Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Aula 5 RENASCIMENTO e ILUMINISMO RENASCIMENTO – A NOVA IMAGEM DO HOMEM Quero que o homem da Corte seja bem instruído nas letras e conheça não apenas o latim, mas o grego ... Que conheça os poetas e também os oradores e historiadores, e além disso, que saiba escrever em verso e prosa, particularmente nossa língua: além do prazer que terá, não lhe faltará temas de conversação com as damas ... Eu o elogiarei também se souber diversas línguas estrangeiras, particularmente o espanhol e o francês, porque o uso de ambos é muito difundido na Itália ... Quero ainda mencionar mais uma coisa que, visto a importância que lhe concedo, não gostaria de ver esquecida: é a ciência do desenho e a arte de pintar (B. Castiglione) Vamos estudar os principais aspectos desse movimento cultural de grande relevância para a humanidade, com legados para a educação da humanidade. Todavia, o faremos de forma bastante aligeirada, como nos é possível nesta disciplina. RENASCIMENTO – A EDUCAÇÃO HUMANISTA RAZÃO e LIBERDADE Chama-se (RE)NASCIMENTO o movimento cultural e artístico dos séculos XVI e XVII, iniciado na Itália e disseminado pela Europa. Há autores que apontam os séculos XV e XVI. Segundo Cotrim, Recebeu esse nome porque se inspirou nas ideias do humanismo – movimento iniciado na península Itálica em meados do século XIV por intelectuais que defendiam o estudo da cultura greco-romana e o reavivamento de certos ideais de exaltação do ser humano e seus atributos, tais como a razão e a liberdade. Era, portanto, um renascer ou redespertar desses ideais. Como, porém, nenhuma cultura renasce fora de seu tempo, o resultado desse movimento não poderia ser o de um mero retorno à antiguidade clássica, trazendo consequências distintas. (COTRIM, FERNANDES, 2016, p.255) Marco da transição da cultura medieval para a cultura moderna. Movimento intelectual – artístico, filosófico, científico e literário. Desenvolveu-se a partir do final do século XIV, na Península Itálica, mas teve seu auge durante o século XVI. Com relação ao surgimento na ITÁLIA: A Península havia sido o centro do antigo Império Romano e era depositária de uma gama de textos Clássicos (greco-romanos) A vida urbana na região, devido a intensificação do comércio, era ativa e precoce, estimulando mudanças na mentalidade das pessoas, favorecendo a crítica aos valores medievais A região possuía relações comerciais com o Oriente FENÔMENOS QUE CONTRIBUÍRAM: Desenvolvimento das forças produtivas: exemplo, a invenção dos tipos móveis de impressão por Johannes Gutenberg (1446). A Tomada de Constantinopla (1453) levou à fuga de um grande número de sábios bizantinos para a Península Itálica, trazendo consigo inúmeros textos antigos, muitas vezes desconhecidos, ampliando o conhecimento sobre a Antiguidade Clássica A Expansão Marítima proporcionou avanços técnicos e científicos e alargou os horizontes geográficos e culturais Expansão do comércio, raízes do capitalismo, ascensão social dos burgueses. HUMANISMO e SEUS VALORES Humanismo em contraposição ao teocentrismo Racionalismo em contraposição às verdades reveladas pela fé; crença no poder da razão. Individualismo burguês em contraposição ao coletivismo cristão Mecenato- Patrocínio de artistas e intelectuais pelos papas, príncipes e burgueses ricos. O RENASCIMENTO criou as bases conceituais e de valores que favoreceriam o desenvolvimento da ciência no século XVII. Revellou maior disposição para investigar os problemas do mundo, o indivíduo moderno aguçou seu espírito de observação sobre a natureza, dedicou mais tempo à pesquisa e às experimentações, abriu a mente ao livre exame do mundo. (COTRIM, FERNADES, 2016). EDUCAÇÃO HUMANISTA Tinha como objetivo a formação da personalidade humana desatrelada dos valores cristãos Retomada da filosofia greco-romana Uma educação que se opõe à escolástica De acordo com MONROE Dois tipos distintos de pensamentos e de prática educacionais surgiram na Renascença. O primeiro foi a restauração da educação liberal dos gregos, que visava o desenvolvimento da personalidade por meio de uma grande variedade de recursos educativos. Este objetivo da educação era amplo e incluía diversos elementos, além do intelectual e, empregava diversos meios, além do literário. (MONROE, 1956, p.196) Segundo este autor, posteriormente, houve uma segunda concepção, menos “ilustrada”, na qual a língua e a literatura grega transformaram-se em [...] uma simples disciplina formalista para o indivíduo. Itália – VITORINO DE FELTRE Casa Giocosa - Vinde, meninos, aqui se ensina, não se atormenta. (ARANHA, 1989, p. 106) Alemanha –a ordem religiosos dos Jerônimos foi a precursora do Humanismo, suas escolas ensinavam latim, grego, retórica, lógica, teologia, direito romano. Inglaterra – escolas públicas com a preocupação de formar os mestres que educariam as crianças REFORMA e CONTRA-REFORMA DA IGREJA É importante destacar que as divergências não eram apenas religiosas, mas econômicas e sociais. Foram travadas lutas sangrentas REFORMA Protestantismo – Luthero Propôs educação pública, onde as escolas fossem administradas pelo Estado. O ensino deveria ser ministrado na língua materna e não mais em latim. Contra as indulgências Bíblia escrita na língua vernácula para que todas as pessoas pudessem ler as escrituras sagradas. CONTRA-REFORMA Igreja católica – contrarreforma - CONCÍLIO DE TRENTO A Igreja católica resolveu criar novas ordens que dessem atenção especial ao ensino. Nesse cenário, sobressaíram-se os Jesuítas – RATIO STUDIORUM VÍDEO https://www.youtube.com/watch?v=mILMl-dJcqI https://www.youtube.com/watch?v=mILMl-dJcqI https://www.google.com/search?q=agonia+e+extase+livro&safe=active&rlz=1C1NNVC_enBR497BR503&sxsrf=ALeKk0138FHRhA W- _XUnG5HlkR9RbofNiw:1612362091364&tbm=isch&source=iu&ictx=1&fir=DA4XFlIh0QuZMM%252CSjdMmtCokyxEKM%252C%2 52Fg%252F113s11dl0&vet=1&usg=AI4_-kQtS3IigsqRX0nEewTBGGsPLIGI0Q&sa=X&ved=2ahUKEwjPsdHt9M3uAhXaGbkGHR- 1AnsQ_B16BAgjEAI&biw=1366&bih=600#imgrc=DA4XFlIh0QuZMM ILUMINISMO – Século das Luzes A contínua expansão do comércio, que manteve a ascensão dos burgueses financeira destes, não lhes trouxe ascensão política, mas sim a consciência da possibilidade de sua ascensão de classe: [...] apesar disso, no plano sociopolítico, em diversos países europeus subsistia o Antigo Regime, isto é, um conjunto básico de elementos e instituições que caracterizaram essas sociedades, como a organização em estamentos (basicamente três: clero, nobreza e demais grupos sociais, com mobilidade quase nula), a desigualdade jurídica entre eles (ou seja, a lei não era igual para todos) e o absolutismo monárquico. [...] foi nesse contexto e, em grande parte, com esse espírito que se desenvolveu o movimento cultural do século XVIII denominado Iluminismo, Ilustração ou Filosofia das Luzes. Embora suas primeiras manifestações tenham ocorrido na Inglaterra, o principal centro produtor e irradiador das ideias iluministas foi a cidade de Paris, na França – nessa época considerada a maior referência cultural do mundo ocidental –, de onde se expandiu a outros países da Europa, especialmente alemanha. (COTRIM, FERNANDES, 2016, p.278). Fonte: COTRIM, FERNANDES, 2016, p.278 Um marco importante do Iluminismo foi a publicação de uma obra de 33 volumes – denominada Enciclopédia (do grego enkyklos paideía, “ensino circular,panorâmico”) – que pretendia reunir e resumir os principais conhecimentos da época nos campos científico e filosófico. organizada pelos pensadores franceses Denis Diderot (1713-1784) e Jean le Rond D’Alembert (1717-1783), a obra contou com a colaboração de muitos autores, os quais ficaram conhecidos como enciclopedistas. entre eles destacaram-se Buffon, Montesquieu, turgot, Condorcet, Voltaire, holbach e rousseau. a Enciclopédia exerceugrande influência sobre o pensamento da época, constituindo-se também em uma importante vitrine para o pensamento político burguês. em linhas gerais, seus artigos caracterizaram-se por um espírito crítico, muitas vezes irônico, defendendo o racionalismo, a independência do Estado em relação à Igreja e a confiança no progresso humano por meio das realizações científicas e tecnológicas. (idem) Para Célio Cunha, pesquisador, foi coordenador especial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) no Brasil entre 2006 e 2008 O pensamento iluminista, que fervilhava na Europa e valorizava as práticas científicas e o ideal de liberdade, fraternidade e igualdade, foi determinante para que o Marquês de Pombal (1699-1782) expulsasse os padres jesuítas no século 18. Mas, apesar de defender uma Educação laica, ele não conseguiu transformar o ensino brasileiro. Seu maior êxito foi reformar a Universidade de Coimbra, em Portugal, na qual muitos dos inconfidentes mineiros estudaram e tiveram acesso a essas novas visões de mundo, que inspiraram movimentos como o da Inconfidência Mineira. Nesse período, muitos passaram a defender que a entrada do estado na Educação contribuiria para a modernização do currículo e dos processos de ensino e aprendizagem. Antes disso, o inglês John Locke (1632- 1704), um dos precursores do Iluminismo, se destacou ao defender que o estudo resolveria o maior problema da época: o da adaptação dos homens às novas tecnologias criadas pelo progresso da ciência. Fonte: https://novaescola.org.br/conteudo/7878/celio-cunha-analisacontribuicoes- de-grandes-pensadores-a-educacao-brasileira Publicado em NOVA ESCOLA Edição 30, 10 de Dezembro | 2015 Principais contribuições para a educação: ROSSEAU Acreditava que o homem tinha uma natureza “boa”, mas que se corrompia na sociedade É o primeiro a destacar a necessidade de enxergar diferentemente as crianças, com suas singularidades da infância e não como mini adultos. HELVETIUS Contrapondo-se a ROSSEAU, via poderes ilimitados na educação, podendo pelas vias educacionais elevar o nível intelectual de qualquer pessoa, sem limites. DIDEROT Um dos enciclopedistas, também defendia a necessidade de educação, mas discordava de Helvetius, enxergando limites para a ação educativa. Houve uma grande ênfase na necessidade da escolarização, administrada pelo Estado. Para os iluministas, a educação pública e estatal era vista como o elo necessário para a vida em sociedade, proporcionando as bases para a formação do homem-cidadão, ativo e responsável.
Compartilhar