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Anatomia do Periodonto

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21/02/2022 
Anatomia do Periodonto 
 
➢ Anatomia dos Tecidos Periodontais 
• O Periodonto (peri = em torno de; odonto = dente) 
compreende os seguintes tecidos 
1. Gengiva 
2. Ligamento periodontal (entre o dente e o osso) – 
ricamente vascularizado e celular. 
3. Cemento radicular (camada mineralizada que cobre a 
raiz do dente) 
4. Osso alveolar: Osso alveolar propriamente dito (ABP) 
e o processo alveolar. 
 
➢ Desenvolvimento do Periodonto 
 
 
➢ Anatomia Macroscópica 
• Mucosa Oral 
A mucosa oral (membrana mucosa) é contínua com a 
pele dos lábios e com a mucosa do palato mole e da 
faringe. A mucosa oral compreende: 
1. Mucosa mastigatória (Gengiva e palato duro). 
2. Mucosa especializada (Dorso da Língua). 
3. Mucosa de revestimento (Mucosa alveolar e jugal) 
 
• Mucosa de Revestimento (Alveolar) 
 
*Não possui queratina* 
 
• Gengiva 
∙ A gengiva é a parte da mucosa mastigatória que 
recobre o processo alveolar e circunda a porção 
cervical dos dentes. 
∙ A gengiva consiste em uma camada epitelial e um 
tecido conjuntivo subjacente, chamado de lâmina 
própria. 
 
 
- Gengiva Inserida: Inserida no tecido ósseo 
- Gengiva Marginal Livre: Na margem dos dentes, não 
é inserida 
 
Gengivoplastia = Gengiva retirada em espessura 
Gengivectomia = Gengiva retirada em altura 
 
 
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∙ A gengiva marginal livre é de com rósea, lisa, tem a 
superfície opaca e consistência firme. 
∙ A gengiva inserida é de cor rósea, pontilhada e 
consistência firme. Em 40% dos adultos, a gengiva 
inserida apresenta um aspecto pontilhado na superfície. 
Linha Mucogengival – divide a mucosa da gengiva 
inserida. 
 
 
∙ A Gengiva Interdental se comporta da mesma 
maneira entre os dentes. É chamada de papila 
interdental. 
 
Dentes anteriores – Formato piramidal 
Dentes posteriores – formato trapezoidal 
 
 
 
• Papila / Área de Col 
 
A área de COL é recoberta por um epitélio delgado 
não-ceratinizado (setas). Esse epitélio apresenta muitas 
características em comum com o epitélio juncional. 
∙ Região de dentes posteriores – na interproximal 
∙ Se ficar exposto forma queratina. 
∙ Epitélio delgado não queratinizado. 
∙ É mais fácil das bactérias ocuparem essa região pois 
não há proteção de epitélio e queratina. 
 
➢ Anatomia Microscópica 
• Epitélio 
A: Epitélio oral, que fica voltado para a cavidade oral; 
B: Epitélio do Sulco, que fica voltado para o espaço do 
sulco, sem entrar em contato com a superfície do 
dente. 
C: Epitélio Juncional, que promove o contato da gengiva 
com o dente. 
 
 
∙ O limite entre o epitélio oral e o tecido conjuntivo 
subjacente segue um curso ondulado. As partes do 
tecido conjuntivo que se projetam no epitélio são 
chamadas de papilas do tecido conjuntivo, sendo 
separadas entre si pelas cristas epiteliais. 
 
 
 
 
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Projeção das papilas do tecido conjuntivo formam os 
pontinhos na gengiva. 
 
 
 • Epitélio Oral-Histológico 
 
Camada Espinhosa: produção de proteínas 
Camada Granulosa: Síntese de queratina 
Camada Córnea: Camada de queratina 
 
∙ Além das células produtoras de Queratina, 
(Queratinóctos) que correspondem a cerca de 90% da 
população celular total, observa-se que o epitélio oral 
contém, ainda, os seguintes tipos de células: 
1. Melanócitos (melanina) 
2. Células de Langerhans (mecanismos de defesa) 
3. Células de Merkel (função sensorial) 
4. Células Inflamatórias (Defendem agressões sofridas no 
organismo). 
 
Espaço Biológico = Tecido de Inserção Supracrestal 
2,04 mm 
 
 
• Epitélio do Sulco 
∙ O epitélio sulcular reveste o sulco gengival. Ele é um 
epitélio escamoso estratificado não queratinizado fino 
sem cristas epiteliais e se estende do limite coronal do 
epitélio juncional à crista da gengiva marginal. 
 
 
• Epitélio Dentogengival (Epitélio Juncional) 
∙ O epitélio juncional consiste em uma faixa de epitéio 
escamoso estratificado não queratinizado em forma de 
colar. Possui de três a quatro camadas de espessura no 
início da vida. Mas o número de camadas aumenta com 
a idade para 10 ou até mesmo 20 camadas. 
 
 
∙ Quando o esmalte dentário alcança seu 
desenvolvimento completo, as células produtoras do 
esmalte (ameloblastos) sofrem uma redução em sua 
altura, produzem uma lâmina basal e formam, 
juntamente com as demais células do epitélio externo 
do órgão do esmalte, o chamado epitélio reduzido do 
esmalte (RE) 
 
 
 
 
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∙ O epitélio oral e o epitélio reduzido do esmalte 
migram e produzem uma massa epitelial, de modo que 
o dente pode erupcionar sem que ocorra o 
sangramento. 
RE – Epitélio Reduzido do Esmalte 
OE – Epitélio Oral 
 
* Portanto, o EPITÉLIO JUNCIONAL tem origem do 
EPITÉLIO REDUZIDO DO ESMALTE* 
 
➢ Tecido Conjuntivo 
• Lâmina Própria 
∙ O tecido conjuntivo (lâmina própria) é o componente 
tecidual predominante da gengiva. Os principais 
constituintes do tecido conjuntivo são as fibras 
colágenas (cerca de 60% do volume do tecido 
conjuntivo) os fibroblastos (cerca de 5%) e os vasos e 
nervos (cerca de 35%), que estão envolvidos em uma 
substância fundamental amorfa (matriz). 
∙ O epitélio tem 0,3 mm de espessura. 
∙ Os fibroblastos produzem fibras colágenas 
 
 
 
 
 
• Células 
∙ Os diferente tipos de células presentes no tecido 
conjuntivo são: 
1. Fibroblastos 
2. Mastócitos (responsável pela produção de 
determinados componentes da matriz) principalmente 
substâncias vasoativas (que vão atuar nos vasos 
sanguíneos) 
3. Macrófagos (funções de fagocitose e síntese no 
tecido) 
4. Células inflamatórias (neotrófilos, linfócitos e 
plasmócitos) – Células de defesa. 
 
 
• Fibras 
∙ As fibras do tecido conjuntivo são produzidas pelos 
fibroblastos e podem ser divididas em: 
1. Fibras colágenas (predominam na gengiva) 
2. Fibras oxitalânicas (são escassa na gengiva, porém 
numerosas no ligamento periodontal.) 
3. Fibras reticulares (circunda os vasos sanguíneos) 
4. Fibras elásticas (presente apenas em associação com 
os vasos sanguíneos) 
 
 
 
 
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Orientação dos Feixes de Fibras Gengivais (CDDT) 
Embora muitas fibras colágenas na gengiva e 
ligamento periodontal estejam distribuídas 
irregular ou aleatoriamente, a maioria delas 
tende a se dispor em grupos de feixes com 
orientação bem definida. 
De acordo com a sua inserção e a trajetória que 
seguem no tecido, os feixes orientados de fibras 
gengivais podem ser divididos nos seguintes 
grupos: 
∙ Fibras Circulares (CF). – Circundam o dente na 
parte da gengiva marginal livre. 
∙ Fibras Dentogengivais (DGF). – vai do 
cemento até a gengiva livre. 
∙ Fibras Dentoperiósteas (DPF). – começa no 
cemento e vai até o periósteo que se localiza na 
gengiva inserida. 
∙ Fibras Transeptais (TF). – de cemento para 
cemento ; dente para dente. 
 
 
• Matriz 
∙ A matriz do tecido conjuntivo é produzida 
principalmente pelos fibroblastos. Os principais 
componentes da matriz do tecido conjuntivo são 
macromoléculas de carboidratos e proteínas. 
Proteoglicanas 
 Ácido Hialurônico 
Glicopoteínas 
 
➢ Ligamento Periodontal 
∙ O ligamento periodontal é o tecido conjuntivo frouxo, 
ricamente vascularizado e celular, que circunda as raízes 
dos dentes e une o cemento radicular à lâmina dura ou 
ao osso alveolar propriamente dito. 
∙ Em direção coronária, o ligamento periodontal é 
contínuo com a lâmina própria da gengiva e está 
separado da gengiva pelos feixes de fibras colágenas 
que conectam a crista do osso alveolar com a raiz (as 
fibras da crista alveolar) 
 
Anquilose – Ausência do ligamento periodontal 
(justaposição do osso com a raiz) 
Não tem movimentação 
∙ O espaço do ligamento periodontal tem a forma de 
ampulheta e é mais estreito no nível do terço médio da 
raiz. A largura do ligamento periodontal é de cerca de 
0,25 mm(0,2-0,4 mm). 
∙ Objetivo: ligamento periodontal permite que forças, 
produzidas durante a função mastigatória e outros 
contatos dentários, sejam distribuídas e absorvidas pelo 
processo alveolar. 
∙ Teoria Hidrodinâmica: os fluidos intercelulares entram 
nas trabéculas ósseas durante intrusão dentária 
(absorção de força) 
 
∙ O dente é unido ao osso por feixes de fibras 
colágenas que podem ser divididas nos seguintes 
grupos principais, de acordo com as suas formas de 
arranjo: 
- Fibras da Crista Alveolar (ACF). – do cemento até a 
crista alveolar. 
- Fibras Horizontais (HF). – do cemento para o osso. 
- Fibras Oblíquas (OF). – do cemento para o osso 
alveolar, mais para apical. 
- Fibras Apicais (APF). – do cemento até o ápice da 
raiz 
 
 
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• Células do Ligamento Periodontal 
As células do Ligamento Periodontal são: 
1. Fribroblastos 
2. Osteoblastos 
3. Cementoblastos (produzem cemento) 
4. Osteoclastos 
5. Fibras Nervosas 
6. Restos Epiteliais de Malassez 
∙ Os fibroblastos estão alinhados ao longo das fibras 
principais, enquanto os cementoblastos revestem a 
superfície do cemento, e os osteoblastos revestem a 
superfície óssea. 
 
 
➢ Cemento Radicular CEJ – Junção Cemento/Esmalte 
∙ O cemento radicular é um tecido mineralizado 
especializado que reveste as superfícies radiculares. 
∙ Não contém vasos sanguíneos e linfáticos, não tem 
inervação, não sofre remodelação e reabsorção 
fisiológica, porém se caracteriza pela formação continua 
ao longo da vida. 
∙ Sua porção mineral, que é principalmente 
hidroxiapatita, é aproximadamente 65% de seu peso; 
um pouco mais que no osso (60%). 
∙ Objetivo: Ele insere as fibras do ligamento periodontal 
na raiz e contribui para o processo de reparo após 
danos à superfície radicular. 
 
1. Cemento Acelular de Fibras Extrínsecas: Porções 
coronárias e médias da raiz e contém principalmente 
feixes de Sharpey. 
2. Cemento Celular estratificado Misto: Terço apical das 
raízes e nas áreas de furca. Ele contém tanto fibras 
extrínsecas, assim como cementócitos. 
3. Cemento Celular de Fibras intrínsecas: Reparação e 
lacunas de reabsorção. 
Furca – região entre raízes 
 
As fibras de Sharpey constituem o sistema de 
fibras extrínsecas (E) do cemento e são 
produzidas pelos fibroblastos no ligamento 
periodontal. O sistema de fibras intrínsecas (I) 
é produzido pelos cementoblastos e composto 
por fibras orientadas mais ou menos 
paralelamente ao longo eixo do dente. 
∙ Extrínsecas – fibroblastos que o ligamento periodontal 
produz 
∙ Intrínsecas – O cemento produz 
Fibras constituídas do colágeno tipo 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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➢ Osso Alveolar 
∙ O processo alveolar é definido como as partes da 
maxila e da mandíbula que formam os alvéolos dos 
dentes e dão suporte a esses alvéolos. 
∙ As paredes dos alvéolos são revestidas por osso 
compacto (cortical) e é chamado de Osso Alveolar 
Propriamente Dito. 
∙ As áreas entre os alvéolos e entre as paredes de 
osso compacto são preenchidas por osso esponjoso 
(trabeculado). 
 
 
∙ Osso Lamelar: Característica do osso alveolar em se 
organizar em lamelas. 
∙ O osso compacto reveste o alvéolo e é perfurado 
por numerosos canais de Volkmann (setas), através dos 
quais vasos sanguíneos, linfáticos e fibras nervosas 
passam do osso alveolar (AB) para o ligamento 
periodontal (PL) 
 
 
∙ Canais de Volkman (horizontais): O osso compacto 
reveste o alvéolo e é perfurado por numerosos canais 
de Volkmann, através dos quais vasos sanguíneos, 
linfáticos e fibras nervosas passam do osso alveolar (AB) 
para o ligamento periodontal (PL). 
∙ Canal de Havers HC (verticais): Canais pelos quais 
passam vasos sanguíneos, linfáticos e fibras nervosas. 
∙ Os osteócitos (OC) comunicam-se através de 
canalículos que contêm projeções citoplasmáticas dos 
osteócitos. 
 
 
➢ Suprimento Sanguíneo do Periodonto 
∙ Desenho esquemático retratando o suprimento 
sanguíneo dos dentes e tecidos periodontais. 
∙ A artéria dentária (a.d.), que é um ramo da artéria 
dentária alveolar superior ou inferior (a.a.i.), emite a 
artéria intraseptal (a.i.) antes de penetrar no alvéolo. Os 
ramos terminais da artéria intraseptal (ramos 
perfurantes, rr.p.) penetram no osso alveolar 
propriamente dito pelos canais em todos os níveis do 
alvéolo através dos Canais de Volkman. 
 
 
➢ Suprimento Linfático do Periodonto 
∙ Os capilares linfáticos, formam uma rede extensa no 
tecido conjuntivo. 
∙ Drenagem dentes e técnicas periodontais: linfonodos 
submandibulares (sma). 
∙ 3° molar inferior: linfonodos jugolodigástricos (jd). 
∙ Incisivos inferiores: linfonodos submentuais (sme).

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