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Exame Neurológico Débora Papa Bibliografia Caderno Técnico Volume 69 (n°2 de 2013) Exame Neurológico A neurologia veterinária ganha espaço cada vez mais Maior demanda dos proprietários pela busca de diagnósticos e tratamentos adequados Maior desafio do exame neurológico é a sua interpretação correta Exame Neurológico Meu exame neurológico deve responder: Sinais são neurológicos? Onde está localizada a lesão? Possíveis causas desta lesão? Exames complementares? Qual tratamento? Divisão Anatômica do Sistema Nervoso Mesencéfalo Ponte Bulbo SNC Encéfalo Cérebro Cerebelo Medula Espinhal Tronco Encefálico SNP Nervos Espinhais Gânglios Cranianos Terminações Nervosas Sistema Nervoso Central SISTEMA NERVOSO CENTRAL Sistema Nervoso Periférico Raizes dorsais: Neurônios Sensitivos Raízes ventrais: Neurônios Motores SISTEMA NERVOSO MOTOR - O Neurônio Motor Superior começa no Cérebro e emite um axônio longo - Percorre a Medula Espinhal - Faz sinapse com o Neurônio Motor Inferior SISTEMA NERVOSO MOTOR Responsável pelo desencadeamento do movimento voluntário, aprendido, consciente e hábil (preciso) através da estimulação dos neurônios inferiores, no lado contralateral do corpo SISTEMA PIRAMIDAL SISTEMA NERVOSO MOTOR Sua função é manter o tônus muscular subconsciente dos músculos antigravitários (músculos extensores, próximo a coluna) responsáveis pela postural normal do animal Movimentos Subconscientes e Involuntários SISTEMA EXTRAPIRAMIDAL SISTEMA NERVOSO MOTOR Também é importante na coordenação dos movimentos da cabeça e olhos na observação do movimento de um objeto Apresenta Tratos que começam no Tronco Cerebral e terminam na Medula Espinhal SISTEMA EXTRAPIRAMIDAL CEREBELO Constitui apenas 10% do cérebro total, mas possui mais da metade de todos neurônios cerebrais Possui papel fundamental de coordenação dos movimentos iniciados por outras partes do cérebro, fazendo o ajuste fino dos impulsos que são emitidos pelo sistema piramidal e extrapiramidal Plexo Braquial e Lombossacral Exame Neurológico Identificação e anamnese - sexo, raça, idade - jovens (alterações congênitas e inflamatórias) - teckel (discopatias) Exame Físico Geral - descartar outros sistemas (quadros ortopédicos) Exame Neurológico Dividido em 8 partes: 1 - Estado mental e comportamento 2 – Postura 3 – Marcha 4 - Tremores involuntários 5 - Reações posturais 6 - Nervos cranianos 7 - Reflexos miotáticos 8 - Avaliação sensorial OBSERVAÇÃO! INTERAÇÃO! Estado Mental 1 - Nível de Consciência e Comportamento Observação da interação do animal com o ambiente do consultório (durante a anamnese) Sistema Ativador Reticular Ascendente (SARA) ALERTA DEPRESSÃO ESTUPOR COMA Dor! Sonolência Inconsciência Consciente Estado Mental 1 - Nível de Consciência e Comportamento Comportamento controlado pelo sistema límbico (lobo temporal do prosencéfalo) Alterações: - agressividade - andar compulsivo - vocalização - delírio - “head pressing” Head Pressing 2 - Postura Avaliação do posicionamento da cabeça e do tronco durante o repouso Classificação: Adequada ou Inadequada Estruturas envolvidas no controle postural: Sistema Visual Sistema Vestibular Sistema Extrapiramidal Postura - Alterações “Head Tilt” (inclinação da cabeça) Esta postura é caracterizada pela rotação do plano mediano da cabeça devido à desordem vestibular central ou periférica, ipsilateral à lesão “head tilt” Postura - Alterações Head turn(Rotação lateral da cabeça) Rotação lateral da cabeça com manutenção do plano mediano perpendicular ao chão indica lesão prosencefálica ipsilateral Postura - Alterações Curvaturas espinhais Congênitas Adquiridas Permanente Intermitentes Postura - Alterações Curvaturas espinhais Escoliose (desvio lateral da coluna) Lordose (desvio ventral da coluna) Cifose (desvio dorsal da coluna) Torcicolo (desvio lateral do pescoço) Cifose Postura - Alterações Rigidez Descerebrada Lesões graves da região rostral do tronco encefálico Perda da comunicação cérebro com restante do corpo Rigidez e extensão dos quatro membros com opistótono e estado mental de estupor / coma Rigidez Descerebrada Postura - Alterações Rigidez Descerebelada Lesões cerebelares aguda (episódicas) Extensão dos membros torácicos, flexão dos membros pélvicos e opistótono Estado de consciência alerta! Rigidez Descerebelada Postura - Alterações Posição de Schiff-Sherrington Lesão grave/ aguda da medula toracolombar, em que há dano às “border cells” (neurônios inibitórios que inibem os neurônios motores inferiores dos membros torácicos) Postura Posição de Schiff-Sherrington Extensão rígida de membros torácicos com propriocepção e função motora normal, e flacidez de membros pélvicos com diminuição ou ausência da função motora sem opstótono e nível de consciência alerta Schiff-Sherrington 3 - Marcha Diferenciar: Ortopédico X Neurológico Estruturas envolvidas na Marcha: Córtex cerebral, tronco encefálico, o cerebelo, a medula espinhal, os nervos periféricos, a junção neuromuscular e os músculos tenham suas funções íntegras Marcha Colocar o animal para caminhar Observar animal de frente, por trás, de lado caminhar em linha reta, em círculos e realizar curvas para ambos os lados Marcha normal Marcha anormal (ataxia; paresia;paralisia;claudicação) Marcha Ataxia: - sinônimo de incoordenação - Proprioceptiva - lesão na medula espinhal - Vestibular - alterações vestibulares - Cerebelar - associada à hipermetria e tremores de intenção Marcha Paresia: - diminuição da movimentação voluntária - perda da habilidade de sustentação do peso ou inabilidade para gerar movimentos - Pode ser por lesão de NMI ou NMS Marcha Paralisia: - ausência total da movimentação voluntária - Tetraparalisia (paresia) - Paraplegia (paresia) – membros pélvicos Monoplegia (paresia) – 1 membro Hemiparesia – membros de um lado do corpo vídeo Marcha Claudicação: - Pode ser de origem ortopédica - Compressão de raízes de nervos periféricos Andar em círculos: Lesões vestibulares Lesões no prosencéfalo Normalmente ipsilateral 4- Movimentos Involuntários Podem apresentar etiologias diversas Tremores mioclonias crises epilépticas “head bobbing” vídeo 5 - Reações Posturais São respostas complexas que envolvem a participação de quase todos os componentes do Sistema Nervoso Proprioreceptores localizados nas articulações, tendões, músculos e ouvido interno captam uma informação externa que é transmitida para o córtex , onde é processado e retransmitido para a musculatura PROPRIOCEPÇÃO CONSCIENTE DÉFICIT DE FUNÇÃO DE NERVOS CRANIANOS MIOSE MIDRÍASE Lesões de Nervo Oculomotorpodem deixar animais irresponsíveis ao reflexo luminoso Lesões de Nervo Óptico (cegueira) podem deixar animais apenas em midríase / miose / sem alteração de reflexo ANISOCORIA Tamanho pupilar desigual Lesões de Nervo Oculomotor ou idiopática Desafio: qual o olho que está normal? SÍNDROME DE HORNER (Ptose, miose e enoftalmia – afundamento do globo ocular) Lesões de Nervo Vago e inervação simpática do globo ocular causada por massas tumorais , otites médias e internas, traumatismos ESTRABISMO Ventrolateral – Lesão de Oculomotor Medial – Lesão de Abducente ESTRABISMO Fonte: Caderno Técnico n° 69 - CRMV PARALISIA DE MAXILAR Incapacidade do animal fechar a boca Neurite de Nervo Trigêmio PARALISIA DO NERVO FACIAL Incapacidade do animal de mover a pálpebra, a orelha, lábio de um ou ambos os lados. Causando flacidez e assimetria na face Otite, traumatismo... SURDEZ CONGÊNITA Má formações na Cóclea e Nervo Vestibulococlear Dálmatas, raças de pelagem branca e olhos claros Síndrome de Waardenburg Síndrome de Waardenburg 7 - Reflexos Miotáticos Resposta involuntária do Sistema Nervoso a um estímulo de importância fundamental para a postura e locomoção do animal Lesão de NMS os reflexos e o tônus encontram-se normais a aumentados Lesão de NMI, há diminuição ou ausência de reflexos e tônus Reflexos Miotáticos Reflexos Miotáticos Reflexos Miotáticos Reflexo de retirada (+ utilizado) Membros Torácicos: Avalia a integridade do segmento espinhal C6-T2 (Plexo Braquial) Membros Pélvicos: Avalia a integridade do segmento espinhal L4-S3 (Plexo Lombossacral) Pinçamento interdigital Reflexos Miotáticos Reflexos Miotáticos Reflexos Miotáticos Reflexo Patelar Avalia a integridade do nervo femoral e segmento espinhal L4-L6 Reflexo Perineal estimulação do períneo com uma pinça resulta em contração do esfíncter anal e flexão da cauda . Avalia nervo pudendo, S1-S3 e cauda equina Reflexos Miotáticos Reflexos Miotáticos 8 - Avaliação Sensorial Nocicepção: A avaliação da percepção consciente de dor envolve a participação dos nervos periféricos, medula espinhal, tronco encefá- lico e córtex As fibras de dor profunda situam-se bilateralmente e profundamente na substância branca da medula espinhal Avaliação Sensorial Nocicepção: Apenas uma lesão grave e bilateral da medula espinhal levará à diminuição ou ausência de dor profunda A dor profunda é o último sinal a ser perdido Ausência de dor profunda é Grave! Avaliação Sensorial Nocicepção: Avaliação de dor superficial: devem-se pinçar as membranas interdigitais dos membros pélvicos e torácicos Retirada do membro + Reação consciente Avaliação de dor profunda: Aplica-se uma pressão no periósteo das falanges distais Avaliação Sensorial Avaliação Sensorial Palpação da coluna: Objetiva-se detectar áreas dolorosas (hiperestesia) ou com restrição de movimento na região da coluna vertebral ou plexos Deve ser a última etapa do exame neurológico para evitar o stress ao animal Avaliação Sensorial Palpação da coluna: A palpação da coluna lombar e torácica consiste de aplicações crescentes de pressão (discreta, moderada, intensa) lateralmente aos processos espinhosos em uma seqüência crânio-caudal ou caudo--cranial Avaliação Sensorial
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