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FAM - FACULDADE DE AMERICANA BIOMEDICINA RA: 20171925 NOME: Jhennyfer dos Santos Barbosa RELATÓRIO DE ESTÁGIO Fluidos Biológicos Americana-SP 2020 FAM - FACULDADE DE AMERICANA BIOMEDICINA RA: 20171925 NOME: Jhennyfer dos Santos Barbosa RELATÓRIO DE ESTÁGIO Fluidos Biológicos Relatório de estágio, apresentado a disciplina de fluidos biológicos do curso de Biomedicina da Faculdade de Americana, sob orientação da supervisora Profª. Ana Carolina Amaral Lopes Marron. Americana-SP 2020 Sumário 1. INTRODUÇÃO GERAL DE FLUÍDOS BIOLÓGICOS .................... 5 2. LÍQUIDOS CAVITÁRIOS / LCR: .................................................. 11 2.1 COLETA DE MATERIAL .......................................................... 11 2.1.1 Coleta de Líquor ....................................................................... 11 2.1.2 Coleta de Líquido Peritoneal .................................................... 11 2.1.3 Coleta de Líquido Pleural ......................................................... 12 2.1.4 Coleta de Líquido Pericárdico .................................................. 13 2.2 PROCEDIMENTOS .................................................................. 13 2.2.1 Avaliação Líquor ................................................................... 13 2.2.1.1 Avaliação Física do Líquor .................................................... 14 2.2.1.2 Avaliação Citológica do Líquor .............................................. 14 2.2.1.3 Avaliação bioquímica do líquor .............................................. 16 2.2.2 Avaliação do Líquido Peritoneal ............................................ 17 2.2.2.1 Avaliação Física do Líquido Peritoneal ............................... 17 2.2.2.2 Avaliação Citológica do Líquido Peritoneal ......................... 17 2.2.2.3 Avaliação Bioquímica do Líquido Peritoneal ....................... 19 2.2.3 Avaliação do Líquido Pleural .................................................... 20 2.2.3.1 Avaliação Física do Líquido Pleural ....................................... 20 2.2.3.2 Avaliação Citológica do Líquido Pleural ................................. 21 2.2.3.3 Avaliação Bioquímica do Líquido Pleural ............................... 23 2.2.4 Avaliação do Líquido Pericárdico ............................................. 25 2.2.4.1 Avaliação Física do Líquido Pericárdico ................................ 25 2.2.4.2 Avaliação Cítológica do Líquido Pericárdico .......................... 25 2.2.4.3 Avaliação Bioquímica do Líquido Pericárdico ........................ 26 2.3 CONCLUSÃO........................................................................... 26 3. URINÁLISE ................................................................................. 27 3.1 COLETA DO MATERIAL .......................................................... 27 3.2 PROCEDIMENTOS .................................................................. 28 3.2.1 Avaliação Física da Urina ...................................................... 28 3.2.1.1 Coloração .............................................................................. 28 3.2.1.2 Aspecto ................................................................................. 31 3.2.1.3 Odor ...................................................................................... 31 3.2.2 Avaliação Citológica da Urina................................................ 32 3.2.3 Avaliação Bioquímica da Urina .............................................. 33 3.3 CONCLUSÃO........................................................................... 37 4. ESPERMOGRAMA...................................................................... 38 4.1 COLETA DO MATERIAL .......................................................... 38 4.2 PROCEDIMENTOS .................................................................. 39 4.2.1 Analise macroscópica ........................................................... 39 4.2.1.1 Liquefação............................................................................. 39 4.2.1.2 Viscosidade ........................................................................... 40 4.2.1.3 Aspecto ................................................................................. 40 4.2.1.4 Volume .................................................................................. 40 4.2.1.5 pH ......................................................................................... 40 4.2.2 Analise microscópica ................................................................ 40 4.2.2.1 Agregação e aglutinação ....................................................... 40 4.2.2.2 Motilidade Espermática ......................................................... 41 4.2.2.3 Vitalidade .............................................................................. 42 4.2.2.4 Morfologia Espermática ......................................................... 42 4.2.2.5 Concentração espermática .................................................... 43 4.2 CONCLUSÃO........................................................................... 44 5 REFERÊNCIAS .............................................................................. 45 5 1. INTRODUÇÃO GERAL DE FLUÍDOS BIOLÓGICOS O sistema urinário é composto pelos rins, ureteres, uretra e bexiga, tem como imprescindível função a supressão de produtos finais (resíduos) do metabolismo, essencialmente ureia, creatinina e ácido úrico, retraidos da corrente sanguínea e excretados em forma de urina. Sendo encarregado também pela retirada de resíduos tóxicos ou drogas induzidas pelo corpo e pelo controle do equilíbrio hídrico (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015). Sua formação tem início nos néfrons, que são unidades funcionais dos rins. O sangue é recebido nos glomérulos, onde ocorre o processo de filtração glomerular (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015), que é a ultrafiltração do sangue que ocorre na sua passagem dos capilares para o espaço de Bowman. O ultrafiltrado se assemelha ao plasma sanguíneo, no entanto sem as proteínas e as células sanguíneas. Ela ocorre por diferenciação da pressão entre os capilares e o espaço de Bowman. A formação de urina pode então ser alterada tal como por flutuações no volume de sangue que chega aos rins, bem como através da pressão arterial (CORRÊA, 2011). Com início da reabsorção das substâncias pelos túbulos e capilares, como água, bicarbonato, cloreto de sódio, cálcio, potássio, fosfato, aminoácidos, proteínas, glicose, entre outros. Em torno de 80% do filtrado é reabsorvido. Assim a formação da urina é realizada pela secreção de diversas substâncias primordiais ao organismo, agindo contrariamente à reabsorção (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015). Em condições normais a urina é composta por: 95 a 98% de água e 5% a 2% de produtos finais do metabolismo das proteínas (ácido úrico, creatinina e ureia), sais inorgânicos e orgânicos (cloreto de sódio, ácido fosfórico, potássio etc.), pigmentos, hormônios, vitaminas, podendo conter ainda medicamentos e substâncias estranhas (CORRÊA, 2011). Podendo ocorrer variações na concentração dessas substâncias, em consequência de fatores como ingestão alimentar, atividade física, metabolismo orgânico, função endócrina e até mesmo posição do corpo (DELLALIBERA-JOVILIANO, 2018). Já em situações patológicas ou dietas radicais, acabam aparecendo substâncias em grande quantidade na urina como corpos cetônicos, glicose, 6 proteínas, porfirinas e bilirrubinas. Pode conter também estruturas, como: cristais, cilindros, células sanguíneas e epiteliais. Algumas dessas consideradas normais e outras observadas apenas em distúrbios metabólicos e renais. No exame de urinaalgumas dessas urinas são indicativos de doenças como cistite, nefrite, pielonefrite ou glomerulonefrite, podendo estar associadas à infecção bacteriana e a nefrose ou síndrome nefrótica (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015). A urina é um fluido biológico que permite a investigação de muitas funções metabólicas dos organismos. Sendo um método barato para analisar grandes quantidades de pacientes e apresenta a vantagem de poder identificar problemas renais e também diagnosticar patologias de caráter sistêmico, como o diabetes mellitus e as hepatopatias. Controle de qualidade pode permitir que a uroanálise possa ser objeto de investigação clínica médica (DELLALIBERA- JOVILIANO, 2018). O líquido cérebro-espinhal ou líquor que é produzido em formações especiais dos ventrículos encefálicos chamados plexos coróides (CORRÊA, 2011). Sua formação ocorre em duas etapas. Sua formação se divide em duas etapas. A primeira é a filtração passiva do sangue através do endotélio capilar coroidal, que é proporcional ao gradiente de pressão hidrostática entre o sangue e o fluido intersticial coroidal. O segundo envolve a secreção ativa de células epiteliais em monocamada, incluindo bombas, cotransportadores e transportadores reversos, canais iônicos e aquaporinas. A outra pequena parte é produzida por células epidérmicas localizadas na região ventricular (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015). Líquor é composto de 99% de água e com concentração aumentada de magnésio e íons clorídricos, e menor concentração de glicose, proteínas, aminoácidos, ácido úrico, cálcio, fosfato e íons de magnésio, se comparado ao ultrafiltrado de plasma. A produção do LCR bem como sua composição podem ser acometidas pela presença de tumores, infecções, traumas, isquemias e hidrocefalias (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015). 7 O líquor protege o sistema nervoso central, servindo-lhe como um amortecedor de choques. Ele também serve de veículo para a eliminação de produtos metabólicos, dentre outras funções (CORRÊA, 2011). A avaliação laboratorial do LCR possibilita a obtenção de informações fundamentais para uma conduta clínica tanto terapêutica quanto prognóstica eficiente (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015). O líquido peritoneal ou ascítico se apresenta como uma ultrafiltração do plasma contido na cavidade peritoneal. Tem como principal função a proteção da cavidade abdominal, banhando-a e lubrificando-a, reduzindo, assim, o atrito entre os órgãos o que permite melhor mobilidade destes (COMAR et al., 2011), além dessa função atua como o transporte de fluidos e células durante o processo de resposta inflamatória, na proteção contra agentes microbianos patogênicos e na disseminação de células tumorais. Demonstra-se como um líquido transparente, de coloração amarelo-clara, viscoso e estéril (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015). Sua produção e reabsorção dependem de vários fatores, como a permeabilidade dos capilares peritoneais, as forças hidrostáticas no sistema circulatório, a pressão oncótica do plasma e a reabsorção linfática (COMAR et al., 2011). O líquido ascítico pode ser o que denominamos de exsudato ou transudato (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015). A formação dos exsudatos se dá pelo liquido secretado ativamente, comumente relacionado a processos inflamatórios e/ou neoplasias. Contém alta concentração de proteínas, pH baixo, pequena taxa de glicose e alta contagem de leucócitos. Enquanto a formação dos transudados se dá pela perda de líquido ocasionada por um aumento da pressão no sistema porta hepático, responsável por drenar o sangue dos intestinos e de outros órgãos do sistema digestivo para o fígado. Devido a essa formação o liquido apresenta baixa concentração proteica, pH elevado, glicose normal e contagem inferior de leucócitos, quando comparada a contagem nos processos exsudativos (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015). Após a determinação da origem do líquido se é exsudativa ou transudativa é necessário avaliar a relação entre a concentração de albumina no soro e no líquido. Visto a correlação que se apresenta entre hipertensão portal e o 8 gradiente de concentração de albumina no soro e no líquido ascético (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015). Variações nas forças hidrostáticas no sistema circulatório e pressão oncótica do plasma são fatores que levam a alterações na sua condição fisiológica. Tais alterações podem ocasionar acúmulo de líquido na cavidade abdominal, ocasionando a ascite. Doenças crônicas do fígado, como a cirrose, associadas à hipertensão portal são as causas mais frequentes de ascite. A análise laboratorial fornece dados essenciais que auxiliam o clínico no diagnóstico e conduta terapêutica eficaz (COMAR et al., 2011). O espaço pleural contém um ultrafiltrado de plasma denominado líquido pleural, o qual entra por meio da circulação sistêmica e é removido pelos vasos linfáticos da pleura parietal, tem por função a lubrificação da superfície pleural, promovendo facilitação do deslizamento das pleuras visceral e parietal no decorrer dos movimentos respiratórios (COMAR et al., 2008). Este líquido possui baixa celularidade, sendo composto por monócitos, linfócitos e células mesoteliais, contando também com uma porção proteica, contituida por albumina, globulinas e fibrinogênio. A constante renovação desse liquido se dá por meio de uma movimentação entre a força hidrostática e a osmótica da microcirculação da região pleural (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015). A recirculação do líquido pleural dirigido pela gravidade e pelos movimentos ventilatórios e cardiogênicos mantem a espessura uniforme desse fluido, ao longo da cavidade pleural (COMAR et al., 2008). Qualquer alteração que promova o desequilíbrio homeostático desse fluido, provocando qualquer aumento na produção do líquido que exceda a reabsorção é caracterizado um derrame pleural. Essa produção excessiva pode descompensar a ventilação por limitar a expansão dos pulmões durante a inalação, causando uma insuficiência respiratória restritiva, denominada dispneia (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015). Muitas são as patologias que podem resultar em um derrame pleural, como a insuficiência cardíaca congestiva, neoplasias primárias ou metastáticas, pneumonia, tuberculose, embolia pulmonar e a pneumonia (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015). Outras alterações na homeostasia da pleura podem ser 9 iniciadas pela inserção de células estranhas, proteínas, microorganismos, sangue ou ar, assim como por destruição mecânica do mesotélio (COMAR et al., 2008). Para facilitar o diagnóstico dos derrames pleurais, são classificados de acordo com a composição citológica e bioquímica, sendo derrame transudatos e exsudatos (COMAR et al., 2008). Os transudatos, geralmente ocorrem por processos não inflamatórios. Sucedem por um aumento da formação do ultrafiltrado de plasma pela membrana pleural resultante de um desequilíbrio da pressão hidrostática ou osmótica (COMAR et al., 2008). Seu aumento está relacionado a causas extrapulmonares, como insuficiência cardíaca congestiva, cirrose com ascite ou nefrose. Geralmente o tratamento da causa subjacente, promove a resolução desse tipo de derrame (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015). Os exudatos ao contrário dos transudatos desenvolvem-se por consequência de uma doença inflamatória, infecciosa ou neoplásica, como pneumonia, tuberculose ou câncer (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015), aumentando a permeabilidade capilar permitindo que moléculas de alto peso molecular entrem na cavidade pleural (COMAR et al., 2008). A análise citológica do líquido pleural, com precisão e exatidão, permite que o clínico possa determinar a etiologia, diagnóstico e tratamento, aumentando as chances de um bom prognóstico para o paciente. Já a análise laboratorial do líquido pleural, juntamente com o diagnóstico clinico, pode estabelecer um diagnóstico definitivoe confiável em até 95% dos casos, diminuindo o tempo de internação e consequentemente a morbidade (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015). O coração e a origem de grandes vasos sanguíneos são envolvidos por um saco membranoso duplo, denominado líquido pericárdico. É constituído por uma camada serosa interna ou visceral e uma camada externa de fibra ou parietal. Geralmente contém 5 a 20 ml de líquido transparente que tem como função lubrificar essa região, permitindo que o coração se mova livremente no saco pericárdico (CLAVERÍA et al., 2009). 10 Também é classificado como transudato e exsudato, onde O derrame pericárdico resultado de alterações na permeabilidade da membrana causadas por infecção (pericardite), tumores é tido como exsudato. Já, doenças metabólicas como uremia, hipotireoidismo e doenças autoimunes são as principais causas do transudato (HAOMA, [200-?]). O sêmen é produzido durante a ejaculação a partir de uma suspensão concentrada de espermatozoides, armazenados nos dois epidídimos, misturados com, e diluídos por secreções líquidas dos órgãos sexuais acessórios. É emitido em vários bolos (PNCQ, 2018). O exame de espermograma tem o objetivo de avaliar a fertilidade masculina, de comprovar a eficácia da vasectomia e controlar doenças testiculares e penianas sobre a espermatogênese (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015). 11 2. LÍQUIDOS CAVITÁRIOS / LCR: 2.1 COLETA DE MATERIAL 2.1.1 Coleta de Líquor A coleta do LCR é um exame invasivo e só pode ser realizado por profissionais (médicos). Pode ser coletado por meio de três métodos clássicos, dos quais a coluna lombar é o mais comumente usado na rotina, punção entre L3 e L4, L4 e L5 ou L5 e S1, e então via suboccipital ou cisterna cerebral na grande nanocisterna. Entre os ossos occipitais e, finalmente, o trajeto ventricular formado diretamente em um lado do ventrículo, através da entrada da capa do coração. A abordagem suboccipital apresenta algumas vantagens em relação à abordagem lombar, pois a ocorrência de cefaleia após a punção não é descrita (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015 e KASVI, 2019). A boa prática de coleta de LCR recomenda o uso de três frascos estéreis sem anticoagulante. A amostra do primeiro tubo é usada para análises bioquímicas e sorológicas, a segunda amostra é usada para testes microbiológicos e a terceira é usada para contar as células, pois há pouca possibilidade de introdução acidental de substâncias contidas (principalmente células sanguíneas) durante a punção (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015). Se a coleta for em um único frasco, deve ser encaminhada primeiro para o setor de microbiologia, depois para a seção de hematologia, depois para a seção de bioquímica e imunologia (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015). A punção é indicada em casos de Infecção das meninges, hemorragia subaracnoide, malignidade primária ou metastática, e doenças desmielinizantes (KASVI, 2019). 2.1.2 Coleta de Líquido Peritoneal A coleta do líquido peritoneal é realizada com o paciente colocado em posição supina (de barriga para cima), com uma inclinação variando entre 30° a 45° para a retirada de grandes volumes ou em decúbito lateral (de lado) para a remoção de pequenos volumes (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015). A fim de 12 evitar a perfuração de redes vascularizadas os locais indicados para incisão da agulha estão localizados na linha média, 2 cm abaixo do umbigo ou numa área considerada incômoda no quadrante inferior esquerdo, lateralmente ao músculo retoabdominal (COMAR et al., 2011). Após anestesia local a agulha é inserida na parede abdominal. A agulha utilizada possui calibre 22 e é anexada a uma seringa que pode variar de 20 a 50 mL (COMAR et al., 2011). A pele deve ser puxada de 1 a 2 cm da sua posição normal, para evitar o refluxo de líquido no momento da incisão (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015). Então, a agulha é inserida suavemente, e a aspiração feita de forma lenta permitindo o livre retorno do fluido ascético (COMAR et al., 2011). São solicitados no mínimo 30 mL de líquido para uma perfeita avaliação laboratorial, e para exame citológico, em média de 100 mL (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015). Após coletar a quantidade suficiente de amostra, a agulha é retirada rapidamente, e, assim, a pele retorna à sua posição normal. Um curativo é feito no local, e a amostra é encaminhada para as devidas análises laboratoriais (COMAR et al., 2011). A amostra deve ser coletada em três tubos de ensaio, o primeiro tubo deve conter anticoagulante EDTA ou heparina, a fim de promover a contagem diferencial de leucócitos e outros elementos figurados; o segundo sem anticoagulante para as análises bioquímicas e o terceiro em frasco estéril a ser encaminhado a microbiologia para análise microscópica e cultura. Caso a nalise não possa ser realizada imediatamente dever ser feito o armazenamento do material, sobretudo para análise citológica por até 48 horas sob refrigeração, em temperatura variando de 2° a 8 °C, a fim de preservar a morfologia celular (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015). 2.1.3 Coleta de Líquido Pleural As amostras de líquido pleural são colhidas por meio de uma técnica cirúrgica chamada toracocentese, a qual é realizada por um médico habilitado, é uma técnica, considerada pouco invasiva, que apresenta baixa morbidade, baixo custo e fornece grande eficiência diagnóstica. Deve ser realizada uma radiografia ou uma ultrassonografia para avaliar se há uma quantidade mínima 13 de líquido espaço pleural, acessando assim a cavidade pleural com uma maior segurança (COMAR et al., 2008). Para evitar a coagulação do líquido durante a aspiração todas as seringas a serem utilizadas devem ser levemente herarinizadas, ou seja, deve-se aspirar a heparina em quantidade suficiente para que a seringa seja internamente umedecida, desprezando-se o excesso. Se a seringa for de 20 ml, um volume de 0,5 ml de heparina é suficiente para evitar a coagulação do líquido (ANTONANGELO; CAPELOZZI, 2006). Deve ser utilizado três tubos para obtenção da amostra, um tubo sem aditivos nem anticoagulantes a ser destinado para a bioquímica, um tubo contendo EDTA ou heparina a ser designado à citologia e um terceiro tubo estéril e sem anticoagulantes para as provas microbiológicas. Caso não seja possível a coleta em três tubos, deve-se utilizar um tubo estéril e sem anticoagulantes, para serem realizadas primeiramente as provas microbiológicas, em seguida a citologia e por último, a bioquímica (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015). Caso o material não possa ser enviado logo após a coleta, o material deve ser armazenado em geladeira comum (4 a 8 ºC), e não no congelador, até o encaminhamento ao laboratório, que deve ser o mais precoce possível (ANTONANGELO; CAPELOZZI, 2006). 2.1.4 Coleta de Líquido Pericárdico A coleta do líquido pericárdico pode ser realizada por drenagem cirúrgica realizada por via subxifoídea que possibilita a coleta de líquido pericárdico para avaliação. Por toracotomia lateral, permitindo amplo acesso à cavidade pericárdica e também por drenagem pericárdica videotoracoscópica que é um método pouco invasivo utilizado no diagnóstico (PALMA et al., 2009). 2.2 PROCEDIMENTOS 2.2.1 Avaliação Líquor O exame do líquido cefalorraquidiano fornece informações importantes sobre o diagnóstico etiológico e o monitoramento da inflamação, processos infecciosos ou neoplásicos nos órgãos envolvidos neste líquido (GNUTZMANN 14 et al., 2016). O exame consiste em cinco etapas: exame físico, exame citológico, exame bioquímico, exame microbiológico e exame imunológico (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015). 2.2.1.1 Avaliação Física do Líquor A observação visual da coloração e do aspecto do LCR é a etapa inicial da análise e pode fornecer importantes informações diagnósticas. O líquor se apresentaincolor em condições normais, no entanto, em condições patológicas pode ocorrer alteração em sua coloração. Desse modo deve ser observado a coloração antes e após o processo de centrifugação (COMAR et al., 2009). Se após a centrifugação o líquor apresentar uma tonalidade variante entre o rosa, amarelo e laranja, a amostra é considerada xantocrômica, isso ocorre pela presença de hemoglobina (hemólise) ou pelas concentrações elevadas de proteínas ou bilirrubina denominada de hiperbilirrubinemia (indireta) em situações de hiperproteinorraquia, hemorragia, melanoma cerebral, contaminação com iodo, dentre outras (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015). Límpido deve ser o aspecto do líquor, contudo, em situações anormais pode se apresentar como levemente turvo, turvo ou turvo leitoso, a depender da celularidade encontrada, microrganismos, proteínas, dentre outros elementos (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015). 2.2.1.2 Avaliação Citológica do Líquor A avaliação citológica do líquor é realizada pela contagem global e diferencial de leucócitos para uma melhor conduta médica (GNUTZMANN et al., 2016). A contagem de células deve ser feita imediatamente após a coleta, para se evitar a desintegração das células, em caso de impossibilidade de análise imediata, a amostra deve ser mantida sob refrigeração pelo menor tempo necessário (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015). A contagem global de leucócitos e hemácias da amostra pode ser realizada em qualquer tipo de câmara de contagem, porém, rotineiramente, são utilizadas com maior frequência a câmera de Neubauer e câmara de Fuchs- Rosenthal (COMAR et al., 2009). 15 O procedimento de contagem global de células na câmera de Fuchs- Rosenthal varia de acordo com a fluidez celular da amostra, sendo que a câmera é dividida em 16 quadrados e cada quadrado é dividido em 16 quadrados menores (COMAR et al., 2009). Para contagem na câmara de Neubauer não há necessidade de diluir as amostras transparentes, no entanto se faz necessário a diluição das amostras ligeiramente turvas, turvas ou leitosas e sanguinolentas. As diluições devem ser feitas com solução salina estéril e podem variar desde 1:10 a 1:10.000, dependendo da característica da amostra (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015). A contagem é realizada nos quatro quadrantes externos e no quadrante central, e o cálculo final deve levar em consideração a diluição empregada (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015). Após a determinação da contagem global, é aconselhável que se realize a contagem diferencial. É necessário que a amostra seja centrifugada e deve ser realizado um esfregaço em lâmina com o sedimento (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015). A contagem diferencial preconiza a contagem de 100 células, onde deve- se conhecer as características de cada uma dessas células, diferenciando-os em neutrófilos, eosinófilos, basófilos, linfócitos e monócitos (COMAR et al., 2009). O resultado é expresso em porcentagem de células na amostra, no entanto, se a celularidade for baixa, registram-se apenas os números das células encontradas. As principais células encontradas na amostra de LCR são linfócitos e monócitos, e a elevação na contagem dessas células é considerada anormal e deve ser investigada (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015). A contagem total de leucócitos no LCR representa o mais sensível parâmetro para caracterização de uma doença inflamatória do sistema nervoso central (GNUTZMANN et al., 2016), as meningites são sem dúvida uma primeira causa de preocupação ao exame do líquor, leucócitos neutrófilos é considerado um indicativo de meningite bacteriana, enquanto que a elevação de monócitos e linfócitos sugere meningite de origem viral, tuberculosa, fúngica ou parasitária (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015). Identificar os tipos de células presentes no LCR é uma ferramenta diagnóstica valiosa, pois com base nas principais linhagens celulares na https://labtestsonline.org.br/glossary/neutrophil https://labtestsonline.org.br/glossary/eosinophil https://labtestsonline.org.br/glossary/basophil https://labtestsonline.org.br/glossary/lymphocyte https://labtestsonline.org.br/glossary/monocyte 16 contagem e no significado clínico dos resultados, tratamentos adequados podem ser estabelecidos (GNUTZMANN et al., 2016). 2.2.1.3 Avaliação bioquímica do líquor O exame bioquímico do líquor consiste na avaliação bioquímica de marcadores como glicose, proteína, lactato, lactato Desidrogenase e Adenosina Deaminase (GNUTZMANN et al., 2016). A dosagem normal proteica no líquor é pequena variando em torno de 15 a 45 mg/ dL. As proteínas encontradas no líquor são a pré-albumina, albumina, ceruloplasmina, transferrina e imunoglobulinas como IgG e IgA (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015). O aumento dos níveis proteicos totais na amostra de LCR é observado na vigência de processos patológicos, degeneração do tecido neural, meningite e processos hemorrágicos pós-traumáticos. Nessas condições, além de um aumento da dosagem de proteínas, evidencia-se um LCR mais turvo, opaco e com celularidade aumentada (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015). O nível de glicose no líquido cefalorraquidiano é usado para distinguir entre meningite bacteriana e viral. Durante a recuperação da meningite, os níveis de glicose são normalizados antes dos níveis de proteínas e contagens de células, o que o torna um parâmetro útil para avaliar a resposta ao tratamento (GNUTZMANN et al., 2016). O aumento dos níveis de ácido láctico pode ser detectado antes da redução da concentração de glicose. Em comparação com outros marcadores convencionais, a concentração de bactérias lácticas é um melhor indicador de meningite bacteriana e meningite asséptica (GNUTZMANN et al., 2016). O lactato Desidrogenase é útil na diferenciação de uma punção traumática de uma hemorragia intracraniana, já que, em uma punção traumática com hemácias não hemolisadas, não há um aumento significante da LD (GNUTZMANN et al., 2016). A Adenosina Deaminase apresenta atividade aumenta em pacientes com deficiência na imunidade celular (GNUTZMANN et al., 2016). 17 2.2.2 Avaliação do Líquido Peritoneal A análise do líquido peritoneal é de suma importância para diagnóstico das de cirrose, peritonite, perfuração intestinal e neoplasia (STRASINGER; LORENZO, 2009). 2.2.2.1 Avaliação Física do Líquido Peritoneal A primeira etapa na investigação do líquido peritoneal após a coleta é a analise física. O aspecto visual (citrino, hemorrágico, purulento, etc.) é o critério de partida para iniciar o processo de investigação, orientando em hipóteses diagnósticas e direcionar para exames específicos de análise laboratorial, além de permitir adotar diferentes métodos de tratamento podem ser realizados. O aspecto e a coloração devem ser anotados antes e após a centrifugação (COMAR et al., 2011). Conforme mencionado anteriormente, o líquido peritoneal normal é descrito como um ultrafiltrado do plasma transparente, amarelo claro, viscoso e estéril, que pode parecer turvo quando infectado por micro-organismos, especialmente fontes bacterianas, e verde ocorre perfuração intestinal, pancreatite ou cálculos biliares. Em caso de aspecto hemorrágico a amostra deve ser cuidadosamente observada para verificar se o sangramento realmente indica um processo patológico em andamento ou é causado por uma punção traumática. O clareamento progressivo ao processo de paracentese da amostra é observado nesses casos. No entanto, isso não decorre nas ascites hemorrágicas, e a presença de sangue só é percebida no passar de um litro de líquido peritoneal retirado (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015). 2.2.2.2 Avaliação Citológica do Líquido Peritoneal A contagem global de células é uma etapa importante para distinguir a amostra entre exsudato e transudado. Os tipos de células que podem ser encontrados no liquido peritoneal são oseritrócitos e as células nucleadas, incluindo os leucócitos e as células mesoteliais. A contagem global dessas células é geralmente realizada na câmara de Neubauer, mas pode ser executado em qualquer câmera de contagem (COMAR et al., 2011). 18 A realização da contagem dos leucócitos é feita nos quatro quadrantes externos da câmara de Neubauer. Se a amostra não foi diluída, um fator de conversão deve ser usado para obter o resultado em microlitros, que é 2,5. O quadrante central deve ser utilizado para a contagem de hemácias, e o procedimento de contagem irá variar de acordo com a fluidez celular da amostra, conforme a tabela 1 (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015). Quadro 1 - Procedimento de contagem global de eritrócitos em câmara de Neubauer, conforme a celularidade presente na amostra Celularidade Procedimento de contagem Baixa celularidade Contar os 25 quadros maiores e multiplicar o resultado por 10 Média ou Intermediária Contar 5 quadrados maiores e multiplicar o resultado por 50 Alta celularidade Contar 1 quadrado maior e multiplicar o resultado por 250; Exagerada (com sobreposição de células) Fazer diluição com solução salina e fazer a conversão multiplicando a contagem pelo fator da diluição. Fonte: Adaptado de COMAR et al., 2011 A sua análise diferencial, é de extrema importância na sugestão diagnóstica e consequente conduta terapêutica adotada pelo clínico (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015). Para realização da lâmina a amostra deve ser centrifugada em baixa rotação (1000 rpm), e o sedimento obtido é ressuspenso em solução salina. No citofunil é adicionado 100µl da amostra, a qual é processada de acordo com os procedimentos operacionais do dispositivo. À medida que o sobrenadante é absorvido pelo papel de filtro, as células são concentradas. Após a secagem da lâmina, realiza-se a coloração. Com a lâmina pronta, realiza-se a contagem diferencial celular. O número de células varia de acordo com a formação e resolução da ascite, como a diurese, a diurese pode aumentar o número de leucócitos de 300 células / μl para 1.000 células / μl (COMAR et al., 2011). 19 Deve-se verificar a morfologia das células contadas para determinar agregados, agentes infecciosos, como bactérias e leveduras, e conteúdo celular. O tamanho, a forma e a aparência do citoplasma também devem ser observados. O núcleo deve estar atento ao seu tamanho e forma, localização na célula, padrão de cromatina, aparência dos nucléolos e número de núcleos (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015). 2.2.2.3 Avaliação Bioquímica do Líquido Peritoneal A análise bioquímica do liquido peritoneal inclui principalmente a determinação de glicose, amilase e fosfatase alcalina. Em casos de peritonite bacteriana, tuberculose e neoplasia os níveis de glicose se apresentam mais baixos do que os níveis séricos. A verificação de amilase é realizada para determinação de pancreatite. Pacientes com perfuração gastrointestinal podem ter amilase elevada. Os níveis elevados de fosfatase alcalina também podem diagnosticar de forma eficaz a perfuração intestinal (STRASINGER; LORENZO, 2009). Quadro 2 – Significado dos testes bioquímicos no líquido peritoneal Teste Significado Glicose Diminuída em peritonite, tuberculosa, neoplasia Amilase Aumentada na pancreatite, perfuração gastrointestinal Fosfatase alcalina Aumentada na perfuração gastrointestinal Nitrogênio ureico/ creatinina Ruptura ou perfuração da bexiga Adenosina desaminase Peritonite tuberculosa Fonte: Adaptado de Gonçalves; Luiz; Freitas, 2015. A diferença entre exsudatos e transudatos deve-se à concentração de albumina, que é medida simultaneamente no líquido e no soro. Em seguida, é subtraído o nível de albumina no fluido do nível de albumina no soro. Uma diferença de 1,1 ou maior indica transudato de origem hepática, enquanto um 20 gradiente menor está relacionado ao exsudado (STRASINGER; LORENZO, 2009). Quadro 3 – Exemplo de diferenciação entre exsudatos e transudatos no líquido peritoneal Transudato Exsudato Albumina no soro = 3,8mg/dL Albumina no soro = 3,8mg/dL Albumina no líquido = 1,2mg/dL Albumina no líquido = 3,0mg/dL Gradiente = 2,6 Gradiente = 0,8 Fonte: Adaptado de Strasinger e Lorenzo, 2009. 2.2.3 Avaliação do Líquido Pleural A análise precisa do líquido pleural permite a determinação da a etiologia, diagnóstico e tratamento, aumentando assim as chances de prognóstico do paciente (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015). 2.2.3.1 Avaliação Física do Líquido Pleural Antes e após a centrifugação da amostra deve ser avaliado sua cor e aspecto, pois esses recursos auxiliam na identificação da causa do derrame (COMAR et al., 2011). 21 Quadro 4 - Cor e aspecto do líquido pleural antes e após a centrifugação e possível etiologia Aspecto Coloração pré- centrifugação Coloração pós- centrifugação Etiologia Límpido Amarelo-claro Amarelo-claro Transudato Parapneumônico Empierna Turvo/ Hemorrágico Róseo / Vermelho Xantocrômico Neoplasia Tuberculose Quilotórax Turvo Turvo Branco leitoso Linfoma Câncer Trauma Pseudoquilotórax Turvo Amarelo esbranquiçado Branco leitoso Doenças Crônicas Artrite Reumatoide Tuberculose Fonte: Adaptado de Gonçalves; Luiz; Freitas, 2015. 2.2.3.2 Avaliação Citológica do Líquido Pleural Para realizar a análise citológica, deve-se primeiro realizar uma contagem global de células, para isso, devem ser utilizadas alíquota de amostras frescas, devidamente homogeneizadas e não centrifugadas (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015). As células mais comuns encontradas no liquido pleural são os eritrócitos, os leucócitos e as células mesoteliais. A contagem é realizada na câmera de Neubauer, mas pode ser feita em qualquer outra câmera de contagem. Essa 22 contagem expressa fator significativo para classificação inicial entre transudatos e exudatos (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015). Quando realizada na câmera de Neubauer, os leucócitos e as células mesoteliais devem ser contadas nos quatro quadrantes maiores, e no caso dos eritrócitos eles devem ser contados nos quadrantes menores centrais. Quando a fluidez celular da amostra é extremamente alta, pode-se diluir com solução fucsina 0,2% (1:20), pois esta solução pode promover a lise das hemácias e cora o núcleo das células em tom de rosa, o que é conveniente para sua observação. Independentemente da diluição utilizada para a contagem global, deve-se utilizar o valor de correção para o cálculo do resultado final, ou seja, se for realizada uma diluição 1: 5, o resultado obtido deve ser multiplicado por 5 (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015). O preparo das lâminas para contagem diferencial de leucócitos costuma ser feito em câmara de suta ou citocentrífuga, utilizando o sedimento obtido da centrifugação para ressuspender em salina. A câmara de suta possui um sistema de papel de filtro que absorve a parte líquida da amostra e concentra as células (COMAR et al., 2011). Na técnica de citocentrífuga, 100 μL da amostra são ressuspensos em solução salina em câmara cônica e centrifugados a 900 ± 100 rpm por 3 minutos. A parte líquida da amostra é absorvida pelo papel de filtro que contém pequenos orifícios que circundam a lâmina, de forma que as células ficam concentradas nesta área. Depois que as lâminas estiverem secas, elas devem ser coradas com coloração MayGrünwald-Giemsa (COMAR et al., 2011). As lâminas preparadas são lidas em um microscópio óptico, primeiro com lentes objetivas de 10x e 40x para verificar a distribuição dos tipos de células e procurar grupos de células. Para distinção é necessário contar 100 células em objetiva de imersão. Se isso não for possível, é necessário contar todas as células presentes e, em seguida, calcular a porcentagem de cada tipo de célula presente (COMAR et al., 2011). É necessáriodistinguir os leucócitos das células mesoteliais, que se desprendem e aparecem no líquido pleural quando participam do processo inflamatório. Quando baseado na contagem total de células, quando a fluidez 23 das células presentes na lâmina não condiz com as expectativas, e no caso de células sobrepostas, o processo deve ser repetido. Com base nos resultados obtidos pela contagem diferencial, é necessário calcular o número de células mesoteliais e de leucócitos presentes na contagem global (COMAR et al., 2011). 2.2.3.3 Avaliação Bioquímica do Líquido Pleural Segundo Gonçalves; Luiz; Freitas (2015) Medições bioquímicas de amostras de líquido pleural também podem ajudar a diagnosticar derrame pleural. Com base nessas informações, foram elaboradas as seguintes tabelas: Tabela 1 – Identificação dos exsudatos pela relação entre os valores obtidos das dosagens bioquímicas Exsudatos Contagem de leucócitos > 1000/uL Razão de proteínas líquidos/soros > 0,5 Proteínas totais > 3g/dL Razão de glicose líquidos/soro > 0,5 Glicose < 60mg/dL pH < 7,6 Albumina soro – albumina líquido = 0,6±0,4g/dL Aparência = opaca, turva Densidade > 1,015 LDH > 200UI/L Coagulação espontânea = Possível Fonte: Adaptado de Gonçalves; Luiz; Freitas, 2015. 24 Tabela 2 – Identificação dos transudatos pela relação entre os valores obtidos das dosagens bioquímicas Transudatos Contagem de leucócitos < 1000/uL Razão de proteínas líquidos/soros < 0,5 Proteínas totais < 3g/dL Razão de glicose líquidos/soro < 0,5 Glicose > 60mg/dL Razão LDH líquido/soro < 0,6 Colesterol < 60mg/dL pH = 7,6 Albumina soro – albumina líquido = 1,6±0,5g/dL Aparência = transparente (amarelo claro e límpido) Amilase = de 0 a 130 UI/L Coagulação espontânea = ausente BD = 0,1 – 0,5mg/dL BT = 0,2 – 1,5mg/dL Triglicerídeos < 200mg/dL Fonte: Adaptado de Gonçalves; Luiz; Freitas, 2015. Além de distinguir o exsudato do transudato, os testes bioquímicos mais comuns para o líquido pleural incluem glicose, pH, adenosina desaminase (ADA) e amilase. Os triglicerídeos também podem ser medidos para confirmar a presença de derrame quiloso (STRASINGER; LORENZO, 2009). A tuberculose, a inflamação reumatóide e as infecções purulentas podem causar uma queda da glicose. O lactato se apresenta elevado nas infecções bacterianas. Além da concentração de glicose, também pode ser considerado (STRASINGER; LORENZO, 2009). 25 Um pH abaixo de 7,0 pode indicar que a drenagem é necessária além de antibióticos no caso de pneumonia. A descoberta de um pH tão baixo quanto 6,0 indica que o esôfago se rompeu e ocorreu um grande influxo de suco gástrico (STRASINGER; LORENZO, 2009). Níveis de ADA acima de 40 U/L são altamente indicativos de tuberculose. Eles também são, em geral, elevados nas neoplasias (STRASINGER; LORENZO, 2009). 2.2.4 Avaliação do Líquido Pericárdico A avaliação realizada no líquido pericárdico permite distinguir se o fluído é transudato ou exsudato (STRASINGER; LORENZO, 2009). 2.2.4.1 Avaliação Física do Líquido Pericárdico Consiste na verificação do aspecto e cor, que apresentam em seu estado normal límpido, claro, amarelo pálido, em condições anormais pode apresentar laivos de sangue indicando infecção ou neoplasia, sanguinolenta apontando uso de medicação anticoagulantes, e também leitoso, se apresentando quiloso e pseudoquiloso (STRASINGER; LORENZO, 2009). 2.2.4.2 Avaliação Cítológica do Líquido Pericárdico O exame citológico é de extrema valia, as células frequentemente mais encontradas são resultantes de carcinoma de pulmão ou de mama metastático e se assemelha às encontradas no líquido pleural. Níveis de marcadores tumorais no fluído pericárdico se correlacionam bem a essa avaliação (STRASINGER; LORENZO, 2009). A contagem diferencial de leucóitos apresentam pouco valor clínico, emboravvalores superiores a 1.000GBs/ul, com elevada porcentagem de neutrófilo, pode estar relacionada com endocardite bacteriana (STRASINGER; LORENZO, 2009), a contagem de eosinófilos superior a 10% também levam a essa suspeita (HAOMA, [200-?]). 26 2.2.4.3 Avaliação Bioquímica do Líquido Pericárdico A desidrogenase lática se apresenta inferior a 200 U/L no transudato e superior a 200 U/L no exsudato. Proteínas totais inferior ou igual a 3,0 g/dL indica transudato e superior a 3,0 g/dL Exsudato. Os valores de referência para os testes são glicose superior a 60% e o pH entre 7,35 a 7,45 (HAOMA, [200-?]). 2.3 CONCLUSÃO A análise do líquor e dos líquidos cavitários se faz importante, visto que esses exercem funções protetoras e lubrificantes das cavidades, mas quando em excesso, por alguma patologia, este líquido pode ser prejudicial, sendo necessária a intervenção de um profissional, e o seu diagnóstico precoce pode resultar em um bom prognóstico (FISCHER et al., 2012). 27 3. URINÁLISE 3.1 COLETA DO MATERIAL O exame de urina deve fornecer resultados representativos, portanto a amostra deve ser coletada seguindo rigorosamente o protocolo estabelecido pelo laboratório (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015). Após o fornecimento de instruções simples pelo profissional do laboratório responsável pelo atendimento, as amostras podem ser obtidas pelos pacientes, de forma adequada. Tais instruções podem ser dadas verbalmente sendo, também, com o auxílio das mesmas na forma escrita contendo ilustrações do procedimento de coleta (LABTEST DIAGNÓSTICA S.A., 2005). O paciente deve ser informado que a qualidade do resultado de seu exame depende das informações esclarecidas referentes à coleta, armazenamento e transporte da amostra (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015). Caso o paciente não seja capaz de realizar o procedimento recomendado, oferecer assistência de profissional do laboratório capacitado (LABTEST DIAGNÓSTICA S.A., 2005). As amostras devem ser coletadas em recipientes descartáveis, limpos, secos e à prova de vazamento, podem ser frascos, sacos com adesivo para coleta de amostras em crianças ou grandes frascos para coleta de amostras de 24 horas (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015). É importante enfatizar a necessidade de se lavar as mãos e os cuidados gerais de higiene, Solicitar ao paciente para executar a higiene íntima, usando água e sabão neutro, enxugar com gaze ou compressa, no caso de homens deve-se expor a glande e lavar com água e sabão e enxaguar com água em abundância, no caso de mulheres, lavar a região vaginal com água e sabão. Enxaguar com água em abundância e enxugar, de frente para traz, com toalha de pano limpa ou de papel descartável (LABTEST DIAGNÓSTICA S.A., 2005). Depois da higienização é indicado que homens devem expor a glande e manter o prepúcio retraído, e as mulheres assentar no vaso sanitário, afastar os grandes lábios e mantê-los afastados. E passa ser indicativo para os dois desprezar a primeira porção de urina no vaso sanitário, sem interromper a micção, colocar o frasco de colheita na frente do jato urinário e colher entre 20 e 50 mL de urina, evitando tocar na parte interna do frasco e desprezar o restante da urina no vaso sanitário. Fechar o frasco adequadamente e encaminhá-lo 28 imediatamente para o laboratório. Em situações especiais, como em casos de recém-nascidos, crianças e idosos volumes menores poderão ser obtidos. Sendo 12 mL o volume de urina mínimo necessário para o exame rotina (LABTEST DIAGNÓSTICA S.A., 2005). A amostras devem ser encaminhadas ao setor técnico e analisadas dentro de duas horas após a coleta. Caso não seja possível, deve-se refrigerar a amostra normalmente de 2 a 8ºC, diminuindo o metabolismo e crescimento bacteriano. Se não for viável a refrigeração, se faz necessário a utilização de conservantes químicos (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015). Alguns fatores podem alterar o resultado da amostraou contamina-la, como secreção vaginal ou sangue menstrual (LABTEST DIAGNÓSTICA S.A., 2005), dieta, atividade física e medicamento; e isso deve ser considerado para que ocorra uma interpretação correta na liberação do resultado (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015). 3.2 PROCEDIMENTOS A urinálise envolve uma série de medições, incluindo suas características físicas, bioquímicas e microscópicas. Cada etapa avaliará diferentes condições (KASVI, 2018). 3.2.1 Avaliação Física da Urina A urina pode ser avaliada pela aparência física (cor, turbidez, odor e volume), chamada também de análise macroscópica (KASVI, 2018). Essas características fornecem informações importantes a respeito do trato urinário e os seus resultados ajudam na confirmação ou explicação de achados nas análises bioquímicas e microscópicas (STRASINGER; LORENZO, 2009). 3.2.1.1 Coloração A cor amarela da urina é resultado do pigmento urinário, que pode eliminar a taxa metabólica de cada pessoa, podendo aumentar os problemas de tireoide e as condições de jejum. Outros pigmentos com menor conteúdo são uréia e 29 urobilina. Nesse caso, pessoas normais que ingerem muita água produzirão urina amarelo claro, ao contrário de pessoas que não ingerem que produziram amarelo escuro. As diferentes cores da urina podem estar relacionadas a vários fatores, como ingestão alimentar, atividade física, estado metabólico, consumo de drogas e compostos produzidos por diferentes patologias (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015). Cor Causa Correlação Clínica Incolor Ingestão recente de fluidos Comumente observada com amostras aleatórias Amarela pálida Poliúria ou diabetes insipidus Diabetes mellitus Amostra Aleatória diluída Volume de 24 horas elevado Elevada gravidade específica e resultado positivo para glicose Consumo recente de fluídos Amarela escura Amostra concentrada Pode ser normal após o exercício extenuante ou na primeira amostra da manhã Âmbar Desidratação pela febre ou queimadura Laranja Bilirrubina Acriflavone Fenazopiridina (Pyridium) Nitrofurantoina Nitrofurantoina Fenindione Espuma amarela, quando agitada, e resultado positivo nos testes químicos para bilirrubina Teste negativo para bile e possível fluorescência verde Drogas comumente administradas para infecções do trato urinário Pode ter espuma laranja e pigmento laranja denso que podem obscurecer ou interferir com as leituras das tiras reagentes Antibiótico administrado para infecções do trato urinário Anticoagulante, laranja na urina alcalina, incolor em urina ácida Quadro 5 – Correlação Clínica da Cor da Urina 30 Amarela-verde Amarela- castanha Bilirrubina oxidada em biliverdina Espuma colorida na urina ácida e resultados falso negativos nos testes químicos para bilirrubina Azul-verde Amitriptilina Metocarbamol (Robaxin) Cloretos Indicana Azul de metileno Fenol Antidepressivo Relaxante muscular, pode ser verde-castanha Nenhum Infecções bacterianas Fístulas Quando oxidado Rosa Eritrócitos Urina turva com resultados positivos da análise química de hemoglobina e eritrócitos visíveis microscopicamente Vermelha Hemoglobina Mioglobina Porfirinas Beterraba Rifampicina Contaminação menstrual Urina límpida com resultados positivos da análise química de hemoglobina; hemólise intravascular Urina límpida com resultados positivos da análise química de hemoglobina Resultados negativos da análise química para hemoglobina Urina alcalina de pessoas geneticamente suscetíveis Medicações para tuberculose Amostra turva com eritrócitos, muco e coágulos Marrom Hemoglobina oxidada a metemoglobina Visto em urinas ácidas um tempo após a coleta Preta Metemoglobina Ácido homogentísico Melanina Derivados do Fenol Argirol Metildopa Metronidazol Hemoglobina desnaturada Visto em urinas alcalinas um tempo após a coleta A urina escurece um tempo após a coleta e reagem com nitroprussiato e cloreto férrico Interfere com os testes de redução do cobre A cor desaparece com cloreto férrico Anti-hipertensivos Escurece um tempo após a coleta Fonte: Adaptado de Strasinger e Lorenzo, 2009. 31 3.2.1.2 Aspecto No aspecto é onde se avalia a transparência da urina, é determinado apenas pela observação visual da amostra homogeneizada, contida em um recipiente transparente, em ambiente bem iluminado. Assim a amostra é classificada como: transparente, opaca, ligeiramente turva, turva, muito turva, leitosa (DELLALIBERA-JOVILIANO, 2018). Quadro 6 – Avaliação do aspecto da urina. Aspecto Descrição Límpido Partículas não visíveis, transparentes. Opalescente Poucas partículas, texto impresso facilmente visualizado através da urina. Ligeiramente turvo Muitas partículas, texto impresso borrado através da urina. Turvo Texto impresso não pode ser visto através da urina. Leitoso Podem precipitar ou ter coágulos. Fonte: Adaptado de Strasinger e Lorenzo, 2009. Diversas substâncias podem causar urina turva, como cristais amorfos, leucócitos, hemácias, lipídios, sêmen, muco, cristais, leveduras, bactérias, fungos, células epiteliais não escamosas. A causa da urina turva pode ser explicada por testes bioquímicos (DELLALIBERA-JOVILIANO, 2018). 3.2.1.3 Odor A urina recém-eliminada tem um leve cheiro de seus componentes aromáticos. Quando odores anormais são observados, como no caso de infecções bacterianas, são chamados de pútridos. Quando a amostra está parada, o cheiro de amônia se torna particularmente proeminente. Isso é causado pela degradação da ureia (DELLALIBERA-JOVILIANO, 2018). 32 Quadro 7 – Característica do odor da urina e a causa. Odor Causa Aromático Normal Fétido, semelhante ao amoníaco Decomposição bacteriana, infecção do trato urinário Frutado, doce Cetonas (diabetes mellitus, inanição, vômitos) Xarope de bordo Doença do xarope de bordo Ninho de rato Fenilcetonúria Rançoso Tirosinemia Pés suados Acidemia isovalérica Repolho Má-absorção de metionina Desinfetante Contaminação Fonte: Adaptado de Strasinger e Lorenzo, 2009. 3.2.2 Avaliação Citológica da Urina Análise microscópica tem como princípio a investigação de sedimentoscopia como cristais, cilindros, células e micro-organismos (DELLALIBERA-JOVILIANO, 2018). Os valores de referência para os elementos encontrados podem variar de acordo com cada laboratório (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015). Para realizar a análise primeiramente, a amostra deve ser centrifugada com um volume padrão de urina em um tubo cônico de 10 ml, e o sobrenadante deve ser retirado após a centrifugação para que 10% do volume permaneça no fundo do tubo. Inicialmente, são retirados 9 mL para perfazer o 1 mL restante, sendo então necessário ressuspender o conteúdo precipitado por agitação para uniformizá-lo. Use uma pipeta para transferir a amostra para uma câmara de Neubauer ou semelhante e realizar a contagem (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015). 33 É necessário contar o número de elementos presentes nos quatro quadrantes, cada quadrante é composto por 16 quadrados, e a liberação do resultado deve ser feita em ml. Os quatro quadrantes devem ser contados e multiplicados por 250, ou dois quadrantes devem ser contados e multiplicando assim o resultado por 500 ou, com base no número de elementos tangíveis presentes, conta-se apenas 1 quadrante e multiplicamos o resultado por 1000 (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015). Quadro 8 – Sedimentos identificados por microscopia e possível causa Sedimento Causa Células epiteliais A maioria não tem significado clínico, no entanto células morfológicas podem indicar a presença de processos neoplásicos e fragmentos epiteliais e de células de origem tubular pode estar relacionado a processos de necrose tubular aguda e a lesões isquêmicas renais Eritrócitos Em grandequantidade é indicativo de hematúria Leucócitos Em quantidade elevada é denominada piúria, é indicativo de presença de lesões inflamatórias, infecciosas ou traumáticas em qualquer nível do trato urinário Cristais Pode estar associada a algumas doenças metabólicas ou infecciosas, sendo considerados cristais patológicos Cilíndros Podem estar presentes em hemáticos, pielonefrite, doença renal glomerular ou tubular e insuficiência renal Bactérias Infecção bacteriana no trato urinário Parasitas Indica contaminação por secreções genitais Fonte: Adaptado de Kasvi (2019). 3.2.3 Avaliação Bioquímica da Urina O teste químico envolve o uso de uma tira reagente (urofitas) imersa em uma amostra de urina para análise bioquímica. A tira reagente pode ser positiva com modificação de cor para análises qualitativas e semiquantitativas (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015). 34 Deve-se comparar a cor obtida com a escala de leitura (escala de cores) fixada no frasco fornecido pelo fabricante do produto, podendo pode ser lida manualmente (visualmente) ou por um dispositivo automático (baseado no princípio da fotometria de refletância) (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015). Nos quadros 9, 10 e 11, são descritos os princípios, valores de referência e a possível etiopatologia relacionada ao aumento dos marcadores bioquímicos: Quadro 9 – Princípio químico de cada prova Glicose Uma reação enzimática específica na qual a glicose oxidase catalisa a oxidação da glicose para produzir ácido glucônico e peróxido de hidrogênio. Em seguida, a peroxidase catalisa a reação do peróxido de hidrogênio e do iodeto de potássio produzindo assim produtos coloridos que variam do azul esverdeado claro ao marrom esverdeado e marrom. Urobilinogênio Reação de ligação entre o sal de diazônio e o urobilinogênio urinário em meio ácido. A cor muda do rosa pálido a rosa intenso. Corpos cetônicos Reação do ácido acetoacético da urina com nitroprussiato. A cor resultante varia desde tostado, quando não se produz reação, até diferentes tons de púrpura para reações positivas. Bilirrubina ligação da bilirrubina com o sal de diazônio em meio fortemente ácido. A cor muda de tostado (vermelho) suave a tostado intenso. Proteínas É baseado na mudança de cor do indicador azul de tetrabromofenol na presença de proteína. A cor mudou de verde-amarelo para verde e depois para verde escuro, indicando uma resposta positiva. Nitrito Reação do ácido para-arsênico com nitrito derivado do nitrato da dieta na presença de bactérias na urina para gerar compostos de diazônio. Este composto reage com N- (1- 35 naftil) etilenodiamina em meio ácido. A cor produzida é rosa. Qualquer tom de rosa é considerado positivo. pH Combinação de dois indicadores de pH As cores variam desde ocra, passando por esverdeado-amarelado, até verde azulado. Sangue Atividade pseudoperoxidase da hemoglobina que catalisa a oxidação de um indicador na presença de peróxido orgânico. A cor resultante varia desde esverdeado- amarelado, passando por verde azulado, até azul escuro Densidade Com base nas mudanças no pKa. Na presença de cátions urinários, os prótons são liberados do polieletrólito, alterando assim a cor do indicador azul do bromotimol de azul para amarelo. Leucócitos Hidrólise do carboxilato heterocíclico pelas esterases dosneutrófilos liberando uma fração capaz de reagir com um sal diazônio formando um pigmento violeta. Ácido ascórbico Reduza o efeito do ácido ascórbico. É constituído por compostos aromáticos coloridos em fase de oxidação e perde a cor quando reduzido pelo ácido ascórbico. A cor muda de verde escuro para verde amarelado Fonte: Adaptado de Wiener lab. (2000). Quadro 10 – Valores de Referência Urobilinogênio 0,1 a 1,0 mg/dl Glicose Não devem ser detectados (negativo) Corpos cetônicos Não devem ser detectados (negativo) Bilirrubina Não devem ser detectados (negativo) Proteínas 0-4 mg/dl Nitritos Qualquer grau de coloração rosa após de 30 segundos é indício de bacteriúria pH 5 a 8 36 Sangue Não devem ser detectados (negativo) Densidade 1,003 a 1,040 Leucócitos Não devem ser detectados (negativo) Ácido ascórbico Não devem ser detectados (negativo) Fonte: Adaptado de Wiener lab. (2000). Quadro 11 – Marcador químico em relação ao seu aumento na amostra pH verificação das tentativas de compensação dos rins nas alterações de acidose/alcalose metabólica ou respiratória. Sangue Sua presença está relacionada a hematúria. Bilirrubina A presença de bilirrubina na urina indica doença hepática. Relacionada a obstrução do fluxo biliar ou doença hepatocelular. Urobilinogênio Relacionado há um dano hepatocelular, que pode ser decorrente de uma hepatite viral, drogas, substâncias tóxicas ou cirrose. Glicose Glicosúria relativa com diabetes mellitus, distúrbios endócrinos, distúrbios do metabolismo e disfunção tubular renal. Proteínas Em níveis alterados, sugere alguma lesão renal, desidratação e proteinúria. Corpos cetônicos O aumento de cetonas é encontrado na diabetes melitus e demonstram a descompensação metabólica do equilíbrio ácido/básico. Nitrito Relacionado a infecções urinarias bacterianas. Fonte: Adaptado de Gonçalves; Luiz; Freitas, (2015). 37 3.3 CONCLUSÃO A urinálise é um dos exames laboratoriais mais requisitados para avaliação do paciente, devido à obtenção rápida para análise, de fácil coleta e baixo custo (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015). Fornece informações importantes, seja para o diagnóstico e monitoramento de doenças renais e do trato urinário, ou para a detecção de doenças sistêmicas e metabólicas não diretamente relacionadas com o rim (LABTEST DIAGNÓSTICA S.A., 2005). 38 4. ESPERMOGRAMA 4.1 COLETA DO MATERIAL O espermograma apresenta grande importância na avaliação laboratorial para o homem com queixa de infertilidade. Embora não seja um teste de função espermática, esse exame fornece informações sobre a atividade germinativa, a atividade dos epidídimos e a atividade das glândulas sexuais acessórias, portanto, que o exame deve ser executado por profissionais bem treinados e realizado num laboratório de andrologia com rigoroso controle de qualidade (FEIJÓ et al., 2012). Para o exame o paciente deve receber instruções claras de um profissional do laboratório, orais ou escritas, sobre a coleta da amostra de sêmen. Deve ser enfatizado que a amostra de sêmen precisa estar completa e que o paciente deve relatar qualquer perda de qualquer fração da amostra (PNCQ, 2018). A amostra deve ser coletada em uma sala privada próxima ao laboratório (PNCQ, 2018), preferencialmente, em uma sala silenciosa, isolada, limpa, com banheiro anexo e próxima ao laboratório onde será realizada a análise (FEIJÓ et al., 2012). Afim de limitar a exposição do sêmen às flutuações de temperatura e controlar o tempo entre a coleta e a análise (PNCQ, 2018). Deve ser coletada após um intervalo mínimo de 2 dias e um máximo 7 de abstinência sexual. Antes da coleta deve-se urinar, higienizar corretamente as mãos e o pênis com sabão, para reduzir o risco de contaminação da amostra, enxaguar o sabão e secar as mãos e o pênis com uma toalha descartável. A amostra deve ser obtida por meio de masturbação e ejaculada em um recipiente limpo, de boca larga, feito de vidro ou plástico, de um lote que tenha sido confirmado como não tóxico para os espermatozoides (PNCQ, 2018). O recipiente para a amostra deve ser mantido a temperatura ambiente, entre 20°c e 37°c, para evitar grandes mudanças de temperatura que possam afetar os espermatozoides. O frasco deve ser identificado com nome, número de identificação e a data e hora da coleta (PNCQ, 2018). O formulário do paciente deve conter as seguintes informações: nome, data de nascimentoe número de código pessoal, o período de abstinência, a data e hora da coleta, a integridade da amostra, quaisquer dificuldades na produção da amostra e o intervalo entre a coleta e o início da análise do sêmen, e se a amostra está incompleta, especialmente se a primeira fração rica em 39 espermatozoides pode estar faltando. Se a amostra estiver incompleta, uma segunda amostra deve ser realizada, novamente, após um período de abstinência de 2 a 7 dias (PNCQ, 2018). A coleta domiciliar pode ser autorizada em casos especiais, desde que o material chegue ao laboratório em no máximo uma hora e que cuidados sejam tomados durante seu transporte até o laboratório (FEIJÓ et al., 2012). O paciente deve receber um recipiente com identificação prévia, etiquetado com o seu nome e seu número de identificação. O paciente deve registrar o tempo de produção de sêmen e entregar a amostra ao laboratório dentro de 1h após a coleta. Durante o transporte para o laboratório, a amostra deve ser mantida entre 20°c e 37°c. No relatório deve constar que a amostra foi coletada fora do laboratório (PNCQ, 2018). 4.2 PROCEDIMENTOS O espermograma tem por finalidade avaliar a fertilidade dos homens, comprovar a efetividade da vasectomia, bem como diagnosticar doenças testiculares e penianas na espermatogênese (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015). 4.2.1 Analise macroscópica 4.2.1.1 Liquefação Após a ejaculação, devido à presença de proteínas secretadas pelas vesículas seminais (semenogelina, fibronectina e lactoferrina), o sêmen normal forma imediatamente um coágulo com aspecto de gel. A exiguidade da formação do coágulo indica ausência ou déficit de proteína que forma um coágulo, que pode ocorrer quando o ducto ejaculatório está bloqueado, na falta congênita de vesículas seminais ou disfunção (FEIJÓ et al., 2012). Depois da observação da presença ou não do coágulo, dentro de alguns minutos também é possível observar o processo de liquefação. O tempo médio para liquefação completa é de 15 a 30 minutos. Se a liquefação não ocorrer em 60 minutos, a liquefação é classificada como "incompleta" e pode estar relacionada a alterações na próstata. Normalmente, as amostras liquefeitas podem conter corpos gelatinosos insolúveis que não apresentam significado clínico (FEIJÓ et al., 2012). 40 4.2.1.2 Viscosidade A viscosidade do sêmen é avaliada com o auxílio de uma pipeta de 1,5 mm de diâmetro. Quando a amostra sai da pipeta apenas por gravidade, cai ou forma um filamento com comprimento inferior a 2 cm, a viscosidade é considerada normal. Quando os filamentos formados são maiores do que 2 cm é descrita como aumentada. Pode ser realizada também introduzindo-se um bastão de vidro na amostra observando o comprimento do fio, que tem os mesmos parâmetros de referência que o outro método descrito (PNCQ, 2018). 4.2.1.3 Aspecto Branco ou acinzentado são considerados como cores normais para amostra de sêmen. A mudança na coloração pode ser indicativa de doença local ou sistêmica ou uso de medicamentos como antibióticos. Quando há presença de eritrócitos, o sêmen apresenta coloração avermelhada denominada de hemospermia e pode ser causada por processo inflamatório, bloqueio ou cisto nos dutos ejaculatórios, tumores, vasos sanguíneos anormais, etc (FEIJÓ et al., 2012). 4.2.1.4 Volume 1,5 a 5,0 mL é considerado como volume normal. Volume abaixo do valor de referência indicam hipoespermia, já em níveis superiores indicam hiperespermia, e ausência de ejaculação denota aspermia (GONÇALVES; LUIZ; FREITAS, 2015). 4.2.1.5 pH A determinação do pH é rotineiramente realizada utilizando-se papel de indicador de pH. Tem como valor de referência pH seminal ≥ 7,2 (FEIJÓ et al., 2012). Se o valor do pH for inferior a 7,0 em uma amostra com um pequeno volume e um pequeno número de espermatozoides, pode haver obstrução do ducto ejaculatório ou ausência congênita bilateral dos vasos deferentes, e as vesículas seminais também são desenvolvidas (PNCQ, 2018). 4.2.2 Analise microscópica 4.2.2.1 Agregação e aglutinação Após a análise macroscópica, é realizada uma avaliação microscópica preliminar da presença de agregação e aglutinação. Para fazer isso, é colocado 41 20µL de sêmen liquefeito em uma lâmina microscópica e cobrindo-a com uma lamínula. A alíquota deve ser avaliada em microscópio óptico de contraste de fase com aumento de quatrocentas vezes (FEIJÓ et al., 2012). A aglutinação refere-se especificamente a espermatozoides móveis colados uns aos outros, cabeça a cabeça, cauda a cauda ou de uma maneira mista (PNCQ, 2018). Podendo ser classificada em dois tipos a inespecífica, onde é observado espermatozóides imóveis aderidos a células ou debris celulares, e em específica, quando os espermatozoides se aderem uns aos outros (FEIJÓ et al., 2012). 4.2.2.2 Motilidade Espermática A motilidade é definida como o movimento espontâneo dos espermatozoides (FEIJÓ et al., 2012). Após a amostra ser liquefeita, a motilidade dos espermatozoides no sêmen deve ser avaliada o mais rápido possível, de preferência em torno de 30 minutos, mas em qualquer caso, a avaliação deve ser realizada dentro de 1 hora após a ejaculação para limitar os efeitos prejudiciais da desidratação, pH ou mudanças de temperatura na motilidade (PNCQ, 2018). A porcentagem de espermatozoides móveis e seu progresso podem ser medidos manualmente ou por um sistema computadorizado. Na avaliação manual, uma alíquota do sêmen liquefeito é avaliada em contraste de fase sob um microscópio óptico e aumentada em 200 ou 400 vezes, e preferencialmente aquecida a 37ºC em condições de temperatura controlada (conectada à uma placa de aquecimento do microscópio). Os espermatozoides podem ser classificados de acordo com três padrões de motilidade como mostrado no quadro 3 a seguir (FEIJÓ et al., 2012): 42 Quadro 12 – Padrões de motilidade e sua característica Motilidade progressiva Independentemente da velocidade, os espermatozoides podem mover-se ativamente de forma linear ou em um grande compartimento. Motilidade não progressiva Todos os outros padrões de motilidade não progressivos, como ao nadar em um pequeno círculo, é difícil para a força flagelar deslocar a cabeça ou quando apenas golpes flagelares são observados. Imotilidade Quando não é apresentado movimento. Fonte: Adaptado de PNCQ, (2018). 4.2.2.3 Vitalidade A vitalidade espermática deve ser avaliada o mais rápido possível após a amostra de sêmen ser liquefeita, de preferência em torno de 30 minutos, mas em qualquer caso, ela deve ser avaliada dentro de 1 hora após a ejaculação para evitar a observação dos efeitos prejudiciais da desidratação ou mudanças de temperatura na motilidade (PNCQ, 2018). Quando a concentração de espermatozoides da amostra é normal e a motilidade é significativamente reduzida, pode-se suspeitar do declínio da vitalidade espermática. A viabilidade foi avaliada misturando a amostra com o corante eosina-nigrosina, preparando um esfregaço e contando o número de células mortas em 100 espermatozoides. As células vivas não são infiltradas pelo corante e permanecem branco-azuladas, enquanto as células mortas são tingidas de vermelho contra um fundo roxo. A vitalidade normal requer 75% de células vivas e deve corresponder à avaliação da motilidade (STRASINGER; LORENZO, 2009). 4.2.2.4 Morfologia Espermática Esta avaliação é muito relevante para a investigação da infertilidade. Estudos mostraram que, pacientes com menos de 4% da forma normal de ejaculação têm uma taxa de fertilização mais baixa. A morfologia do esperma está diretamente relacionada à sua função. Por exemplo, o tamanho da cabeça é o determinante de seu movimento progressivo (FARIAS JUNIOR, 2018). 43 A formação incorreta de espermatozoides pode levar à teratozoospermia, ou seja, a porcentagemde espermatozoides normais no sêmen é inferior ao valor de referência. Esses erros podem ocorrer em diferentes partes do esperma, cauda, cabeça e parte do meio (FARIAS JUNIOR, 2018). A estrutura da cabeça, gorjal, parte do meio e cauda são avaliados na morfologia espermática. O formato anormal da cabeça está relacionado à má penetração do ovo, enquanto as anormalidades do gorjal, da parte do meio e da cauda afetam a motilidade (STRASINGER; LORENZO, 2009). Um espermatozóide normal apresenta cabeça oval, com cerca de 5um de comprimento, 3um de largura e uma longa cauda de flagelo com cerca de 45um. A enzima contida na capsula acrossomal está localizada no topo da cabeça e é essencial para a penetração no ovo. A capsula acrossomal deve cobrir cerca de metade da cabeça e cerca de dois terços do núcleo do esperma. O gorjal conecta a cabeça com a cauda e a parte do meio, que é a parte mais grossa da cauda, pois é circundada pela bainha mitocondrial, que gera a energia necessária para produzir o movimento da cauda (STRASINGER; LORENZO, 2009). A morfologia é analisada em esfregaços finos corados e a leitura realizada no microscópio com a utilização do óleo de imersão. Pode ser tingido com os corantes Wright, Giemsa ou Papanicolau, a escolha depende da preferência do laboratório. A lâmina seca ao ar é estável por 24 horas. Pelo menos 200 espermatozoides devem ser avaliados e a porcentagem de espermatozoides anormais deve ser relatada. Geralmente, as anomalias encontradas na estrutura da cabeça incluem cabeças duplas, cabeças gigantes e amorfas, micro cabeças, cabeças cônicas e cabeças de compressão. E as anomalias presentes na cauda do espermatozóide constatadas são cauda dupla, enrolada ou dobrada (STRASINGER; LORENZO, 2009). 4.2.2.5 Concentração espermática O número de espermatozoides no ejaculado é calculado a partir da concentração de espermatozoides. Para a ejaculação normal, quando trato do homem está desobstruído e o período de abstinência é curto, o número total de espermatozoides na ejaculação está relacionado ao volume dos testículos, 44 portanto, é uma medida da capacidade do testículo de produzir esperma. Embora a concentração de espermatozoides no sêmen esteja relacionada à taxa de fertilização e gravidez, ela é afetada pela quantidade de vesículas seminais e secreções da próstata, não sendo considerada uma medida eficaz da função testicular (PNCQ, 2018). A determinação do número de espermatozoides compreende os seguintes passos, examinar uma preparação bem misturada de sêmen liquefeito em uma lâmina de vidro sob uma lamínula, realizando a diluição necessária e apropriada para câmera a ser utilizada, normalmente é utilizada a câmera de Neubauer. A amostra deve ser avaliada dentro de 10 a 15 minutos, e devem ser contados 200 espermatozoides por replicado. Assim realizar os cálculos baseado na câmera utilizada e em ml, considerando o número total por ejaculação (PNCQ, 2018). 4.2 CONCLUSÃO Os resultados do espermograma são constantemente empregados como marcadores da fecundidade masculina, proporcionando também informações sobre a atividade germinativa, a atividade dos epidídimos e a atividade das glândulas sexuais acessórias. A precisão e a reprodutibilidade dos resultados fornecidos pelo laboratório facilitam ao clínico estabelecer a melhor linha diagnóstica e terapêutica (FEIJÓ et al., 2012). 45 5 REFERÊNCIAS ANTONANGELO, Leila; CAPELOZZI, Vera Luiza. Coleta e preservação do líquido pleural e biópsia pleural. São Paulo, v. 32, n. 4, p. 163-169, ago. 2006. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/jbpneu/v32s4/31833.pdf. Acesso em: 25 out. 2020. CLAVERÍA, CRISTIÁN R et al. Derrame Pericárdico, Enfrentamiento Clínico. CASO CLÍNICO, [S. l.], v. 80, n. 3, p. 267-273, jun. 2009. 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