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Moléculas Introdução à bioquímica rocessos químicos que acontecem nos organismos vivos. Proteínas s proteínas, além de constituírem o componente celular mais abundante nos seres vivos, são as moléculas mais diversificadas quanto à forma e função. As funções desempenhadas podem ser estruturais ou dinâmicas. o termo proteína se emprega a moléculas compostas por mais de 50 aminoácidos, já o termo peptídeo se utiliza a moléculas com menos de 50 aminoácidos. 1. Aminoácidos São constituídos, por: As propriedades das cadeias laterais dos aminoácidos (estrutura, tamanho e carga elétrica) influenciam na sua solubilidade em água e são importantes para a conformação e para a função das proteínas. Mapa mental 1.1 - características estruturais e classificação dos aminoácidos O carbono α de *todos os aminoácidos. Em decorrência do arranjo tetraédrico dos orbitais de ligação em volta do carbono quiral, os quatro grupos diferentes podem ocupar dois arranjos espaciais únicos e, portanto, os aminoácidos têm dois estereoisômeros possíveis – D e L. Uma vez que elas são imagem especulares. * com exceção da glicina (pois o grupo R é um hidrogênio), o que a torna opticamente inativa. Ionização dos aminoácidos – Propriedades ácido-base Aminoácidos em solução aquosa Então, se em meio: Ácido → desprotonado (A ácido) Alcalino → pro tonado (A básico) Neutro → dipolar A conversão entre essas formas em função do pH do meio é refletida na curva de titulação do aminoácido e permite a atuação do aminoácido como um tampão. Curva de titulação dos aminoácidos A titulação de um aminoácido consiste na remoção gradual de prótons através da adição de uma base (como NaOH) e a curva de titulação corresponde ao gráfico dos valores de pH da solução em função do volume de base adicionado. Essa curva revela os pKas (que são formas de expressão das constantes de dissociação Ka) dos grupos ionizáveis do aminoácido (lembre-se que pKa = -log Ka). À medida que a base é adicionada, a curva passa apresentar estágios distintos, que dependem dá concentração de cada uma das formas doadoras de prótons. Carboxila carregada negativamente amina carregada positivamente AA acidos e basicos grupo ionizavel lateral → Tampao P A L - Aminoácidos: proteínas D - Aminoácidos: antibióticos e parede de algumas bactérias. Mapa mental 1.1 - características estruturais e classificação dos aminoácidos 2. Peptídeos Os aminoácidos podem formar polímeros através da ligação amida do grupo carboxila de um aminoácido com o grupo amino de outro. Esta ligação covalente é denominada ligação peptídica, obtida pela liberação de uma molécula de água e resulta na formação de um peptídeo. Tal processo ilustra uma reação de condensação baseada na desidratação. A cadeia polipeptídica por conter de dois a milhares de aminoácidos (mais especificamente, resíduos de aminoácidos após a perda da molécula de água). O comportamento acidobásico de um peptídeo pode ser previsto a partir de seus grupos α-amino e α-carboxila livres combinado com a natureza e o número dos seus grupos R ionizáveis. O arranjo espacial (característica) dos átomos em uma proteína é chamado de conformação. As proteínas podem ser classificadas quanto ao arranjo estrutural: • Proteína monomérica – Apresenta apenas uma cadeia polipeptídica • Proteína multimérica – Caracterizada pela associação de cadeias polipeptídicas (monômeros) ◊ Homomultimérica – Possui um tipo de cadeia ◊ Heteromultimérica – Possui dois ou mais tipos de cadeias diferentes. Estrutura das proteínas A enorme diversidade de proteínas se deve às diferentes composições e tamanhos que elas podem apresentar, bem como às modificações pós-traducionais, que elas podem sofrer no meio intracelular. A sequência dos aminoácidos irá determinar o tipo de interação possível entre as cadeias laterais. A organização tridimensional de uma proteína, desde a sequência de aminoácidos, passando pelo enrolamento da cadeia polipeptídica até a associação de várias cadeias, pode ser descrita em 4 níveis estruturais de complexidade crescente. Estrutura primária Sequência de aminoácidos o específico para cada o N -terminal → C -terminal Estrutura secundária I. Repetitivas Estruturas regulares tridimensionais formadas por segmentos de cadeias poli péptica, Hélice o Estrutura helicoidal o Esqueleto peptídico central espiral o Cadeias laterais para fora o Pontes de hidrogênio intracadeias o Exemplo: queratina *Quebram a hélice : Prolina, aminoácidos carregados e aminoácidos com cadeias laterais volumosas. Resíduo de aminoácido terminal grupo α-amino livre aminoterminal (ou N – terminal) grupo carboxila livre é o resíduo carboxiterminal (ou C – terminal). Folha o Aspecto pregueado o Duas ou mais cadeias peptídicas kg Antiparalelas Paralelas Curvatura II. Não repetitivas Estrutura menos regular Não é aleatória Alça Espiral Estrutura terciária o Forma tridimensional, globosa o Dobramento final da cadeia polipeptídica Interação entre aminoácidos Ligações covalentes Pontes dissulfeto Ligações não covalentes Pontes de hidrogênio Interações hidrofóbicas Ligações iônicas Estrutura quaternária o Arranjo de duas ou mais cadeias polipeptídicas (que podem ser idênticas ou diferentes) o complexos tridimensionais pode ser dividida em dois tipos: fibrosas e globulosas Desnaturação das Proteínas desnaturação corresponde à perda de estrutura tridimensional, suficiente para causar a perda da função, por meio da quebra de ligações não- covalentes. Calor: Afeta as interações fracas com efeitos complexos. pH: Alterações extremas alteram a carga líquida da proteína, causando repulsão eletrostática e rompimento de algumas ligações de hidrogênio. solventes orgânicos polares e de compostos com grande capacidade de formar ligações de hidrogênio, como a ureia, determina a desnaturação da proteína. A Pontes de hidrogênio entre elas: o Intercadeias o intracadeia Bioquímica de lipídeos e de carboidratos ➔ Lipídios ão um grupo de compostos quimicamente diversos, cuja característica em comum que os define é a baixa ou ausente solubilidade em água, ou seja, apolares. Biomoléculas mais solúveis em compostos orgânicos do que em água. As principais funções dos lipídeos são: • Armazenamento de energia • Composição de membranas biológicas • Isolamento térmico, elétrico e mecânico • Moléculas mensageiras (hormônios e vitaminas) 1. Ácidos graxos São ácidos carboxílicos com cadeias hidrocarbonadas variando de 4 a 35 carbonos. Sua fórmula geral é RCOOH (onde o R representa a cadeia de hidrocarboneto). • Saturados – ausência de ligações duplas entre dois carbonos na cauda de hidrocarbonetos.; são encontrados principalmente em produtos de origem animal. • Insaturados – Presença de ligação dupla entre carbonos; a dupla ligação provoca um arranjo diferente dos elétrons dos carbonos. Os ácidos graxos saturados, que têm arranjos lineares, permitem que essas moléculas, ao se associarem, se mantenham mais próximas entre si. Já os ácidos graxos insaturados apresentam um arranjo tridimensional que impede seu empacotamento, uma vez que suas estruturas possuem uma conformação não-linear e, com isso, acabam mantendo-se mais afastados uns dos outros. Propriedades • Baixa solubilidade em água = quanto mais longa a cadeia e quanto menos insaturações, menor é a solubilidade em água. • Ponto de fusão = Quanto mais insaturações e quanto mais curta a cadeia, menor é o ponto de fusão. • Estado físico = Os ácidos graxos com menores pontos de fusão tendem a estar líquidos e, aqueles com pontos de fusão mais elevados, tendem a estar sólidos.S Nomenclatura O nome sistemático do ácido graxo é derivado do nome do hidrocarboneto correspondente, pela inclusão do sufixo -óico no final do nome. Ex.: Ácido graxo com 18 carbonos: Ácido octadecanóico, pois deriva do hidrocarboneto octadecano. Um ácido graxo de 18 carbonos com uma dupla ligação é o ácido octadecenóico; com duas duplas ligações, ácido cotadecadienóico; e com três duplas ligações, ácido octadetrienóico. 2. Glicerídeos Esteres de glicerol, que podem ser classificados pela quantidade de esteres, com; monoglicerideos, diglicerideos e triglicerídeos. Sendo os mais comuns os Triglicerídeos São moléculas apolares de reserva energética pela capacidade de interação hidrofóbica e estocagem. As gorduras também auxiliam no transporte e absorção das vitaminas lipossolúveis. 3. Cerídeos As ceras biológicas são ésteres de ácidos graxos saturados e insaturados de cadeia longa com álcoois de cadeia longa. Seus pontos de fusão são, geralmente, mais altos do que os dos triacilgliceróis. 4. Glicerofosfolipídeos Também chamados de fosfoglicerídeos, são lipídios polares de membrana nos quais 2 ácidos graxos estão unidos por ligação éster ao 1º e ao 2º carbono do glicerol e um grupo fortemente polar está unido por ligação fosfodiéster ao 3º carbono. 5. Esfingolipídios De forma semelhante aos glicerofosfolipídeos, também têm um grupo cabeça polar e duas caudas apolares; contudo não contêm glicerol. São compostos por uma molécula de aminoalcool – Esfingosina – de cadeia longa ou um de seus derivados. 6. Esteróides São lipídeos estruturais que apresentam um núcleo esteroide característico em sua estrutura. Esse núcleo é tetracíclico, contendo quatro anéis fusionados, três com seis carbonos e um com cinco. É quase planar e relativamente rígido (os anéis não permitem a rotação em torno das ligações C – C). São sintetizados a partir de subunidades de isopreno simples com cinco carbonos. Atuam como constituintes de membrana e são precursores de hormônios, além de outros produtos biológicos específicos. Colesterol Principal esteroide nos tecidos animais (exclusivamente) que serve como precursor à síntese de todos os outros esteroides, que incluem hormônios, sais biliares e vitamina D. 7. Lipoproteínas Por serem insolúveis em água, para serem transportados pelos sistemas circulatórios, os lipídeos podem formar agregados moleculares hidrossolúveis. Nessas estruturas, lipídeos apolares e polares e proteínas formam uma partícula hidrofílica, a lipoproteína plasmática. São partículas esféricas com um núcleo central de lipídeos apolares (como ésteres de colesterol e triacilgliceróis), circundado por uma monocamada de lipídeos anfipáticos (fosfolipídios e colesterol), que estão associadas a moléculas de proteínas – apo lipoproteínas. As apo lipoproteínas têm um papel tanto estrutural quanto metabólico. Introduzidas na superfície da partícula, elas determinam seu destino metabólico através da interação com receptores celulares, além de servirem como reguladoras da atividade de enzimas envolvidas no transporte e na distribuição de lipídeos. Quilomícrons Bem pouco densos, são produzidos na mucosa intestinal com os lipídeos da dieta e são ricos em triacilgliceróis, que serão transferidos ao tecido adiposo. VLDL (Very Low-Density Lipoproteins) De origem hepática, transportam triacilgliceróis e colesterol para outros tecidos do corpo, principalmente músculo e tecido adiposo. A partir da ação de uma lipoproteína lipase, os ácidos grados da VLDL são retirados e sua densidade aumenta, convertendo-a em uma lipoproteína de densidade intermediária (IDL – Intermediate Density Lipoproteins). IDL (Intermediate Density Lipoproteins) Assim que formadas, são direcionadas da corrente sanguínea para o fígado, onde a ligação das apolipoproteínas ao receptor na superfície do hepatócito faz com que esse complexo seja endocitado pela célula. Essa internalização do IDL permite que as células do fígado utilizem o colesterol associado a essas lipoproteínas na forma de ésteres de colesterol. Se mais triacilgliceróis são removidos das IDLs, estas são convertidas em LDLs. LDL (Low Density Lipoproteins) Atua na distribuição do colesterol, na forma de ésteres de colesterol, pelas células do corpo. HDL (High Density Lipoproteins Apresentam a função oposta à dos LDLs, atuando na remoção do colesterol dos tecidos para encaminhá-los ao fígado. São as menores e mais hidrossolúveis lipoproteínas, inicialmente pobres em colesterol e ésteres de colesterol. Enquanto circula pelo sangue, captura moléculas de colesterol que estejam livre na circulação, o que ela pode fazer esterificando esses colesteróis. Ao fazer isso, a HDL diminui a concentração de colesterol no sangue e, por isso, é chamada de “colesterol bom”. As funções de transporte dos triacilgliceróis e do colesterol realizadas pelas lipoproteínas envolvem três vias metabólicas: • Via do transporte de combustível • Via do fluxo excedente • Via do transporte reverso do colesterol ➔ Enzimas ão moléculas orgânicas que agem nas reações químicas das células como catalisadoras, ou seja, aceleram a velocidade dos processos sem alterá-los. A sua maioria são proteínas, mas já foram descobertas as ribozimas que são moléculas de RNA com ação catalítica. Sem os processos de catálise nos sistemas biológicos, várias reações importantes não aconteceriam, pois, apesar de serem termodinamicamente favoráveis (formam produtos menos energéticos), elas são extremamente lentas. A enzima pode, por exemplo, ser desnaturada ou dissociada em subunidades ➔ normalmente esses processos leva à perda da atividade catalítica (lembrar: alteração da estrutura leva à alteração funcional!!). Nomenclatura é formado pelo nome do(s) substrato(s) da enzima, seguido por uma palavra terminando em -ase, que especifica o tipo de reação que a enzima catalisa, de acordo com o grupo de classificação principal. Modelo chave-fechadura: encaixe perfeito substrato-sítio de ligação. • Modelo do ajuste induzido: sítio de ligação não é rígido e se molda quando entra em contato com o substrato →alteração conformacional; • Há um 3º modelo, mais atual, ajuste induzido + “torção” do substrato, ativando-o → sítio ativo e substrato moldáveis. A função do catalisador é aumentar a velocidade da reação. A catálise não afeta o equilíbrio da reação. O papel da enzima é acelerar a interconversão entre S e P. A enzima não é gasta no processo e o ponto de equilíbrio não é afetado. Entretanto, a reação atinge o equilíbrio muito mais rapidamente quando a enzima apropriada estiver presente, pois a velocidade da reação é aumentada. Algumas não precisam de outros grupos químicos além de seus aminoácidos, porém outras precisam de grupos adicionais para se ativar: a enzima sem o grupo protético e inativa é conhecida como apoenzima ou apoproteína. Quando associada com seu grupo prostético (cofator/coenzima) se torna ativa, recebendo o nome de holoenzima. • Cofator: íons inorgânicos (Fe2+, Mg2+, Mn2+, Zn2+, entre outros) • Coenzima: molécula orgânica ou metalorgânica complexa Modo de ação das enzimas a fonte de energia para essa grande diminuição nas energias de ativação de reações específicas tem duas partes distintas, embora interligadas. A primeira parte baseia-se no rearranjo de ligações covalentes durante a reação catalisada pela enzima. Interações covalentes entre enzimas e substratos diminuem a energia de ativação, acelerando a reação, por fornecerem condições para que a reação ocorra por uma via alternativa de baixa energia. A segunda parte da explicação fundamenta- se em interações não covalentes entre enzima e substrato. A formação de cada interação fraca no complexo ES é acompanhada pela liberação de uma pequena quantidade de energia livre que estabiliza a interação.•Muito do poder catalítico das enzimas provém basicamente da energia livre liberada na formação de muitas ligações fracas e interações entre a enzima e seu substrato. Essa energia de ligação contribui tanto para a especificidade como também para a catálise. • Interações fracas são otimizadas no estado de transição da reação. Os sítios ativos das enzimas são complementares não aos substratos por si mesmos, mas aos estados de transição pelos quais os substratos passam ao serem convertidos em produtos durante a reação enzimática. Fatores que afetam a velocidade da reação: • Temperatura; • pH; • Concentração do substrato; • Concentração da enzima; • Presença de inibidores. s Inibidores Enzimáticos Os inibidores enzimáticos encontrados nas células que cumprem um papel regulador importante são designados alostéricos. Reversíveis: • Competitivos: Competem pelo local de ligação da enzima livre com o substrato (semelhança com o substrato); se aumentar o substrato, atinge-se a velocidade máxima. • Incompetitivos: Se ligam apenas ao complexo enzima-substrato, causando modificações conformacionais e impedindo a formação do produto; • Mistos: Inibidor não competitivo que se liga a um sítio que lhe é próprio, tanto na enzima livre quanto no complexo enzima-substrato. Irreversíveis: • Formam uma ligação covalente entre a enzima e o inibidor, podendo se combinar com o grupo funcional, destruindo-o. ➔ Carboidratos ambém chamados de glicídios, açúcares ou hidratos de carbonos, são as moléculas orgânicas mais abundantes na Terra e possuem uma grande variedade de funções de teor energética, informativo e estrutural. Funções: • Reserva energética • Composição dos ácidos nucleicos • Componentes estruturais de muitos organismos • Proteção • Sinais de localização celular • Lubrificação de juntas esqueléticas • Adesão intercelular Carboidratos são poli-hidroxialdeídos (várias hidroxilas e uma carbonila aldeídica) ou poli-hidroxicetonas (várias hidroxilas e uma carbonila cetônica), ou substâncias que geram esses compostos quando hidrolisadas. A fórmula empírica para a maioria dos carboidratos mais simples é (CH2O) n, sendo n>3; alguns também contêm nitrogênio, fósforo ou enxofre. Podem ser classificados em quatro grupos: • Monossacarídeos • Dissacarídeos • Oligossacarídeos • Polissacarídeos 1. Monossacarídeos sendo chamados de aldoses ou cetoses, segundo o grupo funcional que apresentam, aldeído ou cetona. São: glicídios simples não ramificados, não hidrolisáveis, hidrossolúveis constituídos apenas por ligações simples entre carbonos. De acordo com seu número de átomos de carbono, podem ser designados: trioses, tetroses, pentoses., hexoses e hexoses e heptoses. A aldo-hexose D-glicose e a ceto-hexose D-frutose são os monossacarídeos mais comuns na natureza. As aldopentoses D-ribose e 2-desóxi-D-ribose são componentes dos nucleotídeos e dos ácidos nucleicos. Isomeria Todos os monossacarídeos (exceto as cetotrioses), contêm um ou mais carbonos quirais e, portanto, ocorrem formas isoméricas opticamente ativas, os enantiômeros. No caso do gliceraldeído, que contém um centro quiral, apresenta dois enantiômeros, um designado isômero D, e o outro é isômero L. Geralmente, uma molécula com n centros quirais pode ter 2n enantiômeros e estes podem ser divididos em dois grupos de acordo com a configuração do centro quiral mais distante do grupo carbonil da molécula. Aqueles nos quais a configuração do carbono de referência é a mesma do D-gliceraldeído são designados isômeros D, e aqueles com a mesma configuração do L-gliceraldeído são isômeros L. Desse modo, em uma projeção na qual o carbonil se encontra no topo, se a hidroxila do carbono de referência estiver à direita, é o isômero D, quando à esquerda, é o isômero L. Ciclização Em soluções aquosas, os monossacarídeos com mais de quatro átomos tendem a formar estruturas cíclicas. O anel é formado pela reação do grupo carbonila com uma hidroxila. Como a molécula dos monossacarídeos apresenta várias hidroxilas, os “dobramentos” da cadeia linear fazem com que a reação de formação do anel ocorra a partir da hidroxila espacialmente mais próxima do grupo carbonila. As estruturas cíclicas mais estáveis são as furanoses e as piranoses, nomes dados pela semelhança com os ésteres cíclicos com 5 e 6 carbonos, furano e pirano. A estrutura cíclica de uma aldose é um hemiacetal, uma vez que é formada pela combinação de um aldeído e uma hidroxila e a estrutura cíclica de uma cetose é um hemicetal, uma vez que é formada pela combinação de uma cetona e uma hidroxila. Quando a estrutura cíclica é estabelecida, surge um novo carbono assimétrico e, assim, mais um par de isômeros pode ocorrer. Esse átomo de carbono é denominado anomérico. O isômero que possui a hidroxila voltada para baixo do plano é o isômero α e aquele possui a hidroxila voltada para cima é o isômero ẞ. Os anômeros de um glicídio em solução estão em equilíbrio um com o outro (e com a sua forma aberta, apesar de aparecer em pequena proporção) e podem ser espontaneamente interconvertidos (um processo denominado mutarrotação). 2. Oligossacarídeos São carboidratos constituídos por um pequeno número de moléculas de monossacarídeos unidas por ligações glicosídicas. Entre os oligossacarídeos, os mais comuns são os dissacarídeos. Dissacarídeos Consistem em dois monossacarídeos unidos covalentemente por uma ligação glicosídica, na qual um grupo hidroxila de uma molécula de açúcar, normalmente T cíclica, reage com a hidroxila do carbono anomérico de outro açúcar, havendo a liberação de uma molécula de água. Dentre os principais dissacarídeos encontram-se: • Sacarose: Formada pela união entre α-D-glicose e por ẞ-D-frutose. É o glicídio nacionalmente denominado de açúcar e está presente em grandes quantidades na cana de açúcar e na beterraba. A hidrólise desse dissacarídeo é possível pela ação da enzima sacarase. • Maltose: Normalmente resultantes de hidrólise do amido. • Lactose: Predominante no leite, formada pela união entre a galactose e a glicose. 3. Polissacarídeos São polímeros constituídos de centenas ou milhares de resíduos de monossacarídeos, geralmente glicose, formando cadeias lineares, como na celulose, ou cadeias ramificadas, como no glicogênio e no amido. Também chamados de glicanos, os polissacarídeos diferem uns dos outros na identidade das unidades de monossacarídeos repetidas, no comprimento das cadeias, nos tipos de ligação unindo as unidades e no grau de ramificação. De acordo com a identidade das unidades, temos a seguinte classificação: • Homopolissacarídeos: Contêm uma única espécie monomérica em toda a molécula. Ex.: amido, glicogênio, celulose, insulina e quitina. • Heteropolissacarídeos: Contêm dois ou mais tipos diferentes de monossacarídeos. Ex.: glicosaminoglicanos, ácido hialurônico. Dentre os principais polissacarídeos encontrados na natureza, temos: • Amido: É um polímero de α-D-glicose, que funciona como reserva energética pelas plantas e por alguns animais como fonte de alimento. • Glicogênio: É um polímero de subunidades de glicose, assim como o amido, porém é mais ramificado e mais compacto. Constitui o principal polissacarídeo de armazenamento das células animais, encontrado no retículo endoplasmático liso das células hepáticas e musculares. O glicogênio hepático é uma peça importante no processo de regulação da glicemia e o muscular, é a grande fonte de energia para o movimento. • Celulose: Caracterizado como um homopolissacarídeo linear e não ramificado, constituído por 10.000 a 15.000 unidades de D-glicose. É uma substância fibrosa, flexível e insolúvel em água, encontrada na parede celular das plantas, particularmente no caule, no tronco e em toda a porção de madeira da planta. A natureza rígida e fibrosa da celulose a torna útilpara produtos comerciais como papelão e material para isolamento, e ela é um dos principais componentes dos tecidos de algodão e linho. A celulose é também a matéria-prima para a produção comercial de celofane e seda artificial. • Quitina: É uma substância de sustentação para alguns animais, sendo o principal componente dos exoesqueletos duros de aproximadamente 1 milhão de espécies de artrópodes. É um polímero linear, com ligações ẞ entre as unidades de N-acetil glicosamina. A única diferença química em comparação com a celulose é a substituição de um grupo de hidroxila em C-2 por um grupo de amina acetilado .. Ácidos Nucleicos s nucleotídeos (ribonucleosídeos e desoxirribonucleosídeos) são moléculas essenciais em todas as células. São compostos de uma base nitrogenada, um monossacarídeo pentose e um, dois ou três grupos de fosfato. Suas funções são: • capacidade de guardar informações • replicação • gerar diversificação de atividades numa célula • catalisar • unir gerações pelo processo de hereditariedade • dirigir a síntese de outras macromoléculas (proteínas). Bases Nitrogenadas A adição de um açúcar pentose a uma base produz um nucleosídeo. Já os nucleotídeos são ésteres mono, di ou trifosfatados dos nucleosídeos. São esses grupos fosfatos, que são ligados à hidroxila 5’ da pentose, os responsáveis pelas cargas negativas associadas aos nucleotídeos e também são o motivo pelo qual o DNA e o RNA são chamados de ácidos nucleicos. Os açúcares são ligados por ligações fosfodiester, longas que possuem bases nitrogenadas que se repetem ou não. Ácidos Nucleicos DNA RNA dupla hélice hélice simples Ligações de hidrogênio nucleossomo mensageiro cromossomo ribossômico cromatina transportador O código genético é um dicionário que identifica a correspondência entre uma sequência de bases nucleotídicas e uma sequência de aminoácidos, ou seja, é a informação para “construção” de todas as nossas proteínas. Cada “palavra” individual no código é composta de três bases nucleotídicas, que são chamadas de códons. função do RNA específica na célula: • RNA mensageiro (RNAm), sintetizado pela ação de diversas enzimas a partir de um filamento de DNA que lhe serve de guia, no processo conhecido como transcrição. • RNA ribossômico (RNAs ou Rrna), componente essencial, junto com as proteínas, dos orgânulos celulares chamados ribossomas. • RNA de transferência (RNAt), que translada os diversos aminoácidos (unidades estruturais das proteínas) até onde se está sintetizando uma molécula proteica, sob a direção de um RNAm, e os insere no ponto exato para obter a sequência exata, no processo denominado tradução. Com isso, percebe-se que, as principais funções dos ácidos nucleicos (RNA e DNA), são: • DNA – armazenar a informação genética; • RNA – síntese proteica, transportar a informação genética, traduzir a informação genética e realizar a transcrição e cortes de íntrons (vazios de informações, não produzem codificação) do DNA. O
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