Buscar

OFICINA DE LEITURA E ESCRITA - UNIDADE 1

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

SOBRE AS AUTORAS 
 
Olá, alunos! Sou a professora Andrea Escame Brandani, formada em Letras, 
Habilitação em Língua Portuguesa e Francesa pela Universidade Estadual de 
Maringá. Sempre fui apaixonada pela Língua Portuguesa e com a graduação 
descobri uma linguagem fascinante, por meio do discurso publicitário. O TCC 
(Trabalho de Conclusão de Curso) me direcionou ao mestrado em Estudos da 
Linguagem, com a dissertação “A argumentação no discurso publicitário da Bombril”, 
na Universidade Estadual de Londrina. Ao terminar a pós-graduação, cursei duas 
disciplinas como aluna especial do programa de doutorado da UFRGS (Universidade 
Federal do Rio Grande do Sul). Continuei aprofundando meus estudos com a 
especialização "Educação a Distância: novas práticas pedagógicas", na UNIFAMMA 
(Centro Universitário Metropolitano de Maringá). Em relação ao desenvolvimento do 
meu trabalho, enquanto docente, ministrei aulas para curso preparatório para 
concursos e, também, para cursos técnicos e Ensino Médio. Enquanto pesquisadora 
meus trabalhos apresentam reflexões sobre: linguagem, discurso, argumentação, 
além do ensino e aprendizagem de língua. 
Prezado(a) aluno(a), sou a professora Érica Danielle Silva, formada em Letras, com 
habilitação em Língua Portuguesa e Inglesa, pela Universidade Estadual de Maringá 
(UEM). Na mesma universidade, também obtive o título de Mestre em Letras e 
atualmente sou doutoranda, com Estágio Sanduíche na Sorbonne Nouvelle, Paris 3. 
Tenho desenvolvido pesquisas, desde a graduação, sobre as práticas discursivas e 
a representação do sujeito com deficiência nas mídias, sob a perspectiva da Análise 
de Discurso de linha francesa. Participo como pesquisadora no Grupo de Estudos 
em Análise do Discurso da UEM – GEDUEM (CNPq), que se caracteriza por um 
espaço permanente de discussão intercultural e multidisciplinar sobre aspectos 
teóricos e analíticos que concernem aos estudos do texto e do discurso em suas 
formas variadas de manifestação e sobre questões ligadas ao ensino de línguas sob 
uma perspectiva discursiva da linguagem. Também sou tutora do curso de Letras na 
modalidade de Educação a Distância (UAB/UEM). Em meu percurso profissional, 
tive o privilégio de vivenciar a prática pedagógica em diferentes níveis de ensino, 
desde a pré-escola até a pós-graduação lato sensu, tanto na modalidade presencial 
como a distância. Devo ressaltar que estou muito satisfeita em poder compartilhar 
com você um pouco do que tenho aprendido nessa caminhada acadêmica e 
profissional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
 
Prezado(a) aluno(a), 
 
A língua é o principal veículo de comunicação por meio do qual os sujeitos atuam na 
sociedade em que vivem. E você deve estar atento às práticas pedagógicas que 
podem corroborar para que o ensino seja concretizado de uma forma mais 
consciente em relação à adequação dos recursos linguísticos disponíveis para a 
produção e circulação de sentidos. 
Os eixos da Língua Portuguesa que sustentam as práticas sociais envolvem tanto a 
leitura quanto a escrita. É provável que você já tenha ouvido, ou até mesmo dito, 
reclamações do tipo: “Eu não gosto de ler!” ou “Eu não sei escrever!”. Infelizmente, 
essas afirmações são muito comuns, sobretudo no âmbito escolar. E, no 3º grau, 
elas se tornam ainda mais salientes. Muitos alunos não sabem ler textos 
acadêmicos e, em muitos casos, por falta de orientação, também se formam sem 
saber produzir alguns textos típicos do meio acadêmico, como resumo, resenha e 
artigo. 
Para que essas dificuldades não atrapalhem seu desempenho acadêmico, temos a 
satisfação de apresentar a você esse material que reúne os conteúdos previstos no 
componente de Oficina de leitura e escrita em Língua Portuguesa. Uma vez 
denominado “Oficina”, entende-se que esse componente prevê momentos de 
participação e de reflexão por parte dos acadêmicos, fundamentados na relação 
entre teoria e prática. Isso significa que, a partir das reflexões suscitadas e das 
atividades propostas, você terá a oportunidade de participar de um espaço coletivo 
de construção do conhecimento, de análise da realidade e de troca de experiências. 
A fim de propiciar esses momentos, cada unidade será uma oficina: primeiramente, 
haverá um momento de Sensibilização, em que você terá a oportunidade de 
resgatar experiências pessoais, de acordo com o tema da unidade. Em seguida, na 
seção de Compreensão Teórica, você encontrará a discussão de algumas noções 
que ajudarão na fundamentação das análises e práticas posteriores, bem como nos 
futuros encaminhamentos pedagógicos que você escolherá para desenvolver em 
sua prática em sala de aula. A terceira seção, que comporá cada unidade, diz 
respeito à prática de Análise, em que você terá a oportunidade de verificar 
atividades propostas em materiais didáticos ou textos diversos, articulando-os às 
reflexões teóricas desenvolvidas anteriormente. Por fim, a quarta seção diz respeito 
à Ação. Como o próprio título indica, você será convidado a relacionar teoria e 
prática, a partir da análise empreendida e a produzir relatos e textos de gêneros 
específicos. 
Ressaltamos que ao realizar as atividades propostas nessas Unidades-oficinas você 
não tenha apenas a oportunidade de entrar em contato com algumas noções 
teóricas sobre o texto e os processos de leitura e de escrita, mas também que possa 
começar a perceber algumas problematizações importantes que estão envolvidas no 
processo de ensino e aprendizagem dessas práticas. Além disso, ao elaborar esse 
material, também objetivamos instrumentalizá-lo quanto aos gêneros textuais 
recorrentes no meio acadêmico. 
A fim de alcançar esses objetivos, organizamos esse material em quatro Unidades-
oficina. A primeira, intitulada O texto e a construção dos sentidos, será a porta de 
entrada para discutirmos uma definição adequada para “texto” e para 
compreendermos quais são os fatores de textualidade que o caracterizam. 
Destacaremos com maior extensão os princípios de coesão e de coerência, dada a 
importância desses elementos na construção de um texto, sobretudo no meio 
acadêmico, onde muitas vezes são considerados como critérios de avaliação de 
trabalhos e provas. 
Na unidade II, A prática de leitura e de escrita, serão abordados os processos de 
leitura e de produção textual. Abordaremos algumas problematizações acerca desse 
processo, tendo como foco o tratamento atribuído ao texto no ambiente escolar. O 
que significa ler e escrever na escola? 
Já a unidade III, Leitura e redação de trabalhos acadêmicos, dedicamos à leitura e à 
produção de textos que circulam com frequência no meio acadêmico. Abordamos, 
inicialmente, a importância das etapas do processo de leitura, análise e 
interpretação de textos acadêmicos. Destacamos, ainda, algumas questões sobre o 
gênero resumo, no que concerne a sua estrutura e função retórica. 
Por fim, na Unidade IV, intitulada Resenha, identificaremos a estrutura e a função do 
gênero resenha e conheceremos algumas orientações básicas de formatação, 
determinadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). 
A partir desse percurso, gostaríamos de destacar que os aspectos eleitos para este 
componente serão complementados por abordagens de outros componentes no 
decorrer do curso. E, também, que as noções e práticas trazidas neste momento 
inicial do curso sustentarão sua vida acadêmica, já que alguns encaminhamentos 
poderão ser utilizados em praticamente todos os demais componentes, seja como 
forma de avaliação, seja como estratégia de estudo pessoal. 
Esperamos que no decorrer das atividades você perceba que ler e escrever com 
proficiência é um processo que requer muita disciplina, concentração e muita, muita 
prática! Passar por esse processo permitirá que você, hoje acadêmico, seja capaz 
de levar essas atitudes para sua futura prática pedagógica, conscientizando
e 
preparando seus alunos para compreender o papel da linguagem nas relações 
sociais e, consequentemente, atuar no meio em que vivem de forma mais ativa e 
participativa. 
 
Bons estudos! 
 
Profa. Me. Andrea Escame Brandani 
Profa. Me. Érica Danielle Silva 
 
 
 
 
UNIDADE I 
O TEXTO E A CONSTRUÇÃO DOS SENTIDOS 
 
Profa Me. Andrea Escame Brandani 
Profa Me. Érica Danielle Silva 
 
OBJETIVOS 
Como objetivo principal, ao finalizar esta unidade você poderá identificar diferentes 
possibilidades para a definição de “texto”. Além disso, é imprescindível que você 
reconheça os fatores de textualidade. Por isso, buscamos fornecer os subsídios para 
que você compreenda a coesão e a coerência como fatores indispensáveis no 
estabelecimento de relações textuais. 
 
PLANO DE ESTUDO 
Nesta unidade, serão abordados os seguintes tópicos: 
 O que é texto? 
 Fatores de textualidade 
 Coerência 
 Coesão 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONVERSA INICIAL 
Para começar nossa conversa, você saberia definir o que é um texto? 
 
 
Fonte: http://www.shutterstock.com/ ID da Imagem: 119155525 
 
Essa tarefa parece simples, não é? Afinal, lemos, escutamos e falamos essa palavra 
com muita frequência. No decorrer dessa disciplina, em sua totalidade, você 
perceberá que esse é um conceito essencial que todos os professores precisam 
dominar. Na mesma medida, perceberá que essa noção pode variar a partir da 
posição teórico-metodológica assumida. 
Neste componente, serão introduzidos alguns conceitos fundamentais para que você 
comece a fundamentar e construir uma noção de texto que atenda às necessidades 
didático-pedagógicas para a prática da docência. Vamos a nossa primeira atividade, 
a sensibilização. 
 
Sensibilização 
 Você gosta de ler? Que tipo de texto? 
 Você gosta de escrever? Que tipo de texto? 
 Pense sobre sua última semana: com que tipo de texto/gênero textual você teve 
contato com mais frequência? 
 Quais são os critérios que você considera fundamentais para dizer que uma 
composição linguística é um texto? 
 
Agora imagine duas situações e responda à questão que segue: 
 
(a) Você está andando pela rua e encontra um papel escrito “ouro”; 
(b) Você está estacionado na frente de um hospital e lê uma placa “Silêncio”. 
 
http://www.shutterstock.com/
Você acredita que podemos considerar as palavras “Ouro” e “Silêncio” como textos, 
mesmo sendo apenas palavras? 
 
 
 
1. O QUE É TEXTO? 
Retome sua reflexão sobre as duas situações expostas no item inicial, de 
sensibilização. Se você respondeu que na situação (a) não temos um texto, você 
acertou, pois é apenas um pedaço de papel escrito e pelo contexto não há como 
saber o que quer dizer. Entretanto, se a palavra “ouro” estivesse escrita, por 
exemplo, em um cartaz pendurado nas costas daquelas pessoas que ficam nas 
esquinas anunciando a compra de ouro, a situação seria outra e a palavra 
constituiria um texto, pois se encontra em um contexto em que alguém quer 
transmitir algo para outra pessoa. 
Já a palavra “Silêncio” é um texto, porque está em um contexto no qual as pessoas 
por meio da placa interagem, ou seja, os responsáveis pelo hospital têm a intenção 
de informar aos interlocutores, isto é, as pessoas que leem a placa, de que naquele 
local precisa haver silêncio. 
Acredito que com esta explicação ficou muito mais fácil entender o conceito básico 
de texto, não é mesmo? Poderíamos elaborar, então, uma noção geral de texto que 
seria: 
 
xxx 
Texto é uma sequência verbal, oral ou escrita, que forma um todo de sentido para seus interlocutores 
em determinado contexto. Seu tamanho pode variar de uma palavra, uma oração ou um conjunto de 
enunciados, mas necessariamente precisa de um contexto significativo para existir. 
xxx 
 
Conforme alertamos anteriormente, dadas as diferentes vertentes teórico-
metodológicas existentes nos estudos da Língua Portuguesa, essa noção que 
acabamos de elaborar não é suficiente. Por isso, trazemos alguns autores que 
poderão auxiliar você a ampliar os elementos que estão implicados na compreensão 
do conceito de texto. 
O professor José Luiz Fiorin, em entrevista à revista eletrônica Letra Magna, foi 
questionado sobre qual a noção mais coerente para texto e explicou que 
 
[...] Dizer que é um todo organizado de sentido implica afirmar que o 
sentido de uma parte depende do sentido das outras. No caso dos 
textos verbais, isso significa que ele não é um amontoado de frases, 
ou seja, nele as frases não estão simplesmente dispostas umas 
depois das outras, mas mantêm relação entre si. Isso quer dizer que 
o sentido de uma frase depende dos sentidos das demais, o sentido 
de uma parte do texto depende do sentido das outras [...]1 
 
1 Disponível em: http://www.letramagna.com/fiorin.htm. Acesso: 10 de dez. de 2014. 
 
A professora Nínive Pignatari (2010, p. 17) esclarece que 
 
[...] a palavra texto deriva do latim e significa trama, malha, tecido. É 
uma unidade significativa, ou seja, uma estrutura organizada com um 
só sentido, constituída de coerência e coesão. Conjunto de palavras 
com conteúdo semântico eficiente para transmitir a mensagem do 
autor para o receptor. 
 
Outro estudioso da área, Ulisses Infante (1991), elucida que 
 
[...] a palavra texto provém do latim textum, que significa tecido, 
entrelaçamento. (...) O texto resulta de um trabalho de tecer, de 
entrelaçar várias partes menores a fim de se obter um todo inter-
relacionado. Daí poder falar em textura ou tessitura de um texto: é a 
rede de relações que garantem sua coesão, sua unidade. 
 
Finalmente, o professor Luiz Carlos Travaglia (1997, p. 67) também explana o 
conceito dizendo que 
 
[...] o texto será entendido como uma unidade linguística concreta 
(perceptível pela visão ou audição), que é tomada pelos usuários da 
língua (falante, escritor/ouvinte, leitor), em uma situação de interação 
comunicativa específica, como uma unidade de sentido e como 
preenchendo uma função comunicativa reconhecível e reconhecida, 
independentemente da sua extensão. 
 
Observe que, de modo geral, um pesquisador acaba complementando a definição 
dada pelo outro. E, em linhas gerais, um texto possui coerência de sentido, o que 
significa que ele não é um amontoado de enunciados. É só pensar, por exemplo, na 
própria origem da palavra texto, derivada do verbo latino texo, que significa “tecer”. 
Ora, o texto é um tecido e não um aglomerado desconexo de fios. Nele, o sentido de 
suas partes é dado pelo todo, ou seja, ele só será constituído e compreendido como 
um texto tendo em vista a sua totalidade. Por isso, em um texto, o significado de 
uma parte não é autônomo, mas depende das outras partes com que se relaciona. E 
o significado global não é resultado, somente, da soma de suas partes 
componentes, mas também de uma combinação geradora de sentidos. 
Ao realizar essas considerações, é inevitável esclarecer que para que um texto seja 
considerado verdadeiramente um texto, é preciso que ele produza sentido. Isso 
acontece por meio das palavras desde que mantenham entre si uma relação. Assim, 
é necessário levar em conta o contexto e toda sua composição de construção, que 
se dá por meio de determinadas expressões. 
Então, como identificar um texto? Leonor Fávero (1991) destaca o conjunto de 
princípios que fazem com que um texto seja um texto, e não apenas uma sequência 
de frases. São fatores de textualidade: coesão e coerência - relacionados ao 
material conceitual e linguístico do texto; intencionalidade e aceitabilidade - fatores 
relacionados aos interlocutores da mensagem; e informatividade, situacionalidade, 
contextualização e intertextualidade - que têm a ver com os fatores pragmáticos 
envolvidos no processo de comunicação. Destacaremos a definição de cada um 
deles, mas daremos, neste momento, atenção mais prolongada à coesão e à 
coerência.
xxx 
Fique por dentro 
Os fatores de textualidade foram desenvolvidos por Beaugrade & Dressler, cujos estudos estão 
inseridos no campo da Linguística Textual. Você terá a oportunidade de estudar essa perspectiva 
teórica com mais profundidade no decorrer do curso. Entretanto, se você já quiser saber um pouco 
mais sobre esse ramo da linguística, você pode ler o primeiro capítulo do livro Linguística Textual: 
Introdução, de Leonor Lopes Fávero e Ingedore G. Villaça Koch, e a primeira parte do livro Introdução 
a Linguística Textual, de Ingedore G. Villaça Koch. 
xxx 
 
 
2. FATORES DE TEXTUALIDADE 
 
2.1. Situacionalidade 
Segundo Koch (2009), a situacionalidade pode ser considerada tanto da situação 
para o texto, como do texto para a situação. Sobre a primeira direção, a autora 
explica que 
 
[...] a situacionalidade refere-se ao conjunto de fatores que tornam 
um texto relevante para uma situação comunicativa em curso ou 
passível de ser reconstruída. Trata-se, neste caso, de determinar em 
que medida a situação comunicativa, tanto o contexto imediato de 
situação, como o entorno sócio-político-cultural em que a interação 
está inserida, interfere na produção/recepção do texto, determinando 
escolhas em termos, por exemplo, de grau de formalidade, regras de 
polidez, variedade linguística a ser empregada, tratamento a ser 
dado ao tema etc. (KOCH, 2009, p. 40) 
 
Sobre o movimento inverso, Koch salienta que o texto também pode interferir na 
situação porque tanto o autor quando o leitor, ao (re)construírem um texto, 
(re)constroem também o mundo a partir de suas crenças, experiências, sua visão de 
mundo, propósitos, perspectivas. Trata-se de um processo de mediação entre o 
mundo real e aquele construído pelo texto. 
 
2.2 Informatividade 
A informatividade diz respeito tanto à distribuição da informação no texto quanto ao 
grau de previsibilidade e redundância que essas informações são veiculadas. Para 
que a distribuição de informações em um texto esteja adequada, é preciso que 
exista um equilíbrio entre a informação dada e a nova. Atenção: 
 
Um texto que contenha apenas informação conhecida caminha em 
círculos, é inócuo, pois falta-lhe a progressão necessária à 
construção do mundo textual. Por outro lado, é cognitivamente 
impossível a existência de textos que contenham unicamente 
informação nova, visto que seriam improcessáveis, devido à falta das 
âncoras necessárias para o processamento. (KOCH, 2009, p. 41) 
 
Quanto ao grau de previsibilidade, existem alguns: quanto mais previsível a 
informação, menor o grau de informatividade. Já o grau máximo de informatividade 
exigirá um grande esforço para o processamento, já que toda informação é 
apresentada de maneira imprevisível. Esse grau máximo é comum na linguagem 
poética e metafórica. 
2.3 Intertextualidade 
A intertextualidade tem grande relevância na construção do sentido. Em linhas 
gerais, segundo Koch (2009), trata-se da relação que um texto estabelece com 
outros textos que precisa ser reconhecida na produção/recepção de um texto. 
 
xxx 
Fique por dentro 
Koch, Bentes e Cavalcante escreveram um livro excelente sobre a intertextualidade. Segue a 
referência completa: 
 
KOCH, Ingedore G. Villaça; BENTES, Anna Christina; CAVALCANTE, Mônica Magalhães. 
Intertextualidade: diálogos possíveis. 2ª. ed. São Paulo: Cortez, 2008. 
 
 
 
Resumo: A intertextualidade constitui um dos grandes temas cujo estudo se tem dedicado tanto a 
Linguística Textual, como uma série de outras disciplinas, particularmente a Teoria Literária, no interior 
da qual o conceito teve origem. A Linguística Textual incorporou o postulado dialógico de Bakhtin, de que 
um texto não existe nem pode ser avaliado e/ou compreendido isoladamente: ele está sempre em 
diálogo com outros textos. Assim, todo texto revela uma relação radical de seu interior com seu exterior. 
Este livro tem como principal objetivo analisar, com o auxílio de muitos exemplos, essa necessária 
presença do outro naquilo que dizemos (escrevemos) ou ouvimos (lemos), procurando dar conta desse 
fenômeno. 
Fonte: Saraiva. Disponível em <https://www.saraiva.com.br/intertextualidade-dialogos-possiveis-
1799003.html>. Acesso em 29 de jun. de 2018. 
xxx 
 
2.4 Intencionalidade 
Para realizar suas intenções comunicativas, os sujeitos envolvidos na produção e 
recepção de um texto mobilizam diferentes recursos linguísticos. Koch (2009) 
ressalta, ainda, que a aceitabilidade também pode referir-se, em sentido estrito, à 
intenção do locutor de produzir um texto coeso e coerente. 
 
2.5 Aceitabilidade 
Conforme explica Koch (2009, p. 42-43), a aceitabilidade é a contraparte da 
intencionalidade. Dessa maneira, está relacionada “à concordância do parceiro em 
entrar num ‘jogo de atuação comunicativa’ e agir de acordo com suas regras”, isso porque 
“como postula Grice (1975), a comunicação humana é regida pelo Princípio de Cooperação” 
(KOCH, 2009, p. 42-43). 
 
 
 
3. COERÊNCIA 
Um dos fatores fundamentais para a construção do sentido do texto é a coerência, 
que não é uma marca textual, mas diz respeito aos aspectos lógicos e semânticos 
que permitem a união dos elementos textuais. A origem da palavra é do latim 
coherens, de cohaerere, “juntar, unir”, formada por com, “junto”, mais haerere, 
“grudar, colar”2. O termo, no dicionário, significa, de acordo com o Aurélio (2013)3, 
“ligação, conexão, de um conjunto de ideias ou de fatos, formando um todo lógico”. 
Sob uma perspectiva linguística, Koch explica que a coerência “[...] diz respeito ao 
modo como os elementos subjacentes à superfície textual vem a constituir, na mente 
dos interlocutores, uma configuração veiculadora de sentidos” (2003, p. 52). Nessa 
perspectiva, podemos considerar que um texto é coerente quando apresenta uma 
configuração conceitual compatível com o conhecimento de mundo do recebedor. 
Seu sentido é construído não só pelo produtor como também pelo recebedor, que 
precisa deter os conhecimentos necessários à sua interpretação. Essa interferência 
do interlocutor na construção do sentido do texto não só não é ignorada pelo 
produtor como ele conta com ela. É por causa dessa capacidade de o interlocutor 
participar da construção dos sentidos que muitos dos elementos necessários para se 
entender um texto nem sempre vêm explícitos, mas dependem das 
pressuposições/inferências do recebedor. 
Leia o exemplo abaixo. Você acha que é um texto coerente? 
 
 
DROGAS 
 
Antes seus pais davam-lhe tudo o que queria: roupas, comida e dinheiro. Não lhe deixavam faltar 
nada, mas tudo que é bom dura pouco. Além de seus pais pagarem colégios caros para ele estudar, 
ele nunca se interessou em aprender nada. 
Quando se apaixonou por uma garota e poucos meses ela ficou grávida aí precisou arrumar um 
emprego, tinha perdido seus pais num acidente e seu pai passava por varias dificuldades financeira e 
tinha grandes dividas e não o deixou nada em bens financeiros. 
Mais os empregos que conseguia não lhe ofereciam melhores condições aí que ele percebeu o 
quanto lhe fazia falta o estudo naquele momento. 
Para a piora do seu estado ele perdeu o emprego, já ganhava pouco, passavam-se os dias só 
piorava a sintuação, quando no dia bem cedo saiu a procura emprego passou a manhã e a tarde, 
quando retornava para sua casa ao atravessar a rua ele viu um velho amigo que logo convidou para ir 
na sua casa. Ao chegar, ele convidou para acender o cachimbo. Ele muito revoltado da vida ele 
acendeu, logo se viciou. Como tinha o corpo muito fraco para aquela droga, apenas 6 meses foram 
suficientes para cometer suicídio e pôr um fim por causa dessa maldita droga. 
 
(Disponível em <http://www.geocities.ws/esquinadaliteratura/autores/benedito/benedito05.html>. 
Acesso em 23/07/2012) 
 
2Disponível em: http://origemdapalavra.com.br/palavras/coerencia/. Acesso: 08/2013 
3Disponível em: http://www.dicionariodoaurelio.com/Coerencia.html.
Acesso: 08/2013 
http://www.geocities.ws/esquinadaliteratura/autores/benedito/benedito05.html
http://origemdapalavra.com.br/palavras/coerencia/
http://www.dicionariodoaurelio.com/Coerencia.html
Se você achou que o texto não é coerente, você está certo! Este texto foi analisado 
por Benedito Gomes Bezerra em sua monografia de Especialização em Língua 
Portuguesa, em que toma as quatro meta-regras propostas pelo linguista Michel 
Charolles – a repetição, a progressão, a não-contradição e a relação – para verificar 
em textos produzidos por alunos do Ensino Médio como ocorre a manutenção da 
coerência textual. O texto que vocês acabaram de ler é uma produção que 
apresenta, segundo Bezerra (2012), baixo padrão de coerência. Além dos desvios 
ortográficos, de acentuação gráfica e de pontuação, há problemas de desarticulação 
entre o texto e o tema proposto, ressaltado apenas no título “Drogas” e no último 
parágrafo. Vejamos algumas observações feitas por Bezerra: 
 
O texto começa com um indicador temporal ("antes") que logo faz 
surgir a pergunta pelo antecedente: antes de quê? Como se notará 
no decorrer do texto, o autor faz referência a um período anterior à 
morte dos pais de seu personagem, onde a vida era tranquila e 
confortável. 
Do mesmo modo, "seus pais" levanta a pergunta: pais de quem? A 
pronominalização, característica do uso da meta-regra de repetição 
(MR1), foi pouco efetiva, neste caso, por ter sido usada 
cataforicamente num período longo onde o sintagma "ele" aparece 
muito tardiamente. E, sobretudo, porque "ele" já remete a um 
referente que não foi expresso. 
"...quando retornava para sua casa, ao atravessar a rua, ele viu um 
velho amigo que logo convidou para ir na sua casa. Ao chegar, ele 
convidou para acender o cachimbo..." 
A ambiguidade é completa. O verbo "convidou", se aceitarmos a 
frase como está, tem como sujeito um elíptico "ele" que só podemos 
identificar como sendo o nosso personagem central. O mesmo se 
aplica aos outros termos destacados ("sua" e "ele"): ambos se 
referem ao personagem de quem o texto fala. No entanto, uma visão 
global do texto deixa claro que o sujeito de "convidou" é, na verdade, 
o "velho amigo", a quem também se referem os termos "sua" e "ele". 
Outra sequência mal construída, ainda no segundo parágrafo, diz 
que "tinha perdido seus pais num acidente", mas imediatamente nos 
surpreende com a afirmação de que "seu pai passava por varias 
dificuldades financeira", configurando uma nova e gravíssima 
contradição. A recuperação da real intenção do escritor se dá no final 
do parágrafo com a afirmação de que o pai "não o deixou nada em 
bens financeiro", quando se entende que ele tinha dificuldades 
financeiras antes de morrer em um acidente. (BEZERRA, 2012) 
 
Notamos, a partir do exemplo, que a coerência é muito importante na produção de 
sentido. Escrever com coerência é organizar, relacionar o que escreveu produzindo 
sentido a quem vai ler. As palavras de Viana colaboram com esta visão e auxiliam 
uma melhor compreensão sobre o conceito: 
 
Uma palavra isolada remete a um conceito isolado. Ela não pode 
surgir de repente, sem nenhuma relação com as anteriores. Faz 
parte de um todo que lhe dá sentido, desde que forme uma cadeia 
com as outras que a antecedem ou a sucedem. Interligadas, as 
palavras devem trabalhar a favor da unidade de sentido. Um texto 
resulta incoerente quando há falhas na continuidade de suas partes, 
quando as palavras aparecem de forma gratuita. Não é raro ouvirmos 
alguém dizer que determinada palavra está imprecisa, não diz com 
exatidão aquilo que pretendíamos dizer. A imprecisão resulta da falta 
de motivação entre as palavras que se sucedem numa cadeia em 
que um elo foi rompido. Para evitar isso, elas devem manter entre si 
um vínculo muito estreito. (VIANA, 2004, p. 18) 
 
Diante do exposto, um texto possui coerência quando ele produz sentido, quando há 
nele relação lógica entre as ideias que se complementam, é o resultado da não 
contradição entre suas partes. A coerência de um texto inclui fatores como o 
conhecimento que o escritor e o leitor possuem do tema abordado, o conhecimento 
de mundo que eles partilham, o conhecimento que esses têm da língua que usam e 
da intertextualidade presente no texto. Em outras palavras, a coerência não é algo 
inerente ao próprio texto, mas é construída na relação desses fatores com os seus 
interlocutores. 
Assim, para que um texto seja coerente devemos atentar para algumas exigências: 
apresentação clara do assunto e argumentos que o sustentem; encadeamento das 
ideias, de modo que cada parágrafo apresente informações novas, coerentes com o 
que foi apresentado anteriormente, sem repetições ou saltos temáticos; congruência 
entre as informações do texto e a realidade; e precisão vocabular. 
A partir do que foi dito, você deve ter percebido que a coerência se refere à 
construção de sentidos pelo recebedor. Entretanto, a coerência também pode 
manifestar-se linguisticamente. Isso significa que um texto objetivo também é 
coerente e coeso. Coesão é o modo como ligamos os elementos textuais numa 
sequência, articulação esta responsável pela unidade formal do texto. É sobre essa 
noção que estudaremos no próximo tópico. 
 
xxx 
Indicação de leitura 
A Coerência Textual 
 
Autores: Ingedore Villaça Koch; Luiz Carlos Travaglia 
Editora: Contexto, 2003. 
Sinopse: O objetivo principal é apresentar as ideias predominantes atuais sobre a coerência textual, 
por meio de exemplos e aspectos teóricos mínimos e essenciais. 
Fonte: autoras. 
xxx 
 
 
4. COESÃO 
Para começar, leia atentamente o texto abaixo: 
 
Uma provocação: gramática é fundamental para escrever ou para aprender a 
escrever? 
 
Eu não sei se é. Tem uma frase do Autran Dourado que diz assim com relação à gramática: 
“É preciso aprender a gramática, para depois esquecê-la”. Vamos colocar isso de outro jeito: 
para você refinar a sua expressão escrita é importante desenvolver consciência sobre como 
a língua é e como ela funciona estruturalmente. Vamos pensar sobre a organização sintática 
como parte do processo. Então, quando eu estou lendo um texto, de repente parar num 
determinado momento, destacar e analisar um segmento e perceber que o autor usou 
orações coordenadas, que ele poderia ter usado subordinadas. É importante ter essa 
consciência, assim como ter consciência do funcionamento social da língua, de que você 
varia a língua conforme o contexto em que você está, conforme o gênero. Quer dizer, 
escrever um conto é diferente de escrever um poema; fazer um sermão é diferente de narrar 
um jogo de futebol. Há um processo todo que nós fazemos na adequação da linguagem. As 
duas coisas são importantes: língua na dinâmica interacional, social, e a estrutura da língua. 
A possibilidade de você rastrear no vocabulário palavras mais precisas para aquilo que você 
quer dizer, essa reflexão é fundamental. Agora, qual é o problema da gramática? A 
gramática é ensinada escolasticamente: você dá o conceito, o exemplo, e faz exercício. Isso 
não faz sentido para quem está se aproximando da língua e precisa compreender como ela 
funciona. (GURGEL, 2011) 
 
Este texto faz parte de uma entrevista na qual o professor Carlos Alberto Faraco 
reflete sobre a Língua Portuguesa. Veja como é importante compreender como ela 
funciona. Será que você percebeu que a articulação entre as partes dessa entrevista 
a tornou compreensível? Pois é, a língua possui vários recursos linguísticos, 
indispensáveis, para se compreender a relação de sentido entre as ideias. 
Portanto, a fim de aprimorar nossa competência no que tange às técnicas 
composicionais da linguagem escrita estudaremos, a partir de agora, o recurso 
linguístico coesão, elemento primordial que colabora para a clareza textual. 
Certamente você já escutou a palavra ou até estudou o recurso textual coesão, não 
é mesmo? Mas o que é coesão? A seguir veja a definição encontrada no dicionário 
Aurélio: “Qualidade
de uma coisa cujas partes estão todas ligadas entre si: a coesão 
de uma narrativa. / Harmonia”4. A sua origem é latina cohesio e significa “adesão”, 
adharere, de ad-, “a”, mais haerere, significa “grudar, colar”5. 
Observe, então, que coesão nada mais é que a forma como você une as partes de 
um texto. Ela simboliza a ligação entre nossas ideias, nossos pensamentos, ou seja, 
a coesão representa a conexão estabelecida entre cada parte do texto, determina a 
 
4Disponível em: http://www.dicionariodoaurelio.com/Coesao.html. Acesso: 10/04/2013 
5Disponível em: http://www.dicionariodoaurelio.com/Coesao.html. Acesso: 10/04/2013 
http://www.dicionariodoaurelio.com/Coesao.html
http://www.dicionariodoaurelio.com/Coesao.html
transição de ideias entre as frases e os parágrafos. De modo geral, a coesão textual 
é a conexão estabelecida entre as partes de um texto por meio de conectivos – 
conjunções, advérbios, pronomes e preposições. 
Para esclarecer melhor este conceito leia o exemplo abaixo: 
 
MENINO 
 
Menino, vem pra dentro, olha o sereno! Vai lavar essa mão. Já escovou os dentes? Toma a benção a 
seu pai. Já pra cama! 
Onde aprendeu isso menino? – coisa mais feia. Toma modos. Hoje você fica sem sobremesa. Onde é 
que você estava? Agora chega, menino, tenha santa paciência. 
De quem você gosta mais, do papai ou da mamãe? Isso, assim que eu gosto: menino educado, 
obediente. Está vendo? É só a gente falar. Desce daí, menino! Me prega cada susto...para com isso! 
Joga isso fora. Uma boa surra dava jeito nisso. Que é que você andou arranjando? Quem te ensinou 
esses modos? Passe pra dentro. Isso não é gente para ficar andando com você. 
Avise seu pai que o jantar tá na mesa. Você prometeu, tem de cumprir. Que é que você vai ser 
quando crescer? Não, chega: você já repetiu duas vezes. Por que você está quieto aí? Alguma coisa 
está tramando...não anda descalço, já disse! – vai calçar o sapato. Já tomou remédio? Tem de comer 
tudo, você tá virando um palito. Quantas vezes já te disse para não mexer aqui? Esse barulho, 
menino! – teu pai tá dormindo. Para com essa correria dentro de casa, vai brincar lá fora. Você vai 
acabar caindo daí. Pede licença a seu pai primeiro. Isso é maneira de responder à sua irmã? Se não 
fizer, fica de castigo. Segura o garfo direito. Põe a camisa pra dentro da calça. Fica perguntando, tudo 
você quer saber! Isso é conversa de gente grande. Depois eu te dou. Depois eu deixo. Depois eu te 
levo. Depois eu conto. Agora não, depois! 
Deixa seu pai descansar – ele está cansado, trabalhou o dia todo. Você precisa ser muito bonzinho 
com ele, meu filho. Ele gosta tanto de você. Tudo que ele faz é para seu bem. Olha aí, vestiu essa 
roupa agorinha mesmo, já está toda suja. Fez seus deveres? Você vai chegar atrasado. Chora não 
filhinho, mamãe está aqui com você. Nosso Senhor não vai deixar doer mais. 
Quando você for grande, você também vai poder. Já disse que não, e não, e não! Ah, é assim? – pois 
você vai ver só quando seu pai chegar. Não fale de boca cheia. Junta a comida no meio do prato. Por 
causa disso é preciso gritar? Seja homem. Você ainda é muito pequeno pra saber essas coisas. 
Mamãe tem muito orgulho de você. Cale essa boca! Você precisa cortar esse cabelo. 
Sorvete não pode, você tá resfriado. Não sei como você tem coragem de fazer assim com sua mãe. 
Se você comer agora, depois não janta. Assim você se machuca. Deixa de fita. Um menino desse 
tamanho, que é que os outros hão de dizer? Você queria que fizessem o mesmo com você? Continua 
assim que eu te dou umas palmadas. Pensa que a gente tem dinheiro pra jogar fora? Toma juízo 
menino! 
Ganhou agora mesmo e já acabou de quebrar. Que é que você vai querer no dia de seus anos? 
Agora não, depois, tenho mais o que fazer. Não fica triste não, depois mamãe te dá outro. Você teve 
saudades de mim? Vou contar só mais uma, tá na hora de dormir. Vem que a mamãe te leva pra 
caminha. Mamãe te ama, viu! Dá um beijo aqui. Dorme com Deus meu filho! 
Fernando Sabino 
 
Você percebeu, ao ler o texto de Sabino, alguma coisa diferente? Na verdade, o que 
falta é a conexão entre suas partes. Esse texto é, então, um excelente exemplo de 
texto sem coesão, mas coerente, porque embora as frases estejam soltas, 
desconexas, elas são totalmente compreensíveis. 
Koch (2003, p.45) define coesão como: 
 
[...] fenômeno que diz respeito ao modo como os elementos 
linguísticos presentes na superfície textual se encontram interligados 
entre si, por meio de recursos também linguísticos, formando 
sequências veiculadoras de sentidos. 
 
Note que nós, constantemente, utilizamos elementos coesivos em nossos textos e 
falas, mas nem sempre nos damos conta disso. Lembra quando foi dito que a 
Língua Portuguesa nos é tão essencial que nem percebemos suas sutilezas? Pois é. 
É importante esclarecer, ainda, que a coesão é a união íntima das partes de um 
texto, mas não é um agrupamento de ideias aleatórias; é uma ligação que garante 
uma sequência lógica do texto. Diante disso, a coesão é obtida quando acontece a 
devida conexão entre as palavras, as orações e os parágrafos. 
Viana (2004, p. 28) explica: 
 
[...] A cada frase enunciada devemos ver se ela mantém um vínculo 
com a anterior ou anteriores para não perdemos o fio do 
pensamento. De outra forma, teremos uma sequência de frases sem 
sentido, sucedendo-se umas às outras sem muita lógica, sem 
nenhuma coerência. A coesão, no entanto, não é só esse processo 
de olhar constantemente para trás. É também o de olhar para 
adiante. Um termo pode esclarecer-se somente na frase seguinte... 
O importante é cada enunciado estabelecer relações estreitas com 
os outros a fim de tornar sólida a estrutura do texto. 
 
Mas, como sabemos se estamos sendo coesos ou não? Na Língua Portuguesa 
percebemos a coesão por meio de algumas palavras, denominadas conectivos ou 
elementos coesivos, que estabelecem esta relação entre as ideias. Vamos 
reconhecer estes elementos a partir de um poema: 
 
Neologismo 
 
Beijo pouco, falo menos ainda. 
Mas invento palavras 
Que traduzem a ternura mais funda 
E mais cotidiana. 
Inventei, por exemplo, o verbo teadorar. 
Intransitivo: 
Teadoro, Teodora. 
 
Observe que a conjunção adversativa “mas” estabelece uma relação de oposição 
entre as palavras “beijo-falo” X “invento”. Já a conjunção explicativa “que” estabelece 
relação de explicação com o termo “palavras” e a conjunção aditiva “e” exprime a 
ideia de adição em relação à palavra “ternura” + funda e + cotidiana. Diante do 
exposto, verificamos que o uso dessas conjunções permitiu a retomada das palavras 
resgatando o encadeamento das ideias. 
Recapitulando... 
Conjunção é a palavra invariável que relaciona duas orações ou dois termos que 
exercem a mesma função sintática. Quando duas ou mais palavras desempenham o 
papel de conjunção recebem o nome de locução conjuntiva. Veja alguns 
exemplos: apesar de, à medida que, a fim de que, à proporção que, desde que, visto 
que, ainda que etc. 
As conjunções são classificadas de acordo com o tipo de relação que estabelecem. 
As conjunções que relacionam orações independentes ou sintaticamente 
equivalentes são chamadas de conjunções coordenativas. Já, as conjunções que 
relacionam orações dependentes, ou seja, que ligam a oração principal a uma 
oração que lhe é subordinada são chamadas de conjunções subordinativas. 
As conjunções coordenativas são classificadas em aditivas, adversativas, 
alternativas, conclusivas e explicativas, de acordo com o sentido das relações que 
estabelecem. Veja alguns exemplos: e, nem, mas, porém, contudo, pois, porque, 
etc. 
As conjunções subordinativas são classificadas em integrantes e adverbiais. As 
integrantes introduzem orações subordinadas substantivas. As adverbiais 
introduzem orações que indicam uma circunstância adverbial relacionada à oração 
principal, são subdivididas em: causais, condicionais, consecutivas, comparativas,
conformativas, concessivas, temporais, finais, proporcionais. Veja alguns exemplos: 
que, visto que, desde que, de modo que, como, conforme, quando, antes que, a fim 
de que, etc. 
As conjunções, assim como as preposições, não exercem função sintática na 
oração, apenas ligam termos de mesma função sintática ou orações, por isso, são 
consideradas conectivos. No entanto, estabelecem relações lógicas essenciais 
para a construção de textos coerentes e coesos. 
Neste exemplo, destacamos as conjunções, mas estes conectivos podem se 
manifestar por intermédio, também, das preposições (a, de, para, com), dos 
pronomes (ele, ela, sua, este, aquele, o qual), dos advérbios e das locuções 
adverbiais (aqui, lá, logo, antes, dessa maneira). 
Desta forma, os conectivos são 
 
[...] responsáveis pela coesão de nosso pensamento e tornam a 
leitura mais fácil e fluente. Por isso temos de saber usá-los com 
precisão, tanto no interior da frase, quanto ao passar de um 
enunciado a outro, se a clareza assim o exigir. Sem esses 
conectores – preposições, advérbios, conjunções, termos 
denotativos, pronomes relativos – o pensamento não flui, muitas 
vezes não se completa, e o texto torna-se obscuro, sem nenhuma 
coerência. (VIANA, 2004, p. 51) 
 
A coesão textual, ainda, pode ser dividida em duas formas, sendo sequencial ou 
referencial. Vamos compreender as diferenças de cada uma delas nas próximas 
seções. 
 
4.1 Coesão sequencial 
A coesão sequencial é responsável pela ordem, sequência, continuidade do texto. 
Ela ocorre por meio das palavras que estabelecem relações de significado entre as 
orações, períodos ou parágrafos à medida que o texto evolui. 
Poucas pessoas atentam para este fato de que os conectivos, geralmente, têm 
valor semântico, ou seja, embora sejam vocábulos relacionais, preservam um 
discreto conteúdo significativo e ao ligarem as expressões, palavras ou orações, 
exprimem uma relação semântica (relação de sentido). 
Todavia, há conectivos que estabelecem relações somente sintáticas, sem 
estabelecerem relações semânticas (lógicas). Nesse caso, costumam ser chamados 
de relacionais. Compare as duas orações: 
a. Creio que a verdade aparecerá. 
b. O passeio estava tão bom que resolvemos ficar um pouco mais. 
No primeiro exemplo, a conjunção que não estabelece uma relação semântica, 
apenas, relaciona a oração subordinada “a verdade aparecerá” à principal “Creio”. 
E na segunda oração, podemos afirmar que existe uma coesão sequencial que 
garante a textualidade? 
Embora a conjunção que, da mesma maneira, relaciona a oração subordinada 
“resolvemos ficar um pouco mais” à principal “O passeio estava tão bom”, neste 
caso, ela estabelece entre as orações uma relação de causa e consequência 
(relação lógica ou semântica). 
Importa lembrar ainda, que com o mesmo exemplo, adaptado, poderíamos ter outro 
tipo de relação semântica. Reflita: “O passeio estava bom, logo resolvemos ficar um 
pouco mais”. Perceba que agora teríamos outro tipo de relação entre as orações, 
pois o passeio estava tão bom que ficamos mais, estabelecendo, assim, uma 
relação de conclusão. 
Sendo assim, os conectivos estabelecem ligação entre os termos ou as orações e 
além de garantir a coerência do texto, são primordiais como elementos de coesão 
textual, porque explicitam as relações entre as ideias, assegurando não só a 
progressão do texto, mas tornando o encadeamento das ideias mais claro e fácil de 
ser compreendido. 
Atente, a partir de agora, para alguns exemplos de relações semânticas que podem 
ser estabelecidas por meio da coesão sequencial. 
Ela pode, por exemplo, estabelecer uma relação que indique condição. Observe a 
frase neste exemplo a seguir: 
 
“Se você rouba ideias de um autor, é plágio. 
Se você rouba de muitos autores, é pesquisa”. (Wilson Mizner, 2013) 
 
A coesão sequencial também pode, por meio do conectivo “ou”, estabelecer uma 
ideia de alternância ou de inclusão. Como você pode ver neste exemplo: 
 
“Ou se tem chuva e não se tem sol, 
ou se tem sol e não se tem chuva! [...]”. (Cecília Meireles) 
 
Observe outro exemplo de como a coesão sequencial ainda pode acontecer. 
Quando, por meio de um segundo enunciado, se corrige ou redefine o conteúdo do 
primeiro. 
 
"Amar não é aceitar tudo. 
Aliás: onde tudo é aceito, desconfio que há falta de amor”. 
(Vladimir Maiakovski) 
 
Então, é preciso não esquecer que não se pode utilizar aleatoriamente qualquer 
conectivo para fazer essas relações/ligações/conexões, pois cada elemento coesivo 
carrega consigo uma relação semântica, isto é, um significado. 
 
4.2. A coesão referencial 
Koch (1988) explica: coesão referencial 
 
[...] é a que se estabelece entre dois ou mais componentes da 
superfície textual que remetem a (ou permitem recuperar) um mesmo 
referente (que pode, evidentemente, ser acrescido de outros traços 
que se lhe vão agregando textualmente). (KOCH, 1988, p. 76) 
 
[...] Ela ocorre por meio de dois mecanismos básicos: a. substituição, “[...] quando 
um componente da superfície textual é retomado (anaforicamente) ou precedido 
(cataforicamente) por uma proforma [...]” (KOCH, 1988, p. 75), e b. reiteração que 
pode se fazer por meio de sinônimos, hiperônimos, nomes genéricos, expressões 
nominais definidas ou repetição do mesmo item lexical (KOCH, 1988). 
De uma forma mais simplificada, a coesão referencial consiste na utilização de 
palavras que fazem alusão a um termo já citado, para enfatizá-lo, repeti-lo ou 
substituí-lo. Os conectivos de referência são aqueles que não têm um significado por 
si mesmo, pois remetem a outras palavras do texto que são necessárias à sua 
interpretação. 
Deste modo, a coesão referencial pode estabelecer, por substituição, uma conexão 
que indique catáfora, ou seja, quando o termo referente aparece após o termo 
coesivo. Observe o exemplo a seguir: 
 
 
“Há três coisas que nunca voltam atrás: 
a flecha lançada, a palavra pronunciada, e a oportunidade perdida”. 
(Provérbio Chinês)6 
 
Ela também pode ocorrer por meio da elipse, isto é, quando alguma palavra é 
retirada, visto que pode ser subentendida, evitando assim a repetição. Como 
podemos constatar neste exemplo: 
 
“Me arrependo de coisas que disse, 
mas jamais Ø do meu silêncio”. (Xenócrates)7 
 
Note nesta frase que o termo “me arrependo” pode ser facilmente suprimindo e 
mesmo assim continuamos compreendendo o seu sentido. 
 
6 Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-
portugues&palavra=anáfora. 
7 Disponível em: http://pensador.uol.com.br/frase/MTM0MjEw/. Acesso: 08/2013. 
Termo referente 
Termo coesivo 
http://pensador.uol.com.br/frase/MTM0MjEw/
A coesão referencial, ainda, pode ocorrer por reiteração, isto é, quando se repete um 
mesmo item lexical já utilizado na oração. Veja o exemplo a seguir: 
 
O fogo acabou com tudo, da casa não sobrara nada, a casa estava totalmente 
destruída. 
 
Portanto, a coesão referencial acontece quando determinado elemento textual se 
refere a outro, substituindo-o. Entre os elementos de referência temos os pronomes 
pessoais (ele, ela, o, a, lhe, etc.), possessivos (meu, teu, seu, etc.), demonstrativos 
(este, esse aquele, etc.) e os advérbios de lugar (aqui, ali, etc.). 
O dicionário Michaelis (2013) registra os termos “anáfora” e “catáfora” da seguinte 
forma: 
Anáfora a.ná.fo.ra sf (gr anaphorá) Ret. Repetição de uma ou mais palavras no 
começo de dois ou mais versos, orações subordinadas ou sucessivas, para efeitos 
retóricos ou poéticos (MICHAELIS, 2013). 
Catáfora ca.tá.fo.ra sf [...] 3 Ling Antecipação de um signo, a ser enunciado na 
sequência. Em: Aqui, em São Paulo, todos correm, o signo aqui é catafórico, 
porque se refere a um item que vem enunciado depois (MICHAELIS, 2013). 
Para melhor compreensão dos conceitos expostos vamos considerar os exemplos
abaixo: 
 
Mariana está viajando. Ela foi passar as férias na casa da irmã. Anáfora 
 
Ligia ganhou uma menina. A menina chamava-se Valentina. Catáfora 
 
xxx 
Reflita 
O texto abaixo circula na internet, sobretudo nos sites de variedades que satirizam notícias. Está 
presente, por exemplo, no site Jacaré Banguela <http://www.jacarebanguela.com.br/2012/11/01/a-
prova-da-segunda-guerra-mundial/>. 
Tomando-o como referência, reflita sobre os aspectos até então estudados nessa unidade, sobretudo 
no que concerne os fatores de textualidade, coerência e coesão. 
http://www.jacarebanguela.com.br/2012/11/01/a-prova-da-segunda-guerra-mundial/
http://www.jacarebanguela.com.br/2012/11/01/a-prova-da-segunda-guerra-mundial/
 
 
xxx 
Indicação de leitura 
A Coesão Textual 
 
Autores: Ingedore Villaça Koch; Luiz Carlos Travaglia 
Editora: Contexto 
Sinopse: Nesta obra, os autores se dedicam ao estudo da coesão textual, identificada como um dos 
fatores responsáveis pela textualidade. Identificam, por meio de exemplos e comentários, os 
mecanismos constitutivos do texto e alguns fenômenos linguísticos. 
Fonte: autoras. 
xxx 
 
ANÁLISE 
O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) tem por objetivo avaliar o desempenho 
dos estudantes da educação básica. Atualmente, a avaliação é composta por uma 
redação e por quatro provas objetivas, que avaliam quatro áreas de conhecimento: 
Ciências Humanas e suas Tecnologias; Ciências da Natureza e suas Tecnologias; 
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias e Redação; Matemática e suas 
Tecnologias. 
A redação é avaliada a partir de 5 competências: 
(1) Competência 1: Demonstrar domínio da modalidade escrita formal da Língua 
Portuguesa. 
(2) Competência 2: Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das 
várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites 
estruturais do texto dissertativo-argumentativo em prosa. 
(3) Competência 3: Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, 
fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista. 
(4) Competência 4: Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos 
necessários para a construção da argumentação. 
(5) Competência 5: Elaborar uma proposta de intervenção para o problema 
abordado, respeitando os direitos humanos. 
 
Reproduzimos abaixo uma redação do ano de 2013. Leia: 
 
A imigração no Brasil 
 
Durante, principalmente, a década de 1980, o Brasil mostrou-se um país de emigração. Na 
chamada década perdida, inúmeros brasileiros deixaram o país em busca de melhores 
condições de vida. No século XXI, um fenômeno inverso é evidente: a chegada ao Brasil de 
grandes contingentes imigratórios, com indivíduos de países subdesenvolvidos latino-
americanos. No entanto, as condições precárias de vida dessas pessoas são desafios ao 
governo e à sociedade brasileira para a plena adaptação de todos os cidadãos à nova 
realidade. 
A ascensão do Brasil ao posto de uma das dez maiores economias do mundo é um 
importante fator atrativo aos estrangeiros. Embora o crescimento do PIB (Produto Interno 
Bruto) nacional, segundo previsões, seja menor em 2012 em relação a anos anteriores, o 
país mostra um verdadeiro aquecimento nos setores econômicos, representado, por 
exemplo, pelo aumento do poder de consumo da classe C. 
Esse aspecto contribui para a construção de uma imagem positiva e promissora do Brasil no 
exterior, o que favorece a imigração. A vida dos imigrantes no país, entretanto, exibe uma 
diferente e crítica faceta: a exploração da mão-de-obra e a miséria. Portanto, para impedir a 
continuidade dessa situação, é imprescindível a intervenção governamental, por meio da 
fiscalização de empresas que apresentem imigrantes como funcionários, bem como a 
realização de denúncias de exploração por brasileiros ou por imigrantes. Ademais, é 
necessário fomentar o respeito e a assistência a eles, ideais que devem ser divulgados por 
campanhas e por propagandas do governo ou de ONGs, além de garantir seu acesso à 
saúde e à educação, por meio de políticas públicas específicas a esse grupo. 
 
Agora você será o avaliador dessa redação, considerando os fatores de textualidade 
discutidos nessa unidade, que dizem respeito às Competências 3 e 4. Para avaliar, 
considere os seguintes aspectos: 
 Há relação de sentido entre as partes do texto? 
 Há precisão vocabular? 
 A progressão temática está adequada ao desenvolvimento do tema, revelando 
que a redação foi planejada e que as ideias são apresentadas em uma ordem 
lógica? 
 Apresenta de forma clara a tese e a seleção dos argumentos que a sustentam? 
 Há encadeamento de ideias, de modo que cada parágrafo apresenta informações 
novas, coerentes com o que foi apresentado anteriormente e sem repetições ou 
saltos temáticos? 
 Dentre os elementos coesivos: 
a) Há substituição de termos ou expressões por pronomes pessoais, possessivos e 
demonstrativos, advérbios que indicam localização, artigos; 
b) Há substituição de termos ou expressões por sinônimos, antônimos, hipônimos, 
hiperônimos, expressões resumitivas ou expressões metafóricas? 
c) Há substituição de substantivos, verbos, períodos ou fragmentos do texto por 
conectivos ou expressões que resumam o que já foi dito? 
d) Há elipses ou omissão de elementos que já tenham sido citados ou sejam 
facilmente identificáveis? 
Se você pudesse atribuir uma nota de 0 a 400, para essas competências, que nota 
você atribuiria? 
 
Agora leia os comentários sobre esta redação, disponíveis na Guia do participante, 
na página 29, Redação 2013. Após a leitura, responda: os aspectos levantados 
coincidem com aqueles que você destacou? 
 
Comentários O texto demonstra excelente domínio da modalidade escrita formal e não apresenta 
problemas linguísticos, a não ser a falta de acento em “saúde”, sem reincidência em inadequações de 
grafia. Demonstra também que a proposta de redação foi compreendida e que o tema foi 
desenvolvido dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo. O texto é objetivo e 
impessoal. A redação organiza-se em quatro parágrafos bem construídos. 
A tese desenvolvida é a de que o Brasil atrai muitos imigrantes devido a sua excelente situação 
econômica. O texto diz que o governo deve interferir para evitar a exploração da mão de obra e 
assegurar os direitos dos imigrantes à saúde e à educação. 
Na introdução, o texto alude ao fato de muitos brasileiros terem emigrado na década de 1980 e afirma 
que agora houve uma inversão de fluxo. As ideias são desenvolvidas esclarecendo que o Brasil está 
entre as dez maiores economias do mundo, houve um aquecimento econômico e a classe C tem tido 
acesso a maior nível de consumo. Essa imagem positiva atrai imigrantes, mas favorece a exploração 
da mão de obra. O texto apresenta como conclusão uma proposta ampla e abrangente de 
intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos: intervenção governamental 
e fiscalização sobre empresas que empregam imigrantes. Propõe também campanhas para fomentar 
o respeito aos que vêm de fora e sugere a assistência aos novos cidadãos, por meio de políticas 
públicas que assegurem acesso à saúde e à educação. As propostas são coerentes com as ideias 
desenvolvidas no texto. 
A redação apresenta encadeamento de ideias e demonstra competência em selecionar, relacionar, 
organizar e interpretar informações, fatos e argumentos em defesa de um ponto de vista: o tema é 
desenvolvido de forma coerente, os argumentos selecionados são consistentes e a conclusão é 
relacionada ao ponto de vista adotado. 
O emprego de elementos coesivos torna o texto bem articulado e garante a sua continuidade, 
revelando conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários à construção da argumentação. O 
texto recorre a vários recursos coesivos, por exemplo: no primeiro parágrafo, a expressão “Na 
chamada década perdida” retoma “a década de 1980”; o termo “Esse aspecto” retoma a informação 
antecedente sobre a situação econômica
do Brasil. São empregados ainda diversos conectores que 
contribuem para a sequenciação das ideias: “no entanto”, “Embora”, “entretanto”, “Portanto”, “bem 
como”, “Ademais”, “além de”. 
 
Disponível em 
<http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/guia_participante/2013/guia_de_redacao_enem
_2013.pdf>. Acesso em 05 de fev. de 2015. 
Leia mais um texto e faça o mesmo processo de avaliação anterior: 
 
Imigração ilegal 
 
Não é de hoje que o Brasil é alvo de imigrantes ilegais, não é a primeira e não será a última 
vez que isso vai acontecer. Por ser o Brasil um país muito extenso, fica difícil o controle dos 
imigrantes, que vem a procura de uma oportunidade tentando mudar de vida, a procura de 
trabalho. 
Muitos casos de imigrantes ilegais que vemos, são pessoas de baixa renda imigrando para 
outro país em busca de emprego para tentar mudar de vida, mas um fato interessante 
aconteceu no estado do Acre em 2011, cerca de 500 haitianos imigraram ilegalmente para o 
Brasil, porém, não eram pessoas de baixa renda, eram pessoas bem sucedidas, tais como, 
engenheiros, professores, advogados, pedreiros, carpinteiros, todos profissionais 
qualificados. Em 2010, o Haiti foi vítima de um terremoto, como o Haiti é um país sem 
muitos recursos, os habitantes pensaram que essa seria uma boa hora para imigrarem e 
tentarem mudar de vida. 
Para não ficar muito cansativo vou agora ensinar a fazer um belo miojo, ferva trezentos ml’s 
de água em uma panela, quando estiver fervendo, coloque o miojo, espere cozinhar por três 
minutos, retire o miojo do fogão, misture bem e sirva. 
Uma boa solução para o problema o governo brasileiro está fazendo, que é acolher os 
imigrantes e dar a eles uma nova oportunidade para melhorar suas vidas. 
 
 
Qual seria a sua nota em relação às Competências 3 e 4 para essa redação? 
Este texto teve grande repercussão na mídia, e vários profissionais criticaram a nota 
atribuída. Leia alguns comentários nos sites abaixo e reflita: como você justificaria 
sua nota? 
 
 AGÊNCIA ESTADO. Redação do Enem com receita de Miojo leva nota média, 2013. 
Disponível em 
<http://www.em.com.br/app/noticia/especiais/educacao/2013/03/19/internas_educacao,359825/redac
ao-do-enem-com-receita-de-miojo-leva-nota-media.shtml>. Acesso em 29 de jun. de 2018. 
 
http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/guia_participante/2013/guia_de_redacao_enem_2013.pdf
http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/guia_participante/2013/guia_de_redacao_enem_2013.pdf
http://www.em.com.br/app/noticia/especiais/educacao/2013/03/19/internas_educacao,359825/redacao-do-enem-com-receita-de-miojo-leva-nota-media.shtml
http://www.em.com.br/app/noticia/especiais/educacao/2013/03/19/internas_educacao,359825/redacao-do-enem-com-receita-de-miojo-leva-nota-media.shtml
 ESTADÃO. Candidato escreve receita de Miojo em redação do Enem e tira 560, 2013. 
Disponível em <http://educacao.estadao.com.br/noticias/geral,candidato-escreve-receita-de-miojo-
em-redacao-do-enem-e-tira-560,1010640>. Acesso em 29 de jun. de 2018. 
 
 O GLOBO. Enem 2012: estudante escreve receita de miojo na redação e recebe nota 560. 2013. 
Disponível em <http://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/enem-2012-estudante-escreve-receita-
de-miojo-na-redacao-recebe-nota-560-7877681>. Acesso em 29 de jun. de 2018. 
 
 REVISTA VEJA. MEC: redação com receita de macarrão não fugiu ao tema. 2013. Disponível em 
<http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/para-mec-redacao-do-enem-com-receita-de-miojo-nao-
fugiu-ao-tema/>. Acesso em 29 de jun. de 2018. 
 
 UOL EDUCAÇÃO. Candidato escreve receita de miojo na redação do Enem e tira nota 560. 
http://educacao.uol.com.br/noticias/2013/03/19/candidato-escreve-receita-de-miojo-na-redacao-do-
enem-2012-e-tira-nota-560.htm. Acesso em 29 de jun. de 2018. 
 
 ESTADÃO. Inep estuda regra contra 'deboche' em redações. 2013. Disponível em 
<http://www.estadao.com.br/noticias/geral,inep-estuda-regra-contra-deboche-em-redacoes-
imp,1011721>. 
 
xxxx 
Indicações de leitura 
O Texto e a Construção dos Sentidos 
 
Autor: Ingedore Villaça Koch 
Editora: Contexto 
Sinopse: A autora aborda as atividades discursivas e suas marcas na materialidade linguística, que 
são responsáveis pela produção de sentidos em um texto. Na primeira parte, Koch trata das questões 
gerais relativas à produção de sentido, presentes tanto na modalidade escrita como na falada. Na 
segunda parte, a autora centra-se no texto falado. 
Fonte: autoras. 
xxxx 
 
AÇÃO 
Chegou, finalmente, o momento de escrever um texto e colocar em prática o que 
estudamos nesta unidade! Para isso: 
 Imagine que criaremos um blog da turma e semanalmente discutiremos sobre um 
tema/uma notícia que se destacou na mídia/ na sociedade em geral. Cada aluno 
deve contribuir com um texto principal. 
 Seu texto deve ter, obrigatoriamente, três parágrafos e no máximo 20 linhas. 
http://educacao.estadao.com.br/noticias/geral,candidato-escreve-receita-de-miojo-em-redacao-do-enem-e-tira-560,1010640
http://educacao.estadao.com.br/noticias/geral,candidato-escreve-receita-de-miojo-em-redacao-do-enem-e-tira-560,1010640
http://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/enem-2012-estudante-escreve-receita-de-miojo-na-redacao-recebe-nota-560-7877681
http://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/enem-2012-estudante-escreve-receita-de-miojo-na-redacao-recebe-nota-560-7877681
http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/para-mec-redacao-do-enem-com-receita-de-miojo-nao-fugiu-ao-tema/
http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/para-mec-redacao-do-enem-com-receita-de-miojo-nao-fugiu-ao-tema/
http://educacao.uol.com.br/noticias/2013/03/19/candidato-escreve-receita-de-miojo-na-redacao-do-enem-2012-e-tira-nota-560.htm
http://educacao.uol.com.br/noticias/2013/03/19/candidato-escreve-receita-de-miojo-na-redacao-do-enem-2012-e-tira-nota-560.htm
http://www.estadao.com.br/noticias/geral,inep-estuda-regra-contra-deboche-em-redacoes-imp,1011721
http://www.estadao.com.br/noticias/geral,inep-estuda-regra-contra-deboche-em-redacoes-imp,1011721
 Para esta produção, cada aluno pode escolher um tema que preferir. Primeiro, 
pesquise algo que tenha se destacado na mídia e que você se sinta à vontade para 
discutir. 
 Procure o tema em fontes e textos variados. 
 Liste as ideias que apareceram. Em seguida, agrupe essas ideias por afinidade. 
Elimine as menos importantes ou as que não se encaixam em nenhum grupo. 
 Considerando os grupos formadores, planeje o que vai ser tratado em cada 
parágrafo do seu texto. 
 A partir do planejamento, desenvolva os parágrafos. 
 Revise cuidadosamente seu texto e faça as correções necessárias. 
Para ajudá-lo na revisão de seu texto, reproduzimos abaixo, um roteiro elaborado 
por Guimarães (2012, p. 161-162), que pode auxiliar também nas demais produções 
que serão solicitadas nessa disciplina. Como veremos na segunda unidade, esse 
processo de autoavaliação é fundamental no processo de escrita. 
1. Estrutura – a estrutura contém todos os elementos que normalmente aparecem 
no gênero textual em questão? As informações estão organizadas de maneira clara 
e coerente? Faça um teste: o leitor conseguiria realizar um scanning, ou seja, 
localizar rapidamente determinada informação? Ou será que é necessário aumentar 
a letra dos títulos, usar destaque nos dados mais importantes, acrescentar imagens 
que facilitem a identificação dos assuntos? 
2. Extensão dos parágrafos – os parágrafos estão equilibrados, com extensão 
semelhante? Em caso negativo, isso contribui para acrescentar algum sentido 
especial ao texto ou se trata de mero descuido? 
3. Extensão e construção das frases – verifique se elas não estão curtas nem 
longas demais e se há variação e ritmo na combinação das diferentes formas e 
extensões. 
4. Hierarquia das informações – se o texto tiver títulos e subtítulos, verifique se há 
coerência na atribuição dos níveis, bem como paralelismo na construção das frases. 
[...] 
5. Padronização – um texto padronizado transmite uma
imagem de 
profissionalismo e cuidado. Verifique: 
 se o uso de maiúsculas e minúsculas está uniforme ao longo do texto – ex.: não 
misture as formas a Nota Fiscal, a nota fiscal, a Nota fiscal; 
 se a tipologia está coerente – ex.: se você está usando negrito para títulos e 
itálico para subtítulos, isso deve ser mantido ao longo de todo o texto; 
 se houver consistência na escolha de determinadas regras opcionais da língua – 
ex.: se você está usando vírgula antes de etc., faça desse modo em todo o texto; 
 se não há mistura entre tu e você – ex.: Ontem tentei te telefonar para saber o 
que você tinha achado do novo projeto. (errado) Ontem tentei lhe telefonar para 
saber o que você tinha achado do novo projeto. (certo) 
 se não há troca de denominações – ex.: em um contrato de empréstimo, se você 
começou chamando as partes de prestamista e prestatário, não pode passar a 
chamá-la de credor e devedor, investidor e gestor etc., senão o documento ficará 
confuso ou até mesmo juridicamente inválido. 
6. Obediência à norma padrão – verifique cuidadosamente a ortografia, a 
pontuação, a concordância, a regência e a colocação dos pronomes oblíquos. Para 
tanto, tenha à mão seu kit básico de consulta linguística: um dicionário completo e 
um bom manual de redação. Se o texto é predominantemente formal, e você usou 
algumas gírias ou expressões coloquiais, coloque-as entre aspas. 
7. Coerência – primeiro, verifique a coerência em nível local: observe se não foram 
usados conectivos ou outras palavras com sentido diferente do pretendido. Depois, 
avalie a coerência global – o texto acrescenta novas informações a cada trecho, 
porém sempre na mesma direção, ou há ideias que se contradizem? 
8. Coesão e clareza – os mecanismos coesivos permitem ao leitor reconstruir o 
sentido do texto ou ele precisa fazer inferências demais? 
9. Concisão – como dizia Carlos Drummond de Andrade, “escrever é cortar as 
palavras”. Verifique se há palavras ou expressões que podem ser cortadas sem 
prejuízo ao entendimento. Veja algumas sugestões: 
 elimine os pleonasmos (redundâncias) – ex.: todos os países do mundo, elo de 
ligação, encarar/enfrentar de frente, inaugurar uma nova filial, monopólio exclusivo, 
surpresa inesperada; 
 prefira o sinônimo mais simples e curto – ex.: entretanto  mas; consistir em ou 
constituir  ser; a fim de  para (deixe de usar os mais longos apenas quando já 
tiver usado bastante os outros); 
 elimine as perífrases – perífrase é uma “frase ou recurso verbal que exprime 
aquilo que poderia ser expresso por menor número de palavras”; transforme-a em 
uma palavra só [...]. 
 
(GUIMARÃES, 2012, p. 161-162, grifos do autor) 
 
Bom trabalho! 
 
Indicação de filme 
Língua, Vidas em Português 
 
Para saber mais e refletir sobre a riqueza e diversidade da Língua Portuguesa assista ao 
documentário Língua Vidas em Português. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=XUz-
zGBd_QU 
xxxx 
 
http://www.youtube.com/watch?v=XUz-zGBd_QU
http://www.youtube.com/watch?v=XUz-zGBd_QU
http://www.unilab.edu.br/wp-content/uploads/2012/03/videolingua.jpg
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Chegamos ao fim da primeira unidade! Esperamos que o conteúdo lido possa ter 
ajudado a começar a pensar sobre o conceito de texto a partir da posição de 
professor. O que é preciso considerar para ensinar os alunos a lerem e produzirem 
bons textos? 
Para começar nossas discussões, nesta unidade, apresentamos várias definições de 
texto, elaboradas por alguns autores. Ressaltamos, mais uma vez, que no decorrer 
do curso, você estudará o texto a partir de outras perspectivas e perceberá que cada 
corrente teórica toma essa noção de uma forma distinta. Portanto, este é só o 
começo! 
Aproveite as leituras sugeridas para aprofundar-se no assunto, principalmente sobre 
a coesão e a coerência. Esses dois fatores estarão presentes nas avaliações de 
nossos textos, aqui no meio acadêmico, e serão, também, elementos que 
tomaremos como critério de avaliação dos textos de nossos alunos. E esta é a 
oportunidade de aprender a usar conscientemente os recursos linguísticos 
disponíveis para construir textos coerentes. 
Na próxima unidade, discutiremos algumas noções fundamentais para compreender 
as práticas escolares que tomam o texto como eixo: a leitura e a escrita. Até lá! 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
BANDEIRA, Manuel. Meus poemas preferidos. São Paulo: Ediouro, 2002. 
 
BEZERRA, Benedito Gomes. A coerência em Textos de alunos do Ensino Médio 
– Análise de dados. Disponível em 
<http://www.geocities.ws/esquinadaliteratura/autores/benedito/benedito05.html>. 
Acesso em 22/06/2012. 
 
FÁVERO, Leonor Lopes. Coesão e Coerência Textuais. São Paulo: Ática, 1991. 
 
FÁVERO, Leonor Lopes; KOCH, Ingedore G. Villaça. Linguística Textual: 
introdução. São Paulo: Cortez, 2005. (Série gramática portuguesa na pesquisa e no 
ensino; 9). 
 
GUIMARÃES, Thelma de Carvalho. Comunicação e Linguagem. São Paulo: 
Pearson, 2012. 
 
GURGEL, Luiz Henrique. Olhai a beleza da diversidade linguística. Entrevista 
com Carlos Alberto Faraco. Disponível em: 
https://www.escrevendoofuturo.org.br/index.php?option=com_content&view=article&i
d=219:olhai-a-beleza-da-diversidade-linguis tica&catid=24:entrevistas&Itemid=34. 
 
INFANTE, Ulisses. Do texto ao texto: Curso prático de leitura e redação. Editora 
Scipione. São Paulo. 1991. 
 
KOCH, Ingedore G. Villaça. Principais mecanismos de coesão textual em Português. 
In: Cadernos de Estudos Linguísticos. Campinas: UNICAMP/IEL, jul/dez, 1988: 
73-80. Disponível em: 
http://revistas.iel.unicamp.br/index.php/cel/article/view/3231/2710. Acesso: 
12/12/2014. 
 
______. O Texto e a Construção de sentidos. 7. ed. São Paulo: Contexto, 2003. 
 
______. Introdução à Linguística Textual. 2. ed. São Paulo: Editora WMF Martins 
Fontes, 2009 (Coleção linguagem). 
 
MEIRELES, Cecília. Ou isto ou aquilo. Disponível em: 
http://zezepina.utopia.com.br/poesia/poesia128.html. 
 
MICHAELIS, Anáfora e Catáfora. 2013. Disponível em: 
http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-
portugues&palavra=catáfora. Acesso em ago. de 2013. 
 
MIZNER, Wilson, 2013. Disponível em: http://pensador.uol.com.br/frase/NDgzNzUw/. 
Acesso: ago. de 2013. 
 
PIGNATARI, Nínive. Como escrever textos dissertativos. São Paulo: Ática, 2010. 
(Fundamentos). 
 
https://www.escrevendoofuturo.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=219:olhai-a-beleza-da-diversidade-linguis
https://www.escrevendoofuturo.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=219:olhai-a-beleza-da-diversidade-linguis
http://revistas.iel.unicamp.br/index.php/cel/article/view/3231/2710
http://zezepina.utopia.com.br/poesia/poesia128.html
http://pensador.uol.com.br/frase/NDgzNzUw/
SABINO, Fernando. Menino. Crônica de Fernando Sabino, (de A Mulher do Vizinho). 
In: Elenco de cronistas modernos, Drummond de Andrade e outros. Livraria 
José Olympio Editora, Rio de Janeiro, 1974. Disponível em: http://blog-
literaturando.blogspot.com.br/2011/04/menino.html. Acesso: 10/06/2013. 
 
SBROGIO, Patrícia Cordeiro. Conjunção: E, mas, ou, logo, pois, que, como, 
porque. (adaptado). Disponível em: 
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/conjuncao-e-mas-ou-logo-pois-que-
como-porque.htm. Acesso: 12/05/2014. 
 
TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática e interação: uma proposta para o ensino de 
gramática no 1º e 2º graus. São Paulo: Cortez, 1997. 
 
VIANA, Antonio Carlos (Coord.). Roteiro de redação: lendo e argumentando. São 
Paulo: Scipione, 2004.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando