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APOSTILA DE MICROAGULHAMENTO

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TÉCNICA DE MICROAGULHAMENTO
Apostila - Certificado de 10 horas - Prática Assistida
Suporte via WhatsApp para eventuais dúvidas do dia a dia
Dra. Solange Cavalcante
Biomédica Esteta
CRBM 4 – 4161
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
Anatomia e Fisiologia da Pele
Histórico do Microagulhamento
Microagulhamento com Derma Roller
Microagulhamento com Dermapen
Microagulhamento com Hydra Roller
Permeação, Processo Cicatricial e Maturação
Diferenciação entre o Microagulhamento e a Técnica Laser
Introdução da Fototerapia Associada ao Tratamento 
Introdução Cosmética Associada ao Tratamento
Montagem de Tratamentos e Protocolos Personalizados
Cuidados após Procedimento (Home Care)
Referências
ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE
	A pele ou tegumento é o maior órgão do corpo humano, chegando a representar cerca de 15% do peso corporal, e é composta por epiderme e derme. Em continuidade com a derme, encontrar-se a hipoderme que, no entanto, não faz parte da pele, somente a une com os órgãos subjacentes. Esse conjunto de tecidos funciona como meio sensitivo, proteção contra agentes externos, inibição de perda excessiva de líquidos, mantimento da temperatura corporal e sintetizador de vitamina D.
	A epiderme é constituída por epitélio estratificado pavimentoso queratinizado, tendo os queratinócitos como células mais abundantes. Apresenta cinco camadas, denominadas de estratos, partindo da derme para a superfície, respectivamente: basal, espinhosa, granulosa, lúcida (apenas na pele espessa) e córnea. Além das células queratinócitos, apresenta ainda as células Melanócitos, de Langerhans, de Merkel e de pluripotentes.
	A derme é formada por duas camadas de tecido conjuntivo: a derme papilar (tecido conjuntivo frouxo/superficial) e derme reticular (tecido conjuntivo denso/mais profunda). Existe pouca distinção do limite entre essas duas camadas. As principais células da derme são os fibroblastos, responsáveis pela produção de fibras e de uma substância gelatinosa, a substância amorfa, na qual os elementos dérmicos estão mergulhados. Além disso, a derme apresenta vasos sanguíneos e linfáticos, nervos, folículo piloso, glândulas sebáceas e sudoríparas.
	O suprimento vascular da pele é limitado à derme e constitui-se de um plexo profundo em conexão com um plexo superficial. Estes plexos correm paralelos à superfície cutânea e estão ligados por vasos comunicantes dispostos perpendicularmente. O plexo superficial situa-se na porção superficial da derme reticular, com arteríolas pequenas das quais partem alças capilares que ascendem até o topo de cada papila dérmica e retornam como capilares venosos. O plexo profundo situa-se na base da derme reticular e é composto por arteríolas e vênulas de paredes mais espessas. Há ligação íntima entre os plexos por meio dos vasos comunicantes, e o controle do fluxo sanguíneo dérmico por esses vasos contribui para o controle da temperatura corpórea.
	As glândulas anexas, sudoríparas e sebáceas, encontram-se mergulhadas na derme, embora tenham origem epidérmica. O suor (água, sais e ureia) é drenado pelo ducto das glândulas sudoríparas, enquanto a secreção sebácea (secreção gordurosa que lubrifica a epiderme e os pelos) sai pelos poros de onde emergem os pelos.
	Para sustentação desse tecido, temos as fibras, compostas por proteínas produzidas por fibroblastos. Sua distribuição varia conforme o tipo de tecido conjuntivo, sempre de acordo com as características morfofuncionais destes. Essas fibras dividem-se em: fibras colágenas (I, II, III e IV), fibras elásticas e reticulares.
	Como citado inicialmente, temos ainda a hipoderme, também conhecida como camada subcutânea, uma camada de tecido conjuntivo frouxo sob a pele, rico em fibras e em células que armazenam gordura (células adiposas ou adipócitos). 
Figura 1 - Anatomia da Pele. 
https://afh.bio.br/sistemas/tegumentar/1.php
	
HISTÓRICO DO MICROAGULHAMENTO
	A Sociedade Brasileira de Biomedicina Estética (SBBE) define o microgulhamento, também conhecido Técnica de indução de colágeno (TIC), como um método simples e natural de regeneração da pele por indução de colágeno. 
	O tratamento é baseado no uso de microagulhas que perfuram a pele sutilmente, estimulando assim as terminações nervosas. Ao redor da área perfurada, ocorre a regeneração, promovendo a liberação do colágeno e a formação de uma nova camada de pele, mais espessa, que preencherá rugas, estrias e outras imperfeições.
Figura 2 - Microagulhamento. 
https://www.hsmed.com.br/microagulhamento-dermapen
	
	A técnica tem origem da Acupuntura, parte da Medicina Oriental Chinesa. Nos anos 1960, na França, surgiram os primeiros achados da técnica considerada Nappage, que se tratava de pequenas incisões na pele para a administração de fármacos, cujo objetivo era o rejuvenescimento facial. Em 1995, Orentreich defendeu a técnica subcision com agulhas para tratamento de rugas periorais.
	Por vez, em 2006, Fernandes elaborou a Técnica de Indução de Colágeno (TIC), que se utilizava de um rolo com agulhas de aço visando melhorar cicatrizes e rugas finas. Mas, apenas em 2013, Piatti trouxe a definição de que o microagulhamento induz a produção de colágeno na pele através do estímulo mecânico do rolo composto por micro agulhas. 
	O microagulhamento tem sido utilizado frequentemente no tratamento de cicatrizes de acnes, flacidez facial e corporal, estrias, gordura localizada, lipodistrofia ginoide, alopecias, discromias, melasma e rejuvenescimento facial. 
	Apesar de excelentes resultados, é importante citar que o microagulhamento possui algumas contraindicações, dentre elas, cicatrizes de queloide, diabetes, doenças neuromusculares, distúrbios hemorrágicos, doenças vasculares, uso crônico ou agudo de anticoagulante, cânceres de pele, telangiectasias, verrugas, ceratose solar, infecções de pele, pele sensível ou com alguma patologia sem diagnóstico, pele queimada de sol, gravidez, acne aguda na região da aplicação, uso de roacutan (isotretinoína), rosácea ativa e alergia ao metal ou ao cosmético.
MICROAGULHAMENTO COM DERMA ROLLER
	
	O derma roller é um produto especialmente desenvolvido para o tratamento de pele, composto por microagulhas em aço cirúrgico de alta resistência, dispostas em um cilindro. As microagulhas podem variar de 192, 540 á até 1082 agulhas.
Figura 3 - Derma Roller. 
https://m.lojaestetica.com.br/rolo-para-microagulhamento-com-540-un-gr-medical-p1454027
	
	As microagulhas configuram-se na principal ferramenta no procedimento, penetrando na pele centenas de vezes, fazendo com que as células reajam a este estímulo, liberando fatores de crescimento e melhorando a estrutura da pele, através da indução de colágeno e elastina, proteínas fundamentais para uma pele saudável. 
	As agulhas variam de 0,25 mm até 3,0 mm, sendo que o profissional esteticista está autorizado a utilizar até 0,5 mm, acima disso somente para uso médico. Fisioterapeutas e Biomédicos podem utilizar agulhas de até 1,0 mm, podendo utilizar agulhas maiores se trabalharem em uma clínica com um médico responsável autorizando e acompanhando.
	Agulhas menores que 0,5 mm são utilizadas somente para permeação de ativos, não trazendo nenhum resultado na produção de colágeno. Somente acima de 0,5 mm que acontece a produção de colágeno.
	No rosto pode-se utilizar a agulha de 0,25 mm até 1,5 mm e para o corpo de 1,0 mm até 3,0 mm, dependendo da espessura da pele de cada cliente, sendo que acima de 1,0 mm é necessário o uso de anestésico tópico, pois a dor pode ser intensa. 
	É um processo que rompe a barreira íntegra da pele, deixando-a temporariamente exposta, necessitando de maiores cuidados no seu uso para prevenir ativamente o aparecimento de infecções, que pode surgir por bactérias presentes na pele, sendo introduzidas pelos aparelhos de microagulhamento ou porque estes não estarem esterilizados, em geral pelo uso doméstico. As infecções podem também se instalar após a aplicação. As infecções por vírus também podem ser carreadas ou, mais comumente, estimuladas com esses pequenos traumas.
	O dispositivo deverolar em movimentos de “vai e vem” de 05 a 10 vezes (de acordo com a necessidade da pele) em 4 diferentes direções (vertical, horizontal, diagonal direita e esquerda) em toda a região a ser tratada. Cada passada confere aproximadamente 16 micros perfurações/cm².
Figura 4 - 4 Direções diferentes para aplicação de Derma Roller.
https://www.dermaloja.com/microagulhamento-como-fazer-as-sessoes-do-tratamento-e-protocolo
	Dessa forma, o microagulhamento promove o rejuvenescimento da pele, e a formação de novos vasos sanguíneos, melhorando a circulação sanguínea, aumentando o suporte nutricional e de oxigênio, o que acelera a eliminação de toxinas. A regeneração ocasionada pelo microagulhamento melhora a textura da pele, atenuando cicatrizes, linhas de expressão, manchas, entre outros benefícios.	
	Antes dizia-se que o rolo deveria ser passado de 15 a 20 vezes sobre a pele nas 4 direções diferentes, levando um a quadro de hiperemia até a um leve sangramento, que pode ser espontaneamente controlado, no entanto, a literatura atual diz que não se faz mais necessário esse leve sangramento para que o tratamento tem funcionamento. 
Figura 5 - Direções de Derma Roller na pele. 
https://www.mulheresdivando.com.br/2018/09/dermaroller-microagulhamento.html
	 
	Os resultados podem ser visíveis logo na primeira sessão. Usualmente são indicadas de 3 a 6 sessões, com intervalos de 4 a 8 semanas cada dependendo do caso a ser tratado.
MICROAGULHAMENTO COM DERMAPEN
	A dermapen é uma caneta elétrica de microagulhamento automático que permite o encaixe e a troca de vários tipos de cartuchos com diferentes quantidades de microagulhas descartáveis muito finas na ponta, onde a medida da profundidade de perfuração é ajustada de acordo com a necessidade do microagulhamento. 
	O aparelho foi criado para realizar a perfuração da pele com movimentos de extensão e retração (sobe e desce) das microagulhas para estimular e induzir a formação de colágeno e elastina, além de provocar uma rápida e intensa renovação celular.
Figura 6 - Dermapen. 
	Os jogos de cartuchos podem conter 12 ou 36 agulhas. A diferença entre elas é que, com 36 agulhas é possível atingir uma área maior de perfuração e com 12 agulhas, a área de contato será menor.
	A caneta é posicionada em 90° em relação a pele e o movimento realizado pelo profissional é de arraste ou pontual, dependendo da profundidade da agulha. Em comparação ao roller, a dermapen gera micro lesões regulares na pele, por causa do movimento das agulhas para cima e para baixo.
Figura 7 - Diferença entre o Roller e o Dermapen.
https://www.hsmed.com.br/microagulhamento-dermapen
	
	A dermapen conta com cinco velocidades que variam de acordo com a sensibilidade do paciente e do objetivo terapêutico a ser atingido, sendo possível alterar a profundidade da agulha a qualquer momento durante a aplicação, variando de 0,25 mm a 2,5 mm, podendo atingir diversas camadas da pele. Isso também traz mais conforto para a aplicação porque é possível diminuir a profundidade em áreas que não possuem gordura ou musculatura, como a testa. Possui ainda a opção de ser utilizada na tomada ou através da bateria.
	Os resultados do procedimento podem ser observados logo após a primeira sessão de tratamento. Usualmente são indicadas de 2 a 6 sessões, com intervalos de 2 a 8 semanas cada dependendo do caso a ser tratado.
MICROAGULHAMENTO COM HYDRA ROLLER
	O Hydra Roller é um dispositivo de microagulhas, desenvolvido para promover a penetração de ativos, fluidos e cosméticos na pele através da perfuração por meio de agulhas ultrafinas. Comumente, possui 64 agulhas de titânio folheadas a ouro de 0,25 mm a 1,0 mm, sendo altamente durável e seguro. Ideal para aplicar séruns, anestésicos, cosméticos, vitaminas, minoxidil, entre outros ativos na pele. 
Figura 8 - Hydra Roller. 
https://www.megaesteticashop.com.br/micropigmentacao/microagulhamento/hydra-roller-com-64-agulhas-aplicador-de-ativos
	
	O dispositivo já vem esterilizado por óxido de etileno (EO) e pode ser reutilizado pela mesma pessoa ou paciente. As microagulhas ultrafinas projetadas especialmente em forma de espiral, são roladas na pele, fazendo com que o princípio ativo penetre direta e instantaneamente na epiderme, evitando desperdício e potencializando os efeitos. A aplicação é fácil, rápida e sem dor.
	De modo geral, não se tem indicativo de sessões, por trata-se apenas de um auxílio na infusa de ativos. 
PERMEAÇÃO, PROCESSO CICATRICIAL E MATURAÇÃO
	 O mecanismo de ação da técnica é dividido em três etapas: indução percutânea de colágeno, cicatrização e maturação. 
	A primeira etapa inicia-se com a perda da plenitude da barreira cutânea, tendo como objetivo a desagregação dos queratinócitos, o que permite a liberação de citocinas, como interleucina – 8 (IL8), interleucina – 6 (IL-6), TNF – α, GM – CSF e interleucina 1α (IL-1α), predominando esta última. As citocinas promovem uma vasodilatação dérmica, além da migração de queratinócitos para fins de restauração do dano epidérmico. 
	Na segunda fase, a de cicatrização, ocorre a proliferação celular, ou seja, a troca de neutrófilos por monócitos, ocorrendo a angiogênese, a epitelização e a proliferação de fibroblastos, subsequente à produção de colágeno o tipo III, elastina, glicosaminoglicanos e proteoglicanos. Simultaneamente, o TGF – α e o TGF – β (fatores de crescimento dos fibroblastos) são liberados pelos monócitos. Em média, cinco dias após a injúria, a matriz de fibronectina está completa, viabilizando o depósito de colágeno abaixo da camada basal da epiderme. 
	Por fim, na terceira fase, a de maturação, ocorre uma lenta substituição do colágeno tipo III pelo colágeno tipo I, que é mais duradouro, podendo permanecer de cinco a sete anos. O tecido é, portanto, regenerado e se obtém a melhora da aparência da pele.
Figura 9 - Ação do Microagulhamento em cicatriz. 
http://www.isismafra.com/2017/01/microagulhamento.html
	Uma segunda hipótese do mecanismo de ação do microagulhamento é a comunicação celular. Esta hipótese se fundamenta na manutenção da integridade da epiderme o que torna a resposta diferente uma vez que não há formação de feridas. Após a lesão na epiderme, os queratinócitos se comunicariam com as células de langerhans, os melanócitos e os fibroblastos. 
	As células de langerhans são responsáveis por ativar os neutrófilos e macrófagos a fim de restaurar a lesão. Os melanócitos recebem uma mensagem diferente de técnicas ablativas, uma vez que não há remoção total da epiderme e o processo inflamatório está controlado, sem sangramento, portanto não há a necessidade de produção exagerada de melanina para defesa do dano causado, por isso a técnica se torna segura em todos os fototipos. 
	A mensagem transferida aos fibroblastos é que o colágeno pode ser produzido de uma maneira mais ordenada, visto que não houve perda da integridade da pele, e assim pode se evitar a formação de fibroses. 
	Em uma pele normal, quando a microagulha perfura o estrato córneo, inicia-se uma reação em um pequeno circuito de campo elétrico endógeno. A microagulha empurra o eletrólito para o espaço intercelular e após a lesão do tecido a bomba de Na+ e K+ é ativada para estabelecer o potencial elétrico dos espaços intra e extracelular. A ATPase, uma proteína transmembrana, distribui os íons Na+ e K+ para os espaços inter e extracelular, respectivamente. 
	Entretanto, apenas as células presentes nas imediações da lesão são ativadas (em torno de 2 a 3 mm). Quando o potencial transepitelial é restaurado, as células ativadas retomam ao seu estado potencial de repouso. As células em torno dos canais formados provavelmente sentem as penetrações recorrentes como novos e repetidos estímulos de lesões cutâneas induzidas e, por isso, estão em um estado ativo permanente que leva a um campo eletromagnético polarizado no eletrólito intercelular. 
	Esse campo eletromagnético estimula a expressão do DNA circundante da célula. A informação do DNA epigenético leva a um aumento da motilidade das células endoteliais e epiteliaisna área da lesão e posteriormente para expressão dos fatores de crescimento que auxiliam a cicatrização.
	Sabe-se que as metaloproteinases de matriz (MMPs) desempenham um papel importante na proliferação celular e especula-se que o microagulhamento atua de forma bastante positiva no tratamento de cicatrizes. A formação do tecido cicatricial é estimulada por TGF-β1 e TGF-β2, porém, após o microagulhamento apenas TGF-β3 parece controlar a integração da fibra de colágeno na matriz da pele. 
	As MMPs continuam ativas para degradar o tecido fibroso excessivo até a degradação completa desse excesso de tecido, melhorando o aspecto das cicatrizes. Capilares e fibroblastos migram para formar o tecido cicatricial. Fibras colágenas do tipo III são sintetizadas e integram-se a matriz da célula. 
DIFERENCIAÇÃO ENTRE O MICROAGULHAMENTO E A TÉCNICA LASER
	Microagulhamento e o Laser Luz Pulsada são dois tipos de tratamento muito utilizados na estética facial, com indicações similares. No entanto, ambos agem de maneira diferente na pele. A forma de ação principal do microagulhamento é mecânica, enquanto que o laser, tem ação térmica. 
	O laser é gerado por um equipamento que produz calor na pele e atinge diferentes alvos: a melanina, os vasos sanguíneos e o colágeno. A luz pulsada possibilita o tratamento de várias lesões causadas pelo fotoenvelhecimento, aquelas provocadas pela exposição solar, em diversas áreas do corpo como face, dorso das mãos, colo e pescoço. Trata rugas finas, vasos faciais, rosácea, manchas solares, dano solar crônico, alteração de textura da pele, olheiras.
	Essa nova tecnologia oferece maior segurança aos pacientes com fototipo alto, ou seja, peles morenas e negras, que precisam de tratamento que estimulem o colágeno, visando a redução de cicatrizes de acne e estrias.
	 
Figura 10 - Diferença entre Microagulhamento e Técnica Laser. 
http://www.esteticaexcellence.com.br/dermarollerdr-roller/
INTRODUÇÃO DA FOTOTERAPIA ASSOCIADA AO TRATAMENTO 
	A fotobiomodulação também conhecida como Terapia Fotodinâmica, a Ledterapia tem se mostrado uma grande aliada nos tratamentos estéticos, auxiliando a melhorar protocolos em diversas disfunções. Assim, a associação de Microagulhamento e a Fotobiomodulação tem sido utilizada, com resultados satisfatórios no tratamento de estrias, cicatrizes de acne, rejuvenescimento, rugas, entre outras queixas.
	Produzida a partir de equipamentos com cristais semicondutores emissores de LEDs (lightemission diodo), promove um aumento do metabolismo celular através de uma reação fotoquímica causada pela penetração da luz para tecidos superficiais e profundos dependendo basicamente do seu comprimento de onda variando assim sua coloração. 
Figura 11 – Terapia Fotodinâmica.
https://www.cidadeoferta.com.br/clinica-bioplus-londrina-limpeza-de-pele-fotonica-no-centro
	
	A incidência da luz ativa fotorreceptores encontrados nas células do organismo como flavoproteínas, porfirinas, citocromos, tirosinas, dentre outras, agindo assim na sua biomodulação e, favorecendo tratamentos de acne, estrias, gordura localizada, lipodistrofia ginoide, hipercromias, rejuvenescimento, além de ajudar em processos inflamatórios e nas fases da cicatrização.
	É recomendável realizar a fotobiomodulação primeiro e em seguida o microagulhamento na pele nas 4 direções (vertical, horizontal, diagonal direita e esquerda), 5 vezes cada. Durante o microagulhamento, utiliza-se cosmético apropriado para o tipo de pele e tratamento, após microagulhar é realizado novamente a fotobiomodulação/led vermelho (possui efeito anti-inflamatório, atua de maneira positiva no processo cicatricial, libera de forma natural substâncias endógenas vasodilatadoras, prevenção na formação de cicatrizes). 
	Após o procedimento, é comum ter edema leve a moderado, e vermelhidão na pele que varia de acordo com a intensidade da aplicação. A recuperação costuma ser mais rápida em comparação ao laser.
INTRODUÇÃO COSMÉTICA ASSOCIADA AO TRATAMENTO
Figura 12 - Cosméticos. 
https://www.belezatoday.com.br/como-ativar-as-proteinas-da-longevidade-para-melhorar-a-qualidade-da-pele/
	
	A técnica de migroagulhamento tem a capacidade de potencializar a permeação de princípios ativos cosméticos por meio de microcanais que facilitam a absorção do ativo de forma eficaz, podendo aumentar a penetração de moléculas maiores em até 80%. 
	A aplicação do microagulhamento permite criação de um meio de transporte acessível de macromoléculas e outras substâncias hidrofílicas para a pele. Assim, é ferramenta fundamental para que o produto utilizado no tratamento possa agir na derme em quantidade essencial e necessária para os resultados serem eficazes e rápidos com poucas sessões de tratamento.
	A técnica pode promover uma melhora na permeação de vários ativos cosméticos de modo a agir mais profundamente possível nas camadas da pele, chegando o mais perto possível da hipoderme, fazendo com que os ativos que antes eram praticamente impossíveis de chegar até estes locais, consigam permear facilmente, aumentando o seu poder de ação no tecido adiposo, promovendo um melhor esvaziamento das células adiposas.
	Aos ativos permitidos e utilizados com frequência em associação a técnica de microagulhamento incluem ácido hialurônico, colágeno, TGF-B3, hexylresorcinol, physiogenyl, matrixyl, alantoína, DMAE, polifenóis (resveratrol), flavonoides, vitamina E e vitamina C. É contraindicado o uso de soluções com pH baixo, ácidos, extratos alcoólicos, substâncias que causam ardência e pigmentos.
MONTAGEM DE TRATAMENTOS E PROTOCOLOS PERSONALIZADOS
1. Preenchimento da ficha de anamnese;
2. Avaliação facial; 
3. Preparo do material e local para realização do procedimento;
4. Realizar lavagem das mãos e paramentação; 
5. Realizar higienização da pele do cliente em toda a face até total remoção da oleosidade e dos resíduos de poluição, com álcool 70% ou água filtrada;
6. Aplicar Ledterapia, caso o uso seja associado (antes e depois do microagulhamento);
7. Proceder à punturação com roller manual ou elétrico;
8. Começar pela região frontal (testa), divida o espaço em quadrados do tamanho do rolo;
9. Passe o rolo em direção única por no mínimo 3 vezes, dependendo de cada cliente, sem retirá-lo da posição em contato com a pele (pode lesionar a pele);
10. Inicie com passadas na vertical (1), levante o rolo e passe na horizontal (2) da mesma forma, fazendo uma "cruz";
11. Em seguida, passe nas diagonais (3 e 4) fazendo um "X";
12. Sempre que for trocar o sentido é necessário levantar o rolo; 
Figura 13 - Movimentos do Microagulhamento. 
https://www.mundoestetica.com.br/esteticageral/microagulhamento/
13. Finalizando as 4 direções diferentes vá para outro quadro e repita o processo;
14. Depois da região frontal vá para as laterais do rosto e por fim, nariz e queixo. Não precisa colocar pressão exagerada no cabo. O mesmo procedimento pode ser feito nas estrias;
15. Finalizar com produto específico para o tipo de tratamento realizado;
16. Orientar quanto aos cuidados necessários após o procedimento;
17. Marcar retorno, se necessário.
	É importante lembrar que no momento em que se termina o quadrante deve-se passar imediatamente o produto escolhido, pois as plaquetas do sangue podem fechar imediatamente estas microperfurações e o ativo não vai permear na pele. Deve-se utilizar produtos que não precise remover, e adequados para passar após esse tipo de procedimento, pois depois de aplicado, o produto não poderá ser retirado completamente. 
CUIDADOS APÓS PROCEDIMENTO (HOME CARE)
	Algumas reações são esperadas após o procedimento, tais como edema, eritema, sensação de calor e queimação na pele e repuxamento da pele. Pessoas com peles sensíveis podem apresentar reação intensa e prolongada. 
	Há também algumas complicações comuns associadas ao procedimento, como cortes, arranhões, petéquias, hematomas, ativação de quadros de herpes e rosácea, acne, contaminação e infecções. A grande maioria dessas complicações podem ser evitadas com a realização cuidadosa e adequada do procedimento.Após o procedimento, recomenda-se a utilização de diversos cosméticos, diversos ativos, fatores de crescimento, vitamina C, clareadores de pele, entre outros. O ideal é que as formulações sejam leves como gel creme, géis e séruns, tomando o cuidado de não utilizar produtos com presença de corantes fortes. Recomenda-se ainda:
· Evitar exposição ao sol, piscina, sauna, animais de estimação, produtos abrasivos, maquiagem e filtro solar (este poderá ser utilizado 24hrs após a aplicação);
· Evitar uso de cigarros, por interferir nos resultados;
· Até dois dias a pele pode apresentar hiperemia. Se necessário poderão ser realizadas compressas geladas;
· É possível ficar com a pele sensível nos primeiros dias e com sensação de repuxamento. Realizar hidratação da pele o máximo que puder; 
· Gestantes devem utilizar somente produtos com princípios ativos permitidos para gestantes;
· Não faltar às sessões pós-procedimentos recomendadas pelo profissional, por fazerem parte do plano de tratamento e ser importantes para o sucesso da terapia. 
	 
REFERÊNCIAS
AFH - Anatomia e Fisiologia Humana. Sistema Tegumentar. Disponível em: <https://afh.bio.br/sistemas/tegumentar/1.php>. Acesso em: 17 set. 2019.
BACHA, B.M.; MUDRIK, P.S. MICROAGULHAMENTO: uma revisão bibliográfica. Fundação de Ensino e Pesquisa do Sul de Minas, 2016. Disponível em: <http://repositorio.unis.edu.br/handle/prefix/510>. Acesso em: 01 out. 2018.
BERGOLI, G. Descomplicando a pele: uma revisão sobre melanogênese e a função da melanina. 1. ed. Estética. 2019.
BRASIL. Manual de Condutas para Ulceras Neurotróficas e Traumáticas. Brasília: Ministério da Saúde - série J. Cadernos de Reabilitação em Hanseníase, n.2, 2002.
Blog Estética e Bem-estar. Microagulhamento fotônico | trate estrias, cicatrizes de acne, rugas e manchas na pele. 2016. Disponível em: <https://www.clinicamaz.com.br/microagulhamento-fotonico-trate-estrias-cicatrizes-de-acne-rugas-e-manchas-na-pele/>. Acesso em: 01 out. 2019.
Derma Loja. Dermarpen - O que é, para que serve, como funciona e resultados. 2018. Disponível em: <https://www.dermaloja.com/dermapen-o-que-e-para-que-serve-e-como-funciona>. Acesso em: 30 set. 2019.
GARCIA, M.E. Microagulhamento com Drug Delivery: um tratamento para LDG. 2013. 20 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Dermatologia, Cosmiatria) –Faculdade de Medicina do ABC, Santo André, 2013. Disponível em: <http://www.marcelaengracia.com.br/artigos_e_noticias/trabalho%20celulites.pdf>. Acesso em: 01 set. 2019.
HSMed - Medicina, Estética e Fisioterapia. Você conhece a dermapen? 2019. Disponível em: <https://www.hsmed.com.br/microagulhamento-dermapen>. Acesso em: 30 set. 2019.
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