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CIÊNCIAS SOCIAIS INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA Professora: Célia Maria Rangel Nogueira CONTEXTO HISTÓRICO DO SURGIMENTO DAS CIÊNCIAS SOCIAIS Seu ponto de partida é na Grécia. Exemplos disso encontramos na preocupação com o social que os historiadores, poetas, filósofos, juristas e oradores que procuram meios de dar ao homem possibilidades de conhecer os mecanismos da vida social, mas num estado ainda amorfo ( sem forma) de ciência. Platão: a República ( projeto de cidade-Estado organizada para evitar as crises políticas e sociais, até o número de habitantes). Aristóteles: Política ( afirmava que as crises eram inevitáveis para as cidades). CONTEXTO HISTÓRICO DO SURGIMENTO DAS CIÊNCIAS SOCIAIS Durante a Idade Média o pensamento e o conhecimento humano é dominado pela Igreja católica. Santo Agostinho : a cidade de Deus – temas sociais e visão cristã. As comunidades deveriam ser como o reino de Deus. Predomínio da ideia de que cada grupo social possui uma função para o bem estar de todos. CONTEXTO HISTÓRICO DO SURGIMENTO DAS CIÊNCIAS SOCIAIS Liberto da tutela da Igreja Católica, o homem se sente livre para pensar e criticar a realidade que vê e vivencia. Passam a questionar a realidade social; Desponta o Renascimento – substitui a visão sacra pela racional – o homem torna-se agente social e histórico; Nova postura do homem ocidental diante da natureza e do conhecimento; Rousseau: o homem nasce bom, mas a sociedade o corrompe ( relações sociais). Legitimidade do poder político ; soberania pertence ao povo. Novos valores , diferentes daqueles vigentes na Idade Média, pois adequavam-se ao “espírito do capitalismo”; O RENASCIMENTO E O “ESPÍRITO CAPITALISTA” Todas essas mudanças de valores, avanços tecnológicos, melhores condições de vida, levou a um surto de ideias conhecido pelo nome de Ilustração ou Iluminismo. O pensamento do iluminismo pode ser dividido em dois grupos: os filósofos e os economistas. - Os filósofos , tais como Voltaire, Rousseau e Montesquieu, destacavam-se pela crítica social e política. Defesa da liberdade. Eliminar as instituições porque são irracionais e injustas, sendo um atentado à liberdade do homem: - Os economistas procuravam descobrir leis que regulassem a economia. Procuravam uma explicação racional para todas as coisas. Abriram caminho para a Revolução Francesa, pois puseram à mostra erros e vícios do antigo regime. A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL A Revolução Industrial significou algo mais do que a introdução de máquinas e do aperfeiçoamento do processo produtivo, pois levou a surgimento de uma nova classe social: o proletariado. Junto com as máquinas estavam o trabalho assalariado, também, de mulheres e crianças; um processo de urbanização crescente; uma maciça migração do campo para a cidade que resultou no surgimento de grandes cidades (Manchester passou de 70 mil para 300 mil habitantes em apenas 5 anos). AS CONSEQUÊNCIAS FORAM: Aumento da prostituição, o alcoolismo, o infanticídio, criminalidade generalizada, epidemias de cóleras e tifos. Com esse cenário, a sociedade passou a ser vista como um “problema” que deveria ser investigado e compreendido. Era necessário, pois, identificar e estudar os fenômenos que eram novos para a sociedade saída de uma série de revoluções do séc. XVIII, de manifestações do séc. XIX e as guerras do séc. XX. SURGIMENTO DAS CIÊNCIAS SOCIAIS Filósofos e economistas como Voltaire, Rousseau e Montesquieu tentaram desenvolver uma linha de pensamento em que fazem um verdadeiro estudo sobre a realidade social. Em muitos momentos defendendo a liberdade plena da população e outros momentos , atacando a postura do poder absolutista, criticando a posição da Igreja, e principalmente, levando o homem a acreditar que era possível , sim, uma vida social mais digna. O pensamento desses filósofos junto com outros economistas que acreditavam que era necessário uma maneira de se explicar o por quê da concentração de renda e como se poderia fazer para haver uma melhor regulamentação da economia fizeram com que o iluminismo acabasse por construir uma grande revolução. Revolução essa que vai começar a traçar os passos para o nascimento do que hoje chamamos de Ciência Social: antropologia, ciência política e sociologia. INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA SURGIMENTO DA SOCIOLOGIA SURGIMENTO DA SOCIOLOGIA A Sociologia não surgiu do nada, mas da preocupação em torno de uma explicação para as transformações profundas que a sociedade vinha sofrendo na Europa após a Revolução Industrial, a Independência dos Estados Unidos e a Revolução Francesa. Para os clássicos da Sociologia, a sociedade deveria ser vista como algo que pudesse, também, ser investigado e compreendido cientificamente. A sociologia surgiu como uma disciplina no séc. XIX, na forma de uma resposta acadêmica para um desafio de modernidade: se o mundo está ficando menor e mais integrado, a experiência de pessoas do mundo é crescentemente atomizada e dispersada. DO INDIVIDUAL AO SOCIAL Do individualismo observado com a expansão do capitalismo, surge a posição contrária da sociologia para investigar a ação coletiva e social. O homem passa a ser visto a partir de sua inserção na sociedade e nos grupos sociais que a constituem. A Sociologia estuda, portanto, o conjunto de relacionamentos que os homens estabelecem entre si na vida em sociedade: relações de conflito, cooperação, interdependência, dentre outras. CONSCIÊNCIA INDIVIDUAL E CONSCIÊNCIA COLETIVA Ao nascer, o indivíduo já encontra um conjunto de leis, normas e regras que se impõem, apesar de seu próprio modo de se comportar e de interpretar a vida. Émile Durkheim chamou de consciência individual. A consciência coletiva é o conjunto de crenças e de sentimentos comuns à média dos membros de uma sociedade, formando um sistema determinado com vida própria, mas que interfere na formação da consciência individual, que por sua vez, interfere nas ações coletivas. A SOCIOLOGIA COMO CIÊNCIA A Sociologia coloca como básico o relacionamento entre indivíduo e sociedade. Apesar de haver um conhecimento do senso comum sobre as relações na sociedade, a grande contribuição da sociologia é propiciar condições para que esse conhecimento do senso comum seja substituído pelo conhecimento científico sobre a realidade social. Que as teorias e os conceitos sejam construídos a partir da investigação e não de opiniões infundadas. CONTATOS SOCIAIS PRIMÁRIOS E CONTATOS SOCIAIS SECUNDÁRIOS Com o passar do tempo, a Sociologia passou a denominar os grupamentos de grupos sociais. São considerados sociáveis aqueles indivíduos capazes de viver em sociedade , conviver com outros da mesma espécie e, principalmente, aqueles que são acessíveis no trato com os outros. Dessa visão, surgem o conceito de contatos sociais primários ( afetivos, com base emocional) e contatos sociais secundários (formal e impessoal). DEFINIÇÃO Sociologia é uma ciência que estuda as sociedades humanas e os processos que interligam os indivíduos em associações, grupos e instituições. Enquanto o indivíduo isolado é estudado pela Psicologia, a Sociologia estuda os fenômenos que ocorrem quando vários indivíduos se encontram em grupos de tamanhos diversos, e interagem no interior desses grupos. A sociologia se ocupa com as observações do que é repetitivo nas relações sociais para daí formular generalizações teóricas. INTERESSE DA SOCIOLOGIA A Sociologia não é matéria de interesse apenas de sociólogos. A Sociologia interessa de modo acentuado a administradores, políticos, empresários, juristas, professores geral, jornalistas, planejadores, sacerdotes, mas, também, ao homem comum. A Sociologia não explica nem pretende explicar tudo que ocorre na sociedade nem todo o comportamento humano. Muitos acontecimentos humanos escapam aos seus critérios. Ela toca, porém, em todos os domínios da existênciahumana em sociedade. Por esta razão, a abordagem sociológica, através dos seus conceitos, teorias e métodos, pode constituir para as pessoas um excelente instrumento de compreensão das situações com que se defrontam na vida cotidiana, das suas múltiplas relações sociais e, consequentemente, de si mesmas como seres inevitavelmente sociais. ESTUDO DA SOCIOLOGIA HOJE Hoje, os sociólogos pesquisam macroestruturas inerentes à organização da sociedade, como a raça ou etnicidade, classe e gênero, além de instituições como a família; processos sociais que representam divergência, ou desarranjos nestas estruturas, inclusive crime e divórcio. E pesquisam os micro processos como relações interpessoais. AUGUSTE COMTE ( 1798-1857) “As sociedades estavam em estado de caos total, era necessário restabelecer a ordem nas ideias e nos conhecimentos”. Comte estabeleceu as bases iniciais do que seria uma ciência social. Abriu perspectivas para um novo campo de pesquisa científica a qual se ocupou dos fenômenos sociais. AUGUSTE COMTE Desenvolveu o Positivismo corrente Sociológico, é um dos fundadores da Sociologia. Comte, como pai da sociologia positivista adquiriu conhecimento dedicando ao estudo científico das sociedades, deu suporte ao homem ao trilhar o caminho para o encontro da organização social e política. Caracterizou as sociedades, como constantes evoluções sociais. Desta ideia deriva a frase em nossa bandeira “Ordem e Progresso”. “O amor por princípio, a ordem por base e o progresso por fim”. “O espírito humano deve contentar-se com o mundo já dado e se ater do campo da experiência”. Comte, ao considerar a sociologia como ciência positiva, admitiu a existência de certas constantes regularidades nos fatos sociais, que permitiam a indução de leis objetivas e válidas como as da física. KARL MARX- 1818- 1883 OS INDIVÍDUOS E AS CLASSES SOCIAIS Os indivíduos devem ser analisados de acordo com os contextos de suas condições e situações sociais , já que produzem sua existência em grupos. As relações sociais não acontecem apenas entre indivíduos, mas também entre classes e essas condições são definidas pelo Estado, por meio de leis, tribunais ou polícia. A relação entre o trabalhador e o empresário, não é apenas entre indivíduos, mas também entre as classe sociais: a operária e a burguesia. O Estado aparece para tentar reduzir o conflito, criando leis que, segundo Marx, normalmente são a favor dos capitalistas. O foco da teoria de Marx, está nas classes sociais, embora o indivíduo também esteja presente.Isso fica claro quando Marx afirma que os seres humanos constroem sua história, mas não da maneira que querem, pois existem situações anteriores que condicionam o modo como ocorre a construção. Existem condicionantes estruturais que levam o indivíduo, os grupos e as classes para determinados caminhos; mas todos têm a capacidade de reagir a esses condicionamentos e até mesmo transformá-los. A chave para compreender a vida social contemporânea está na luta de classes, que se desenvolve à medida que homens e mulheres procuram satisfazer suas necessidades, “ oriundas do estômago ou da fantasia”. ÉMILE DURKHEIM (1858- 1917) AS INSTITUIÇÕES E OS INDIVÍDUOS Fundador da Escola francesa de sociologia, para Durkheim a sociedade sempre prevalece sobre o indivíduo, dispondo de certas regras,normas costumes e leis que asseguram sua perpetuação. Essas regras e leis independem do indivíduo e pairam acima de todos, formando uma consciência coletiva ( conjunto de regras, normas, leis, que regem o agir das pessoas), que dá sentido de integração entre os membros da sociedade. As regras são toda crença e todo comportamento instituído pela coletividade. A educação é veículo de transmissão e herança de valores. VIDA E OBRA O pensamento de Durkheim marcou decisivamente a Sociologia contemporânea. Em 1893 publicou seu estudo em que aborda a interação social entre os indivíduos que integram uma coletividade maior: a sociedade. ALGUMAS CONTRIBUIÇÕES : Solidariedade Social Educação Fatos Sociais Instituição Social e Anomia Suicídio religião SOLIDARIEDADE SOCIAL Segundo Durkheim é oriunda de dois tipos de consciência: A consciência coletiva (ou comum); e consciência individual. Cada indivíduo possui uma consciência individual que sofre da consciência coletiva, que nada mais é que a combinação das consciências individuais de todos os homens ao mesmo tempo. A consciência coletiva seria responsável pela formação de nossos valores morais, e exerce uma pressão externa aos indivíduos no momento de suas escolhas. Consciência individual + consciência coletiva= formação do ser social. EDUCAÇÃO A educação é compreendida como o conjunto de ações exercidas das gerações adultas sobre as que ainda não alcançaram o estatuto de maturidade para a vida social. Necessidade de articular a pedagogia à sociologia, uma vez que a escola teria como finalidade suscitar e desenvolver na criança certo número de estados físicos, intelectuais e morais exigidos pela sociedade e que seriam aplicados a mesma. FATOS SOCIAIS Consiste em maneiras de agir, de pensar e de sentir que exercem determinada força sobre os indivíduos, obrigando-os a se adaptar às regras da sociedade onde vivem. No entanto, nem tudo que uma pessoa faz pode ser considerado um fato social, pois para ser identificado como tal, tem de atender as três características: generalidade, exterioridade e coercitividade. CARACTERÍSTICAS FATOS SOCIAIS Coercitividade - característica relacionada com o poder, ou a força , com a qual os padrões culturais de uma sociedade se impõe aos indivíduos que a integram, obrigando esses indivíduos a cumpri-los. Exterioridade – quando o indivíduo nasce, a sociedade já está organizada, com suas leis, seus padrões, seu sistema financeiro, etc.,cabe ao indivíduo aprender, por intermédio da educação, por exemplo. Generalidade – os fatos sociais são coletivos, ou seja, eles não existem para um único indivíduo, mas para todo um grupo, ou sociedade. EM SÍNTESE... O que é um fato social ? O que as pessoas sentem, pensam ou fazem independente de suas vontades individuais. É um comportamento estabelecido pela sociedade. Não é algo que seja imposto especificamente a alguém , é algo que já estava lá antes e que continua depois e que não dá margem a escolhas. INSTITUIÇÃO SOCIAL E ANOMIA Instituição social é um mecanismo de organização da sociedade, é o conjunto de regras e procedimentos padronizados socialmente, reconhecidos, aceitos e sancionados pela sociedade, cuja importância estratégica é manter a organização do grupo e satisfazer as necessidades dos indivíduos que dele participam. As instituições são, portanto, conservadoras por essência, quer seja família, escola, governo, religião, polícia, ou qualquer outra, elas agem contra mudanças, pela manutenção da ordem vigente. INSTITUIÇÃO SOCIAL E ANOMIA Anomia – uma sociedade sem regras claras, (“em estado de anomia”), sem valores, sem limites, leva o ser humano ao desespero. Preocupado com esse desespero, Durkheim se dedicou ao estudo da criminalidade, do suicídio e da religião. Obs; valores no séc. XIX . Aos problemas que ele observou, considerou como patologia social e chamou aquela sociedade doente de “anomona”. SOLIDARIEDADE MECÂNICA E SOLIDARIEDADE ORGÂNICA Durkheim acentuava que nas sociedades anteriores ao capitalismo, isto é, nas sociedades tribal e feudal, a divisão do trabalho era pouco desenvolvida, não havia grande numero de especializações das atividades sociais. Nas sociedades pré-capitalistas, as pessoas não se unem porque uma depende do trabalho da outra (interdependência), e, sim, são unidas por uma religião, tradição ou sentimento comum a todos. SOLIDARIEDADE MECÂNICA E SOLIDARIEDADE ORGÂNICA Solidariedade mecânica - união das pessoas a partirda religião, tradição, ou sentimento. A solidariedade orgânica, ao contrário, aparece quando a divisão do trabalho social aumenta, e aí o que torna as pessoas unidas não é uma crença comum a todos, mas uma interdependência das funções sociais. SOLIDARIEDADE MECÂNICA E SOLIDARIEDADE ORGÂNICA Durkheim admite que a solidariedade orgânica é superior a mecânica, pois ao se especializarem as funções, a individualidade, de certo modo, é ressaltada, permitindo maior liberdade de ação. A partir do momento em que as atividades sociais são muito divididas, as pessoas passam a depender uma das outras e ao mesmo tempo, cada uma, ao especializar-se na atividade que realiza, passa a desenvolver a sua individualidade. DURKHEIM E O SUICÍDIO Emile Durkheim publicou sua obra “O Suicídio”em 1897 , onde define o suicídio como um fato social. Nas palavras de Durkheim, “suicídio é todo caso de morte que resulte direta ou indiretamente de um ato positivo ou negativo praticado pela própria vítima, ato que a vítima sabia dever produzir este resultado.” SUICÍDIO Em sua tese, preocupou-se com o enfraquecimento da moralidade social do mundo moderno, porque os indivíduos poderiam sentir- se desorientados em relação aos vínculos morais, podendo desencadear uma situação patológica ou anômica. Embora o suicídio seja um ato individual, trata- se de um fato social, por ser comum, externo e coercitivo aos indivíduos. SUICÍDIO Os tipos de suicídios estão relacionados ao grau de integração dos sentimentos coletivos ou da coerção externa sobre os indivíduos. Os quatro tipos de suicídios caracterizados por Durkheim , são: Suicídio Egoísta Suicídio Altruista Suicídio Anômico Suicídio Fatalista SUICÍDIO Suicídio egoísta: Individualismo excessivo, perda total do indivíduo com o meio social. Por exemplo a depressão, a melancolia e a sensação de desamparo moral ocasionados pela desintegração social, pelo egoísmo ou pela baixa coesão ou integração social. SUICÍDIO Suicídio altruísta: indivíduo extremamente ligado à sociedade, sem vida própria. Morre porque acredita que sua morte pode ser benéfica para a sociedade. Ex; homens bombas. SUICÍDIO Suicídio anômico: ocorre em contextos em que as normas sociais estão ausentes. Provém do fato de a atividade dos homens estar desregrada e de estes sofrerem com isso . As normas sociais estão ausentes por conta de transformações ocorridas na sociedade, como grandes crises econômicas. SUICÍDIO Suicídio fatalista: esse tipo de suicídio é meramente uma nota de rodapé escrita por Durkheim, mas vale a pena ser citado, porque o pensador caracterizou sua ocorrência quando existe uma regulação excessiva. Os indivíduos que praticam esse tipo de suicídio são aqueles com futuro determinado e que sofrem com as paixões comprimidas por uma disciplina opressora. AS FORMAS ELEMENTARES DA VIDA RELIGIOSA Durkheim elaborou a obra “As formas elementares da vida religiosa” ( 1912)com o objetivo de desenvolver uma teoria geral da religião, a partir da análise das instituições religiosas consideradas simples e/ou primitivas. AS FORMAS ELEMENTARES DA VIDA RELIGIOSA Nas sociedades primitivas, a religião oferece uma lição exemplar de coesão social. Durkheim entende que os ritos são tradutores dos aspectos da vida, individuais e sociais. Para o pensador , o fenômeno religioso é formador da consciência coletiva. AS FORMAS ELEMENTARES DA VIDA RELIGIOSA Para Durkheim, a religião é eminentemente social, porque as representações religiosas são representações coletivas, sendo um produto do pensamento coletivo, como as ideias de tempo, de espaço, do sobrenatural, da divindade, das crenças e dos ritos, do sagrado e do profano. “Cada sociedade é um conjunto de individualidade sociocultural formada de componentes historicamente agrupados”. Max Weber OBJETO DE ESTUDO Weber entendia que o objeto de estudo é apenas um fragmento finito da realidade. Assim, concorda com a impossibilidade de entender os fenômenos sociais em sua totalidade. Então, Weber desenvolveu uma ferramenta de investigação chamada TIPO IDEAL. TIPO IDEAL – escolha, por parte do cientista, de elementos considerados mais relevantes. (Estatística e História tem grande valor). Relação Social – “ probabilidade que uma determinada conduta tenha seu sentido compartilhado por diversos agentes. Critica a proposta de “coisificação” (externa, coercitiva, generalizada) da sociedade. A sociedade é resultado de uma enorme e inesgotável interação entre os indivíduos. o pensamento alemão surge em contraste ao positivismo: Idealismo:possui um caráter observativo de cada formação social. PONTO CENTRAL DA TEORIA DE WEBER Ação social: todo comportamento cuja origem depende da reação ou expectativa de outras partes envolvidas. È o indivíduo que , por meio dos valores sociais e sua motivação, produz o sentido da ação social. TIPOLOGIA DAS AÇÕES SOCIAIS Ação racional com relação valores: esta associada à fidelidade aos valores individuais (ético/religioso), aos princípios do indivíduo. O CAPITAL A jornada de trabalho, relatada no cap. 8 de O Capital, revela a exploração absurda a que os trabalhadores estavam submetidos: Crianças trabalhando em minas de carvão; Moças morrendo depois de trabalharem três dias e três noites consecutivas em confecções; Ambiente de trabalho insalubre, mutilações, problemas psicológicos. Dezesseis horas de trabalho. O corpo por um fio; Famílias desestruturadas, casas apinhadas de gente. Faltam higiene, saneamento e perspectiva de prosperidade. ORGANIZAÇÕES Nesse contexto surgem as organizações sindicais. As primeiras lutas foram pelo estabelecimento de uma jornada de trabalho de dez horas e a proibição da contratação de crianças com menos de dez anos pelas fábricas. O que estava na balança era a luta pela sobrevivência. Ainda não existia a preocupação com a qualidade do trabalho e com a saúde. O importante era manter, minimamente, o corpo em funcionamento. O TAYLORISMO O conceito de taylorismo é uma concepção de produção, baseada em um método científico de organização do trabalho. Foi elaborado pelo engenheiro norte-americano Frederick W. Taylor ( 1856-1915) e exposto, em 1911, na publicação da obra Os princípios da administração. A partir dessa concepção, a atividade industrial foi fragmentada, pois cada trabalhador passou a exercer uma função específica no sistema industrial. A organização foi hierarquizada e sistematizada e o tempo de produção passou a ser cronometrado. TAYLORISMO Consequências do taylorismo com sua organização científica do trabalho: Sua rigidez de funções individualizou os trabalhadores na linha de produção; Produção fragmentada, as funções cronometradas. Separação do trabalho intelectual e do manual. Perda completa da autonomia e controle do próprio trabalho. O trabalhador se transforma em uma máquina programada para execução de uma só tarefa. O trabalho maçante, acompanhado pela depreciação do tempo, e a preocupação constante de não ficar doente. Obs; o tempo da doença não era um direito nessa época. IDEOLOGIA DEFENSIVA Ideologia defensiva, termo utilizado por Christopher Dejours, é um mecanismo que anda de mãos dadas ao sentimento coletivo da vergonha. Em meio a miséria operária, estar doente não pega bem. Sinônimo de vagabundagem, corpo mole, esconde- se o sofrimento e a doença ate o limite possível. O autor salienta que a repetição das tarefas era tão grande que mesmo quando fora da fábrica, os trabalhadores cronometravam todos os seus atos. a rotina fabril dominava a rotina caseira. MUDANÇAS - MOVIMENTO EM DEFESA DA SAÚDE DO TRABALHADOR Com a primeira guerra mundial, as fabricas veem-se contingenciadasno tocante a mão de obra por força do recrutamento para o campo de batalha. Torna-se necessário pensar no bem estar dos trabalhadores, afinal não era fácil sua reposição. O Estado passa a ter um papel ativo na regulamentação do trabalho com a criação de leis trabalhistas e a implantação da medicina do trabalho. A qualidade do trabalho desponta no horizonte das discussões acerca da organização do trabalho na fábrica. FÁBRICAS – ALTERAÇÕES FÍSICAS Para atender as novas exigências, as fábricas passam por alterações físicas. Dejours ( 1992,p.25) fala que : “Por condição de trabalho é preciso entender, antes de tudo, ambiente físico ( temperatura, pressão, barulho, vibração, irradiação, altitude, etc). Ambiente químico ( produtos manipulados, vapores e gases tóxicos,poeiras, fumaça, etc. o ambiente biológico ( vírus, bactérias, parasitas, fungos), as condições de higiene, de segurança, e as caracteristicas antropométricas do posto de trabalho. outro ponto é o trabalho trazendo sofrimento quando o pendulo insatisfacao/ desejo pende para o primeiro. é duro lidar com o prazer sempre adiado. uma das causas da depressão.
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