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E-book - Uroanálises

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Sobre Giovani Lavieri 
 
Giovani é farmacêutico, formado pela Universidade Federal do 
Rio Grande do Norte (UFRN), especialista em Toxicologia Clínica e 
Forense pela Faculdade Unyleya e em Ciências Forenses e Perícia 
Criminal pela Universidade Potiguar (UnP). 
 
 Possui experiência nas análises clínicas, já atuou como 
farmacêutico bioquímico em laboratórios de grande rotina e é 
professor universitário desde 2016. Também atua como assessor 
científico. 
 
 Criou o Farmaceuticando com objetivo de ajudar estudantes da 
área da saúde, bem como profissionais formados, a se aprofundarem 
nas análises clínicas e toxicológicas. 
 
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Olá, tudo bem? Obrigado por adquirir o e-book Uroanálises. Tenho 
certeza de que vai te ajudar bastante na sua jornada. Esse material foi criado 
pelo meu amigo e colega Epifanio Fernandes, um excelente profissional 
farmacêutico que topou me ajudar a criar um conteúdo de qualidade para o 
Farmaceuticando. Ele preparou um e-book bem completo, falando todo o 
processo necessário para que a urina seja analisada. 
Depois dá uma olhada no meu site, lá tem bastante conteúdo gratuito 
e outros e-books bem legais que eu preparei com muito carinho. Para acessar 
o site, basta clicar aqui. 
 Se quiser, também tem meu Instagram @farmaceuticando_. Se depois 
de ler o e-book, você ficar com alguma dúvida ou se quiser saber mais sobre 
o conteúdo que eu preparo, fique à vontade para me chamar no WhatsApp. 
 Quero te avisar que é proibido compartilhar o conteúdo desse e-book 
sem minha autorização. Sei que posso contar com você! 
 Bom, espero que aproveite bastante o material que preparei e, 
qualquer coisa, estou por aqui. 
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 Sumário 
 
1. Introdução...................................................................................................................................................5 
2. Exame de urina de rotina.................................................................................................................8 
3. Coleta da amostra..................................................................................................................................9 
4. Exame físico ou macroscópico da urina................................................................................11 
4.1. Cor.........................................................................................................................................................11 
4.2. Aspecto.............................................................................................................................................12 
4.3. Odor e Espuma...........................................................................................................................13 
5. Exame químico da urina..................................................................................................................15 
5.1. pH.........................................................................................................................................................15 
5.2. Densidade.......................................................................................................................................16 
5.3. Proteínas (Albumina)..............................................................................................................17 
5.4. Glicose...............................................................................................................................................17 
5.5. Cetonas (Corpos cetônicos)................................................................................................18 
5.6. Bilirrubinas e Urobilinogênios..........................................................................................19 
5.7. Sangue (Hemoglobina).........................................................................................................19 
5.8. Leucócitos (Esterase leucocitária)................................................................................20 
5.9. Nitrito................................................................................................................................................20 
6. Exame macroscópico da urina ou sedimentoscopia..................................................21 
6.1. Células epiteliais........................................................................................................................22 
6.2. Leucócitos......................................................................................................................................24 
6.3. Hemácias........................................................................................................................................25 
6.4. Dismorfismo eritrocitário....................................................................................................26 
6.5. Cristais urinários........................................................................................................................27 
6.6. Cilindros urinários....................................................................................................................34 
7. Outras estruturas do sedimento urinário..........................................................................40 
7.1. Bactérias.........................................................................................................................................40 
7.2. Fungos.............................................................................................................................................40 
7.3. Parasitas..........................................................................................................................................41 
7.4. Fios mucosos...............................................................................................................................42 
7.5. Corpos ovais gordurosos ou graxos.............................................................................43 
8. Referências..............................................................................................................................................45 
 
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1. Introdução 
 
A urina é formada pelos rins inicialmente a partir de uma filtração 
do sangue. Ao passar pelos glomérulos (uma espécie de novelo de 
vasos capilares envolvidos pela cápsula glomerular), o sangue é 
“forçado”, principalmente pela pressão arterial, contra um sistema de 
membranas celulares e poros. É possível afirmar que a estrutura 
glomerular funciona como uma espécie de filtro ou de peneira, retendo 
células e macromoléculas de alto peso molecular que devem ser 
preservadas, e deixando passar água, eletrólitos e pequenas moléculas 
provenientes do metabolismo celular. 
 
Figura 1. Estrutura do néfron, unidade funcional do rim. Fonte: Silverthorn, 2017. 
 
O líquido que atravessa o glomérulo e chega aos túbulos renais é 
chamado de ultrafiltrado. Esse líquido não está pronto para ser 
eliminado, em termos de volume e composição. A filtração é um 
processo constante e o fluxo sanguíneo renal é de aproximadamente
1 
litro por MINUTO. Esse volume é muito maior que o volume urinário de 
um adulto sadio, em condições habituais, que é cerca de 1 a 2 litros por 
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DIA! O que acontece com o ultrafiltrado para que seu volume seja 
reduzido até o volume que é excretado como urina? Esse filtrado 
precisa ser concentrado através dos processos de reabsorção e 
secreção que ocorrem nos túbulos renais. 
A reabsorção tubular é um processo de recuperação de 
substâncias que são importantes para o organismo, como a água, 
glicose, aminoácidos, sódio, potássio, bicarbonato, cálcio, dentre outras. 
Ao serem transportadas pelas células que revestem os túbulos renais, 
as moléculas retornam para a corrente sanguínea. Assim, os rins evitam 
a perda urinária de substâncias necessárias. É importante salientar que 
os túbulos renais apresentam uma capacidade reabsortiva máxima e 
algumas substâncias em alta concentração podem ultrapassar essa 
capacidade e aparecer na urina. Essa capacidade reabsortiva máxima 
pode ser compreendida como o limiar renal de reabsorção. A glicose, 
um carboidrato importante como fonte de energia, é filtrada e 
reabsorvida no túbulo proximal. O limiar renal para a glicose é de 160 a 
180mg/dL, em concentrações elevadas a glicose não é completamente 
reabsorvida. Isso explica o aparecimento comum da glicose na urina de 
pacientes diabéticos. 
A secreção tubular consiste na passagem de substâncias do 
sangue dos capilares peritubulares para o sistema de túbulos renais, 
onde poderão ser excretadas. A secreção serve para a remoção de 
resíduos celulares que não são filtrados pelos glomérulos. Além disso, o 
mecanismo de secreção é importante na eliminação de fármacos 
ligados às proteínas plasmáticas, uma vez que estas são dificilmente 
filtradas. Uma função muito importante da secreção é na manutenção 
do equilíbrio ácido-básico do organismo, pois esse é o principal 
mecanismo de regulação dos íons hidrogênio. 
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Figura 2. Movimento de solutos no néfron. Fonte: Silverthorn, 2017. 
 
Cerca de 180 litros de plasma é filtrado nos glomérulos por dia e, 
com os processos de reabsorção (mais importante) e secreção, esse 
volume é convertido em cerca de 1,5 litro de urina final. 
 
 
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2. Exame de urina de rotina 
 
O exame de urina de rotina também é conhecido como sumário 
de urina, EAS (pesquisa de elementos anormais e sedimentoscopia) ou 
ainda EQU (exame qualitativo de urina). Esse exame está entre os mais 
solicitados em laboratórios de análises clínicas. É importante salientar 
que o exame de urina de rotina é um teste de triagem, ou seja, ele não 
confirma um diagnóstico mas fornece informações muito valiosas 
quando é bem interpretado pelo médico. O exame de urina de rotina é 
muito útil no diagnóstico de condições que afetam o trato 
geniturinário, assim como de processos metabólicos e de outros 
órgãos. 
 
 
 
 
 
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3. Coleta da amostra 
 
A amostra utilizada no exame de urina de rotina deve ser recente, 
sem conservantes e, de preferência, o paciente deve permanecer 2 
horas sem urinar antes da coleta. É importante manter a amostra em 
temperatura ambiente, porém pode ser armazenada em geladeira e 
protegida da luz, caso o exame não possa ser executado em até 2 horas 
após a coleta. Nessas condições, a amostra é adequada para realização 
do exame por até 12 horas. Quando a amostra for refrigerada, é 
importante aguardar até que ela fique em temperatura ambiente e seja 
bem homogeneizada, sendo observada e bem analisada presença de 
precipitados no recipiente. 
Por que a urina deve ser analisada o mais rápido possível? Já foi 
relatado que alterações podem ocorrer em sua composição caso ela 
seja deixada em temperatura ambiente por muito tempo. A tabela 
abaixo mostra algumas dessas alterações que podem interferir nos 
resultados, gerando um laudo com achados que podem não refletir a 
verdadeira condição de saúde do paciente. 
 
 
Tabela 1. Alterações observadas em amostra de urina após 2 horas em temperatura ambiente. 
Fonte: SBPC/ML, 2017. 
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 A amostra ideal para o exame de urina de rotina é a primeira urina 
da manhã, pois esta é mais concentrada, o que melhora a avaliação de 
substâncias dissolvidas e elementos figurados quando comparada a 
uma amostra aleatória do dia, que tem como característica ser mais 
diluída. 
A melhor maneira de coletar a urina é a coleta de jato médio com 
assepsia. Esse método consiste em coletar a parte intermediária do 
fluxo urinário após assepsia genital. O paciente é instruído a fazer a 
limpeza da região genital e desprezar o primeiro jato de urina, pois este 
pode conter secreções da uretra, filamentos de muco e alguns 
microrganismos da microbiota local, então os primeiros mililitros de 
urina acabam realizando um tipo de “limpeza” no canal uretral. A 
porção média do fluxo deve ser recolhida no frasco coletor. 
Algumas situações podem necessitar de amostras ou de coletas 
específicas. Por exemplo, pacientes pediátricos ou idosos que não 
conseguem controlar a micção podem ser favorecidos com a coleta 
através de saco coletor. Em serviços de urgência e emergência pode ser 
solicitado um exame de urina de rotina e, nesse caso, não precisa 
esperar a primeira urina da manhã, se utiliza uma amostra aleatória de 
urina, tornando a realização do exame mais cômoda. 
 
 
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4. Exame físico ou macroscópico da urina 
 
 No exame físico, o analista observa a cor e o aspecto. 
Ocasionalmente, pode ser referido o odor e a presença de depósito ou 
de espuma. A densidade também é um parâmetro físico, mas, 
atualmente, o método mais usual de medição da densidade da urina é 
através da tira reagente, que corresponde ao exame químico. Assim, a 
densidade será abordada no tópico de exame químico. 
 
4.1 Cor 
 A cor normal da urina pode variar levemente entre os 
laboratórios, podendo ser amarelo claro, amarelo citrino, amarelo 
escuro ou âmbar. A cor da urina é causada pela presença dos 
pigmentos urocromo (maior quantidade), uroeritrina e urobilina. 
Quanto maior a quantidade desses pigmentos, mais acentuada será a 
cor da urina. Por outro lado, uma urina mais incolor é mais diluída e 
pode estar relacionada a um consumo elevado de líquidos, uso de 
diuréticos ou portadores de diabetes mellitus ou diabetes insípido. A 
urina pode assumir outras cores menos usuais dependendo da 
ingestão de medicamentos ou de condições clínicas. 
 
 
Figura 3. Variações na cor da urina. Fonte: Mundt, 2012. 
 
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Tabela 2. Cores de urina e suas possíveis causas. Fonte: SBPC/ML, 2017. 
 
4.2
Aspecto 
 Também chamado de turbidez, o aspecto tem relação com a 
transparência ou a turvação da urina. A análise consiste na observação 
da urina homogeneizada, dentro de um recipiente transparente e 
contra uma fonte luminosa. De acordo com a quantidade de partículas 
suspensas, o laboratório deve padronizar a nomenclatura, sendo as 
mais comuns: límpida, semi-turva ou ligeiramente turva e turva, ou 
ainda leitosa. Normalmente a cor e o aspecto são analisados de uma 
vez só, através da observação subjetiva do analista. 
 Existem diversas causas para a turvação da urina, podendo ser 
patológica ou não. Dentre as causas não patológicas de turvação, pode 
ser devido à presença de células epiteliais escamosas, filamentos de 
muco ou precipitação de alguns sais amorfos devido a refrigeração da 
amostra, dentre outras. Em relação às causas patológicas de turvação, 
podem ser devido à presença de hemácias, leucócitos, microrganismos, 
célula epiteliais tubulares, cristais patológicos, cilindros, dentre outras. 
 
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Figura 4. Escala visual para avaliação da turbidez da urina. Fonte: Adaptado de Cunningham 
et al, 2020. 
 
4.3 Odor e Espuma 
O odor característico da urina é decorrente da presença de ácidos 
voláteis e raramente apresenta significado clínico, não sendo um 
parâmetro comum nos laudos. Existem algumas situações especiais 
onde o odor da urina pode ser útil e auxiliar no diagnóstico. Urina com 
odor adocicado pode ser indicativo da presença de cetonas, urina com 
odor forte e fétido pode ser indicativo da presença de bactérias. 
Algumas alterações metabólicas hereditárias podem causar a 
formação de odores característicos na urina. Já foi relatado um cheiro 
semelhante a “urina de rato” para a urina de pacientes portadores de 
fenilcetonúria ou um odor “rançoso” para amostras de pacientes com 
hipermetioninemia e tirosinemia. A doença da urina de xarope de 
bordo é uma alteração metabólica decorrente de níveis elevados de 
leucina, valina e isoleucina, aminoácidos de cadeia ramificada que são 
tóxicos para o sistema nervoso central e a excreção desses pela urina 
confere um aroma característico de xarope de bordo ou maple syrup. 
A verificação da espuma é uma técnica de triagem. Uma urina 
normal, ao ser colocada em um tubo e agitada, forma uma espuma 
branca e transitória, que se desfaz rapidamente. A presença de uma 
espuma branca, persistente e durável pode indicar a presença de 
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quantidades significativas de proteínas na urina. Assim como, a 
presença de uma espuma em tons amarelados, alaranjados ou 
castanhos pode indicar quantidades relevantes de bilirrubina na urina. 
É importante salientar que substâncias como fenazopiridina e 
nitrofurantoína podem alterar a cor da urina e a cor da espuma. Por isso, 
a verificação da espuma é um teste de triagem, necessitando de 
métodos confirmatórios e associação com a condição clínica e 
anamnese do paciente. 
 
 
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5. Exame químico da urina 
 
 Nesta etapa do exame são analisadas substâncias que estão 
dissolvidas na urina e trazem informações importantes sobre alterações 
fisiológicas do paciente. O exame químico é realizado, atualmente, 
através da tira reagente, um método rápido e sensível com resultados 
em cerca de 2 minutos. A tira reagente é uma fita de plástico com várias 
“almofadas” impregnadas com reagentes químicos. Essa tira é 
mergulhada na urina homogeneizada e não centrifugada, quando 
ocorre uma interação entre a amostra e os reagentes químicos, 
modificando a coloração das “almofadas”. Cada marca de tira reagente 
fornece uma espécie de gabarito, onde a tira deve ser comparada e 
analisada de acordo com cada analito. 
Os parâmetros avaliados pela tira reagente são: pH, densidade (ou 
gravidade específica), glicose, cetonas, bilirrubina, urobilinogênio, 
proteínas, sangue, leucócitos e nitrito. A expressão dos resultados da 
tira reagente depende do analito. Alguns resultados são qualitativos 
(presença ou ausência, positivo ou negativo) e outros são semi-
quantitativos (traços, 1+, 2+, 3+, ...). 
Figura 5. Esquema de uma tira reagente, mostrando as áreas e parâmetros avaliados. Autor: 
Giovani Lavieri, 2021. 
 
5.1 pH 
 O equilíbrio ácido-básico do organismo é regulado pelos rins e 
pelos pulmões. Os rins fazem isso principalmente através da secreção 
de ácidos orgânicos e íons hidrogênio e da reabsorção de bicarbonato. 
Não são atribuídos valores normais para pH urinário, uma vez que pode 
variar amplamente devido ao pH sanguíneo, aos hábitos alimentares 
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do indivíduo, à presença de infecção urinária ou ao tempo decorrido 
entre a coleta e a análise. Urinas alcalinas podem ser encontradas em 
pacientes com infecção urinária ou pessoas com dieta vegetariana, por 
exemplo. Urinas ácidas são produzidas em indivíduos que consomem 
mais proteína de origem animal e em casos de pacientes em acidose, 
situação que pode ocorrer em pacientes diabéticos mal controlados em 
relação à glicemia. Medicamentos também podem alterar o pH 
urinário, sendo essa propriedade utilizada como medida terapêutica no 
tratamento de algumas intoxicações, onde a alteração de pH pode 
facilitar a excreção renal de um fármaco. Outra importância do pH 
urinário é em relação à precipitação de substâncias inorgânicas que 
podem formar cristais ou até cálculos. 
 A área de pH na tira reagente utiliza dois indicadores de pH para 
produzir uma variação de cores entre os pH 5 e 8,5 ou 9. 
 
5.2 Densidade (Gravidade específica) 
 A avaliação da densidade urinária pode fornecer alguma 
informação sobre a capacidade de concentração dos rins e o estado de 
hidratação do paciente. Essa capacidade de concentração é alterada 
pela ingestão e eliminação de líquido. Considerando que a urina é 
composta de água e solutos, sua densidade sempre será maior que a 
da água pura e isolada. A variação de densidade urinária é entre 1.003 a 
1.035 (a da água corresponde a 1.00). Urinas com baixa densidade (ou 
muito diluída, cerca de 1,005) podem ser decorrentes de alta ingestão 
de líquidos, uso de substâncias com propriedades diuréticas, pacientes 
portadores de diabetes insípido. Urinas mais concentradas (densidade 
de 1.025 ou 1.030) podem indicar desidratação, alteração de liberação de 
hormônio antidiurético, diabetes mellitus mal controlada, em casos de 
eclampsia e de insuficiência cardíaca. 
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 Na fita reagente, a densidade é analisada através da alteração de 
pKa de polieletrólitos em resposta à concentração de íons da urina, 
gerando alteração na coloração. 
 
5.3 Proteínas (Albumina) 
 A presença de elevadas quantidades de proteínas na urina é um 
indicativo de lesão renal. Em um estado normal, os rins permitem uma 
pequena quantidade de proteínas na urina, uma vez que grande parte 
das proteínas de baixo peso molecular são reabsorvidas do filtrado, 
enquanto as proteínas de alto peso molecular, como a albumina, 
dificilmente são filtradas, permanecendo na circulação
sanguínea. 
Assim, alterações glomerulares e tubulares podem permitir que 
grandes concentrações de proteínas sejam excretadas. Outras 
condições não renais também podem estar associadas com 
proteinúria. Pacientes com mieloma múltiplo podem excretar uma 
proteína chamada proteína de Bence-Jones. Quadros infecciosos, 
inflamatórios e neoplásicos nas vias geniturinárias podem favorecer o 
extravasamento de proteínas para a urina. A albuminúria é um 
indicador precoce de lesão renal, especialmente no prognóstico da 
nefropatia diabética. 
 Dois métodos podem ser utilizados na triagem de proteínas na 
urina. A fita reagente se baseia no princípio do erro proteico dos 
indicadores de pH e é específico para albumina, ou seja, a fita reagente 
não detecta outras proteínas na urina. O teste do ácido sulfossalicílico é 
um exame semi-quantitativo onde ocorre precipitação das proteínas 
após a adição do ácido, sendo o resultado expresso em cruzes de acordo 
com a intensidade da formação de turvação ou grumos de proteínas. 
 
5.4 Glicose 
 Dentro do néfron, a glicose é filtrada e depois reabsorvida no 
túbulo proximal. Como foi dito anteriormente, existe um limiar renal de 
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reabsorção para a glicose que é cerca 160 a 180 mg/dL. Concentrações 
acima desta faixa o rim não consegue reabsorver totalmente, o que 
pode causar o aparecimento de glicose na urina. Além da diabetes 
mellitus, outras condições podem gerar resultado positivo para glicose 
urinária, como a síndrome de Fanconi (alteração de transporte tubular), 
uso de medicamentos diuréticos e corticosteroides e até no período 
pós-prandial, se a dieta do paciente for rica em carboidratos. 
 O método da glicose oxidase associado a um indicador de pH é 
utilizado na pesquisa de glicose na urina através da fita reagente. 
 
5.5 Cetonas (Corpos cetônicos) 
 Os corpos cetônicos são subprodutos derivados do metabolismo 
lipídico, especialmente dos ácidos graxos utilizados como fonte de 
energia quando há pouca reserva de carboidratos. Os três principais 
corpos cetônicos são o ácido acetoacético, a acetona e o ácido beta-
hidroxibutírico. A cetonúria pode ocorrer quando há quadros de 
vômitos, febre, de jejum prolongado ou dietas muito severas para perda 
de peso, após exercícios intensos e, principalmente, quando há 
diabetes mellitus, onde ocorre alterações metabólicas energéticas 
significativas. 
 A pesquisa de cetonas na urina se baseia na reação desses 
compostos com o nitroprussiato e ácido acético em meio alcalino, 
formando um complexo colorido. 
 
5.6 Bilirrubina e Urobilinogênio 
 Os dois metabólitos serão comentados juntos pois estão 
relacionados ao metabolismo da hemoglobina e ambos, quando 
alterados, podem indicar algum tipo de alteração hepática. A bilirrubina 
direta ou conjugada pode aparecer na urina quando há icterícia de 
origem obstrutiva (obstrução do ducto biliar) ou hepatocelular (quando 
o fígado está danificado, em casos de cirrose ou hepatites). O 
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urobilinogênio pode aparecer em pequenas concentrações na urina, 
entretanto o aumento está relacionado ao excesso de produção de 
bilirrubina (hemólise intravascular, anemias hemolíticas) ou em 
distúrbios hepáticos que prejudicam a sua reabsorção. 
 As duas substâncias são detectadas na tira reagente através de 
uma reação de acoplamento com um sal diazônio, formando um 
cromógeno de cor rosa a vermelho. 
 
5.7 Sangue (Hemoglobina) 
 As tiras reagentes apresentam uma área específica onde podem 
ser detectadas hemácias íntegras (hematúria) ou hemoglobina livre 
(hemoglobinúria). A análise química positiva para sangue deve ser 
acompanhada e relacionada com o exame microscópico do sedimento 
urinário. A hematúria é decorrente de sangramento em qualquer ponto 
do trato urinário, podendo ser de origem glomerular, ou após algum 
trauma, presença de cálculo ou infecção. Além disso, é comum o 
aparecimento de hemácias na urina durante a menstruação. A 
hemoglobinúria pode resultar de hemólise intravascular, porém as 
hemácias rapidamente lisam na urina, por isso a ausência de hemácias 
no exame microscópico juntamente com positividade da área de 
sangue na tira reagente não indica, necessariamente, a 
hemoglobinúria. 
 A reação na área para sangue na tira reagente se baseia na 
atividade peroxidase do grupamento heme da hemoglobina, sendo 
este grupamento capaz de oxidar alguns indicadores na presença de 
peróxido. É importante salientar que a área não é específica para 
hemoglobina, podendo gerar resultados positivos na presença de 
mioglobina. 
 
 
 
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5.8 Leucócitos (Esterase leucocitária) 
Os leucócitos granulócitos produzem uma enzima chamada 
esterase leucocitária. Elas estão presentes nos granulócitos intactos ou 
lisados e a pesquisa dessa enzima é utilizada para a detecção de 
leucocitúria. A reação positiva para esterase leucocitária pode estar 
associada à processos inflamatórios e infecciosos do trato urinário. 
A reação na fita reagente é baseada na hidrólise de um éster 
produzindo um composto que reage com um sal diazônio produzindo 
cor púrpura. Vale salientar que a enzima esterase leucocitária está 
presente em leucócitos granulócitos e também em monócitos. 
Linfócitos não produzem essa enzima, consequentemente, em casos 
de linfocitúria, a pesquisa de leucócitos na fita reagente pode ser 
negativa. 
 
5.9 Nitrito 
Algumas bactérias que causam infecção urinária apresentam a 
capacidade de converter o nitrato urinário em nitrito. A pesquisa desse 
composto se tornou um método indireto da triagem para bacteriúria e 
infecção urinária. 
As bactérias mais prevalentes nas infecções urinárias e que 
podem positivar nitrito na tira reagente são principalmente as 
enterobactérias, gram-negativas fermentadoras, como Escherichia coli, 
Proteus spp, Klebsiella spp. Algumas cepas de Pseudomonas 
aeruginosa também podem positivar nitrito. 
É importante ressaltar que o método padrão para detecção de 
infecção urinária é a urocultura com realização de antibiograma, onde 
é realizada a identificação correta da bactéria e ainda é feito o teste de 
sensibilidade a antimicrobianos. Também é válido informar que pode 
ocorrer infecção urinária sem nitrito positivo. 
 
 
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6. Exame microscópico da urina ou 
sedimentoscopia 
 
Enquanto o exame físico avalia características organolépticas e o 
exame químico investiga substâncias dissolvidas na urina, o exame 
microscópico se preocupa em detectar, identificar e quantificar 
materiais particulados ou elementos figurados que estão em 
suspensão na urina, como células epiteliais, leucócitos, hemácias, 
cristais, cilindros e microrganismos. O exame microscópico também 
recebe o nome de sedimentoscopia porque a amostra utilizada nessa 
etapa é o sedimento da amostra de urina após a centrifugação. É 
importante ressaltar que a velocidade de centrifugação para exame de 
urina de rotina é menor que a velocidade para separação entre coágulo 
e soro, por exemplo. Isso ocorre porque a urina pode apresentar 
estruturas mais delicadas, como os cilindros, que podem se degenerar 
ao serem submetidos à alta velocidade de centrifugação. 
Um fator
primordial na sedimentoscopia é a microscopia. É 
necessário avaliar a amostra em menor aumento (objetiva de 10x) para 
ter uma visão geral da composição do sedimento. Alguns elementos 
como células epiteliais e cilindros são contados com essa mesma 
objetiva de 10x. A objetiva de 40x é utilizada para identificar e contar as 
demais estruturas do sedimento urinário. A utilização do microscópio 
óptico comum (chamado de microscópio de campo claro) apresenta 
algumas limitações, como a necessidade de baixa iluminação para 
visualização de alguns elementos que apresentam a mesma 
refringência que a urina (cilindros hialinos e hemácias com pouco 
conteúdo de hemoglobina, por exemplo). No microscópio de contraste 
de fase, a amplitude das ondas luminosas é modificada à medida que 
atravessam as estruturas, tornando visíveis estruturas transparentes. 
Esse tipo de microscopia é imprescindível para o exame de 
dismorfismo eritrocitário, que será comentando ainda nesta seção. A 
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seguir serão apresentados os elementos mais comuns do sedimento 
urinário. 
 
6.1 Células epiteliais 
São as células de revestimento do trato geniturinário, podendo 
ser encontradas no sedimento devido à descamação normal de células 
antigas, que ocorre naturalmente nos tecidos epiteliais. O aumento 
acentuado dessas células pode indicar inflamação. São três tipos 
principais de células epiteliais encontradas na urina: as células 
escamosas ou pavimentosas, as células de transição e as células 
tubulares renais. 
As células escamosas são provenientes da região da vagina e das 
porções inferiores da uretra, raramente a sua presença possui 
significado clínico. São células grandes, achatadas, com a morfologia 
irregular, contendo núcleo central e citoplasma abundante. 
 
 
Figura 6. Células escamosas em campo claro (A) e contraste de fase (B). Fonte: 
SBPC/ML, 2017. 
 
 As células de transição estão presentes no epitélio da pelve renal, 
ureteres e bexiga urinária. São até 4 vezes maiores que um leucócito e 
podem ser esféricas, piriformes ou apresentar projeções caudais e 
podem conter até dois núcleos. Podem aparecer no sedimento urinário 
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em quantidade acentuada em infecções urinárias ou quando for 
realizado cateterismo urinário. 
 
 
Figura 7. Células epiteliais de transição em campo claro (A) e contraste de fase (B). Fonte: 
SBPC/ML, 2017. 
 
 Células tubulares renais reveste o néfron e são as células epiteliais 
com maior importância clínica pois sua presença em grande 
quantidade pode indicar injúria tubular. A presença de cilindros 
epiteliais no sedimento também indica doença renal que está afetando 
os túbulos. São pouco maiores que um leucócito e podem ser 
achatadas, cuboides ou colunares com grande núcleo esférico. 
 
 
Figura 8. Célula tubular renal em campo claro (A) e contraste de fase (B). Fonte: SBPC/ML, 
2017. 
 
 
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6.2 Leucócitos 
 O número aumentado de leucócitos na urina é chamado de 
leucocitúria (alguns livros também podem trazer o termo piúria), sendo 
geralmente polimorfonucleares neutrófilos, mas pode ser qualquer tipo 
de leucócito. A presença dessas células indica um processo inflamatório 
que pode ser decorrente de uma infecção urinária. Casos de 
desidratação, febre e quadros de glomerulonefrite são exemplos de 
condições não infecciosas que podem cursar com leucocitúria. Uma 
leucocitúria maciça, especialmente com a presença de aglomerados de 
leucócitos (chamados de “grumos leucocitários”), indica uma infecção 
aguda no trato urinário. A presença de cilindros leucocitários sugere 
que os leucócitos vieram dos rins. Os neutrófilos contem núcleo 
multilobulado e grânulos no seu citoplasma. São pouco maiores que as 
hemácias. 
 
 
Figura 9. Leucócitos polimorfonucleares e uma célula escamosa. Aumento de 400x. Fonte: 
Japanese Association of Medical Technologists, 2017. 
 
 
 
 
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6.3 Hemácias ou eritrócitos 
 A liberação de hemácias na urina é chamada de hematúria. A 
presença de hemácias na urina deve ser sempre investigada uma vez 
que pode ser algo transitório e de curso benigno, como no caso da urina 
de pacientes durante a menstruação, ou pode indicar algum tipo de 
alteração no trato genitourinário, como infecção urinária, nefrolitíase, 
doença glomerular ou neoplasias. A presença de cilindros hemáticos 
indica hematúria de origem renal. A morfologia dos eritrócitos pode 
variar um pouco, mas em geral, é semelhante ao visto no sangue 
periférico como uma estrutura em forma de disco bicôncavo, liso, 
anucleada, de cor pálida ou amarelada. Em urinas hipotônicas, as 
hemácias podem sofrer lise, enquanto em urinas hipertônicas ou 
concentradas, elas podem se apresentar crenadas. Quando a urina está 
hipotônica, os eritrócitos podem perder conteúdo de hemoglobina, 
sendo visualizada uma membrana muito delgada que recebe o nome 
de “hemácia fantasma”, por isso é importante manter a iluminação 
baixa ao utilizar microscopia de campo claro. 
 Eritrócitos com a morfologia normal são chamados de 
isomórficos e sua presença na urina sugere hematúria extrarrenal. A 
presença de hemácias dismórficas sugere uma lesão glomerular no 
paciente. 
 
 
Figura 10. Hemácias isomórficas. Ao centro uma hemácia crenada, com aspecto granular. 
Aumento de 400x. Fonte: Japanese Association of Medical Technologists, 2017. 
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6.4 Dismorfismo eritrocitário 
 A pesquisa de dismorfismo eritrocitário é realizada à parte do 
exame de urina de rotina. Para a correta execução do exame é 
imprescindível a utilização de microscopia de contraste de fase, para 
melhor visualização das alterações das hemácias. Na década de 80, 
pesquisadores reportaram que os eritrócitos decorrentes de hematúria 
glomerular poderiam apresentar uma morfologia anormal, recebendo 
o nome de eritrócitos dismórficos. Esses eritrócitos dismórficos podem 
apresentar brotamentos, bolhas, extrusões e perda parcial de 
membrana plasmática. Também podem se apresentar com 
brotamentos em forma de vesícula (são chamados de acantócitos). 
Acredita-se que essa alteração na forma das hemácias ocorre durante 
a passagem pela membrana basal glomerular lesionada e também 
durante a passagem pelos túbulos com alteração de pH e 
osmolaridade. 
 
 
Figura 11. Hemácias dismórficas em microscopia de campo claro. Fonte: Japanese Association 
of Medical Technologists, 2017. 
 
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Figura 12. Hemácias dismórficas em microscopia de contraste de fase. Fonte: NephSIM. 
 
6.5 Cristais urinários 
 A cristalúria é um achado relativamente comum no exame 
microscópico. Os cristais são formados a partir da precipitação de 
solutos na urina, incluindo sais inorgânicos, compostos orgânicos e 
substâncias exógenas, como medicamentos. Os cristais urinários se 
apresentam
como estruturas de forma geométrica ou como material 
amorfo e podem precipitar no trato urinário formando cálculos, embora 
não existam evidências conclusivas da associação direta entre 
cristalúria urinária e a presença de cálculos renais. Uma ferramenta 
valiosa na identificação dos cristais urinários é o pH da amostra, uma 
vez que o pH determina quais tipos de substâncias precipitam. Vale 
ressaltar que compostos orgânicos e medicamentos tendem a 
precipitar em pH mais ácido. 
 Os cristais normais (também chamados de habituais, normais ou 
artefatuais) também podem ser formados após a coleta da amostra, 
com o resfriamento, com variação de pH, ou refletem características da 
dieta e situações metabólicas não patológicas, portanto, seu significado 
clínico é limitado. Já os cristais anormais (ou patológicos), quando 
presentes, podem estar associados com a doenças metabólicas. Para os 
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cristais patológicos, é imprescindível a realização dos testes de 
solubilidade, que consiste na adição de reagentes específicas com o 
objetivo de melhorar a acurácia da identificação do cristal. O teste de 
solubilidade pode ser realizado para qualquer cristal quando houver 
dúvidas quanto à sua correta identificação. 
 Dentre os cristais normais, podemos separá-los didaticamente 
entre os de urina ácida e os de urina básica. Em urina ácida é mais 
comum a presença de oxalato de cálcio, ácido úrico e uratos amorfos. 
Enquanto em urina básica ou alcalina, os cristais mais comuns são 
fosfato triplo (ou fosfato-amoníaco-magnesiano), biurato de amônio, 
fosfato de cálcio e fosfatos amorfos. 
 Sobre os cristais anormais, que tendem a precipitar em urina 
ácida, temos o cristal de cistina, colesterol, bilirrubina, tirosina e leucina. 
Além dos cristais de origem medicamentosa. 
 A seguir, alguns cristais normais e anormais serão mostrados com 
a descrição de sua estrutura. 
 
 
Figura 13. Cristais de oxalato de cálcio dihidratado com sua forma octaédrica ou em forma de 
“envelope”. Fonte: Japanese Association of Medical Technologists, 2017. 
 
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Figura 14. Cristais de oxalato de cálcio dihidratado (“forma de envelope”) e monohidratado, 
em forma de esferas ovais ou discos bicôncavos com forma de halteres. Fonte: Japanese 
Association of Medical Technologists, 2017. 
 
 
Figura 15. Cristais de ácido úrico se apresentam de diversas formas, nesta imagem possuem 
forma de cunhas ou agulhas, formando uma espécie de roseta. Fonte: Japanese Association of 
Medical Technologists, 2017. 
 
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Figura 16. Uratos amorfos se apresentam com aspecto granular amarelado no sedimento. 
Macroscopicamente, quando em grande quantidade, forma um depósito cor de rosa no tubo 
após a centrifugação. Fonte: Japanese Association of Medical Technologists, 2017. 
 
 
Figura 17. Cristais de fosfato triplo ou fosfato-amoníaco-magnesiano em forma de prisma ou 
“tampa de caixão”. Tem pouco significado clínico mas podem estar associados a infecções por 
alguns tipos de bactérias produtoras de urease. Fonte: Japanese Association of Medical 
Technologists, 2017. 
 
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Figura 18. Cristais de biurato de amônio ou urato de amônio. Apresentam cor castanha e 
formato esférico com projeções em forma de espículas, semelhantes a uma “maçã com 
espinhos”. Fonte: Japanese Association of Medical Technologists, 2017. 
 
 
Figura 19. Cristais de fosfato de cálcio podem aparecer na urina alcalina em formato de placa 
transparente (esquerda da imagem) ou de prismas finos que se agrupam em rosetas (centro 
da imagem). Fonte: Japanese Association of Medical Technologists, 2017. 
 
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Figura 20. Fosfatos amorfos aparecem em urina básica como grânulos cinzas ou em tons 
mais escuros. Quando a urina apresenta uma grande quantidade de fosfatos amorfos, após a 
centrifugação, é possível ver a formação de um depósito esbranquiçado. Fonte: Japanese 
Association of Medical Technologists, 2017. 
 
 
Figura 21. Cristais de cistina. Cristal patológico que pode aparecer na urina de pacientes com 
alteração no transporte tubular de aminoácidos como cistina, lisina, ornitina e arginina, 
levando à excreção desses aminoácidos. Apresenta formato de placas hexagonais 
transparentes. Fonte: Japanese Association of Medical Technologists, 2017. 
 
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Figura 22. Cristais de colesterol. Cristais ligados as condições clínicas que cursam com 
lipidúria (excreção de lipídeos na urina), como a síndrome nefrótica. Geralmente a sua 
presença é associada à cilindros graxos e corpos ovais gordurosos (células tubulares ou 
macrófagos que fagocitaram gorduras, associados aos casos de lipidúria). Possuem aspecto 
de placas de vidro retangulares com entalhes nos vértices. Fonte: Japanese Association of 
Medical Technologists, 2017. 
 
 
Figura 23. Cristais de bilirrubina (centro da imagem e porção superior direita) associados à 
doença hepática grave com aparecimento de bilirrubina em grande quantidade na urina. 
Formato de agulhas finas isoladas ou agrupadas de coloração amarela ou marrom. A 
presença de bilirrubina na urina também pode pigmentar outras estruturas do sedimento, 
como as células (porção inferior da imagem). Fonte: Fonte: Japanese Association of Medical 
Technologists, 2017. 
 
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Figura 24. Cristal de leucina. Forma de “esferoide” com círculos concêntricos e algumas 
estrias radiais. Sua presença é rara e associada a doenças hepáticas graves e distúrbios 
hereditários do metabolismo de aminoácidos. Fonte: NephSIM. 
 
 
Figura 25. Cristal de tirosina. Formato de agulhas finas isoladas ou agrupadas em formato de 
feixes ou de roseta. Também está associado com doença hepática grave e distúrbios 
metabólicos de aminoácidos. Fonte: Mundt, 2012. 
 
 
6.6 Cilindros urinários 
 São elementos formados no interior dos túbulos distais ou nos 
ductos coletores, apresentando comprimento e diâmetro variável e 
formato cilíndrico, com lados paralelos e pontas ligeiramente 
arredondadas. Por se tratar de um elemento essencialmente renal, os 
cilindros fornecem uma informação microscópica das condições 
dentro do néfron. 
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 Os cilindros são formados a partir da gelificação ou precipitação 
da proteína de Tamm-Horsfall, uma glicoproteína produzida pelas 
células tubulares renais. Em condições normais, a proteína de Tamm-
Horsfall é secretada de maneira quase constante mas pode aumentar 
em condições
de estresse ou exercício físico, fato que explica o 
aparecimento transitório de cilindros hialinos. As fibrilas de proteínas 
de Tamm-Horsfall tendem a se agregar mais facilmente em condições 
de redução do fluxo urinário, acidez aumentada (pH mais ácido) e alta 
concentração de solutos. 
 A presença de cilindros é frequentemente acompanhada de 
proteinúria. Entretanto, os cilindros podem ser observados no 
sedimento na ausência de proteínas. Lembrando que no exame 
químico, a área de proteínas da tira reagente é mais específica para 
albumina, não detectando os cilindros pois estes são compostos de 
glicoproteína de Tamm-Horsfall. Inicialmente os cilindros ficam 
ancorados nas células tubulares e depois são levados pelo fluxo urinário. 
A morfologia final do cilindro também é determinada pela duração de 
tempo que permanece no túbulo e pelo diâmetro dos túbulos. Quando 
os túbulos estão dilatados, como em caso de insuficiência renal ou de 
obstrução, cilindros mais amplos e largos podem ser vistos no 
sedimento urinário. 
 Os cilindros podem ser classificados em hialinos, quando 
consistem apenas de proteína de Tamm-Horsfall, ou apresentar outros 
elementos. É preciso pensar que o cilindro está se formando no lúmen 
do túbulo e qualquer partícula (por exemplo, células, lipídios, 
microorganismos, pigmentos, cristais) que estiver circulando pode ficar 
aderida na matriz proteica. Esse fenômeno explica a variedade de 
cilindros quanto à morfologia, composição e significado clínico. Em 
microscópio óptico comum e sem utilizar corante, como acontece na 
rotina de muitos laboratórios clínicos, pode-se utilizar o condensador 
mais baixo e o diafragma mais fechado, gerando pouca luz para facilitar 
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a identificação, especialmente de cilindros hialinos. A seguir, alguns 
cilindros serão mostrados com sua descrição e significado clínico. 
 
 
Figura 26. Cilindro hialino. Matriz sem inclusões, aspecto incolor e homogêneo, com índice de 
refração próximo ao da urina, necessitando de atenção do analista para sua observação. Uma 
quantidade pequena de cilindros hialinos pode aparecer após exercício extenuante, em caso 
de desidratação, febre ou estresse emocional. Podem estar aumentados de maneira 
patológica em casos de glomerulonefrite aguda, pielonefrite, doença renal crônica e 
insuficiência cardíaca congestiva. Fonte: Japanese Association of Medical Technologists, 2017. 
 
 
Figura 28. Cilindro epitelial. São raros e resultam da descamação das células epiteliais 
tubulares renais em casos de dano tubular grave, como necrose tubular, nefrite intersticial, 
injúria tubular tóxica ou isquêmica, doença renal crônica e rejeição a transplantes. Fonte: 
Japanese Association of Medical Technologists, 2017. 
 
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Figura 29. Cilindro leucocitário. São observados em processos infecciosos e inflamatórios, 
como nefrite intersticial e glomerulonefrite, muito associados com infecções bacterianas 
agudas nos rins. A maioria dos leucócitos em cilindros são neurófilos polimorfonucleraes. Na 
seta preta, é possível observar um eosinófilo, com suas granulações mais escuras. Fonte: 
Japanese Association of Medical Technologists, 2017. 
 
 
Figura 30. Cilindro hemático ou eritrocitário. A presença dele é um marcador de hematúria de 
origem glomerular, junto com o dismorfismo eritrocitário. Também pode ser encontrado em 
glomerulonefrites, endocardite bacteriana, infarto renal, trombose de veia renal e pielonefrite 
grave. Fonte: Japanese Association of Medical Technologists, 2017. 
 
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Figura 31. Cilindro granuloso. Podem ser cobertos por grânulos finos ou grosseiros, e claros ou 
escuros, variando em número e tamanho. Assim como os cilindros hialinos, podem aparecer, 
em pequenas quantidades, em situações não patológicas, como após exercício extenuante e 
dieta rica em carboidratos. Acredita-se que eles se originam a partir da atividade dos 
lisossomos das células tubulares renais durante o metabolismo normal. Porém, também é 
descrito que os cilindros granulosos se originam a partir de uma degeneração de cilindros 
celulares (epitelial, leucocitário ou eritrocitário), por isso eles também podem indicar doença 
renal, como glomerulonefrite, necrose tubular e rejeição de transplantes, podendo estar 
associados a cilindros celulares. Fonte: Japanese Association of Medical Technologists, 2017. 
 
 
Figura 32. Cilindro gorduroso. Também chamado de lipídico ou graxo. Chama-se cilindro 
graxo quando há, na matriz proteica do cilindro, gotículas de gordura (círculos na parte 
interna do cilindro), corpos ovais gordurosos ou cristais de colesterol (quadrado transparente 
no meio do cilindro). Inclusive com a presença dessas partículas isoladas no sedimento. São 
geralmente associados às condições clínicas com lipidúria, especialmente a síndrome 
nefrótica. Fonte: Japanese Association of Medical Technologists, 2017. 
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Figura 33. Cilindro céreo. O nome vem da aparência de cera derretida e seu aspecto vítreo. 
Apresentam aspecto homogêneo e mais refringente que o cilindro hialino, o que torna mais 
fácil sua identificação. Os cilindros céreos estão associados com doença renal crônica e 
amiloidose renal, situações clínicas que apresentam estase urinária. Fonte: Japanese 
Association of Medical Technologists, 2017. 
 
 
 
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7. Outras estruturas do sedimento urinário 
 
7.1 Bactérias 
 Em relação à presença de bactérias na urina, é importante 
reforçar informações sobre o procedimento de coleta de urina de jato 
médio com antissepsia uma vez que, especialmente em mulheres, 
contaminação por secreções vaginais podem contaminar a urina com 
bactérias e leucócitos. Em uma amostra recentemente coletada, e em 
condições corretas, a presença de bactérias indica infecção urinária. Se 
apresentam como cocos ou bacilos e estão associadas com numerosos 
leucócitos no sedimento. 
 
 
Figura 34. Numerosos leucócitos e bactérias no sedimento urinário. Fonte: Japanese 
Association of Medical Technologists, 2017. 
 
 7.2 Fungos 
 As leveduras podem aparecer na urina como estruturas 
pequenas, ovais e refringentes, podendo apresentar brotamentos. Em 
casos de infecção mais grave, podem se apresentam como formas 
micelares (pseudo-hifas) ramificadas. Podem ser observadas em urinas 
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de pacientes diabéticos, pacientes imunodeprimidos e de pacientes 
com candidíase vaginal. Assim como as bactérias, infecções fúngicas 
podem ser associadas com leucocitúria. 
 
 
Figura 35. Leveduras e pseudo-hifas ramificadas. Provavelmente fungo do gênero Candida 
sp. Fonte: Japanese Association of Medical Technologists, 2017. 
 
7.3 Parasitas 
 O parasita encontrado com mais frequência na urina é o 
protozoário Trichomonas vaginalis, é um microorganismo flagelado,
em formato de ovoide, um pouco maior que um leucócito e com a 
membrana ondulante. É fácil identificar numa amostra fresca devido à 
sua rápida movimentação no campo de visualização. Quando está sem 
movimento (uma das causas pode ser a demora para analisar a 
amostra), é facilmente confundido com leucócitos ou células epiteliais 
tubulares, o que torna difícil sua identificação correta. A infecção por 
Trichomonas vaginalis é uma infecção sexualmente transmissível, 
causando inflamação vaginal. A contaminação fecal de uma amostra 
de urina pode causar o aparecimento de alguns parasitas intestinais, 
sendo o mais comum o Enterobius vermicularis. 
 
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Figura 36. Trichomonas vaginalis no sedimento urinário. Fonte: Japanese Association of 
Medical Technologists, 2017. 
 
7.4 Fios mucosos 
 A presença de filamentos de muco não possui significado clínico 
mas aparece com bastante frequência, especialmente em amostras de 
pacientes do gênero feminino. Se apresentam como filamentos longos, 
delgados, de contorno irregular e estrutura fibrilar. São derivados da 
secreção de glândulas acessórias e em grande quantidade podem estar 
associados com inflamação ou irritação do trato geniturinário. 
 
 
Figura 37. Filamentos de muco. Fonte: SBPC/ML, 2017. 
 
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7.5 Corpos ovais gordurosos ou graxos 
 São células (geralmente células tubulares renais ou macrófagos) 
que absorveram lipídeos presentes no filtrado glomerular. Aparecem 
com o citoplasma brilhante e núcleo difícil de ser visualizado. A 
confirmação pode ser feita com corantes específicos ou em 
microscópio de luz polarizado (aspecto em Cruz de Malta). A lipidúria é 
frequentemente associada a lesão do glomérulo por síndrome 
nefrótica. 
 
Figura 38. Cilindro com quatro corpos ovais gordurosos em sua matriz proteica (cilindro 
gorduroso ou graxo). Fonte: Japanese Association of Medical Technologists, 2017. 
 
 
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8. Referências 
 
BARCELOS, Luiz Fernando (Ed.); AQUINO, Jerolino Lopes (Ed.). Tratado 
de Análises Clínicas. 1 ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2018. 
 
CUNNINGHAM, Lucas J., et al. Assessing expanded community wide 
treatment for schistosomiasis: Baseline infection status and self-
reported risk factors in three communities from the Greater Accra 
region, Ghana. PLoS Neglected Tropical Diseases. 14 (4), 2020. 
 
JAPANESE ASSOCIATION OF MEDICAL TECHNOLOGISTS; Editorial 
Committee of the Special Issue: Urinary Sediment. Japanese Journal of 
Medical Technology 66, 2017. 
 
MUNDT, Lilian A. Exame de urina e de fluidos corporais de Graff. 2 ed. 
Porto Alegre: Artmed, 2012. 
 
NEPHSIM. Urine Gallery. Disponível em <https://nephsim.com/urine-
gallery/>. Acesso em 12 de fev. de 2021. 
 
SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisiologia humana: uma abordagem 
integrada. 7 ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. 
 
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA/MEDICINA 
LABORATORIAL: Recomendações para realização de exames em urina. 
Barueri: Manole, 2017. 
 
STRASINGER, Susan King; DI LORENZO, Marjorie Schaub. Urinálise e 
fluidos corporais. 5 ed. São Paulo: Editora LMP, 2009. 
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