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2021 - GESTÃO DE CUSTOS - Un 1 Aspectos Introdutórios da Contabilidade de Custos Prof. Me. Moacir Gomes da Silva Apresentar conceitos, objetivos e classificação dos custos, destacando a importância da gestão de custos nas empresas. Abordar os sistemas de custeios tradicionais e contemporâneos. Análise do ponto de equilíbrio e a formação do preço de venda. Apresentar a Gestão estratégica de custos utilizando a análise custo/volume/lucro para a tomada de decisão, planejamento e análise de custos, bem como o efeito do mix de venda no lucro. A disciplina de Gestão de Custos visa estudar conceitos, sistemas de custeios, planejamento e análise de custos para serem utilizados no processo de gestão de custos, buscando fornecer informações que fundamentam o processo decisório organizacional. Oportunidades de aprendizagem Na Unidade 1, você terá a oportunidade de aprofundar a problematização sobre o tema da importância da gestão de custos e sistemas de custeio nas organizações. Este tema sempre é um ponto relevante em todas as organizações, desde microempresas até grandes organizações, organizações familiares e profissionais. Também iremos abordar os principais princípios e conceitos da área de gestão de custos. Apresentação Geral da Disciplina Falar da Gestão de Custos, faz recordar-me de vários projetos que participei em minha vida nas organizações por onde passei, foram muitos os momentos e reuniões discutindo como reduzir determinado custo, agora, faço uma reflexão ao escrever este texto de todos estes momentos e como eles eram importantes para as organizações que precisavam melhorar seus resultados e garantir a sua continuidade. Neste contexto, ao estarmos juntos neste conteúdo de gestão de custos, um tema fundamental e que se faz necessário a compreensão e o investimento do tempo dedicado aos estudos, são os conceitos iniciais da definição do que é custo e a sua importância para o mundo corporativo. Estes conceitos iniciais propiciam a você a habilidade necessária para os desafios, que se seguirão ao descrevermos os sistemas de custeio tradicionais em nossa história e os modelos mais contemporâneos, neste ponto, sobre os modelos de custeio, observei em minha vida de consultoria empresarial como sendo um dos principais pontos de atenção das organizações, ou seja, parte dos problemas relacionados à gestão financeira das organizações, como prejuízos econômicos, falta de dinheiro entre outros, que tinham em sua causa a forma das organizações estruturarem seu modelo de custeio, mais adiante estaremos abordando este ponto. Sobre os conceitos iniciais, a compreensão da diferença entre custos e despesas, assim como as terminologias de gastos fixos e variáveis. Na sequência é possível abordar o tema de alguns indicadores na área de custos, como análise de ponto de equilíbrio, margens, rentabilidade, lucratividade entre outros. Por que é importante entender de custos? Existe um fator dentro das empresas que, na grande maioria das organizações, tem uma dependência da gestão de custos que é a formação do preço de venda dos produtos e serviços. A formação do preço de venda é dependente de uma relação na gestão estratégica de custos denominada análise de Custo/Volume/Lucro, ou seja, a relação direta entre estas 3 variáveis da gestão econômica. Ao falar de gestão estratégica de custos, estamos nos referindo ao processo de planejamento, execução e controle, que permitirá por meio da gestão destas informações contribuir para o processo decisório econômico e financeiro das organizações. Outro ponto de destaque é observar como as organizações podem inserir em sua cultura um modelo baseado para resultados, onde uma das variáveis relevantes em seus processos decisórios são os custos. Em pauta Não deixe de ouvir o Podcast sobre a Gestão de Custos, abrindo o tema, assim como a contribuição da gestão de custos para as organizações, não deixe de ouvir. Apresentação do Autor - Disponível aqui Podcast de apresentação - Disponível aqui https://www.google.com/url?q=https%3A%2F%2Fvimeo.com%2F570299813%2Fdc2b360972&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNHrVfB40_je5sjY0Ip16eKdz4sGvA https://www.google.com/url?q=https%3A%2F%2Fvimeo.com%2F570401956%2F4f55fe50d8&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNFbfyoTxGM2A14RCIoV-QB5UnDDdA Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/2021-gesto-de-custos-un-1/p%C3%A1gina-inicial/unidade-1 2021 - GESTÃO DE CUSTOS - Un 1 Aspectos Introdutórios da Contabilidade de Custos Lembro que o primeiro grande desafio, que tive em minha carreira como Diretor Financeiro foi elaborar um relatório de custos de uma grande organização da área de educação, que passava por um momento delicado em seus resultados financeiros e não conseguia realizar análises e decisões mais assertivas, por não possuir nenhum relatório de custos sobre os seus produtos e serviços que oferecia, mesmo sendo uma organização com mais de 40 anos de existência. Destaco também, que em vários trabalhos realizados em consultoria, esta foi uma realidade encontrada, poucas empresas com algum relatório de custos, que se identifica de forma clara a composição dos custos para a produção de algum produto ou prestação de serviços. Ou seja, quando estas empresas percebem que os resultados econômicos e financeiros apresentam pioras, lembram que não possuem algum reporte que possam ajudar para sair da situação complexa que se encontram. Planejar e implantar a gestão de custos em uma organização torna-se um grande desafio e a necessidade de encontrar profissionais competentes um desafio ainda maior. O mercado de oportunidades profissionais de gestão de custos no Brasil oferece muitas oportunidades. Então pergunto para você, como podemos, por meio da gestão de custos, garantir melhores resultados econômicos e financeiros para as organizações e assim garantir a sua perenidade? Bem, o que você faria então para implantar a gestão de custos em uma organização? O meu desafio que comentei anteriormente, de uma organização com mais de 40 anos ainda não possuir a gestão de custos, e eu na frente deste processo de implantação. Por onde começar? O que eu deveria fazer? Possuía conhecimento necessário para implantar a ferramenta de gestão de custos? As bases de dados da organização, sendo operacionais e financeiras, me permitiam subsidiar uma análise de custos? E o principal, os gestores da organização estavam preparados para trabalhar com a gestão estratégica de custos subsidiando o processo decisório deles? Você estará comigo no decorrer deste livro, ajudando a compreender este contexto e adquirindo conhecimentos necessários para podermos responder às dúvidas aqui sugeridas Ao observar os gestores de uma organização, percebe-se que o processo de tomar uma decisão possui um grau de complexidade relevante, porque ao tomar uma decisão se faz necessário um conjunto de competências e habilidades. Mas estes processos de tomar decisões nas organizações acontecem a todo momento, e o gestor, na abordagem da gestão de custos, precisa possuir os recursos adequados. No case anteriormente proposto, de como implantarmos a gestão de custos em uma organização, as competências necessárias que você irá trilhar são: ● Ponto 1: compreender o contexto operacional das organizações; ● Ponto 2: entender os conceitos da gestão de custos; ● Ponto 3: escolher a metodologia de custeio adequada ao processo decisório. Para iniciar nossa conversa, vamos definir o que é uma gestão de custos na visão de alguns autores clássicos. Shank e Govindarajan (1997, p. 13) salientam que o surgimento da gestão estratégica de custos resulta da mistura de três temas subjacentes, cada um retirado da literatura sobre gestão estratégica: 1. Análise da cadeia de valor; 2. Análise de posicionamento estratégico; 3. Análise dos direcionadores de custos. Cada um deles representa umacorrente de pesquisa e análise, em que a informação de custos é modelada sob uma luz muito diferente daquela em que é vista na contabilidade gerencial tradicional. Conforme Porter (1990, p. 31): A cadeia de valores desagrega uma empresa nas suas atividades de relevância estratégica para que se possa compreender o comportamento dos custos e as fontes existentes e potenciais de diferenciação. Uma empresa ganha vantagem competitiva, executando estas atividades estrategicamente importantes de uma forma mais barata ou melhor do que a concorrência. Conforme Porter (1990, p. 35), as atividades de valor da cadeia de valores demonstrados na figura 2, a seguir, podem ser genericamente divididas em atividades primárias, que correspondem às atividades envolvidas na criação física do produto e na sua venda e transferência para o consumidor e, assim, podem ainda ser subdivididas em cinco categorias – Logística Interna, Logística Externa, Operações, Marketing e Vendas e Serviço – e em atividades de apoio – que sustentam as atividades de apoio e a si mesmas por meio do fornecimento de insumos, tecnologia, recursos humanos e outras funções (PORTER, 1990). Figura 1 - Cadeia de Valores Fonte: Porter (1990, p.35). Michael Porter é um dos pesquisadores clássicos do posicionamento estratégico nas organizações ao enfrentarem as concorrências do ambiente, ou seja, as forças competitivas. Porter (2008) afirma que se pode definir o posicionamento estratégico da organização para superar a concorrência. São três as estratégias principais do posicionamento estratégico: liderança no custo total, diferenciação e enfoque. O posicionamento em liderança no custo é uma das diferenciações que se aplica em todo o ambiente produtivo. O posicionamento do enfoque refere-se ao mercado e sua participação, e o posicionamento da diferenciação de produzir serviços e produtos com um valor agregado diferente da sua concorrência. A abordagem na liderança do custo total é como fazer um produto ou serviço com custo menor que a concorrência Kim e Mauborgne (2005) definem que a criação do valor ocorre quando a organização obtém economias de custo mediante a eliminação e a redução dos atributos da competição setorial e aumenta o valor para os compradores, ampliando e criando atributos que nunca foram oferecidos pelo setor. Segundo SANTOS (1999, p.46), a gestão estratégica é definida como "o processo de tomada de decisões e a implementação de ações que visa a conceber, desenvolver, implementar e sustentar estratégias que garantem vantagens competitivas a uma organização". Megliorini (2007) aborda a dimensão da tecnologia que precisa ser utilizada com intensidade para a diferenciação na gestão de custos. Nesse sentido, os administradores, contadores, engenheiros de produção entre tantos outros profissionais organizam suas atitudes a fim de gerenciar os recursos disponíveis com custo compatível para seus produtos e serviços. Desta forma, a gestão de custos está relacionada ao gerenciamento inteligente dos gastos que uma organização opera em seus processos produtivos (indústria, comércio e serviço), ou seja, de forma eficiente afim de potencializar suas ações como: melhor margem de lucro; oportunidades de investimentos com resultados esperados; processo decisório mais assertivo; planejamento consciente; entre outros. A gestão de custos é um ramo da contabilidade, que assim como a contabilidade, classifica, registra, organiza, aloca, relata, organiza os gastos da organização do passado, presente e futuro, gerando um conjunto de informações para auxiliar o processo de gestão dos gestores. Estas informações subsidiam então o processo de gestão que compreende desde o planejamento, execução e controle. Segundo Santos et al . (2015, p.11) Dessa forma, pode-se conceituar que o custo como sendo o consumo de ativos necessários para a produção do produto ou para colocação da mercadoria às disposições dos clientes no estabelecimento comercial, de forma que a empresa alcance os seus fins específicos, expressos em termos monetário, ou para prestação de serviços aos clientes. Quando falamos do Objeto de estudo da gestão de custos, podemos dizer que são muitos, pois ele está relacionado em como a organização se estrutura, sendo os principais objetos os relacionados aos processos produtivos e processos administrativos, ou seja, os produtos que são fabricados, comercializados e serviços prestados. Neste processo de produção existem os estoques de insumos, estoque de produtos acabados, mão de obra direta, entre outros. Toda ciência possui seus objetivos e a contabilidade ou gestão de custos não poderia ser diferente, podemos elencar alguns objetivos: a) Fornecer informações para o processo decisório de uma organização, em seus mais diversos níveis hierárquicos (gerenciais), para as etapas de planejamento, execução e controle. Estas informações auxiliam na formação do preço de venda, quantidades a serem produzidas, redução de gastos, melhoria de processos etc. b) Comparar por meio do controle de custos os gastos planejados e realizados, apurando assim os pontos de atenção e melhoria de desempenho. Sendo assim, o custo subsidia outra ferramenta de gestão chamada orçamento. c) Determina o lucro da organização (rentabilidade e lucratividade), por meio da apuração do resultado de determinado período. d) Permitir a avaliação de estoques para atender demandas legais e fiscais. e) Apurar o custo dos produtos fabricados ou produzidos e dos serviços prestados, em caso de empresas comerciais o custo da mercadoria vendida. Conecte-se Indico a leitura do artigo Evolução Histórica da Contabilidade e dos Sistemas de Gestão de Custos para compreender um pouco do contexto histórico da gestão de custos e a relevância para as organizações. A gestão de custos como um instrumento para alcançar os resultados desejados e garantir o aumento de produtividade e lucratividade. Boa leitura! Disponível aqui A importância da gestão de custos nas organizações, atualmente, é ponto crítico de sucesso, pois conhecer os custos operacionais torna-se uma informação estratégica para a manutenção da organização em seu ambiente e promove seu crescimento, mas existem alguns pontos de destaque: https://www.google.com/url?q=https%3A%2F%2Fapigame.unicesumar.edu.br%2Fqrcode%2F8430&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNHln4RCCcsIcNnUMBhTQuwcDi3n2Q Os benefícios com um software de gestão são inúmeros, podemos citar alguns: a) Aumento de Lucros; b) Melhor eficiência operacional e administrativa; c) Garante competitividade no mercado; d) Permite analisar os gastos, suas classificações e impactos nos resultados; e) Permite encontrar seu ponto de equilíbrio econômico e financeiro. Em relação aos conceitos básicos é importante você entender corretamente os conceitos referentes à gestão de custos. A relevância deste tema está também relacionada à comunicação, pois a gestão de custos inicia na comunicação entre colaboradores ou áreas de uma organização, onde precisamos entender os eventos operacionais e administrativos que ocorrem na organização para poder registrar estes eventos de forma adequada e gerar informações ao processo decisório. Além da comunicação, as corretas compreensões dos seis itens, a seguir, conceituados indicam uma boa prática de gestão, pois pode parecer que eles representam as mesmas coisas para pessoas com pouco conhecimento na área econômica e financeira, mas a correta classificação influência em diversas outras dimensões de gestão econômica e financeira de uma empresa, como a gestão de fluxo de caixa, elaboração do balanço patrimonial, análise de indicadores, elaboração de projeções, entre outros. Outro ponto relevante após uma correta classificação é compreender quais são os produtos e serviços que apresentam margens de contribuição suficientes para que a empresapossa ter lucro econômico e financeiro em suas operações. A necessidade da classificação está interligada com a própria ciência contábil, que precisa evidenciar a informação para sua finalidade e funcionalidade a que se destinam. Atenção O futuro demanda uma competição digital cada vez mais acirrada. Desta forma, o acesso às informações certas no momento adequado para o processo decisório torna-se fator crítico de sucesso. Muitos são os desafios para a gestão de custos das organizações, mas eu gostaria de citar algumas: a) Acompanhar as mudanças tecnológicas; b) Acompanhar as normativas nacionais e internacionais das práticas contábeis; c) Atender demandas de reportes (relatórios) mais adequados ao processo decisório; d) Capacitação em ferramentas de gestão de informações, como exemplo o BI ( business inteligence) entre outras. Agora, eu e você estaremos conversando sobre os seguintes termos: Gastos, Custos, Despesas, Investimentos, Perdas e Desperdício, segue: Gastos A terminologia de gasto é um conceito amplo na gestão de custos. De acordo com Wernke (2005), gasto é uma terminologia utilizada para descrever as operações ou transações econômicas/financeiras realizadas por uma organização. Estas operações se materializam por meio de obrigações contraídas com terceiros, sejam fornecedores, bancos, colaboradores entre outros. Estas obrigações podem estar relacionadas à aquisição de matérias- primas, mão de obra, insumos em geral. O gasto está relacionado a todas as operações que precisam do seu respectivo pagamento em algum momento, sejam de ordem operacional ou administrativa, assim como operações de investimentos. Custos Todo e qualquer valor (gasto), que é aplicado no processo produtivo de mercadorias e oferta de prestação de serviços, é classificado como um custo. Como exemplos de gastos classificados como custo, temos: matéria-prima, energia elétrica, água, mão de obra, manutenção de máquinas e equipamentos, aluguel da fábrica, entre outros. Em uma dimensão financeira são os recursos aplicados diretamente nos processos de produção ou da oferta de serviços que atendem às atividades fins da organização. Sem o custo uma empresa não consegue realizar seus fins, ou seja, o custo é um fator elementar para a geração de receitas e obtenção de lucros. O importante é a organização encontrar uma relação entre o aumento das receitas relacionadas ao aumento de custos e possível aumento dos lucros, o que nem sempre é possível. Na visão de Martins et al . (2015, p. 9) é a expressão monetária do consumo, da utilização ou da transformação de bens ou serviços no processo de outros bens ou serviços. Ou seja, todo gasto, desde o início até a finalização da produção de um produto ou a prestação de um serviço é considerado um gasto classificado como Custo. Despesas Poderíamos iniciar a conceituação de despesas informando que despesa não é custo, pode parecer óbvio, mas este é um ponto de maior erro de compreensão por quem não tem conhecimento sobre o tema de gestão de custos. Despesa é o que não está relacionado ao processo de produção de produtos ou mercadorias e a oferta de serviços. Iniciando uma conceituação mais técnica corresponde aos recursos desembolsados no processo de administração geral da organização, assim como o objetivo de manter as atividades da empresa para a geração de receitas. As despesas, assim como os custos reduzem seu lucro, mas são gastos necessários para o funcionamento da organização, exemplo de despesas são: gasto com propaganda, comissões de venda para os vendedores, salários de áreas administrativas, entre outros. Desperdícios Os gastos que estejam ocorrendo na organização, que não agregam valor as suas atividades são compreendidos como desperdícios, pois eles não agregam valor nem para a organização e nem para o cliente, ou seja, todos perdem neste processo. O desperdício afeta o lucro de uma empresa, reduzindo-o. Como exemplo de desperdícios, podemos citar vários fatores: Excesso de estoques de produtos acabados ou matéria-prima; Transporte: movimentações de produtos, itens, equipamentos de forma desnecessária; Ociosidade de tempo das equipes (pessoas) ou de máquinas e equipamentos; Excesso de produção além da demanda de vendas, ocasionando o item 1, excesso de estoques; Fabricação de produtos com defeito ou serviços prestados fora do desejado pelo cliente. Perdas Claro que a perda é algo não desejado em qualquer momento da vida de uma pessoa física ou uma pessoa jurídica (organizações), mas elas acontecem e afetam os resultados de uma empresa, redução de seus lucros e margens de lucratividade. A perda ocorre em eventos indesejados (anormais) no ambiente produtivo ou administrativo de uma empresa, elas não fazem parte das operações, mas ocorrem. As perdas em grande parte não podem ser previstas de ocorrerem, mas muitas organizações se preparam para evitá-las, por meio de mecanismos de prevenção. Exemplos de situações que podem gerar uma perda são: incêndios, acidentes, inundações, furtos, roubos entre outros. Investimentos Um gasto necessário para a continuidade de uma organização são seus investimentos, ou seja, todo gasto desembolsado na expectativa de aumentar os resultados da empresa no futuro. Por exemplo, na compra de uma máquina para o processo de produção, item este que geralmente despende grandes montantes de recursos financeiros para sua aquisição, precisam contribuir com vários períodos de resultados da empresa, meses e anos. Importante também no exemplo citado, que a compra desta máquina pode possibilitar um aumento de produção e aumento de vendas. Uma outra abordagem é compreender que o investimento é um alto gasto inicial em um objeto que irá contribuir nos resultados de médio e longo prazo da empresa. O pagamento deste investimento com o passar do tempo se deve ao aumento de produção, vendas e resultados. Antes da realização de um investimento, estudos são necessários para projetar o uso deste novo objeto e seus resultados futuros, pois este investimento pode tornar-se uma perda. Exemplo de investimentos são: aquisição de uma nova máquina, de um terreno, de um prédio, de instalações, veículos, entre outros. Na Figura 2, a seguir, conforme Wernke (2005), temos uma síntese dos conceitos vistos até este momento: Figura 2: Síntese das Definições Básicas Fonte: Wernke (2008). Além dos conceitos observados até este momento, outras 4 variáveis precisam ser compreendidas. Todo gasto pode ser um Custo ou uma Despesa, além desta classificação outras quatro precisam ser realizadas, se o custo ou despesa são: a) Variável ou Fixo; b) Direto ou Indireto. Na figura, a seguir, temos uma visão geral dos critérios de classificação de um gasto: Figura 3 - Resumo dos Conceitos e Classificações Fonte: Perez Jr. et al. ( 2010) . As despesas podem ser classificadas em fixas ou variáveis. Conforme Figura 3, a despesa fixa não varia conforme volume de vendas de uma empresa, ou seja, independente da organização comercializar uma unidade ou várias unidades de seu produto, este desembolso de dinheiro irá ocorrer e não está vinculado à quantidade de produtos vendidos. Exemplo de despesas fixas são: aluguel, material de escritório, despesas administrativas entre outros. As despesas variáveis estão vinculadas de forma direta ao volume de vendas (receitas) da organização. Elas irão ocorrer de forma proporcional a este aumento de vendas. Um exemplo clássico de despesas variável é a comissão de vendedores sobre as vendas realizadas. Em relação aos custos, a classificação é diferente da despesa na relação ao volume de vendas, aqui, a variação da produção que irá determinar as classificações em fixa ou variável. O custo fixo ocorre independente do montante de produtos produzidos, assim como os custos variáveis ocorrem conforme o volumede produção. Os outros dois critérios de classificação dos Custos e Despesas são: Direto ou Indireto. Os custos direto são gastos que possibilitam serem identificados de forma objetiva por meio de sistemas de controle do sistema produtivo. Quando não existem estes controles, a apropriação dos gastos deve ocorrer por meio de rateios, ou seja, de forma subjetiva. Despesas diretas são, nada mais, do que as despesas variáveis, pois são as despesas que estão diretamente (por isso do nome) ligadas à atividade-fim da empresa, ou seja, à produção e venda do produto ou serviço. Após a compreensão da classificação dos gastos, as metodologias de custeio determinam o valor apropriado aos produtos produzidos ou serviços prestados. Os métodos de custeio, dependendo de sua metodologia, podem ter finalidades e objetivos específicos. Estas metodologias existem para atender às necessidades das empresas. As principais finalidades dos métodos de custeio são de medir, avaliar, mensurar os objetos de estudo da gestão de custos, desta forma, os métodos de custeio contribuem na geração de informações para os mais diversos usuários e, assim, contribuir em seus processos decisórios de forma confiável, relevante e oportunas. Para Megliorini (2007, p. 2), “existem diferentes métodos de custeio, que são adotados de acordo com os objetivos visados pela empresa”. Os métodos de custeio determinam o valor de custo a ser imputado a um único produto produzido, serviço ou mercadoria. O método de custeio é o caminho a ser percorrido que determina o resultado (lucro ou prejuízo) da comercialização de um produto, serviço ou mercadoria. O método de custeio precisa do detalhamento dos custos de produção e a sua adequada classificação. Por que as determinações dos valores unitários de custos de cada unidade produzida são importantes? Porque estes dados, por exemplo, são utilizados para determinar o valor dos estoques, que serão informados à contabilidade para elaboração das demonstrações financeiras, o valor unitário também ajuda na determinação da rentabilidade de cada produto, contribui na formação do preço de venda, na eliminação de produtos com altos custos de fabricação, na ampliação de linhas produtivas rentáveis etc. Inspire-se Uma sugestão de um vídeo para que você possa se inspirar é a história de superação de alguns participantes de um vídeo sobre a gestão de custos produzido pelo SEBRAE do Estado de São Paulo. Disponível aqui https://www.google.com/url?q=https%3A%2F%2Fapigame.unicesumar.edu.br%2Fqrcode%2F8431&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNHu_rR_L2gDFRWjcCHyAwS4qvhgNA Os métodos de custeio que existem na literatura e na prática são inúmeros. A organização precisa escolher o método que mais esteja aderente a forma de mensuração de seus gastos de produção. Esta escolha nem sempre é um processo fácil, porque sua escolha depende dos objetivos e necessidades de cada empresa e cada método possui suas vantagens e desvantagens. Na Figura 4, a seguir, é possível observamos um modelo de método de custeio, que demonstra por meio de um fluxograma como os custos são apropriados até obter o custo de produção. A Figura também demonstra como acontece uma alocação de gastos do que chamamos na literatura de metodologia tradicional, observem na figura os custos indiretos e sua apropriação. Figura 4 - Custo de Produção – Metodologia Tradicional Fonte: Hofer et al. (2007). Observe que a análise e a interpretação da figura iniciam-se com os custos indiretos, parte-se do princípio que a organização classificou seus custos em direto e indireto de forma prévia. Os custos indiretos indicados na Figura 4, que possui como exemplo gastos com energia, água, qualidade, manutenção, administrativo da produção são alocados aos custos de produção indicado na figura por meio de rateio (base de rateio). Depois da base de rateio, estes gastos são apropriados aos custos de produção. Os custos diretos da figura são Insumos e Mão de Obra, que são apropriados aos custos de produção sem interferência de bases de rateio. A compreensão de rateio é uma forma de divisão dos gastos (custos), estes gastos são concentrados em uma base de valores para rateio (base de rateio). Esta divisão considera critérios de apropriar os custos indiretos de forma indireta aos produtos. Esta divisão pode levar certo grau (maior ou menor) de subjetivismo. Modelos matemáticos ou estatísticos podem contribuir na diminuição do subjetivismo. Os exemplos de custos mais comuns que são rateados em função da sua própria natureza são: aluguel, depreciação, energia elétrica, seguro patrimonial, materiais indiretos, mão de obra indireta entre outros. Os métodos de custeio mais utilizados e citados na literatura são: a) Custeio por absorção; b) Custeio Variável. c) Custeio RKW; d) Custeio por atividades; Custeio por Absorção Para Megliorini (2001, p. 3), o método de custeio por absorção é mais antigo das metodologias. É o método que aloca aos produtos produzidos ou fabricados todos os custos inerentes ao processo fabril, sejam direto ou indiretos, fixo ou variável. Nesta metodologia, os custos fixos indiretos serão atribuídos ao produto em forma de rateios. É uma metodologia considerada tradicional. Este método no Brasil é aceito pela legislação fiscal para a valoração dos estoques e tem sua padronização fiscal a longa data. Para Martins (2003, p. 37) custeio por absorção: [...] consiste na apropriação de todos os custos de produção aos bens elaborados, e só os de produção; todos os gastos relativos ao esforço de produção são distribuídos para todos os produtos ou serviços feitos. Este método para fins gerenciais possui limitações, devido principalmente aos rateios realizados para os produtos e serviços que possuem certa subjetividade. Os rateios dos custos indiretos de fabricação, que são absorvidos para as unidades produzidas, são considerados de certa forma como arbitrários, não atribuindo o custo real ao produto ou serviço. Padoveze (2006) contrapõe que além de ser um método de custeio aceito pela legislação fiscal e contabilidade financeira é um método menos oneroso em seu processo de implantação e manutenção com o tempo. Na Figura 5 é possível observar o processo completo do funcionamento do método de custeio por absorção: Figura 5 - Fluxo do Método por Absorção – Metodologia Tradicional Fonte: Martins (2000, p.62). Reforçando pela Figura 5 que os custos diretos são alocados direto aos produtos A, B e C, enquanto os custos indiretos são alocados via rateio. Para obtermos o resultado final da organização conforme Figura 5, observa- se o valor da Vendas, menos as despesas e menos os custos de produtos vendidos. Custeio Variável Para Megliorini (2012), diferente do custeio por absorção, no custeio variável somente os custos variáveis são alocados aos produtos e serviços. Complementando esta abordagem Leone (1997, p. 322) argumenta que: [...] fundamenta-se na ideia de que os custos e as despesas que devem ser inventariáveis (debitados aos produtos em processamento e acabados) serão apenas aqueles diretamente identificados com a atividade produtiva e que sejam variáveis em relação a uma medida (referência, base e volume) dessa atividade. Os demais custos de produção, definidos como periódicos, repetitivos e fixos, serão debitados diretamente contra o resultado do período. Nesta metodologia, o contraponto é que a organização consegue evidenciar os custos fixos, que são gastos que ocorrem e não tem variação com o volume da produção, ou seja, a estrutura fixa da organização. Desta forma, a organização evidencia de uma parte os custos variáveis que são alocados aos produtos e serviços resultando em uma margem, chamada de margem de contribuição. A margem de contribuição é o resultado da receita operacional menos os custos variáveis. O resultado encontradodeverá contribuir para pagar os custos fixos da organização, por isso, a terminologia “contribuição”. No Quadro 1, a seguir, o resumo das vantagens e desvantagens deste modelo: Quadro 1 - Vantagens e Desvantagens do Método Custeio Variável Fonte: Bubois, Kulpa e Souza (2006, p.130) [ACCdSB1] [VVB2] Custeio RKW (Método das seções homogêneas) Nesta metodologia, a organização é dividida em centros de custos, assim os custos primeiramente são alocados aos centros de custos e depois alocados por bases de distribuição aos produtos e serviços. Os gastos são integralmente alocados a todos os produtos e serviços (custos e despesas). As criações dos centros de custos, na grande maioria das implantações, estão vinculadas ao organograma hierárquico da empresa, ou seja, cada área pode ser um centro de custo. O centro de custo é uma unidade de controle, que pode ter um responsável pelo seu acompanhamento, na maioria dos casos o gestor daquela área. A implantação do método de custeio RKW pode ser sintetizado em algumas etapas, sendo: a) Primeiro a classificação dos gastos, no caso os custos; b) Implantação da divisão da empresa em centros de custos; c) A identificação dos custos do item A agora alocados para cada centro de custo; d) Como no método custeio por absorção, agora, alocamos os centros de custos das áreas indiretas para os centros de custo classificados como direto; e) Apropriação dos custos que foram alocados nos centros de custos para os produtos e serviços (fase final da alocação de custos). Custeio por Atividades Com o avanço das tecnologias nos últimos anos e a intensificação da competição corporativa mundial, a gestão dos recursos torna-se ponto imperativo para a sobrevivência das organizações. A demanda por informações econômicas e financeiras cada vez mais assertiva, torna-se item básico de perenidade. Neste contexto são necessárias metodologias de custeio mais alinhadas a este mercado competitivo e o Custeio por Atividades, ou Custeio Baseado por Atividades (ABC) é uma destas metodologias mais contemporâneas. O ABC é um método de custeio que aloca os gastos por meio de direcionadores, primeiro aloca para as atividades para depois alocar aos produtos ou serviços ofertados. Esta metodologia surgiu na década de 80. No Quadro 2, as vantagens e desvantagens do método Custeio ABC: Quadro 2 - Vantagens e Desvantagens do Método ABC Fonte: Nakagawa (1994) . Em pauta Não deixe de ouvir o Podcast sobre Custos Ocultos. Os custos ocultos são gastos que ocorrem nas organizações que não conseguimos trazer para a “LUZ”, ou seja, o trazer para a luz é elucidar esta informação na contabilidade. Muitos eventos de gastos que ocorrem na organização, não são registrados de forma adequada e, desta forma, podemos ter uma informação com dados incorretos. Disponível aqui Na prática Não deixe de assistir o Na Prática, no qual estamos abordando o tema da gestão de custos e como as organizações se utilizam das ferramentas de custos na prática do seu dia a dia, não deixe de assistir. Disponível aqui Até este momento, eu e você observamos a importância da gestão de custos e as principais classificações a serem realizadas na prática na gestão de custos. A classificação adequada determina uma correta mensuração dos eventos operacionais de uma organização e, assim, determina a qualidade dos relatórios e análises que serão realizados para o processo decisório. https://www.google.com/url?q=https%3A%2F%2Fapigame.unicesumar.edu.br%2Fqrcode%2F10501&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNFnqIxIL0z0CH51syOyd7DjBuvqoQ https://www.google.com/url?q=https%3A%2F%2Fapigame.unicesumar.edu.br%2Fqrcode%2F10504&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNGwGBsVrd3ksesfifyLBvoTQvagWw A carreira na área de gestão de custos, o que alguns também chamam de contabilidade de custos, possui um campo de oportunidades imenso, pois por meio da gestão de custos mensuramos os valores dos custos e despesas de uma organização e, assim, podemos estimar seus resultados presente e do futuro. Muitas são as competências desejadas para o desempenho profissional desta área, aqui, elencamos três: Conhecimento dos tipos de gastos que uma organização realiza; Entender o impacto dos novos investimentos a realizar pela organização e seus impactos nos custos; Gerar e analisar relatórios de custos e indicar as melhores decisões ao processo decisório. Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/2021-gesto-de-custos-un-1/p%C3%A1gina-inicial/agora-%C3%A9-com-voc%C3%AA 2021 - GESTÃO DE CUSTOS - Un 1 AGORA É COM VOCÊ Você agora irá realizar uma atividade prática de relevante importância na mensuração adequada dos gastos de uma organização, para assim determinar os custos e despesas de um processo de gestão. Este é um dos passos para a implementação da gestão de custos em uma organização. Na Tabela 1, a seguir, você irá marcar um X na coluna que identifica o tipo de gasto que está ocorrendo na organização. Para cada linha do tipo de gasto só existe uma opção de classificação entre Custo, Despesa, Perda, Desperdício e Investimentos (nas colunas), vamos em frente: Tabela 1 - Classificação dos tipos de gastos Fonte: o Autor. Orientação de resposta Tabela 2 - Classificação dos tipos de gastos - Gabarito Fonte: o Autor. Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/2021-gesto-de-custos-un-1/p%C3%A1gina-inicial/refer%C3%AAncias 2021 - GESTÃO DE CUSTOS - Un 1 REFERÊNCIAS DUBOIS, A.; KULPA, L.; SOUZA, E. L. Gestão de Custos e Formação de Preços : conceitos, modelos e instrumentos: abordagem do capital de giro e da margem de competitividade. São Paulo: Atlas, 2006. HOFER, E. S. et al . Gestão estratégica de custos na cadeia de valor do leite e derivados. Custos e Agronegócio on-line , [S.l], v. 3, maio. 2007. KIM, W. C.; MAUBORGNE, R. A estratégia do oceano azul : como criar novos mercados e tornar a concorrência irrelevante. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. LEONE, G. G. 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Avançar https://sites.google.com/view/2021-gesto-de-custos-un-1/p%C3%A1gina-inicial/editorial UNICESUMAR | UNIVERSO EAD 2021 - GESTÃO DE CUSTOS - Un 1 EDITORIAL Lattes http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Flattes.cnpq.br%2F8281286917696294&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNG09wngT5LkMjTNInSwz_hYaN0ETQ https://www.google.com/url?q=https%3A%2F%2Fapigame.unicesumar.edu.br%2Fqrcode%2F6626&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNGJSaW1P2NaMSgqmCD8QbhaMtzt3w O que não tem no meu currículo Profile Meu nome é Moacir Gomes da Silva, um apaixonado pelo mundo das finanças e grande admirador pela área de tecnologia. Sou formado em Ciências Contábeis com especialização em Controladoria, MBA em Gestão de Projetos, MBA em Finanças e Políticas Fiscal e também Especialização em Business Intelligence . Meu Mestrado é em Educação e Novas Tecnologias. Nestes últimos 17 anos atuando como Diretor Financeiro e Administrativo em grandes organizações, principalmente, em organizações da área de Educação. Também sou formado em outras duas graduações em Engenharia, sou Engenheiro Elétrico e também sou Engenheiro de Computação. As especializações na área de tecnologias são: desenvolvimento Mobile e Game Design. Busco na minha formação a convergência das finanças, tecnologia e educação. Atuando como professor universitário nos últimos 20 anos em diversas instituições de ensino, assim como consultor nas áreas de finanças, análise de investimentos, gestão de custos e controladoria. Atualmente, cursando graduação em Licenciatura em Pedagogia. O que não tem no meu currículo Quando criança, eu observava meus pais e ouvia eles conversarem sobre uma coisa chamada dinheiro, não conseguia compreender exatamente o que aquilo representava naquele momento, ouvia deles também palavras como orçamento, salário, custos, contas para pagar etc. Na adolescência, tive a percepção mais clara do que o dinheiro representava para uma família e o quanto meu pai e mãe tinham dificuldades em realizar a gestão financeira do mês, sempre com muita dificuldade e dívidas para pagar. Isto acabou direcionando minha curiosidade e formação em compreender o mundo das finanças e poder ajudar pessoas e organizações a não passarem por dificuldades como observava meus pais passarem. Sou apaixonado pela leitura e pelos estudos, e nos últimos anos, estou procurando complementar minha visão financeira do mundo com dimensões complementares do impacto da tecnologia, educação no comportamento decisório das pessoas e organizações sobre finanças e custos. https://www.google.com/url?q=https%3A%2F%2Fapigame.unicesumar.edu.br%2Fqrcode%2F6626&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNGJSaW1P2NaMSgqmCD8QbhaMtzt3w Gosto muito de praticar corrida de rua, sou torcedor do Flamengo e tenho um filho maravilhoso chamado Gabriel. DIREÇÃO UNICESUMAR Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ . Núcleo de Educação a Distância; SILVA, Moacir Gomes d a. Gestão de Custos . Moacir Gomes da Silva. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2021. “Pós-graduação Universo - EaD”. 1. Gestão. 2. Custos. 3. Preço. 4. EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 372 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar Head de pós-graduação Victor V. Biazon Diretoria de Design Educacional Equipe Recursos Educacionais Digitais Fotos : Shutterstock NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 Retornar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/2021-gesto-de-custos-un-1/p%C3%A1gina-inicial Página inicial Formação de Unidade 2 Agora é com você Preço Referências Editorial Prof. Me. Moacir Gomes da Silva Oportunidades de aprendizagem Prezado (a) estudante, as oportunidades de aprendizagem desta unidade estão relacionadas aos elementos centrais dos elementos de uma Demonstração de Resultados (DRE) e o quanto estes elementos contribuem para análises de pontos de equilíbrios, assim como na formação do preço de venda de produtos e serviços. Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/view/2021-gestodecustos-un2/p%C3%A1gina-inicial https://sites.google.com/view/2021-gestodecustos-un2/p%C3%A1gina-inicial/unidade-2 https://sites.google.com/view/2021-gestodecustos-un2/p%C3%A1gina-inicial/agora-%C3%A9-com-voc%C3%AA https://sites.google.com/view/2021-gestodecustos-un2/p%C3%A1gina-inicial/refer%C3%AAncias https://sites.google.com/view/2021-gestodecustos-un2/p%C3%A1gina-inicial/editorial https://sites.google.com/view/2021-gestodecustos-un2/p%C3%A1gina-inicial/unidade-2 Formação de Preço Eu gosto muito quando entramos no tema da precificação, porque, aqui, meu desafio é compreender como o preço de um produto ou serviço é formado. Quando falamos de preço, entramos em uma das variáveis mais complexas na gestão dos negócios. Gosto quando entramos neste tema, nos conteúdos de gestão de custos, principalmente, quando na ementa da disciplina este tema está proposto, pois nem sempre faz parte de algumas especializações. O desafio é qual caminho escolher para a precificação de um produto ou serviço, seja pelo caminho de que o mercado determina o valor das coisas, seja pela contabilidade que calcula o valor das coisas, ou um caminho alternativo, com a mistura do mercado e contabilidade, qual caminho seguir? Uma organização passa por uma situação inusitada, ela está praticando um determinado preço aos seus clientes em um dos de seus principais produtos, mas ao acompanhar os relatórios econômico e financeiro do determinado produto, percebe que o resultado não está atingindo os resultados desejados. Desta forma, a organização precisa tomar uma ou mais decisões de como melhorar seu resultado econômico e financeiro. Alguns caminhos são possíveis: a) aumentar o preço do produto e melhorar sua margem de lucro; b) reduzir seus custos de produção; c) aumentar o parcelamento da venda a prazo para seus consumidores; d) O que você faria? Tomar uma decisão não é um passo simples, principalmente, quando estamos conversando sobre o resultado econômico e financeiro. Aumentar o preço ou reduzir os custos, qual a melhor decisão, imagino que você está pensando em uma das alternativas ou outras. Este desafio acontece todos os dias nas organizações, captar recursos para sua operação e investimentos, negociar prazos, taxas de juros, como investir, que ferramenta usar para controlar etc. O contexto, a princípio simples, torna-se complicado (complexo) quando não utilizamos técnicas de análise apropriadas na gestão financeira e na gestão de custos. No case proposto, as três alternativas são válidas, mas o contexto não possui todas as informações necessárias para termos a melhor decisão neste momento. Quais as competências (conteúdo e habilidade) são necessários para conseguir resolver este estudo de caso? ● Ponto 1: a compreensão do contexto, ou seja, o diagnóstico do cenário; ● Ponto 2: capacidade para compreender as informações necessárias para a análise; ● Ponto 3: conhecimento sobre custos, suas classificações, metodologias de precificação. Eu e você iniciamos esta fase conversando sobre Elementos do Demonstrativo de Resultados, pois por meio deste demonstrativo o acesso às informações necessárias para o custeio e formação do preço de venda. O balizador dos elementos que compaaõem um demonstrativo de resultados econômicos/financeiros no Brasil é a Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, Lei das Sociedadespor Ações . As organizações devem registrar suas operações financeiras na seguinte ordem: ● Receita Bruta; ● Receita Líquida; ● Custo do Produto ou Serviço Vendido; ● Resultado Bruto; ● Despesas Operacionais: o Despesas com Vendas; o Despesas Gerais e Administrativas; o Outras Receitas/Despesas Operacionais. https://www.google.com/url?q=https%3A%2F%2Finvestidoremvalor.com%2Fglossario%2Facoes%2F&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNFcKLAUM2vfePYl1-rCBfFvunzs2w ● Resultado Operacional Antes dos Impostos e Receitas/Despesas Financeiras; ● Receitas/Despesas Financeiras; ● Resultado Operacional Antes dos Impostos; ● Impostos; ● Resultado Líquido (Lucro ou Prejuízo Líquido). Vamos precisar compreender a definição e conceitos das principais linhas, para que a classificação adequada seja registrada em cada operação da empresa, seja receita, sejam custos e despesas e seus resultados. Na Lei 6.404/76, este demonstrativo de resultado recebe uma nomenclatura de DRE – Demonstrativo do Resultado do Exercício, um dos principais relatórios econômicos da gestão financeira e contábil de uma organização e também utilizado pelo mercado de ações para suas análises de precificação do valor das ações das empresas de capital aberto. A DRE evidencia a situação econômica da organização. É apresentada de forma dedutiva (vertical), ou seja, das receitas se subtraem os gastos (custos e despesas) e, em seguida, evidencia-se o resultado (lucro ou prejuízo). Para iniciarmos a descrição de cada item, começamos com a Receita. A Receita na DRE é a primeira linha a ser registrada e analisada, pois atende um dos princípios da ciência contábil, Princípio da Realização da Receita e Confrontação da Despesa, este princípio determina que no momento que a receita é apropriada para compor o resultado do exercício da empresa, que pode ser mensal, anual etc., da mesma forma, suas despesas (gastos) que foram necessárias para a obtenção daquela receita também precisam ser apuradas naquele período/resultado. Conforme a Teoria Contábil do Lucro, as receitas são consideradas no momento que a organização realiza a venda do bem ou serviço contratado pelo cliente, já os gastos que foram necessários para a realização daquela receita devem ser apurados no mesmo resultado. Isto permite relacionar os gastos com as suas receitas e, assim, o resultado do período poderá refletir o mais próximo possível a realidade da organização. Um olhar para as receitas é o dinheiro (recurso) gerado pela organização, representa a quantidade de dinheiro que a organização realizou, não necessariamente a empresa possa ter já recebido este dinheiro, pois as vendas podem ter ocorrido a prazo, mas na DRE já registramos esta venda. Ao realizarmos uma venda, cada empresa possui uma gestão financeira que permite que as vendas sejam à vista ou parceladas. Vamos observar mais adiante, que esta decisão impacta também na formação do preço de venda de um produto ou serviço. Na Contabilidade, este momento do registro da venda recebe o nome de Receita Bruta. Algumas organizações utilizam nomenclaturas complementares, como Receita Operacional Bruta. O termo bruto/bruta é devido a determinadas situações que podem acontecer que reduzem o valor total da receita para valores menores. Os elementos que reduzem as receitas de vendas são: (-) Impostos e Contribuições sobre as vendas de mercadorias e serviços (ISS, ICMS, PIS e COFINS); (-) Descontos concedidos no preço do produto (decisão estratégica da organização); (-) Devolução de vendas, cliente pode não aceitar o produto ou serviço; (-) Abatimentos sobre as vendas, organização pode conceder para que o cliente possa aceitar o produto ou serviço. Após a realização das deduções da Receita Bruta encontra-se a Receita Líquida. A Receita Líquida é uma das variáveis de análise de gestão financeira e de custos importantíssima. Encontrada a Receita Líquida (RL), inicia-se a identificação dos gastos alocados que irão reduzir esta determinada receita para encontrarmos alguns resultados financeiros da organização. Utilizamos uma nomenclatura em alguns momentos de Gastos, mas neste momento o gasto se divide em custos e despesas para a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). A primeira dedução da Receita Líquida são os custos. Sobre as vendas de produtos e serviços ocorrem os custos, que são classificados em Custo do Produtos Vendidos (CPV) ou Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) ou Custo dos Serviços Prestados (CSP). Estes custos são gastos que são apropriados para o processo produtivo para a produção de produtos ou serviços. Já observamos na unidade anterior, que estes custos também podem ser diretos e indiretos, fixo e variável, mas sempre relacionados ao processo de produção. O Resultado Bruto (RB) é uma consequência do confronto da Receita Líquida (RL) menos os Custos. Também conhecido como Lucro Bruto ou Resultado Operacional Bruto. Para exemplificarmos este momento, uma determinada situação: + ) Receita Líquida = R$ 100,00 ( - ) Custo da Mercadoria Vendida = R$ 50,00 ( = ) Resultado Bruto = R$ 50,00 No exemplo anterior, o resultado bruto de R$ 50,00 transformando em resultado percentual: = 50,00 (RB) / 100,00 (RL) = 0,5 X 100 = 50% Fórmula: Resultado Bruto em % = Receita Bruta em R$ / Receita Líquida em R$ Ou seja, nesta situação, o Resultado Bruto em percentual está em 50%, transformando a nomenclatura para representar melhor este resultado em percentual o nome denominado é Margem Bruta (MB). A representatividade da Margem Bruta é indicar, ou seja, um indicador, que representa que de R$ 100,00 de receita líquida, “sobraram” para a organização descontado os custos, R$ 50,00 ou 50% de Margem Bruta. A MB deverá subsidiar agora as despesas operacionais da organização, ou seja, precisa ser suficiente para cobrir todas as despesas operacionais e assim obter uma sobra final que se define como Lucro. Caso a MB não consiga ser maior que o total das despesas, o resultado final será um prejuízo. Do Resultado Bruto, deduz-se as Despesas Operacionais (DO). Uma organização em seu processo de investimentos precisa gastar dinheiro para poder ganhar dinheiro e, assim, alguns gastos se fazem necessários. As despesas operacionais são classificadas em subgrupos que são: ● Despesas com Vendas; ● Despesas Gerais e Administrativas; ● Outras Receitas/Despesas Operacionais. As Despesas com Vendas são as despesas incorridas na tentativa de criar receitas para a empresa. Elas podem ser classificadas da seguinte forma: ● Publicidade e propaganda; ● Depreciação de veículos de vendas/entregas; ● Fretes/seguros sobre vendas; ● Salários e comissões para os vendedores; ● Despesa de provisão para devedores duvidosos (PDD); ● Outros. As despesas gerais e administrativas representam despesas gerais da organização. As despesas podem ser classificadas da seguinte forma: ● Recursos humanos (Salários ou Folha); ● Gastos do Departamentos de finanças; ● Despesas relacionadas com infraestrutura (impostos e aluguéis); ● Depreciações e amortizações. Outras receitas ou despesas operacionais representam todas as outras receitas ou despesas relacionadas com operações primárias de uma empresa https://www.google.com/url?q=https%3A%2F%2Finvestidoremvalor.com%2Fglossario%2Fdepreciacao%2F&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNEgqJWCG17Tc2bEgXb1iHLt3R-q0A https://www.google.com/url?q=https%3A%2F%2Finvestidoremvalor.com%2Fglossario%2Fdepreciacao%2F&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNEgqJWCG17Tc2bEgXb1iHLt3R-q0A não incluídos nas categorias anteriores. Um ponto de destaque, neste momento, é comentarmos sobre as Depreciações e Amortizações. São gastos que estão relacionados aos investimentos realizados pela organização em determinado momento para viabilizar as suas operações. Este tipo de gasto não pode ser apropriado em sua totalidade em determinado período de apuração doresultado econômico, este tipo de gasto precisa ser alocado ao longo da vida útil estimada deste ativo (investimento). Esta despesa representa o uso ou desgaste de determinado ativo investido, que pode ser uma máquina, um veículo, um edifício etc. A depreciação está vinculada ao que denominamos de ativos tangíveis. A Amortização é muito parecida com a Depreciação, diferencia-se que são gastos realizados em investimentos intangíveis, como exemplo: a marca da empresa, uma patente, uma concessão etc. Após estas reflexões dos conhecimentos anteriores e as deduções realizadas no Lucro Bruto menos as Despesas Operacionais, encontra-se o Resultado Operacional . O Resultado Operacional, também chamado de Lucro Operacional, é um dos principais indicadores da gestão financeira de uma organização. Por meio deste resultado ou indicador é possível analisar a produtividade, ou seja, se o processo decisório da operação obteve sucesso ou não. O processo decisório envolve as decisões tomadas pelo grupo diretivo da organização e, assim, de forma indireta, você avalia a capacidade de o grupo diretivo levar a organização aos resultados desejados, por exemplo, previstos em processo de planejamento e/ou orçamento. O Resultado Operacional, ou Lucro Operacional, também é conhecido por Lucro Antes dos Juros e Impostos, ou da sigla inglesa EBIT - “Earnings Before Interest and Taxes”. O EBIT é um indicador que representa somente o lucro operacional sem incluir as despesas e receitas oriundas de operações financeiras da empresa, receitas e despesas estas que não estão vinculadas à operação produtiva da empresa ou ao seu fim. Após o Lucro Operacional podem ocorrer eventos relacionados às atividades e operações financeiras da organização. Sobre as operações financeiras, elas ocorrem quando a organização possui dinheiro em caixa e realiza aplicações financeiras no mercado financeiro que podem render juros sobre as aplicações, assim como se a organização capta recursos no mercado financeiro ela paga valores referentes aos juros sobre empréstimos. Por fim, deduz-se gastos com impostos referentes ao lucro da organização, caso este exista e assim chega-se ao Lucro Líquido ou Prejuízo Organizacional (Resultado). Percorremos, desta forma, os principais elementos de uma Demonstração do Resultado do Exercício. Conecte-se Para você um link, a seguir, de um arquivo para compreender um pouco mais do contexto das demonstrações contábeis pelo olhar do Conselho Federal de Contabilidade do Brasil. O arquivo de nome “NBCTG Estrutura Conceitual para relatório financeiro”, evidencia as demonstrações contábeis aceitas no Brasil e seus principais conceitos, boa leitura. Disponível aqui https://www.google.com/url?q=https%3A%2F%2Fapigame.unicesumar.edu.br%2Fqrcode%2F10345&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNG4775NhzI6b8NhGszScsQmIUYfKQ Após a compreensão dos elementos da demonstração do resultado, um conjunto de aplicações são utilizadas para mensurar e projetar determinados resultados usando o conceito dos Pontos de Equilíbrio. Como podemos calcular o Ponto de Equilíbrio? Quais os principais tipos de Ponto de Equilíbrio que são utilizados pelas organizações? Iniciando a resposta aos questionamentos temos: Os principais Pontos de Equilíbrio que estaremos abordando nesta unidade são: a) Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC); b) Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF); c) Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE). Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC) A fórmula para o cálculo do PEC: PEC = Gastos Fixos (GF) / Margem de Contribuição Unitária (MCu) O PEC demonstra o quanto a organização deve gerar de volume de vendas para cobrir seus gastos fixos, para que desta forma a organização apresente um resultado que não seja nem positivo ou negativo, ou seja, resultado zero. Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF) A fórmula para cálculo do PEF: PEF = ((Gastos Fixos + Despesas Financeiras) – Depreciação) / Margem de Contribuição Unitária (MCu) O PEF demonstra o quanto a organização deve gerar de receitas para poder cobrir além dos gastos fixos as operações financeiras (despesas financeiras) com empréstimos e financiamentos. A depreciação precisa ser deduzida dos cálculos. Ao referenciamos as despesas financeiras é quando elas não estão registradas nos gastos fixos operacionais. Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE) A fórmula para cálculo do PEE: PEE = (Gastos Fixos + Lucros) / Margem de Contribuição Unitária (MCu) O PEE demonstra o quanto a organização deve gerar de receitas para poder cobrir além dos gastos fixos o lucro desejado pelos investidores da organização. Realizada a demonstração das fórmulas e conceitos vamos para a prática. A organização Macarrão Congelados S/A, que comercializa macarrão congelado, deseja encontrar os pontos de equilíbrio contábil, financeiro e econômico de sua organização. Os dados necessários para os cálculos encontram-se abaixo: Tabela 1 - Gastos Fixos Fonte: o Autor. Tabela 2 - Gastos Variáveis Fonte: o Autor. Tabela 3 - Margem de Contribuição Fonte: o Autor. Tabela 4 - Despesas Financeiras e Depreciação Fonte: o Autor Iniciando os cálculos, temos: a) Cálculo da Margem da Contribuição MC em % = Margem de Contribuição em R$ / Receitas Totais R$ MC em % = R$ 39.100,00 / R$ 69.000,00 MC em % = 56,67% MC Total em R$ = R$ 39.100,00 MC Unitária em R$ = R$ 17,00 (R$ 39.100,00 / 2300 quilos) b) Cálculo do PEC (Ponto de Equilíbrio Contábil) PEC = Gastos Fixos (GF) / Margem de Contribuição Unitária (MCu) PEC = R$ 26.900,00 / R$ 17,00 PEC = 1.582,35 quilos O ponto de equilíbrio contábil será encontrado com a venda de 1.582,35 quilos de macarrão congelado, vamos fazer a prova real: Tabela 5 – Cálculo da Prova Real Fonte: o Autor. Observa-se que a organização, neste momento, possui o lucro zero, alcançando o objetivo do cálculo do ponto de equilíbrio contábil que com a venda de 1.582,35 quilos ao preço de R$ 30,00 o quilo, a organização encontra o lucro zero. Abaixo da venda de 1.582,35 quilos, a organização irá apresentar um resultado negativo (prejuízo), acima de 1.582,35 quilos a organização irá apresentar resultado positivo (lucro). c ) Cálculo do PEF (Ponto de Equilíbrio Financeiro) PEF = ((Gastos Fixos + Despesas Financeiras) – Depreciação) / Margem de Contribuição Unitária (MCu) PEF = ((R$ 26.900,00 + R$ 500,00) – R$ 800,00) / R$ 17,00 PEF = ((R$ 27.400,00) – R$ 800,00) / R$ 17,00 PEF = R$ 26.600,00 / R$ 17,00 PEF = 1.564,70 quilos O ponto de equilíbrio financeiro será encontrado com a venda de 1.564,70 quilos de macarrão congelado. d ) Cálculo do PEE (Ponto de Equilíbrio Econômico) PEE = (Gastos Fixos + Lucros) / Margem de Contribuição Unitária (MCu) PEE = (R$ 26.900,00 + R$ 12.200,00) / R$ 17,00 PEE = R$ 39.100,00 / R$ 17,00 PEE = 2.300 quilos O PEE demonstra a quantidade de unidades necessárias a serem vendidas para encontrar o lucro desejado. Uma outra terminologia, utilizada na gestão das organizações, é a Precificação, precificar é o ato de determinar o preço de venda de mercadorias ou serviços. Na área do empreendedorismo é um dos maiores desafios, pois, muitas vezes, no empreendedorismo os produtos e serviços que são criados não possuem semelhanças com outros produtos e serviços, dificultando o processo de determinação do preço de venda. Uma das formas de determinar o preço é comparar com os preços que são praticados pela concorrência, isto quando seu produto ou serviço é similar a concorrência. Pode parecer ser fácil determinar o preço desta forma e, assim, muitas empresas o determinam, mas não é tão simples como parece. Existe um conjunto de variáveis que podem ser consideradas para a precificação, sendo: custos do negócio, padrões de mercado, percepção de valor pelo cliente, margem de lucro desejada pela empresa, estratégias de mercado e outros fatores. Seguindo algunsdos processos de formação de preço acima é possível chegar no preço desejado, mas desejado para quem? Para atender aos objetivos de resultado da empresa? Para atender às expectativas do cliente? Qual é o seu propósito? Claro que o primeiro pensamento que imagino, você está processando, neste momento, é um preço que atenda aos resultados desejados pela empresa e também atender às expectativas de seus clientes. Eu e você agora, iniciamos um caminho para compreender este processo de precificação. Precificar está associado às receitas da organização, conforme abordamos na unidade 1 a Demonstração do Resultado do Exercício inicia em sua primeira linha com a Receita Bruta, ou seja, valor obtido com a venda dos produtos e/ou serviços que em algum momento anterior passaram por um fluxo para determinar o valor individual das mercadorias e serviços (preço). Encontrar o preço justo e alcançar um equilíbrio entre algumas estratégias organizacionais, sejam: gerar valor para os acionistas, cobrir os custos e despesas, encontrar o lucro desejado, satisfazer os clientes e ganhar vantagem competitiva, ou seja, a organização conseguir ter saúde financeira. Para que essa conta feche, o preço cobrado pelos produtos e serviços deve ser suficiente para bancar os custos do negócio e gerar valor para os sócios, mas também precisa seguir os padrões da concorrência e ser percebido como justo pelos consumidores. A busca deste equilíbrio passa em compreender as estratégias, métodos e métricas de medição no processo de formação do preço. Em relação a importância da precificação, é importante pontuar que na área do Marketing existem os 4 Ps do Marketing, os Ps são fatores chaves de sucesso para o encontro do equilíbrio organizacional. Os 4 Ps são: a) Preço: fator que determina o preço adequado dos produtos e serviços para agregar valor e, principalmente, entregar percepção de valor para o cliente; b) Produto: benefícios e diferenciais dos serviços e produtos; c) Promoção: estratégias de divulgação e comunicação para alcançar o mercado alvo desejado; d) Praça: boa localização, ponto de venda e logística de distribuição eficaz. Observe que este conjunto de fatores são essenciais para uma organização bem-sucedida. Pense que somente comparar seu preço com o concorrente e assim determinar seu preço final pode ter sérios problemas financeiros, pois esta forma de determinar o preço pode não cobrir todos os gastos que sua organização possui. Sendo assim, para uma adequada precificação alguns conceitos são necessários, sendo: margem de lucro, Markup, valor agregado, custos fixos e variáveis. O processo de formar o preço não tem seu fim no momento da designação do valor, o preço depois de determinado precisa ser acompanhado de forma permanente e receber seus ajustes nos momentos necessários e oportunos. Lembrando que, além de formar os preços de venda iniciais, você também terá que acompanhar o desempenho do negócio e alterar os valores conforme for necessário. Na prática, temos alguns proprietários de organização que determinam seu preço de venda por “intuição” ou comparando com os concorrentes, vi muito disto em trabalhos de consultoria que realizei, desde pequenas a grandes empresas. Alguns ao me contratarem estavam com a dúvida se a formação de preço de venda estava correta. Mas você pode estar se perguntando, quais são os objetivos do processo de precificação? Esta pergunta pode ter diversas respostas conforme seu ângulo de análise, talvez uma inicial seja um preço que atraia seu cliente, mas os propósitos são os mais diversos possíveis, sendo: a) Atingir o Público Alvo: por meio do preço é possível você encontrar seu público-alvo e o seu desejo de satisfazer as expectativas e necessidades deles. O preço informa ao mercado o seu posicionamento estratégico; b) Enfrentar a Concorrência: a organização pode elaborar uma política para definir as estratégias de como enfrentar seus concorrentes e seus limites de atuação; c) Satisfazer o Cliente: não podemos deixar de mencionar que a formação do preço de venda pode também contribuir na satisfação do cliente, pois além dos atributos de valor do produto ou serviço adquiridos pelo cliente o preço também é uma das variáveis; d) Política de Descontos: qual cliente que não gosta de uma promoção ou redução do valor preço (desconto), ou seja, conceder descontos afeta a margem operacional da organização, que assim como o cliente gosta de bons retornos financeiros, mas a política de descontos pode limitar os resultados esperados; e) Melhorar Resultados: um adequado posicionamento do seu preço de venda pode ajudar em muito no lucro e crescimento da empresa; f) Pagar Obrigações: não podemos esquecer que o preço garante suas receitas que irão permitir o pagamento de todos os custos e despesas envolvidos em seus processos. Existe um ponto, chamado de Ponto de Equilíbrio Financeiro, que significa o ponto onde seus custos se igualam a sua receita. É o momento em que a organização encontra seu ponto de sustentabilidade, a partir do ponto de equilíbrio a organização começa a ter resultados positivos (lucro). O Ponto de equilíbrio é apenas uma das metas a serem perseguidas para a geração de valor para os acionistas e investidores. A terminologia Lucro determina outra variação da palavra muito utilizada na gestão organizacional que é a Lucratividade, pois a lucratividade gera recursos que sobram para permitir novos investimentos e manter a empresa em movimento de crescimento. Observem que ao falar de lucratividade estamos no extremo oposto da receita. A DRE em sua primeira linha demonstra a receita bruta e na última o lucro, ou seja, a precificação é o início de um processo que termina na geração de recursos necessários a atender as demandas de acionistas. Muito comentamos sobre preço e valor até aqui, mas existe diferença entre Preço e Valor? Sim, existe diferença, o preço de um produto e serviço é a representação monetária da quantidade de dinheiro necessário para sua aquisição. Já o Valor demonstra os atributos e diferenciais que determinado produto entrega a seus clientes. Quando entramos em uma loja, por exemplo, observar o preço de uma geladeira é apenas um dos atributos de decisão de compra do consumidor, importante também saber se a mesma congela os itens que serão colocados em seu interior, se existe a cor que você deseja, que o tamanho da mesma cabe em sua cozinha, se tem garantia etc. Outra terminologia associada ao Preço e Valor é Agregar Valor, ato da organização “enriquecer” os atributos e diferenciais do produto e serviços para serem mais perceptíveis ao olhar dos consumidores. No segmento de transporte, por exemplo, o carro pode ser associado a outros valores menos tangíveis, como: liberdade, coragem, luxo, aventura, independência, glamour, beleza etc. O agregar valor pode influenciar na percepção do cliente e também na formação do preço de venda. Acredito que você, assim como eu, observamos que a formação do preço de venda não pode levar em consideração somente cálculos em sua determinação, existem outras variáveis menos tangíveis que também agregam valor ao seu produto. A todo momento, estamos relacionando a precificação aos produtos e serviços, mas existe diferença na formulação de preços para produtos e serviços? A formalização de preços para produtos e serviços possuem diferenças significativas em seus métodos. As determinações do preço de venda para serviços possuem certo grau de dificuldade em relação a produtos, pois na prestação de serviço existe também uma relação de intangibilidade (dificuldade de mensuração) do serviço prestado. Produtos podem ser adquiridos e guardados em estoques até seu momento de consumo até sua validade. A prestação de serviço não pode ser estocada e tem limitações em sua prestação que dependem de profissionalpara realizar o serviço, a disponibilidade do cliente etc. O produto pode utilizar-se de métricas de medição como Gramas, Kilogramas, Toneladas, Unidade, Volume etc., que facilitam o processo de precificação. No serviço está associado, por exemplo, ao tempo de um serviço de limpeza como diária, quantidade de horas de trabalho, mensalidade fixa, esforço necessário etc. O serviço também tem uma característica da dificuldade de padronização em sua realização. Pois a padronização muda com o profissional que está realizando a atividade e assim determinando a percepção de valor pelo cliente. Agora, eu e você iremos acompanhar o passo a passo para determinar o preço de um produto. O processo de precificação de um produto inicia por: Quais são seus custos e despesas? Este é o primeiro passo de 5, que aqui iremos elencar. Pode parecer um passo simples encontrar os valores dos seus custos e despesas, até pode ser, mas a correta classificação destes gastos torna-se fator de sucesso para a precificação. Não somente para o processo de precificação e, sim, para o processo de custeio de um produto. Cada organização possui suas características de operação, estrutura hierárquica, recursos disponíveis que acabam definindo metodologias de custeio. Este passo é fundamental, pois uma classificação ou registro equivocado pode interferir nas métricas de formação de preço. Alguns executivos acreditam que o importante é o volume de vendas de uma organização, ou seja, quanto mais você vende maior o seu lucro, nem sempre verdade. O sistema de custeio pode ter registrado as informações de forma equivocada e o produto pode ter margens de contribuição negativas e quanto maior o volume de vendas, maior o prejuízo. Qual a Margem de Lucro Desejada? Você, investidor, proprietário da organização, qual o lucro que pretende obter por unidade de seu produto comercializado? Este tema é importante, pois é o percentual desejado do retorno do capital investido na sociedade. Não existe uma margem de lucro padrão desejada por todas as pessoas do planeta Terra, o desejo é algo particular de cada investidor, de suas expectativas. Claro que na fundamentação teórica sobre gestão financeira a orientação técnica é de obter um lucro tal que possa remunerar de forma adequada seu investidor, assim como permitir novos investimentos para garantir a perenidade da organização. Retornamos aqui ao ponto do equilíbrio, encontrar preços de venda que permitam o retorno desejado sem a perda do cliente. Qual o seu Mercado? O fator mercadológico precisa ser considerado no passo a passo da precificação. O custo é uma das abordagens, mas ouvir seus possíveis consumidores é também importante. O preço de venda precisa ser compatível com a exigência do mercado e não muito distante dos valores praticados por seus concorrentes. Claro que em determinados momentos, a organização pode optar por práticas de descontos que podem levar o preço do produto abaixo do praticado por seus concorrentes, mas esta pode ser talvez uma estratégia pontual para conquistar mercados. Usar prática de descontos de forma costumeira pode mudar a percepção de valor de sua marca para com o seu possível cliente. Qual a metodologia de Precificação? Um indicador muito utilizado para a formação de preço é o Markup, uma metodologia que permite equilibrar os custos envolvidos no processo produtivo, as suas respectivas receitas e lucro desejado. Para o cálculo do preço de venda por meio da metodologia do Markup, utiliza- se como base o custo de produção, ou seja, todos os gastos necessários para a produção de uma unidade de produto que será vendido. Gastos que compõem o custo de produção por exemplo são: Custo da Matéria-Prima e Mão de Obra alocadas a produção (folha). No caso do comércio, onde ocorre a revenda da mercadoria, neste caso, o custo de produção é substituído pelo custo de aquisição das mercadorias que serão revendidas, custo do estoque. Agora eu e você vamos ver na prática como é o cálculo do Markup, assim como as métricas de cálculo. Para este início, vamos simular uma loja de calçados que revende sapatos e precisamos encontrar o preço de venda do sapato a ser comercializado. Os dados disponíveis para este cálculo são os seguintes: a) Margem de Lucro Desejada pelos Investidores/Proprietários (ML)= 12% b) Custo de Aquisição unitário do Sapato para Revenda (CP) = R$ 20,00 c) Despesas Variáveis (DV) = 20% sobre a venda d) Despesas Fixas (DF) = 15% sobre a venda Com os dados fornecidos, inicia-se a aplicação da fórmula. A Fórmula do Markup é: Markup = 100 / (100 – (DF + DV + ML)) Substituindo os dados fornecidos na fórmula temos: Markup = 100 / (100 - (15 + 20 + 12)) Markup = 100 / (100 - 47) Markup = 100/53 Markup = 1,88 Ao encontrar o valor do Markup, inicia-se a etapa final para a formação do preço de venda por unidade. Para encontrar o valor de venda é necessário multiplicar o Markup pelo custo de aquisição ou produção, neste exemplo o custo de aquisição: Assim, teremos: Preço de venda = CP x markup Preço de venda = R$ 20 x 1,88 Preço de venda = R$ 37,60 Dessa forma, conseguimos chegar ao preço final de R$ 37,60 para cada par de sapato, considerando todos os custos que a empresa terá e o lucro desejado. Qual a margem de contribuição? Utilizar o Markup ou a Margem de Contribuição? A margem de contribuição também é um indicador para balizar a elaboração do preço. A margem de contribuição permite em relação ao Markup realizar o cálculo sobre o total de vendas de determinado produto e não somente de forma individualizada. Permite também acompanhar a contribuição daquele produto na margem, e as variações na margem para baixo podem determinar o momento da análise para ajustes no preço se possível. Com a margem de contribuição desejada é também possível chegar aos cálculos que determinam a quantidade de unidades a serem vendidas para se obter o ponto de equilíbrio, desta forma, o Marketing pode analisar se as quantidades necessárias são possíveis de vender e, assim, determina as estratégias de vendas. Mas como chegar na margem de contribuição? Qual a fórmula? Vamos lá. Para o cálculo da margem de contribuição a fórmula é a seguinte: Margem de contribuição = Valor das vendas – Gastos variáveis O valor das vendas a ser considerado é o preço do produto, descontando os custos variáveis de fabricação. Assim como realizamos cálculo para encontrar o Markup, vamos para os cálculos da margem de contribuição. Vamos simular a mesma empresa de venda de sapatos utilizada no cálculo do Markup, assim como vamos considerar a princípio o preço de venda sugerido pelo cálculo do Markup: a) Gastos (custos) variáveis de revenda = R$ 20,00 b) O preço de venda = R$ 37,60 c) Gastos Fixos = R$ 3.200,00 Inserindo dos dados na fórmula: Margem de contribuição = 37,60 – 20,00 Margem de contribuição = 37,60 – 20,00 Margem de contribuição = R$ 17,60 por unidade vendida Ok, mas o que fazer com esta informação de R$ 17,60 de margem de contribuição por unidade? Com esta informação é possível agora realizar projeções para desejar encontrar o valor necessário de vendas que possam alcançar os gastos totais de produção e venda dos produtos. Vamos considerar mais algumas variáveis neste contexto, a organização paga mensalmente R$ 3.200,00 de gastos fixos e vende a quantidade de 300 pares de sapato. Multiplicando a quantidade de pares de sapato vendidos pela margem de contribuição unitária de R$ 17,60 chega-se a R$ 5.280,00 (300 unidades X R$ 17,60 margem de contribuição unitária). Este valor é mais que necessário para pagar os gastos fixos de R$ 3.200,00. Ou seja, existe ainda uma sobra de R$ 2.080,00, o lucro da organização. Atenção O que pode alterar a margem de contribuição? a) Alterar o preço do produto, se possível. Neste ponto não necessariamente
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