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UNIDADE III TÓPICOS INTEGRADORES I – LETRAS 2 Sumário Para início de converSa ...................................................................................... 5 eSTÉTica e HiSTÓria da arTe ................................................................................ 6 interdisciplinaridade e disciplinaridade como elementos articuladores ............................. 7 o professor crítico e reflexivo ...................................................................................................... 9 modalidades multidisciplinares da arte e história no ensino-aprendizagem ...................... 10 FiLoSoFia da educaÇÃo .......................................................................................... 10 Tendências Pedagógicas .............................................................................................................. 10 FiLoSoFia na FormaÇÃo do educador ........................................................... 13 eSTudo de caSo 1 ...................................................................................................... 15 eSTudo de caSo 2 ...................................................................................................... 15 3 TÓPicoS inTeGradoreS unidade iii Para início de converSa Querido (a) aluno (a), chegamos à unidade III da nossa disciplina de Tópicos Integradores I. Mas antes, quero relembrá-lo (a), sobre o que vimos na unidade passada, tubo bem? Na unidade I conhecemos a disciplina, quais seus objetivos e qual a metodologia adotada nela. Em seguida, falamos um pouco sobre o curso de Letras e sua divisão em 03 áreas: Linguística, Gramática e Literatura. Nesta unidade abordamos um pouco sobre o conceito de educação e encerramos com uma breve introdução sobre as disciplinas escolhidas para trabalharmos: Comunicação e Expressão, Estética e História da Arte e Filosofia da Educação. Na unidade II, foi o momento de estudarmos o conteúdo recortado da disciplina de Comunicação e Expressão. Primeiro, fizemos a apresentação desta disciplina, depois o recorte dos conteúdos, por fim, você foi apresentado à atividade reflexiva deste conteúdo. Nesta unidade III, nós iremos trabalhar os assuntos referentes às duas disciplinas. Primeiro a disciplina específica do curso de Letras, Estética e História da Arte e a disciplina pedagógica, de Filosofia da Educação. Por fim, você será apresentado (a) a dois estudos de caso, que serão a base para as respostas do questionário avaliativo da unidade. orienTaÇõeS da diSciPLina Nesta unidade, faremos o mesmo que fizemos na unidade anterior com a disciplina de Comunicação e Expressão: o recorte de conteúdos. Iniciaremos com os conteúdos a serem trabalhados, e relembrados, de Estética e História da Arte: Unidade I: Interdisciplinaridade e disciplinaridade como elementos articuladores; Unidade I: O professor crítico e reflexivo; Unidade III: Modalidades multidisciplinares da arte e história no ensino-aprendizagem. 4 Ao que diz respeito à Filosofia da Educação, como o intuito de Tópicos Integradores I é integrar a disciplina pedagógica às específicas do curso, escolhemos os seguintes assuntos: Unidade III: Tendências Pedagógicas; Unidade IV: Filosofia da educação na formação docente. Você provavelmente percebeu, meu (minha) caro (a), que o recorte de conteúdos da disciplina de Estética e História da Arte diz respeito às questões de arte no ensino, na formação do professor e, principalmente, na interdisciplinaridade que é exatamente ao que se propõe Tópicos Integradores I, integrar conteúdos de disciplinas do curso de Letras, auxiliando você, enquanto futuro professor, a utilizar os ensinamentos pedagógicos na sua prática docente de professor de língua, seja ela português, inglês ou espanhol, e suas literaturas. Para finalizar a disciplina, será o momento da unidade IV. Nela, você irá escolher um tema de cada disciplina específica do curso de Letras e, em seguida, é o momento de você ser apresentado ao processo de criação da sua atividade, como se monta um estudo de caso, como se analisa e, consequentemente, como se ‘resolve’. Continuando a disciplina, chega o momento das resoluções dos estudos de caso para, então, finalizar com a apresentação do material final: seus estudos de caso com resolução. Bem, querido (a) estudante, esta é nossa disciplina de Tópicos Integradores! Espero que nossa caminhada ao longo dessas 04 unidades seja feita em conjunto, de forma bastante produtiva e que possamos construir um produto final de qualidade com o objetivo da disciplina que é integrar as áreas de conhecimento do curso de Letras. É isto, bom estudo e vamos lá! Bom, meu (minha) caro (a), agora que você foi apresentado aos conteúdos que trabalharemos nesta unidade, convido você a iniciá-la, estudando, a princípio, os conteúdos de Estética e História da Arte. Vamos lá? eSTÉTica e HiSTÓria da arTe Querido (a) aluno (a), antes de iniciarmos, quero informar que nosso guia tomará como base os materiais (livro texto e guias de estudo) das disciplinas escolhidas, portanto, você irá se deparar com transcrições destes materiais, uma vez que os assuntos trabalhados aqui já foram estudados por você quando cursou as respectivas disciplinas. No guia de estudos da Unidade I, você se depara, no início, com os conceitos de Arte e de Educação. Pois bem! Trago-os para você agora, tendo em vista que ambos são extremamente relevantes para a compreensão do assunto como um todo. 5 De acordo com a página 03 do guia da unidade I, “a Arte é um conjunto organizado de signos e materiais colocados em forma por um espírito criador, o qual você pode chamar de artista, e esses materiais, formam um todo harmonioso e belo capaz de proporcionar uma satisfação estética desinteressada. Esse conceito ficou fácil para você? Não? Então não se esqueça, nobre estudante: a arte é o trabalho com estética, ideias e percepções. Tudo isso para que no fim, espectadores vejam e julguem cada um segundo a sua percepção do que vê. Como você viu, não é mesmo tão fácil quanto parece definir Arte, não é mesmo? Pois bem! Além dessa definição que apresentei para você, é necessário que você saiba também que a Arte além dessa representação da qual falamos, também pode ser um verdadeiro testemunho histórico, caro aluno, uma vez que ela pode retratar a cultura e o sentimento de um povo, situações sociais, divindades de religião e sentimentos religiosos, manifestações contra determinadas decisões de uma nação e entre outras coisas. É bastante pano para a manga, você não acha? Vamos continuando porque ainda há muito por vir, caro (a) aluno (a). Não se apresse! Além de tudo isso que estamos conversando, é interessante que você tenha em mente que a Arte não se limita apenas a um tipo de manifestação. Há Arte em forma de música, pintura, escultura, literatura, cinema, entre outros. O que você deve ter ciência, meu (minha) caro (a), é que a Arte tem diversas ramificações e linguagens”. Sobre o conceito de Educação, consta na página 04 que “o processo de educação, o sujeito assimila e adquire conhecimentos e desenvolve habilidades e valores que ele levará para a vida toda. Tudo isso que ele desenvolveu durante o tempo em que foi educado é o que permitirá que ele viva bem em sociedade. Um grande teórico e pedagogo francês, que talvez você não conheça, chamado René Hubert, disse certa vez que educação é um conjunto de ações e de influências, exercidas voluntariamente entre os seres humanos. Perceba que a afirmação de Hubert corrobora com o que eu falei para você um pouco mais acima. Sendo assim, as ações da educação têm a finalidade de atingir um propósito determinado no indivíduo que está sendo educado. E você sabe para quê? Para que ele possa exercer sua função nos contextos sociais, econômicos, culturais e políticos dasociedade em que está integrado”. Após você tomar ciência destes dois conceitos extremamente relevantes, vamos estudar nossos três conteúdos recortados. interdisciplinaridade e disciplinaridade como elementos articuladores De acordo com nosso livro texto, página 20: “O trabalho interdisciplinar, ou a ausência dele, evidencia o desafio de superar visões fragmentadas dos conteúdos, com o objetivo de romper as fronteiras que supostamente existem entre as disciplinas. O trabalho interdisciplinar implica quebrar e integrar barreiras entre teoria e prática, entre as matemáticas e as letras, entre as artes, a biologia e a engenharia. Assim, a interdisciplinaridade consiste essencialmente em um trabalho de junção de disciplinas, levando em conta as suas orientações conceituais, metodológicas, procedimentais e de organização do ensino, para abordar por diversos ângulos, determinado objeto de estudo. 6 A interdisciplinaridade configura uma relação recíproca, de mutualidade, abrangendo não só as ligações que podem ser estabelecidas entre uma disciplina e outra, mas os vínculos originários dos modos de ação, das formas de pensar, das qualidades, valores e pontos de vista que potencializam as diferentes disciplinas. Tal fato provoca, sem dúvida, o enriquecimento do currículo e da aprendizagem, que é desenvolvida de maneira melhor por meio das conexões entre as diferentes disciplinas. O aluno torna-se perspicaz ao relacionar os conhecimentos de outras disciplinas para encontrar soluções criativas, propor novos desafios e olhar o mundo de forma mais ampla”. Meu (minha) caro (a), quero chamar a sua atenção para o trecho retirado do livro texto, onde consta que a interdisciplinaridade implica em integrar teoria e prática. Você já leu isto no decorrer da nossa disciplina, estou certa? Exatamente! Esta é a principal função da nossa disciplina, integrar tudo o que você aprendeu nos conceitos teóricos à sua prática docente, enquanto professor em sala de aula. Perceba que a interdisciplinaridade é essencial para todo e qualquer trabalho com a docência. A nossa própria disciplina de Tópicos está montada em cima deste conceito. Continuando o estudo sobre este conceito tão relevante, na página 22 do livro texto, temos o seguinte: “Não é possível alcançar um entendimento sobre interdisciplinaridade sem antes conhecer o conceito de disciplinaridade. A disciplina é uma ciência que esgota, ou procura esgotar, seja por estudos, experimentos, pesquisas ou discussões, tudo o que se conhece sobre determinada área de conhecimento. Assim, as matemáticas preocupam-se com todas as relações que os números podem expressar; a língua portuguesa debruça-se sobre as letras, a fala, as distintas linguagens, a escrita, etc. Já as múltiplas relações e dimensões que ela pode assumir diz respeito à disciplinaridade. Paviani (2008) define essa multiplicidade de relações e dimensões da seguinte forma: Multidisciplinaridade: junto, coordenação; qualquer currículo escolar, por exemplo, é composto por diversas disciplinas: física, língua portuguesa, artes, matemática, biologia; Interdisciplinaridade: entre combinação; permite abordar os conteúdos científicos a partir de diferentes perspectivas, de modo a alcançar uma concepção mais ampla; Intradisciplinaridade: dentro, assimilação; indica um fenômeno importante, o das citações internas de uma disciplina em relação à outra; Transidisciplinaridade: além, fusão, holismo; consiste na possibilidade de ultrapassar o domínio das disciplinas, ou melhor, transcender as fronteiras de duas ou mais disciplinas, estabelecendo uma ponte entre elas”. 7 o professor crítico e reflexivo Agora vamos ao segundo tópico da disciplina Estética e História da Arte, que trata sobre o professor crítico e reflexivo, que você pode encontrar nas páginas 27 e 28 do livro texto, disponível na biblioteca virtual: “Luciana Ostetto e Maria Isabel Leite (2004) ressaltam uma importante dualidade presente na relação arte e educação. O campo artístico sempre foi marcado pela abstração, pelo gesto constrangedor, pela metáfora e tantas outras imagens deslocadas de seu significado concreto para, então, expressar o não dito. Por outro lado, a educação nas escolas, ou melhor, nas instituições de ensino, tradicionalmente são tidas como agentes normativos. De que forma é possível, então, trabalhar a arte diante de grades curriculares, parâmetros e metodologias estabelecidas pelo sistema e pela própria direção escolar? Como impulsionar a criação, a liberdade artística e a construção de sentidos fugitivos dentro de uma escola que permanece com uma visão antiga sobre educação? (...) a arte deve ser considerada conhecimento em estado bruto, expressão construída pelo ser humano ao longo dos anos para relacionar-se com os outros e com o meio, e não apenas um momento de lazer no ambiente escolar. Afinal, toda expressão artística vem acompanhada de um conjunto de estudos, pesquisas, tentativas, estruturações teóricas, além da intimidade dos artistas, da estética por eles defendida, etc. Desse modo, é um momento de aprendizado, um momento de estar no mundo reinventado em uma obra; e justamente por isso a formação do professor não pode ser marcada somente pela aprendizagem técnica, “mas por experiências estéticas significativas [...], que visa, de forma explícita, trabalhar o movimento, o olhar e a escuta sensível do sujeito-professor-em formação (OSTETO; LEITE, 2004, p. 12-13). Esse olhar e essa escuta devem ser, ao mesmo tempo, sensíveis, críticos e reflexivos no sentido íntimo e coletivo; ou seja, atento à realidade do aluno e ao mundo. Para tanto, conhecer a estética e a história da arte, saber a relação travada pelos artistas com o contexto político, social e cultural em que viviam é fundamental, pois oferece uma base sólida para a intervenção e mediação por parte do professor”. Abaixo podemos ver alguns instrumentos concretos que contribuem para a formação do professor de arte: Apropriação das linguagens elementares das artes: o aluno deve conhecer as diferentes formas de expressão artística; Desenvolvimento da capacidade de expressão e comunicação: o aluno deve utilizar a arte como meio para se expressar e se comunicar, como um discurso não verbal de comunicação; Desenvolvimento da criatividade: o aluno deve desenvolver seu potencial criativo por meio da arte; Compreensão das artes no contexto: o aluno deve buscar situar o produto artístico no meio em que vive ou naquele em que foi criado. 8 modalidades multidisciplinares da arte e história no ensino-aprendizagem Chegamos ao último tópico escolhido da disciplina Estética e História da Arte, em que trabalharemos o assunto recortado da unidade III, que aborda as modalidades multidisciplinares da arte e da história no processo de ensino-aprendizagem. Para estudarmos, vamos ver o que consta no livro texto da disciplina, disponível na biblioteca virtual, nas páginas 89 e 90. “É sabido que o conhecimento e os saberes costumam ser organizados em diferentes áreas, ou melhor, disciplinas; e isso ocorre porque alguns saberes aparentam uma maior afinidade com determinado objeto, utilizam métodos de estudo, de pesquisa, de experimentação e de desenvolvimento de teorias e explicações comuns a esse objeto. Dessa forma, temos a matemática, a biologia, a física, a química, a língua portuguesa, a filosofia, a história da arte, etc, e isso é o que chamamos de multidisciplinaridade. Como já estudamos na Unidade I, as relações estabelecidas entre as diversas disciplinas dão origem à interdisciplinaridade. A interdisciplinaridade, por sua vez, integra o conhecimento, ampliando seu horizonte para além de um único objeto. Quando um professor de língua portuguesa, por exemplo, durante as aulas de literatura, recorre aos saberes da história, da geografia ou da filosofia para ensinarsobre os escritos de um autor, ele está interagindo e compartilhando ideias, opiniões e explicações de modo interdisciplinar”. FiLoSoFia da educaÇÃo Querido (a) aluno (a), agora que já relembramos os conteúdos estudados em Estética e História da Arte e escolhidos para serem trabalhados aqui em Tópicos Integradores I, vamos nos debruçar sobre os recortes de assuntos da disciplina pedagógica. Antes de iniciar os escritos sobre as abordagens pedagógicas, quero lembrá-lo (a), que este tópico é um recorte do que você estudou até o momento em Filosofia da Educação. Você não irá se guiar apenas pelo material contido aqui, muito pelo contrário! Como falamos no início desta disciplina, o objetivo de Tópicos Integradores I é unir teoria e prática e a teoria que você irá aplicar, é toda a teoria estudada até este momento em que você se encontra no curso de Letras; desta forma, vamos relembrar algumas abordagens pedagógicas, mas peço a você que não se prenda apenas a este guia. Tendências Pedagógicas A pedagogia se divide em 02 grandes tendências: a liberal e a progressista. 9 PEDAGOGIA LIBERAL é aquela que acredita que a escola tem a função de preparar o indivíduo para a vida em sociedade, para que possa desenvolver papeis e estar apto para o mercado de trabalho, sem levar em conta as diferenças de classe social, que se divide em 04: 1. Tradicional Onde são ensinados os modelos dominantes, sem dar margem para questionamentos e possui uma metodologia baseada na memorização. A metodologia se fundamenta na narração verbal ou lição prática sempre executadas pelo professor e o ensino ocorre pelas seguintes etapas, conforme podemos ver na página 90 do livro texto: Preparação do aluno; Apresentação do conteúdo novo; Associação com conteúdos já dominados pelo aluno; Generalização, partindo do particular para o conceito geral; Aplicação. A pedagogia tradicional valoriza a repetição, os exercícios, a memorização e o uso de fórmulas como meios de aprendizagem. 2. Renovada Nesta tendência a escola assume um papel de adequar as necessidades individuais ao meio social, possuindo uma aprendizagem elaborada em cima de planejamentos e testes. São classificadas como as principais fases do processo de ensino liberal renovado: Apresentar ao aluno uma questão interessante; A problemática apresentada deve ser desafiadora e estimulante; Devem ser oferecidos ao aluno dados e instruções que lhe possibilitem buscar soluções para o problema; O professor deve ajudar discretamente o aluno a organizar suas conclusões; As soluções apresentadas devem ser testadas para averiguar sua validade. 3. Renovada não-diretiva A preocupação volta-se para o desenvolvimento psicológico em detrimento do pedagógico. Os trabalhos em grupo passam a ter mais relevância e a interferência do professor é vista como nociva na trajetória de aprendizagem do aluno. 4. Tecnicista Este tipo de tendência defende que a função da escola é criar indivíduos aptos para o mercado de trabalho, onde o professor passa a ter uma relação apenas objetiva e profissional com o aluno. Apresenta como principais etapas do processo pedagógico: Instituições de modelos rígidos de ensino, visando as metas de conteúdo a ser transmitido; Estudo do dever de aprendizado, visando organizar logicamente a trajetória institucional; Aplicação do programa, solidificando progressivamente os conceitos adequados às metas educacionais. 10 PEDAGOGIA PROGRESSISTA é aquela que leva em consideração a realidade social de cada indivíduo e o educa para pensar o seu papel na sociedade, através dos ensinamentos do contexto histórico-social e que se divide em: 1. Libertadora Criada e idealizada pelo pernambucano Paulo Freire, esta tendência pedagógica defende que a cidadania e a educação caminham de mãos dadas e a escola apresenta como papel fundamental formar cidadãos. Professor e aluno apresentam uma relação horizontal e a metodologia é através da problematização das experiências sociais em debates em grupo. Apresenta como metodologia 03 estágios fundamentais: Investigação na qual alunos e professor debatem sobre termos e questões que são mais relevantes na vida dos alunos, no meio em que eles vivem; Tematização onde é promovida a conscientização quanto ao mundo, feita por meio da análise dos sentidos sociais das palavras; Problematização, onde o professor convida e estimula seus alunos a enxergarem além do aspecto simplista do meio em que vivem, para que sejam capazes de adquirir a essencial consciência sobre os processos que regem o mundo. 2. Libertária Nesta tendência, a educação apresenta como objetivo libertar, transformar a personalidade do indivíduo, onde a consciência social é desenvolvida e onde o professor assume a função de orientador. Um dos representantes desta pedagogia é Célestin Freinet, autor da seguinte frase: “Suprima o pedestal, de repente, você estará ao nível das crianças. Você as verá não com olhos de pedagogos e chefes, mas com olhos de homens e crianças, e com este ato você reduzirá seguidamente a perigosa separação entre aluno e professor que existe na escola tradicional”, conforme você pode ver na página 100 do livro texto. 3. Crítico-social dos conteúdos Este tipo de tendência adota o método dialético, aquele adotado através do conflito entre as experiências pessoais e o que foi aprendido na escola. Nesta tendência, o proletariado apropria-se do poder e o professor expõe sua visão da realidade, enquanto que o aluno expõe suas vivências. Como consta na página 113 do BUP, disponível na biblioteca virtual, “a metodologia progressista crítico- social dos conteúdos procura estabelecer uma relação coerente e clara entre teoria e prática, tornando o conteúdo ministrado diretamente relacionado com os interesses e a vida social do aluno. Nesse processo, o professor atua como mediador, orientando a interação do aluno com o meio por meio do ensino. Antes de tudo, porém, o educador verifica o que o aluno já sabe, para a partir desse conhecimento prévio, construir novos saberes. É também importante que o professor identifique as principais deficiências de conhecimento do aluno, pois a consciência dessas deficiências ajudará ambos a encontrar formas de aprendizado mais eficazes”. 11 viSiTe a PáGina Para que você se aprofunde mais neste tema, sugiro a leitura das páginas 87 a 100 do livro texto “Filosofia da Educação”, disponível na biblioteca virtual e o artigo “Tendências pedagógicas: o que são e para quem serve”, disponível na web no site do Governo do Rio de Janeiro e que você pode encontrar através do link a seguir: LINK FiLoSoFia na FormaÇÃo do educador Estimado (a) aluno (a), chegamos agora ao nosso último assunto a ser trabalhado da disciplina de Filosofia da Educação. Também é o último assunto que recortamos e que apresentará conteúdo retirado das disciplinas escolhidas e já cursadas por você. Para nos subsidiar e para relembrá-lo (a) sobre o assunto já estudado, trago, agora, as palavras do guia de estudos da unidade IV, especificamente nas páginas 01, 02 e 03: “Caro (a) estudante, quando falamos de filosofia, estamos falando da capacidade que o homem tem de buscar o saber das coisas por meio do questionamento, da capacidade de pensar, de perguntar o porquê de tudo que ele acredita. Mas, a questão é: qual a importância da Filosofia para a Educação? Depois de analisar a importância da filosofia para a construção do saber, vamos perceber que ela está em tudo e aí chegamos à conclusão que essa forma de conhecimento dá sustentação lógica e coerente para compreender a prática da educação. Nesse sentido, podemos afirmar que de posse da capacidade de filosofar, questionar, também vamos encontrar a criticidade, a reflexão sobre a continuidade das formas de educar, de fazer o outro entender o que estamos ensinando,elaborando, aprendendo, além de que a filosofia nos permite reformular, mudar uma realidade e a realidade dos outros. Você sabia que a filosofia põe em questão tudo que acreditamos saber? Pois é, aqui podemos pôr em questão a formação do professor. Como qual o modelo de professor que nós queremos hoje? Será que queremos ser professor? Nós temos? Porque o professor que nós temos hoje no Brasil, tanto na escola pública como na escola privada, é trabalhador insatisfeito com sua categoria profissional. Quando a sociedade não está preocupada com a sua formação continuada. Para que isso aconteça é necessária uma forma de fazer política que reconheça o profissional da docência. É bem verdade que houve recentemente mudanças na lei do piso dos salários do professor. Mas, isso ainda é muito pouco para a formação do profissional da educação e base. 12 Há na sociedade brasileira uma necessidade de formar professores com atitude filosófica. Mas o que é atitude filosófica? É a capacidade que temos de fazer uma reflexão. Para tanto, a educação no Brasil necessita de professores com capacidade de refletir a sua realidade de trabalho, refletir a sua prática de ensino. Então, para formar esse perfil de professor, temos que formar profissionais que busquem tomar consciência da sua identidade, ou seja, quem é ele? O que faz? O que pretende fazer? Esse professor precisa refletir sobre a sua realidade, o seu “EU”. E não importa quem ele é, mas o que ele tem que saber enquanto profissional da educação. Ele deverá saber de seus propósitos quanto à sua prática educativa. Isso porque o professor vai lidar com seres humanos, pessoas que ele não conhece, e elas são pessoas ímpares, que fazem parte de famílias distintas umas das outras e com histórias também diferentes. Estudante, a filosofia deverá levar o professor a refletir sobre a sua condição na sala de aula, ele tem de dominar os conteúdos em sala de aula, é uma forma de manter o controle no ambiente educativo, bem como estabelecer a segurança do professor em sala de aula, conforme Francis Bacon, “O conhecimento dá poder”, de modo, que só o domínio do conhecimento é capaz de fazer o educador sentir firmeza em sala de aula. O curriculum lattes dá a certeza de que o professor possui o discurso e a certificação curricular legitimada pela instituição credora do conhecimento, mas não dá a experiência em sala de aula. Por isso, é muito importante a reflexão do professor sobre uma prática escolar, seja ela onde for, o professor preparado e disponível para a prática de sala de aula, ele já leva no bojo uma condição favorável à prática pedagógica”. Perceba, meu (minha) caro (a), que a relação da filosofia com a educação está diretamente ligada ao professor pensar seu lugar no processo educacional e, principalmente, suas condições de trabalho, dentre elas salarial e a valorização do trabalho do profissional de educação, talvez o mais importante, tendo em vista que sem o professor não há quaisquer outros profissionais. Antes de nós encerramos nossa unidade, prezado (a) aluno), quero indicar para vocês duas leituras essenciais para todo e qualquer professor. viSiTe aS PáGinaS Plano Nacional de Educação LINK Lei de Diretrizes e Bases LINK 13 Querido (a) aluno (a), agora, quero deixar para você dois estudos de caso que servirá como mote para que você responda as perguntas do questionário avaliativo da unidade. eSTudo de caSo 1 Numa escola particular, numa turma do 7º ano, a professora de literatura, decide integrar a esta disciplina, a de artes, de forma interdisciplinar, especialmente no que tange ao trabalho de arte com a linguagem literária. Para tal, ela utiliza o livro paradidático, um grande clássico da literatura brasileira com seus alunos. Após indicar o livro para a turma, ela escreve no quadro negro uma lista com 50 questões para o aluno responder acerca do livro. Perguntas como “Quais as personagens principais? ”, “Em que momento o casal principal do livro fica junto? ”, “Em que momento eles se separam? ”, “Na página x, durante a festa, a personagem principal está dançando com quem? ”. A professora explica que este questionário é para ser respondido, digitado, entregue a ela em forma de trabalho e servirá como nota da unidade e que apresenta como finalidade ver o conhecimento do aluno sobre a obra e se, de fato, eles leram. Alguns alunos leram o livro, poucos gostaram e muitos detestaram, mas a maioria foi à internet, pegou o resumo e o resto copiou dos colegas de turma que leram e responderam o questionário. O resultado é que a maioria tirou nota boa e não ficou em recuperação na matéria. eSTudo de caSo 2 Numa turma de 2º ano do ensino médio, a professora de literatura, utilizando da interdisciplinaridade com as diversas linguagens da arte, como nota de unidade, em vez de aplicar provas, decide passar, para os seus alunos, o seguinte trabalho: Entrega para os alunos imagens dos quadros abaixo e pedem que eles dissertem sobre qual obra eles consideram arte e qual a que acham mais bonita. Ao receber os trabalhos, a professora nota que a maioria dos alunos afirmaram que arte mesmo era A Mona Lisa de As Vinci, mas que gostavam mais e achavam mais bonito o quadro do pernambucano Romero Brito. Diante disto, ela decidiu dividir a sala em dois grupos, onde cada um fica com uma obra e pede que eles debatam, defendam e argumentem, com base no que estudaram sobre arte, seus respectivos quadros, inclusive ressaltando quais características fazem determinada obra ser arte e a outra cultura de massa. Quadro 01: A Mona Lisa – Leonardo Da Vinci Figura 1 – A Mona Lisa (Leonardo Da Vinci) Fonte: LINK 14 Quadro 02: Mona cat – Romero Brito Figura 2 - Mona cat (Romero Brito) Fonte: LINK PaLavraS FinaiS do ProFeSSor Chegamos ao final da nossa terceira unidade da disciplina de Tópicos Integradores I. Ao longo desta unidade você relembrou alguns assuntos já trabalhados e estudados por você nas disciplinas de Estética e História da Arte e Filosofia da Educação. Iniciamos estudando o conceito de arte e de educação. Em seguida vimos conceitos extremamente importantes, principalmente para a disciplina de Tópicos Integradores, como interdisciplinaridade, quando estudamos a interdisciplinaridade e a disciplinaridade como elementos articuladores. Também vimos o professor crítico e o reflexivo ao trabalhar a arte nas escolas e, por fim, as modalidades disciplinares da arte e história no ensino-aprendizagem. Em seguida foi o momento de estudarmos os conteúdos pertencentes à disciplina de Filosofia da Educação, iniciada com as tendências pedagógicas, onde vimos as duas grandes divisões: liberal e progressista, bem como suas subdivisões. Posteriormente, relembramos a filosofia da educação na formação docente, essencial para a compreensão, por parte do professor, do seu papel no mundo e no processo educacional. Por fim, você foi apresentado a dois estudos de caso que serão base para que você responda os questionários avaliativos desta unidade. Bem, prezado (a), esta foi a nossa unidade III da disciplina Tópicos Integradores. Espero que nosso caminhar relembrando assuntos antigos tenha sido prazeroso. Desejo um ótimo estudo e nos veremos na quarta e última unidade. Até lá! Para início de conversa ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE Interdisciplinaridade e disciplinaridade como elementos articuladores O professor crítico e reflexivo Modalidades multidisciplinares da arte e história no ensino-aprendizagem FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO Tendências Pedagógicas FILOSOFIA NA FORMAÇÃO DO EDUCADOR ESTUDO DE CASO 1 ESTUDO DE CASO 2
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