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Agenda 09 - Debate

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Agenda 09 - Saúde e Segurança no Trabalho
Não dá pra brincar quando o assunto é saúde ou segurança. Em relação à prevenção de acidentes, tanto o trabalhador como os gestores da organização são responsáveis por preservar e proteger a vida.
A empresa deve cumprir a legislação relativa à saúde e segurança do trabalhador, fornecendo as condições adequadas à realização do trabalho, treinando os funcionários e advertindo aqueles que não agem de acordo com as normas. Porém, tomar os cuidados com a própria segurança e reivindicar esse direito dentro da empresa é um papel do profissional.
Cada vez mais as empresas se conscientizam de que investir na segurança de seus funcionários reduz uma série de fatores negativos para o negócio, mas é preciso esclarecer que a segurança não depende só da empresa, mas também de uma atitude pessoal do funcionário, baseada numa mentalidade preventiva e na responsabilidade para com a própria saúde e a dos demais.
· Sr. G., 45 anos de idade, admitido como soldador há cinco anos na empresa CDC, estava exercendo excepcionalmente a função de serralheiro, pois, havia cinco meses, o equipamento de solda que operava estava com defeito, aguardando reparos.
Recentemente, a empresa havia diminuído o número de encomendas, dispensando quase 200 trabalhadores. Para retomar o nível de produção, a empresa aumentou o número de horas extras e deslocou trabalhadores de uma função para outra, de acordo com as necessidades mais urgentes. Nessa situação, o sr. G. passou a executar tarefas de serralheiro sem ter recebido nem treinamento nem instruções sobre os riscos de sua nova função.
Uma manhã, o sr. G. foi designado para furar algumas peças para as quais era preciso um tipo específico de furadeira - fixa em uma bancada com mecanismo para fixação de gabarito, no qual as peças a serem furadas são posicionadas e presas. Após algumas horas de uso, esse equipamento, já antigo e sem manutenção preventiva, quebrou, fato que vinha se repetindo ao menos uma vez por mês, já há algum tempo. Diante desse problema, o sr. G. passou a usar uma furadeira de chapas, que não possuía esse mecanismo de fixação, exigindo, portanto, que ele segurasse manualmente o conjunto gabarito-peça, que pesava cerca de 7 kg e estava solto sobre a bancada, para mantê-lo imóvel e na posição necessária para a realização da tarefa.
Enquanto o sr. G. furava uma das peças, o gabarito se movimentou, travando e destravando a máquina rapidamente, jogando o conjunto gabarito-peça e a broca em sua direção. Como ele estava sentado na cadeira, de frente para a furadeira, não conseguiu desligar o botão nem sair a tempo de seu posto de trabalho, sendo atingido no tórax e sofrendo contusão da parede torácica e fratura de duas costelas.
Após a leitura do caso do sr. G., discuta com seus colegas no debate as seguintes questões:
De quem é a responsabilidade sobre o acidente de trabalho que foi descrito? Como poderia ter sido evitado? De que forma o ocorrido pode influenciar na imagem da empresa perante seus clientes e a sociedade em geral?
Resposta:
	Com base no relato de acidente ocorrido com o colaborador, dentro das dependências da empresa, devemos considerar alguns fatores. Inicialmente verificamos que o mesmo foi remanejado para um cargo ao qual dispunha de pouco ou quase nenhum conhecimento para a realização de forma adequada.
A empresa em questão, não realizava a manutenção preventiva das ferramentas e maquinários, nem mesmo a troca por novas e mais modernas, o que levou o colaborador a ter uma conduta de improvisar uma ferramenta que atendesse sua necessidade momentânea, esquecendo-se do risco que poderia ocasionar a sua saúde e segurança. 
	Na Legislação Federal, a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) dispõe, no artigo 166, que a empresa é obrigada a fornecer aos trabalhadores, de forma gratuita, equipamentos de proteção individual adequado aos riscos, estes em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa segurança a saúde do colaborador.
	O Artigo 157 da CLT, determina que as empresas devem cumprir e fazer as normas de segurança e medicina do trabalho, instruindo os empregados, através de ordens de serviço, quanto as precauções a serem tomadas no sentido, cabendo ainda aos empregados, cumprirem as normas de saúde e segurança do trabalho, conforme art. 158 da CLT.
	A empresa por sua vez deverá prestar socorro imediato ao colaborador acidentado encaminhando-o para avaliação médica, posteriormente comunicar a ocorrência aos demais setores responsáveis, realizando-se o Comunicado de Acidente do Trabalho (CAT), prosseguido de investigação da causa do acidente. Deve-se manter assistência médica de acordo com a necessidade do acidentado.
	Considerando o acidente de trabalho relatado, podemos afirmar que o mesmo poderia ter sido evitado com adoção de pequenas práticas, assim como o uso de EPI’s, além da realização de manutenção e substituição periódicas de maquinários e ferramentas, treinamentos, entre outros. 
	Em suma, as motivações que levam as empresas a adotarem um Sistema de Gestão da Segurança e Saúde do Trabalho (SGSST) se devem, principalmente, a fatores como melhoria contínua, melhoria na imagem, aumento da competitividade, chance de reduzir os custos com gestão, novas oportunidades de mercado, produtividade mais alta e melhorias nos produtos. Esses fatores reduzem ou mesmo extinguem as perdas relacionadas a paralização parcial ou total da linha produtiva, indenizações ao acidentado, gastos extras, denegrição da imagem empresarial, entre outros fatores que se fazem relevantes na tratativa da saúde e segurança no ambiente da corporação.

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