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Texto e contexto

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Prévia do material em texto

Texto e contexto 
APRESENTAÇÃO
É importante considerar que um texto é a língua em uso e sua textualidade provém de um 
conjunto de características que fazem com que um texto seja um texto e não um amontoado de 
frases. O contexto é muito importante no trabalho de interpretação e produção de textos, por 
isso, esse conceito também será apresentado aqui. Os elementos que garantem a textualidade 
são: a coerência e a coesão que se relacionam com o material conceitual e linguístico do texto; e 
a intencionalidade, a aceitabilidade, a situacionalidade, a informatividade e a intertextualidade 
que têm relação com os fatores pragmáticos envolvidos no processo sociocomunicativo.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá na apresentação das noções de texto e contexto 
como a linguística textual entende o texto, uma ocorrência linguística falada ou escrita, de 
qualquer extensão, dotada de unidade sociocomunicativa (expressa por fatores pragmáticos), 
semântica (expressa pela coerência) e formal (expressa pela coesão).
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Reconhecer a perspectiva da linguística textual sobre as noções de texto e contexto.•
Identificar as manobras de construção de um texto a partir de princípios como coesão e 
coerência e os fatores pragmáticos envolvidos no processo sociocomunicativo.
•
Caracterizar os elementos de construção da textualidade de um texto, ou seja, sua 
possibilidade de ser lido.
•
DESAFIO
A relação entre o texto e o seu contexto é muito importante para que se possa atribuir sentidos 
aos textos, portanto, em seu trabalho em sala de aula, um professor de línguas deve lançar mão 
dessa importante relação entre a superfície linguística e seu contexto intralinguístico e 
extralinguístico.
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Realce
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Barbisan (1995, p. 56) resume a proposta de Halliday em cinco considerações sobre a relação 
texto-contexto:
1. Um texto é um complexo de significados referenciais, interpessoais e textuais; 
2. O contexto de situação é a configuração de campo, teor e modo, traços que especificam o 
registro do texto; 
3. O contexto de cultura é o quadro institucional e ideológico que dá valor ao texto e limita sua 
interpretação; 
4. O contexto intertextual é constituído pelas relações com outros textos e afirmações que são 
feitas a partir daí; 
5. O contexto intratextual é a coerência dentro do texto, incluindo a coesão linguística que 
compreende as relações semânticas internas.
Clarissa e mais cinco candidatos participaram de um seleção para uma vaga na área de 
consultoria em língua portuguesa de um grande empresa. O profissional que aplicou o teste não 
foi muito receptivo e nem sequer explicou por onde os candidatos deveriam começar, deixando 
a interpretação de cada um livre. Ele apenas entregou uma folha contendo o enunciado e três 
textos. Quais seriam as suas respostas para o teste proposto?
Francisco
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Francisco
Realce
Francisco
Realce
Francisco
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Francisco
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INFOGRÁFICO
A textualidade de um texto se dá de acordo com a possibilidade de leitura que se institui a partir 
da sua organização enquanto unidade de sentido. A coesão e a coerência são os principais 
fatores da textualidade, mas há, ainda, os fatores pragmáticos da textualidade: intencionalidade, 
aceitabilidade, situacionalidade, informatividade e intertextualidade.
Francisco
Realce
CONTEÚDO DO LIVRO
No capítulo Texto e Contexto, do livro Linguística Avançada, você vai conhecer o modo como a 
linguística textual considera o texto, o contexto, bem como os fatores pragmáticos que conferem 
ao texto a sua textualidade, ou seja, a possibilidade de interpretação necessária para que um 
texto chegue a desempenhar o seu propósito, qual seja, fazer sentido para quem o lê.
LINGUÍSTICA 
AVANÇADA
Debbie Mello 
Noble
Priscilla Rodrigues
Simões
Laís Virginia Alves 
Medeiros 
Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094
N747l Noble, Debbie Mello.
 Linguística avançada / Debbie Mello Noble, Priscilla 
 Rodrigues Simões, Laís Virginia Alves Medeiros ; revisão 
 técnica: Laís Virginia Alves Medeiros. – Porto Alegre : 
 SAGAH, 2017.
 146 p. : il. ; 22,5 cm. 
 ISBN 978-85-9502-144-0
 1. Linguística avançada. I. Simões, Priscilla Rodrigues. 
 II. Medeiros, Laís Virginia Alves. III. Título.
CDU 81’33
Revisão técnica:
Laís Virginia Alves Medeiros
Mestra em Letras – Estudos da Linguagem: 
Teorias do Texto e do Discurso
Bacharela em Letras – Habilitação Tradutora: 
Português e Francês
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Texto e contexto
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Reconhecer a perspectiva da linguística textual sobre as noções de 
texto e contexto.
  Identi� car as manobras de construção de um texto a partir de prin-
cípios como coesão e coerência e os fatores pragmáticos envolvidos 
no processo sociocomunicativo.
  Caracterizar os elementos de construção da textualidade de um texto, 
ou seja, sua possibilidade de ser lido.
Introdução
É importante considerar que um texto é a língua em uso e sua textualidade 
provém de um conjunto de características que fazem com que um texto 
seja um texto e não um amontoado de frases. O contexto é muito impor-
tante no trabalho de interpretação e produção de textos, por isso, este 
conceito também será apresentado aqui. Os elementos que garantem a 
textualidade são: a coerência e a coesão que se relacionam com o material 
conceitual e linguístico do texto; e a intencionalidade, a aceitabilidade, a 
situacionalidade, a informatividade e a intertextualidade que têm a ver 
com os fatores pragmáticos envolvidos no processo sociocomunicativo. 
Neste texto, você verá na apresentação das noções de texto e contexto 
como a linguística textual entende o texto, uma ocorrência linguística 
falada ou escrita, de qualquer extensão, dotada de unidade sociocomu-
nicativa (expressa por fatores pragmáticos), semântica (expressa pela 
coerência) e formal (expressa pela coesão). 
O texto na linguística
Saussure, em sua elaboração da linguística como ciência autônoma cujo objeto é 
a língua, e considerando o signo linguístico como o objeto central dessa teoria, 
Linguística Avançada_U2_C06.indd 76 13/09/2017 16:37:56
Francisco
Aceito
relegou o texto a outro plano, não investigado pelo autor. Ao elaborar a noção 
de sintagma e eixo sintagmático, Saussure permite, aos futuros linguistas, 
a possibilidade de pensar na frase, unidade que traria a necessidade de se 
considerar o contexto linguístico imediato no qual os termos são linearmente 
dispostos. 
Os estruturalistas e gerativistas, portanto, dos quais Chomsky é o maior 
expoente, se debruçam sobre o eixo sintagmático, e suas reflexões não ultra-
passam o limite da frase. Jakobson e Hjelmslev trazem contribuições para a 
inserção do sujeito no processo linguístico, assim como para a consideração 
do texto enquanto objeto teórico. O primeiro autor traz a noção de locutor 
e diz que ele sofre a coerção do sistema, mas tem certa liberdade, quando 
passa da organização da frase para a combinação de frases no enunciado. Já 
Hjelmslev propõe que se faça uma teoria da linguagem, âmbito em que deve 
ser pensado o texto que seria uma das tantas manifestações da língua. Esses 
autores, portanto, iniciaram, com suas postulações, a caminhada que seria 
trilhada pelas teorias linguísticas que, posteriormente, elegeriam o texto como 
objeto de observação, teorização e análise.
Quanto às teorias linguísticas que tomam o texto comoobjeto a ser teori-
zado, há dois direcionamentos divergentes: de um lado os linguistas para os 
quais o objeto da linguística é a frase; e de outro os que buscavam respostas 
a questões que não conseguiam solucionar por meio da linguística frasal. Os 
questionamentos delineavam novos objetos, mas os teóricos também compar-
tilhavam dúvidas sobre: Como teorizar para além da frase? Um texto seria 
uma soma de frases? 
Essas indagações sobre o texto e sobre o que está fora do âmbito da frase 
geram muitas divergências até hoje, produtivas no campo da linguística – in-
clusive a distinção texto e discurso que está na base do desenvolvimento de 
uma das teorias que você verá agora. 
A noção de texto e de contexto na linguística 
textual
A linguística textual é uma teoria que pode ser dividida em três fases. Na 
primeira fase da teoria, os estudiosos estenderam ao texto o estudo da frase, 
fazendo análises transfrásticas dos textos e mantendo uma proximidade com a 
visão de texto como somatória de frases. Empreendimento que não ia além de 
estender as generalizações do estudo das frases ao do texto. Na segunda fase 
da teoria, buscavam compreender o texto tomando-o por si mesmo e em sua 
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totalidade, no intuito de escrever uma gramática do texto, relações referenciais 
e correferenciais eram descritas, demonstrando a existência de uma sintaxe 
textual (relações de coesão) da qual derivava o sentido; apesar de reconhecer 
que o sentido não estava dado na soma das frases do texto, e admitir que hou-
vesse uma diferença qualitativa de signifi cação que derivava do todo textual. 
Como as dúvidas quanto ao sentido não cessavam, a teoria entrou em uma 
terceira fase, que ainda se faz atualmente, em que os linguistas perceberam 
ser mais produtivo unir o processamento do texto e seu contexto pragmático, 
fazendo associações para auxiliar na compreensão e na signifi cação do texto.
Halliday é o principal autor da linguística textual e suas teorizações sobre 
o texto ainda estão presentes em variadas atividades de leitura e produção 
textual no âmbito escolar. A perspectiva dessa teoria é filiada aos estudos do 
funcionalismo, ou seja, a área de estudos da linguística que busca entender a 
língua em funcionamento. O texto é uma das formas de se organizar a língua 
para produzir sentido e, por isso, merece muita atenção dos linguistas e profes-
sores que trabalham com línguas maternas e/ou estrangeiras. Halliday propõe 
que se pense sobre os aspectos semiótico, social e funcional da linguagem. 
Quanto ao aspecto semiótico, o linguista entende o estudo dos signos 
relacionados entre si, em uma rede de ligações que conduzem ao estudo do 
significado atrelado a outros sistemas de produção de sentido, que configuram 
a cultura humana. Assim, para entender um texto, é necessário remetê-lo a 
outras textualidades que contribuem para seu sentido, por exemplo, imagens, 
ícones, símbolos que são compartilhados em uma cultura dada. 
Quanto ao aspecto social, está relacionado ao fato de que a linguagem é 
sempre usada em uma estrutura social determinada, assim, é possível dife-
renciarmos anúncios publicitários de textos governamentais; textos jornalís-
ticos de textos literários; uma receita médica de uma receita culinária, pois 
os diversos gêneros são produzidos de acordo com as necessidades de uma 
conjuntura social. 
Conforme Barbisan (1995, p. 54), texto “[...] é linguagem funcional, quer 
dizer linguagem que desempenha um papel em um contexto. Há o texto e há 
outro texto que o acompanha, o contexto, que vai além do que é dito e escrito, 
e inclui o não verbal, o quadro total no qual o texto se desenvolve e onde deve 
ser interpretado.”. Entende-se, assim, que o texto não se restringe ao registro 
linguístico, ele é uma unidade linguística que estabelece um diálogo com 
tudo aquilo que está para além do registro verbal. O contexto, por sua vez, 
é entendido como o entorno mais imediato no interior do texto e, também, 
tudo aquilo que está para além do verbal, mas com ele contribui para que o 
sentido se produza. 
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definição de funcionalismo, no aspecto linguístico 
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exemplos de aspectos semióticos no texto 
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O texto é entendido como unidade semântica e, por isso, pode ser visto como 
produto e como processo. Produto, pois foi produzido como resultado de uma 
necessidade de interação e tem uma representação material. Processo, pois 
seu sentido está relacionado a uma rede de significados potenciais definidos 
pelo contexto em que o texto está inserido e de acordo com a troca social de 
significados a qual ele atende. 
A questão do texto é bem antiga, e era pensada por autores clássicos do mundo 
romano que se ocupavam de oratória, filosofia e gramática. Sobre esta questão, vale 
explicitar que Cícero (106-43 a.C.) deixou uma vasta obra que pode ser dividida em 
duas grandes partes: Tratados de argumento retórico e Tratados de argumento filosófico, 
no interior das quais refletiu, dentre muitas questões de natureza política, filosófica, 
religiosa e moral, sobre a retórica e, neste âmbito, refletiu sobre a questão do texto.
Costa Val (1993), no artigo “Texto e textualidade”, apresenta a noção de 
texto como ocorrência linguística falada ou escrita, de qualquer extensão, 
dotada de unidade: sociocomunicativa (expressa por fatores pragmáticos); 
semântica (expressa pela coerência); e formal (expressa pela coesão). 
Unidade sociocomunicativa significa que seu emprego se dá de acordo 
com uma situação em que é necessária a interação entre interlocutores, a 
referência aos fatores pragmáticos decorre das variadas possibilidades de 
uso que pode se dar à língua em uso: solicitar, questionar, ordenar, são todas 
ações que podem ser realizadas por meio de textos. Esses textos devem ser 
produzidos de modo que o seu destinatário, ou leitor, possa apreender o seu 
significado e, para isso, o texto deve apresentar o mínimo de coerência, caso 
contrário, o destinatário não o compreenderá. O texto é uma unidade formal, 
pois os elementos que o constituem devem estar organizados de modo que 
seu encadeamento auxilie na produção de um sentido coerente, para isso, são 
utilizados os elementos de coesão textual.
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Os gramáticos entendiam texto a partir de seu sentido latino textos, que significa 
contextura, encadeamento. Ou seja, texto, para os gramáticos, tanto os romanos 
como os que se lhes seguiram, consiste em um encadeamento de frases, e a gramática 
ensina a compor frases bem formadas e a encadeá-las em períodos igualmente bem 
constituídos. 
A noção de textualidade
Texto e textualidade se constroem a partir desses três aspectos: socioco-
municativo; semânticoe formal; e todos devem contribuir na produção do 
sentido do texto. A textualidade está relacionada, portanto, à possibilidade 
do leitor compreender o sentido do texto. A concepção de leitura que subjaz 
essa teoria do texto é a de que o destinatário deve proceder à decodifi cação, 
ao processamento do texto enquanto unidade de sentido. Nessa teoria, o texto 
tem sentido único, produzido pelo autor, e deve ser decodifi cado pelo leitor. A 
textualidade de um texto se dá de acordo com a possibilidade de leitura que 
se institui a partir da organização do texto em unidade de sentido. 
Os elementos que garantem a textualidade, de acordo com Beaugrande e Dres-
sler (1981), são: a coerência (fator fundamental da textualidade) e a coesão, que 
se relacionam ao material conceitual e linguístico do texto, a intencionalidade, 
a aceitabilidade, a situacionalidade, a informatividade e a intertextualidade. 
Alguns desses elementos como a informatividade, a situacionalidade e 
a intertextualidade estão relacionados tanto ao aspecto sociocomunicativo 
como ao semântico. Já a intencionalidade relaciona-se com o produtor do 
texto e a aceitabilidade com o recebedor, ou destinatário, do texto. A noção de 
textualidade relaciona-se, então, a um conjunto de características que fazem 
com que um texto seja um texto e não um amontoado de frases, ou seja, uma 
ocorrência linguística dotada de unidade de sentido, que tem a ver com os 
fatores pragmáticos envolvidos no processo sociocomunicativo. Você vai 
conhecer agora fatores conceituais e linguísticos da textualidade. 
Coesão e coerência
Beaugrande e Dressler (1981) dizem que a coerência é “[...] o resultado da 
atualização de signifi cados potenciais que vai confi gurar um sentido [...]”, ou 
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seja, é o resultado de processos cognitivos operantes entre os usuários e não 
mero traço dos textos. A noção de coerência, segundo Koch e Travaglia (1993), 
é um princípio de interpretabilidade do texto, se refere ao texto como um todo 
e é a possibilidade de estabelecer alguma forma de unidade ou relação no texto. 
A coerência diz respeito à continuidade de sentidos perceptível no texto, seu 
funcionamento é, ao mesmo tempo, semântico e pragmático, mas, para alguns 
teóricos, também tem uma dimensão sintática. A coerência é profunda, não 
linear, subjacente à superfície textual e, além disso, é global e hierarquizadora 
dos elementos do texto. Ela tem a ver com a produção do texto à medida que 
quem o faz quer que ele seja entendido por seu interlocutor.
Leia e observe a construção do sentido no miniconto a seguir (BRASI-
LIENSE, 2017):
Corpo a corpo (Leonardo Brasiliense)
O vento bateu em redemoinho e levantou da lixeira as folhas secas que 
havia pouco Damião varrera e juntara da calçada numa luta obsessiva 
contra a natureza do outono.
Após ler a narrativa, o leitor pode recuperar o que motivou o título “Corpo 
a corpo”, pois o miniconto trata da batalha travada entre o personagem Da-
mião e o vento que insistia em levantar “[...] da lixeira as folhas secas [...]”. A 
expressão “havia pouco” situa o leitor em relação à temporalidade das ações 
que ocorreram na narrativa: primeiro Damião varre as folhas secas, depois 
o vento as espalha por meio de um redemoinho. A referência ao “outono” 
também é uma remissão temporal que torna coerente a ação da narrativa 
para o leitor, haja vista que nessa estação do ano as folhas costumam cair das 
árvores. Observe que há, inclusive, um narrador que nos apresenta a ação e 
refere-se ao personagem em terceira pessoa: Damião. O elemento “calçada” 
estabelece o local onde Damião executava a ação de varrer as folhas. 
A análise desse texto é um exemplo de como é construída a coerência de um 
texto que, se tratando de um miniconto, estabelece uma complexa trama com 
um problema, personagens, espaço, tempo, ação, clímax e conclusão, tal como 
é exigido para que o gênero ficcional narrativa seja constituído, possibilitando 
uma interpretação de seu leitor. A coerência se dá, então, toda vez que um 
texto é passível de ser compreendido, interpretado por seu leitor, interlocutor 
ou destinatário, pois sem coerência, o sentido não pode ser construído. 
O mecanismo de coesão, oposto à coerência, é explicitamente revelado 
através de marcas linguísticas no texto, portanto, tem caráter linear. A coesão 
é nitidamente sintática e gramatical, mas também é semântica. Ela é a ligação 
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entre os elementos da superfície do texto e o modo como se relacionam e se 
combinam. Observe os itens linguísticos que produzem a coesão no miniconto 
a seguir (BRASILIENSE, 2000):
O vizinho (Leonardo Brasiliense)
Meu vizinho do outro lado da rua passa a vida olhando a vida – dos 
outros – pela janela. É um homem velho e acho que doente: não ima-
gino outro motivo para ele ficar o tempo todo assim. E ali onde o vejo 
deve ser o seu quarto. Uma pessoa como ele não deve sair nunca do 
quarto. Há de receber muitos cuidados, por uma enfermeira particular, 
talvez, ou por alguém que o ame. Fico mais tranquilo se pensar que ele 
é amado. Assim fica menos triste ver passar a vida, ele lá, da sua janela, 
e eu aqui, da minha.
Neste texto, os itens linguísticos de coesão constroem o seu sentido. Os ele-
mentos que estão marcados em vermelho situam o leitor quanto a dois importantes 
agentes mobilizados nessa narrativa –que cria uma aproximação entre eles – o 
narrador e o vizinho por ele observado e tema de sua descrição. Ao dizer “meu 
vizinho”, o narrador situa o leitor quanto a sua própria posição em relação ao 
personagem central da trama. A ação costumeira desse personagem, denomi-
nado genericamente como “vizinho”, é passar “[...] a vida olhando a vida – dos 
outros – pela janela.”. Como o personagem “vizinho” já foi apresentado, o leitor 
pode relacionar a ele a afirmação “É um homem velho [...]”, pois o narrador se 
refere ao vizinho em terceira pessoa. Já quando diz “[...] acho que doente [...]”, o 
narrador está se referindo a sua própria opinião a respeito do vizinho e o mesmo 
acontece quando ele diz “[...] não imagino [...]”. O pronome “ele” também se 
refere ao “vizinho”, mantendo a coesão de modo a evitar a repetição lexical. 
“Assim” é uma expressão que retoma “[...] olhando a vida – dos outros – 
pela janela [...]”, evitando que seja necessário repetir a ação que é tematizada 
na narrativa. Na expressão “[...] ali onde o vejo [...]”, o advérbio “ali” retoma 
a janela, local no qual o vizinho fica a observar a vida alheia. “Seu quarto” 
retoma o vizinho que é referido em terceira pessoa e, por isso, o emprego 
do possessivo “seu”. Ao dizer “o vejo”, mais uma vez, o narrador reitera sua 
própria posição de observador do vizinho, apontando para si com o uso da 
primeira pessoa do singular. Na expressão: “[...] uma pessoa como ele [...]” há 
mais uma remissão ao vizinho, bem como na afirmação: “Há de receber muitos 
cuidados [...]” e na remissão pelo pronome oblíquo “o”. Ao dizer: “Fico mais 
tranquilo [...]” o narrador situa aprópria angústia quanto à ação de observação 
da vida alheia protagonizada pelo “vizinho”. “Ele é amado” retoma o vizinho 
Texto e contexto82
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por meio da terceira pessoa. “Assim” retoma o fato do vizinho, possivelmente, 
ser amado. “Ele lá” remete ao vizinho e à janela. “Eu aqui, da minha [...]” 
remete ao narrador e à sua própria janela através do possessivo feminino. Neste 
momento, vale observar que o narrador se aproxima do vizinho por meio da 
observação que também ele, o próprio narrador, faz da vida alheia, ou seja, o 
próprio narrador é “Uma pessoa como ele [...]”, o “vizinho”. 
Desse modo, as remissões linguísticas do miniconto analisado também 
trabalham para a construção de sua coerência, pois nesse jogo de referentes 
ora específicos do narrador, ora específicos do personagem “vizinho”, per-
cebemos que, ao final, alguns deles acabam sendo válidos para interpretar a 
estratégia estabelecida pelo autor para aproximar o narrador do personagem 
“vizinho”, pois o narrador não só fala de algo que ele observa, ele é um 
narrador-personagem, que se inclui na trama com a mesma ação executada 
pelo “vizinho” observador, ao se revelar também ele um observador de seu 
“vizinho”. Assim, entende-se que a coesão e a coerência são mecanismo que 
trabalham juntos na produção do sentido de um texto. 
Os fatores pragmáticos da textualidade
Alguns dos fatores pragmáticos da textualidade apresentados por Beaugrande 
e Dressler (1981) são:
  Intencionalidade: relaciona-se com o produtor do texto e seus ob-
jetivos (informar, impressionar, alarmar, convencer, pedir, ofender o 
interlocutor).
  Aceitabilidade: relaciona-se com o destinatário do texto. 
Este fator tem relação com as máximas conversacionais formuladas por 
Grice (1982) para garantir a cooperação entre o produtor e o recebedor de 
um texto, de modo que a compreensão do sentido possa se estabelecer. Grice 
(1982) fala sobre:
  Qualidade: autenticidade do texto.
  Quantidade: princípio que atenta para a objetividade do texto, ou seja, 
não seja prolixo, diga só o necessário.
  Relevância: as informações presentes no texto devem ser informações 
pertinentes, relevantes.
  Modo: deve ser claro, preciso, princípio que também traz a importância 
da objetividade. 
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Quando uma das máximas conversacionais é violada, e isso é feito de forma 
intencional para produzir outro sentido ou para contribuir para a significação 
própria do texto, é gerada uma implicatura conversacional, a partir da qual 
um “crédito de coerência” é dado pelo destinatário ao produtor de um texto. 
Um exemplo disso são as piadas em que o duplo sentido ou a homonímia são 
mecanismo explorados para a construção do humor. 
  Situacionalidade: relaciona-se à adequação do texto à situação socio-
comunicativa e à relevância dele quanto ao contexto (situação em que 
é escrito/lido) em que ocorre, sendo que o contexto é um dos fatores 
que define o sentido de um texto, orientando tanto sua produção como 
sua recepção. Um exemplo são as placas de trânsito cujos textos são 
adequados a sua função, ou seja, textos curtos passíveis de leitura rápida. 
 Esta noção tem relação com a noção de “coerência pragmática”, a partir 
da qual o texto deve ser percebido pelo recebedor como um emprego 
normal da língua em um determinado contexto, pois há convenções que 
regem o funcionamento da linguagem na interação social e determinam 
qual o tipo particular de discurso adequado a cada ato comunicativo. 
  Informatividade: um discurso menos previsível é mais informativo, 
pois torna a recepção mais envolvente e interessante, ao passo que o 
texto que não apresenta informações novas é menos atrativo e poderá ser 
rejeitado pelo recebedor que não conseguirá processá-lo. Com relação a 
essa noção, Costa Val (1993, p. 14-15) formula a noção de “suficiência 
de dados”, a partir da qual um texto deve ter dados suficientes para sua 
compreensão pelo destinatário. 
  Intertextualidade: relação do texto com outros textos que deve ser 
considerada para a compreensão do seu significado.
Acessando o link ou o código a seguir, você pode 
assistir à vídeo-aula sobre Texto e Contexto da profa. 
Helena Feres Hawad, disponível em CEDERJ (2016), e 
aprender mais sobre a inferência no processo de leitura. 
https://goo.gl/HctdLK
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1. O estudo da linguagem em 
uso, por meio de textos, está 
relacionado a qual das seguintes 
áreas da linguística? 
a) Estruturalismo.
b) Teorias semânticas.
c) Gerativismo.
d) Funcionalismo.
e) Aquisição da linguagem.
2. A coerência é um princípio 
que confere ao texto: 
a) unidade.
b) sentido.
c) relação. 
d) contexto.
e) destinatário.
3. Quanto à coesão, pode-se dizer 
que ela é expressa: 
a) exclusivamente por 
itens linguísticos.
b) por elementos linguísticos 
variados e pela remissão 
ao contexto.
c) exclusivamente por conjunções.
d) exclusivamente por advérbios.
e) pelo contexto.
4. Assinale a alternativa em que são 
apresentados fatores pragmáticos 
relacionados ao produtor e ao 
destinatário de um texto. 
a) Intencionalidade; aceitabilidade.
b) Informatividade; 
intertextualidade.
c) Situacionalidade; 
intencionalidade.
d) Aceitabilidade; coesão.
e) Coerência; informatividade.
5. A música “Monte Castelo”, da banda 
Legião Urbana, cita os versículos 
bíblicos 1 e 4, encontrados no livro 
de Coríntios, no capítulo 13 (BÍBLIA, 
1966): “Ainda que eu falasse as 
línguas dos homens e dos anjos, 
e não tivesse amor, seria como 
o metal que soa ou como o sino 
que tine” e “O amor é sofredor, é 
benigno; o amor não é invejoso; o 
amor não trata com leviandade, não 
se ensoberbece”. Além disso, nessa 
mesma canção, os versos do escritor 
português Luís Vaz de Camões 
(1524-1580), encontrados na obra 
“Sonetos” (soneto 11), são citados, 
veja a seguir (CAMÕES, 1998).
“Amor é um fogo que 
arde sem se ver;
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
É um não querer mais 
que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se e contente;
É um cuidar que ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é 
o mesmo Amor?”
Assinale a alternativa que 
apresenta o fator pragmático da 
textualidade que permite esta 
elaboração. 
a) Coesão.
b) Coerência.
c) Intertextualidade.
d) Intencionalidade.
e) Informatividade.
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BARBISAN, L. B. Texto e contexto. Organon, Porto Alegre, v. 9, n. 23, p. 53-62, 1995.
BEAUGRANDE, R.; DRESSLER, W. Introduction to text linguistics. London: Longman, 1981.
BÍBLIA. N. T. 1 Coríntios. In: BÍBLIA. Português. Bíblia sagrada: contendo o antigo e o 
novo testamento. Tradução de João Ferreira de Almeida. Rio de Janeiro: Sociedade 
Bíblica do Brasil, 1966. 
BRASILIENSE, L. Corpo a corpo. [S.l.],2017. Disponível em: <http://www.leonardobra-
siliense.com.br/?apid=6597&tipo=2&dt=0&wd=&titulo=Corpo%20a%20corpo%20
(in%E9dito)>. Acesso em: 14 ago. 2017.
BRASILIENSE, L. O vizinho. In: BRASILIENSE, L. Meu sonho acaba tarde. Lajeado: WS, 
2000. Disponível em: <http://www.leonardobrasiliense.com.br/?apid=1660&tipo=
2&dt=0&wd=&titulo=O%20vizinho>. Acesso em: 14 ago. 2017.
CAMÕES, L. V. Sonetos. Porto Alegre: Zero Hora, 1998.
CEDERJ. Língua portuguesa instrumental: texto e contexto, a inferência no processo 
de leitura. [S.l.]: YouTube, 2016. 1 vídeo. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=Sp6Uk6ELQkE>. Acesso em: 28 ago. 2017.
GRICE, H. P. Lógica e conversação. In: DASCAL, M. (Org.). Fundamentos metodológicos 
da linguística, 5. Campinas: Unicamp, 1982. p. 81-103.
KOCH, I. G. V.; TRAVAGLIA, L. C. Texto e coerência. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1993. (Bi-
blioteca da Educação, v. 4).
VAL, M. G. C. Texto e textualidade. In: VAL, M. G. C. Redação e textualidade. São Paulo: 
Martins Fontes, 1993. p. 3-16.
Leituras recomendadas
BASTOS, L. K. X. Coesão e coerência em narrativas escolares escritas. Campinas: UNI-
CAMP, 1985.
FÁVERO, L. L. Coesão e coerência textuais. São Paulo: Ática, 1991.
INDURSKY, F. O texto nos estudos da linguagem: especificidades e limites. In: ORLANDI, 
E. P.; LAGAZZI-RODRIGUES, S. M. (Org.). Introdução às ciências da linguagem: discurso 
e textualidade. Campinas: Pontes, 2006.
KOCH, I. G. V. Desvendando os segredos do texto. São Paulo: Cortez, 2002.
MEURER, J. L.; MOTTA-ROTH, D. (Org.). Parâmetros de textualização. Santa Maria: UFSM, 
1997.
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Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
 
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR
Este vídeo é sobre as metarregras de coerência formuladas pelo linguista francês Michel 
Charolles (1978). As quatro metarregras da coerência são: repetição, progressão, não 
contradição e relação. Será apresentada uma breve análise das metarregras na música Notícia de 
jornal, de Chico Buarque.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
EXERCÍCIOS
1) O estudo da linguagem em uso, por meio de textos, está relacionado à seguinte área 
da linguística:
A) Estruturalismo.
B) Fonologia.
C) Gerativismo.
D) Funcionalismo.
E) Aquisição da linguagem.
2) A coerência é um princípio que confere ao texto:
A) Unidade.
B) Sentido.
C) Situacionalidade.
D) Contexto.
E) Destinatário.
3) Quanto à coesão, pode-se dizer que ela é expressa:
A) Exclusivamente por itens linguísticos.
B) Por elementos linguísticos variados e pela remissão ao contexto.
C) Exclusivamente por conjunções.
D) Exclusivamente por advérbios.
E) Pelo contexto.
4) Assinale a alternativa em que são apresentados fatores pragmáticos relacionados ao 
produtor e ao destinatário de um texto:
A) Intencionalidade; aceitabilidade.
B) Informatividade; intertextualidade.
C) Situacionalidade; intencionalidade.
D) Aceitabilidade; coesão.
E) Coerência; informatividade.
5) A música “Monte Castelo” da banda Legião Urbana cita os versículos bíblicos 1 e 4, 
encontrados no livro de Coríntios, no capítulo 13: 
“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria 
como o metal que soa ou como o sino que tine”e “O amor é sofredor, é benigno; o 
amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece”. Além 
disso, nessa mesma canção, ele cita os versos do escritor português Luís Vaz de 
Camões (1524-1580), encontrados na obra “Sonetos” (soneto 1: “Amor é um fogo que 
arde sem se ver; É ferida que dói, e não se sente; É um contentamento descontente; É 
dor que desatina sem doer. É um não querer mais que bem querer; É um andar 
solitário entre a gente; É nunca contentar-se e contente; É um cuidar que ganha em 
se perder; É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É 
ter com quem nos mata, lealdade. Mas como causar pode seu favor Nos corações 
humanos amizade, Se tão contrário a si é o mesmo Amor?” 
Assinale a alternativa que apresenta o fator pragmático da textualidade que permite 
esta elaboração.
A) Coesão.
B) Coerência.
C) Intertextualidade.
D) Intencionalidade.
E) Informatividade.
NA PRÁTICA
Para ser interpretado, um texto deve atender a alguns requisitos básicos que lhe confiram 
textualidade. O texto deve ser produzido de forma coesa e coerente, apresentar a intenção de seu 
autor, como responder ao interlocutor, o texto também deve ter vocabulário e estrutura 
adequados à situação para a qual ele foi produzido, apresentar informações relevantes, promover 
relações intertextuais.
Maria Luisa é estudante de Letras. Em uma das aulas sobre textualidade, a professora 
apresentou aos alunos um texto e pediu que eles localizassem uma falha de um dos fatores da 
textualidade.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
 
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
TEXTO E CONTEXTO Leci Borges Barbisan
Saiba mais sobre texto e contexto no trabalho de Leci Borges Barbisan - Texto e Contexto.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

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