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Ruptura Prematura de Membranas

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♥ É a ruptura das membranas ovulares (aminiorrexe) 
antes do início do trabalho de parto. É prematura pois 
acontece antes da fase ativa ou expulsiva. 
♥ Em 85% dos casos ocorre a termo sendo que destas 
95% das mulheres entram em trabalho de parto em 
até 28h. Quanto mais precoce, mais demora a iniciar 
o trabalho de parto. 
Devemos ficar atentos ao tempo de parto após 
a RPMO, pois quanto mais extenso, maior a 
chance de infecção intrauterina. 
♥ É responsável por 25% dos partos pré-termos. 
♥ RPMO antes de 24semas: tem menor sobrevida fetal 
e, se oligodramnio persistente, maior retardo no 
neurodesenvovlimento. 
Com o tratamento expectante, a taxa de 
sobrevida fetal antes de 22 semanas é de 15% 
e após de 55%. As consequências ao feto 
(hipoplasia pulmonar, síndrome de Potter) e à 
mãe (infecção intramniótica, endometrite, SPP 
e retenção placentária) são graves. 
 
Fatores de risco 
 Fatores inflamatórios (infecções): 50% dos casos de 
RPMO pré-termo são causados por corioamnionite. 
 Sobredistensão uterina (polidramnia, Macrossomia 
ou Gemelaridade): esses fatores levam ao 
estiramento das membranas, tornando-as mais 
finas 
 Fatores genéticos (15 a 30% de recorrência) 
 Sangramento vaginal no segundo e terceiro 
trimestres 
 Tabagismo e uso de drogas ilícitas 
 Conização ou cerclagem cervical 
 Colo curto (<25mm) no 2º trimestre 
 Amniocentese 
 
Diagnóstico 
O diagnóstico é feito com uma história clinica bem 
colhida, poia a ruptura precoce das membranas 
ovulares leva a perda de líquido amniótico, que pode 
ser típica ou atípica, e a dor em baixo ventre. 
A. Típica: perda líquida considerável que sai 
diretamente devido a ruptura ser baixa. 
B. Atípica: é a fissura alta das membranas, na qual o 
escoamento é escasso e persistente, dificultando 
o diagnóstico. 
 
 
 
 
O exame com espéculo confirma ao visualizar liquido 
escorrendo pelo orifício cervical. O toque vaginal não 
deve ser feito, pois aumenta o risco de infecção e não 
acrescenta ao diagnostico. 
 Teste de pH com papel de nitrazina: o pH vaginal é 
ácido e o do LA e alcalino, a fita de pH detecta essa 
alteração. 
 Arborização: é coletado LA e sacado em uma lamina 
por 10 min. Ao visualizar no microscópio visualiza-se 
uma estrutura arborizada. 
 Amnisure: é um teste rápido imunocromático que 
detecta a proteína microglobulina-alfa-1 placentária 
no meio vaginal. É uma fita de teste que se aparecer 
uma linha vermelha significa positivo. 
 Ultrassonografia: muito útil para confirmar o 
oligodramnio, pois o bolsão tende a reduzir (<2mm), 
mas não permite visualizar a ruptura em si. 
 
Tratamento 
Deve ser realizado com a paciente internada e com 
monitoramento fetal adequado. O cardiotoco deve ser 
feito com frequência para avaliar se há desaceleração 
umbilical. 
 Estreptococo do grupo B: a cultura deve ser realizada 
se a conduta for expectante. Em casos de parto 
iminente, deve ser feita a profilaxia. 
 Se a paciente estiver com herpes ativa no momento 
deve ser tratada com aciclovir e se mantiver no 
momento do parto, deve ser realizada cesárea. 
 Corioamnionite: deve ser investigado desde o 
diagnóstico de RPMO através do monitoramento da 
temperatura (>38°°C), dor à palpação uterina e 
taquicardia. Pode haver drenagem de material 
purulento pelo cérvice, taquicardia fetal ou 
leucocitose (cuidado com a leucocitose fisiológica da 
grávida). 
Ampicilina 2g IV 6/6h + Gentamicina 
1,5mg/kg IV 8/8h + parto – até que a paciente 
esteja afebril e assintomática por 24 a 48h após 
o parto. 
Se febre persistente após 24h: + 
Metronidazol 500 mg IV 8/8h ou Clindamicina 
900 mg IV 8/8h 
 
Até 24 semanas: devemos explicar às gestantes os 
riscos e benefícios do tratamento expectante versus o 
parto imediato. 
O uso de corticoide antenatal junto ao 
tratamento expectante, conseguindo postergar em 1 
semana o parto, junto a suporte ventilatório agressivo 
após o nascimento aumentaram a sobrevida neonatal. 
 
Júlia Malta Braga MED 01 FCM-TR 
Entre 24 a 33 semanas e 6 dias: as gestantes devem ser 
aconselhadas sobre os riscos e benefícios do parto 
naquele momento. O parto deve ser postergado o 
máximo possível, pois aumenta a vitalidade do feto. 
- Devemos fazer um rastreio clinico de infecções 
nessas gestantes (nunca laboratorial). 
- Atb de latência: tem por intuito postergar o parto e 
reduzir a morbidade neonatal. 
Ampicilina EV 6/6h/2d  Azitromicina VO dose 
única  Amoxicilina 8/8h/5d  Ganhou 7 dias 
de gestação a mais. 
- Corticoide: é realizado uma única aplicação para 
ampliar a produção de surfactante e melhorar a 
qualidade pulmonar do feto. 
- Tocólise: são medicamentos que reduzem as 
contrações uterinas, as diretrizes mais recentes 
mostram que não há indicações. 
- Neuroproteção fetal: usamos sulfato de magnésio 
para proteger e acelerar o neurodesenvovlimento, 
em gestantes < 32 semanas. 
 
A partir de 34 semanas: 
Monitoramento do feto + Atb profilaxia intraparto para 
GBS + aguarda 18h e observar se o parto é induzido 
sozinho  indução do parto com ocitocina ou 
misoprostol. 
 Amniorrexe no trabalho de parto: a cabeça 
consegue descer e encostar no colo do útero, 
promovendo o estiramento muscular local o que leva a 
liberação de prostaglandinas locais, ativando ou 
ampliando o TP. 
 
Na próxima gestação... 
1) Suplementação de progesterona vaginal desde a 
16ª a 24ª semana. 
2) Se histórico de colo curto ou ruptura antes de 24 
semanas  cerclagem cervical. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resumindo.... 
RPMO 
 
Medidas Gerais: 
Hospitalização + USG + Monitorizar + Cultura GBS 
 
Infecção ou DPP ou Sofrimento fetal ou Parto? 
 
Não 
 
RPM > 34 semanas  
 
RPMP < 24 semanas 
Tratamento expectante: 
US seriada + 
Monitorização + Corticoide 
 
Sugerir interrupção: 
misoprostol/ocitocina 
 
RPMP 24 a 33 semanas: 
Hospitalização + 
monitoramento + repouso 
+ corticoide + atb 
profilático/7d + cultura 
GBS + neuroproteção fetal 
 
Aguardar o parto 
 
Sim 
 
Parto 
Profilaxia GBS + Antibiótico 
(se infecção)

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