- no nível de valência. • Ambos adquirem estabilidade, quando o Na perde 1e- (convertendo-se em Na+) e o Cl recebe 1e- (convertendo-se em Cl-), pois ficam com 8 e- no nível de valência. Representação dos Átomos Isolados Representação dos Íons Na+ e Cl- 15 LIGAÇÃO IÔNICA Refere-se às forças eletrostáticas que existem entre íons com cargas de sinais contrários. Arranjo dos íons Na+ e Cl- no NaCl sólido 16 Nomes e Fórmulas de Compostos Iônicos Íons positivos (cátions): • Os cátions formados de átomos de um metal têm o mesmo nome do metal. Exs.: Na+ íon sódio Zn2+ íon zinco Al3+ íon alumínio • Se um metal pode formar cátions de diferentes cargas, a carga positiva é indicada em algarismo romano entre parênteses depois do nome do metal. Exs.: Fe2+ íon ferro(II) Fe3+ íon ferro(III) Cu+ íon cobre(I) Cu2+ íon cobre(II) • A maioria dos metais com carga variável são metais de transição. 17 Nomes e Fórmulas de Compostos Iônicos Íons positivos (cátions): • Outro método usado para distinguir dois íons de um metal com cargas diferentes é por meio das terminações oso (usada para a carga mais baixa) e ico (usada para a carga mais elevada). Elas são adicionadas à raiz dos nomes latinos dos elementos. Fe2+ íon ferroso Fe3+ íon férrico Cu+ íon cuproso Cu2+ íon cúprico • Cátions formados por átomos não metálicos têm nomes terminados em ônio. NH4 + íon amônio H3O + íon hidrônio 18 Nomes e Fórmulas de Compostos Iônicos Íons negativos (ânions): • Ânions monoatômicos têm nomes formados pela substituição da terminação do nome do elemento por eto. H- íon hidreto Cl- íon cloreto N3- íon nitreto • Alguns ânions poliatômicos simples também têm seus nomes terminados em eto. CN- íon cianeto • Os monoânions do oxigênio e o ânion poliatômico OH- não seguem as regras acima. O2- íon óxido O2 2- íon peróxido OH- íon hidróxido 19 Nomes e Fórmulas de Compostos Iônicos Íons negativos (ânions): • Oxiânions (ânions poliatômicos contendo oxigênio): têm seus nomes terminados em ato, que é usado para a maioria dos oxiânions comuns de um elemento ou ito, que é usado para oxiânions que têm um átomo de oxigênio a menos. NO3 - íon nitrato NO2 - íon nitrito SO4 2- íon sulfato SO3 2- íon sulfito 20 Nomes e Fórmulas de Compostos Iônicos Íons negativos (ânions): • Uso de prefixos (per e hipo): o prefixo per indica um oxigênio a mais que o do oxiânion terminado em ato; o prefixo hipo indica um oxigênio a menos que o do oxiânion terminado em ito. ClO4 -: íon perclorato (um átomo de O a mais do que o clorato). ClO3 -: íon clorato. ClO2 -: íon clorito (um átomo de O a menos do que o clorato). ClO-: íon hipoclorito (um átomo de O a menos do que o clorito). 21 Nomes e Fórmulas de Compostos Iônicos Íons negativos (ânions): • Ânions derivados da adição de H+ a um oxiânion: têm seu nome formado pela adição da palavra hidrogeno ou dihidrogeno como um prefixo. CO3 2- íon carbonato HCO3 - íon hidrogenocarbonato PO4 3- íon fosfato H2PO4 - íon dihidrogenofosfato 22 Nomes e Fórmulas de Compostos Iônicos Os nomes dos compostos iônicos consistem do nome do ânion seguido da preposição “de” e do nome do cátion. CaCl2: cloreto de cálcio Al(NO3)2: nitrato de alumínio Cu(ClO4)2 : perclorato de cobre(II) ou perclorato cúprico 23 Ionização do Cl (ametal) Átomo de Cl Íon de Cl- 24 4. LIGAÇÃO COVALENTE Resulta do compartilhamento de elétrons entre pares de átomos. Exemplo: Representação dos Átomos de Cl Isolados Representação dos Átomos de Cl Ligados (Molécula de Cl2) 25 4. LIGAÇÃO COVALENTE Os elementos que tendem a fazer ligações covalentes são os ametais e os semimetais. Na ligação covalente a presença dos elétrons acarreta uma atração suficientemente intensa para manter os núcleos unidos, apesar da repulsão entre eles. 26 4. LIGAÇÃO COVALENTE Representação dos Átomos de H Isolados Representação dos Átomos de O Isolados Representação dos Átomos de N Isolados Representação da Molécula de H2 Representação da Molécula de O2 Representação da Molécula de N2 27 4. LIGAÇÃO COVALENTE Fórmula Molecular, Fórmula de Lewis e Fórmula Estrutural: (1) (2) (3) (4) Em (1) e (4): presença de ligação covalente simples. Em (2): presença de ligação covalentedupla. Em (3): presença de ligação covalente tripla. 28 4. LIGAÇÃO COVALENTE Uma ligação covalente pode ser estabelecida com um par de elétrons compartilhado, qualquer que seja a origem deste par de e-. Ex. 1: Ex. 2: 29 4. LIGAÇÃO COVALENTE Ligação covalente coordenada (“dativa”): ligação covalente adicional usando par eletrônico de um mesmo átomo. (ou Fórmula de Lewis) 30 5. EXCESSÕES À REGRA DO OCTETO Exemplos: PCl5 e H3PO4 (1) (2) (3) (1) PH3: fosfina (2) PCl5: pentacloreto de fósforo (3) H3PO4: ácido fosfórico 31 5. EXCESSÕES À REGRA DO OCTETO Exemplos: SO2 e H2SO4 (4) (5) (6) (4) H2S: sulfeto de hidrogênio (5) SO2: dióxido de enxofre (6) H2SO4: ácido sulfúrico 32 6. POLARIDADE DE LIGAÇÕES Os átomos dos diversos elementos químicos apresentam diferentes tendências para atrair e-. Eletronegatividade, : tendência que o átomo de um determinado elemento apresenta para atrair elétrons, quando participa de uma ligação química. Ligação Covalente Polar Apolar Átomos com diferentes eletrone- gatividades Átomos com eletronega- tividades iguais Pode ser Se estabelece entre Se estabelece entre 33 6. POLARIDADE DE LIGAÇÕES Eletronegatividade: • A escala numérica mais conhecida para este parâmetro é a do químico Linus Pauling. • Não é costume atribuir valores de eletronegatividade para os gases nobres. • As setas mostram o sentido crescente da eletronegatividade na tabela periódica. 34 Valores de Eletronegatividade dos Elementos (Escala de Pauling) 35 6. POLARIDADE DE LIGAÇÕES Ligação Covalente Apolar: ocorre tipicamente entre átomos que têm mesma eletronegatividade. Exemplo: 36 6. POLARIDADE DE LIGAÇÕES Ligação Covalente Polar: ocorre tipicamente entre átomos que têm eletronegatividades diferentes. Exemplo: 37 7. LIGAÇÃO IÔNICA versus LIGAÇÃO COVALENTE < 0,5: ligação covalente apolar. 0,5≤ ≤1,9: ligação covalente polar. > 1,9: ligação iônica. 38 BETELHEIM, F. A. et al. Introdução à química geral. 9. ed. São Paulo : Cengage Learning, 2012. BROWN, T. L. et al. Química: a ciência central. 9. ed. São Paulo : Pearson Prentice Hall, 2005. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA LEITURA COMPLEMENTAR PARA OS ESTUDANTES BROWN, T. L. et al. Química: a ciência central. 9. ed. São Paulo : Pearson Prentice Hall, 2005. Capítulos 2 e 8.
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