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Local: Sala 1 - BT - Prova On-line / Andar / Polo Barra da Tijuca / BARRA DA TIJUCA Acadêmico: VIROEP-002 Aluno: EMMILLY CONCEIÇÃO NASCIMENTO Avaliação: A3 Matrícula: 20201106151 Data: 8 de Dezembro de 2020 - 08:00 Finalizado Correto Incorreto Anulada Discursiva Objetiva Total: 8,50/10,00 1 Código: 37039 - Enunciado: “O Relatório Mundial 2020 da Human Rights Watch divulgado hoje (15) analisa a situação de mais de 100 países na área de direitos humanos. O documento anual, que está na 30ª edição, analisa como estão protegidos os direitos inerentes a todos os seres humanos, independentemente de raça, sexo, nacionalidade, etnia, idioma e religião com base em eventos ocorridos em 2018 e 2019.” (Fonte: ONG de direitos humanos publica Relatório Mundial 2020. Agência Brasil, Brasília, 15 de janeiro de 2020. Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2020-01/ong-de-direitos-humanos- publica-relatorio-mundial-2020. Acesso em: 26 fev. 2020.) Examine as seguintes proposições e a relação proposta entre elas:I. O Incidente de Deslocamento de Competência transfere investigações ou processos da Justiça Estadual para a Justiça Federal nos casos de graves violações aos direitos humanos.PORQUEII. A Constituição da República consagra que o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos. Considerando o texto de apoio, assinale a alternativa correta: a) A primeira afirmação é verdadeira e a segunda é falsa. b) As duas afirmações são falsas. c) A primeira afirmação é falsa e a segunda é verdadeira. d) As duas afirmações são verdadeiras, mas a segunda não justifica a primeira. e) As duas afirmações são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. Alternativa marcada: d) As duas afirmações são verdadeiras, mas a segunda não justifica a primeira. Justificativa: Resposta correta: As duas afirmações são verdadeiras, mas a segunda não justifica a primeira. De fato, o art. 5º, LXXIV, da Constituição da República consagra que o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos. A Emenda Constitucional nº 45/2004 introduziu no ordenamento brasileiro o Incidente de Deslocamento de Competência – IDC, no qual o Superior Tribunal de Justiça poderá transferir investigações ou processos da Justiça Estadual para a Justiça Federal nos casos de graves violações aos direitos humanos.Apesar da consagração pela Constituição Federal da assistência jurídica integral e gratuita, como um direito fundamental da pessoa humana, o Incidente de Deslocamento de Competência – IDC, criado pela Emenda Constitucional nº 45/2004, é instaurado pelo procurador- geral da República perante o Superior Tribunal de Justiça. 1,50/ 1,50 2 Código: 36869 - Enunciado: O Poder Legislativo do estado Alfa editou lei que concedeu gratuidade em todos os estacionamentos privados, como de mercados, shopping centers, hospitais e farmácias, estabelecendo punições administrativas, como multa e encerramento de atividades, em caso de descumprimento. De acordo com o sistema de repartição de competência constitucional, a referida lei estadual é constitucional? Fundamente a sua resposta. Resposta: Não é constitucional, pois fere o direito das empresas privadas de exercerem o próprio capital. Justificativa: Expectativa de resposta:Não. A referida lei estadual é inconstitucional, pois fere o sistema de repartição de competências constitucional, uma vez que o estado Alfa, ou qualquer outro estado da Federação Brasileira, não tem competência para legislar sobre a gratuidade de 1,50/ 1,50 estacionamentos privados, o que inclui mercados, shopping centers, hospitais e farmácias. O tema relativo à propriedade dos estacionamentos está inserido no campo do direito civil e, segundo já decidiu o Supremo Tribunal Federal, compete à União legislar sobre direito civil (propriedade), de acordo com o artigo 22, I, da CRFB, e não aos Estados. Extrai-se da ementa do julgamento do Recurso Extraordinário o seguinte: "RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI ESTADUAL Nº 13.819/2009. GRATUIDADE DE ESTACIONAMENTO PRIVATIVO. DECLARAÇÃO DA INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI PELO ÓRGÃO ESPECIAL DO TRIBUNAL DE ORIGEM. COMPETÊNCIA PRIVATIVA DA UNIÃO. ART. 22, I, DA CRFB/88. RECURSO DESPROVIDO". (RECURSO EXTRAORDINÁRIO 823.675 SÃO PAULO, MIN. LUIZ FUX, 27 de março de 2017). 3 Código: 36884 - Enunciado: Conforme assevera o Ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, no que diz respeito à repartição de competências, “A própria Constituição Federal estabelecerá as matérias próprias de cada um dos entes federativos, União, Estados- membros, Distrito Federal e municípios, e a partir disso poderá acentuar a centralização de poder, ora na própria Federação, ora nos Estados-membros”. (Fonte: MORAES, A. de. Direito Constitucional. São Paulo: Atlas, 2018. p. 436.) Considerando o assunto tratado no texto, analise as proposições a seguir e assinale a correta. a) Os municípios têm competência para elaborar suas constituições, mediante a aprovação de 2/3 dos membros das câmaras municipais, por meio da denominada competência legislativa enumerada. b) As competências materiais ou administrativas podem ser exclusivas ou privativas, sendo as primeiras resultantes de manifestações legislativas que proveem do órgão legislativo respectivo, e as segundas, de caráter meramente legislativo. c) O princípio da predominância de interesse rege a repartição constitucional de competências, cabendo à União estabelecer regras sobre o interesse nacional, enquanto aos estados, os interesses regionais, aos municípios, o local, e ao Distrito Federal, tanto os interesses regionais como os locais. d) Os municípios têm a capacidade de legislar sobre assuntos relacionados a moedas, pois, no âmbito de suas atribuições, compete a eles disciplinar regras a respeito do comércio local, bem como de seu horário de funcionamento. e) A competência legislativa dos estados-membros pode ser concorrente, remanescente ou exclusiva, dependente de legislação ordinária infraconstitucional que determina a matéria de sua incidência. Alternativa marcada: c) O princípio da predominância de interesse rege a repartição constitucional de competências, cabendo à União estabelecer regras sobre o interesse nacional, enquanto aos estados, os interesses regionais, aos municípios, o local, e ao Distrito Federal, tanto os interesses regionais como os locais. Justificativa: Resposta correta: O princípio da predominância de interesse rege a repartição constitucional de competências, cabendo à União estabelecer regras sobre o interesse nacional, enquanto aos estados, os interesses regionais, aos municípios, o local, e ao Distrito Federal, tanto os interesses regionais como os locais.O princípio que rege a repartição de competências é o da predominância de interesses, que, segundo Alexandre de Moraes, “norteia a repartição de competência entre as entidades componentes do Estado Federal. Assim, pelo princípio da predominância do interesse, à União caberá aquelas matérias e questões de predominância do interesse geral, ao passo que aos Estados referem-se as matérias de predominante interesse regional e aos municípios concernem os assuntos de interesse local”.(Fonte: MORAES, A. de. Direito Constitucional. São Paulo: Atlas, 2018. p. 439.) Distratores:As competências materiais ou administrativas podem ser exclusivas ou privativas, sendo as primeiras resultantes de manifestações legislativas que proveem do órgão legislativo respectivo, e as segundas, de caráter meramente legislativo. Errada. Todas as competências materiais ou administrativas resultam de 1,00/ 1,00 um dever-poder da entidade federativa de pôr em prática as determinações da Constituição a fim de satisfazer o interesse público. Essas competências têm caráter administrativo e podem ser exclusivas, como os comandos positivados nos incisos do artigo 21, da ConstituiçãoFederal ou comuns, que são reservadas à União, aos estados, aos municípios e ao Distrito Federal, como por exemplo, as atribuições definidas no artigo 23, da Constituição Federal.A competência legislativa dos estados-membros pode ser concorrente, remanescente ou exclusiva, dependente de legislação ordinária infraconstitucional que determina a matéria de sua incidência. Errada. A competência legislativa dos estados-membros pode ser concorrente, remanescente ou exclusiva, mas depende da verificação das regras constitucionais de repartição de competência que determinarão a matéria de sua incidência. Os municípios têm competência para elaborar suas constituições, mediante a aprovação de 2/3 dos membros das câmaras municipais, por meio da denominada competência legislativa enumerada. Errada. Apesar de os municípios não terem representação no Senado Federal, não terem um judiciário próprio, não serem suscetíveis à intervenção federal e não poderem apresentar emendas à Constituição Federal, os municípios são considerados entes da Federação e, por isso, têm competência para elaborar suas leis orgânicas, votadas em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e por meio da aprovação de 2/3 dos membros das câmaras municipais. Os municípios têm a capacidade de legislar sobre assuntos relacionados a moedas, pois, no âmbito de suas atribuições, compete a eles disciplinar regras a respeito do comércio local, bem como de seu horário de funcionamento. Errada. Os municípios têm a capacidade de legislar sobre assuntos locais, como o comércio local, bem como o seu horário de funcionamento. Entretanto, em relação às moedas, a competência pertence à União, e não aos municípios. 4 Código: 37025 - Enunciado: Leia os dois textos a seguir:Texto 1: Um vereador do município de São Paulo e um jornalista trocaram ofensas em Brasília, durante uma Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga envolvimento de empreiteiros em obras realizadas naquele município. O vereador, diante de uma pergunta, ameaçou e proferiu agressões caluniosas contra o jornalista.Texto 2: “Após as eleições de 2018, candidatos eleitos começam a falar e agir como se já estivessem na condição de congressistas, com poderes e prerrogativas do cargo. Nesse sentido, por exemplo, um deputado federal eleito pelo Partido Social Liberal (PSL) publicou um vídeo em resposta à suposta retaliação que a diretora do Colégio Estadual Dom Pedro II, na cidade de Petrópolis, teria feito a funcionários que guiaram o deputado eleito em visita à escola. O deputado eleito ameaçou a diretora dizendo que faria uma auditoria de toda a sua gestão, buscando combater 'a ideologia socialista-comunista'. Afirmou, ainda, que faria uma visita a ela, já que, por ser deputado federal, poderia 'entrar em qualquer estabelecimento sem permissão'. A declaração mostra desconhecimento das atribuições de um deputado federal e do funcionamento da coordenação da educação pública estadual no Brasil, já que escolas estaduais são de competência do governo estadual e auditar gestões dessas escolas cabe ao Tribunal de Contas e à Secretaria de Educação estaduais.” (OLIVEIRA, R. M. de. A (inexistente) imunidade parlamentar de congressistas (apenas) eleitos. Disponível em: https://www.jota.info/stf/supra/a- inexistente-imunidade-parlamentar-de-congressistas-apenas-eleitos-08012019. Acesso em: 26 nov. 2019.) Sem dúvida, nossa Constituição procura impedir que aquele que exerce a função parlamentar seja perseguido politicamente e, em decorrência disso, não consiga exercer com liberdade essa função. Por isso, mediante o Estatuto dos Congressistas, existe a garantia de imunidades que visam proteger as funções dos deputados e senadores, além dos vereadores. Considerando os dois textos e o ordenamento jurídico brasileiro, disserte acerca das imunidades materiais de deputados federais e vereadores, diferenciando-as. Resposta: A constituição da República consagra imunidade material aos deputados federais para que se garanta ao parlamentar , o livre exercício de sua opinião ,palavra e voto,tendo amparo em todo território nacional e para os vereadores são garantidos as mesmas prerrogativas inerentes aos parlamentares federais ,mas o amparo se reduz ao espaço territorial do município respectivo 2,50/ 2,50 Justificativa: Expectativa de resposta:O caput do artigo 53 da Constituição prevê a imunidade material, que garante aos deputados e senadores a inviolabilidade por opiniões, palavras e votos, no exercício de suas funções. Isso significa que deputados e senadores não serão responsabilizados civil ou penalmente por opiniões, palavras e votos que professarem. A imunidade material procura assegurar ao parlamentar total liberdade de manifestação, seja por meio da expressão de seu pensamento ou debate para votar, desde que proferidos no exercício congressual. Difere da imunidade material do vereador, porque a responsabilização dos vereadores por suas opiniões, suas palavras e seus votos restringe-se à circunscrição do respectivo município, de acordo com o disposto no artigo 29, VIII, da Constituição: “Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos: VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município)." 5 Código: 36891 - Enunciado: De acordo com as lições de Gilmar Mendes e Paulo Gustavo Gonet, o processo legislativo “tem início quando alguém ou algum ente toma a iniciativa de apresentar uma proposta de criação de novo direito. O projeto de lei deve ter início na Câmara dos Deputados, se não resulta de iniciativa de senador ou de comissão do Senado”. (Fonte MENDES, G. F.; BRANCO, P. G. 13. ed. rev. e atual. Curso de Direito Constitucional. São Paulo: Saraiva Educação, 2018. p. 1.472.) Sobre esse tema, avalie os itens a seguir e identifique os corretos.I. A maioria simples significa a maioria dos presentes à sessão de votação, enquanto a maioria absoluta significa a maioria dos membros da casa legislativa.II. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.III. As leis delegadas serão elaboradas pelo Congresso Nacional, que deverá solicitar a delegação ao Presidente da República.IV. É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria relativa a direito penal, direito civil, processual penal e processual civil.V. São de iniciativa privativa do Presidente da República, entre outras, as leis que fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas. a) Somente os itens III e IV. b) Somente os itens II, III, IV e V. c) Somente I, II e IV. d) Somente II e V. e) Somente os itens I, II e V. Alternativa marcada: e) Somente os itens I, II e V. Justificativa: Resposta correta: Somente os itens I, II e V.A proposição I é verdadeira, pois o conceito de maioria simples significa a maioria dos presentes à sessão de votação, enquanto o conceito de maioria absoluta significa a maioria dos membros da casa legislativa. Da mesma forma, de acordo com o artigo 62 da Constituição Federal, também está correta a proposição II, ao afirmar que, em caso de relevância e urgência, o presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. A proposição V também está correta, na medida em que cabe ao chefe do executivo federal, isto é, ao Presidente da República, a iniciativa privativa, entre outras, das leis que fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas.As leis delegadas serão elaboradas pelo presidente da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional. Segundo a Constituição Federal, a delegação ao presidente da República terá a forma de resolução do CongressoNacional, que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício.A Constituição Federal veda a edição de medidas provisórias para determinadas matérias, como aquela sobre direito penal, processual penal e processual civil. Entretanto, sobre direito civil, pode ser editada medida provisória. 0,50/ 0,50 6 Código: 37031 - Enunciado: "O senador Alessandro Vieira (Cidadania - SE) apresentou dois requerimentos nesta terça-feira (18/02/2020) na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News para que sejam quebrados os sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático de Hans River e da empresa dele. Ex-funcionário da Yacows, uma das companhias que teriam sido contratadas para fazer disparos em massa via WhatsApp nas eleições de 2018, ele mentiu, na semana passada, em depoimento ao colegiado.Na ocasião, Hans acusou a repórter da Folha de S. Paulo Patricia Campos Mello, responsável pela denúncia do esquema, de se insinuar sexualmente para ele em troca de informações. Segundo o jornal, que publicou matéria com reproduções dos diálogos entre a repórter e o funcionário, questionando as declarações, ele foi ouvido por diversas vezes e confirmou as informações que constam na reportagem."(Fonte: AIDAR, B. Senador pede quebra de sigilo bancário e telefônico de Hans River. Metrópoles, Distrito Federal, 18 fev. 2020. Disponível em: https://www.metropoles.com/brasil/politica-br/senador- pede-quebra-de-sigilo-bancario-e-telefonico-de-hans-river. Acesso em: 24 fev. 2020.) Com relação à quebra do sigilo bancário determinada pelas comissões parlamentares de inquérito, assinale a opção correta. a) As Comissões Parlamentares de Inquérito podem livremente determinar a quebra do sigilo bancário, desde que a decisão seja tomada pela maioria dos membros presentes na reunião. b) As comissões parlamentares de inquérito poderão determinar a quebra de sigilo bancário sem a participação do Poder Judiciário, desde que a decisão seja fundamentada. c) A quebra do sigilo bancário deve ser submetida à reserva de jurisdição, conforme previsto na Constituição, pois apenas o Poder Judiciário pode determinar essa restrição de direito fundamental. d) Somente o Ministério da Defesa pode determinar a quebra do sigilo bancário, a pedido do presidente da comissão parlamentar de inquérito. e) A quebra do sigilo bancário somente pode ser determinada pelo Tribunal de Contas da União a pedido dos presidentes do Congresso Nacional e da Comissão Parlamentar de Inquérito Alternativa marcada: b) As comissões parlamentares de inquérito poderão determinar a quebra de sigilo bancário sem a participação do Poder Judiciário, desde que a decisão seja fundamentada. Justificativa: Resposta correta: As comissões parlamentares de inquérito poderão determinar a quebra de sigilo bancário sem a participação do Poder Judiciário, desde que a decisão seja fundamentada.As comissões parlamentares de inquérito devem observar direitos e garantias fundamentais, sob pena de invalidade das diligências realizadas. As comissões detêm alguns poderes para a quebra do sigilo bancário, mas as decisões tomadas devem ser fundamentadas. Nesse sentido, o Supremo Tribunal Federal já decidiu que: “A quebra do sigilo, por ato de CPI, deve ser necessariamente fundamentada, sob pena de invalidade. A CPI — que dispõe de competência constitucional para ordenar a quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico das pessoas sob investigação do Poder Legislativo — somente poderá praticar tal ato, que se reveste de gravíssimas consequências, se justificar, de modo adequado, e sempre mediante indicação concreta de fatos específicos, a necessidade de adoção dessa medida excepcional.” [MS 23.868, rel. min. Celso de Mello, j. 30-8-2001, P, DJ de 21-6-2002.] Distratores:Somente o Ministério da Defesa pode determinar a quebra do sigilo bancário, a pedido do presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito. Está errada, porque o pedido de quebra de sigilo bancário pode ser feito por diversos órgãos, como o Ministério Público e a Polícia Federal, ao Poder Judiciário ou por meio da comissão parlamentar de inquérito. Não é atribuição do Ministério da Defesa realizar a quebra de sigilo bancário.A quebra do sigilo bancário somente pode ser determinada pelo Tribunal de Contas da União a pedido dos presidentes do Congresso Nacional e da Comissão Parlamentar de Inquérito. Está errada porque o Tribunal de Contas não possui atribuição para determinar a quebra de sigilo bancário. De acordo com o Supremo Tribunal Federal, por ocasião do julgamento do Mandado de Segurança 22.801, de relatoria do Ministro Menezes Direito, julgado em 17 de dezembro de 2007, “A LC 105, de 10-1-2001, não 0,50/ 0,50 conferiu ao TCU poderes para determinar a quebra do sigilo bancário de dados constantes do Banco Central do Brasil”.As Comissões Parlamentares de Inquérito podem livremente determinar a quebra do sigilo bancário, desde que a decisão seja tomada pela maioria dos membros presentes na reunião. Está errada porque, conforme jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a quebra do sigilo bancário deve ser obrigatoriamente fundamentada, sob pena de ser declarada sua invalidade. Nesse sentido, o Supremo Tribunal Federal considera que “A fundamentação da quebra de sigilo há de ser contemporânea à própria deliberação legislativa que a decreta. A exigência de motivação — que há de ser contemporânea ao ato da CPI que ordena a quebra de sigilo — qualifica-se como pressuposto de validade jurídica da própria deliberação emanada desse órgão de investigação legislativa, não podendo ser por este suprida, em momento ulterior, quando da prestação de informações em sede mandamental”. [MS 23.868, rel. min. Celso de Mello, j. 30-8-2001, P, DJ de 21-6-2002.]A quebra do sigilo bancário deve ser submetida à reserva de jurisdição, conforme previsto na Constituição, pois apenas o Poder Judiciário pode determinar essa restrição de direito fundamental. Está errada porque, segundo o Supremo Tribunal Federal, a reserva de jurisdição não incide sobre a quebra do sigilo bancário. Nesse sentido, assim se manifestou a Corte: “O princípio constitucional da reserva de jurisdição — que incide sobre as hipóteses de busca domiciliar (CF, art. 5º, XI), de interceptação telefônica (CF, art. 5º, XII) e de decretação da prisão, ressalvada a situação de flagrância penal (CF, art. 5º, LXI) — não se estende ao tema da quebra de sigilo; pois, em tal matéria, e por efeito de expressa autorização dada pela própria Constituição da República (CF, art. 58, § 3º), assiste competência à CPI, para decretar, sempre em ato necessariamente motivado, a excepcional ruptura dessa esfera de privacidade das pessoas”. [MS 23.652, rel. min. Celso de Mello, j. 22-11-2000, P, DJ de 16-2-2001.] 7 Código: 36890 - Enunciado: Analise as imagens a seguir: (Fonte: AMARILDO; SPONHOLZ, R. Disponível em: https://www.humorpolitico.com.br/. Acesso em: 31 mar. 2020.) Considerando a doutrina dos freios e contrapesos e o princípio da separação dos poderes, é possível inferir que:I. A primeira figura ilustra a independência dos três poderes existentes ao mesmo tempo que admite o exercício de funções atípicas realizadas pelo Poder Judiciário e pelo Poder Legislativo.II. A segunda figura ilustra a normalidade do embate de forças existentes entre os três poderes, o que colabora para manter o equilíbrio dessas funções em um Estado Democrático de Direito.III. A primeira figura exemplifica o controle exercido reciprocamente entre os poderes, uma vez que permite a realização de certos atos praticados conjuntamente.IV. A primeira figura sugere a existência do ativismo judicial proporcional e razoável, possibilitado pelo Poder Executivo quando deixa de realizar políticas públicas como garantia do mínimo existencial. É correto o que se afirma em: a) II, III e IV, apenas. b) I, II, III e IV. c) I, II e IV, apenas. d) I e II, apenas. e) III e IV, apenas. Alternativa marcada: a) II, III e IV, apenas. Justificativa: Respostacorreta: I, II e IV, apenas.A primeira figura demonstra a independência dos poderes, pois não retrata nenhuma espécie de subordinação entre eles. Todas as imagens se encontram no mesmo patamar. Da mesma maneira, a figura ressalta que o Poder Judiciário e o Poder Legislativo exercem atividades atípicas, quando, por exemplo, o Senado Federal julgar o presidente da República nos crimes de responsabilidade ou também quando o Supremo Tribunal Federal declarar a inconstitucionalidade de uma lei. Repare que o Poder Judiciário segura uma caneta, objeto símbolo dos parlamentares, enquanto o Poder Legislativo segura uma balança, símbolo da justiça ou da magistratura.A segunda figura ilustra a normalidade do embate de 0,00/ 1,50 forças existentes entre os três poderes, o que colabora para a manutenção do equilíbrio entre o Poder Executivo, o Poder Legislativo e o Poder Judiciário no Estado Democrático de Direito. A harmonia entre os poderes significa respeito entre eles, mas não ausência de embates.A primeira figura sugere a existência do ativismo judicial proporcional e razoável possibilitado pela ausência de atuação do Poder Executivo, sem que haja impedimento do funcionamento alheio ou mesmo invasão da sua área de atuação. Nesse caso, viabiliza-se o controle de outro poder. Distrator:A afirmativa III está errada, pois a primeira figura não exemplifica o controle exercido reciprocamente entre os poderes, nem mesmo a realização de certos atos praticados conjuntamente. Com efeito, a Constituição Federal prevê vários mecanismos de controle recíproco entre os poderes, que não foram retratados pela primeira figura, como a possibilidade de o presidente da República vetar, total ou parcialmente, o projeto de lei que considerar inconstitucional ou contrário ao interesse público ou quando o Poder Legislativo fiscaliza os atos do Poder Executivo. Da mesma maneira, quando o Poder Executivo indica e nomeia os ministros do Supremo Tribunal Federal. O sistema de freios e contrapesos permite, ainda, vários mecanismos de controle recíproco entre os poderes, possibilitando a interferência legítima de um poder sobre o outro, nos limites estabelecidos pela Constituição. 8 Código: 36887 - Enunciado: Fernanda Almeida ressalta que “Importante é o registro feito expressamente no art. 18, no sentido de todos os integrantes da organização político- administrativa brasileira serem autônomos, nos termos da Constituição”.(Fonte: ALMEIDA, F. D. M. Da organização político-administrativa. In: GOMES CANOTILHO, J. J. et. al. Comentários à Constituição do Brasil. São Paulo: Saraiva: Almedina: IDP, 2018. p. 1.381). De fato, conforme dispõe o artigo 18 da Constituição Federal, “a Organização Político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos nos termos da Constituição”. (Fonte: BRASIL. Constituição [1988]. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.) A partir do trecho acima, do dispositivo descrito e do sistema constitucional vigente, pode-se inferir que a organização político-administrativa brasileira: a) Afasta os municípios das regras formais e materiais previstas na Constituição Federal, bem como das regras previstas na Constituição do Estado. b) Veda a criação de territórios federais, uma vez que todos os territórios não são considerados pessoa jurídica. c) Assegura aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios o exercício das competências legislativas e administrativas atribuídas à União. d) Possibilita a criação de territórios federais pela União, mas sem autonomia política, uma vez que a escolha do governador é feita pelo presidente da República. e) Proíbe a criação de novos estados-membros além daqueles já previstos no ordenamento jurídico brasileiro. Alternativa marcada: d) Possibilita a criação de territórios federais pela União, mas sem autonomia política, uma vez que a escolha do governador é feita pelo presidente da República. Justificativa: Resposta correta: Possibilita a criação de territórios federais pela União, mas sem autonomia política, uma vez que a escolha do governador é feita pelo presidente da República.A Constituição Federal dispõe que “Nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes, além do governador nomeado na forma desta Constituição, haverá órgãos judiciários de primeira e segunda instância, membros do Ministério Público e defensores públicos federais; a lei disporá sobre as eleições para a Câmara Territorial e sua competência deliberativa". Distratores:Proíbe a criação de novos estados-membros além daqueles já previstos no ordenamento jurídico brasileiro. Errada. A Constituição Federal não proíbe a criação de novos estados-membros além daqueles já previstos no ordenamento jurídico brasileiro, pois é possível que possam incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros ou formarem novos estados ou territórios federais, mediante aprovação da população diretamente 1,00/ 1,00 interessada, por meio de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.Assegura aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios o exercício das competências legislativas e administrativas atribuídas à União. Errada. Apesar de todos os entes da Federação possuírem autonomia, o exercício das competências constitucionais, tanto legislativas como administrativas, é realizado mediante regras próprias, cabendo a cada um uma atribuição distinta ou até concorrente, dependendo da matéria envolvida. Afasta os municípios das regras formais e materiais previstas na Constituição Federal, bem como das regras previstas na Constituição do Estado. Errada. Todos os entes da Federação, inclusive os municípios, devem obediência às regras formais e materiais previstas no texto constitucional, bem como a todas as regras previstas na constituição do respectivo estado-membro.Veda a criação de territórios federais, uma vez que todos os territórios não são considerados pessoa jurídica. Errada. A Constituição Federal possibilita a criação de territórios federais, que são considerados pessoas jurídicas, embora sem autonomia político-administrativa.
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