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1 MEP II Giovanna Jansen Cordeiro 2 Período – Medicina UNIFIPMoc-Afya (PNAB) O Programa Nacional da Atenção Básica (PNAB), em vigor desde setembro de 2017 e com alterações mais recentes em março de 2020, estabelece a revisão de diretrizes para a organizaçãoda AB no âmbito do SUS. A PNAB considera os termos Atenção Básica (AB) e Atenção Primária à Saúde (APS) como termos equivalentes, de forma a associar a ambas os princípios e as diretrizes definidas neste documento. A PNAB tem na Saúde da Família sua estratégia prioritária para expansão e consolidação da AB. • Atenção Básica: a principal porta de entrada e centro de comunicação da Rede de Atenção à Saúde (RAS), coordenadora do cuidado e ordenadora das ações e serviços disponibilizados na rede. • Princípios: o Universalidade: Todos os cidadãos têm direito à saúde independente de qualquer característica própria; o Equidade: Objetivando diminuir as desigualdes, significa “tratar desigualmente os desiguais”, investindo mais unde a carência é maior; o Integralidade: Visa integrar medidas de promoção da saúde, prevenção de doenças, tratamento e reabilitação, considerando o indivíduo como um todo em conjunto com a comunidade. Atualmente, o perfil de saúde apresenta as seguintes características: • Alterações no perfil demográfico; • Alterações no padrão de morbimortalidade da po- pulação brasileira; • Aumento expressivo das DCNT; • Diminuição das doenças infecto contagiosas; • Aumento da mortalidade por causas externas; • Predominância de condições crônicas. Principais fragilidades do sistema: • Baixa capacidade resolutiva da Atenção Básica; • Sobrecarga dos serviços de urgência e emergência; • Limites no acesso do paciente aos serviços ambula- toriais e hospitalares especializados; • Fragilidade dos mecanismos de articulação entre as redes de atenção à saúde. Principais fragilidades profissionais: • Baixa utilização da gestão do cuidado; • Práticas que desconsideram a equidade; • Formação profissional pouco articulados com as ne- cessidades do sistema; • Alta rotatividade e sobrecarga de trabalho dos pro- fissionais; • Falta de preparação profissional para o trabalho em equipe; • Desorganização interna dos serviços com fragilida- des na estrutura gerencial/ corpo funcional/ proces- sos de trabalho favorecendo, inclusive, a falta de integração da equipe profissional; • Baixa utilização de mecanismos de coordenação as- sistencial. (Territorialização) Busca estabelecer as áreas de responsabilidade das equipes de saúde, para que possam fazer o planeja- mento: diagnóstico, identificação e priorização dos pro- blemas de saúde e programação, operacionalização e monitoramento das ações de saúde. A divisão dos territórios pode ser dada em: • Solo: Definido a partir de critérios geográficos e com uma visão estática NÃO acompanhando as mu- danças ocorridas no território; • Processo: Definido por critérios geográficos políti- cos, econômico, sociais e culturais, com uma visão dinâmica que acompanha as mudanças permanen- tes no território; • Distrito: É a delimitação de um território adminis- trativo assistencial que congrega diferentes pontos da Rede de Atenção à Saúde; • Área: É o território-processo de responsabilidade de uma equipe de Saúde da Família (ESF) ou uma Equipe de Atenção Básica (EAB) o planeja as ações de saúde; o organiza a oferta de serviços dentro da rede; o viabiliza os recursos para o atendimento das ne- cessidades de saúde das famílias residentes no território; 2 MEP II Giovanna Jansen Cordeiro 2 Período – Medicina UNIFIPMoc-Afya • Microárea: É a subdivisão do território-área de res- ponsabilidade da equipe de saúde para definição das áreas de atuação de cada Agente Comunitário de Saúde. Para apropriar um território (primeira territorializaçã da USF): • deve-se discutir entre a equipe para que todos compreendam o processo de territorialização; • em seguida, avalia-se a tarritorialização atual (áreas de abrangência e microáreas); • após isso, informantes-chaves são entrevistados para identificar e priorizar problemas de saúde das famílias; • o próximo passo é fazer uma análise comparativa, considerando os principais elementos, sendo eles: o Distância máxima de um domicílio e a UAPS; o Barreiras geográficas ou de grande esforço; o Áreas de risco ambiental e/ou urbano; o Malha viária, pavimentação, transporte; o Proporção população / equipe. • atualiza-se o cadastro das famílias residentes; • depois é confeccionado um mapa inteligente, onde indicam-se os principais problemas do território, possíveis parcerias, localização de pontos de atenção à saúde, controle sanitário, áreas de ocupação, riscos etc. • seguindo, as sugestãos são sistematizadas para a definição da nova microárea de abrangência da equipe e das respectivas microáreas; e • finalmente, a territorialização é enviada para a SMS e a Coordenação da APS. (Previne Brasil) Instituída pela Portaria n° 2.979, de 12 de novembro de 2019, Previne Brasil é a nova política de financia- mento federal da Atenção Primária à Saúde no país. O objetivo do programa é ampliar o acesso ao SUS a partir de uma estrutura de financiamento que considere o desempenho e os resultados dos municípios no cuidado da Atenção Primária. É válido destacar que a política não determina todo o valor destinado à Atenção Primária dentro dos municí- pios, haja vista que trata apenas de parte dos recursos, aqueles que chegam via transferência federal. Com o Previne Brasil, o repasse de transferência para os municípios passou a ser feito baseado em três crité- rios: • Capitação Ponderada: calculado com base no nú- mero de cadastros realizados pelas equipes de Sa- úde da Família (ESF) e equipes de Atenção Primária (eAP). É um incentivo para que a população depen- dente do SUS esteja efetivamente sob responsabili- dade das equipes e dos serviços de saúde, e, por- tanto, direcione a ampliação da capacidade insta- lada e da oferta dos serviços da Atenção Primária à Saúde; • Pagamento por desempenho: calculado a partir do desempenho do município em um conjunto de indi- cadores de processo e de resultado em saúde, que são monitorados e avaliados no trabalho das equi- pes. Este componente visa, entre outros objetivos, re- conhecer a efetividade ou necessidade de aperfei- çoamento das estratégias de intervenção e subsi- diar a definição de prioridades para melhoria da APS; • Incentivos para ações estratégicas: parte do finan- ciamento que é baseada na implementação de pro- gramas, estratégias e ações que tragam melhoria para a Atenção Primária. Ex.: Saúde na hora, imple- mentação de equipe odontológica. Antes de o Previne ser instituído, o financia- mento da Atenção Primária era composto pelos Piso de Atenção Básica Fixo e Variável • O valor fixo era um per capita com base na popula- ção IBGE, ou seja, eram consideradas todas as pes- soas do município para calcular o repasse, variando de R$ 23,00 a R$ 28,00. O Previne Brasil sofreu várias críticas, alegando- se que os novos métodos de financiamento iriam: o Limitar a Universalidade; o Aumentar as distorções no financia- mento; e o Induzir a focalização de ações da APS. • Dessa forma, implicaria em ampliação das desigual- dades, ferindo o princípio de Equidade. 3 MEP II Giovanna Jansen Cordeiro 2 Período – Medicina UNIFIPMoc-Afya (Vigilância Epidemiológica) A Vigilância Epidemiológica é definida pela Lei n° 8.080/90 (Lei do SUS) como “um conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a detecção ou prevençãode qualquer mudança nos fatores deter- minantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos”. São funções da vigilância epidemiológica: • Coleta de dados; • Processamento dos dados coletados; • Análise e interpretação dos dados processados; • Recomendação das medidas de controle apropria- das; • Promoção das ações de controle indicadas; • Avaliação da eficácia e efetividade das medidas adotadas; • Divulgação de informações pertinentes. Sistemas de informação: • Notificações da Vigilância o SIM – Sistema de Informação sobre Mortalidaade o SINAN – Sistema de Informação de Agravos de Notificação Compolsória o SINASC – Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos • COVID-19 o eSUS - notifica o SIVEP GRIPE – Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (pacientes hospitalizados por síndrome respiratória aguda grave) o Serviços MOC • Imunização o SI-PNI o Mais Saúde Digital Notificações Compulsórias: A notificação compulsória é obrigatória para os mé- dicos, outros profissionais de saúde ou responsáveis pe- los serviços públicos e privados de saúde, que prestam assistência ao paciente, em conformidade com o art. 8º da Lei nº 6.259. A notificação compulsória será realizada diante da suspeita ou confirmação de doença ou agravos. A comunicação de doença, agravo ou evento de sa- úde pública de notificação compulsória à autoridade de saúde competente também será realizada pelos respon- sáveis por estabelecimentos públicos ou privados educa- cionais, de cuidado coletivo, além de serviços de hemo- terapia, unidades laboratoriais e instituições de pes- quisa.
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