Buscar

2 Aula_posse_ (1)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 48 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 48 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 48 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Conteúdo da aula
Posse – art. 1.196 a 1.224 CC
Conceito
Entendimentos diversos sobre o assunto.
Ideia de situação fática que uma pessoa, independentemente de sua qualidade de proprietária, exerce poder sobre uma coisa, conservando-a e defendendo-a.
O dono procede desta forma, assim como quando a pessoa tem apenas a fruição concedida por outrem (comodatário, locatário, usufrutuário) ou que zela por coisa alheia (síndico, inventariante, etc.)
Posse é conduta de dono (Rudolf Von Ihering)
Existindo o exercício dos poderes de fato inerentes à propriedade, existe a posse, a não ser no caso de mera detenção (vide tópico específico sobre o assunto)
O conceito de posse é extraído dos artigos 1.196, 1.198 e 1.208, CC
Posse é o exercício de fato de qualquer um dos poderes inerentes à propriedade, conforme se depreende do artigo 1.196, do CC, ao definir a figura do possuidor. Trata-se de um direito de natureza especial, não sendo direito real ou pessoal (vide tópico natureza jurídica).
Posse é a exteriorização da propriedade (vide art. 1.228, CC)
Usar: Servir-se das utilidades da coisa
Gozar: Receber os frutos (ex. locação)
Dispor: desfazer da coisa (vender, doar, abandonar, destruir, reaver, conceder em garantia, etc.)
18/03/2021
Conceito
É um estado de fato – tratada como aparência de propriedade, um estado de fato que revela o poder que uma pessoa têm sobre uma coisa, sem, necessariamente, ser o dono dela;
Nem todo estado de fato é posse – a evolução do entendimento de posse levou ao estabelecimento de diferença entre esta e a mera detenção da coisa;
Obrigação legislativa de proteção da posse – “a nenhum proprietário interessa que a posse não seja protegida, ainda que a coisa não esteja sob sua posse direta”, assim, proteger a posse significa proteger a propriedade, beneficiando o possuidor e o dono da coisa.
18/03/2021
Conceito – premissas 
Teorias fundamentais
Duas grandes correntes clássicas procuraram justificar a posse como categoria jurídica.
TEORIAS
SUBJETIVA
OBJETIVA
CORPUS (apreensão da coisa)
ANIMUS DOMINI Intenção de ter a coisa)
Savigny
Ihering
A posse é composta por dois elementos:
Elemento material, constituído pelo poder, detenção física da coisa	.
Intenção de ter a coisa para si, vontade de ter a coisa como sua (subjetividade). Quem possui por outro motivo, é qualificado como simples detentor (comodatário, locatário, etc.) - não possuem a intenção de se tornar proprietário. – ENTRETANTO, o possuidor pode ter consigo a coisa sem a intenção de tê-la para si (locatário). Inclusive, lhe é facultado ajuizar medidas de proteção possessória – 
É objetiva porque não dá a importância ao animus. Posse é pressuposto para exercício da propriedade. A distinção (corpus e animus) é irrelevante, pois a noção de animus já se encontra na de corpus. O possuidor será aquele que exerce poderes de dono, comportar-se como se dono fosse. – vide art. 1.196, CC - Dono do sítio não deixa de ter a posse apenas porque não se encontra no local. – o LOCATÁRIO SE COMPORTA COMO DONO DA COISA, por exemplo.
18/03/2021
Teorias fundamentais
Adequou a teoria de Ihering à função social. Partiu dos princípios consagrados na teoria objetiva, incorporando objetivo social e econômico à posse. A posse resulta de um fator social e deve ser respeitada de modo a possibilitar a circulação de riqueza. 
 NOVIDADE: Somente poderá pleitear proteção jurídica quando o estado de fato sobre a coisa estiver acompanhado da realização de algum objetivo socioeconômico. Assim, tenta evitar a proteção de posses que não exerçam nenhum objetivo social ou econômico (posse especulativa)
Exemplo: Posse-trabalho. (Interpretação à luz da CF – função social e econômica. – VIDE aarts. 1228, §§ 4º e 5º, 1238, p.u e 1.242, p.u, CC
TEORIA SOCIAL DE Raymond Saleilles 
Natureza Jurídica - 
POSSE: DIREITO OU FATO ?
DIREITO
FATO e DIREITO
A posse é um direito subjetivo protegido. A posse seria uma condição econômica de utilização do direito de propriedade. Concede ao possuidor um direito subjetivo para que sirva à tutela do direito superior de propriedade. 
(Ihering)
Nat. Jur. Dúplice - A posse é um fato, pois existe sem regras, porém certas condições atribuem a este fato os efeitos de um direito pessoal apto a produzir consequências jurídicas direito – usucapião - (teoria eclética). 
Situação de fato protegida pelo direito
(Savigny).
Função Social
“A posse constitui direito autônomo em relação à propriedade e deve expressar o aproveitamento dos bens para o alcance de interesses existenciais, econômicos e sociais merecedores de tutela”. 
- Necessidade social de terra para o trabalho, para a moradia (necessidades básicas) – dignidade da pessoa humana, cidadania, o direito de proteção à personalidade e à própria vida”.
V Jornada de Direito Civil – Enunciado 492.
“À luz do texto constitucional e da inteligência do novo Código Civil, a função social é base normativa para a solução dos conflitos atinentes à posse, dando-se efetividade ao bem comum, com escopo nos princípios da igualdade e da dignidade da pessoa humana”
(STJ, REsp 1.296.964/DF, 4.ª Turma, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, j. 18.10.2016, DJe 07.12.2016).
Jurisprudência
O princípio da função social da posse é implícito ao CC (direito civil constitucional) pela valorização da posse-trabalho, constante dos seguintes dispositivos legais: art. 1.238, par. único; art. 1.242; art. 1.228, § 4 e 5, todos do CC. 
Conclusões
O CC adotou a teoria objetiva ao dispor: considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não dos poderes inerentes à propriedade (artigo 1.196). 
Portanto, pode o locatário, o usufrutuário ou o comodatário defender a posse contra turbação de terceiros, inclusive contra o próprio proprietário da coisa, uma vez que, são considerados possuidores de acordo com a teoria de Ihering.
POSSE
DIRETA
INDIRETA
Locatário
Locador
Em tese, todo proprietário é possuidor, mas nem todo possuidor é proprietário. 
EXEMPLO
Legitimidade
Aquele que dispõe do efetivo poder sobre a coisa, podendo ser pessoas naturais, jurídicas e entes despersonalizados (espólio, massa falida, a sociedade de fato, etc.).
QUEM PODE SER POSSUIDOR? – art. 1.196, CC – qualquer um... 
Entes despersonalizados - Constituem um conjunto de direitos e obrigações, de pessoas e de bens sem personalidade jurídica e com capacidade processual, mediante representação. Não preenchem as condições legais e formais para serem enquadrados como pessoas jurídicas, por falta de alguns requisitos ou pela sua situação jurídica “sui generis”.
Fundamento da Posse
JUS POSSESSIONI
JUS POSSIDENDI
Posse autônoma; independentemente de título.
Posse causal decorrente de um título registrado que promove a aquisição de um direito real. Neste caso, a posse engloba, é um componente da propriedade.
Natureza Jurídica - 
POSSE: DIREITO OU FATO ?
DIREITO
DIREITO E FATO
A posse é um direito subjetivo protegido. A posse seria uma condição econômica de utilização do direito de propriedade. Concede ao possuidor um direito subjetivo para que sirva à tutela do direito superior de propriedade. 
(Ihering)
Nat. Jur. Dúplice - A posse é um fato, pois existe sem regras, porém certas condições atribuem a este fato os efeitos de um direito pessoal apto a produzir consequências jurídicas direito – usucapião - (teoria eclética). 
Situação de fato protegida pelo direito
(Savigny).
PREVALECE ESTA CORRENTE
Natureza Jurídica
A posse é um fato; decorre da situação fática do apossamento. (Windsheid, Trabucchi, Bonfante).
POSSE: DIREITO OU FATO ?
FATO
DIREITO
DIREITO E FATO
A posse é um direito juridicamente relevante. 
(Ihering)
A posse é um fato e um direito (teoria eclética). 
(Savigny).
Para saber se a posse deve ser incluída entre os direitos reais ou entre os direitos pessoais, é necessário verificar se os princípios que a regulam aproximam-na mais daqueles ou destes.
Natureza Jurídica
REAIS
PESSOAIS
INTER PARTS;
Consensualismo;
Autonomia da vontade;
Objeto: coisa genérica determinável;
Sujeito passivo identificado desdeo nascimento do direito;
ERGA OMNES;
Publicidade;
Numerus clausus;
Objeto: coisa determinada;
Sujeito passivo quando da violação do direito.
Para Ihering, a posse, sendo um direito, só pode pertencer à categoria dos direitos reais.
Natureza Jurídica
Relação direta entre o possuidor e a coisa;
Está regulada no livro dos direitos reais;
O possuidor pode opor o seu direito em face de qualquer pessoa. 
POSSE: DIREITO REAL OU PESSOAL?
DIREITO REAL
DIREITO PESSOAL
Não está no rol do art. 1225 CC;
Os direitos reais sobre os bens imóveis só se adquire pelo registro, sendo desnecessária a posse;
A hipoteca não se pode constituir sobre a posse.
DIREITO ESPECIAL
É uma manifestação do direito real;
As ações possessórias não envolvem direito sobre a coisa, mas o fato ameaçado;
A intervenção do cônjuge nas ações possessórias é dispensável (art. 73,§2 CPC).
Sui generis
Clóvis Beviláqua
Possuidor
Art. 1.196 CC;
Teoria Objetiva – Ihering;
Comportamento de dono;
Poderes inerentes ao Proprietário.
POSSE
Caráter econômico da posse;
Função social da posse.
Posse x Detenção
Exemplos: fâmulo da posse; caseiro; utilização de talheres em um restaurante; material de sala de aula; arma utilizada pelo soldado mas que pertence ao quartel; imóvel guardado por um caseiro.
Fâmulo – criado, empregado, subserviente, prestador de serviços domésticos.
DETENÇÃO
É o exercício de atos possessórios segundo as ordens ou instruções de outra pessoa. É a utilização da coisa sobre subordinação. Segue as instruções do proprietário ou do legítimo possuidor. Mero detentor da coisa, ao conservar a posse em nome de outrem. – A pessoa não é considerada possuidora mesmo tendo poder de fato sobre a coisa.
Art. 1.198, CC. (a relação da pessoa com a coisa é desqualificada)
Detenção
Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas.
Parágrafo único. Aquele que começou a comportar-se do modo como prescreve este artigo, em relação ao bem e à outra pessoa, presume-se detentor, até que prove o contrário.
Atos que não induzem posse: DETENÇÃO.
Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade.
Permissão – consentimento expresso do possuidor, manifestação de vontade (Ato Jurídico em Sentido Estrito – possuidor permite que romeiros durmam uma noite em sua fazenda)
Tolerância – passividade, inação, inércia (Ato-fato-jurídico). Simples comportamento com consequências jurídicas (sujeito usa sua vaga de garagem, sem consentimento)
Jurisprudência sobre o assunto
APELAÇÃO. Ação de reintegração de posse envolvendo imóvel. Sentença de procedência. Inconformismo da ré. Descabimento. Ação por ela ajuizada objetivando o reconhecimento da usucapião urbana sobre o bem que foi julgada improcedente na mesma sentença que acolheu a presente possessória. Detenção do bem por ela por mera permissão do genitor do autor, com o qual convivia em razão de concubinato. Permanência no bem que se afigurou injusta após findo o relacionamento e pretensão de retomada pelo proprietário, que detinha a posse indireta. Sentença mantida. Recurso a que se nega provimento (Apelação Cível nº 1003673-58.2017.8.26.0302, TJ/SP)
Filho tem o domínio (proprietário)
Genitor faleceu , a namorada manteve-se no imóvel e não arcou com o pagamento de alugueres
Filho não tem a intenção de manter o comodato
A posse (detenção) da namorada se deu por mera permissão do pai – ainda era casado
Com o falecimento do pai, nada indica que a situação deva ser mantida 
18/03/2021
Jurisprudência sobre o assunto
Apelação – Ação de reintegração de posse – Bem imóvel – (...) Sentença de acolhimento do pedido – Cerceamento de defesa – Inocorrência – Prova oral prescindível no caso, em que se pretendia corroborar o contido em recibo de compra da vaga de garagem, fato sem relevo para a resolução do litígio – Prova pericial demonstrando que a área ocupada pelo réu, ex-condômino, se trata de área de garagem pertencente ao condomínio edilício autor – Convenção condominial, que obviamente vincula os condôminos, proibindo a apropriação ou a utilização exclusiva de áreas comuns – Consequente precariedade da detenção exercida pelo réu, assim sem o condão de induzir proteção possessória ou a caracterização de usucapião – Acessões introduzidas pelo réu no local que, equiparando-se a benfeitorias necessárias, lhe confeririam, em princípio, direito a indenização – Consideração, porém, de que tal acessão não trará absolutamente nenhuma utilidade ao condomínio autor e que o réu ocupa o imóvel, indevidamente, desde o ano de 2011 – Condomínio autor que, por seu turno, também faria jus a indenização pela indevida ocupação da indigitada área, embora não tenha formulado pedido indenizatório – Indenização essa que superaria, com folga, a requestada pelo réu, salta aos olhos – Cenário diante do qual a concessão da indenização pretendida pelo réu infringiria dois princípios elementares de nosso sistema jurídico, o que veda possa alguém extrair proveito da própria torpeza e o que proíbe o enriquecimento indevido – Sentença confirmada. Afastaram a preliminar e negaram provimento à apelação (Apelação Cível nº 1006611-66.2016.8.26.0009)
18/03/2021
Jurisprudência sobre o assunto
O réu convivia com uma condômina, fechou uma vaga de garagem com alvenaria e explorou o local com a instalação de um bar 
Com o fim da união estável, passou a residir no local
Condomínio diz que as vagas não são demarcadas e o réu se instalou no local de maneira clandestina e sem pagar taxa condominial.
O réu juntou documento com recibo de compra da vaga. As melhorias foram feitas com autorização do condomínio
O condomínio “tolera” comércio nos imóveis
Deve ser indenizado pelas construções 
Perícia comprovou que o espaço é localizado na área comum do edifício (vagas de garagem)
O réu ocupa 7 vagas (área total de 79,75m2)
Mera detenção – precariedade – não induz posse (art. 1.208, CC)
Jurisprudência sobre o assunto
Classificação de Posse
Classificação
DIRETA E INDIRETA
POSSE E COMPOSSE
JUSTA E INJUSTA
BOA-FÉ E MÁ-FÉ
NOVA E VELHA
AD INTERTDICTA E AD USUCAPIONEM
Quanto ao modo de exercício - Direta e Indireta
É exercida por quem tem contato físico sobre a coisa, ou possui algum direito real sobre coisa alheia.
Art. 1197 CC
DIRETA
INDIRETA
É exercida pelo proprietário da coisa, quando ela se encontra sob a posse direta de outrem.
A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto.
Exemplos: comodato e locação, entre outros.
 Apelação – Reintegração de posse – Sentença de rejeição do pedido – Irresignação improcedente – Autor que ocupava o imóvel na condição de sublocatário não consentido – Quadro diante do qual é perfeitamente possível ao locador, titular da posse indireta, ingressar com ação de reintegração de posse diretamente contra o sublocatário não consentido, que é intruso frente ao primeiro – Precedentes – Situação em que é desnecessária prévia rescisão ou desfazimento do contrato de locação, até porque pode ser interessante para o locador preservar a locação, pese a infração contratual praticada pelo locatário, embora exigindo a saída do imóvel do sublocatário não consentido – Consequente falta de relevo na discussão travada entre as partes em torno da suposta simulação no ato de distrato do contrato de locação –Negaram provimento à apelação. (Ap. nº 1004636-66.2017.8.26.0011, TJ/SP)
O sublocatário falou que o locador deveria ingressar com ação de despejo!!! A tese não colou!!
18/03/2021
Jurisprudência sobre o assunto
- Quanto ao número de pessoas - Posse e Composse
Art. 1.199 CC
Duas ou mais pessoas exercem a posse sobre coisa indivisível, poderá cada uma exercer sobre ela atos possessórios,contanto que não excluam os dos outros compossuidores.
COMPOSSE
Ocorre composse quando vários possuidores tem a coisa em conjunto. 
Ex.: herdeiros antes da partilha, cônjuges e seus bens conjugais, condomínio etc.
CASAL
BEM
Quanto à existência de vício - Justa e Injusta
Art. 1200 CC
“É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária”.
JUSTA
INJUSTA
É aquela exercida em harmonia com o ordenamento jurídico.
É aquela exercida ou adquirida em contrariedade com o ordenamento jurídico. A posse injusta é aquela considerada violenta, clandestina ou precária.
Posse Violenta: é aquela adquirida mediante o uso da força física, expulsão, roubo.
Posse Clandestina: é aquela adquirida ou exercida sem conhecimento público, isto é, às ocultas, furtivamente. Sujeito entra escondido na casa do outro, enquanto o cidadão viaja e começa a exercer posse injusta, nascida na clandestinidade. (Furto) 
Posse Precária: é aquela adquirida ou exercida mediante o abuso de confiança, consubstanciando-se na retenção indevida de um bem que deve ser devolvido ao seu titular (fâmulo da posse) - servo, criado. Apropriação indébita.
Quanto ao elemento psíquico - Boa-fé e Má-fé
Trata-se da boa-fé subjetiva (elemento psíquico), desconhecimento do vício (ignorância – estado mental). É aquela em que o possuidor reputa legítima, desconhecendo qualquer causa que impeça a aquisição do bem ou o exercício do direito sobre coisa alheia.
Art. 1201 CC
BOA-FÉ
MÁ-FÉ
É a que o possuidor tem o conhecimento de sua ilegitimidade, graças a existência de vício ou de obstáculo ao seu exercício.
 
É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa.
Parágrafo único. O possuidor com justo título tem por si a presunção de boa-fé, salvo prova em contrário, ou quando a lei expressamente não admite esta presunção.
AÇÃO REIVINDICATÓRIA - Ação em que se pleiteia a posse com base na propriedade imóvel – Artigo 1228 do CC – Domínio comprovado - Alegação de usucapião como matéria de defesa – Súmula 237 do STF – Ré que ingressou no imóvel em razão de relacionamento que mantinha com o locatário, falecido em junho/2009 – Permanência no local com pagamento de alugueres até a inadimplência, em 2015 – Ausência de animus domini - Notificação para desocupação desatendida - Usucapião afastada – Posse de má-fé, dado o conhecimento do vício que a contaminava – Imissão na posse determinada - Recurso não provido (Apelação Cível nº 1056196-40.2018.8.26.0002)
18/03/2021
Jurisprudência sobre o assunto
A autora é proprietária do imóvel por meio de herança
O imóvel foi alugado para “x”, o qual passou a viver em união estável com “y”
“x” faleceu e “y” assumiu a posição de locatária, por meio de contrato verbal
“y” parou de pagar o contrato, foi notificada para regularização dos pagamentos, o que não foi feito
“y” alega que ocupa o imóvel , não é locatária, que cercou o terreno, fez plantações e que há ação de usucapião em curso (não comprovou)
Adquiriu a posse em razão do relacionamento com “x”, vínculo contratual e não a exerce com ânimo de dono
 
18/03/2021
Jurisprudência sobre o assunto
Justo título
JUSTO TÍTULO
Considerado o título hábil a transmitir o domínio ou a posse, se não houvesse vício impeditivo. Ex. escritura de compra e venda registrada. O possuidor com justo título tem presunção de boa-fé, salvo prova em sentido contrário. 
(Ex. Escritura de compra e venda levada a registro. Contudo, se o vendedor não era o verdadeiro dono, a aquisição não é aperfeiçoada, MAS presume-se ser de boa-fé, pois tem justo título) 
EXEMPLOS - compra e venda, a troca, a dação em pagamento, a doação, arrematação, adjudicação, formal de partilha
Justo título é o instrumento que conduz um possuidor a iludir-se por acreditar que ele lhe outorga a condição de proprietário. Trata-se de um título que, em tese, apresenta-se como instrumento apto a transferir a propriedade , mas apresenta defeito que impede a aquisição, por vício de natureza formal ou substancial.
“ato jurídico abstrato, cujo fim é habilitar alguém a adquirir a propriedade”
“Por justo título devemos entender o ato jurídico hábil em tese à transferência do domínio”
Justo título
3 formais comuns de vícios formais e substanciais
Venda a non domino
O vendedor não é dono da coisa, mas o adquirente está na convicção de que trata com o proprietário, pois o título é instrumentalmente perfeito e capaz de iludir qualquer pessoa na mesma situação
Exemplo: Vamos imaginar a situação de Claudio Ricardo, que adquire um imóvel de Boça, em uma venda a non domino, pois o verdadeiro proprietário do imóvel era Joselito Sem-noção, pessoa que não prestou o seu consentimento à suposta aquisição. Ao real proprietário caberá o ajuizamento de uma Ação Declaratória para obter o cancelamento de eventual registro, a fim de ser destruída a sua aparência. Mesmo que ocorram sucessivas transmissões do mesmo bem, o fato de a primeira venda ser a non domino acarreta um vício de origem que não impede que o proprietário possa buscar a coisa contra o titular atual, mesmo que não tenha dado início à cadeia sucessória.
b) Título com vício que gera invalidade
O transmitente é o proprietário do bem, mas o ato jurídico possui vício passível de invalidação (nulidade ou anulabilidade).
Exemplo – Vícios de consentimento, vícios sociais, incapacidade, etc. 
Embora o ato seja nulo (art. 166, IV, do CC), poderá o vício ser sanado com a usucapião ordinária caso não existam outros fatores de invalidade do título. 
Exemplo: Manoel adquire o imóvel de Bruno, mediante instrumento particular, quando o ato demandava a solenidade da escritura pública, poderá, após o período de dez anos, tornar-se proprietário.
c) Título que não atende ao plano de eficácia
Nos casos em que o NJ atende aos planos de existência e validade. Contudo, não cumpre algum requisito relacionado a sua eficácia (CONDIÇÃO, TERMO OU ENCARGO)
: Presentemente, já se tem aceitado a promessa de compra e venda como justo título quando o promissário comprador tiver quitado todas as prestações do negócio jurídico, sendo insuficiente o mero pagamento do sinal ou de algumas parcelas.
Justo título
Justo título
Enunciado 302 JDC
Art.1.200 e 1.214 – “Pode ser considerado justo título para a posse de boa-fé o ato jurídico capaz de transmitir a posse ad usucapionem, observado o disposto no art. 113 do Código Civil.”
Enunciado 303 JDC
Art. 1.201. Considera-se justo título para presunção relativa da boa-fé do possuidor o justo motivo que lhe autoriza a aquisição derivada da posse, esteja ou não materializado em instrumento público ou particular . Compreensão na perspectiva da função social da posse.
Enunciado 86 JDC
A expressão justo título, contida nos arts. 1.242 e 1.260 do CC, abrange todo e qualquer ato jurídico hábil, em tese, a transferir a propriedade, independentemente de registro
Súmula 84 STJ
“Admissível a oposição de embargos de terceiro fundados em alegação de posse advinda de compromisso de compra e venda de imóvel, ainda que desprovido do registro”
Transformação da posse de boa-fé em má-fé (vice-versa)
Art. 1202 CC
A posse de boa-fé só perde este caráter no caso e desde o momento em que as circunstâncias façam presumir que o possuidor não ignora que possui indevidamente.
OBSERVAÇÕES
A jurisprudência entende que a posse de boa-fé se transforma em posse de má-fé, a partir do momento em que o possuidor é citado, podendo haver a transformação em momento anterior, contanto que o reivindicante prove. Ex.: o locatário ou o comodatário inadimplentes na obrigação de restituir.
Também pode haver a transformação da posse de má-fé em posse de boa-fé quando, por exemplo, o pessoa que possui a coisa indevidamente, entra em acordo com o legítimo possuidor, mantendo-se na posse direta.
Posse INJUSTA DE BOA-FÉ? A herança traz a posse de injusta, se esta (a posse!!!) era (injusta!!!) quando do de cujus. O herdeiro não sabia. Ou seja, por parte dele há boa-fé, o que não purga a injustiça da posse do de cujus.
Se eu recebopor herança um carro roubado, esta posse que me foi transmitida é injusta, mas se eu desconhecia é também de boa-fé; (tem que analisar o caso concreto)
Posse JUSTA DE MÁ-FÉ? O locatário exerce posse justa, mas se sua intenção é usucapir, está de má-fé. Aquele que adquire a posse de um terreno por meio de prática de um vício no consentimento, logrando êxito em obter a aquisição da propriedade mediante um título aquisitivo. Não se prevaleceu de violência, clandestinidade ou precariedade para iniciar a posse, sendo, portanto, justa, mas há má-fé.
18/03/2021
Transformação da posse de boa-fé em má-fé (vice-versa)
Até ano e dia do desapossamento ou turbação, a posse é tutelada por ação possessória com força nova, ou seja, o direito de manutenção ou reintegração de rito especial, com direito à liminar de reintegração ou manutenção (art. 562-564, CPC). 
Se o possuidor, desapossado ou turbado, não invocar a tutela possessória nesse prazo, perderá o direito à tutela de força nova, sem prejuízo da ação ordinária de posse, que se chama ação de força velha (CPC, art. 558). 
Perderá, apenas, o direito à ação especial com liminar. Se continuar inerte, poderá perder a coisa no prazo da usucapião pertinente.
Obs.: não se perde a posse depois de ano e dia, e sim no momento em que se é desapossado, cessada a violência ou clandestinidade. Nem o esbulhador passa a ter a posse depois de ano e dia, pois a posse ele já tem desde a usurpação não remediada, embora viciada. 
Os meios de defesa do antigo possuidor é que vão diminuindo: 
(i) primeiro o direito de defesa direta (CC, art. 1.210, § 1º - desforço imediato), 
(ii) depois a ação especial com direito de liminar; 
(iii) a ação ordinária de posse, sem perder o caráter possessório. 
(iv) Se nada fizer e permitir correr os prazos de lei, poderá perder definitivamente a coisa por usucapião, o que será estudado oportunamente.
Obs.: no caso de turbação da posse, o prazo de ano e dia conta do último ato de gravame. Se forem vários atos ou uma continuidade de atos, o prazo se conta sempre do último molestamento.
Posse Nova e Posse Velha
Posse Nova e Posse Velha 
É considerada posse nova, aquela com duração menor que um ano e dia.
(art. 562-564, CPC)
NOVA
VELHA
É considerada posse velha, aquela com duração maior que um ano e dia.
Posse Nova e Posse Velha (CPC)
Ação proposta pelo esbulhado ou turbado antes de ano e dia do acorrido, nesse caso ele poderá pedir liminar.
Art. 558 CPC
FORÇA NOVA
FORÇA VELHA
Passado o prazo de ano e dia da turbação ou esbulho, a ação segue o rito ordinário, sem a possibilidade de liminar. (pode pedir tutela de urgência – art. 300 CPC
Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse as normas da Seção II deste Capítulo quando a ação for proposta dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho afirmado na petição inicial.
Parágrafo único. Passado o prazo referido no caput, será comum o procedimento, não perdendo, contudo, o caráter possessório
Posse originária é aquela que não tem vínculo de aquisição com possuidor anterior. Pego um livro abandonado num depósito de lixo, por exemplo: minha posse é originária. 
Não tenho vínculo com o proprietário anterior e já sou dono da coisa desde logo. Ingresso em um imóvel e não sou repelido: tenho posse originária, pois não a adquiri, tomei.
Posse derivada é aquela adquirida de outro possuidor. Assim, o inquilino tem posse derivada. A pessoa que compra um apartamento e vai morar nele tem posse derivada. Sua posse é própria, justa, de boa-fé, mas derivada, em face do vínculo com o antigo titular. 
18/03/2021
Posse originária e Posse derivada
Posse “ad interdicta” e “ad usucapionem”
É aquela que pode ser defendida por meio dos interditos possessórios (ações para manutenção ou retomada da posse), em caso de esbulho ou turbação e não conduz ao usucapião. Ex.: locatário, comodatário, etc (posse injusta....)
Ad interdicta
Ad usucapionem
É aquela que prolongada por determinado período de tempo (prescrição aquisitiva), vai resultar na aquisição da propriedade, também faz jus aos interditos possessórios.
Distinguir a aquisição da posse e da propriedade. Na segunda, tem que provar a origem, motivo, por intermédio de um contrato que dê base jurídica para tanto
A posse é um mero estado de fato e é adquirida, desde o momento em que se torna possível exercer qualquer dos direitos inerentes à propriedade (art. 1204, CC)
A posse é adquirida pela OBTENÇÃO DO PODER DE FATO sobre a coisa
18/03/2021
Aquisição da Posse
Aquisição da Posse
Art. 1204 CC
Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade.
Art. 1205 CC
A posse pode ser adquirida:
I - pela própria pessoa que a pretende ou por seu representante; (capacidade, mandatário);
II - por terceiro sem mandato, dependendo de ratificação. (gestão de negócios, arts 861 e ss).
IMPORTANTE
Faz-se necessária a identificação do momento em que se inicia a posse para que se possa distinguir a posse nova e a posse velha, bem como o inicio da prescrição aquisitiva nos casos de usucapião.
Aquisição da Posse
MEIOS DE AQUISIÇÃO
ORIGINÁRIA
DERIVADA
Não tem relação com a posse anterior. É uma nova posse, portanto, não carrega consigo eventuais vícios da posse anterior (ex: aquisição de coisa sem dono ou abandonada, esbulho)
Quando ocorre a mudança do titular por previsão legal (sucessão) ou pela anuência do antigo possuidor, por intermédio de um contrato
Tradição real
Tradição simbólica
Tradição ficta
Entrega efetiva da coisa
Quando há um ato representativo de transferência da coisa (entrega das chaves)
traditio brevi manu e constituto possessório
constituto possessório = operação jurídica que altera a titularidade na posse, maneira pela qual aquele que possuia a posse em nome próprio, passa a possuir em nome de terceiros. É a convenção mediante a qual se entende promovida a tradição ficta da coisa para o adquirente, permanecendo a posse efetiva em poder do alienante ou de terceiro 
(o proprietário doa/vende o imóvel e permanece como locatário)
18/03/2021
Aquisição da Posse
constituto possessório é “a convenção, ou o pacto aceito entre os contratantes, mediante o qual se entende promovida a tradição (traditio ficta), apesar de continuar a coisa em poder de outrem” (SILVA, DE PLÁCIDO E. Vocabulário Jurídico. 14ª ed. Rio de janeiro: Cia. Editora Forense, 1998, pág. 209)
traditio brevi manu (inverso) A pessoa possui em nome alheio e passa a possuir em nome próprio (o locatário adquire o imóvel locado)
18/03/2021
Aquisição da Posse
Transferência Posse
Art. 1206 CC
A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor com os mesmos caracteres.
Art. 1207 CC
O sucessor universal (recebe todo o patrimônio) continua de direito a posse do seu antecessor. Ao sucessor singular (recebe o bem individualizado) é facultado unir sua posse à do antecessor, para os efeitos legais.
Enunciado 494
Jornadas de Direito Civil – A faculdade conferida ao sucessor singular de somar ou não o tempo da posse de seu antecessor não significa que, ao optar por nova contagem, estará livre do vício objetivo que maculava a posse anterior. 
Muitíssimo Obrigado !!!
Professor Geoge Miguel Atlas Neto.

Outros materiais