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MANUAL DO CURSO DE LICENCIATURA EM
GESTÃO DE SISTEMAS DE
INFORMAÇÃO
2º Ano
Disciplina: Diagnóstico e Intervenção nos Sistemas de
Informação das Organizações
Código:
Total Horas/2o Semestre:
Créditos (SNATCA):
Número de Temas:
INSTITUTO SUPER
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - ISCED
ISCED CURSO: GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO; 20 Ano Disciplina/Módulo: Diagnóstico e Intervenção
nos Sistemas de Informação das Organizações
i
Direitos de autor (copyright)
Este manual é propriedade do Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED),
e contêm reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução parcial ou total
deste manual, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico,
gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade editora (Instituto Superior
de Ciências e Educação a Distância (ISCED).
A não observância do acima estipulado o infractor é passível a aplicação de processos
judiciais em vigor no País.
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nos Sistemas de Informação das Organizações
ii
Agradecimentos
O Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) e o autor do presente
manual agradecem a colaboração dos seguintes indivíduos e instituições na elaboração deste
manual:
Pela Coordenação
Pelo design
Direcção Académica do ISCED
Direcção de Qualidade e Avaliação do
ISCED
Financiamento e Logística
Pela Revisão
Instituto Africano de Promoção da Educação
a Distancia (IAPED)
Elaborado Por: Amorim Selemane Ambasse, Mestrado em Tecnologias de Informação e
Licenciado em Engenharia Informática e de Telecomunicações
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nos Sistemas de Informação das Organizações
iii
Índice
Visão geral 1
Bem-vindo à Disciplina/Módulo de Diagnóstico e Intervenção de Sistemas de
Informação nas Organizações ........................................................................................... 1
Objectivos do Módulo....................................................................................................... 1
Quem devera estudar este módulo .................................................................................. 1
Como está estruturado este módulo ................................................................................ 2
Ícones de actividade ......................................................................................................... 3
Habilidades de estudo ...................................................................................................... 3
Precisa de apoio? .............................................................................................................. 5
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) ................................................................................ 6
Avaliação ........................................................................................................................... 6
UNIDADE Temática 1.1. Introdução, A organização e os Sistemas de Informação .......... 9
Introdução ......................................................................................................................... 9
1.1 A ORGANIZAÇÃO .............................................................................. 10
1.2 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO .......................................................... 13
1.3 COMO A ORGANIZAÇÃO USA A INFORMAÇÃO......................... 15
1.4 TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO ................................................. 16
1.5 EVOLUÇÃO DO PAPEL DOS SIBC NA ORGANIZAÇÃO.............. 17
1.6 A IMPORTÂNCIA DA MODELAÇÃO DE SISTEMAS DE
INFORMAÇÃO ........................................................................................... 19
Sumário ........................................................................................................................... 24
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 24
UNIDADE Temática 1.2. Mudança Organizacional, seus componentes no planeamento
e implementação dos sistema de informação nas organizações; .................................. 27
1.2.1 OBJECTÌVOS ESPECÍFICOS ............................................................................. 27
1.2.2 O CONCEITO “MUDANÇA” ........................................................................... 27
1.2.3 GESTÃO DA MUDANÇA ................................................................................ 27
1.2.4 O PROCESSO DE GESTÃO DA MUDANÇA ..................................................... 28
1.2.5 MUDANÇA ORGANIZACIONAL ..................................................................... 29
1.2.6 TIPOS DE MUDANÇA ORGANIZACIONAL ...................................................... 30
1.2.7 ETAPAS DA GESTÃO DA MUDANÇA ............................................................. 33
1.2.8 RESISTÊNCIA À MUDANÇA ........................................................................... 35
1.2.9 ESTRATÉGIAS DE MUDANÇA ........................................................................ 37
1.2.10 CONTEUDO DA MUDANÇA ORGANIZACIONAL .......................................... 38
Sumário ........................................................................................................................... 40
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 41
UNIDADE Temática 1.3. Conhecimento Organizacional, classificação do conhecimento
organizacional ................................................................................................................. 41
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS ...................................................................................... 41
1.3.1 INTRODUÇÃO................................................................................................ 42
1.3.1 FUNDAMENTOS DE CONHECIMENTO .......................................................... 43
1.3.2 TAXONOMIA DO CONHECIMENTO ............................................................... 44
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1.3.3 DIMENSÕES DO CONHECIMENTO E ALAVANCAS ......................... 48
1.3.4 GESTÃO DE CONHECIMENTO ............................................................... 50
1.3.4.3 OBSTÁCULOS, DIFICULDADES E EQUÍVICOS NA GESTÃO DE
CONHECIMENTO ............................................................................................... 57
Sumário ........................................................................................................................... 71
Exercícios deste tema ..................................................................................................... 71
UNIDADE Temática 1.4 Actividade de Intervenção de Sistemas de Informação ........... 75
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS ......................................................................................75
1.4.2 – MISSÃO DOS PROFISSIONAIS DE TSI ............................................... 76
1.4.3 – TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES ............ 79
1.4.4 – CATEGORIA DE TI NAS ORGANIZAÇÕES ........................................ 83
1.4.5 – ACTIVIDADES PROFISSIONAIS RELACIONADAS COM AS TI ..... 85
1.4.6 – ACTIVIDADES DE TSI E OUTRAS ACTIVIDADES
ORGANIZACIONIAS .......................................................................................... 91
1.4.7 – COMPETENCIAS NUCLEARES DOS PROFISSIONAIS DE TSI ....... 94
1.4.8 – ENGENHARIA E GESTÃO DE TSI ....................................................... 97
1.4.9 – CORPO DE CONHECIMENTO DA ÁREA DE CIENTIFICA DE TSI . 98
1.5 – SISTEMA DE CONCEITO DE ACTIVIDADE DE INTERVENÇÃO
SISTEMAS DE INFORMACAO ....................................................................... 101
1.5.1 Metodologia para actividade de intervenção de SI ........................... 102
1.6 – DIFERENTES TIPOS DE ACTIVIDADES INTERVENCAO SISTEMAS
DE INFORMACAO ............................................................................................ 104
Sumário ......................................................................................................................... 110
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 111
Bibliográfias ......................................................................................................... 113
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Visão geral
Bem-vindo à Disciplina/Módulo de Diagnóstico e
Intervenção de Sistemas de Informação nas
Organizações
Objectivos do Módulo
Ao terminar o estudo deste módulo de Diagnóstico e Intervenção
de Sistemas de Informação nas Organizações, deverá ser capaz de:
assimilar os conceitos relacionados a diagnósticos de sistemas de
informação, desenvolver habilidades de captação de técnicas
existentes nas organizações para o diagnóstico de sistemas de
informação, identificar factores e definição de estratégias para
intervenção em Sistemas de Informação nas vertentes de Hardware
e Software, utilização de técnicas de avaliação funcional dos
sistemas de informação para melhorar a tomada de decisão
gerencial das tecnologias e conquistar vantagem competitiva.
Quem devera estudar este módulo
Este Módulo foi concebido para estudantes do 2º ano do curso de
licenciatura em Gestão de Sistemas de Informação do ISCED e
outros como Gestão de Recursos Humanos, Administração, etc.
Poderá ocorrer, contudo, que haja leitores que queiram se actualizar
e consolidar seus conhecimentos nessa disciplina, esses serão bem-
vindos, não sendo necessário para tal se inscrever. Mas poderá
adquirir o manual.
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Como está estruturado este módulo
Este módulo de Diagnóstico e Intervenção de Sistemas de
Informação nas Organizações, para estudantes do 2º ano do curso
de licenciatura em Gestão de Sistemas de Informação, à
semelhança dos restantes do ISCED, está estruturado como se
segue:
Páginas introdutórias
Um índice completo.
Uma visão geral detalhada dos conteúdos do módulo,
resumindo os aspectos-chave que você precisa conhecer para
melhor estudar. Recomendamos vivamente que leia esta secção
com atenção antes de começar o seu estudo, como componente
de habilidades de estudos.
Conteúdo desta Disciplina / módulo
Este módulo está estruturado em Temas. Cada tema, por sua vez
comporta certo número de unidades temáticas ou simplesmente
unidades, Cada unidade temática se caracteriza por conter uma
introdução, objectivos, conteúdos.
No final de cada unidade temática ou do próprio tema, são
incorporados antes o sumário, exercícios de auto-avaliação, só
depois é que aparecem os exercícios de avaliação.
Os exercícios de avaliação têm as seguintes características: Puros
exercícios teóricos/Práticos, Problemas não resolvidos e
actividades práticas algumas incluindo estudo de caso.
Outros recursos
A equipa dos académicos e pedagogos do ISCED, pensando em si,
num cantinho, recôndito deste nosso vasto Moçambique e cheio de
dúvidas e limitações no seu processo de aprendizagem, apresenta
uma lista de recursos didácticos adicionais ao seu módulo para
você explorar. Para tal o ISCED disponibiliza na biblioteca do seu
centro de recursos mais material de estudos relacionado com o seu
curso como: Livros e/ou módulos, CD, CD-ROOM, DVD. Para
além deste material físico ou electrónico disponível na biblioteca,
pode ter acesso a Plataforma digital moodle para alargar mais ainda
as possibilidades dos seus estudos.
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Auto-avaliação e Tarefas de avaliação
Tarefas de auto-avaliação para este módulo encontram-se no final
de cada unidade temática e de cada tema. As tarefas dos exercícios
de auto-avaliação apresentam duas características: primeiro
apresentam exercícios resolvidos com detalhes. Segundo,
exercícios que mostram apenas respostas.
Tarefas de avaliação devem ser semelhantes às de auto-avaliação
mas sem mostrar os passos e devem obedecer o grau crescente de
dificuldades do processo de aprendizagem, umas a seguir a outras.
Parte das tarefas de avaliação será objecto dos trabalhos de campo
a serem entregues aos tutores/docentes para efeitos de correcção e
subsequentemente nota. Também constará do exame do fim do
módulo. Pelo que, caro estudante, fazer todos os exercícios de
avaliação é uma grande vantagem.
Comentários e sugestões
Use este espaço para dar sugestões valiosas, sobre determinados
aspectos, quer de natureza científica, quer de natureza didático-
Pedagógica, etc, sobre como deveriam ser ou estar apresentadas.
Pode ser que graças as suas observações que, em goso de
confiança, classificamo-las de úteis, o próximo módulo venha a ser
melhorado.
Ícones de actividade
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas
margens das folhas. Estes ícones servem para identificar diferentes
partes do processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela
específica de texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança
de actividade, etc.
Habilidades de estudo
O principal objectivo deste campo é o de ensinar aprender a
aprender. Aprender aprende-se.
Durante a formação e desenvolvimento de competências, para
facilitar a aprendizagem e alcançar melhores resultados, implicará
empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os bons
resultados apenas se conseguem com estratégias eficientes e
eficazes. Por isso é importante saber como, onde e quando estudar.
Apresentamos algumas sugestões com as quais esperamos que caro
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estudante possa rentabilizar o tempo dedicado aos estudos,
procedendo como se segue:
1º Praticar a leitura. Aprender a Distância exige alto domínio de
leitura.
2º Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida).
3º Voltar a fazer leitura, desta vez para a compreensão e assimilação
crítica dos conteúdos (ESTUDAR).
4º Fazer seminário (debate em grupos), para comprovar se a sua
aprendizagem confere ou não com a dos colegas e com o padrão.
5º Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas actividades práticas ou
as de estudo de caso se existirem.
IMPORTANTE:Em observância ao triângulo modo-espaço-tempo,
respectivamente como, onde e quando, etc e estudar, como foi
referido no início deste item, antes de organizar os seus momentos
de estudo reflicta sobre o ambiente de estudo que seria ideal para si:
Estudo melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo melhor à
noite/de manhã/de tarde/fins de semana/ao longo da semana? Estudo
melhor com música/num sítio sossegado/num sítio barulhento!?
Preciso de intervalo em cada 30 minutos, em cada hora, etc.
É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado
durante um determinado período de tempo; Deve estudar cada ponto
da matéria em profundidade e passar só ao seguinte quando achar
que já domina bem o anterior.
Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que puder ler e
estudar, que saber tudo superficialmente! Mas a melhor opção é
juntar o útil ao agradável: Saber com profundidade todos conteúdos
de cada tema, no módulo.
Dica importante: não recomendamos estudar seguidamente por
tempo superior a uma hora. Estudar por tempo de uma hora
intercalado por 10 (dez) a 15 (quinze) minutos de descanso (chama-
se descanso à mudança de actividades). Ou seja que durante o
intervalo não se continuar a tratar dos mesmos assuntos das
actividades obrigatórias.
Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalho intelectual
obrigatório, pode conduzir ao efeito contrário: baixar o rendimento
da aprendizagem. Por que o estudante acumula um elevado volume
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de trabalho, em termos de estudos, em pouco tempo, criando
interferência entre os conhecimentos, perde sequência lógica, por
fim ao perceber que estuda tanto mas não aprende, cai em
insegurança, depressão e desespero, por se achar injustamente
incapaz!
Não estude na última da hora; quando se trate de fazer alguma
avaliação. Aprenda a ser estudante de facto (aquele que estuda
sistematicamente), não estudar apenas para responder a questões de
alguma avaliação, mas sim estude para a vida, sobre tudo, estude
pensando na sua utilidade como futuro profissional, na área em que
está a se formar.
Organize na sua agenda um horário onde define a que horas e que
matérias deve estudar durante a semana; Face ao tempo livre que
resta, deve decidir como o utilizar produtivamente, decidindo
quanto tempo será dedicado ao estudo e a outras actividades.
É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será
uma necessidade para o estudo das diversas matérias que compõem
o curso: A colocação de notas nas margens pode ajudar a estruturar
a matéria de modo que seja mais fácil identificar as partes que está
a estudar e Pode escrever conclusões, exemplos, vantagens,
definições, datas, nomes, pode também utilizar a margem para
colocar comentários seus relacionados com o que está a ler; a
melhor altura para sublinhar é imediatamente a seguir à
compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura;
Utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado
não conhece ou não lhe é familiar;
Precisa de apoio?
Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra razão, o
material de estudos impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas
como falta de clareza, alguns erros de concordância, prováveis erros
ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, páginas trocadas ou
invertidas, etc). Nestes casos, contacte os serviços de atendimento e
apoio ao estudante do seu Centro de Recursos (CR), via telefone,
sms, E-mail, se tiver tempo, escreva mesmo uma carta participando
a preocupação.
Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes
(Pedagógico e Administrativo), é a de monitorar e garantir a sua
aprendizagem com qualidade e sucesso. Dai a relevância da
comunicação no Ensino a Distância (EAD), onde o recurso as TIC
se torna incontornável: entre estudantes, estudante – Tutor,
estudante – CR, etc.
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As sessões presenciais são um momento em que você caro
estudante, tem a oportunidade de interagir fisicamente com staff do
seu CR, com tutores ou com parte da equipa central do ISCED
indigitada para acompanhar as sua sessões presenciais. Neste
período pode apresentar dúvidas, tratar assuntos de natureza
pedagógica e/ou administrativa.
O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30% do
tempo de estudos a distância, é muita importância, na medida em
que permite lhe situar, em termos do grau de aprendizagem com
relação aos outros colegas. Desta maneira ficará a saber se precisa
de apoio ou precisa de apoiar aos colegas. Desenvolver hábito de
debater assuntos relacionados com os conteúdos programáticos,
constantes nos diferentes temas e unidade temática, no módulo.
Tarefas (avaliação e auto-avaliação)
O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e
autoavaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é
importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues
duas semanas antes das sessões presenciais seguintes.
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não
cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do
estudante. Tenha sempre presente que a nota dos trabalhos de
campo conta e é decisiva para ser admitido ao exame final da
disciplina/módulo.
Os trabalhos devem ser entregues ao Centro de Recursos (CR) e os
mesmos devem ser dirigidos ao tutor/docente.
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa,
contudo os mesmos devem ser devidamente referenciados,
respeitando os direitos do autor.
O plágio1 é uma violação do direito intelectual do(s) autor(es). Uma
transcrição à letra de mais de 8 (oito) palavras do testo de um autor,
sem o citar é considerado plágio. A honestidade, humildade
científica e o respeito pelos direitos autorias devem caracterizar a
realização dos trabalhos e seu autor (estudante do ISCED).
Avaliação
Muitos perguntam: Com é possível avaliar estudantes à distância,
estando eles fisicamente separados e muito distantes do
docente/turor!? Nós dissemos: Sim é muito possível, talvez seja uma
avaliação mais fiável e consistente.
1 Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, propriedade
intelectual de outras pessoas, sem prévia autorização.
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Você será avaliado durante os estudos à distância que contam com
um mínimo de 90% do total de tempo que precisa de estudar os
conteúdos do seu módulo. Quando o tempo de contacto presencial
conta com um máximo de 10%) do total de tempo do módulo. A
avaliação do estudante consta detalhada e regulamentada de
avaliação.
Os trabalhos de campo por si realizados, durante estudos e
aprendizagem no campo, pesam 25% e servem para a nota de
frequência para ir aos exames.
Os exames são realizados no final da cadeira disciplina ou modulo e
decorrem durante as sessões presenciais. Os exames pesam no
mínimo 75%, o que adicionado aos 25% da média de frequência,
determinam a nota final com a qual o estudante conclui a cadeira.
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da cadeira.
Nesta cadeira o estudante deverá realizar pelo menos 2 (dois)
trabalhos e 1 (um) (exame).
Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizados
como ferramentas de avaliação formativa.
Durante a realização dasavaliações, os estudantes devem ter em
consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de
cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as
recomendações, a identificação das referências bibliográficas
utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros.
Os objectivos e critérios de avaliação constam do Regulamento de
Avaliação.
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UNIDADE Temática 1.1. Introdução, A organização e os Sistemas de Informação
Introdução
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10
O SCAISI (sistema de Conceitos para actividades de intervenção de
Sistemas de Informação) enquanto sistema de conceitos pretende
resolver problemas reais, sendo um instrumento que permite a prática
de actividades de intervenção de sistemas de informação, constituído
por um conjunto de modelos que sistematizam, arrumam e representam
o conhecimento necessário para levar a cabo essas actividades.
1. A ORGANIZAÇÃO E OS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
Neste sub-tema, revêem-se e arrumam-se alguns conceitos que
inicialmente, é apresentada a síntese das teorias organizacionais com
base nas quais se têm entendido as osganizações, seguidamente é
discutido o conceito de sistemas de informação como um projecto de
construção, são apresentados e relacionados os conceitos de modelo,
arquitectura e referencial.
Esta revisão pretende arrumar ideias e assumir opções relacionadas
com o papel dos sistemas de informação na organização.
1.1 A ORGANIZAÇÃO
Desde o início do século 20, vários autores pertencentes a diferentes
dóminios de conhecimento, Têm estudado e interpretado a organização
à luz de varias teorias (Ferreira et al 1996; Galbrith 1977; Hatch; Scott
1992).
Afirma como a organização é estendida e desenhada tem evoluído ao
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longo do tempo, e tem a ver com a teoria organizacional que lhe está
subjacente.
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1.2 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
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14
Das definições apresentadas na tabela 2.2 pode concluir-se que a informação
contribui para a criação de conhecimento. Dados, por seu lado são uma
apresentação de conhecimento na qual não está associado qualquer conceito
de utilidade tal como acontece na informação, por isso é de questionar a
necessidade da sua utilização e existência no contexto das organizações.
É também considerada e utilizada em muitas organizações como um
factor estruturante e um instrumento de gestão, bem como uma arma
estratégica indispensável para a obtenção de vantagens competitivas,
podendo ser o agente crítico que determina o seu sucesso ou
decadência.
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15
1.3 COMO A ORGANIZAÇÃO USA A INFORMAÇÃO
Segundo (Rascão, 2001) “A principal função dos SI nas Organizações
(SIO) é o fornecimento de informações para a respectiva gestão.
Considerando os diferentes níveis organizacionais, poderíamos referir
que a principal função dos SIO é a execução e controlo das actividades
organizacionais realizadas diariamente tendo em consideração o nível
operacional, a atribuição e controlo dos recursos, no nível intermédio;
a definição, implementação e avaliação das estratégias, na gestão de
topo.
Tendo em consideração que os SI para a Gestão não são apenas
tecnologia, apesar de todas as inovações e soluções que apareceram
nesta área, e que os SI englobam, para além da parte tecnológica, a
informação, as pessoas e os procedimentos organizacionais, é
importante sabermos que os gestores poderão sempre criar e
desenvolver SI manuais para apoio às suas actividades, apesar de ser
pouco prático devido ao crescente desenvolvimento da actividade
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económica e da quantidade de informação associada.
Devido a factores como a necessidade, a oportunidade, o potencial, a
imitação, a liderança, a diferenciação, etc., e também às pressões da
concorrência, do mercado, dos clientes ou dos próprios gestores,
justifica-se a aquisição de soluções no âmbito dos SI com recurso às
TIC, que sejam flexíveis para se adaptarem às frequentes mudanças do
mundo exterior que podem condicionar o desenvolvimento da
organização”.
Desta forma importa clarificar que os Sistemas de Informação não são
sinónimos de informática, sendo apenas uma parte automatizada de
sistemas de informação recorrendo as TICs (Tecnologias de Informação
e Comunicação).
1.4 TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO
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17
1.5 EVOLUÇÃO DO PAPEL DOS SIBC NA ORGANIZAÇÃO
Quando se utiliza o termo SIBC não se visa apenas um tipo de sistemas.
Os sistemas desenvolvidos hoje para as organizações englobam de uma
forma geral, mas do que um tipo de SIBC. Um SIBC pode ser bastante
abrangente, incluindo por exemplo, como filosofia estruturante, um
MIS por ser bastante abrangente, incluindo por exemplo, como filosofia
estruturante, um MIS e um EIS, para poder suportar o trabalho Humano
e a sua inserção na organização.
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Tabela 1 –sistemas de informação baseados em computadores
Actualmente, os SIBC são vistos também como reponsáveis pela
definição da estratégia da organização e encarados como um
ingrediente que permite garantir a competitividade da organização
(Galliers 1996).
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19
A evolução da contribuição do SIBC para a valorização da organização,
está estritamente relacionada com a evolução e utilização das TI´s.
vários modelos tem aparecido na literatura de forma a retratar a
evolução da adptoção e utilização das TI´s nas organizações.
Concluindo poder-se-a dizer que podem ser identificados três
momentos relaticamente a evolução da postura das organizações
perante a utilização das TI´s (Finkelstein 1998, Ward e griffths) 1996:
1- São usadas para actualizar processos existentes na
organização.
2- São usadas para suportar a organização em rede, interligando
quer as diferentes pessoas dahierarquia da organização, quer
eventualmente, a organização com os seus fornecedores e
clientes.
3- São usadas como um recurso estratégico para melhorar a
competitividade alterando a natureza ou o comportamento da
organização
1.6 A IMPORTÂNCIA DA MODELAÇÃO DE SISTEMAS DE
INFORMAÇÃO
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20
1.6.1 MODELOS
Um modelo, seja qual for a área de utilização, representa qualquer coisa
e é construido com o objectivo particular, podendo ser ou não,
aproprieado para diferentes utilizações.
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21
A figura abaixo apresenta e inter-relaciona os principais conceitos
introduzidos nesta seccção no contexto de um modelo de qualquer
realidade, seja ela a organização, um sistema de informação, um
produdo ou um projecto.
Figura 1 – Principais conceitos presentes na concepção de um modelo
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1.6.2 ARQUITECTURAS E REFERENCIAS
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23
A figura abaixo apresenta e inter-relaciona os principais conceitos
introduzidos no contexto de uma arquitectura. Neste figura permite
distinguir que se entende por modelo e arquitectura.
Figura 2 – Principais conceitos presentes na concepção de uma
arquitectura.
1.6.3 SISTEMA DE INFORMAÇÃO vs SISTEMA INFORMÁTICO
Toda empresa tem um sistema de informação;
O Sistema de Informação inclui dados, informação, hardware,
software, comunicações e peopleware2
Os Sistema de Informação não são sinónimos de Informática;
O Sistema informático é apenas a parte automatizada dos
sistemas de informação recorrendo as TICs – (Tecnologias de
Informação e Comunicação);
A informação deve ser entendida como um recurso que tem de
ser devidamente gerida.
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24
Sumário
Nesta Unidade temática 1.1 estudamos e discutimos fundamentalmente
itens relacionados com a organização e os sistemas de informação,
destacando:
1. Conceito de Organização e o papel das SIBC nas
Organizações;
2. Modelos e arquiteturas referenciais utilizados numa
organização;
3. Diferenciação entre o sistema de informação de sistema
informático.
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
1- Em termos teóricos nota-se que considerável número de Instituições
Públicas, no País, já têm quadros formados na área de SI/TIC, mas por
outro lado, é notável a ausência de resultados satisfatórios. Na sua
qualidade de um quadro da Licenciatura em Gestão e Informática pelo
ISCED, faça uma avaliação da situação, com base nos aspectos
iluminados pela cadeira de Gestão de Sistemas de Informação (GSI) e
sua própria percepção?
2- Qual é a importância de utilização de um modelo numa organização
a quando da implementação de um sistema de informação?
CASO DE ESTUDO
(BANCO DE CRÉDITO DO PERÚ - BCP)
O Banco de Credito de Peru se o mais antigo banco do pais, com mais
de 6 milhões de dólares americanos em activos, 210 agências ao redor
do mundo (incluindo uma em Miami, Flórida) e mais de dois milhões
de clientes. Responde por cerca de 25 por cento de todos os
empréstimos do sistema bancário peruano, 48 porcento do mercado
bancário corporativo do pais e entre 35 a 38 por cento do mercado
bancário de varejo/retalho ou venda direta ao consumidor.
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nos Sistemas de Informação das Organizações
25
Quando a economia bancaria peruana se abriu para os bancos
estrangeiros, o BCP teve dificuldades de manter os seus clientes e atrair
novos. Para reagir a este desafio depositou todas as fichas nos serviços
ao cliente. Primeiro implantou serviços bancários eletrónicos, para que
os clientes pudessem realizar mais transações nos caixas automáticos
ou em sua própria casa. Depois, estabeleceu links de internet com seus
clientes corporativos, alem de aumentar o número de funcionários em
todas as agências em 40 por cento e investir em programas adicionais
de treinamento.
Embora pagar o salario de um funcionário custe mais do que manter um
caixa eletrónico, a administração do banco achava um bom
investimento ter mais funcionários para interagir com os clientes. De
acordo com Guillermo Bustamente, Chief Information Officer do BCP,
cada vez que um cliente vai a agência bancaria e fala com um
funcionário, isso representa uma oportunidade de lhe vender outros
produtos e serviços financeiros.
Quando o cliente entra na agência, os funcionários do BCP precisam
dispor de maior número de informações possível a respeito dele, pois só
assim poderão aborda-lo de maneira inteligente. Muitos anos atras essa
informação não estava disponível. O banco tinha um armazém de dados
(data warehouse) com informações sobre todos os clientes, mas o
sistema era ineficiente e não podia ser ajustado para administrar cada
vez maior base de clientes. Segmentar (dividir em grupos menores
uniformes) o público era uma tarefa extremamente laboriosa. Era tao
demorada analisar os dados dos clientes que, no momento em que os
resultados eram tabulados (exposto para análise), já não refletiam a
realidade actual.
O banco de dados armazenava informações sobre os resultados de
campanhas de marketing específicas, mas não havia como correlacionar
esses resultados e segmentos de cliente, para descobrir em quais grupos
de clientes a campanha havia causado maior impacto. Em outras
palavras os dados eram essencialmente inúteis.
Comprar um novo hardware não era problema, porque os
equipamentos haviam se tornado uma commodity (disponíveis, baixo
custo para trabalho em paralelo) e eram relativamente baratos. A
administração poderia ter decidido fazer um upgrade no software de
gestão de base de dados para o data warehouse já em uso, mas os
custos seriam consideráveis (3 milhões de dólares) porque o software
da base de dados era caro e demandava atualização e manutenção
constante.
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nos Sistemas de Informação das Organizações
26
Em vez disso, a administração preferiu migrar para um data warehouse
baseado no software SGBD da Oracle. Implementar essas ferramentas
de SGBD custaria metade do preço do upgrade no software de gestão
de base de dados existentes, e os custos anuais subsequentes para
manter o software também custaria a metade do preço da outra opção.
Alem de reduzir os custos com sistemas de informação, o novo data
warehouse da Oracle mudou a maneira como o banco analisava e
segmentava os dados dos clientes. O data warehouse inclui
informações sobre quais produtos os clientes usam, a natureza do seu
relacionamento com o banco e a frequência com que eles interagem
com o banco. Com essas informações o BCP pode criar perfis para cada
cliente, identificando segmentos de clientes e oferecendo-lhes produtos
de maneira mais precisa.
O marketing do BCP, pode agora mediro impacto de novas campanhas
imediatamente, bem como monitorar as campanhas dos resultados
anteriores. Por exemplo, se o banco divulga um novo produto de cartão
de crédito, agora pode monitorar os resultados da campanha de
marketing ao longo de toda vida do cartão de crédito e, assim, descobrir
portadores lucrativos e portadores inadimplentes (aqueles que não
cumprem com as suas responsabilidades financeiras). Posteriormente,
esses resultados ajudam ao banco a projecto novas campanhas de
marketing de maneira mais inteligente.
Outro benefício: o novo data warehouse permite o BCP lançar mais
campanhas de marketing com menos funcionários. Antes da migração
para o data warehouse da Oracle, eram necessários de cinco a dez
funcionários para lançar 20 novas campanhas de marketing a cada ano.
Hoje, três funcionários podem criar e operar mais de 200 campanhas
anualmente.
O BCP também usa o data warehouse para descobrir novas
oportunidades de negócios. Por exemplo, informações pinçadas
(marcadas e não são visualizadas novamente) do data werehouse
alertaram a gerência de que seria possível gerar receita cobrando pelo
uso dos cartões débitos. Depois de analisar outros produtos pagos no
data warehouse, a administração descobriu que os clientes não se
incomodariam se o banco cobrasse um dólar mensal pelo serviço.
Sozinha, essa iniciativa levanta mais de 12 milhões de dólares por ano.
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27
3. Qual é o modelo organizacional que se pode aplicar no caso de do
banco de Peru?
UNIDADE Temática 1.2. Mudança Organizacional, seus componentes no
planeamento e implementação dos sistema de informação nas organizações;
1.2.1 OBJECTÌVOS ESPECÍFICOS
Ao concluir este capítulo o estudante deverá será capaz de:
Aplicar técnicas de gestão a mudança;
Com base nos diferentes tipos da mudança, sugerir a mais a
adequada a ser implementada na instituição seguindo
rigorosamente as etapas da sua gestão;
Identificar e usar estratégias no processo de resistência a
mudança;
Implementar na organização a melhor técnica de mudança
dependendo da situação em que a presença se encontra, esta
mudança poderá ser incremental, tecnológica, emergente e/ ou
radical.
1.2.2 O CONCEITO “MUDANÇA”
O Conceito da mudança pode ser compreendido como um processo de
reinvenção ou reestruturação da cultura, estratégia e/ ou estrutura
organizacional. Ou por outra este pode ser visto usando os seus sinónimos
como alteração, comuta, diferença, metamorfose, modificação, mutação,
permuta, transformação, transmutação e troca.
1.2.3 GESTÃO DA MUDANÇA
Segundo (Freire, 2006) “a mudança organizacional pode significar desde
uma alteração de posição no mercado, mudança na sua função social,
modificação no seu seccionamento
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28
estratégico com possível alteração na sua missão e visão e reavaliação das
suas práticas nos diferentes níveis de autoridade e responsabilidade. A
mudança é tida como processo natural ao longo da existência das
organizações. Para que um processo de mudança tenha sucesso, deve
existir liderança, confiança dos accionistas e tempo.
A mudança ocorre quando os indivíduos experimentam um novo
comportamento e aprendem novas habilidades para serem usadas no local
de trabalho. Algumas vezes isso é conhecido como intervenção, durante a
qual o agente de mudança implementa um plano específico para formação
dos gestores e colaboradores (formação de equipas, pesquisa de feedback,
entendimento de processos, actividades de liderança) ”;
1.2.4 O PROCESSO DE GESTÃO DA
MUDANÇA
A gestão da mudança nas organizações surgi sempre na necessidade da
dinamização dos processos institucionais visionando a melhoria e a
eficácia dos mesmos, alocando recursos de forma a transformar a
organização. Não obstante a outros processos, o processo de mudança está
condicionado a factores por um lado naturais (Cultura, aspectos sociais) e
por outro lado circunstanciais como necessidade de mudança, qualidade
de gestão, envolvente política, económica, tecnológica, ambiental e legal.
Normalmente, a promoção do processo de mudança, não acontece
simplesmente pela vontade de uma ou de outra pessoa mas sim, por
fundamentos que muitas das vezes vê-se reflectindo nos resultados de
carácter qualitativo ou quantitativo, reportados pelo meio envolvente
(accionistas e/ou pessoas interessadas no processo).
A Mudança organizacional encontrando-se dividida em três partes, uma
primeira onde se distingue e compara a mudança episódica com a
mudança contínua. Uma segunda parte, onde se apresentam três elementos
fundamentais que integram esta problemática: conteúdo, contexto e o
processo da mudança organizacional.
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nos Sistemas de Informação das Organizações
29
Analisando as questões de conteúdo e os factores que podem comprometer
os objectivos das acções de mudança, sejam estas bem ou mal sucedidas.
Seguida de uma parte onde se apresentam as questões de contexto, onde se
analisam as principais forças ou condições existentes nos ambientes
externos e internos da organização. Separando os elementos externos, tais
como regulamentos governamentais, avanços tecnológicos dos elementos
internos, grau de especialização, a tecnologia existente, experiências de
mudanças anteriores e nível de descomprometimento organizacional.
Apresentam-se várias respostas para implementar mudança com sucesso
nas suas componentes internas e externas, conduzindo ao
comprometimento dos elementos contextuais em diferentes ambientes
organizacionais. Por último, analisam-se as questões relacionadas com o
processo de mudança, ou seja, apresenta-se um conjunto de acções que
podem ser tomadas no decorrer da implementação de um processo de
mudança e quais as respostas dos profissionais a tais acções.
Na terceira parte analisa-se a resistência à mudança, onde são apresentados
vários estudos que apontam a resistência como o elemento fundamental na
falha de processos de mudança organizacional. Termina com uma reflexão
sobre os sistemas de informação e a mudança organizacional
1.2.5 MUDANÇA
ORGANIZACIONAL
A mudança organizacional por definição de Porras e Robertson (1992)
representa um conjunto de teorias, valores, estratégias e técnicas
cientificamente estruturadas com o objectivo de uma mudança planeada
no ambiente de trabalho, com o propósito de elevar o desenvolvimento
individual e o desempenho organizacional.
Existem vários tipos de mudança, esta pode ser vista como profunda ou
incremental, também designada por Weick e Quinn (1999) como
mudança episódica ou contínua, de primeira ou segunda ordem, ou
ainda como contínua ou descontínua de acordo com Nadler, Shaw,
Walton (1995).
A mudança profunda é de tipo estratégico, representando uma ruptura
com os padrões existentes. Sendo descontínua, encontra-se associada a
mudanças de longo prazo conduzindo a uma mudança estratégica. A
mudança incremental possui um carácter mais operacional
encontrando-se relacionada com os sistemas, procedimentos, estruturas
ou tecnologias que têm efeitos de curto prazo nas organizações onde
são empreendidas, mas cujo impacto é
ISCED CURSO: GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO; 20 Ano Disciplina/Módulo: Diagnóstico e Intervenção
nos Sistemas de Informação das Organizações
30
de grande importância para o sucessoda organização.
1.2.6 TIPOS DE MUDANÇA
ORGANIZACIONAL
Dos vários tipos de mudança organizacional vamos detalhar os
conceitos defendidos por Weick e Quinn (1999) – mudança episódica e
contínua.
1.2.6.1 MUDANÇA EPISÓDICA
O termo mudança episódica ou muitas vezes designada por mudança de
segunda ordem refere-se a um conjunto de mudanças organizacionais que
tendem a ser pouco frequentes, descontínuas e intencionais. Ou seja, a
mudança episódica ocorre em períodos de divergência, quando a
organização está a afastar-se das suas condições de equilíbrio. Esta
divergência é o resultado do crescimento não alinhado entre a estrutura e
as procuras organizacionais.
Esta forma de mudança é chamada de episódica porque tem tendência a
ocorrer em períodos distintos, conduzida por factores externos, tal como a
tecnologia. Este tipo de mudança é muito usual em organizações onde
existe uma grande interdependência entre as unidades e onde a eficácia
é o valor central da organização. Demonstram mais preocupação com
adaptação a curto prazo do que a longo prazo. Esta mudança é baseada
na imitação sob a presença de um conjunto forte de regras incorporadas
em subculturas fortes. Sevon (1996) reflecte nos seus trabalhos, sob a
tendência que os gestores deste tipo de organizações tem na adopção de
planos, já utilizados por outros que consideram ser estratégias de
sucesso para o crescimento. Este princípio pode conduzir a maus
resultados, uma vez que tal como descreve Quinn (1996), as
experiências de mudança bem-sucedidas quando contadas parecem
apresentar um caminho linear para atingir o objectivo da mudança.
Quando na realidade, o sucesso dessa mudança foi construído no dia-a-
dia, tendo-se efectuado ajustes contínuos, de acordo com o contexto em
ISCED CURSO: GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO; 20 Ano Disciplina/Módulo: Diagnóstico e Intervenção
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31
que a mudança é introduzida.
Outros actores defendem que a constante adaptação que este tipo de
organizações é obrigado a efectuar, acaba por conduzir a diminuições
de eficácia aumentando a pressão para a mudança entrando assim num
novo período de mudança.
Neste tipo de mudança temos de considerar como importante três
processos: inércia, lançamento da mudança e substituição. Inercia pode
ser definida como a incapacidade que as organizações têm de mudar
rapidamente acompanhando o ambiente envolvente. Esta incapacidade
é atribuída à estrutura pesada, à mudança de primeira ordem, às rotinas,
à cultura, à tecnologia, ao sucesso que a organização alcança na
manutenção da identidade. A inércia é o ponto central da mudança
episódica. O processo de substituição de pode ser definido como uma
forma muito simples, processo pelo qual uma identidade toma o lugar
de outra. Ou seja, o processo de mudança começa por definir o que
existe actualmente e depois determina o seu substituto. Esta é uma das
principais desvantagens deste tipo de mudança.
Porque a mudança episódica necessita de ao mesmo tempo quebrar o
equilíbrio e mudar para um novo equilíbrio, é lhe associada a ideia de
planeamento e de mudança intencional. A mudança intencional ocorre
quando um agente da mudança deliberadamente e de forma consciente
estabelece condições e circunstâncias diferentes das actuais e as consegue
implementar, através de um conjunto de intervenções e acções singulares
ou em colaboração com outras pessoas (Ford e Ford, 1995).
1.2.6.1 MUDANÇA CONTÍNUA
A designação mudança contínua é utilizada quando nos referimos a
mudanças nas organizações com um carácter de continuidade. A
principal característica da mudança contínua é o constante ajuste,
mesmo em organizações onde a interdependência entre unidades não é
elevada, a adaptação contínua representa um ponto de inovação
importante para ambientes futuros.
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nos Sistemas de Informação das Organizações
32
As dinâmicas associadas à mudança contínua são diferentes da
episódica. Alguns actores afirmam que os processos de mudança
contínua são construídos através de uma permanente redefinição das
características dos trabalhos. As respostas para a resolução das várias
situações do dia-a-dia são construídas no momento em que estas
ocorrem, e não através da aplicação de respostas baseadas nas rotinas
assimiladas. Tendo sempre em mente a certeza de que a mudança deve
ser uma constante.
As organizações que normalmente conduzem processos de mudança
contínua são aquelas construídas à volta de um clima de improvisação e
aprendizagem, onde são introduzidas modificações frequentes nas
formas de trabalho e de relacionamento. A improvisação ocorre quando
a diferença entre o planear e implementar é tão estreita que a
composição converge com a execução. Este tipo de organizações
caracteriza o processo de aprendizagem como a própria mudança. Ou
seja, a mudança continua é mais o resultado de um conjunto de
capacidades e de conhecimento adquirido do que propriamente de uma
acção especifica. A mudança não é apenas uma substituição, mas sim o
resultado do fortalecimento das capacidades existentes.
O modelo apresentado por Lewin para a mudança episódica não se
adapta à mudança contínua, uma vez que o problema não está no
descongelamento, mas sim em redireccionar o que está a ser
desenvolvido. No caso de organizações com inércia faz sentido a
sequência de intervenções: descongelamento, transformação e
congelamento. Mas no caso da mudança contínua a sequência mais
provável será congelamento, rebalanço e descongelamento. Onde
congelar apresenta-se como uma esquematização, o rebalanço como a
fase que permite à organização transformar problemas em
oportunidades. A fase do descongelamento permite retomar o processo
de improvisação e de aprendizagem agora de uma forma mais
consciente, mais resistente a possíveis
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33
problemas, e mais flexível na sua execução.
É importante referir que a mudança contínua utiliza uma lógica de
atracção e contrastando com a lógica de substituição na mudança
episódica. Tal como o nome indica, as pessoas mudam para uma nova
situação porque são atraídas para ela, puxadas para ela, inspiradas pela
mudança.
Kotter (2016) colocou a seguinte questão: a mudança é algo que se gera
ou é algo que se lidera? Gerir mudança é dizer às pessoas o que fazer
(lógica da substituição), mas liderar a mudança é mostrar às pessoas
como se pode ser (lógica da atracção). Quinn (1998) discute que grande
parte dos gestores de topo assume que mudança é algo que alguém que
tem autoridade faz a alguém que não têm autoridade. Esquecendo que
para se implementar um processo de mudança com sucesso é necessário
primeiro aplicar mudanças no próprio agente e líder. Para levar a cabo
uma lógica de atracção, o líder primeiro deve efectuar mudanças
profundas em si próprio, incluindo self-empowement. Quando estas
mudanças ocorrerem, os líderes comportam-se de forma diferente perante
aqueles que lhe reportam directamente e despertam novos comportamentos
nos que os seguem. Quando o modelo pessoal dos líderes muda é mais
provável que a mudança organizacional ocorra, recorrendo a ferramentas
como o diálogo e a identidade.
Assim, a mudança contínua é conduzida pela constante actualização e pela
incapacidade que as organizações têm para se manter estáveis/estagnadas.
A mudança é uma contínua mistura de modificações pró-activas e
reactivas guiada pelas propostas do momento, em vez de descontinuidadesintermitentes nos períodos de convergência
1.2.7 ETAPAS DA GESTÃO DA MUDANÇA
Segundo (John Kotter, 2009), “a contratação de um líder com o perfil
adequado a este tipo de processo exige que o mesmo tenha um conjunto
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de competências, entre as quais destacam-se, a experiência em situações
similares e grande capacidade de liderança.
Definição de objectivos estratégicos, após negociação com os
accionistas.
Envolvimento da organização nos objectivos, devendo o gestor
promover a sua descentralização.
Definição da nova missão da empresa.
Envolvimento de toda a organização na missão.
Constituir uma equipe/departamento de mudança.
Contratação de quadros necessários ao processo de mudança.
Dispensa de quadros não envolvidos no processo. Os
colaboradores não envolvidos neste tipo de acção, caso
permaneçam na organização, poderão ser uma importante
condicionante no sucesso da mudança.
Atribuição de poderes a um reduzido número de pessoas.
Não deverão ser delegadas autoridades.
Promover rápidas melhorias do desempenho, pois estas motivam
as equipes e dão credibilidade externa ao projecto.
Apesar da importância do líder, a organização terá que criar
condições, para não depender excessivamente deste gestor na
actividade corrente”.
Segundo (John Kotter, 2009), “existem 8 etapas para um processo de
mudança bem sucedido:
1. Criar um sentido de urgência – Ajuda os outros a verem a
necessidade de mudança e a importância de agir de imediato.
2. Trabalho de equipa – Certifique-se que há um grupo forte
orientando a mudança, com capacidade de liderança, linhas de
acção, credibilidade, capacidade de
ISCED CURSO: GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO; 20 Ano Disciplina/Módulo: Diagnóstico e Intervenção
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comunicação, autoridade, capacidade de análise.
3. Desenvolver a visão e a estratégia da mudança. – Esclareça como
o futuro será diferente do passado, e como se pode fazer que o
futuro seja uma realidade.
4. Comunicar para melhorar a compreensão – Certificar que é
possível compreender e aceitar a visão e a estratégia.
5. Motivar e capacitar aqueles que querem participar. – Remover
todas as barreiras possíveis, para aqueles que querem ajudar e
afastar os que estão contra o processo.
6. Obter pequenas vitórias – Produzir alguns sucessos com a maior
brevidade possível, ainda que não sejam consolidados, mas
permitem credibilizar o processo da mudança. Começa por
ganhar algumas batalhas, para depois vencer a guerra.
7. Não desistir – Ser exigente e mais rápido após os primeiros
sucessos. Ser implacável com a instituição da mudança passo a
passo, obstáculo a obstáculo, até a visão se tornar uma realidade.
8. Criar uma nova cultura – Assegurar a aplicação das novas formas
de comportamento, e certificar que se conseguiu, até se
confundirem com a própria cultura da organização, na qual se
expressa o modo de vida, o sistema de crenças e valores e a forma
de interacção e de relacionamento típicos de determinada
organização”.
1.2.8 RESISTÊNCIA À MUDANÇA
Segundo (Prahalad e Hame, 2005) “Em um sentido mais amplo, os
conceitos de globalização, lucro, competitividade e mudança fazem parte
integrante das decisões das organizações, que tem seus objectivos
voltados para a garantia da sobrevivência e crescimento sustentável no
mercado. Os paradigmas e a mudança são elementos que caracterizam a
flexibilidade de adaptação e a dinâmica de relacionamento com os
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indivíduos.
Nesse contexto, a mudança é influenciada por factores internos e externos
que se relacionam positiva ou negativamente. A mudança é caracterizada
pela implantação de um novo processo, o qual se faz necessário pela
intensa competitividade do mercado que cada vez demanda processos
mais rápidos, produtos com melhor qualidade e eficiência operacional. A
inovação surge como ferramenta de garantia de sustentabilidade das
organizações, para sua produtividade e lucratividade.
A estratégia da organização deve ser conciliada com a necessidade de
mudança, pois esta relação resultará na vantagem competitiva que a
organização deseja obter no mercado. A melhor adaptação a mudança
dará a flexibilidade necessária para que se estabeleça a diferenciação da
empresa no mercado, criando valor para o cliente e sustentabilidade para
a organização.
Assim segundo, a busca pela competitividade deve fomentar uma
reestruturação inovadora, diferente daqueles modelos amplamente
praticados. Como propõem (Prahalad e Hamel3), deve ocorrer uma
reinvenção dos sectores e regeneração das estratégias, com foco na
reavaliação de seus processos e atitudes. A adaptação da organização e
dos indivíduos para esse objectivo, constrói as bases de uma organização
bem estruturada”.
A resistência, por sinal, se destaca como um dos principais obstáculos
para a mudança. Os principais motivos são:
Aspectos lógicos dos indivíduos - onde se destacam os interesses
pessoais;
ISCED CURSO: GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO; 20 Ano Disciplina/Módulo: Diagnóstico e Intervenção
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37
Aspectos psicológicos - onde as atitudes emocionais tais como o
medo do desconhecido e a dificuldade de compreender a mudança
são factores determinantes;
Por último, são destacados os aspectos sociológicos, nos quais
prevalecem os interesses de grupos e factores sociológicos, como
valores sociais opostos.
Cabe ao gestor integrar os indivíduos e enfrentar as resistências que se
apresentarem a mudança, procurando envolver, negociar e manter uma
comunicação clara e objectiva com o grupo.
A resistência a mudança é um factor previsível e ao mesmo tempo
adaptável. Cabe a organização e principalmente ao gestor analisar,
compreender e envidar todos os esforços no sentido de alinhar os factores
determinantes da mudança, buscando o melhor resultado para as
organizações e para os indivíduos.
1.2.9 ESTRATÉGIAS DE MUDANÇA
A comunicação e educação são utilizadas quando é necessário
consciencializar sobre a mudança, sobre tudo aos usuários que podem
resistir á implementação. A educação é especialmente importante quando
a mudança envolve conhecimento técnico e que as pessoas não estão
familiarizadas com a ideia.
Esta estratégia consiste em preparar e treinar os empregados para os novos
procedimentos introduzidos pela mudança ou seja este processo deve
focalizar aspectos como: educação, comunicação, participação,
facilitação, apoio e negociação.
Sendo que:
Educação e comunicação – passam por educar as pessoas sobre
mudança usando discussões, apresentações públicas, memorandos
ISCED CURSO: GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO; 20 Ano Disciplina/Módulo: Diagnóstico e Intervenção
nos Sistemas de Informação das Organizações
38
e relatórios e/ou ainda vídeos de simulação. Apesar de este método
ter a inconveniência de exigir longos períodos de tempo ele tem a
vantagem de facilitar a adesão no processo.
Participação - deve envolver pessoas resistentes a mudança, a
participação destas pessoas irá concerteza lhes ajudar na
compreensão e comprometimento a mudança. Para além desta
poder auxiliar os gerentes a determinar problemas potenciais e
perceber a recepção dos empregados.A maior vantagem que esta
pode apresentar é o empenhamento de todos.
Facilitação e apoio – consiste no apoio emocional que se poderá
transmitir aos subordinados, sobre tudo quando há resistências
devido a problemas de ajustamento, ansiedade ou medo, assim se
conseguirá ajudar a ultrapassar os receios face a mudança.
Negociação – consiste basicamente na cooperação, usando a
conversação para conquistar a aceitação e aprovação de uma
mudança desejada.
O método não muito aconselhável mais que poderá ser usado é a
Coerção que significa que os gestores usam o seu poder formal para
forçar os empregados a mudar. Aos resistentes é dito para aceitar a
mudança ou perderão os benefícios a até mesmos os seus empregos. Ela
é necessária em situações de crise quando uma resposta rápida é
exigida.
1.2.10 CONTEUDO DA MUDANÇA
ORGANIZACIONAL
Para compreender o que se pretende abordar quando nos referimos ao
conteúdo da mudança organizacional serão apresentados alguns modelos,
que nos ajudam a perceber os factores que podem conduzir a mudanças
bem ou mal sucedidas
Alguns autores defendem um modelo que determina que a performance
individual e organizacional expressa a forma como se relacionam as
condições organizacionais e os seus efeitos resultantes. Neste processo de
caracterização identificaram dois tipos de dinâmicas inerentes aos reforços
de mudança bem-sucedidos: transformacional e transacional. Sendo que a
dinâmica organizacional encontra-se ligada às áreas relacionadas com o
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nos Sistemas de Informação das Organizações
39
comportamento dos profissionais e é uma consequência das pressões dos
ambientes internos e externos. Os factores da dinâmica transformacional
são a liderança, a cultura, a missão e a estratégia. Do lado da dinâmica
transaccional encontramos factores relacionados com as variáveis
organizacionais que influenciam o clima de trabalho de grupo, controlando
a motivação e a performance. Estas variáveis são as práticas de gestão, a
estrutura, as práticas, os procedimentos e habilitações individuais. Este
modelo é inovador no sentido em que distingue factores transformacionais
e factores transaccionais e sob este ponto de vista pode ser muito útil aos
gestores da mudança sobre os caminhos a tomar no que diz respeito à
mudança organizacional
Galpin (1996) propôs um modelo com nove fases, referindo a
importância de compreender a cultura organizacional como o reflexo
das suas regras, políticas, normas e hábitos. Assim enunciou as
seguintes fases:
Estabelecer a necessidade de mudança;
Desenvolver e disseminar a visão de mudança planeada;
Diagnosticar e analisar a situação corrente;
Criar recomendações;
Detalhar as recomendações;
Criar um protótipo com base nessas recomendações;
Preparar as recomendações para o roll-out;
Distribuir as recomendações;
Medir, reforçar e redefinir a mudança.
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40
Diagrama do Modelo de mudança organizacional
Sumário
Nesta Unidade temática estudamos e discutimos fundamentalmente
itens relacionados com conceitos da mudança organizacional:
1. Assimilação do conceito da mudança organizacional e seu
impacto
2. O processo da gestão da mudança;
3. Tipos e etapas da gestão da mudança;
4. Resistência a mudança, técnicas de redução; e
5. Estratégia da mudança.
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nos Sistemas de Informação das Organizações
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6. Modelo de mudança organizacional
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
1 - Diferencie os seguintes conceitos: Resistência a mudança; b) Gestão da
mudança; c) Informatização de uma instituição.
2 – Quantas etapas existem no processo de mudança? Nomeia-os.
3 – Argumente por suas palavras quais seriam os impactos não ausência de
educação e comunicação no processo da definição da estratégia da
mudança.
4 - Observando o caso de estudo do Banco de Perú, referenciado na
exercício da segunda unidade temática. Discuta a resistência a mudança,
como factor da frustração da implementação da tecnologia na função
pública, discuta também sobre o modelo de mudança organizacional.
UNIDADE Temática 1.3. Conhecimento Organizacional, classificação do
conhecimento organizacional
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS
Ao concluir este capítulo o estudante deverá será capaz de:
Compreender e aplicar as técnicas de conhecimento
organizacional;
Compreender a taxonomia do conhecimento;
Diferenciar as dimensões do conhecimento e alavanca.
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nos Sistemas de Informação das Organizações
42
1.3.1 INTRODUÇÃO
Junto com o ritmo de desenvolvimento sem precedentes de Tecnologia
da Informação e Comunicação (TIC) a sociedade humana evoluiu para
a era do conhecimento. Hoje, ninguém duvida de que uma melhor
gestão do conhecimento dentro da empresa levará à eficiência
aperfeiçoada, eficácia, inovação e vantagem competitiva. Como os
clientes exigem e recebem cada vez mais personalização dos custos
decrescentes a partir do conhecimento orientado para empresas do setor
privado, as pessoas passaram a esperar benefícios similares do setor
público. Como resultado, os indivíduos, instituições e governos estão
sendo obrigados a lidar com a natureza mutante do trabalho e
aprendizagem, bem como com as suas próprias expectativas de
mudança.
A gestão do conhecimento na sua forma atual recebeu uma atenção
significativa pela primeira vez, provavelmente, na década de 90,
quando as principais empresas do setor privado desenvolveram
procedimentos para garantir a efetiva geração, captação e divulgação de
informações, “know-how’’ e a promoção do conhecimento.
Organizações do setor público, principalmente as entidades
governamentais, são geralmente levadas em consideração para que,
mais tarde, possam adotar esta onda de gestão do conhecimento.
Entretanto, devido à pressão crescente para uma maior eficiência e
eficácia e a grande demanda de compartilhamento de conhecimentos
entre as diferentes entidades governamentais em diferentes níveis, bem
como lidar com essa tendência inevitável, o governo está rapidamente
acompanhando tais tendências e está plenamente preparado para colher
os benefícios gerados a partir dos programas de gestão do
conhecimento.
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nos Sistemas de Informação das Organizações
43
1.3.1 FUNDAMENTOS DE
CONHECIMENTO
Como ponto de partida na exploração dentro da esfera da Gestão do
Conhecimento, devemos primeiro olhar de perto a definição de
conhecimento em si e a definição do chamado conhecimento
organizacional.
Conhecimento é informação organizada aplicável para programar a
resolução (Woolf, 1990).
Conhecimento é informação que foi organizada e analisada,
tornando-a compreensível e aplicável à resolução de problemas
ou tomada de decisão (Turban, 1992)
Conhecimento é composto de e verdades e crenças, perspectivas
e conceitos, juízos e expectativas, metodologias e "know-how"
(Wiig, 1993).
Conhecimento é o conjunto de percepções ou insights,
experiências e procedimentos que são considerados corretos e
verdadeiros e, portanto, norteiam pensamentos, comportamentos
e comunicação de pessoas (Van derSpek e Spijkervet, 1997).
Conhecimento é o discurso sobre a informação para nortear
ativamente o trabalho da execução, a resolução de problemas e
tomada de decisão, a fim de executar, aprender e ensinar
(Beckman, 1997).
Conhecimento organizacional é informação processada
incorporada nas rotinas e processos que permitam ações. É
também conhecimento capturado por sistemas organizacionais,
processos, produtos, regras e cultura (Myers, 1996).
O conhecimento organizacional é a soma coletiva dos bens
centrados nos seres humanos, bens de propriedade intelectual,
bens de infra-estrutura e bens de mercado (Brooking, 1996).
As tentativas de definir o conhecimento aparentam refletir a natureza
multifacetada do próprio. É quase impossível ter uma única definição
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nos Sistemas de Informação das Organizações
44
que abrange todos os aspectos do conhecimento e, ao mesmo tempo,
recebe um consenso unânime, especialmente quando a incorporação do
conhecimento muda em diferentes níveis, tal como individual,
organizacional e social. Esta é a razão pela qual muitos autores têm
destacado a dificuldade de definir de maneira sucinta o conceito de
conhecimento, sugerindo que seria apropriado para evitar a imposição
de uma definição restrita, mas sim relacionar o conhecimento a um
“conceito de multicamadas, multifacetado”, que “possa impactar
diversas organizações de diferentes maneiras’’. Entretanto, pelo menos,
tomando “emprestado” estas várias definições apresentadas por
diferentes estudiosos, podemos concluir que o conhecimento é uma
mistura fluente de experiência estruturada, crenças, informações
relevantes e intuição de especialistas e, além de residir na mente
humana, o conhecimento pode existir em formas como os sistemas de
organização, processos, produtos e cultura, etc.
1.3.2 TAXONOMIA DO
CONHECIMENTO
O Conhecimento pode ser classificado de várias maneiras. As
taxonomias populares incluem o seguinte:
1.3.2.1 Conhecimento Proporcional e Perspectivas do
Conhecimento
De acordo com Joe Mokyr, o conhecimento útil pode ser dividido em
dois subconjuntos: um classifica os fenômenos naturais e regularidades,
chamado por ele de conhecimento proposicional. O outro é o
conhecimento que estabelece determinadas ações que constituem a
manipulação dos fenômenos naturais para as necessidades de material
humano, que é chamado de perspectivas do conhecimento.
a) Conhecimento Proposicional contém o que as pessoas costumam
chamar de “ciência” como um subconjunto, mas ao mesmo tempo ele
contém muito mais do que apenas ciência. O Conhecimento
Proposicional também contém conhecimentos práticos e informais
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nos Sistemas de Informação das Organizações
45
sobre a natureza, uma compreensão intuitiva da mecânica básica;
regularidades da natureza e até mesmo sobre coisas informais como
sabedorias populares etc.
b) Perspectivas do conhecimento têm a forma de técnicas ou
instruções. Eles residem tanto no cérebro das pessoas como em
dispositivos de armazenamento. Eles consistem de projetos e instruções
de como adaptar os meios para um fim bem definido. Eles podem ser
ensinados, imitados, comunicados e melhorados. O manual “como
fazer” é um conjunto codificado de técnicas. Uma adição ao conjunto
de perspectivas do conhecimento de uma sociedade seria considerada
uma "invenção".
1.3.2.2 Classificação Conhecimento
A taxonomia mais aceita sobre o conhecimento, introduzida por
Polanyi em 1966
e popularizada por Nonaka e Takeuchi, é a
classificação do conhecimento explícito e tácito. De acordo com estes
dois:
O conhecimento explícito é aquele que "pode ser expresso em palavras
e números, pode ser facilmente comunicado e compartilhado sob a
forma de dados brutos, fórmulas científicas, procedimentos codificados
ou princípios universais". Enquanto que o conhecimento tácito é
“altamente pessoal e difícil de formalizar”. “As percepções subjetivas,
intuições e palpites se enquadram nesta categoria de conhecimento”.
Sendo assim, o conhecimento explícito nas organizações é
normalmente encontrado em documentos e bancos de dados, enquanto
o conhecimento tácito é o que está na cabeça das pessoas. Mais
frequentemente, o conhecimento tácito ainda é baseado nas
perspectivas subjetivas, intuições e palpites e está profundamente
enraizado nas ações do indivíduo e na experiência e até mesmo ideais,
valores e emoções. Segundo Polanyi, o conhecimento que pode ser
expresso em palavras e números representa apenas a ponta do icebergue
de todo o corpo do conhecimento7 possível. O conhecimento explícito
é também por vezes chamado de
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nos Sistemas de Informação das Organizações
46
conhecimento formal, enquanto o conhecimento tácito é chamado de
conhecimento informal. No entanto, deve-se destacar que os nomes
associados não sugerem automaticamente diferentes níveis de
importância. Muitas vezes, por razões a serem discutidas
posteriormente, para que as organizações construam a sua
competitividade estratégica e de desenvolvimento a longo prazo,
conhecimento tácito é realmente mais importante que o conhecimento
explícito e deve, portanto, ser o foco dos programas de gestão do
conhecimento. A tabela a seguir ilustra algumas das principais
características destas duas formas de conhecimento, conforme
sugeridas por Nonaka e Takeuchio.
Conhecimento Tácito (subjetivo) Conhecimento Explícito
(objetivo)
Conhecimento da experiência
(corpo)
Conhecimento da racionalidade
(mente)
Conhecimento simultâneo (aqui e
agora)
Conhecimento sequencial (lá e
depois)
Conhecimento Analógico (prática) Conhecimento Digital (teoria)
c) Conhecimentos de Núcleo, Avançado e Inovador
Além das duas taxonomias do conhecimento já mencionadas acima, há
muitos outros tipos diferentes. Por exemplo, Michael H. Zach9, a partir
da perspectiva da função específica do conhecimento para vantagem
competitiva de uma organização classificou o conhecimento como
núcleo, avançado ou inovador. Para ele:
O Conhecimento de Núcleo é definido como competência mínima e
nível de conhecimento exigido apenas para "jogar o jogo". Possuir esse
nível de conhecimento e capacidade não garantirá a viabilidade
competitiva de uma organização a longo prazo, mas apresentará um
conhecimento básico da indústria para impedir à entrada. O
Conhecimento de Núcleo tende a ser comumente obtido por membros
de uma indústria e, portanto, oferece pouca vantagem sobre outros que
não sejam membros.
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47
O Conhecimento Avançado permite a uma organização ser viável
competitivamente. A organização pode ter, em geral, o mesmo nível,
competência ou a mesma qualidade de conhecimento que os seus
concorrentes, embora o conteúdo de conhecimentos específicos, muitas
vezes, varia entre os concorrentes, permitindo a diferenciação do
conhecimento. As organizações podem optar por concorrer no
conhecimento de frente na mesma posição estratégica, na esperança de
saber mais do que um concorrente. Eles podem escolher, em vez de
concorrer para essa posição, diferenciar o seu conhecimento.
O Conhecimento Inovador é o que permite a uma organização
conduzir sua indústria e concorrentes e de forma significativa se
diferenciar dos seus concorrentes. O Conhecimento Inovadorfrequentemente permite que uma organização possa mudar a regra do
jogo.
Por exemplo: Para Honda Motor Co., Ltd., para competir na
indústria automotiva, é definitivamente preciso saber projetar,
fabricar e vender carros, que é o conhecimento básico, que faz com
que permaneçam no jogo. No entanto, para sobreviver e dar lucros
nesta indústria altamente competitiva, também é preciso ter certas
vantagens em comparação com seus concorrentes, a fim de atrair
clientes para comprar seus produtos, o que requer conhecimentos
avançados sobre a produção de carros com custo relativamente
baixo e também com economia de combustível acima da média.
Mas, para o desenvolvimento e a competitividade a longo prazo,
tudo isso não é suficiente. Consequentemente, Honda cultiva seus
conhecimentos inovadores na área de motores. Eles afirmam não
ser simplesmente fabricantes de automóveis, mas sim, fabricantes de
motores perfeitos. E armados desse conhecimento inovador, além de
veículos para passageiros, têm outras séries de linhas de produtos
de grande sucesso que gira em torno de seus motores, e assim faz
com que a empresa se torne uma das mais bem sucedidas e
lucrativas dentro desta indústria.
Durante a apresentação desta unidade temática permaneceremos na
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nos Sistemas de Informação das Organizações
48
categorização do conhecimento através do conhecimento explícito e
tácito de Nonaka e Takeuchi. Isto é em parte porque sua categorização
é a mais popular na corrente de pesquisas e práticas de gestão do
conhecimento, e ainda mais importante, sentimos que a sua descrição
faria um trabalho melhor em compreender e revelar o fenômeno real e
os problemas da realidade atual de gestão do conhecimento.
1.3.3 DIMENSÕES DO CONHECIMENTO E ALAVANCAS
Quatro dimensões do conhecimento são comuns, e incluem:
Foco: o conhecimento é operacional ou estratégico? Obviamente, o
conhecimento operacional e o estratégico precisam ser tratados de
maneira diferente pelo processo de gestão do conhecimento. Ao mesmo
tempo, o conhecimento operacional e estratégico pode ter
manifestações externas ou internas, respectivamente.
Complexidade: O grau de complexidade do contexto que dá sentido e
faz com que o conhecimento seja útil, é também onde diferentes
esquemas de taxonomias entram em ação (ou seja, conhecimento tácito
versus conhecimento explícito).
Longevidade: A validade e os critérios do conhecimento. As pessoas
tendem a esquecer que, embora a "veracidade" do conhecimento possa
permanecer a mesma, sua “utilidade” provavelmente vai mudar ou
diminuir conforme o passar do tempo e as mudanças do ambiente. Isso
precisa ser considerado para a elaboração de qualquer programa de
gestão do conhecimento bem-sucedido.
Dinâmica: Como o conhecimento evolui. A própria definição de
conhecimento revela que ele é altamente dinâmico. Um programa de
gestão do conhecimento bem-sucedido precisa ter determinados
mecanismos para integrá-lo de modo a gerir e captar essa dimensão
dinâmica do conhecimento.
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49
Porque o conhecimento é complexo e dinâmico, embora se possa
encontrar facilmente a existência do conhecimento explícito em várias
formas prontas para o acesso (ou seja, livros, banco de dados, CDs,
fitas etc.), o conhecimento tácito existe em lugares que não podem ser
facilmente identificados . David J. Skyrme nos apresenta sete deles, aos
quais ele chamou, alavancas como a personificação habitual do
conhecimento existente dentro da organização ou é incorporado no
processo de suas diversas operações, bem como as atividades
fundamentais associadas à gestão do conhecimento na tabela seguinte:
Alavanca Atividades Principais
Conhecimento do Cliente Desenvolver relações de
compartilhamento do
conhecimento profundo.
Compreender as necessidades dos
clientes de seus clientes. Articular
as necessidades não satisfeitas.
Identificar novas oportunidades
Relações das Partes Interessadas Aprimorar os fluxos de
conhecimentos entre os
fornecedores, empregados,
acionistas, comunidade, etc. Usar
esse conhecimento para informar
as principais estratégias.
Insights no ambiente de trabalho Varredura ambiental sistemática,
incluindo política, econômica,
tecnologia, tendências sociais e
ambientais. Análise da
concorrência. Sistemas de
inteligência de mercado.
Memória Organizacional O compartilhamento do
conhecimento. Bancos de dados
de melhores práticas. Diretórios de
especialização. Documentos
online, procedimentos e fóruns de
discussão. Intranets.
Conhecimento em Processos Incorporação de conhecimento em
processos de negócios e gestão de
tomada de decisão.
Conhecimento em Produtos e
Serviços
Conhecimento incorporado nos
produtos. Produtos auxiliares ao
conhecimento; por exemplo, em
guias de usuário e serviços de
conhecimento intensivo
aprimorados.
ISCED CURSO: GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO; 20 Ano Disciplina/Módulo: Diagnóstico e Intervenção
nos Sistemas de Informação das Organizações
50
Conhecimento de Pessoas Feiras de compartilhamento de
conhecimento. Workshops de
inovação. Redes de especialistas e
aprendizagem. Comunidades de
prática do conhecimento.
Tabela de Sete alavancas do conhecimento
Com o entendimento associado destes dois aspectos, seria um ponto
positivo ao programa de gestão do conhecimento para minar estas areas
específicas e para ligar os resultados ao desenvolvimento estratégico a
longo prazo da organização.
1.3.4 GESTÃO DE CONHECIMENTO
A partir da perspectiva individual do conhecimento seria inútil e sem
sentido que possa ser transferido e adquirido por uma pessoa real e a
partir da perspectiva do conhecimento da organização seria inútil caso
não pudesse ser posta em aplicação quando necessária para os negócios
da organização. Portanto, seria de grande importância para uma
organização traçar estratégias para obter o conhecimento certo para as
pessoas, na hora certa e no formato correto. Conforme aumenta a
complexidade das organizações, juntamente a crescente dimensão e
âmbito das atividades de informação, devido ao desenvolvimento da
Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), de forma eficaz e
eficiente, a gestão do conhecimento torna-se uma necessidade urgente
de importância estratégica para as organizações modernas.
O Media Access Group on-line chamado Conhecimento Praxis
(www.media-access.com/main.html) define a gestão do conhecimento
como uma atividade de negócios com dois aspectos primários:
Tratar o componente do conhecimento das atividades de
negócios como uma preocupação explícita da empresa refletida
na estratégia, política e prática em todos os níveis da
organização.
Estabelecer uma ligação direta entre os ativos intelectuais de
uma organização - tanto explícito [gravado] como tácito [know-
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nos Sistemas de Informação das Organizações
51
how pessoal] - e os resultados positivos do negócio
Não obstante a dificuldade de estabelecer uma definição de consenso
para a gestão do conhecimento, pelo menos, o seguinte conjunto de
aspectos fundamentais em relação à gestão do conhecimento devem ser
identificadas:
É fundamental que o conhecimento seja usado e compartilhado
dentro das organizações e, se possível, armazenados em suas
formas mais explícitas.
A gestão do conhecimento não para somente na finalidadede
compartilhar; a gestão do conhecimento também deve ser
considerada como a facilitadora da inovação e da aprendizagem.
O propósito da gestão do conhecimento é tornar as organizações
mais eficientes e eficazes, e alinhadas com estratégias
organizacionais para apoiar a realização dos objetivos
organizacionais.
1.3.4.1 CONDIÇÕES PARA A GESTÃO DE CONHECIMENTO
Atualmente a gestão do conhecimento é um termo amplamente
utilizado, mas também aparenta dar origem a um certo grau de
confusão. Isto acontece porque parece que não há nada particularmente
novo no conceito, em certo sentido ele simplesmente representa uma
nova forma de mostrar as coisas boas que as organizações devem fazer
por uma questão de disciplina. Como é sugerido, a gestão do
conhecimento é simplesmente usar as ferramentas de gestão
estabelecidas (por exemplo, gestão de desempenho, recursos humanos,
novas oportunidades apresentadas por tecnologias da informação e
comunicação, etc) para aprimorar o compartilhamento de
conhecimentos dentro de uma organização e o mundo exterior. No
entanto, a realidade é que a concepção e implementação de um
programa de gestão do conhecimento bem-sucedido não é tão simples
quanto se pensa. Mesmo que todas as
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nos Sistemas de Informação das Organizações
52
“ferramentas de gestão estabelecidas” necessárias para a gestão do
conhecimento estejam disponíveis, isso não sugere que as organizações
devam presumir que a gestão do conhecimento acontece naturalmente.
Como mencionado anteriormente, hoje em dia ninguém duvida que
uma gestão do conhecimento aprimorada dentro das organizações
levará a uma melhor inovação e vantagem competitiva. Todos
concordam com a meta - melhor utilização do conhecimento, cuja
abordagem é extensivamente debatida.
Em um ano de estudo sobre as melhores práticas internacionais em
matéria de estratégia que as empresas adotam para maximizar o retorno
sobre seus ativos de conhecimento, Skyrme encontrou dois tipos de
estratégias. A primeira é fazer melhor uso do conhecimento já existente
dentro da organização, por exemplo, o compartilhamento das melhores
práticas. Assim, a primeira iniciativa de gestão do conhecimento de
muitas organizações (entre um terço e metade de acordo com
pesquisas) é de implantar ou melhorar uma Intranet. O segundo grande
impulso das estratégias focada no conhecimento é a inovação, a criação
de novos conhecimentos e ideias se transformando em valiosos
produtos e serviços. Esta é, muitas vezes, referida como a inovação do
conhecimento. Muitos gestores acreditam erroneamente que se trata de
Pesquisa & Desenvolvimento e criatividade. A pesquisa constatou falta
de criatividade nas organizações. O verdadeiro desafio é não perder
essas ideias criativas e viabilizar para que elas possam ser usadas. Isto
necessita de melhor inovação, conversão do conhecimento e processos
de comercialização. Esse impulso da estratégia é o mais difícil, mas, em
última instância tem o melhor potencial para o desempenho da
empresa.
Em uma revisão de 39 projetos de gestão do conhecimento no setor
privado, Tiwana (2000), identificou quatro grandes tipos de objetivos.
O primeiro tipo de objetivo era a criação de repositórios de
conhecimento. Esses projetos geralmente tomavam a forma de
programas de gerenciamento de banco de dados. Três tipos de bancos
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53
de dados foram identificados. O primeiro tipo focava em conhecimento
externo e ferramentas utilizadas como sistema de inteligência
competitiva que reunia informações de fontes externas. O segundo
abordava os mecanismos para uma melhor utilização do conhecimento
interno estruturado contido nos relatórios e manuais (captura de
documentos, por exemplo) e para a codificação do conhecimento tácito
interno. Esses bancos de dados estruturados internos, muitas vezes
contêm informações de clientes e de produtos, descrição de
apresentações de vendas específicas e táticas, e outras dicas que
ajudariam nas vendas e marketing. O terceiro tipo são os meios
informais de capturar o know-how e as lições aprendidas (ou seja, o
compartilhamento de conhecimento tácito interno), geralmente sob a
forma de arquivos de grupo de discussão usando ferramentas como o
Lotus Notes.
O segundo objetivo era aprimorar o acesso ao conhecimento. Estes
projetos focados no acesso e compartilhamento de conhecimentos. Uma
maneira era através da utilização de bancos de dados que são listas de
peritos externos (redes de peritos). Essas listas também poderiam
caracterizar competências internas, como um exemplo de uma empresa
de software cujos "rede de peritos", descreve mais de 300 tipos de
competências de conhecimento necessário para projetos de
desenvolvimento de software. O sistema é utilizado para combinar o
pessoal com projetos de desenvolvimento de software. Outras técnicas
envolvem tecnologias de comunicações avançadas, incluindo
videoconferência em computadores de mesa e ferramentas de
compartilhamento de documentos, para facilitar o compartilhamento
direto de conhecimentos e informações entre os colegas de trabalho.
O terceiro objetivo era aprimorar o ambiente do conhecimento. Os
projetos nesta categoria tentaram mudar normas e valores para
incentivar tanto a criação quanto o compartilhamento de
conhecimentos. Em parte, estas abordagens organizacionais tentaram
mudar o que é valorizado na organização. Por exemplo, uma grande
empresa de computadores tentou
ISCED CURSO: GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO; 20 Ano Disciplina/Módulo: Diagnóstico e Intervenção
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54
promover a reutilização de projetos de componentes, uma forma de
compartilhar conhecimento, para evitar a ação de "reinventar a roda,"
cada vez que desenvolvem um novo produto. Para que isso fosse feito,
eles passaram os valores corporativos para enfatizar a importância do
design rápido ("time-to-market (tempo de colocação do produto no
mercado)"), e minimizar a importância da originalidade do design.
O objetivo final era a gestão do conhecimento como um bem. Esses
projetos envolveram a criação formal de auditorias e métricas de gestão
do conhecimento no âmbito corporativo. Essencialmente, eles tentam
codificar o capital intelectual e relatá-los no balancete da empresa. Tais
projetos são parte dos esforços profissionais do gerenciamento e
contabilidade para entender e explicar bens intangíveis. Uma das
atividades mais recentes nessa área é a tentativa de elaborar medidas
contabilísticas que tratem do desenvolvimento de habilidades
("treinamento") como um investimento e não um custo.
1.3.4.2 O PROCESSO DE GESTÃO DE CONHECIMENTO
Figura de Processo de gestão de conhecimento 1
Analisando a classificação da evolução da Gestão do Conhecimento:
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55
Aquisição do Conhecimento, Armazenamento do Conhecimento,
Distribuição do Conhecimento e a Utilização do conhecimento;
podemos concluir que este processo tem toda uma evolução, desde da
sua concepção até o processo do ciclo que seria a sua utilização.
Segundo o autor (Kakabadse et al., 2003) “O conhecimento, portanto, é
desenvolvido através de um ciclo evolutivo. A partir da observação e
organização de dados, inicia-se um processo de aprendizagem, no qual,
a partir de dados estruturados, alcança-se o conhecimento particular,
isto é,pertencente a um indivíduo ou grupo de indivíduos. Tal processo
se encerra com o ganho de sabedoria, por parte do indivíduo, que cresce
com a experiência. Ao mesmo tempo, inicia-se o processo de rotina,
que se inicia com dados acerca de um contexto específico de
determinada organização, e, então, alcança-se a prática de uma
determinada tarefa”.
Figura de Processo de gestão de conhecimento 2
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56
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57
1.3.4.2.1 CONTRUÇÃO DE UM MODELO DE CONHECIMENTO
Figura de Construção de um modelo de conhecimento
1.3.4.3 OBSTÁCULOS, DIFICULDADES E EQUÍVICOS NA
GESTÃO DE CONHECIMENTO
Há vários desafios para a compreensão, organização e gestão do
conhecimento.
Um desafio técnico para o projeto humano e sistemas de
informações para organizar as informações, mas também para
reflexão. Está provado que a tecnologia da informação inspira a
visão das informações eficazes e de gestão do conhecimento,
mas não pode, sozinho, transformar a visão em ação.
Um desafio de gestão para criar um ambiente de
compartilhamento de conhecimento. Nós todos sabemos que
nesta nova era “o compartilhamento de conhecimento é poder”.
Mas simplesmente o lema em si não pode facilmente mudar a
opinião das pessoas de que “o compartilhamento de
conhecimento é poder”, especialmente quando eles pensam que
abandonar o próprio conhecimento possa vir a resultar em
desemprego.
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nos Sistemas de Informação das Organizações
58
Um desafio pessoal de estar aberto às ideias dos outros. O
desafio pessoal está ligado ao fato de que o conhecimento reside
na mente dos funcionários. O conhecimento é visto
principalmente como um bem intangível e deve ser gerido
através de uma abordagem cognitiva. Neste contexto, os meios
contextual e cultural são importantes para incentivar o
compartilhamento de conhecimentos e de comunicação.
Um desafio social para desenvolver as comunidades que
compartilham conhecimentos. As pesquisas em diversas áreas,
muitas vezes captam a força fornecida às pessoas por suas redes
sociais, sob o paradigma do capital social. No entanto, a relação
entre o comportamento da informação e o capital social
raramente tem sido realizada na pesquisa da ciência da
informação, embora os aspectos sociais relacionados com o
comportamento da informação são estudados. Mesmo se o
comportamento humano é uma área bem definida de pesquisa
em ciência da informação, a maioria dos estudos têm se
concentrado sobre o comportamento de informação individual.
Hoje se tornou evidente que o desafio social e as dimensões
sociais também devem ser apresentadas para fazer o retrato do
comportamento da informação e o compartilhamento coerente
de conhecimento.
De um modo geral, como qualquer programa de mudança, para
desenvolver uma nova abordagem à gestão do conhecimento é provável
haja alguma resistência, que poderá potencialmente retardar o programa
ou mesmo provocar seu fracasso. Para a gestão do conhecimento, os
seguintes obstáculos podem ser esperados por todas as organizações25:
A falta de convicção de que a mudança é necessária --- Caso
as pessoas não sejam devidamente informadas ou a finalidade e
os benefícios não sejam explicitamente explicados a eles, é
provável que encarem a situação atual como satisfatória e um
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nos Sistemas de Informação das Organizações
59
esforço para mudar como inútil e insatisfatório. Relacionados a
isso é o não gostar da mudança imposta. As pessoas se
ressentem de serem tratadas como objetos passivos e de terem
mudanças impostas, sobre as quais elas não podem expressar a
sua opinião. A crença de que o conhecimento refere-se apenas a
certos grupos ou posições e, portanto, é um assunto que a
maioria dos funcionários não precisam se preocupar. Uma
ênfase excessiva na tecnologia que deve ser encarada como um
facilitador e não um fim. No entanto, a “tecnofobia”, onde as
organizações estão preocupadas com a utilização de ferramentas
de tecnologia como apoio para o compartilhamento do
conhecimento, pode ser igualmente inibidor.
Medo do desconhecido - As pessoas não gostam de incerteza e
podem preferir um presente imperfeito a um futuro
desconhecido e incerto. A gestão do conhecimento requer um
nível de confiança dentro da organização para incentivar as
pessoas a compartilharem e se envolverem. Caso as pessoas
estejam incertas quanto ao futuro, elas estarão menos propensas
a isso.
Uma ideia persistente de que o conhecimento é poder - Este
fator pode ir para o coração da cultura organizacional, onde o
ambiente competitivo interno pode promover armazenamento
de conhecimento.
A falta de foco no negócio - Tratar a gestão do conhecimento
como um fim em si mesmo e criar um programa de gestão do
conhecimento, porque todo mundo está fazendo o mesmo, ou
porque pode valer a pena, posteriormente. Os projetos de gestão
do conhecimento tendem a ser bem-sucedidos se eles estão
ligados a questões de negócio real.
Estas são as barreiras e obstáculos comuns para a gestão do
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nos Sistemas de Informação das Organizações
60
conhecimento em todas as organizações. Mas parece que, além dos
desafios contextuais e culturais, há vários equívocos intrinsecamente
enraizados no âmago das organizações governamentais que têm
dificultado ainda mais a implementação bem-sucedida da gestão do
conhecimento. Estes, tipicamente, incluem o desconhecimento da
existência de novos conhecimentos que possuem organizações
governamentais, a falta de reconhecimento de que os funcionários
públicos são trabalhadores do conhecimento e preocupação insuficiente
sobre o conhecimento como um bem de importância estratégica. Mais
específicas às suas características singulares, na realização de
iniciativas de gestão do conhecimento, organizações governamentais
enfrentam também problemas como:
• Agenda política
• Restrições orçamentais
• Mudanças constantes na alta gerência, como o princípio da
democracia
1.3.4.4 QUAL É A DIFERENÇA ENTRE A GESTÃO DE CONHECIMENTO E
O QUE ERA FEITO ANTES?
a) Colaborar com as Ferramentas do Gestão Estabelecida ( Uma
Perspectiva Holística)
Como já discutimos anteriormente, alguns acreditam que não há nada
de especificamente novo no conceito de gestão do conhecimento e é
simplesmente o uso das ferramentas do gerenciamento estabelecido
(por exemplo, gestão de desempenho, recursos humanos, novas
oportunidades apresentadas por tecnologias da informação e
comunicação etc) para aprimorar o compartilhamento e criação de
conhecimentos de uma organização e o mundo exterior. Embora,
muitas das ferramentas de gestão estabelecida já existissem muito antes
do termo “gestão do conhecimento” passar a ser aceito pelos
estudiosos e profissionais, nenhuma das ferramentas de gestão
reconheceram claramente o CONHECIMENTO como o objeto de
gestão fundamental, como o fez a gestão do conhecimento.
ISCED CURSO: GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO; 20 Ano Disciplina/Módulo: Diagnóstico e Intervenção
nos Sistemas de Informação das Organizações61
Embora se possa afirmar que toda a sociedade sempre foi uma
sociedade de conhecimento e cada organização tem gerido
conhecimento no sentido de que tem utilizado o conhecimento - formal
e informal - no crescimento econômico e desenvolvimento social. No
entanto, a revolução da TIC no final do século 20 renova as maneiras
pelas quais o conhecimento pode ser criado, colhido, montado,
combinado, manipulado, melhorado e canalizado. Isso aumenta a
eficiência e a eficácia do uso de conhecimentos para o crescimento
econômico e o desenvolvimento na medida em que ele está se tornando
o principal fator de agregação de valor e de criação de riqueza na
economia de mercado. Mas, entretanto, como estamos apreciando a
conveniência e benefícios gerados pelo desenvolvimento das TICs e,
consequentemente, dos meios mais eficazes de gestão do
conhecimento, a crescente complexidade das organizações, juntamente
com a crescente dimensão e âmbito das atividades de informação impõe
novas exigências às operações de rotina de uma organização. Caso não
seja administrada com cuidado, os investimentos dispendiosos em TICs
para o estabelecimento de um sistema de gestão do conhecimento só
levariam a sobrecarga de informação/conhecimento, e possivelmente
até mesmo tornar a operação da organização menos eficiente e eficaz
do que era antes. Não importa o que, uma coisa é clara, nesta Era do
Conhecimento, criatividade e ideias inovadoras estão se tornando uma
fonte primária de vantagem, que só podem ser geradas através de uma
melhor gestão do conhecimento. Portanto, a gestão do conhecimento,
além de ser a mais recente adição à arena existente de ferramentas de
gestão para a administração organizacional, também carrega o potencial
de avançar substancialmente o desenvolvimento humano melhorando a
qualidade de vida. Somente a partir dessa perspectiva, na realização de
programas de gestão do conhecimento, que se faz necessário colaborar
iniciativas de gestão do conhecimento com algumas outras ferramentas
de gestão existentes, que estão intimamente relacionadas e, finalmente,
determinar o sucesso da gestão do conhecimento.
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nos Sistemas de Informação das Organizações
62
Para este efeito, foram identificadas as seguintes ferramentas de gestão
existentes, que precisam ser especificamente colaboradas com as
iniciativas de uma organização de gestão do conhecimento.
Gestão da Mudança
Iniciar um programa de gestão do conhecimento dentro de uma
organização é essencial para trazer mudanças para a mesma,
consequentemente, muitas das técnicas de gerenciamento de
mudança também se aplicam. Organizações não mudam por si
só. Quando as organizações são bem-sucedidas, elas tendem a
ser mais relutantes na receptividade de iniciativas novas que
potencialmente podem quebrar o “equilíbrio organizacional”. A
fim de promover mudanças dentro da organização, a alta
administração precisa criar "urgência para a mudança"; a fim de
implementar mudanças às equipes de gestão, deve encontrar
"fanáticos" e "campeões" dentro da organização, que realmente
acreditam nas novas ideias que serão trazidas para a
organização. Ao longo do caminho, horários, metas, sistemas de
medição devem ser estabelecidos. Essas ideias, originadas a
partir de gerenciamento de mudança, se aplicam a programas de
gestão do conhecimento.
Organização de aprendizagem
O conceito de organização de aprendizagem propriamente dito é
construído baseado em algumas das ideias de gestão da
mudança e é considerado como uma ferramenta de "alto nível"
de gerenciamento comparado à gestão de mudança. Em vez de
constantemente realizar iniciativas de gestão de mudança para
aumentar a eficácia e eficiência de uma organização, um
ambiente de aprendizagem, de preferência, pode ser
formalizado dentro da organização de modo que ele possa
aprender e constantemente transformar-se de acordo, por si só.
Na verdade, um componente das metas de gestão do
conhecimento é criar um ambiente de aprendizagem dentro da
organização, pois só assim o
ISCED CURSO: GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO; 20 Ano Disciplina/Módulo: Diagnóstico e Intervenção
nos Sistemas de Informação das Organizações
63
conhecimento pode ser compartilhado internamente e
externamente. Naturalmente, o conceito de organização de
aprendizagem também é perfeitamente aplicável à gestão do
conhecimento.
Gestão de Recursos Humanos
Gestão do conhecimento é gerir conhecimento. Especialmente,
o conhecimento tácito, que reside na mente das pessoas, e
“pessoas saem da organização”. Portanto, um programa de
gestão do conhecimento bem-sucedido exige uma gestão bem-
sucedida de recursos humanos. Para efetivamente implementar
um programa de gestão do conhecimento, os funcionários
precisam ser capacitados.
O sistema de recompensa efetivo, bem como mecanismos para
desviar a crença comum de que “conhecimento é poder” para
“compartilhar conhecimento é poder” também deve ser
estabelecida. Tudo isso necessita cooperar com o departamento
de RH e ser apoiado por técnicas de gestão de RH.
Liderança de Alta Gerência
Sem o total apoio da equipe de alta gerência quase nenhuma
iniciativa nova de administração poderia se tornar um sucesso
dentro da organização. O próprio conhecimento tem
características singulares e gestão do conhecimento como um
conceito relativamente novo de que a gestão necessita de uma
forma de apoio da alta gerência. Algumas das técnicas de
liderança de alta gerência que podem ser usadas aqui, podem
incluir a formulação de plano organizacional estratégico a longo
prazo. A alta liderança deve ser coerente com os programas de
gestão do conhecimento em curso, e demonstrar o seu
comprometimento com novas iniciativas. Os canais de
comunicação eficazes e, talvez, política de “porta aberta”
também devem existir entre a alta liderança e funcionários.
ISCED CURSO: GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO; 20 Ano Disciplina/Módulo: Diagnóstico e Intervenção
nos Sistemas de Informação das Organizações
64
Para resumir, todas essas ferramentas de gestão, já existentes,
constituem o recurso mais valioso dentro de organizações
modernas para a realização bem-sucedida das metas
organizacionais finais. Por esta razão, acreditamos que um
sistema de gestão do conhecimento bem-sucedido deve ser a
personificação dos conceitos acima mencionados e deve manter
uma visão holística de adotá-los com o propósito de aperfeiçoar
a gestão do conhecimento.
1.3.4.5 Quais São os Condutores para a Gestão do Conhecimento e
por que Precisamos de Gestão de Conhecimento no Governo?
a) Condutores de Gestão do Conhecimento
Como o regulador de mercado, as principais forças motrizes por trás da
gestão do conhecimento no governo são orientadas para o mercado. Os
principais fatores para a gestão do conhecimento no governo que
identificamos são os seguintes:
• O mercado está cada vez mais competitivo e a taxa de inovação
está em constante crescimento. A maioria dos atores principais,
no setor privado, está desenvolvendo seus próprios sistemas de
gestão do conhecimento. Sob este contexto, o conhecimento do
governo também deve evoluir e ser equiparado a um ritmo cada
vez mais rápido.
• As tendências atuais exigem que diferentes agências
governamentais em diferentes níveis colaborem e compartilhem
informações entre elas, o que exige um programa de
gerenciamento efetivo do conhecimento.
• A “reorganização” constante e atividades “terceirizadas”
(outsourcing) no governo significam que as relações em que o
conhecimento informal (tácito) é compartilhado são
frequentemente quebradas. Em certoscasos, algumas agências
governamentais também estão enfrentando uma situação
demográfica em que muitos de seus funcionários experientes e
bem informados, em breve, estarão aposentados. Geralmente,
leva-se tempo para experimentar e
ISCED CURSO: GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO; 20 Ano Disciplina/Módulo: Diagnóstico e Intervenção
nos Sistemas de Informação das Organizações
65
adquirir o conhecimento. Atualmente, com a expansão da base
de conhecimento, os trabalhadores estão munidos, cada vez, de
menos tempo em face com a curva de expansão de
aprendizagem. Um sistema de gestão do conhecimento bem-
sucedido ajudará a preservar o conhecimento, bem como
ajudará os funcionários a adquirir conhecimento de forma mais
eficiente e eficaz.
• A prática atual de governo eletrônico tem absorvido grande
quantidade de informações valiosas de primeira mão do cliente.
Obviamente, este tipo de informação deve ser processada,
transformada, criar novos conhecimentos e, em seguida, serem
devolvidas ao serviço de processamento das operações para a
formulação de melhores políticas.
• A inovação normalmente levará, com rapidez, à melhoria de
produtos e a serviços mais baratos. O governo está
constantemente sob pressão para aumentar sua eficiência e
eficácia. Para realizar isso, é requerido um sistema de inovação
que converta o conhecimento de forma eficiente e eficaz em
produtos, serviços e processos.
b) Necessidade de GC (Gestão do Conhecimento) no Governo
Embora se considere que o governo tenha adotado tardiamente a área
de gestão do conhecimento, naturalmente, ele não se pode dar ao luxo
de ignorar o engrandecimento que está transformando os interventores
no setor privado. Na história, os governos têm tradicionalmente uma
mão na evolução da ciência, capacidade da tecnologia e ideias, tanto no
desenvolvimento de conhecimento de base quanto no fornecimento de
infraestruturas: física e política, na qual o progresso das novas ciências,
tecnologias e ideias dependem. Não há nenhuma razão óbvia, indicando
que o governo ficaria para trás desta tendência de gestão do
conhecimento por muito tempo. Devido, também, à pressão sempre
existente para aumentar a sua própria eficácia e eficiência, os clientes
têm esperado uma maior personalização dos produtos e serviços a um
custo cada vez menor, eles são mais utilizados para a comodidade
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nos Sistemas de Informação das Organizações
66
trazida pelas TIC de hoje em dia e outras tecnologias relacionadas.
Essas foram realmente reveladas por uma série de recentes esforços
governamentais na promoção das ideias de gestão do conhecimento (ou
seja, Declaração do Milênio das Nações Unidas), em particular o
desenvolvimento do governo eletrônico em todos os diferentes níveis
de governo. Isso demonstra que o governo está se aproximando
rapidamente e está pronto para iniciar as suas próprias iniciativas de
gestão do conhecimento. Então, para ser mais específico, quais são as
necessidades mais relevantes da GC no governo?
Em primeiro lugar, para a administração pública mais eficaz e
eficiente. A gestão do conhecimento é necessária no governo por causa
da necessidade de uma administração pública mais eficaz e eficiente. O
governo é particularmente afetado pela prática ativa de gestão do
conhecimento, porque é uma organização de conhecimento intensivo.
Trata-se de informações e conhecimentos sobre os cidadãos, empresas,
mercado, leis, políticas etc. As organizações governamentais recebem
uma percentagem particularmente elevada de profissionais e
especialistas que comandam importantes domínios do conhecimento.
São as habilidades e especialidades das pessoas que fazem as funções
de governo sem sobressaltos. Contudo, pessoas saem do governo, como
manter e preservar o conhecimento residido nesses profissionais e
especialistas é de importância crucial para o governo continuar e
sempre oferecer produtos de alta qualidade e serviços aos seus
cidadãos, especialmente quando se estima que mais e mais funcionários
governamentais se aproximam da aposentadoria nos próximos anos.
Além disso, muitos “produtos” e “serviços” oferecidos pelo governo
são efetivamente entregues na forma de informações e conhecimentos
próprios. Com a “reorganização” constante e aumento de escala de
atividades de informação dentro do governo, evitar a “reinvenção a
roda” torna-se uma questão muito prática de economizar recursos e
melhorar a eficiência durante os trabalhos da administração pública. É
também evidente que o modelo tradicional burocrático do governo não
funciona muito bem na era do conhecimento atual. Tudo isso necessita
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nos Sistemas de Informação das Organizações
67
ser resolvido e melhorado através de novos mecanismos e práticas
gerados através de programas de gestão do conhecimento no governo.
Em segundo lugar, para o aperfeiçoamento dos princípios
democráticos da administração pública. A gestão do conhecimento é
necessária no governo também, porque melhorará alguns dos princípios
democráticos da administração pública. Utilizando os sistemas de
infraestrutura incorporados de TIC no governo, o programa de gestão
do conhecimento aumentará consideravelmente a acessibilidade e a
rastreabilidade das operações do governo e, portanto, por sua vez pode
levar a uma maior responsabilização. Entretanto, a resposta do governo
aumenta automaticamente, pois, por um lado uma maior acessibilidade
e responsabilidade caminham juntamente e por outro lado, os cidadãos
ganham o acesso a uma série de ferramentas mais convenientes e canais
que os permitem a garantia de serem ouvidos pelos seus agentes
públicos e representantes. Todos estes benefícios combinados também
levarão a uma maior transparência no governo. O maior acesso às
informações do governo pode ajudar a garantir que o público em geral
possa conhecer o que o governo faz e como trabalham. Em suma, um
governo mais democrático "oferece de uma melhor governança"
quando a aplicação de gestão do conhecimento se faz possível.
Em terceiro lugar, para a promoção do desenvolvimento humano. A
gestão do conhecimento é necessária no governo devido às perspectivas
do papel do governo na promoção do desenvolvimento humano. Nesta
era do conhecimento, o conhecimento é o recurso mais valioso para o
desenvolvimento da sociedade e da humanidade. Além de
simplesmente objetivar melhorar a eficácia e eficiência para a busca
dos objetivos da organização, na gestão do conhecimento mais amplo e
no mais importante sentido, também deve visar à promoção do
conhecimento da sociedade para que todos possam desfrutar de seus
benefícios. Algumas das funções essenciais do governo são de corrigir
as falhas do mercado e fornecer serviços e bens públicos que o setor
privado não forneceria. O conhecimento em si é um bem público. É um
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bem público, porque, a nível físico, pode-se compartilhar com outros,
sem perdê-lo e não é concorrente no consumo. A ação governamental
pode ter um grande impacto através da criação de uma estratégia global
e plano de ação para os sistemas de conhecimento de um país. Ela pode
servir como o corretor de conhecimentos para o compartilhamento e
criação de conhecimento, e dar o impulso para o desenvolvimento de
conhecimento da sociedade através da formulação de uma visão.
O país pode desempenhar um papel fundamentalna definição das
prioridades e metas e coordenar o desenvolvimento de um amplo
quadro conceitual baseado em uma abordagem sistemática. Governo
pode também iniciar um processo participativo que reúne múltiplos
resultados de maneira holística e estratégia do conhecimento nacional
centrada nas pessoas. Para esse efeito, a criação de programas de gestão
do conhecimento dentro das organizações do governo é também
necessidade de toda a sociedade. A característica que distingue esse
conjunto específico de programas governamentais de gestão do
conhecimento de todos os seus homólogos do setor privado é o
potencial de disseminação do seu impacto em toda a sociedade e a força
do feedback que ele gera através do crescimento e desenvolvimento. Os
programas de Gestão do Conhecimento no governo, se guiado pelo
objetivo de desenvolvimento humano, também pode melhorar a
qualidade e a segurança das vidas de todos os cidadãos.
1.3.4.6 Possíveis fracassos de Gestão do Conhecimento
Nesta era do conhecimento certamente é uma visão acanhada para
qualquer organização negligenciar a vantagem da gestão do
conhecimento. Mas, ao mesmo tempo, é preciso, também, salientar que
a gestão do conhecimento não é apenas uma nova ferramenta de gestão,
com superpoderes capaz de resolver todos os problemas dentro de uma
organização. Na verdade, a julgar por algumas das atuais práticas de
gestão do conhecimento, gestão do conhecimento também vem com
“custos agregados’’ e “consequências não intencionais". Algumas
desses incluem:
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nos Sistemas de Informação das Organizações
69
• A prática de gestão do conhecimento aprimorada vem com custos
agregados em termos de sobrecarga de informação e tempo
extra dedicado às atividades nesta área.
• A gestão do conhecimento é vista como uma vitória rápida, ao
invés de uma série de atividades coordenadas a longo prazo. Na
verdade, a menos que ela esteja firmemente incorporada na
cultura e no processo de organizações e recompensas e sistemas
de motivação adequados estejam bem delineados, as promessas
da gestão do conhecimento serão muito difíceis de serem
realizadas.
• Muita ênfase é colocada sobre a tecnologia e "interações
eletrônicas", enquanto muitos dos eficazes métodos “a moda
antiga” são completamente esquecidos e abandonados. A gestão
do conhecimento não significa apenas alta tecnologia.
Tecnologia é apenas um facilitador, a interação interpessoal
cara-a-cara é, também,muito importante.
• Mais ambicioso, com o alcance e a escala dos programas de
gestão do conhecimento na organização. O conhecimento é
muito difícil de gerir. Caso seja, completamente possível, é
melhor começar com um programa piloto de GC.
1.3.4.7 Equívoco – O perigo de "Mentalidade de processamento de
informação" como uma tendência da Atual Gestão do Conhecimento
Como já mencionado anteriormente, segundo Nonaka e Takeuchi; o
conhecimento existe em suas formas explícitas e tácitas. O
conhecimento explícito (ou informação) nas organizações é
normalmente encontrado em documentos e banco de dados enquanto o
conhecimento tácito é aquele que está na cabeça das pessoas. Como
resultado, a prática atual de gestão do conhecimento é normalmente
vista como um fenômeno duplicado. A primeira é a gestão do
conhecimento explícito, utilizando técnicas, tais como aquelas usadas
na disciplina de gestão de recursos de informação, às vezes, também é
chamado de “tecnologia lateral” ou o “linha-TI” da gestão do
ISCED CURSO: GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO; 20 Ano Disciplina/Módulo: Diagnóstico e Intervenção
nos Sistemas de Informação das Organizações
70
conhecimento. A segunda é a criação de um ambiente no qual as
pessoas possam desenvolver e compartilhar conhecimentos, por vezes,
esta também é chamada de “lado macio” ou “linha- pessoa” da gestão
do conhecimento.
O conhecimento explícito e a informação podem ser facilmente
escritos, codificadas e armazenadas em banco de dados. Para este tipo
de atividade, nós já adquirimos as habilidades necessárias e as mais
adequadas ferramentas. No entanto, este tipo de conhecimento é
dificilmente encontrado em uma organização competitiva. Apesar da
maioria das pessoas entenderem que o sucesso da gestão do
conhecimento deve confiar em ambas as partes, pelo fato de que hoje as
organizações estão tão de hoje, e a “competência central” do passado
pode muito bem se tornar a “rigidez do núcleo”. Apesar de um
programa de gestão bem-sucedido, sem dúvida, necessitar do suporte
da tecnologia uma vez que alguns dos conhecimentos explícitos devem
ser armazenados no banco de dados da organização, entretanto,
definitivamente, não deveria tornar-se o lado dominante exibido pela
“mentalidade de processamento das informações”. Talvez o melhor que
possa ser feito, e que está relacionado com a mentalidade de
processamento das informações ", é tornar parte do conhecimento tácito
explícito, e fornecer indicações para os especialistas (“a pessoa certa”)
que será capaz de colocar esse conhecimento em contexto e ajudar
aqueles que querem aplicá-lo.
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nos Sistemas de Informação das Organizações
71
Figura de conjunção dos conceitos formulados neste capítulo e nos
anteriores
Sumário
Nesta Unidade temática estudamos e discutimos fundamentalmente
itens relacionados com Gestão de conhecimento e seus processos,
destacando os seguintes aspectos:
1. Fundamentos de conhecimento
2. Taxonomia do conhecimento
3. Dimensões do conhecimento e alavancas
4. Condições para a gestão de conhecimento
5. Obstaculos, dificuldades e equívicos na gestao de
conhecimento
Exercícios deste tema
1- Sobre a gestão do conhecimento, assinale a alternativa correta.
A. A gestão do conhecimento trabalha de forma independente
com a cultura organizacional, pois ela não infuencia em sua
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nos Sistemas de Informação das Organizações
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dinâmica.
B. Na gestão do conhecimento, é valorizado o conhecimento
tácito deixando o conhecimento explícito para segundo plano.
C. Na implantação da gestão do conhecimento, deve-se deixar
claro que a experiência de uns não influenciou no trabalho de
outros.
D. A gestão do conhecimento deve ser partilhada somente com
as equipes de trabalho de modo que não interfira na
organização.
E. A gestão do conhecimento começa com a identificação de
quais conhecimentos são importantes para a organização.
2 - Analise as assertivas e assinale a alternativa que aponta as corretas.
Para se mapear o conhecimento organizacional se faz necessário o
entendimento dos pontos que delineiam a prática da Gestão do
Conhecimento nas organizações, que são:
I. Criação do Conhecimento, transformando o conhecimento tácito em
conhecimento explícito.
II. Utilização do conhecimento, podendo utilizar a tecnologia da
informação a seu favor.
III. Retenção do conhecimento, o de assimilar ou o de preservar o
conhecimento.
IV. Compartilhamento do conhecimento, com acesso a todas as pessoas
da organização.
A. Apenas I e II.
B. Apenas I, II e III.
C. Apenas I, II e IV.
D. Apenas I, III e IV.
E. Apenas II, III e IV.
3 - Relacione a Coluna 1 à Coluna 2, associando o tipo de
conhecimento (tácito ou explícito) às suas características.
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nos Sistemas de Informação das Organizações73
Coluna 1
1. Conhecimento explícito.
2. Conhecimento tácito.
Coluna 2
( ) Não é facilmente visível e explicável.
( ) Pode ser expresso em palavras, números ou sons, compartilhado na
forma de dados, fórmulas ou manuais.
( ) Pode ser rapidamente transmitido aos indivíduos, formal ou
sistematicamente.
( ) Possui duas dimensões: a primeira é uma dimensão técnica, que
engloba as habilidades informais e de difícil detecção, e a segunda
consiste em crenças, percepções, ideais e valores.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo,
é:
A.1– 1 – 2 – 2.
B.1– 2 – 2 – 1.
C.2 – 1 – 1 – 2.
D.2 – 2 – 1 – 1.
E.2 – 1 – 2 – 1
4- Segundo Takeuchi e Nonaka (2008), na gestão do conhecimento,
sistematizar e aplicar o conhecimento explícito e a informação é o
conceito de:
A.Externalização.
B.Permutação.
C.Internalização.
D.Combinação.
E.Socialização.
5- No que se refere a competências no âmbito das organizações, julgue
os itens que se seguem. No âmbito das competências gerenciais, a
competência é conceituada como o conjunto de conhecimentos,
habilidades e atitudes que justifiquem um alto desempenho.
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74
C.Certo
E.Errado
6- No que se refere a competências no âmbito das organizações, julgue
os itens que se seguem. Conhecimento é a demonstração do talento
particular na prática.
C.Certo
E.Errado
7- Cada vez mais as empresas trabalham com dados, informações e
conhecimentos. Uma organização cria e utiliza conhecimento
transformando-o de tácito em explícito e vice-versa.
Um dos 4 modos de conversão do conhecimento é:
A. Socialização: de explícito para tácito, procura compartilhar e
criar conhecimento através de experiência direta;
B. externalização: de tácito para explícito, procura articular
conhecimento explícito através do diálogo e da reflexão;
C. combinação: de explícito para explícito, procura sistematizar
e aplicar o conhecimento explícito e a informação;
D. internalização: de implícito para tácito, procura aprender e
adquirir novo conhecimento tácito na prática;
E. transferência: de explícito para tácito, procura sistematizar e
aplicar o conhecimento explícito e a informação.
ISCED CURSO: GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO; 20 Ano Disciplina/Módulo: Diagnóstico e Intervenção
nos Sistemas de Informação das Organizações
75
UNIDADE Temática 1.4 Actividade de Intervenção de Sistemas de Informação
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS
Ao concluir este capítulo o estudante deverá será capaz de:
Saber e aplicar as actividades de intervenção de sistemas de
informação;
Conhecer os sistemas de conceitos para actividade de
intervenção de sistemas de informação.
1.4.1 – INTRODUÇÃO
Tecnologias e sistemas de informação (TSI) é a designação usada neste artigo para
referir a área científica de enquadramento para aqueles que se interessam,
académica ou profissionalmente, pela adopção e exploração de tecnologias da
informação (TI) no contexto das organizações ou da sociedade. Também designada
por sistemas de informação ou sistemas de informação de gestão (management
information systems - MIS), esta área científica não é fácil de delimitar. Poderá
dizer-se que a área emerge como consequência da importância que as TI tem vindo
a assumir nas actividades humanas que envolvem alguma forma de processamento
de informação, particularmente no contexto organizacional, mas não só. A área está
alicerçada em saberes construídos em áreas da tecnologia (informática), das ciências
humanas (cognição, linguagem) e das ciências sociais (informação, comunicação,
comportamento organizacional, organização, economia). Ao longo dos anos, vários
debates têm posto em evidência a dificuldade em identificar “o” objecto desta área
científica e a grande (talvez exagerada) diversidade de métodos de I&D que são
usados nas actividades que visam expandir o corpo de conhecimento da área. Por
estas razões, a própria identidade da área científica tem sido posta em causa. De
qualquer modo são muitos os artigos que se debruçam sobre a sua natureza,
problemas e desafios (BANVILLE et al., 1989, KHAZANCHI; MUNKVOLD,
2000, NIEDERMAN, 2007, SIDOROVA et al. 2008, HARDAWAY; MATHIEU;
WILL, 2008, NEVO; NEVO; EIN-DOR, 2009) Para efeitos da caracterização da
área científica de TSI, vão ser distinguidos três aspectos complementares: (i) o
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nos Sistemas de Informação das Organizações
76
corpo de conhecimento da área; (ii) os métodos de I&D usados por aqueles que
contribuem para o desenvolvimento daquele corpo de conhecimento; (iii) as
actividades profissionais cuja capacidade para criar valor dependem daquele
corpo de conhecimento. Assume-se ainda que as actividades dos profissionais de
TSI constituem critério adequado para definir o âmbito da área científica.
Compreendendo as necessidades de conhecimento destas actividades será
possível delimitar o corpo de conhecimento da área. E também compreender a
diversidade de fenómenos/objectos de interesse e de métodos de I&D utilizados.
Assim, seguindo aquela perspectiva, apresentam-se e justificam-se as principais
actividades profissionais que são da competência dos profissionais de TSI, serão
apresentados os grandes grupos que constituem o corpo de conhecimento da
área e será apresentada uma justificação para a utilização de uma gama alargada
de métodos de I&D usados na produção de novo conhecimento cientificamente
válido.
1.4.2 – MISSÃO DOS PROFISSIONAIS DE TSI
A utilização das TI não é um fim em si mesmo. As TI são necessárias e úteis nas
organizações na medida em que contribuem para a sua eficácia, eficiência e
sustentabilidade. As TI são pois instrumentais nas actividades das organizações.
É no entanto inegável que os desenvolvimentos e inovações ao nível das TI têm
sido o motor de muitas das mudanças a nível das organizações e da sociedade.
Do mesmo modo que no século XVIII a máquina a vapor desencadeou a
evolução que levou às mudanças hoje em dia designadas por revolução
industrial, o computador moderno desencadeou no século XX a evolução que
nos trouxe para a sociedade da informação. Se no primeiro caso esteve em causa
a amplificação das capacidades físico-motoras dos seres humanos, o que agora
está em causa é a amplificação das suas capacidades cognitivas. Justifica-se
assim o emergir de uma nova área científica em que as TI são centrais a um
conjunto de fenómenos organizacionais e sociais e a um conjunto de
intervenções que, em última análise, estão relacionadas com o bem estar das
organizações e da sociedade.
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nos Sistemas de Informação das Organizações
77
As TI estão presentes em situações organizacionais que envolvem informação.
Trata-se portanto de situações de natureza humana e social já que a informação
é, também ela, um fenómeno humano e social. Lidar com a adopção e
exploração das TI nas organizações envolve pois um corpo alargado de
conhecimento de natureza multidisciplinar, abrangendo aspectos tais como: as
TI; a informação; os fenómenos humanos e sociais associados à produção,
processamento e utilização da informação; os fenómenos da adopção e
utilização das TI; aspectos comportamentais, ao nível dos indivíduos, dos
grupos, das organizações relevantes para os contextos da adopção e utilização
das TI e suas aplicações; os métodos técnicase ferramentas aplicáveis na
condução de actividades de gestão e de intervenção organizacional relacionadas
com a adopção e exploração das TI nas organizações.
A dinâmica da sociedade actual – simultaneamente consequência e causa dos
constantes desenvolvimentos das TI - e a complexidade da operação e da gestão
das organizações modernas coloca as organizações e a sociedade1, face a novos
problemas e desafios, directamente relacionados com as TI:
a) As organizações sentem a necessidade de se manterem aptas para
competirem com as suas congéneres, procurando utilizar práticas
organizacionais que configuram níveis de eficiência similares (ou superiores)
às dos seus competidores; esta eficiência é em grande parte afectada pelo
suporte proporcionado pelas TI;
b) Ao longo das últimas décadas têm vindo a emergir “pacotes” (packages)
de aplicações informáticas cuja aceitação alargada configura situações de
normas de facto aplicáveis a determinados segmentos de mercado; a sua
adopção e uso tornam-se assim um imperativo para as organizações;
c) São frequentes as inovações que viabilizam o aparecimento de novas
aplicações informáticas que, em muitos casos, levam a substanciais mudanças
no modo de organizar o trabalho;
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78
d) Outras inovações têm viabilizado novos negócios, nomeadamente aqueles
em que o produto negociado é informação;
e) A crescente globalização das actividades económicas cria novas
necessidades de interacção entre empresas e, consequente, a necessidade de
interoperabilidade das respectivas aplicações informáticas;
f) As constantes mudanças das configurações empresariais, com frequentes
fusões e autonomizações de unidades económicas, aumentam
significativamente os desafios de integração e de interoperabilidade das
respectivas aplicações informáticas;
g) A complexidade das plataformas e das aplicações informáticas, a
diversidade de produtos e a existência de diversos paradigmas de
implementação das plataformas e das aplicações cria situações de difícil
compatibilização, interoperabilidade, escalabilidade, capacidade de evolução
e manutenção;
h) Os computadores e as aplicações informáticas estão cada vez mais
presentes no dia a dia das pessoas, não só nos contextos de trabalho, mas
também nos de educação, lazer, entretenimento e ainda no relacionamento
entre pessoas e entre pessoas e empresas e instituições;
i) A evolução da sociedade e o crescimento da capacidade dos cidadãos na
utilização de meios informáticos criam novos comportamentos e expectativas
sociais com que as empresas têm que lidar.
É missão dos profissionais de TSI ajudar as organizações a lidar com estas questões
e a enfrentar estes desafios. Trata-se de profissionais cujo trabalho está relacionado
com as TI, mas cuja responsabilidade é sobretudo o de facilitar a contínua
transformação das organizações através da adopção e exploração de TI.
Transformações essas que se envolvem disponibilização de informação a situações
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nos Sistemas de Informação das Organizações
79
de trabalho intelectual (knowledge work) e cujo sucesso é medido pela satisfação
dos clientes da organização ou pelo desempenho da organização.
1.4.3 – TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO NAS
ORGANIZAÇÕES
Desde a sua introdução nas organizações, no final dos anos 1950 (EIN-DOR;
SEGEV, 1993), a utilização dos computadores no suporte às actividades
organizacionais tem vindo a alargar-se. Das aplicações iniciais focadas na
produção automática de resultados informacionais (processamento de dados ou
informação de gestão), a utilização das TI baseadas em computadores nas
organizações tem vindo a expandir-se para todas as actividades organizacionais,
abrangendo aspectos tais como:
a) Apoio à execução, em tempo real, das transacções organizacionais, quer
externas (transacções que envolvem interacção com os clientes, fornecedores
ou outras entidades do ambiente organizacional), quer internas (transacções
que envolvem interacção entre entidades internas à organização) -
processamento de transacções em tempo real (OLTP – on line transaction
processing);
b) Este tipo de apoio envolve a criação e actualização dos registos
organizacionais que reflectem a ocorrência das transacções e as suas
consequências no estado „das coisas‟ (state of affairs) da organização;
c) Alargamento da diversidade de canais para a realização das „transacções
comerciais‟ de uma organização, facilitando a disponibilização permanente
e globalizada do acesso aos bens ou serviços da organização (comércio
electrónico);
d) Produção automática de resultados informacionais, para uso externo ou
interno, quer numa lógica de informação para fins operacionais
(processamento de dados) quer na lógica da produção de informação de
gestão. Em ambos os casos está em causa a execução automática de
operações dedutivas;
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e) Disponibilização de plataformas de suporte à gestão, quer no que respeita
a acesso a informação sobre a situação da organização, quer no acesso e
utilização de modelos de decisão e de resolução de problemas, quer ainda
ao registo, divulgação e acompanhamento das decisões tomadas. De forma
geral poderão ser descritas como as actividades associadas ao comando e
controlo organizacional. Inclui-se no primeiro caso o suporte ao trabalho dos
gestores através da disponibilização de ferramentas de análise de
informação em tempo real (OLAP – on line analytical processing). No
segundo caso inclui-se o trabalho organizacional que envolve a simulação de
cenários alternativos, explorando de modelos de decisão ou algoritmos de
resolução de problemas e ainda os processos de tomada de decisão que
envolvem a participação de várias pessoas, nomeadamente através de
vários tipos de votações (sistemas de apoio à decisão). No que respeita à
divulgação de informação relacionada com decisões, inclui-se toda a
comunicação de 1 para 1 ou de 1 para muitos e ainda a memorização e
partilha de documentos que descrevem as decisões tomadas;
f) Recolha automática de informação dos mercados e dos concorrentes
numa lógica de vigilância competitiva (competitive intelligence);
g) Descoberta automática de padrões e tendências nos comportamentos de
clientes ou nos fenómenos relevantes do „negócio‟ baseada nos registos das
transacções organizacionais (descoberta de conhecimento em bases de dados
e data mining);
Coordenação do trabalho organizacional através do recurso a plataformas de
gestão do fluxo de trabalho que permitem orquestrar a execução do trabalho,
distribuindo tarefas a pessoas e aplicações informáticas, lidando com os
documentos associados à execução do trabalho (workflow management systems
e document management systems);
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i) Colaboração entre pessoas, através do estabelecimento de canais de
comunicação, formais e informais, e da partilha de documentos;
j) Relacionamento entre pessoas, envolvendo troca de mensagens e partilha
de documentos relacionados não só com questões estritas do trabalho
organizacional mas também com aspectos de interesse de grupos mais
restritos (por exemplos grupos profissionais) ou ainda manifestaçõesde
emoções e outras formas de relacionamento social;
k) Arquivo geral de informação da organização, nomeadamente de
documentos associados à execução do trabalho ou de qualquer outra
informação;
l) Viabilização de actividades organizacionais emergentes tais como a gestão
do relacionamento com os clientes (CRM – customer relationship
management) ou a gestão da cadeia de fornecimento (SCM – supply chain
management). Tais actividades organizacionais só são possíveis graças à
combinação de diversas capacidades computacionais e/ou comunicacionais
proporcionadas pelas TI;
m) Suporte ao estabelecimento e divulgação de boas práticas organizacionais
e ao desenvolvimento das capacidades de trabalho da organização na lógica
de preocupações organizacionais tais como design organizacional, qualidade,
gestão do conhecimento;
n) Suporte ao estimular das capacidades de inovação da organização através
da dinamização de interacções entre pessoas internas e/ou externas à
organização;
o) Amplificação das capacidades cognitivas individuais das pessoas através
de ferramentas informáticas para armazenamento, processamento,
distribuição, partilha, pesquisa e apresentação de informação utilizada a nível
individual;
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p) Prestação de contas aos accionistas ou à sociedade através da
disponibilização de informação sobre o estado da organização.
Faz ainda sentido referir o crescente espaço de negócio constituído por empresas
cujos produtos assentam essencialmente sobre informação – serviços de
informação - que, consequentemente, são utilizadores intensivos das TI. Esta
diversidade de papéis desempenhados pelas TI nas organizações convida a um
mudar de perspectiva sob o modo como as TI devem ser tratadas nas
organizações. Hoje em dia, qualquer que seja a actividade organizacional em
causa, envolve com certeza alguma forma de informação e, consequentemente, é
susceptível de contar com o envolvimento de TI. Assim, poderá dizer-se que
pessoas e TI simultaneamente cooperam e competem na execução de trabalho
organizacional. O design de estruturas de trabalho contempla assim a procura de
um equilíbrio, sempre provisório, na distribuição do trabalho entre aquelas duas
entidades com capacidade de executar trabalho.
O levar um pouco mais longe esta perspectiva conduz-nos ao conceito de mente
organizacional, uma exploração metafórica do conceito de mente aplicada às
capacidades intelectuais e cognitivas das organizações. Na mente organizacional
a execução das funções da inteligência – percepção, atenção, memória, produção
de pensamentos, raciocínio, conhecimento, utilização da linguagem,
aprendizagem, imaginação, inovação – está distribuída entre pessoas e TI. No
entanto, ao contrário do que acontece na mente humana, esta distribuição não
acontece espontaneamente.
Ela carece de atenção por parte de „organizadores‟ e „coordenadores‟, actuando
no âmbito de actividades tais como design e desenvolvimento organizacional,
gestão do conhecimento da aprendizagem e da inovação, ou ainda de outras
funções organizacionais. De notar que a cota parte de responsabilidade das TI na
mente organizacional tem vindo a aumentar. E continuará a aumentar fruto do
desenvolvimento de capacidades, actualmente ainda incipientes, resultantes da
combinação de aspectos tecnológicos tais como: raciocínio automático;
estabelecimento de associações entre
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informação dispersa (não só internamente à organização, mas também na Web)
pela atribuição automática de significado; novas formas de interacção com
dispositivos informáticos; exploração de redes sociais; computação ubíqua. Este
aumento do papel desempenhado pelas TI traduz-se não no assumir da execução
de funções organizacionais já existentes mas também no fazer emergir novas
funções organizacionais potenciadas pelas TI.
1.4.4 – CATEGORIA DE TI NAS ORGANIZAÇÕES
Os exemplos atrás referidos, ilustram diferentes formas de participação das TI
no trabalho organizacional. Por detrás das TI mais directamente perceptíveis no
contexto da execução do trabalho organizacional, outras formas de TI são
também necessárias. As TI organizacionais poderão assim ser enquadradas em
três grandes categorias, cada uma delas com exigências e preocupações
diferentes:
a) Aplicações informáticas
Nesta categoria incluem-se as tecnologias que participam directamente na
execução de trabalho organizacional. Tal como anteriormente foi referido, tal
envolvimento pode estar associado a qualquer forma de trabalho organizacional,
à viabilização de canais comerciais, automatização de tarefas informacionais,
extensão das capacidades cognitivas humanas, coordenação do trabalho ou
outros.
Muitos destes produtos informáticos são hoje em dia disponibilizados como
serviços, acessíveis a partir de browsers Web3. Por outro lado, o acesso a estas
aplicações envolve muitas vezes dispositivos terminais dedicados, fixos ou
móveis, concebidos especificamente para a situação em causa.
b) Plataformas para aplicações informáticas
O amadurecimento das tecnologias de informação levou ao aparecimento de
plataformas diversas que facilitam a criação e disponibilização de aplicações
informáticas. Poderão considerar-se vários tipos de plataformas, tais como:
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(i) tecnologias de armazenamento, recuperação, navegação e
interoperabilidade de informação. Incluem os sistemas de gestão de bases de
dados, de data warehousing, software OLAP; e também as normas,
protocolos e plataformas da Web semântica;
(ii) tecnologias de raciocínio e inteligência automáticos. Incluem software de
análise automática de registos (data mining) e outras formas de raciocínio e
aprendizagem automáticos baseados em técnicas de inteligência artificial;
(iii) tecnologias de visualização de informação e interacção humano-
computador. Inclui tecnologia que facilita a produção de representações
baseadas em informação recolhida, armazenada e processada pela
organização bem como tecnologia que facilita a criação de formas de
interacção entre pessoas e computadores por forma a que a utilização de TI
no âmbito do trabalho organizacional esteja tão ajustada quanto possível às
características do trabalho e das pessoas que participam na execução desse
trabalho.
c) Plataformas de computação e comunicações Inclui os dispositivos base de
computação e comunicações, incluindo servidores e equipamentos de
comunicações e respectivo software (p. ex.: sistemas operativos, software de
comunicações). Do ponto de vista do negócio, esta componente pode ser
apresentada como infra-estrutural. Aliás, tudo aponta para que a capacidade de
computação e comunicações se assuma cada vez mais como uma commodity, à
semelhança do que acontece, por exemplo, com a energia eléctrica (CARR,
2008).
Por forma a facilitar o modo como as capacidades de computação e
comunicações são disponibilizadas à organização, esta componente pode ser
tratada como um serviço. Teremos assim os serviços de computação e
comunicações. Tais serviços poderão ser geridos internamente pela organização
ou podem ser obtidos de entidades terceiras.
No primeiro caso, tais serviços poderão ser equiparados a outros serviços infra-
estruturais existentes nas organizações que visam garantir o bom funcionamento
de aspectos taiscomo instalações e
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commodities. Em qualquer dos casos pretende-se que a computação seja ubíqua,
i.e., que esteja disponível onde e quando necessário, quer em locais específicos
quer no contexto de actividades que envolvem mobilidade.
A figura abaixo apresenta estas categorias de TI numa disposição em camadas
que procura sugerir a existência de dependências entre elas. Com efeito, as
aplicações informáticas dependem das plataformas para aplicações informáticas,
e estas, por sua vez, dependem dos serviços de computação e comunicações.
Figura de Categoria de TI nas organizações
1.4.5 – ACTIVIDADES PROFISSIONAIS RELACIONADAS
COM AS TI
A perspectiva atrás apresentada, evidencia a omnipresença das TI na execução
do trabalho organizacional e sugere uma intrincada relação das TI com pessoas,
trabalho e estruturas organizacionais e sociais. Uma consequência desta
perspectiva traduz-se na necessidade de que praticamente qualquer pessoa na
organização, independentemente da carreira profissional em que se enquadrada,
possua competências básicas e uma cultura alargada sobre TI. Quer no que diz
respeito ao modo como as TI podem constituir-se como amplificadoras das
capacidades cognitivas quer no modo como as TI se aplicam às actividades
típicas do trabalho que essa pessoa executa.
A literacia digital é efectivamente um desafio da sociedade moderna, sendo a
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iliteracia digital um real obstáculo ao acesso ao mercado de trabalho. Esta
iliteracia manifesta-se particularmente naqueles que não são nativos digitais, nos
segmentos menos favorecidos das sociedades ditas desenvolvidas e nos países
em vias de desenvolvimento. As competências que correspondem a uma
literacia digital básica, não esgotam obviamente as competências necessárias
para garantir a disponibilidade e assegurar o bom funcionamento das TI e das
suas aplicações nas organizações. Estes aspectos das modernas organizações
exigem a participação de profissionais com competências científicas e
tecnológicas que envolvem as TI. Utilizando a classificação atrás apresentada
(ver figura 1), será possível identificar as seguintes actividades relacionadas com
o assegurar que a adopção e exploração das aplicações informáticas decorra de
forma adequada:
i. Actividades relacionadas com a disponibilização de aplicações informáticas
para suporte a situações de trabalho organizacional;
Inclui-se nesta categoria não só a obtenção, instalação, configuração de
aplicações, mas também a condução de mudanças nas formas de trabalho por
forma a enquadrar, de forma adequada, a utilização dos novos agentes
informáticos de trabalho e a consequente divisão de trabalho entre agentes
humanos e informáticos; Estas actividades envolvem sobretudo
conhecimento sobre as tecnologias das categorias a) e b) atrás apresentadas -
aplicações informáticas e plataformas para aplicações informáticas;
ii. Actividades relacionadas com a construção de aplicações informáticas ou
seja, a condução de projectos de engenharia de software que culminam com a
disponibilização de uma aplicação informática pronta a ser instalada para
posterior configuração e exploração;
A complexidade do software e da sua produção leva a que o desenvolvimento
de aplicações informáticas deva ser encarado como uma actividade
especializada que exige um conjunto vasto e específico de competências. Não
é uma actividade ao alcance de qualquer organização, sobretudo no caso de
organizações de pequena dimensão4. Não será, portanto expectável que a
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existência deste tipo de actividade na estrutura organizacionalseja regra5. Nas
situações em que tal existe, fará sentido enquadrar esta actividade ao nível de
actividades operacionais de suporte. Ou seja, actividades operacionais que
não correspondem às actividades primárias da organização6. Estará assim a
par de outras actividades operacionais de suporte como por exemplo: serviços
jurídicos, oficinas de reparação e manutenção de equipamentos, etc. s
competências para a construção de aplicações informáticas envolvem as
tecnologias das categorias a), b) e c) atrás apresentadas - aplicações
informáticas, plataformas para aplicações informáticas e serviços de
computação e comunicações;
iii. Actividades relacionadas com o estabelecimento e exploração dos
serviços de computação e comunicações que permitam a execução das
aplicações informáticas; A exploração deste serviços está associada a
capacidades infra-estruturais que, tal como já anteriormente referido, é
provável que, num futuro próprio, venham a ser generalizadamente
assumidas como commodities e obtidas por contratualização a entidades
externas às organizações;
Estas actividades envolvem principalmente a categoria c) de TI anteriormente
apresentada - serviços de computação e comunicações - podendo ainda envolver
algumas das plataformas da categoria acima b) - plataformas para aplicações
informáticas; Estas actividades vão aqui ser designadas por, respectivamente:
i) Desenvolvimento de sistemas de informação - DSI,
ii) Desenvolvimento de aplicações informática – DAI - e
iii) Gestão de serviços de computação e comunicações - GSCC.
Considerando o que foi já dito sobre a distribuição do trabalho organizacional de
natureza intelectual entre pessoas e TI, poderá ser estabelecido um paralelo entre
o que nas organizações é feito relativamente à gestão das pessoas e o que é
(deverá ser) feito relativamente à gestão das TI. Enquadram-se normalmente na
função de gestão de recursos humanos actividades organizacionais relacionadas
com: procura de pessoas com competências adequadas às necessidades da
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organização; contratação dessas pessoas; integração das pessoas na organização;
disponibilização de oportunidades de formação e treino por forma a que as
pessoas desenvolvam as suas competências ou adquiram novas competências;
avaliação do desempenho das pessoas.
No que diz respeito às TI fará sentido considerar aspectos tais como: estar atento
ao aparecimento de novidades tecnológicas; procurar aplicações informáticas
adequadas às necessidades e ambições da organização; planeamento de
intervenções que procurarão tirar partido das TI; avaliação do desempenho das
aplicações e do seu impacto na organização; gerir e controlar os riscos
relacionados com a utilização das TI. Assim, justifica-se uma outra actividade
organizacional relacionada com as TI e que corresponde à execução das
actividades de gestão acima descritas:
iv) gestão das TI (ou gestão das TSI - GTSI).
A gestão das TSI não se limita, no entanto aos aspectos acima referidos, mais
directamente relacionados com as TI. Enquadram-se também nesta função
organizacional outras tarefas de gestão cujo foco é a informação e os recursos
organizacionais envolvidos na disponibilização e exploração das TI,
nomeadamente pessoas, finanças e a infra-estrutura da organização. Em
termos gerais, a finalidade da gestão das TSI poderá ser apresentada como
incluindo o assegurar de: eficiente utilização das TI na organização;
adequada distribuição do trabalho organizacional entre pessoas e TI;existência de uma visão integrada e coerente da informação na organização;
adequada utilização da informação na organização.
A prossecução desta finalidade envolve tarefas tais como:
a) Criar e manter uma arquitectura da informação da organização – um mapa
da estrutura da informação organizacional quer informação transaccional
quer informação de gestão. A arquitectura da informação é normalmente
cruzada com a arquitectura de processos e actividades organizacionais
(operacionais e de gestão) levando à identificação de clusters de actividades
versus informação, permitido assim explicitar em que actividades
organizacionais a informação é produzida, actualizada ou utilizada.
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b) Criar e manter uma arquitectura das TI, incluindo aplicações e
plataformas para aplicações, e seu cruzamento com as arquitecturas referidas
no ponto anterior;
c) Planear intervenções de desenvolvimento organizacional focadas na
adopção de TI (planeamento de SI);
d) Conduzir intervenções de desenvolvimento organizacional focadas na
adopção TI;
e) Participar na contratualização da obtenção de aplicações informáticas ou
de serviços informáticos;
f) Zelar pela segurança e privacidade da informação, planeando e executando
as actividades necessárias para garantir tal segurança;
Uma parte das tarefas incluídas na GTSI, nomeadamente as relacionadas com a
criação e manutenção das arquitecturas organizacionais e com o planeamento de
intervenções organizacionais, podem ser vistas como fazendo parte do
planeamento de SI (PSI) que pode assim ser apresentado como a principal
componente da GTSI7.
Destas quatro actividades – DSI, DAI, GSCC e GTSI - duas delas correspondem
a responsabilidades nucleares dos profissionais de TSI, nomeadamente o DSI -
desenvolvimento de sistemas de informação - e a GTSI - gestão das TSI.
São actividades que estão indissociavelmente relacionadas com o negócio, a
organização e os aspectos humanos e sociais que lhe estão associados. As outras
duas, GSCC - gestão de serviços de computação e comunicações e DAI -
desenvolvimento de aplicações informáticas, embora envolvam também
conhecimentos sobre organização e gestão, ficam já fora da esfera mais restrita
das responsabilidades dos profissionais de TSI. A primeira, tal como o nome
sugere, tem a ver com a gestão de serviços. A segunda tem o seu espaço próprio
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normalmente designado por engenharia de software apesar de envolver uma
forte interligação com o DSI - desenvolvimento de sistemas de informação.
Haverá situações em que um projecto de DSI engloba um sub-projecto de DAI,
nomeadamente nos casos em que a opção escolhida para a disponibilização das
aplicações informáticas passa pelo desenvolvimento à medida.
Para além daquelas duas actividades nucleares da área de TSI, DSI -
desenvolvimento de sistemas de informação e GTSI - gestão das TSI, os
profissionais de TSI têm vindo a ser chamados a participar, ou até a conduzir,
outras actividades organizacionais em que as TI são elemento de grande
importância, nomeadamente:
1) Engenharia do trabalho dos processos e das organizações (ETPO) e;
2) Gestão do conhecimento organizacional (GCO).
A ETPO - engenharia do trabalho dos processos e das organizações é uma
actividade muito próxima do que normalmente se designa por design
organizacional. Visa o definir de estruturas de trabalho a vários níveis de foco: a
um nível mais elementar que poderá ser designado por situações de trabalho; ao
nível de processos organizacionais, envolvendo, portanto uma perspectiva
transversal de articulação do trabalho nas organizações; e finalmente ao nível
global das organizações, focando inclusivamente na distribuição de
responsabilidades por várias unidades organizacionais.
O envolvimento de profissionais com competências em TI na engenharia do
trabalho dos processos e das organizações resulta do facto de a execução do
trabalho organizacional, nomeadamente o trabalho de natureza intelectual, ser
assegurada por pessoas e por aplicações das TI. O design de estruturas de
trabalho carece, pois de conhecimentos sobre as TI e suas aplicações e potencial
de utilização nas organizações.
A GCO - gestão do conhecimento organizacional abrange um conjunto de
preocupações relacionadas a acuidade das funções da inteligência organizacional
- percepção, atenção, memória, produção de pensamentos, raciocínio,
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conhecimento, utilização da linguagem, aprendizagem, imaginação e inovação.
Também neste caso a necessidade de competências em TI resulta do facto de
estas funções serem asseguradas por pessoas e por aplicações das TI. Note-se
que só faz sentido considerar esta actividade em organizações onde as TI são já
usadas extensivamente, especialmente na viabilização da partilha de informação
e na mediação da comunicação organizacional.
1.4.6 – ACTIVIDADES DE TSI E OUTRAS ACTIVIDADES
ORGANIZACIONIAS
Uma das particularidades dos profissionais de TSI é que as suas actividades
envolvem uma forte interacção com outras actividades organizacionais. A
inevitabilidade de lidar com informação em qualquer forma de trabalho
organizacional – sejam enquadrado em actividades nucleares, de suporte ou de
gestão – e a corrente omnipresença das TI, levam a que isso aconteça. No
sentido de chamar a atenção para a diversidade de áreas organizacionais com
que os profissionais de TSI têm que lidar, apresentam-se de seguida algumas
funções organizacionais sendo feita referência às suas associações as TI.
1.4.6.1 Actividades nucleares
O impacto das TI nas actividades nucleares de uma organização atinge o seu
máximo quando estão em causa negócios viabilizados pelas próprias TI,
nomeadamente aqueles em que o objecto do negócio é informação – os serviços
de informação. No entanto, em qualquer outro negócio, as TI têm tido impacto
relevante nas actividades nucleares das organizações.
Nos parágrafos seguintes apresentam-se actividades, algumas das quais integram
a cadeia de valor tal como proposta por Porter (1985), onde tal impacto é
particularmente importante. Marketing e vendas – o conjunto de tecnologias que
viabiliza o que normalmente se designa por comércio electrónico corresponde
talvez à principal influência das TI nas organizações.
O comércio electrónico corresponde a um canal de marketing e vendas
adequado à actual sociedade globalizada. Por outro lado, o histórico das vendas
de uma organização (correspondendo aos registos acumulados ao longo dos
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92
anos) passou a ser explorado automaticamente, com tecnologias tais como o data
mining, à procura de padrões nos comportamentos de compra dos clientes o que
levou ao emergir de novas práticas e funções organizacionais viabilizadas pelas
TI, tal como a gestão do relacionamento com os clientes (customer relationship
management - CRM). Centro de contactos (contact center) – as TI baseadas em
computador que lidam com informação digitalizada permitiram a centralização
dos contactos de uma organização, permitindo juntar num mesmo posto de
trabalho contactos recebidos por diferentes canais, tais como telefone,fax,
correio electrónico ou carta postal. Foram assim viabilizadas práticas
organizacionais que garantem atendimento mais eficiente e tratamento
personalizado dos clientes e reforçam a possibilidade de gerir o relacionamento
com os clientes.
Logística – também a nível da logística, quer de entrada quer de saída, as TI
trouxeram profundas mudanças. As modernas práticas de logística – por
exemplo o que se designa normalmente por supply chain management (SCM) –
assentam numa sofisticada utilização da TI que envolve a interligação de
repositórios de informação de clientes, fornecedores e transportadores de bens,
bem como interoperabilidade entre as respectivas plataformas informáticas.
1.4.6.2 Actividades de suporte
Por actividades de suporte deverão entender-se as actividades organizacionais
necessárias ao regular funcionamento da empresa (as actividades nucleares),
mas que não têm a ver com a sua finalidade nem com as actividades
relacionadas com direcção ou coordenação (as actividades de gestão).
De entre as actividades de suporte destacam-se:
Comunicação interna – O correio electrónico tem vindo a tornar-se o meio
mais frequente de comunicação nas organizações, servindo para, sobretudo de
forma assíncrona, estabelecer canais de comunicação de 1 para 1 ou de 1 para
muitos. Em complemento com o correio electrónico, outras formas de
comunicação mediada por TI têm vindo a aparecer nas organizações e a mudar o
modo de comunicar internamente, quer a nível da comunicação formal quer a
nível da comunicação informal. Arquivo – Desde há já muito tempo que muitas
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organizações optavam por arquivar os seus documentos em suportes que exigem
menos espaço que o suporte original – o papel. Com a possibilidade de
digitalização dos documentos, aquela tendência naturalmente aumentou.
Acresce que cada vez mais os documentos chegam já em versão digital ou então
são digitalizados logo na altura em que são recebidos. Assim, a colocação de
documentos em arquivo nem chega a precisar de mudança de suporte.
Segurança – A segurança das organizações conhece hoje em dias novas
vulnerabilidades organizacionais e ameaças: intrusões, roubos de informação,
ataques às plataformas informáticas da organização. Com a agravante de que os
perpetradores destes ataques e roubos poderem estar à distância e apenas
detectáveis através de constante vigilância no ambiente informática da
organização. A segurança informática é, hoje em dia, uma vertente da segurança
das organizações que carece de crescente atenção.
1.4.6.3 Actividades de Gestão
A nível das actividades de gestão destaca-se o envolvimento de profissionais de
TSI nas seguintes actividades:
Planeamento estratégico - O estabelecimento de objectivos e metas a alcançar
bem como as estratégias a seguir para os atingir deverá considerar por um lado
as competências humanas existentes e necessárias e, por outro lado, o que as TI
permitem fazer. Quer as aplicações das TI já existentes nas organizações quer
outras passíveis de serem obtidas e disponibilizadas.
Vigilância competitiva (competitive intelligence) – A recolha de informação
sobre mercados, competidores e outros elementos do ambiente bem como o
tratamento de tal informação no sentido de identificar tendências e outros
padrões depende cada vez mais das TI.
Auditoria – Considerando que cada vez mais os registos organizacionais são
suportados por TI, o exercício de funções de auditoria carece de competências
de TI por forma a garantir a capacidade de verificar a autenticidade e validade
desses registos.
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94
Controlo – o fornecimento de informação para gestão, tipicamente no sentido de
controlo, esteve na origem do emergir do interesse pela utilização dos
computadores nas organizações – os sistemas de informação para gestão
(management information systems). Desenvolvimentos tecnológicos recentes –
incluindo data warehousing, OLAP (on-line analytical processing), sistemas de
informação para executivos (executive information systems) – dotaram os
gestores de instrumentos de trabalho que, literalmente, lhes permite navegar na
informação sobre o estado da organização.
Prestação de contas aos stakeholders (públicos ou privados) – A
disponibilização de informação que permita a todos os interessados acompanhar
a evolução do desempenho das organizações é hoje em dia, e graças às TI,
possível de realizar de forma bem mais frequente do que o que era possível
através de relatórios de actividades e de contas tipicamente actuais.
Coordenação – a coordenação de recursos – humanos, financeiros,
equipamentos, infra-estruturas – carece da existência de registos actualizados
das existências e das utilizações dos recursos. Grandes progressos foram feitos
nos últimos anos neste aspecto. Os pacotes de software normalmente designados
por ERP10 – enterprise resource planning – têm vindo a permitir uma visão
integrada da utilização dos recursos, eliminando múltiplos registos de
existências e de consumos e viabilizando uma melhor coordenação dos recursos
organizacionais. Por outro lado, sistemas de apoio à decisão adequados à gestão
de cada um dos diferentes tipos de recursos têm também contribuído para uma
maior capacidade de gestão e uma maior eficiência na organização.
1.4.7 – COMPETENCIAS NUCLEARES DOS PROFISSIONAIS
DE TSI
Será interessante comparar as actividades profissionais de TSI atrás
apresentadas com as competências de mais alto nível (high-level capabilities),
correspondendo aos principais resultados de aprendizagem na formação inicial
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(undergraduate) em TSI, apresentadas num recente estudo promovido pela AIS
(TOPI et al., 2010). Neste estudo foram identificadas sete competências
nucleares (ver tabela 1) que correspondem em grande parte ao que foi descrito
como sendo as principais actividades dos profissionais de TSI:
Competências nucleares da proposta da AIS
para o currículo de formação inicial em TSI
Actividades
profissionais em TSI
tal como apresentadas
na secção 5
AIS 1 Melhoria de processos
organizacionais
Corresponde
directamente à
actividade de ETPO,
sendo no entanto
razoável associá-la
também ao DSI.
AIS 2 Exploração de
oportunidades criadas
por inovações
tecnológicas
Esta competência é
transversal a todas as
actividades
profissionais de TSI
apresentadas.
AIS 3 Compreender e dar
satisfação a requisitos
informacionais
Esta competência está
claramente associada
a DSI. No entanto, é
possível associá-la
também ao DAI.
Aliás, no estudo da
AIS é apresentada
nesse sentido.
AIS 4 Conceber e gerir a
arquitectura
organizacional
Lidar com a
arquitectura
organizacional é uma
competência essencial
a nível da GTSI. É
também necessária
quando a actividade
de ETPO é conduzida
ao nível mais elevado,
i.e., ao nível da
organização.
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AIS 5 Identificar e avaliar
soluções alternativas e
formas de as obter
Esta competência
pode ser entendida a
dois níveis: 1) como
obter soluções
específicas no
contexto do DSI; 2)
decidir relativamentea opções de fundo a
nível global da
organização; por
exemplo, optar pelo
desenvolvimento
interno de aplicações
em alternativa à
aquisição de pacotes
ou contratualização de
software houses; ou
criar e manter uma
infra-estrutura para a
exploração das
aplicações em
detrimento da
contratação de
serviços externos de
alojamento (hosting)
de aplicações; neste
segundo sentido, a
competência poderá
corresponder à
actividade de GTSI.
AIS 6 Assegurar a segurança
da informação e de
infra-estrutura de
suporte
Pelo menos ao nível
mais geral (definição
de estratégia e
políticas) esta
competência
enquadra-se na GTSI
e na sua relação com
as actividades
organizacionais
associadas ao zelar
pela segurança da
organização.
AIS 7 Compreender, gerir e
controlar os riscos
associados às TI
Corresponde a
responsabilidades da
GTSI.
Competências nucleares do currículo de formação inicial em TSI proposto pela
ISCED CURSO: GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO; 20 Ano Disciplina/Módulo: Diagnóstico e Intervenção
nos Sistemas de Informação das Organizações
97
AIS e sua correspondência com as actividades profissionais em TSI.
Das várias actividades atrás identificadas, há uma que parece estar ausente do
estudo da AIS – a gestão do conhecimento organizacional (GCO).
Não necessariamente por ser excluída das responsabilidades dos profissionais
de TSI, mas provavelmente por ser entendida como uma actividade mais
complexa que não fará sentido abordar ao nível de formação inicial. Note-se que
a proposta da AIS para o curriculum em TSI ao nível de mestrado, publicada por
Gorgone et al. (2006), considera já a gestão do conhecimento como uma
actividade profissional emergente.
1.4.8 – ENGENHARIA E GESTÃO DE TSI
As actividades profissionais de TSI acima descritas partilham algumas
características comuns, nomeadamente:
1) Implicam lidar com questões tecnológicas com consciência plena do
contexto organizacional, humano e social que enquadra a adopção,
utilização e aproveitamento das TI;
2) Envolvem lidar com fenómenos/objectos de elevada complexidade;
3) Exigem também elevado nível de competência técnico-científica e
capacidade de aplicar abordagens rigorosas e sistemáticas fundamentadas
em conhecimento sobre os fenómenos organizacionais, humanos e sociais
relevantes.
No entanto, enquanto umas implicam acções de intervenção, conduzidas em
ambiente de projecto - típicas das profissões da engenharia - outras desenrolam-
se na lógica de acompanhamento contínuo de algum objecto de atenção –
característica das actividades de gestão. Assim, os profissionais de TSI poderão
ser apresentados como engenheiros e gestores de TSI, termos estes associados a
profissões que possuem as características acima referidas. Também ambas as
profissões se enquadram na categoria de profissões que envolvem design, no
sentido definido por Simon (1981, p. 129) – “[…] devis[ing] courses of action
aimed at changing existing situations into preferred ones.”. A engenharia e
gestão de TSI pode ser considerada
ISCED CURSO: GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO; 20 Ano Disciplina/Módulo: Diagnóstico e Intervenção
nos Sistemas de Informação das Organizações
98
uma profissão em consolidação, resultante da combinação e evolução de outros
perfis profissionais, nomeadamente:
1) Engenharia informática orientada para o desenvolvimento de aplicações
informáticas de suporte ao trabalho organizacional;
2) Gestão de recursos;
3) Gestão da informação;
4) Design organizacional.
Considerando a necessidade de combinação de competências das TI com
competências das ciências económicas e empresariais, não é de estranhar que a
formação de profissionais de TSI possa ser encontrada em instituições de ensino
superior associadas não só a escolas de engenharia e tecnologia mas também a
escolas de gestão e de negócios. Tal acontece em vários países no mundo
incluindo Portugal.
1.4.9 – CORPO DE CONHECIMENTO DA ÁREA DE
CIENTIFICA DE TSI
As actividades profissionais de TSI foram, no início deste artigo, consideradas
como constituindo critério apropriado para definir o âmbito da área científica de
TSI. Procura-se em particular identificar os grandes grupos do corpo de
conhecimento associado à área.
Neste corpo de conhecimento irão ser considerados os seguintes grupos:
i) fenómenos cuja compreensão e explicação é relevante para a área;
ii) métodos, técnicas e ferramentas da profissão;
iii) as TI em si mesmas;
iv) abordagens gerais à resolução de problemas e à forma de pensar.
1.4.9.1 Os fenómenos das TSI
Relembra-se que as actividades profissionais de TSI procuram contribuir para
que as organizações tirem proveito das TI para melhorarem o seu
ISCED CURSO: GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO; 20 Ano Disciplina/Módulo: Diagnóstico e Intervenção
nos Sistemas de Informação das Organizações
99
funcionamento. Assim, os principais fenómenos cuja compreensão é importante
para os profissionais de TSI abrangem as situações organizacionais que são
objecto de intervenção, a dinâmica da mudança em contexto organizacional (ou
da sociedade) e ainda as próprias acções dos profissionais de TSI pelas situações
que são objecto de intervenção pelos profissionais de TSI, temos em primeiro
lugar os fenómenos relacionados com a utilização da informação e, em
particular, os fenómenos em que a informação é suportada por TI.
Estes fenómenos são de natureza humana e social. Estão relacionados com as
capacidades cognitivas humanas, a linguagem, a aprendizagem, a comunicação,
a cooperação, mas também com a acção humana, nomeadamente acções a nível
intelectual. De entre estas salienta-se a tomada de decisões, pelo importante
papel que assume na gestão das organizações. Aquelas intervenções ocorrem
tipicamente no contexto das organizações e afectam a estrutura do trabalho e das
organizações. Relevam assim um conjunto de fenómenos de natureza social que
correspondem ao modo como as entidades que executam trabalho se organizam
por forma a serem eficientes no cumprimento da sua finalidade. Note-se que
estes fenómenos são também objecto de estudo em outras áreas, tais como
ciências cognitivas, ciências da linguagem, psicologia, ciência da informação,
ciências organizacionais, cibernética ou comportamento organizacional. O
envolvimento de TI, se considerado, será um factor adicional num estudo.
O conhecimento resultante será focado nos aspectos específicos de relevância
para a respectiva área científica e apresentada em tal contexto. Em segundo
lugar temos os fenómenos associados à estruturação de situações de trabalho e à
dinâmica da mudança destas situações. Desde o nível do posto de trabalho
individual, a situações mais abrangentes tais como os processos organizacionais
ou ainda a estrutura global da organização. Estruturação do trabalho e dos
recursos, reacção à mudança, aceitação de tecnologia, cultura organizacional,
inovação, difusão de tecnologia são exemplos de aspectos relevantes associados
a este conjunto de fenómenos. Também estes fenómenos são relevantes para
outras áreas científicas tais como psicologia, sociologia, comportamento
organizacional, economia.
ISCED CURSO: GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO; 20 Ano Disciplina/Módulo: Diagnóstico e Intervenção
nos Sistemas de Informação das Organizações
100
O terceiro conjunto de situações que importa compreender são as próprias
actividades dos profissionais - os processos de gestão e de intervenção que
conduzem no âmbito do seu trabalho profissional. Neste caso a compreensão
traduz-se normalmente em descrições e explicações dos factores que contribuempara o sucesso e insucesso das actividades de gestão e de intervenção.
1.4.9.2 Métodos, técnicas e ferramentas da profissão
O corpo de conhecimento da área científica de TSI inclui um conjunto de
métodos, técnicas e ferramentas usadas pelos profissionais de TSI no seu
trabalho. Métodos técnicas e ferramentas que os ajudam a representar os
problemas que enfrentam e as soluções que propõem ou que suportam os
raciocínios inerentes ao seu trabalho. A eficácia destes métodos, técnicas e
ferramentas depende obviamente da compreensão existente sobre o seu trabalho
e sobre os objectos da intervenção. Exemplos de tais métodos, técnicas e
ferramentas incluem:
1) modelos conceptuais e técnicas para organização da informação e do
trabalho organizacional, para diagnóstico de situações de trabalho, processos
e organizações;
2) modelos de processo para as actividades de intervenção;
3) linguagens para a representação da estrutura da informação, da estrutura de
situações de trabalho;
1.4.9.3 TI
Relativamente às TI, é incontornável que os profissionais conheçam bem a
tecnologia com que lidam e que procuram que as organizações utilizem da
melhor maneira. Há no entanto que ajustar tal conhecimento à missão dos
profissionais de TSI, diferenciando-o do conhecimento necessário a outros
especialistas em TI cuja principal responsabilidade é a construção de artefactos e
dispositivos informáticos.
1.4.9.4 Abordagens à resolução de problemas
Neste grupo enquadra-se conhecimento, de natureza geral. Geral porque dado o
ISCED CURSO: GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO; 20 Ano Disciplina/Módulo: Diagnóstico e Intervenção
nos Sistemas de Informação das Organizações
101
seu nível de abstracção é aplicável a um alargado conjunto de situações. Refira-
se em primeiro lugar a matemática enquanto linguagem com capacidade de
representar e operar sobre modelos diversos suportando raciocínios rigorosos.
Por outro lado, a complexidade dos fenómenos em causa e a necessidade de
abordagens abrangentes dos múltiplos factores relevantes para tais fenómenos
tem levado à adopção de abordagens sistémicas para representar os objectos de
trabalho e para sustentar os raciocínios de conceptualização e de design
inerentes às actividades do engenheiro e gestor de sistemas de informação.
Assim, ciências dos sistemas e formas de raciocínio sistémico integram também
o corpo de conhecimento dos engenheiros e gestores de TSI.
1.4.9.5 Integração de conhecimento
A ilustra-se o modo como os vários grupos de conhecimento acima referidos se
articulam e resultam num corpo de conhecimento que permite aos engenheiros e
gestores de TSI conduzirem as suas actividades profissionais com sustentação
científica. A figura procura ainda sugerir que muitos dos elementos deste corpo
de conhecimento não são exclusivos da área científica de TSI. Eles integram
também o corpo de conhecimento de outras áreas científicas que partilham com
a área de TSI alguns dos objectos de foco e interesse. Salienta-se a
multidisciplinaridade do trabalho dos profissionais de TSI na medida em que
envolve conhecimento produzido em várias disciplinas (áreas científicas) com
objectos de interesse significativamente diferentes e com métodos de I&D
também razoavelmente diferentes.
1.5 – SISTEMA DE CONCEITO DE ACTIVIDADE DE
INTERVENÇÃO SISTEMAS DE INFORMACAO
O SCAISI, Sistema de Conceitos para Actividades de Intervenção de Sistemas
de Informação, identifica duas realidades: a metodologia de intervenção,
representada através do SCAISI mi, e o objecto de intervenção que neste caso é
o Sistema de Informação (SI), representado através do SCAISI si. Inclui também
a definição de padrões de conhecimento sobre o SI para as diferentes práticas de
actividades de intervenção
ISCED CURSO: GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO; 20 Ano Disciplina/Módulo: Diagnóstico e Intervenção
nos Sistemas de Informação das Organizações
102
identificadas: Desenvolvimento de Sistemas de Informação, Planeamento de
Sistemas de Informação, Reengenharia de Processos Organizacionais e Gestão
para a Qualidade Total. A aplicabilidade do SCAISI foi ilustrada através da
análise de casos e validado através da opinião de um painel de especialistas. O
SCAISI serve como um instrumento de reflexão para intervenções, e contribui
para a resolução das necessidades associadas à prática deste tipo de actividades.
1.5.1 Metodologia para actividade de intervenção de SI
Figura dos Passos das actividades de intervenção de sistemas de informação e
potencial relacionamento
ISCED CURSO: GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO; 20 Ano Disciplina/Módulo: Diagnóstico e Intervenção
nos Sistemas de Informação das Organizações
103
Relacionamento entre os passos e as fases de um ciclo de SI em actividades de
intervenção
A recursividade aplicada as actividades de intervenção de sistemas de
informação
ISCED CURSO: GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO; 20 Ano Disciplina/Módulo: Diagnóstico e Intervenção
nos Sistemas de Informação das Organizações
104
1.6 – DIFERENTES TIPOS DE ACTIVIDADES
INTERVENCAO SISTEMAS DE
INFORMACAO
As actividades de intervenção de SI (Carvalho 1993) visam a mudança
organizacional, permitindo melhorar ou levar a cabo novas acções na
organização, que não eram até então possíveis e que se tornam exequíveis
devido à alteração ou, eventualmente, à criação dos seus sistemas de
informação.
As actividades de intervenção permitem que mudanças, quer de primeira, quer
de segunda ordem, sejam possíveis. Assim, as actividades de intervenção de SI
permitem corrigir erros, ajustando a realidade da organização a padrões
preestabelecidos, ou permitem responder a erros cuja razão questionaram,
levando à alteração das práticas da organização.
A figura abaixo enquadra a actividade de intervenção na mudança
organizacional de primeira e de segunda ordem. No entanto, neste trabalho, e
reconhecendo-se a necessidade que as organizações têm hoje de estar prontas
para a mudança, podendo mesmo provocar a mudança, como foi visto
anteriormente, considera-se que as actividades de intervenção de SI também
podem ter um papel fundamental neste tipo de mudança.
Uma actividade de intervenção altera, reformulando ou até mesmo criando,
novas actividades organizacionais que manipulam informação. Desta forma, os
SI assumem hoje um papel importante, acrescentando valor à mudança (Algeo
1997), uma vez que oferecem várias opções para reorganizar o trabalho na
organização (Hammer 1990). Por outro lado, e tendo em conta as suas
repercussões na organização, as actividades de intervenção de sistemas de
informação não devem ser desenvolvidas de uma forma isolada em projectos de
melhoria e de mudança da organização, mas sim, complementadas com outros
projectos, contribuindo desta forma para o sucesso da intervenção.
Projectos relacionadas com mudança cultural e formação dos seus agentes, com
mudança na própria estrutura tecnológica, com mudança no espaço de trabalho e
em fundos orçamentais, têm que ser
ISCED CURSO: GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO; 20 Ano Disciplina/Módulo: Diagnóstico e Intervenção
nos Sistemas de Informação das Organizações
105
levados a cabo quando são necessários para permitir a concretização da
mudança, com níveis altos de desempenho.
A mudança organizacional proporcionada pela intervenção, pode trazer mais
valor acrescentado à organização quando, associado à intervenção, há um desejo
de invenção e de inovação. A inovação é vista neste trabalho, não
necessariamente como algo que parte do inexistente e caracteriza a invenção,
mas como um conjunto de novasideias que permitem que certas acções sejam
realizadas de forma diferente. Inovação, no âmbito de actividades de intervenção
de sistemas de informação, não se limita a eleger diferenças a nível tecnológico,
pois estas cada vez são mais fáceis de copiar, mas a potenciar a concepção do
próprio sistema de informação.
1.6.1Actividades de intervenção
Na organização são utilizadas diferentes práticas para se alcançar a mudança,
dando-se especial ênfase aos SI, as quais se podem incluir em quatro essenciais
práticas: o desenvolvimento de sistemas de informação, o planeamento de
sistemas de informação, a reengenharia de processos organizacionais e a gestão
de qualidade total. Qualquer uma destas actividades, se designa neste trabalho,
por actividade de intervenção de sistemas de informação.
ISCED CURSO: GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO; 20 Ano Disciplina/Módulo: Diagnóstico e Intervenção
nos Sistemas de Informação das Organizações
106
a) Desenvolvimento de Sistemas de Informação
O desenvolvimento de sistemas de informação (DSI) (Avison 1993; Carvalho
1996) visa introduzir mudanças num particular sistema de informação de
forma a melhorar o seu desempenho. Inicialmente, o DSI caracterizava-se por
dar especial atenção à tecnologia na construção de SI para suportar
actividades organizacionais. No entanto, actualmente, é já atribuída
importância às pessoas da organização, reconhecendo-se a sua acção na
mudança organizacional. O DSI é geralmente composto pelas seguintes fases:
identificação e especificação de requisitos, desenho físico, codificação, testes
e implantação. O objectivo final
Práticas Padrões preestabelecidos Resultados mudança de primeira ordem
mudança de segunda ordem Actividades de intervenção do DSI é a
construção de um SI baseado em TI, ou a especificação dos requisitos a
contemplar pelo SI baseado em TI e proceder à aquisição deste no mercado.
b) Planeamento de Sistemas de Informação
O planeamento de sistemas de informação (PSI) (Avison 1993; Amaral 1994;
Ward 1996) visa ajudar a organização a atingir os seus objectivos através dos
seus sistemas de informação, e estabelecer como podem ser suportados pelas
TI. Poder-se-á assim dizer que o PSI liga os planos da organização com o
desenvolvimento de sistemas de informação, tentando evitar que os SI sejam
construídos de forma fragmentada. O PSI visa identificar o conjunto de SI,
que têm impacto e vantagem sob os concorrentes, e que permitem que as
organizações realizem os seus planos e atinjam os seus objectivos. O PSI
inclui assim todas as actividades que permitem identificar oportunidades da
utilização das TI para suportar a estratégia da organização.
É geralmente composto pelos seguintes passos (Ward 1996): início,
compreensão da situação actual e interpretação das necessidades da
organização, definição e actualização da informação e das arquitecturas dos
sistemas, determinação da estratégia de SI da organização, formulação da
estratégia de TI, preparação dos planos de migração.
ISCED CURSO: GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO; 20 Ano Disciplina/Módulo: Diagnóstico e Intervenção
nos Sistemas de Informação das Organizações
107
c) Reengenharia de Processos Organizacionais
Hammer, Champy e Davenport (Hammer 1990; Hammer 1995a; Hammer
1995b; Champy 1995; Davenport 1994a; Davenport 1994b) defenderam a
necessidade de adopção de uma aproximação radical no desenho dos
processos organizacionais, realçando a importância da inovação do processo
e o uso apropriado das tecnologias de informação, introduzindo a filosofia do
BPR (Business Process Reengineering) nos anos 90.
O objectivo do redesenho dos processos organizacionais é reduzir custos e
melhorar a eficiência e a efectividade da organização. As TI são vistas como
um meio que permite que inovações significativas nos processos sejam
atingidas e, por isso, devam ser tidas em consideração desde o início de
projecto de reengenharia. A implementação da prática BPR obriga a uma
mudança cultural da organização, onde é estabelecida uma mentalidade de
mudança radical.
Davenport (Davenport 1994a) propõe uma estrutura de cinco passos para
levar a cabo um projecto de BPR: identificar os processos para redesenho,
identificar os instrumentos de mudança, desenvolver uma visão das
actividades e dos objectivos do processo, compreender e estudar os processos
existentes, protótipo e desenho do novo processo
Gestão de Qualidade Total
Nos finais dos anos 80 assistiu-se, nos países ocidentais, a um movimento para a
qualidade através do TQM (Total Quality Management), (Khalil 1994; Vargas
1996; Juran Consulting 1999; Digest 1996; Packard 1995). Com este
movimento, incute-se na organização o princípio do processo contínuo de
melhoria, que tem como principal preocupação agradar o cliente. Para atingir
este objectivo, TQM identifica que as alterações aos produtos, aos processos de
fabrico, aos tempos de resposta, às encomendas, ao serviço pós-venda, etc.
podem realizar-se tendo em vista a melhoraria da imagem perante o cliente.
Apesar de não ser o seu principal objectivo, TQM considera que novos SI
devem ser redesenhados garantindo uma melhoria na qualidade do serviços aos
clientes. Desta forma, TQM vê os SI como o meio que permite a mudança
através do desenho de novos e correctos sistemas, e a utilização das capacidades
ISCED CURSO: GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO; 20 Ano Disciplina/Módulo: Diagnóstico e Intervenção
nos Sistemas de Informação das Organizações
108
das TI como um meio para a implementação de TQM com sucesso.
TQM baseia-se no ciclo PDCA (Plan, Do, Check and Act), onde novos ciclos se
repetem, iniciando-se pelo planeamento e baseando-se na aprendizagem que
advém da experiência durante a fase de actuação. Por esta razão pode-se
considerar que o ciclo PDCA contempla o processo de aprendizagem, sendo até
mesmo considerado por Senge a primeira onda da aprendizagem organizacional
(Senge 1990).
Ao TQM associam-se todas as actividades de certificação de qualidade levadas a
cabo hoje por várias organizações, como, por exemplo, as normas de
certificação ISO (International Standards Organization).
4.1 Análise comparativa das diferentes actividades
A tabela abaixo é o resultado de um trabalho que sintetiza e compara as
principais diferenças entre as actividades de intervenção analisadas.
Apesar de o DSI e de o PSI serem, geralmente, iniciados como tentativa de
resolver um problema vigente no seio da organização - reactiva, e o TQM e o
BPR serem iniciados como forma de atingir aquilo que se pretende para o futuro
da organização – pró-activa, poder-se-á dizer que qualquer um deles pode ser
usado em qualquer uma das formas.
No entanto, usar estas actividades para atingir o que se pretende para o futuro,
obriga, ao se considerar o SI, a não esquecer as opiniões, ideias e visões das
pessoas, podendo assim expandir-se a capacidade de criar os resultados
pretendidos.
DSI PSI BPR TQM
Objectivo Automatização
trabalho
Necessidades
de
informação
Forma de
trabalhar
Cliente
Principal
alvo
Sistemas de
informação *
Sistemas de
informação *
Processos Processos,
Produto
Âmbito da
mudança
Primeira
ordem
Primeira
ordem
Segunda ordem Segunda ordem
ISCED CURSO: GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO; 20 Ano Disciplina/Módulo: Diagnóstico e Intervenção
nos Sistemas de Informação das Organizações
109
Tipo da
mudança
Incremental Incremental Transformacional
(radical)
Transformacional
Papel SI/TI Fundamental Fundamental Intensifica o
papel
das TI
SI tem papel
importante
Modelo de
actividades
Identificação e
especificação
de
requisitos,desenho
físico, testes e
implementação
Avaliar
objectivos
e estratégia
da
organização,
análise e
requisitos de
informação
da
organização,
atribuição de
recursos
Identificação dos
processos e
instrumentos
de mudança,
desenvolvimento
de visões
de processo,
entendimento dos
processos
existentes,
projecto do
novo processo
Planeie, faça,
verifique, aja
* o sistema de informação é sempre baseado em TI
Tabela de Comparação das diferentes actividades de intervenção de SI
Esta nova filosofia vai além dos princípios do passado, onde a organização não
era construída para aprender, pelo contrário, era desenhada de forma a dar
sempre uma resposta preestabelecida, mesmo a diferentes perturbações. A figura
abaixo, tendo em conta o tipo de mudança que cada uma destas actividades
proporciona e o tipo de factores, internos ou externos à organização,
considerados, retracta a relação existente entre as actividades apresentadas.
É de notar que, tanto o PSI, como o TQM, e como o BPR, dão origem, na
grande maioria dos casos, ao DSI. Quer com isto dizer-se que resulta na
construção de sistemas de informação baseados em TI, podendo estes, no
entanto, ser desenvolvidos à medida ou comercializados.
ISCED CURSO: GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO; 20 Ano Disciplina/Módulo: Diagnóstico e Intervenção
nos Sistemas de Informação das Organizações
110
Figura de Posicionamento relativo das actividades de intervenção
Mas, na prática, observa-se actualmente uma proximidade entre BPR, TQM e
PSI, o que obriga a que não se possa negligenciar as implicações que se fazem
sentir entre eles, bem como, os reflexos que se fazem sentir na estratégia da
organização.
Quando o TQM visa a melhoria dos processos, a diferença entre este e o BPR
centra-se, essencialmente, no grau de mudança; o BPR visa mudanças mais
radicais que o TQM. Por outro lado, hoje, alguns autores (Amaral 2000; Cassidy
1998) defendem que, para acompanhar as constantes mudanças organizacionais,
o PSI deve deixar de ser considerado somente como o processo de suporte à
implementação da estratégia, mas também como um processo que se integra na
definição da estratégia. Deste modo, o PSI começa, de certa forma, a sobrepor-
se ao BPR, uma vez que visa também o desenho do processo.
Sumário
Nesta Unidade temática estudamos e discutimos fundamentalmente
itens relacionados com conceitos actividades de sistemas de
informação, destacando:
1. Missão dos profissionais de TSI
2. Tecnologias de informação nas organizações
3. Actividades profissionais relacionadas com as ti
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nos Sistemas de Informação das Organizações
111
4. Competências nucleares dos profissionais de TSI
5. Sistema de conceito de actividade de intervenção sistemas de
informação
6. Metodologia para actividade de intervenção de si
7. Diferentes tipos de actividades intervenção sistemas de
informação
8. Análise comparativa das diferentes actividades
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
CASO MAJOR LEAGUE BASEBALL- MLB
A Major League Baseball (MLB) opera as duas mais importantes ligas
de beisebol da América do Norte – a National League e America
League. Embora o beisebol seja um desporto, Major League Baseball
também é um grande negócio e depende da renda advinda dos
ingressos, transmissões televisivas e outras fontes para pagar as equipas
e aluguel dos estádios. Uma das funções da MLB, é ajudar a promover
e desenvolver esse negócio.
Ela tem, portanto seus próprios desafios organizacionais. Se os salários
dos jogadores mais cotados dispararem, os preços dos ingressos não
fica atrás. Então, em vez de ver os jogos ao vivo, muitos adeptos agora
preferem a televisão. E, embora algumas equipas continuam lotando
estádios, outras como o Pittsburgh Pirates, viram sua torcida minguar.
O Shea Stadium, estádio de New York Mets, teve apenas metade dos
assentos ocupados durante a maior parte da temporada de 2017.
A MLB usa a mídia tradicional – jornais, televisão e radio – para
divulgar os jogos, assim como as lojas de varejo e estádios para vender
os ingressos e suvenires (ex. cachecol, bonés, vuvuzelas, apitos,
camisetes, etc). Mas ultimamente ela tem dado ênfase ao uso da
internet e da tecnologia de informação. A liga agora tem uma
derivagem na internet e produção de alta tecnologia com sede em Nova
Iorque, a MLB Advanced Media (MLBAM), que supervisiona as
produções de vídeos da MLB, cada uma das 30 equipas que a integram
tem o seu site e não esta interligado com o próprio site da liga
www.MLB.com.
Era notório que não havia interação entre os adeptos a não ser quando
http://www.mlb.com/
ISCED CURSO: GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO; 20 Ano Disciplina/Módulo: Diagnóstico e Intervenção
nos Sistemas de Informação das Organizações
112
os mesmos se encontravam nos estádios; para saber mais sobre as suas
equipas os adeptos deslocavam-se a sede do clube para ver o catálogo
dos jogadores contratados e de saída, e é no estadio onde se encontram
as informações relacionadas com as jornadas (data, adversário, estádio),
as publicidades dos próximos jogos é feito nos estadios e nas ruas
através de distribuição de panfletos e também ao nível da mídia
tradicional, os bilhetes são vendidos em formatos físicos e as vendas
dos mesmos controlados através da contabilização dos canhotos dos
livros dos bilhetes, sendo que este processo todo é feito em todos os
estádios onde irá acontecer os jogos de beisebol.
Bib Bowman, o CEO e presidente da MLBAM, quer conquistar mais
clientes e transforma-los em adeptos fanáticos, disposto a ir a mais
jogos e comprar mais produtos relacionados com o beisebol. “Muitas
pessoas vão a apenas a um jogo por ano precisamos estimular esse
adepto a ser mais activo em relação a sua equipa favorita”, diz ele.
1- Qual é ou quais são os problemas que o MLB precisa de resolver no
caso de estudo acima supracitado?
2- Quais são as soluções disponíveis para resolver o ou os problemas
que a MLB enfrenta? Explica a solução que vai implementar.
3- Em medida a MLB deve mudar a sua maneira de conduzir os seus
negócios para tirar o maior proveito das tecnologias de informação?
4- O que a nova solução irá trazer como beneficio para o MLB?
5- Elabora a rede do valor para o caso MLB apos a implementação da
solução escolhida?
6- Explique como as organizações podem competir em escala global
intervencionando os seus sistemas de Informação?
7- Demonstre os passos das actividades de intervenção de sistemas de
informação para o caso de MLS.
8- Que factores humanos, organizacionais e tecnológicos afectavam
esse problema e sua solução?
9- Indica alguns dos factores que podem influenciar a organização de
uma empresa?
10- Explique como o meio ambiente pode influenciar no planeamento
dum sistema de informação?
ISCED CURSO: GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO; 20 Ano Disciplina/Módulo: Diagnóstico e Intervenção
nos Sistemas de Informação das Organizações
113
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