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CONTROLE DE QUALIDADE DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS Profa. Dra. Aline Perissinato Curso de Farmácia – 7° período 2 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência Definições • A cromatografia é uma técnica de separação na qual os componentes a serem separados são distribuídos entre 2 fases: - Fixa e de grande área superficial denominada fase estacionária (FE) - Móvel com um fluído que percola através da fase estacionária denominada fase móvel (FM) • É uma técnica cromatográfica que utiliza como FM um líquido e equipamentos sofisticados para separar os componentes de uma amostra pela interação comum entre FE e FM. 3 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência Definições • A pressão alta é utilizada para forçar a passagem dos solventes pelas colunas contendo partículas finas que proporcionam separações muito eficientes. • É uma técnica bastante versátil. Esta versatilidade deve-se ao fato do HPLC ser ao mesmo tempo uma técnica de análise e separação. • Na migração diferencial dos componentes de uma mistura, que ocorre devido às diferentes interações entre duas fases imiscíveis, a FM e a FE. 4 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência Mecanismo de separação cromatográfica • A separação cromatográfica é obtida a partir de interações diferenciadas entre os analitos componentes da mistura, FE e FM. FM FE amostra FASE MÓVEL FASE ESTACIONÁRIA AMOSTRA 5 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência Mecanismo de separação cromatográfica • A separação cromatográfica é obtida a partir de interações diferenciadas entre os analitos componentes da mistura, FE e FM. 6 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência Mecanismo de separação cromatográfica Adsorção Absorção (partição) Líquido/gás sólido Líquido sólido + + + - - Líquido/gás líquido Líquido/gás gel/sólido Troca Iônica Permeação (exclusão) Bioafinidade Interações Iônicas Interações Intermoleculares Ligação de Hidrogênio Dipólo/dipólo Dipólo/dipólo induzido Dipólo induzido/dipólo induzido 7 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência Fase estacionária • Coluna cromatográfica; • Colunas usuais: - Comprimento 30 a 300 mm; - Tamanho de partícula 1,5 a 5 µm. • Caracterização das partículas: - Tipo; - Dimensões (diâmetro); - Natureza e tamanho dos poros; - Área superficial. 8 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência Fase estacionária • Pré-coluna: proteger a coluna contra contaminação química com a mesma fase da coluna instalada. 9 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência Fase estacionária 10 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência Fase estacionária 11 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência Fase estacionária 12 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência Fase móvel • Pura, livre de partículas e gases; • Baixa toxicidade; • Solubilizar a amostra; • Não degradar e nem dissolver a FE; • Baixa viscosidade; • Compatível com o detector usado. Exemplos: - Soluções aquosas de sais; - Solução tampão; - Solventes orgânicos: hexano, heptano, clorofórmio, isopropanol, acetonitrila, metanol, acetato de etila; - Mistura de dois ou mais solventes Para ácidos: - Ajustar pH entre 2 e 5 com HAc, H3PO4, tampões fosfato; Para bases: - Ajustar pH entre 7 e 8 com NH4POH, trietilamina, fosfatos alcalinos. 13 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência Fase móvel: modos de eluição • Eluição isocrática: composição da FM não varia durante a eluição. • Eluição gradiente: composição da FM varia durante a eluição. • Quanto mais se varia a FM menos reprodutível o método de análise. • Em amostras muito complexa com tempos de retenção longos deve usar gradiente. 14 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência Fase móvel: modos de eluição Condições ISOCRÁTICAS ótimas para conjuntos de picos GRADIENTE: 5-90% ACN 14 min 15 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência Fase normal x Fase reversa • Fase normal - FE contém grupos polares ciano, propil ou aminopropil quimicamente ligados à sílica; - FM é menos polar (hexano, diclorometano, éter de petróleo). Fase reversa - FE contém grupos apolares C-18, C-8, C6; - FM é mais polar (metanol, acetonitrila, água e tampões). 16 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência Fase normal x Fase reversa Coluna Tipo Faixa de trabalho C 18, RP18, ODS Fase reversa pH 2 a 8 (ideal entre 4 e 7) Nitrila, CN Fase normal ou reversa pH 2 a 8 (ideal entre 4 e 7) Amino, NH2 Fase normal ou reversa pH 2 a 8 (ideal entre 4 e 7) Diol Fase normal pH 2 a 7 Sílica gel Fase normal pH 2 a 7 17 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência Fase móvel: força de eluição • Quanto maior a força do eluente, mais rápido é a eluição do soluto através da coluna • Esta força indica a facilidade do solvente para formar ligação de hidrogênio com as moléculas a serem separadas • Quanto maior a força de eluição, maior é a interação FM-FE e, menor é a retenção do analito. 18 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência Fase móvel: força de eluição 19 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência Fase móvel: força de eluição 20 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência Fase normal • Apresenta alguns problemas, como: - Baixa reprodutibilidade na separação: a coluna pode estar mais ou menos saturada em água (umidade); - Encaudamento de picos: menor N, possivelmente devido a maior difusão na FE; - Solvent demixing: na mistura de solventes, os mais polares formarem uma camada sob a sílica, alterando a proporção dos solventes na FM. Demora em obter equilíbrio. 21 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência Fase reversa • Vantagens: - FM menos tóxicas e de menor custo: modificador orgânico + água; - Boa estabilidade; - Rápido equilíbrio após troca de solventes; - Compatível com gradiente; - Análises rápidas. • Desvantagens: - Problemas de retenção de compostos básicos; - Intervalo de pH: 2< pH > 8. 22 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência Conformidade do sistema – System Suitability Número de pratos teóricos (N) - Expressa a eficiência da coluna; - Relação entre o tempo de permanência do analito na coluna e alargamento de bandas; - N > 2000; - Quanto maio tr, maior N; - Quanto menor W, maior N. 23 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência Conformidade do sistema – System Suitability Número de pratos teóricos (N) 24 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência Conformidade do sistema – System Suitability Número de pratos teóricos (N) tR =s wb > wb < N = 16 . tR 2 wb 25 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência Conformidade do sistema – System Suitability Número de pratos teóricos (N): como aumentar a eficiência? • Colunas bem empacotadas; • Colunas com maior comprimento (L); • Fluxos menores; • Menor tamanho de partículas da FE; • Menor viscosidade da FM e menor temperatura; • Amostra contendo moléculas pequenas. 26 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência Conformidade do sistema – System Suitability Resolução (Rs) - Sempre usar par de picos; - Indica a qualidade de separação; - Rs > 1,25 (ou 1,5). 27 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência Conformidade do sistema – System Suitability Fator de retenção (k) - Relação da distribuição entre a FM e FE - 0,5 < k < 20 - Maior o k, maior afinidade pela FE k = tR - tM tM > k > tR 28 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência Conformidade do sistema – System Suitability Resolução (Rs) e força de retenção (k): como aumentar? • Alteração da FM – controlar força de eluição; • Composição da FE; • Temperatura. 29 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência Conformidade do sistema – System Suitability Resolução (Rs) e força de retenção (k): como aumentar? ε k Rs 30 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência Conformidade do sistema – System Suitability Fator de cauda ou assimetria (T) - Pico simétrico (T=1); - 0,5 < T < 2 - Erros de integração 31 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência Conformidade do sistema – System Suitability Fator de cauda ou assimetria (T) Ideal BroadFronting Tailing Doublet 32 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência O O (a) e (b) - tempo de análise curto; Rs baixa; FM “forte”; k pequeno (c) - tempo de análise curto; Rs na linha de base; pico 1 pouco definido: tR1 ≈ t0 (d) e (e) - tempo de análise longo; Rs na linha de base; pico 5 muito largo na base (e) FM ideal 40-45% metanol (entre c e d) 33 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência Instrumentação 34 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência Instrumentação • Reservatório de solventes - Filtração; - Degaseificação; - Capacidade: 1-2 L; - Os reservatórios devem ficar 50 cm acima da bomba; - Material: vidro (âmbar ou incolor), aço inox ou plástico resistente a solentes orgânicos (PTFE); - Captação da FM; - Tampa. 35 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência Instrumentação • Bombas de alta pressão - Função: proporcionar fluxo constante e reprodutível; - Proporcionar vazão livre de pulsações; - Ter resposta rápida a alterações de fluxo e composição; - Pressão máxima: 700 atm (10000 psi). Medidores e controladores de pressão: - Aumento de pressão: bloqueio da tubulação ou da coluna; - Baixa pressão: vazamentos. 36 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência Instrumentação • Injetores - Amostra deve ser aplicada na coluna pressurizada na forma de uma banda estreita; - Alça de amostragem ou loop: comprimento e diâmetro interno definem o volume. Injetor manual Load: carregar a amosta no loop e a FM vai para a coluna Inject: envia a amostra para a coluna passando a FM pelo loop Injetor automático Maior comodidade DPR < 5% Vial 37 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência Instrumentação • Colunas cromatográficas • Forno de coluna - Aumentando a temperatura as substâncias terão mais afinidade pela fase móvel, mudando o tempo de retenção (diminui). Para controlar a temperatura se utiliza o forno de coluna. 38 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência Instrumentação • Detector - Emite um sinal quando o analito sai (elui) da coluna; - Este sinal é transformado em um pico no cromatograma. Principais tipos de detectores: - Índice de refração (IR); - UV-Vis; - Arranjo de diodos (DAD); - Fluorescência; - Espectrômetro de massa (EM). 39 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência Instrumentação • Detector Características desejáveis: - Alta sensibilidade e baixo limite de detecção; - Baixo nível de ruído; - Ampla faixa de linearidade; - Confiável e reprodutível; - Insensibilidade à mudanças de FM e T; - Resposta rápida e linear a alterações de concentrações dos solutos. 40 Cromatografia Líquida de Alta Eficiência Desenvolvendo um método analítico por HPLC • Escolha do detector: ver estrutura química dos analitos a serem separados, procurar na literatura; • Escolha da coluna: se os analitos tiverem diferenças nas partes polares, usar coluna polar (Si, CN, NH2). Se os analitos tiverem diferenças nas partes apolares, usar coluna apolar (C18, fenil, RP8) e fase reversa; • Escolha da FM: deve dissolver a amostra, ser compatível com FE e detector, ter seletividade; • Amostra: dissolver em FM e ser capaz de filtrar em pelo menos filtro de 0,45 µm; • Ajustar parâmetros do sistema. OBRIGADA!!