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1 Capacitação Construções Pré-Prospecção Resumo 1. Introdução 2. Product Solution Fit 3. Qualificação 4. SPIN Selling 5. RDO’s ou Respostas Padrão Introdução Após a especialização dos processos comerciais implementáveis em modelos de Inside Sales, a área de Pré-Vendas vem sendo vista como peça chave no atingimento dos resultados comerciais projetados. Isso porque em Pré-Vendas temos a responsabilidade de estabelecer os primeiros pontos de contato com os prospects e leads com o intuito de levar até eles a proposta de valor da empresa e nos conectarmos para passá-los para a próxima etapa de Vendas, onde ocorrerá a proposta, negociação e fechamento. Tendo em vista a responsabilidade atribuída à Pré-Vendas, quem é incumbido de construir as diretrizes da comunicação entre pré-vendedor e prospect/lead? Esta geralmente é uma tarefa destinada ao pré-vendedor com suporte e revisão do coordenador ou gestor de Pré-Vendas, mas de qualquer maneira é sempre uma função desafiadora. Todo pré-vendedor, seja ele BDR ou SDR já teve frio na barriga ao ouvir de seu gestor que estava na hora de construir do zero ou reformular seus templates de email e social point ou seu script de ligação, isso porque geralmente os gestores não trazem os pré-vendedores à conhecerem a fundo as dinâmicas de marketing, customer success, operações, e outras, que muitas vezes tratam das perspectivas de posicionamento da 2 empresa no mercado, seus diferenciais competitivos frente aos concorrentes, estudos de ICP e Persona, e diversos outros tópicos que os ajudariam muito a entender como desenvolver a comunicação mais clara e coerente em relação aos desafios de seus potenciais clientes e o valor agregado em sua solução, mas de forma objetiva, sucinta e consultiva. Com a finalidade de auxiliar o pré-vendedor a embasar seus discursos, mapear pontos chave na comunicação, entender quais argumentos utilizar e em quais ocasiões revelá-los, traremos alguns conceitos destrinchados neste documento, e que ao fim de cada explanação conceitual, trarão uma abordagem prática para auxiliar o SDR/BDR ou vendedor, de forma simples e didática. Product Solution Fit Conceito Proveniente de empresas e organizações em ecossistemas de inovação e criação de novas tendências e metodologias, o termo Problem Solution Fit refere-se a um processo inicial na etapa de criação de um novo produto ou serviço de uma empresa. É neste processo que os responsáveis realizam uma análise ou pesquisa de mercado dos principais desafios e percalços que passam os seus stakeholders aos quais se destinam uma de suas novas soluções idealizadas e em etapa de validação, com o intuito de entender como seu novo produto ou serviço pode sanar uma um mais dores dos seus futuros clientes. É muito comum confundir Product Solution Fit com outro conceito também largamente difundido em startups e empresas com amplo viés inovativo que é o Product Market Fit, o qual é geralmente um processo posterior à descoberta do PSF, pois é nele que se entende com exatidão qual é o recorte de mercado, ou seja, o nicho/segmento e as características específicas das empresas ou consumidores que possuem os desafios que são sanados pelo novo produto ou serviço. Em síntese, na etapa de ideação de inovações, sejam elas de novos produtos ou serviços, primeiro descobrimos se alguém possui o problema que podemos sanar com a solução, através do PSF, e depois disso é que entenderemos quem em específico possui este desafio, através do PMF. 3 Habitualmente, um processo de construção de Product Solution Fit de uma solução que visamos desenvolver passa por algumas etapas padronizadas para que possamos ter um resultado final adequado e satisfatório. A primeira etapa é a Validação do Problema, e é neste ponto em que o empreendedor e sua equipe irão coletar percepções de seus stakeholders sobre o contexto do problema que elencaram como elegível à ser minimizado ou sanado pelo produto ou serviço que idealizaram. A segunda etapa é a Validação da Solução, onde irão entender quais os atributos, funcionalidades e características de seu produto ou serviço se encaixam bem na resolução do problema, e quais poderiam ser reformados para melhor aderência. Por fim, após validar problema e solução, o papel dos responsáveis pela construção do PSF devem conectar os principais aspectos do Problema com as funcionalidades e particularidades da Solução de modo a montar uma lógica e uma comunicação assertiva de sua proposição de valor com aquele produto ou serviço. Product Solution Fit em Pré-Vendas Um dos grandes desafios de todos os pré-vendedores na hora de criar suas copys de conexão com prospects e leads é tangibilizar a proposta de valor da empresa e de suas soluções. E é justamente neste aspecto que entra a análise PSF na área de pré- vendas, para auxiliar o SDR ou BDR a criar os seus discursos de vendas em cima de tópicos mapeados como relevantes pelo público alvo (encaixe do Problema), e dos pontos onde sua Solução pode atendê-los (encaixe da Solução). É importante citar que não estamos sugerindo que o pré-vendedor construa a análise PSF, até porque, pressupõe-se que quando estivermos falando de Pré-Vendas, entenda-se que os produtos e serviços da empresa já estão validados a nível de encaixe entre problema e solução (PSF) e também solidificados em termos de nicho e segmento de mercado atendidos (PMF), e está sendo estabelecido a processo de especialização de vendas para escalar os resultados, e portanto, o pré-vendedor deverá apenas retomar os conceitos já constituídos em uma análise PSF feita na etapa de concepção das soluções que a empresa oferece. Para isto, deixaremos abaixo uma descrição de uma metodologia prática que permitirá ao SDR/BDR constituir um entendimento claro da análise PSF, servindo ao seu propósito momentâneo de constituir bons diálogos e entendimento sobre o mercado ao qual sua solução se destina. Matriz PSF 4 A Matriz PSF tem sua base de construção no conceito de Problem-Solution Fit, que consiste em contrapor as dores de mercado com os respectivos atributos resolutivos de nossa solução. É com o pensamento alocado para a construção dela, com a ajuda de seu gestor, que o pré-vendedor começará a entender de que forma nossas soluções podem ajudar as empresas que buscamos, facilitar e otimizar o dia a dia dos decisores com quem irá falar e como muitas vezes, a conexão entre o que oferecemos e os benefícios corriqueiros da solução, não estão nítidos a todos. Deixamos pronto um Template de Matriz PSF para que o pré-vendedor faça uma cópia e preencha de acordo com as informações coletadas, com suas próprias pesquisas e com seu gestor. Ao iniciá-la, tenha claro que você precisará primeiro se colocar no lugar do decisor, e depois buscar informações sobre ele para que seu preenchimento seja o mais verídico e rico possível. As colunas compostas na matriz e a descrição de como você deve preenchê-la segue a seguinte ordem: Priorização da dor: Você deverá elencar as dores que os afazeres e tarefas do decisor ao qual está prospectando geram a ele, e após isso, estabelecer uma ordem de prioridade, dá 1ª (mais importante) até a última (menos importante); Atividade, Responsabilidade, Atribuição: aqui você registrará justamente à qual afazer do decisor gerou aquela dor; Problema, Dor, Risco, Desafio: este é justamente o local para descrever qual a dor do decisor em relação a realizar aquela tarefa; Consequência negativa: liste todas as possíveis consequências que aquelas dores têm sobre ele e sobre a operação que ele coordena; Nome do produto ou serviço: qual produto ou serviço de nossa carteira irá ajudá-lo a solucionar suas dores? Benefícios pessoais: quais os benefícios, à nível pessoal, que este decisor pode vir a ter caso entenda que somos uma opçãoviável para suas dores (menos estresse, menor jornada de trabalho, mais tempo livre, etc.) https://docs.google.com/spreadsheets/d/1LnI_oKex8THHkrmpQ_HLTc6qfCXCyA2bA_3sm_Hs124/edit?usp=sharing https://docs.google.com/spreadsheets/d/1LnI_oKex8THHkrmpQ_HLTc6qfCXCyA2bA_3sm_Hs124/edit?usp=sharing 5 Benefícios empresariais: quais os benefícios, à nível profissional, que este decisor pode vir a ter caso entenda que somos uma opção viável para suas dores (maior assertividade, menor tempo de resposta, etc.) Provas sociais: quais são os cases de sucesso que temos em relação à resolução destas dores? Qualificação A qualificação é uma das mais difíceis atribuições do pré-vendedor, e nesta seção traremos alguns conceitos a luz que o ajudarão a realizar este processo com mais tranquilidade. Qualificação em Pré-Vendas Temos sempre que ter em mente que o pré-vendedor faz parte de uma etapa do processo de vendas especializada, a qual tem por definição a finalidade de alavancar produtividades e escalar resultados, e a fase de pré-vendas realiza os contatos iniciais com os prospects/leads, e portanto seu objetivo é filtrar quem irá passar à etapa de vendas, e portanto sua responsabilidade é a de manter a agenda do Vendedor ou Closer o mais otimizada possível, atendendo sempre que possível, apenas oportunidades reais de novos negócios. Para isso, o pré-vendedor deve garantir que levará para a próxima etapa apenas os leads mais qualificados, ou seja, aqueles potenciais clientes que além de terem sinalizado interesse em entender melhor como funciona sua solução, se enquadram no perfil de cliente ideal, que foi mapeado para tangibilizar aos executores do processo comercial de ponta a ponta, quem devemos priorizar para trazer os melhores e maiores resultados. Porém, qualquer pessoa que já tenha atuado por pelo menos um dia em pré-vendas sabe o quão difícil é conseguir se conectar com os prospects/leads, fazê-los investir alguns minutos do seu tempo e, principalmente, captar informações relevantes para poder enquadrá-los ou não em seu ICP desejado. Por isso, é de extrema importância que o SDR/BDR seja sempre consultivo, tenha em mente que ninguém quer ter o seu dia interrompido para ouvir um completo desconhecido ao telefone falar sobre as maravilhas de seu produto ou serviço, e como ele é uma excelente opção para seu negócio. E ser consultivo requer muito conhecimento de mercado e de sua solução, que a priori teremos 6 conquistado após reanalisar PSF e construir a Matriz PSF, e também que o pré-vendedor saiba conduzir uma conversa não só apenas perguntando o que precisa saber, como também fazendo comentários e colocações que agregam valor ao contexto do prospect/lead, e demonstram autoridade e conhecimento do assunto. E mesmo assim, nos tempos de hoje, em que todos os empreendedores e executivos controlam suas agendas com precisões inimagináveis, cada segundo de uma conexão via ligação com um decisor desejado vale ouro. Por isso, traremos a seguir uma metodologia que ajudará os pré-vendedores e vendedores a ter na palma de suas mãos os critérios que precisam validar em cada etapa do processo de vendas sem que precisem criar listas, blocos de notas e outras metodologias não escaláveis. Matriz Qualificação A Matriz de qualificação é a próxima estrutura que montaremos nesta etapa. Ela tem o intuito de reunir em um só documento a forma como qualificamos as empresas que prospectamos em nosso perfil de cliente ideal, pois tem questões mais específicas que nos mostram que seremos ou não uma boa solução para aquela empresa, as quais só saberemos conversando com um decisor, como momento da empresa em relação à investimentos, novas contratações, projetos em andamento, entre outros pontos. Aqui é o momento em que o pré-vendedor ou vendedor, frente a ter previamente entendido o encaixe entre problemas e a sua solução, irá distinguir a forma de percepção sobre como iremos conduzir o processo para que nossa abordagem seja natural, consultiva e ao mesmo tempo consiga enquadrar as empresas que queremos atender (aquelas que dão o maior lucro com menor esforço possível) e as que não queremos (que trazem pouco retorno e alto grau de complexidade envolvido). Para isso, também criamos um Template de Matriz de Qualificação, para facilitar o trabalho do pré-vendedor ou vendedor, onde este deverá fazer uma cópia e preenchê-la junto ao gestor de pré-vendas com as seguintes colunas: Etapa: Refere-se à qual das etapas do processo comercial aquele critério de qualificação poderá ser verificado, em Inteligência Comercial, Pré-vendas ou Vendas; https://docs.google.com/spreadsheets/d/169e-gqbgcOXAzO09fXriPDwZpBNPd6g1HcYLj9bWiUU/edit?usp=sharing https://docs.google.com/spreadsheets/d/169e-gqbgcOXAzO09fXriPDwZpBNPd6g1HcYLj9bWiUU/edit?usp=sharing 7 Tipo de critério: aqui entende-se se o critério será de caráter informativo, ou seja, apenas nos dá direcionamento para as próximas perguntas, ou se é de caráter eliminatório, ou seja, se faz com que a empresa não se enquadre em nosso perfil de cliente ideal; Estágio: o estágio pode ser entendido como a subclassificação da etapa em que o critério poderá analisado, no caso de um pré-vendedor, por exemplo, se ele consegue identificar a informação em uma pesquisa prévia ou se apenas na ligação falando com o prospect/lead, ou até mesmo se consegue tentar extraí-la em um e-mail (caso seja estrategicamente válido). Critério analisado: aqui basicamente irá se destinar a descrever o critério a que se refere a análise; Onde buscar informação: neste campo o profissional de vendas preencherá a ferramenta que utilizará para buscar a informação, seja pelo LinkedIn, site da empresa, redes sociais, ou até mesmo pelo telefone na cold call. Respostas que qualificam: este tópico pode ser entendido como a criação de uma referência, ou seja, qual seria a melhor resposta que poderíamos receber ao buscar informações para analisar este critério? Respostas que desqualificam (Red Flags): aqui, temos quase um conceito inverso ao anterior, ou seja, qual a pior resposta que poderíamos receber ao buscar informações para analisar este critério? Explicação do critério e das respostas: neste campo deve-se explanar a respeito do porquê tal critério é pertinente, como ele e o gestor chegaram à suas conclusões e o porquê das respostas; Aqui vale ressaltar uma pequena observação: você deve ter notado que a Matriz de Qualificação explicita alguns critérios que não apenas pertencem a etapa de Pré- Vendas, como também de Vendas e Inteligência Comercial, portanto, ela abrange o processo como um todo, e não só pode, como deve, ser feita em conjunto com a equipe. SPIN Selling Introdução 8 SPIN Selling é um método desenvolvido por Neil Rackham e sua equipe de pesquisa da Huthwaite, empresa que ele fundou e liderou. Rackham e sua equipe desenvolveram o maior estudo científico sobre vendas já realizado no mundo até o presente momento. Eles passaram mais de 12 anos acompanhando em torno de 35 mil visitas de vendas ao longo de 23 países, e seu estudo teve um custo aproximado de 30 milhões de dólares, um dos maiores já registrado, porque adotaram uma metodologia ativa de pesquisa, em que, ao invés de apenas entrevistarem vendedores e catalogar suas respostas, foram a campo para registrar suas percepções sobre as visitas de vendas e entender quais os diferenciais de vendedores de alta performance. Todos os resultados detalhados da pesquisa foram divulgados no livro de Rackham, chamado “Alcançando Excelência em Vendas - SPIN Selling”. O método Um dos resultados chave encontrados na pesquisa de Rackham e sua equipe foi o fato de que muitas corporações ainda utilizam técnicas e conceitos muito antiquados em seus treinamentos, os quais foram desenvolvidos em meados do século XX, e funcionavam bem,até que foram gradativamente perdendo a eficácia. Diante disso, perceberam também que existia uma linha tênue entre tipos de vendas, sendo que haviam as vendas simples, que eram aquelas onde a tomada de decisão era quase imediata, como escolher entre um produto ou outro em uma loja de souvenirs, porém haviam as vendas complexas, que é na sua maioria as tratadas em segmentos B2B, onde os decisores têm uma grande responsabilidade ao optar por um produto ou serviço ao invés de outro. E este fator foi o mais relevante no declínio da eficácia das técnicas tradicionais de vendas, segundo Rackham. Além disso, ao acompanhar diversos vendedores em suas visitas de campo, a equipe da Huthwaite percebeu que havia uma correlação entre as práticas adotadas pelo vendedores que tinham os melhores resultados em vendas complexas: eles sempre tinham um alto nível de importância para com o contexto do seu potencial cliente, o que fazia com que investigassem sua conjuntura, para entender o quanto sua solução fazia sentido para ele, antes de qualquer coisa. Com isso, os vendedores eram vistos como auxiliares dos clientes, e não apenas como oportunistas, e assim tinham maior aceitação em recebê-los e conversar com eles. 9 Após diversas inferências de resultados destes estudos, a equipe de Rackham chegou um uma conclusão sobre a forma de abordagem que obtinha o maior resultado em vendas complexas, e daí surgiu o framework SPIN, acrônimo de Situação, Problema, Implicação e Necessidade. Cada uma dessas letras e palavras representa uma dada etapa da abordagem exploratória conduzida pelos vendedores de alta performance para com seus potenciais clientes. Primeiramente os vendedores se encarregavam de fazer uma boa análise sobre a situação do seu lead/prospect, para que entendessem com clareza seus desafios e principais gaps. Depois disso, pressupondo que conheciam muito bem aquele nicho/segmento, eles conseguiam inferir os problemas que os potenciais clientes tinham após entenderem seus contextos, e finalmente, sabendos dos problemas, questionavam sobre as implicações destes e quais eram as necessidades dos leads/prospects em relação à eles, e com essa linha de raciocínio na abordagem, deixavam seus clientes muito mais propensos a ouví-los, acreditar em suas soluções e conectar seus desafios com sua proposta de valor. Contrapondo as descobertas da pesquisa da equipe de Rackham, lembrando que atualmente tratamos na grande maioria de modelos de inside sales ao invés de field sales, apresentaremos outra metodologia prática focada na melhor forma de estruturar um script de ligação seguindo os passos do framework SPIN. Matriz SPIN Agora já pautando-se em Problem Solution Fit e a forma de qualificar uma real oportunidade, o pré-vendedor terá mais clareza de como deve se expressar para conversar com os prospects/leads sendo relevante para eles e também ter seus objetivos cumpridos com naturalidade, para tanto, traremos a Matriz SPIN, cujo propósito está estruturar os pontos chaves, de forma isolada, de como será nosso discurso. Esta matriz está pautada no framework SPIN citado acima, adjacente do método criado por Rackham e sua equipe, e como não poderia ser diferente, também elaboramos um Template de Matriz SPIN para conduzir o SDR/BDR nesta construção, e deixamos o mais simples possível para facilitar o entendimento. Nesta matriz temos a perspectiva a qual o pré-vendedor deve se ater dividida em duas frentes, sendo a primeira: https://docs.google.com/spreadsheets/d/1q05XYDcwPu8hFSsOOWqbei83Ms2Z_FcQqf2Jb0lNnmg/edit?usp=sharing 10 Dor, Problema, Risco, Preocupação: quais são os desafios que o seu prospect enfrenta e que reverberam negativamente nele e em seu dia a dia, cuja solução pode estar atrelada a seu produto ou serviço? Consequência: como estes problemas e desafios o influenciam e quais são os efeitos decorrentes de tê-los. E a segunda parte a se focar está pautada em: Perguntas de Situação: quais são as perguntas que o pré-vendedor pode fazer para entender a situação que evidencia aquela dor ou desafio ao qual o prospect pode estar passando? Respostas de Situação: quais são as possibilidades de resposta que o lead/prospect pode dar a estas perguntas? Perguntas de Problema: conectando-se às perguntas de situação, continua-se a qualificação com as perguntas de problema, que visam entender se dada aquela situação, o prospect tem um problema; Respostas de Problemas: aqui são as possíveis respostas às perguntas de problema feitas acima; Uma observação importante aqui é que o Template traz em sua estrutura, apenas os dois primeiros tópicos do framework SPIN, deixando de fora os pontos Implicação e Necessidade. Esta é uma adaptação feita por entender que o pré-vendedor não tem poderio suficiente para entrar a fundo nesses dois âmbitos em apenas uma ligação exploratória, e portanto, que sua investigação deve ficar a cargo do vendedor, que conseguirá se aprofundar muito mais na qualificação, e portanto, fique a vontade para adaptar o Template caso acredite que seja necessário ao seu pré-vendedor. RDO’s ou Respostas Padrão Introdução 11 Nesta última seção deste material, trataremos de um dos mais importantes tópicos para um profissional do setor comercial, e para isso utilizaremos como referência o conceito desenvolvido por Jeb Blunt, CEO da Sales Gravy, empresa especializada em estruturação de processos comerciais, e um dos palestrantes de vendas mais requisitado do mundo. Em seu livro “Objeções”, Jeb discorre sobre uma teoria que desenvolveu, onde cita que em setores comerciais, existem três tipos de respostas padrão que os pré- vendedores e vendedores recebem ao longo de seus processos, sendo respostas de Reflexo, Dispensa e Objeções Genuínas. Respostas por Reflexo: São respostas automáticas do seu cliente em potencial a um padrão conhecido. Não há uma intenção consciente de te dispensar, pois ele estará no piloto automático. Este piloto automático faz o cérebro do seu cliente em potencial demandar pouco investimento cognitivo, pois já se tornou um hábito. Exemplos de respostas por reflexo: - Não estou interessado; - Estou satisfeito; - Temos tudo acertado; - Estou ocupado; - Estou em uma reunião; - Fazemos isso internamente; - Estou de saída; Respostas de Dispensa: Uma dispensa é quando o seu potencial cliente manda você embora de uma forma gentil. A dispensa é usada quando o cliente em potencial quer evitar confrontos e ser cauteloso na hora da dispensa. Exemplos de dispensa: - Ligue no mês que vem; - Ligue depois; - Volte a fazer contato daqui há uns meses; - Por que não me manda mais informações por e-mail?; Eles aprenderam que os vendedores, em geral, aceitam essas mentiras e vão embora, porque também querem evitar o conflito. A dispensa não faz o vendedor se sentir tão mal quanto uma rejeição. Quando aceitamos uma dispensa, nosso cérebro nos dá um desconto, pois teoricamente ainda há esperança com um “me ligue depois”. Dessa forma, 12 você se adequa, não força a barra, não é insistente e evita ser rejeitado. Seu pensamento soa reconfortado: “Ele deve estar interessado, me pediu para ligar de novo em um mês” “Eles têm interesse em que eu mande mais informações, isso é ótimo” No entanto, você não vai chegar a lugar nenhum. Está se iludindo! Uma dispensa é apenas uma mentira em que ambos os lados estão condicionados a acreditar para evitar a dor do conflito e da rejeição Respostas de Objeções genuínas: As objeções genuínas em ligações de prospecção são reações mais diretas e bem fundamentadas. Elas geralmente são acompanhadas de um motivo. Exemplos de objeções genuínas: - Não há razão para falarmos agora, pois acabei de fechar um contrato com o seu concorrente; - Estamos ocupados implantando um projeto muito grande e não possoassumir mais nenhum compromisso neste momento; - Não posso falar nas próximas semanas, pois estarei viajando a uma feira de negócios; - Adoraria conversar, mas estou sem orçamento e acho que seria uma perda de tempo para você; - Não temos orçamento para este tipo de gasto até o final do ano; - Já fomos clientes de vocês antes, mas não deu certo e a experiência não foi muito boa; - Olhamos uma proposta de vocês há um tempo atrás e os preços eram muito altos; Diferentemente das respostas por reflexo ou dispensa, a objeção é na verdade uma oportunidade, uma vez que o cliente aponta o motivo pelo qual não tem interesse na sua ligação. Importância de compreender RDO’s É notório para qualquer pré-vendedor que a maioria das pessoas com as quais falamos em nosso dia a dia não está, nem estará, em um futuro próximo, interessada em nossa solução, portanto, é de extrema importância que o profissional de pré-vendas e 13 também de vendas desenvolva fortemente sua capacidade de resiliência frente às adversidades. Há uma simples razão para a prospecção ser tão difícil emocionalmente e pela qual as atividades de prospecção, principalmente por telefone, geram rejeições e objeções tão cruéis. Prospecção, enquanto abordagem, é uma interrupção e nós não gostamos de sermos interrompidos. Nem seus potenciais clientes. Só que a razão número um para se falhar em vendas é ter um pipeline (ou seja, um fluxo de prospects/leads se tornando oportunidades) vazio e a razão número um para um pipeline vazio é as pessoas não prospectarem. Quando essa ficha cai é que as coisas ficam complicadas. É do tipo “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”. Se não ligar, não é rejeitado. Isso é uma maravilha. Só que se não ligar, não tem vendas. Resultado em prospecção estará diretamente ligado a sua capacidade de suportar rejeições e ter resiliência para isso, pois já sabemos que é constrangedor interromper o dia de alguém. Não temos controle sobre a reação alheia e esse desconhecido nos deixa vulneráveis. Prever uma rejeição do potencial cliente nos causa medo e preocupação. Se a reação inicial do seu potencial cliente for negativa, a biologia do corpo humano assume e o modo “lutar ou fugir” é acionado, criando uma situação desconfortável, que é fácil de se querer evitar. Estudos já provaram que o nosso QI diminui quando estamos preocupados com a rejeição. Nosso cérebro está sempre focado em uma responsabilidade muito simples - nos proteger de ameaças para nos manter vivos. Nosso cérebro e corpo respondem a dois tipos de ameaças: Físicas: ameaças à nossa segurança física ou à de alguém próximos a nós; Sociais: ameaças à nossa posição social, como por exemplo, ser banido do grupo, estar mal na frente dos outros, não aceitação, desmerecimento e rejeição. A reação de “lutar ou fugir” é traiçoeira, porque é uma resposta neurofisiológica que se sobrepõe ao pensamento racional. Ela começa no centro sensorial do cérebro. Este centro sensorial, chamado de amígdala e que está localizado no sistema límbico (o centro emocional do cérebro), interpreta a ameaça a partir de um dado sensorial 14 e alerta o cerebelo (a parte autônoma do nosso cérebro) da ameaça. Neste momento, o cerebelo desencadeia a liberação de neuroquímicos e hormônios, incluindo adrenalina, testosterona e cortisol, na nossa corrente sanguínea, para nos preparar para ficarmos no lugar e lutarmos ou fugirmos. Quando a reação ocorre, nosso coração dispara, a pele muda de cor (uns ficam brancos, outros vermelhos) e as pupilas se dilatam. Perdemos nossa visão periférica, nosso estômago se aperta, os vasos sanguíneos se contraem, a digestão desacelera e começamos a tremer. Para preparar nosso corpo para se defender, o oxigênio e os fluxos sanguíneos ricos em glicose vão para nossos músculos. No entanto, como há uma quantidade finita a ser movida, o sangue sai de órgãos não essenciais e segue rumo aos músculos. Uma das áreas não essenciais das quais o sangue é drenado é o nosso neocórtex - o centro lógico e racional do cérebro. À medida que o sangue sai do neocórtex, nossa capacidade cognitiva fica semelhante à de um macaco bêbado. Nas garras do “lutar ou fugir”, não conseguimos pensar, tropeçamos nas palavras e nos sentimos fora de controle. Nossa mente gira, as palmas da mão suam, o estômago se contrai e os músculos ficam tensos. Se a nossa resposta é “lutar”, podemos nos tornar defensivos, raivosos, irritados e atacar verbalmente o potencial cliente. Neste momento, o cortamos para defender a nossa visão, diminuindo sua significância e acionando uma reatância à venda. A discussão resultante encerra o processo de contorno de objeções. Se a nossa resposta for “fugir”, nos tornamos passivos, não assertivos quando pedimos compromissos, desistimos nas negociações e mostramos insegurança e fraqueza quando tentamos contornar as objeções. No modo “lutar ou fugir”, sem intervenção racional, somos consumidos por emoções disruptivas e perdemos o controle da situação. Atingimos, assim, o muro das objeções e caímos para trás, atordoados e confusos. Da prospecção à negociação e fechamento, falhar em gerenciar e controlar emoções disruptivas é a maior razão pela qual os pré-vendedores e vendedores estragam tudo. O desafio que nós e todos os seres humanos devemos enfrentar é que temos zero controle sobre a situação de lutar ou fugir e suas desconfortáveis, e em geral, dolorosas manifestações. O “lutar ou fugir” ocorre sem o nosso consentimento. Nosso cérebro não 15 consegue distinguir se a ameaça é uma possível objeção ou um urso correndo atrás de nós na floresta. Isso não quer dizer, entretanto, que não podemos gerenciar as nossas emoções e sim que apenas a resposta neurofisiológica “lutar ou fugir” está além do nosso controle. A chave, então, é aprender as táticas e as estratégias que permitem que coloquemos nosso neocórtex (a parte racional do cérebro) no controle o mais rápido possível, para que possa se sobressair às emoções disruptivas, controlando nossos instintos, mantendo a compostura e escolhendo a resposta correta para a objeção. Estrutura de contorno de RDO’s Entendendo a importância de compreender a fisiologia e a lógica por trás das RDO’s e como lidamos com elas, Jeb Blunt desenvolveu uma estrutura padrão de contorno para ajudar profissionais de vendas a lidarem com as respostas que recebem durante o processo comercial. Para respostas por reflexo, dispensas e objeções genuínas durante a prospecção, utilizamos uma simples e poderosa estrutura de 3 passos: 1-) Recomposição: Já sabemos que uma reação fisiológica e emocional à rejeição (“lutar ou fugir”) é involuntária. Uma recomposição é uma resposta automática e memorizada para a rejeição, que não exige que você pense. Ela dá ao seu cérebro o tempo de que precisa para concatenar a situação, ignorar as emoções disruptivas e assumir o controle da ligação. Como as RDO’s em geral evocam respostas emocionais fortes, a técnica da recomposição é uma parte crucial da estrutura de reversão. 2-) Surpresa: O cérebro do seu potencial cliente ignora padrões e é atraído por anomalias - coisas brilhantes, coloridas, diferentes e inesperadas. Criar padrões - pautados na surpresa - é uma forma de alterar o roteiro de comprador, mudar o rumo e atrair o cliente para você. O segredo para reverter a RDO de seu cliente em potencial é fazer uma declaração ou pergunta que rompa esse padrão e atraia o cliente. Exemplos: Quando disserem que estão satisfeitos com o que têm, em vez de argumentar que você pode deixá-los ainda mais satisfeitos se lhe derem uma chance, responda com algo completamente inesperado: “Excelente. Se você conseguiu bons preços e serviços, você nunca deve pensar em mudar. tudo que quero são alguns minutos do seu tempo para conhecê-lo e ver se nossas ideias combinam, pelomenos te darei novas ideias e sugestões, para você saber que há outras boas oportunidades”. 16 Quando disserem que estão ocupados, em vez de argumentar que a conversão será breve, rompa o padrão concordando com eles: “Foi exatamente por isso que liguei; achei que você pudesse estar ocupado e quero combinar um momento melhor para você, que seja mais conveniente”. Quando disserem “envie mais informações por e-mail”, você paga para ver o blefe e forçar um compromisso ou trazer outra RDO à superfície: “Que ótima notícia. Fico feliz de saber que você está interessado em nos conhecer. Mas temos tanta informação disponível que a última coisa que quero fazer é, considerando o quanto você é ocupado, sobrecarregá-lo. Você pode me dizer qual problema especificamente gostaria de resolver e ver em nosso material?” Quando disserem: “Não estou interessado”, responda com: “Já imaginava. A maioria das pessoas com quem falo não se interessa de imediato, e é exatamente por isso que gostaria de um tempo um pouco maior para te mostrar como poderia ter alguns benefícios que podem te ajudar muito”. Evite o uso de jargões clichês, como “eu queria apenas”, “eu entendo”, “compreendo”. Isso iguala você a todos os outros representantes de vendas e o transformam em um padrão fácil de ignorar. 3-) Pedido: Para conseguir o que quer, você precisa pedir. Você pode fazer a reversão disruptiva perfeita, mas, se não pedir novamente, não obterá o resultado desejado. É no passo de pedir que a maioria dos erros acontecem. As pessoas hesitam, esperando que o cliente em potencial faça o trabalho por elas, e ele não fará. Você deve controlar suas emoções e pedir novamente. Quando você pedir, em aproximadamente metade das vezes os potenciais clientes darão outra RDO, dessa vez mais próxima da verdade. Esteja preparado para revertê-la e pedir novamente. O que nunca deve ser feito é confrontar. Depois de ouvir duas RDO’s e não conseguir fazer seu cliente em potencial mudar de ideia, siga adiante educadamente e retorne outro dia. Lembrando que uma estrutura é como um guia, te dará uma base para padronizar uma forma de seguir com o seu processo e concluí-lo com sucesso, mas não deve prendê- 17 lo a uma execução engessada, e sim ser uma ferramenta de trabalho para que o pré- vendedor ou vendedor seja mais eficiente. Matriz de RDO’s Para auxiliar os profissionais de vendas a mapear as principais RDO’s que tomam frente em seu processo, e terem maior controle sobre a forma com que lidam com elas, propomos uma metodologia padronizada de construção, a Matriz de RDO’s. Conforme cita em seu livro, Jeb Blunt afirma que as RDO’s são limitadas, ou seja, existe uma quantidade finita delas, e podemos assim mapeá-las e entender previamente como lidar com cada uma, e além disso, a técnica de padronização de contorno, que explicitamos anteriormente, está implementada nesta Matriz. Como todas as outras, deixamos um Template de Matriz de RDO’s já pronto, e como a Matriz SPIN, esta matriz está pautada em mais de uma lógica de preenchimento, e a primeira é: Tipo da RDO: a qual das três possíveis classificações esta resposta pertence: reflexo, dispensa ou objeção genuína? Estágio: em qual momento da jornada de contato com o prospect/lead está RDO tem maior probabilidade de incidir, na prospecção ou na etapa de venda? Descritivo da rejeição recebida: qual é de fato, a fala do prospect/lead que demonstra a RDO, como ele a enuncia? Ideia central para elaboração do contorno: Aqui o SDR/BDR construirá o caminho, ou a lógica a ser seguida para estipular como contornar esta RDO. Na segunda parte, o pré-vendedor ou vendedor terá os três pilares da estratégia de contorno: Recomposição (ancoragem): é o primeiro dos três pilares e visa dar uma resposta automática para a RDO, com intuito de ganhar tempo para o cérebro acostumar com aquela rejeição e poder se preparar para contorná-la; https://docs.google.com/spreadsheets/d/1UAaBo6AkB3goQ6bzlTdp4KSZpwulYULhB7Zj4Ml3u0A/edit?usp=sharing https://docs.google.com/spreadsheets/d/1UAaBo6AkB3goQ6bzlTdp4KSZpwulYULhB7Zj4Ml3u0A/edit?usp=sharing 18 Surpresa (contorno): neste pilar o objetivo é surpreender o prospect com uma resposta a qual ele não esperaria, muitas vezes corroborando com sua fala e encaminhando para concordar com ele; Pedido: a estrutura de recomposição sempre irá terminar com um pedido, que após concordar com a proposição do potencial cliente, pede então uma ação que ajude o vendedor ou pré-vendedor a cumprir parte ou todo seu objetivo de contato; E finalizando: Discurso final de solução do contorno: por fim, a ideia aqui é somente juntar os três pontos da estrutura em um único discurso sólido e coeso para que tenha naturalidade e seja treinável, e com o tempo o profissional de vendas possa internalizá-lo para que seja automático a sua usabilidade; Porque ter um roteiro de Respostas padrão e como usá-lo Já exploramos o que ocorre quando você encontra a rejeição, seja ela antecipada, real ou percebida. A reação “lutar ou fugir” entra em ação, o sangue foge do seu neocórtex (parte racional do cérebro) e você não consegue pensar, o que torna muito difícil formular mensagens que lidem com a RDO no momento durante as conversas rápidas de prospecção. Em situações emocionalmente tensas, os roteiros libertam sua mente, libertando você do peso de se preocupar com o que dizer, lhe permitindo o completo controle da situação. Um roteiro ensaiado faz seu tom de voz, forma e cadência de falar parecerem confiantes, tranquilos e profissionais - mesmo quando suas emoções estão à flor da pele. Os roteiros são uma forma poderosa de controlar suas emoções e adaptar sua mensagem, mas devem ser ensaiados. Desenvolver e praticar seus roteiros para reverter RDOs requer esforço. Você deve desenvolver mensagens específicas para cada situação, praticar, testar suas premissas e repeti-las até aperfeiçoar as mensagens que funcionam bem. Mas atenção, um roteiro é para ser usado no treinamento, para te fazer ter respostas automáticas para situações de estresse e não para te transformar em um robô. Não deve ser usado na hora da ligação e sim nos treinamentos para assertividade. 19 Por fim, em resumo, para dominar a reversão de RDO’s, você deve: 1-) Identificar todas as potenciais RDO’s específicas do ICP e Personas prospectadas; 2-) Priorizar as principais RDO’s que, geralmente, correspondem por 80% das respostas que você receberá; 3-) Aplicar a estrutura de três passos para reversão de prospecção para desenvolver roteiros simples e repetitivos, que você diz sem pensar - o que o faz ignorar as emoções disruptivas da rejeição; 4-) Treinar, treinar e treinar utilizando os roteiros; 5-) Prospectar com sucesso;
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